do cartaz da bauhaus ao cartaz contemporâneo - estética em publicidade
DESCRIPTION
Trabalho de Estética em Publicidade, orientado pelo Prof. Dr. Victor Aquino, pela Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo.TRANSCRIPT
![Page 1: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/1.jpg)
Universidade de São PauloEscola de Comunicações e Artes
Departamento de Relações Públicas, Turismo e Propaganda
DO CARTAZ DA BAUHAUS AO CARTAZ CONTEMPORÂNEO
Trabalho de Estética em PublicidadeProfessor Doutor Victor Aquino
Clara Fagundes e SouzaGuilherme Iegawa Sugio
Isabela Pagliari BrunJosé Vinicius Diniz Lopes
Julia Isabel Miranda Travaglini
São Paulo, 2011
![Page 2: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/2.jpg)
Universidade de São PauloEscola de Comunicações e Artes
Departamento de Relações Públicas, Turismo e Propaganda
Clara Fagundes e SouzaGuilherme Iegawa Sugio
Isabela Pagliari BrunJosé Vinicius Diniz Lopes
Julia Isabel Miranda Travaglini
DO CARTAZ DA BAUHAUS AO CARTAZ CONTEMPORÂNEO
Trabalho apresentado à disciplina de Estética em Publicidade, ministrada pelo Prof. Dr. Victor Aquino, como parte do requisito para composição da nota final
referente ao primeiro semestre do ano de 2011.
São Paulo,2011
![Page 3: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/3.jpg)
INTRODUÇÃO
Com este trabalho, pretende-se estabelecer uma comparação entre o
cartaz Bauhaus e o cartaz contemporâneo, tendo em vista as inúmeras
influências do primeiro sobreo segundo. As características bauhausianas estão
presentes, até hoje, nas produções artísticas como cartazes, sites, projetos
arquitetônicos e tipografia. É importante notar, ao decorrer do texto, a
extemporaneidade da escola de artes Bauhaus, que teve seus princípios de
funcionalidade, geometrização, minimalismo, cores primárias, fortes e
vibrantes, além do notável estilo arquitetônico, ecoados ao longo do tempo, tão
marcantes na arte atual. A seguir, uma exposição do histórico da escola alemã,
do surgimento do cartaz e da sua função comunicacional e artística irá
configurar o tema proposto: “Do cartaz Bauhaus ao cartaz contemporâneo”.
![Page 4: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/4.jpg)
BREVE HISTÓRICO DA BAUHAUS
A Bauhaus estabeleceu conceitos do design funcionalista e da didática
desta nova atividade. Nenhuma outra instituição teve tão forte impacto no
design e na tipografia do século XX.
No ano de 1919, o alemão Walter Gropius fundiu duas escolas
existentes na cidade de Weimar, a Escola de Artes e Ofícios, do belga Henri
van de Velde, com a escola Belas-Artes, do alemão Hermann Muthesius, e
criou a Staatliches Bauhaus (Casa Estatal de Construção).
A Bauhaus, como passou a ser conhecida, contribuiu de forma
significativa para a definição do papel do designer. Fundada com a missão de
promover a união entre a arte e a técnica, apresentou nos seus primeiros anos
de funcionamento uma orientação mais individualista, valorizando a expressão
pessoal do artista na concepção do produto. Neste período, a escola começou
a ocupar-se da produção de modelos de produtos para a indústria,
consolidando a linguagem estética que caracteriza a Bauhaus até os dias de
hoje, chamada por Maldonado “funcionalismo técnico- formalista”.
Um dos primeiros movimentos da Bauhaus foi o Arts and Crafts, de
William Morris, que defendia o artesanato como alternativa à mecanização e à
produção em massa industrial e queria acabar com a distinção entre artesão e
artista.
Foi na Alemanha destruída pela I Guerra Mundial e frente ao desafio da
reconstrução da economia do país que Gropius, tomando por base a
experiência do Deutscher Werkbund, uma associação fundada com o objetivo
de para incentivar as relações entre os artistas modernos, os artesãos
qualificados e a indústria, retoma a questão do artesanato e da produção
industrial, cuja padronização poderia vir a aniquilar o talento artístico individual.
