do abilio coppede corrigida
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UNIVERSIDADE DE SO PAULO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRO PRETO
ABLIO RICCIARDI COPPED
ESTUDO MECNICO DA CONEXO
IMPLANTE/ABUTMENT UTILIZANDO PARAFUSOS
CONVENCIONAIS E PARAFUSOS EXPERIMENTAIS CONE
MORSE
RIBEIRO PRETO
2011
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ABLIO RICCIARDI COPPED
ESTUDO MECNICO DA CONEXO IMPLANTE/ABUTMENT
UTILIZANDO PARAFUSOS CONVENCIONAIS E PARAFUSOS
EXPERIMENTAIS CONE MORSE
Tese apresentada ao Curso de Ps-Graduao da Faculdade de Odontologia de Ribeiro Preto da Universidade de So Paulo para obteno do ttulo de Doutor no Programa de Reabilitao Oral
rea de Concentrao: Reabilitao Oral.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Faria Ribeiro
VERSO CORRIGIDA
RIBEIRO PRETO
2011
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AUTORIZO A REPRODUO E DIVULGAO DO TEOR TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRNICO,
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Central do Campus USP - Ribeiro Preto
Copped, Ablio Ricciardi
Estudo mecnico da conexo implante/abutment utilizando parafusos convencionais e parafusos experimentais cone morse. Ribeiro Preto, 2011. 196p.,: il., 30cm
Tese de Doutorado, apresentada Faculdade de Odontologia de Ribeiro Preto/USP. rea de Concentrao: Reabilitao Oral.
Verso corrigida da Tese. A verso original se encontra disponvel na
Unidade que aloja o Programa. Orientador: Ribeiro, Ricardo Faria
1. Implantes Dentrios. 2. Prteses e Implantes. 3. Parafuso Cone Morse. 4. Torque de Aperto. 5. Torque de Desaperto.
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FOLHA DE APROVAO Ablio Ricciardi Copped
Estudo mecnico da conexo implante/abutment utilizando parafusos convencionais
e parafusos experimentais cone morse.
Tese apresentada ao Curso de Ps-Graduao da Faculdade de Odontologia de Ribeiro Preto da Universidade de So Paulo para obteno do ttulo de Doutor no Programa de Reabilitao Oral rea de Concentrao: Reabilitao Oral.
Aprovado em: ___/___/___
Banca Examinadora
Prof. (a) Dr. (a) _____________________________________________________________
Instituio:_________________________________________________________________
Julgamento:_______________________Assinatura:________________________________
Prof. (a) Dr. (a) _____________________________________________________________
Instituio:_________________________________________________________________
Julgamento:_______________________Assinatura:________________________________
Prof. (a) Dr. (a) _____________________________________________________________
Instituio:_________________________________________________________________
Julgamento:_______________________Assinatura:________________________________
Prof. (a) Dr. (a) _____________________________________________________________
Instituio:_________________________________________________________________
Julgamento:_______________________Assinatura:________________________________
Prof. (a) Dr. (a) _____________________________________________________________
Instituio:_________________________________________________________________
Julgamento:_______________________Assinatura:________________________________
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DEDICATRIA
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A Deus,
Por ter me abenoado com oportunidades e realizaes as quais eu nunca
imaginei possveis.
Ao meu querido pai Alberto Copped Jr,
Pelo apoio incondicional em todos os momentos de minha vida, incluindo
essa nova etapa; suas palavras sbias e seus conselhos sempre pertinentes
nortearam todas as minhas decises, e me guiaram atravs desta longa jornada.
Eternamente obrigado!
A minha querida me Luzia Ricciardi Copped,
Por toda a alegria e entusiasmo de viver, pelo amor, carinho e ateno
dedicados a mim e a toda a famlia durante toda sua vida. Mais uma etapa cumprida,
com muita luta e dedicao, da qual voc fez parte ativa sempre pronta a ajudar
carinhosamente, nos momentos bons e nos momentos ruins. Sem seu apoio nada
disso seria possvel!
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A minha querida esposa Carolina Zuin de Carvalho Copped,
Por ser a pessoa mais iluminada, carinhosa, dedicada e maravilhosa deste
mundo, e por ter escolhido a mim para seu marido! Muito obrigado por toda a
pacincia e compreenso durante os momentos de trabalho e ausncia, e pela
participao e motivao durante todos os minutos em que estivemos juntos.
Agradeo a Deus por te ter ao meu lado. Obrigado por ter me mostrado o que a
felicidade plena, coisa que at ento eu desconhecia. Sem sua companhia e seu
carinho, no teria conseguido chegar at aqui. Toda essa conquista inteiramente
dedicada a voc!
A minha querida av Terezinha Scarpino Copped,
Por ser esta pessoa iluminada, prestativa e carinhosa, sempre me acolhendo
em todos os momentos de necessidade. Mesmo no estando to prximos durante
o Doutorado, meus pensamentos sempre me levavam senhora, para obter
conforto e inspirao. Obrigado por ter participado to ativamente de toda esta
caminhada!