Mais que uma escola, fundou um centro de cultura que tinha como
objetivo a integração do ensino à indústria, superando a oposição entre
trabalho manual e intelectual, arte e artesanato, arte e indústria e funcionando
como um laboratório de ideias em relação à arquitetura, artes plásticas, artes
gráficas e desenho de móveis e objetos domésticos, procurando conciliar o
artesanato e o avanço tecnológico.
![Page 5: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/5.jpg)
Considerado um aliado da arte e da técnica, o artesanato é visto com
uma função pedagógica, como um aprendizado pelo fazer, abrindo-se para um
programa que prevê o conhecimento de todos os instrumentos de trabalho e de
todo o processo produtivo, desde a compreensão dos materiais, observação
das formas e texturas da natureza, até o projeto e execução dos objetos.
A Bauhaus combatia a arte pela arte e estimulava a livre criação com a
finalidade de ressaltar a personalidade do homem. Mais importante que formar
um profissional, segundo Gropius, era formar homens ligados aos fenômenos
culturais e sociais mais expressivos do mundo moderno. Por isso, entre
professores e alunos havia liberdade de criação, mas dentro de convicções
filosóficas comuns.
O ensino era suficientemente elástico, com a participação, na pesquisa
conjunta, de artistas, mestres de oficinas e alunos. Para Gropius, a unidade
arquitetônica só podia ser obtida pela tarefa coletiva, que incluía os mais
diferentes tipos de criação, como a pintura, a música, a dança, a fotografia e o
teatro.
De tal maneira a filosofia da Bauhaus impregnou seus membros que,
sem demora, definiu-se um estilo em seus produtos despidos de ornamentos,
funcionais e econômicos, cujos protótipos saíam de suas Oficinas para a
execução em série na indústria. O estilo Bauhaus era fruto do pensamento dos
professores, recrutados, sem discriminação de nacionalidade, entre membros
dos movimentos abstrato e cubista.
No início da Bauhaus, Gropius baseou-se principalmente em três
mestres: o pintor americano Lyonel Feininger, o escultor e gravador alemão
Gerhard Marcks e o pintor suíço Johannes Itten. A eles se juntaram depois
artistas da categoria de Oskar Schlemmer, Paul Klee, Wassili Kandinski, László
Moholy-Nagy e Ludwig Mies van der Rohe. Em 1925, Josef Albers e Marcel
Breuer passaram a fazer parte do grupo.
Ameaçada ao fim pelos conservadores por causa de suas inovações, a
escola mudou-se em 1925 para Dessau, onde ficou até o começo do nazismo.
Gropius projetou e construiu um conjunto de prédios que eram, em si mesmos,
um manifesto de arquitetura moderna e uma das mais extraordinárias obras da
década de 1920 para abrigar a Bauhaus.
![Page 6: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/6.jpg)
Em 1932, com a chegada dos nazistas ao poder em Dessau, a Bauhaus
transferiu-se para Berlim, onde continuou a funcionar até seu fechamento
definitivo em 1933. As possibilidades da vanguarda alemã, com isso, fecharam-
se também, mas o ensino inovador da Bauhaus já havia se difundido a essa
altura nos principais centros de arte. Tal difusão tornou-se ainda maior quando
os grandes mestres da escola, devido às perseguições nazistas, passaram a
emigrar, principalmente para os Estados Unidos e a Inglaterra.
O ENSINO NA BAUHAUS
A Bauhaus tinha como principal estrutura em seu sistema educacional
um curso preliminar obrigatório para todos os alunos — o Vorkus.
O aprendizado conquistado pela prática era o que buscava este curso;
através de estudos, fazia-se com que os alunos desenvolvessem - na prática -
exploração e combinação de formas, cores e materiais.
Só depois de passar por todo o processo do Vorkus, o aluno se
especializaria numa oficina específica. Em suas várias fases, a Bauhaus tentou
unir técnica e arte através da prática e da experimentação. Mais tarde,
introduziu a estruturação de metodologias de projetos.
Buscou uma integração da Arquitetura ao Design, projetando o
mobiliário como componente integrante da arquitetura.
Considerada a fonte do design moderno, foi uma referência estética para
produção industrial moderna. Desenvolveu e aprimorou nos seus laboratórios
protótipos de produtos adequados à produção em massa.
Apesar de todas as críticas que sofreu, foi um marco de extrema
importância para a história do design, tendo em vista que foi a primeira escola
a utilizar-se de métodos educacionais exclusivamente adequados ao design
industrial.
![Page 7: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/7.jpg)
MANISFESTO DA BAUHAUS
O fim último de toda a atividade plástica é a construção. Adorná-la era,
outrora, a tarefa mais nobre das artes plásticas, componentes inseparáveis da
magna arquitetura. Hoje elas se encontram numa situação de auto-suficiência
singular, da qual só se libertarão através da consciente atuação conjunta e
coordenada de todos os profissionais. Arquitetos, pintores e escultores devem
novamente chegar a conhecer e compreender a estrutura multiforme da
construção em seu todo e em suas partes; só então suas obras estarão outra
vez plenas de espírito arquitetônico que se perdeu na arte de salão.
As antigas escolas de arte foram incapazes de criar essa unidade, e
como poderiam, visto ser a arte coisa que não se ensina? Elas devem voltar a
ser oficinas. Esse mundo de desenhistas e artistas deve, por fim, tornar a
orientar-se para a construção. Quando o jovem que sente amor pela atividade
plástica começar como antigamente, pela aprendizagem de um ofício, o
"artista" improdutivo não ficará condenado futuramente ao incompleto exercício
da arte, uma vez que sua habilidade fica conservada para a atividade
artesanal, onde pode prestar excelentes serviços.
Arquitetos, escultores, pintores, todos devemos retornar ao artesanato,
pois não existe "arte por profissão". Não há nenhuma diferença essencial entre
artista e artesão, o artista é uma elevação do artesão, a graça divina, em raros
momentos de luz que estão além de sua vontade, faz florescer
inconscientemente obras de arte, entretanto, a base do "saber fazer" é
indispensável para todo artista. Aí se encontra a fonte de criação artística.
Formemos, portanto, uma nova corporação de artesãos, sem a
arrogância exclusivista que criava um muro de orgulho entre artesãos e
artistas. Desejemos, inventemos, criemos juntos a nova construção do futuro,
que enfeixará tudo numa única forma: arquitetura, escultura e pintura que, feita
por milhões de mãos de artesãos, se alçará um dia aos céus, como símbolo
cristalino de uma nova fé vindoura.
Walter Gropius Weimar, Abril de 1919
![Page 8: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/8.jpg)
CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA BAUHAUS
A Bauhaus passou por duas fases, a primeira mais expressionista e a
segunda mais funcionalista, obtendo uma diversificação de obras muito grande.
A escola teve características como: geometrização, onde o uso de
formas geométricas nos cartazes até os moveis eram corriqueiros por valorizar
a simplicidade e a funcionalidade; utilização de cores vibrantes e vivas, em
virtude das diferentes sensações que produziam ao ser humano; minimalismo,
já que a ideia era retirar tudo que fosse desnecessário na peça, facilitando o
desenvolvimento e o custo da produção em massa; funcionalidade, era a lei
da escola, jamais deveria ser sacrificada de forma a obter uma forma mais
agradável, o importante era ser funcional e barato; tipografia, característica
marcante da Bauhaus, sendo centro de estudos tipográficos muito valiosos,
haja vista a importância das letras na construção de um cartaz.
A Arquitetura teve grande destaque, pois Walter Gropius era um
arquiteto e, assim, a Bauhaus focava esta área da arte. Cada espaço dentro do
prédio da escola corresponde a uma área de criação. Os níveis de luz e
ventilação foram estudados para proporcionar o melhor ambiente. Percebe-se
aqui a funcionalidade, um traço tão marcante da Bauhaus.