Aos meus avs Alberto e Ansia e Sylvio (in memorian),
Por terem constitudo famlias to lindas e especiais, das quais me orgulho
muito de fazer parte. Sinto muitas saudades. Gostaria muito de poder estar com
vocs nesse momento to especial para mim, mas sei que da de cima vocs esto
vibrando por minhas conquistas! Obrigado por terem sido pessoas to maravilhosas!
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A minha irm Dulce Ricciardi Copped
Por ser sempre uma pessoa maravilhosa e contagiante com sua alegria e sua
energia de viver. um orgulho ser seu irmo e vivenciar o seu crescimento pessoal
e profissional, em uma etapa semelhante da vida. Muito obrigado pela presena em
todos os momentos mais felizes de minha vida!
Aos meus sogros Csar e Neuza
Por toda a amizade, apoio e incentivo durante estes anos de convvio. Muito
obrigado pelos conselhos sbios, pelo apoio incondicional e pela compreenso nos
momentos difceis, e acima de tudo, parabns por terem formado uma famlia to
linda, da qual agora eu tenho a grande honra de ser parte integrante.
Dedico este trabalho
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AGRADECIMENTOS
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Agradecimento Especial
Ao Prof. Dr. Ricardo Faria Ribeiro,
Por ter sido sempre um grande mestre, em toda a acepo da palavra. Sua
orientao firme, segura e cordial possibilitou a concretizao de mais este objetivo,
mesmo atravs de todas as dificuldades inerentes a este perodo. Os seis anos de
amizade e dedicao desde o incio de minha caminhada na FORP abriram todas as
portas que esto possibilitando a realizao dos meus sonhos profissionais. Durante
este perodo me transformei de um moleque sonhador a um homem de famlia, e
por toda essa mudana em minha vida eu serei eternamente grato a voc. Mais uma
vez, um grande abrao fraternal de carinho e agradecimento, em meu nome e em
nome de toda a minha famlia!
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Prof. Dr. Maria da Glria Chiarello de Mattos, pela amizade e disponibilidade
durante todo o decorrer do curso do Doutorado.
Prof. Dr. Renata Cristina Silveira Rodrigues Ferracioli, pelo carinho e ateno
durante todos os momentos de nossa convivncia.
Dra. Adriana Cludia Lapria Faria, por ter me ajudado tanto durante todo o
processo experimental do trabalho. Se no fosse por sua disponibilidade, sua
organizao e prestatividade, no seria possvel a concluso deste trabalho.
Direo da Faculdade de Odontologia de Ribeiro Preto da Universidade de So
Paulo, representada por seu Diretor, Prof. Dr. Osvaldo Luiz Bezzon, por ser sempre
uma pessoa to disponvel, competente e carinhosa.
A todos os docentes do Curso de Ps-Graduao da Faculdade de Odontologia de
Ribeiro Preto, rea de Concentrao: Reabilitao Oral, pelos ensinamentos
transmitidos.
engenheira Ana Paula Macedo, do Departamento de Materiais Dentrios e
Prtese, pela ajuda fundamental no decorrer deste trabalho e na anlise estatstica.
Ao admirvel Luiz Srgio Soares, pela engenhosidade e pelo gnio criativo que
possibilitaram o desenvolvimento e manuteno da mquina e dos equipamentos
utilizados neste trabalho.
A Regiane de Cssia Tirado Damasceno e Ana Paula Xavier, da secretaria do
Departamento de Materiais Dentrios e Prtese, pela amizade e disponibilidade.
A Isabel Cristina Galino Sola e Regiane Cristina Moi Sacilotto, da secretaria da
Seo de Ps-Graduao da Faculdade de Odontologia de Ribeiro Preto-USP,
pela ateno concedida durante todo o curso.
Aos funcionrios do LIPEN, Edson Volta e Ricardo de Souza Antunes, pelo auxlio
na realizao dos testes de resistncia fratura.
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Ao Sr. Dario Avelino da Silva, por ter tido o gnio criativo na criao e no
desenvolvimento deste projeto. Obrigado por ter acreditado e confiado em meu
trabalho, confeccionando e fornecendo todo o material utilizado neste estudo, e
assim, ter me dado a oportunidade de participar de um projeto inovador, que pode
trazer resultados significantes e promissores para a implantodontia.
Ao mestre Dr. Reginaldo Mrio Migliorana, pela grande amizade e pelas
inmeras oportunidades concedidas a mim nos anos de convvio. Grande parte
deste resultado devo a voc, por ter tido o brilhantismo e a viso de acreditar no
projeto parafuso cone morse, e me fazer acreditar tambm! Se no fossem as
reunies na cozinha da Clnica RM talvez este projeto nunca tivesse sado da
gaveta. Apesar de no estarmos mais juntos na RM, gostaria que voc soubesse
que serei eternamente grato a voc pelas oportunidades e pela amizade sincera!