A HISTÓRIA DO CARTAZ
O cartaz, tal como se conhece hoje, surge juntamente com a litografia,
desenvolvida por Aloys Senefelder. Essa técnica foi criada para que a
impressão se tornasse mais barata, fazendo do cartaz um meio de
comunicação em massa. Suas principais características são a fácil
identificação, textos curtos, diretos e impactantes, legíveis a certa distância e
com unicidade. Em 1816, Paris ganha sua primeira impressora litográfica,
abrindo caminho para os cartazes publicitários. Jules Chéret se destaca ao ser
um dos primeiros a criar cartazes de caráter artístico utilizando o modelo
imagem e texto curto, proporcionando uma leitura rápida e percepção da
mensagem claramente, com sedução e impacto emocional. A utilização de
tintas resistentes à chuva e o desenvolvimento da cromolitografia permite a
afixação de cartazes maiores nas ruas.
![Page 9: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/9.jpg)
Durante a segunda metade do século XIX, aparecem encomendas por
parte das companhias ferroviárias, destacando-se a PLM (Paris-Lião-
Mediterrâneo). Hugo d’Alesi utiliza imagens sedutoras, com paisagens
deslumbrantes, céu azul e mulheres lindas para convidar ao veraneio aqueles
que podiam pagar. Por ser acessível apenas a uma pequena elite, tais imagens
traziam evasão e exotismo às pessoas. Outro grande destaque da época foi
Henri de Toulouse Lautrec, que trouxe a vida boêmia de Paris e suas
apresentações teatrais aos olhos da sociedade.
No início do século XX, influenciado pela Art Noveau, Alphonse Mucha
pinta belas mulheres de cabelos longos e ondulados, com a presença
constante de flores e traços orgânicos, revelando uma liberdade estética e
ousadia criativas características do estilo. Após a Primeira Guerra Mundial, a
forma e a cor são valorizadas por Roger Broders e Jean-Gabriel Domergue ao
retratarem temas mais simbólicos com mensagens mais diretas. Broders se
destaca ao pintar as estações de veraneio de Côte d’Azur e Domergue inova
com suas pin-ups sensuais.
Com o advento dos movimentos que contestavam o modo de produção
capitalista, surgem também os cartazes de propaganda ideológica ou política,
como é o caso da URSS, e mais recentemente, China e Cuba. Tais cartazes
procuram evidenciar suas crenças em outros modelos de sociedade,
mostrando melhorias de vida da população e o culto aos seus líderes. Também
se destacam, durante os anos 20 e 30, a escola de design Bauhaus, que será
citada mais à frente, a revista De Stijl, o Futurismo e o Cubismo, retratando
produtos comerciais e eventos sociais.
Adolphe Mouron Cassandre destacou-se na produção de cartazes de
publicidade, sobretudo aqueles ligados às viagens de luxo, que estavam na
moda no período do Art Deco. Os seus trabalhos obtiveram grande sucesso e
tiveram influência sobre os artistas da época. Seu estilo de desenho é
elegante, apresentando abstração geométrica, vastos planos de cores, com
imagens em perfeita integração com as palavras.
Mais recentemente, nos anos 50, 60 e 70 tem-se, também retratando eventos,
festivais e exposições, Picasso, Matisse e Chagall, além de Andy Warhol, René
Magritte e Roy Lichtenstein, com a pop-art, refletindo os movimentos político-
sociais da época.
![Page 10: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/10.jpg)
O CARTAZ NA BAUHAUS
Um dos principais desenvolvimentos artísticos da escola Bauhaus foi o
cartaz. O cartaz tem basicamente a função de propaganda, que no caso da
Bauhaus era para divulgar exposições e a própria escola. Mas o que colocou o
cartaz da Bauhaus como uma referência na propaganda foi a sua marcante
estética.
Três conceitos regem o cartaz: ordem, simplicidade e clareza nas
informações. O forte uso do contraste dá destaque às informações nele
contidas, como, por exemplo, colocar um texto com a coloração tipográfica
preta em uma caixa laranja e com um fundo branco. Outro recurso que destaca
e divide as informações é utilizar palavras em sentido diferentes, como, por
exemplo, formando um angulo de noventa graus entre elas. A mesma
finalidade também é empregada na distribuição da informação em blocos.
Há outras características que também são muito marcantes no cartaz da
Bauhaus, como o uso de formas geométricas, uma tipografia inovadora e
geométrica, muito particular. Cores fortes, principalmente as primárias são as
mais utilizadas. Os títulos dos cartazes geralmente são escritos em caixa alta,
bem como referências à República de Weimar e o nome da escola Bauhaus.
As características gerais da Bauhaus se aplicam aos cartazes dessa
escola. Tanto o minimalismo, as cores intensas se destacando em um fundo
claro, a geometrização tanto da tipografia quanto dos vetores. Todos esses
aspectos contribuem para o funcionalismo do cartaz, que ao contar com essas
características realiza a propagação da informação com maior facilidade.
Alguns artistas da Bauhaus que desenharam cartazes foram Hebert
Bayer, Fritz Schleifer, Franz Ehrlich e Dimensionen.
HEBERT BAYER
Hebert Beyer foi o artista que desenhou o catálogo da exposição da
Bauhaus de 1923. Artista gráfico, ilustrador, diretor de arte, fotógrafo,
infografista, docente na Bauhaus, pioneiro do Modernismo no design europeu e
norte-america, Hebert Bayer nasceu na Áustria e foi estudante da Bauhaus de
1921 até 1923, onde estudou sob a direção de Kandinsky e Moholy-Nagy.
![Page 11: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/11.jpg)
Em 1925, Walter Gropius, na sua função de director da Bauhaus,
convidou-o a dirigir a Oficina de Tipografia e Publicidade; assim, Bayer passou
a integrar o corpo docente da Bauhaus.
Bayer pensou poder superar os limites impostos pelo vai-vem das
modas; para tal, subordinou o seu desenho de letras a leis supostamente
“atemporais” e “objetivas”.
Em 1928, Bayer deixou a Bauhaus para seguir uma carreira de
designer freelance. Desmobilizou o seu rigor e purismo, para poder vender o
seu trabalho.
Em 1933, a Fundição Berthold encomendou-lhe uma tipografia para
uso comercial. Para esta encomenda, Bayer apresentou a sua sturm blond,
mas numa variante já «vestida», ou seja: com serifas, e bastante
condensada.
Houve poucos clientes do exterior interessados no design moderno e
na tipografia feitos na escola Bauhaus. O sucesso comercial das ideias e dos
protótipos da Bauhaus – se é que houve um tal sucesso – só começou a
esboçar-se no fim dos anos 20. Esta aceitação aumentou nos primeiros anos
da década de 30 – para ser brutalmente interrompida pela barbárie nazi.
Uma excepção foi a revista die neue linie.
Herbert Bayer foi director artístico da revista femininaHarper's
Bazaar no final da década de 1920-1930. Trabalhou também para a
revista Fortune, nos EUA, realizando excelentes ilustrações e infográficas.
Bayer trabalhou com Walter Gropius em Berlin, onde tinha o seu
atelier após ter saído de Dessau.
Josef Albers, outro docente da Bauhaus, emigrou para os E.U.A. já em
1933; Herbert Bayer chegou a Nova Iorque em 1938, para finalizar os
preparativos da exposição Bauhaus 1919-1928.
Bayer desenhou a exposição no MOMA a e realizou o catálogo. Este
evento lançou as bases da energia vanguardista que impulsionou o design
norte-americano a partir dos anos 40.
Nos EUA foi consultor da empresa J. Walter Thompson e da Dorland
International. A partir de 1946 esteve activo como professor no Aspen
![Page 12: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/12.jpg)
Institute Colorado. Herbert Bayer, depois de trabalhar ainda longos 30 anos
como artista plástico e gráfico nos EUA, fez o legado da sua obra ao Denver
Art Museum.
DO CARTAZ DA BAUHAUS AO CARTAZ CONTEMPORÂNEO
A escola Bauhaus perpetuou alguns ideias que se mantêm até a
atualidade, tanto na arquitetura, quanto no design: a redefinição do espaço
urbano, o funcionalismo minimalista e a tese de que beleza e utilidade são
sinônimos.
O cartaz da Bauhaus, especificamente, influencia intensamente a
estética de cartazes publicitários, cartazes de filmes, embalagens de produtos
e outros impressos da publicidade.
Muito da produção atual da publicidade contemporânea em cartazes é
construída a partir dos pilares básicos dos cartazes da Bauhaus: cores fortes,
geometrização, minimalismo. A utilização de um espectro maior de cores e de
outras tipografias são pontos de diferença, porém ainda se utiliza muito a
divisão por blocos e a disposição diferenciada das palavras. Destacando-se as
tipografias desenvolvidas na Bauhaus, muitas das quais não chegaram a ser
massificadas, pode-se notar que estas, ainda hoje, são encontradas em
cartazes políticos, de filmes, eventos e capas de álbuns musicais.
ARTISTAS QUE SE UTILIZAM DE INSPIRAÇÕES BAUHAUSIANA
Brand Paul
O reconhecido designer gráfico norte-americano Brand Paul utilizou em
suas obras, como cartazes, logos e embalagens certa inspiração bauhausiana.
Olly Moss
O artista gráfico Olly Moss reformulou alguns cartazes de filmes
hollywoodianos, dando aspectos bauhausianos a eles.
Camiseta
![Page 13: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/13.jpg)
A marca de camisetas Camiseteria também utilizou de inspiração
Bauhausiana.
Esses e outros cartazes atuais com inspiração bauhausiana estão em
anexo.
ANEXOS
![Page 14: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/14.jpg)
Figura 1 - Cartaz da exposição de 1923 da Bauhaus
Figura 2 - Edição da Revista Bauhaus – Segundo trimestre de 1928
![Page 15: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/15.jpg)
Figura 3 - Cartaz de Fritz Schleifer
Figura 4 - Bauhaus Dessau - Franz Ehrlich
Figura 5 - Capa do Catálogo de produtos da Bauhaus, desenhada por Herbert Bayer.
![Page 16: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/16.jpg)
Figura 6 - Edição da Revista Bauhaus 1923
Figura 7 - Cartaz de Hebert Beyer
![Page 17: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/17.jpg)
Figura 8 - Cartaz de Hebert Beyer
Figura 9 - Herbert Bayer, 50 jahre Bauhaus, Austellung, 1968
![Page 18: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/18.jpg)
Figura 10 - Cartaz de Rudolf Baschant
Figura 11 - Cartaz de Fritz Schleifer
Figura 12 - Reprodução do livro BAUHAUS, Judith Carmel-Arthur, desenho de László Moholy-Nagy, de 1923
![Page 19: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/19.jpg)
Figura 13 - Revista BAZAAR capa desenhada por Hebert Beyer
Figura 14 - Cartaz da Utopia Music Festival – 2011
Figura 15 - Cartaz do evento "A Publicidade em debate", realizado pela Faculdade Cantareira – 2010
![Page 20: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/20.jpg)
Figura 16 - Cartaz do filme Justin Bieber Never Say Never - 2011
Figura 17 - Cartaz do filme Justin Bieber Never Say Never - 2011
Figura 18 - Anúncio publicitário da marca Brother Company
![Page 21: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/21.jpg)
Figura 19 - Cartaz do evento Enterro da Gata - 2008
Figura 20 - Anúncio publicitário da marca Nescafé
Figura 21 - Anúncio publicitário da marca Mc Donald's
![Page 22: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/22.jpg)
Figura 22 - Cartazes do artista Olly Moss
Figura 23 - Cartaz do artista Brand Paul
![Page 23: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/23.jpg)
![Page 24: Do cartaz da Bauhaus ao cartaz contemporâneo - Estética em Publicidade](https://reader031.vdocuments.site/reader031/viewer/2022012315/55716c8ad8b42aa5218b4b35/html5/thumbnails/24.jpg)
REFERÊNCIAS
Bauhaus – archive museum für gestalt: starseite <http://www.bauhaus.de>,
acessado em 20 de maio de 2011.
Willkommen in der Bauhausstardt <http://www.bauhausstadt.de>, acessado em
20 de maio de 2011.
Stiftung Bauhaus Dessau <http://www.bauhaus-dessau.de>, acessado em 20
de maio de 2011.
DROSTE, Magdalena. Bauhaus. 2002.
Vídeo ABCs of Bauhaus <http://www.youtube.com/watch?v=3_c6AlBBCCI>,
acessado em 20 de maio de 2011.