Ao mestre Dr. Edmlson Bersani, pela excelncia profissional que sempre foi uma
inspirao para o meu desenvolvimento como cirurgio-dentista. A amizade
consolidada durante estes anos o tornaram para mim mais do que um colega; um
irmo nas conquistas, um pai nos momentos de dvida. Muito obrigado pela
pacincia e pelas longas horas de conversa que me ajudaram nos momentos mais
difceis.
Aos colegas Thiago de Mayo e Ricardo Nagahisa, por serem dois grandes irmos
que Deus me presenteou. Vocs so meus dolos profissionais, sempre foi um
prazer enorme trabalhar com vocs e aprender mais e mais a cada dia de convvio.
Agora, alm de tudo, se transformaram em meus parceiros na empreitada mais
importante de nossas vidas, um pequeno broto que, com a graa de Deus, gerar
lindos frutos! Obrigado pela amizade e confiana!
colega Natrcia Carreira Soriani, por ter sido minha grande companheira durante
todo o perodo do Mestrado e do Doutorado. Nestes ltimos 6 anos passamos por
alguns momentos maravilhosos, outros no to bons assim, mas sempre pudemos
contar um com o outro independente do momento ou da circunstncia. Uma
amizade verdadeira que espero que dure por toda a vida! Obrigado por tudo!
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Aos colegas Humberto Oliveira Pinto e Antnio Malheiros, por serem meus
grandes dolos, desde o incio do mestrado. A competncia de ambos fonte de
inspirao profissional, e a personalidade o carter dos dois so inspirao para a
vida. Vocs sero sempre meus irmos! Obrigado por tudo!
Aos colegas do curso de ps-graduao por todos os momentos bons e ruins que
compartilhamos durante estes anos; momentos estes que consolidaram em ns uma
amizade que nunca acabar!
Ao meu anjo da guarda, minha auxiliar Clo, por ter aturado o meu convvio ao
longo de todos estes anos de forma absolutamente tolerante, eficaz e elegante, com
a maior prestatividade e competncia possveis. Obrigado pela companhia, pelo
apoio e pela amizade!
Ao meu outro anjo da guarda, Mnica, por ter aturado meus humores durante os
ltimos anos. Sua competncia profissional e sua alegria de viver contagiam a todos
ao seu redor, continue sempre assim! Se no fosse voc organizando minha vida,
dificilmente eu teria dado conta! Obrigado por tudo!
Aos meus cunhados Mariana e Tuto, por toda a amizade e companheirismo
durante todos os momentos de nosso convvio. Obrigado por me aceitarem de forma
to carinhosa como membro de sua famlia. Vocs so exemplos para mim de amor
e unio.
Meus agradecimentos
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Quando voc acha que sabe todas as respostas,
vem a vida e muda todas as perguntas.
(Autor desconhecido)
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COPPED, A. R. Estudo mecnico da conexo implante/abutment utilizando parafusos
convencionais e parafusos experimentais cone morse. Ribeiro Preto, 2011. 196p. Tese
(Doutorado em Reabilitao Oral). Faculdade de Odontologia de Ribeiro Preto,
Universidade de So Paulo.
RESUMO
A proposta deste estudo foi avaliar o comportamento mecnico de dois designs de conexo
implante/abutment; hexgono externo e tringulo interno, utilizando parafusos convencionais
e parafusos experimentais cone morse. O estudo foi dividido em duas fases: na primeira, foi
avaliado o efeito do carregamento mecnico na perda de torque dos parafusos. 40 implantes
foram utilizados. Os implantes e abutments foram divididos em 4 grupos: Grupo 1: hexgono
externo/parafuso convencional (HE); Grupo 2: tringulo interno/parafuso convencional (TI);
Grupo 3: hexgono externo/parafuso cone morse (HECM); Grupo 4: tringulo
interno/parafuso cone morse (TICM). Os abutments foram instalados em seus respectivos
implantes com torque de aperto de 32Ncm; aps intervalo de 10 minutos, foram medidos os
valores dos torques de desaperto. Os abutments foram instalados novamente com torque de
32Ncm, e aps 10 minutos foram carregados mecanicamente em uma mquina de ensaios
de simulao de mastigao desenvolvida no Departamento de Materiais Dentrios e
Prtese da Faculdade de Odontologia de Ribeiro Preto USP, simulando 1 ano de funo
oral normal; aps o carregamento, os torques de desaperto dos parafusos foram medidos
novamente. Os dados foram analisados com o teste two-way ANOVA, com nvel de
significncia de p 0,05%. Anlises por microscopia ptica foram realizadas antes e aps
os ensaios. Na segunda fase, foi avaliada a resistncia flexo dos conjuntos
implante/abutment. Os mesmos 40 conjuntos foram utilizados. Os testes foram realizados
em mquina universal de ensaios, com clula de carga de 500 kgf, deslocamento de
1mm/min, e inclinao de 45o. A fora mxima de flexo (FMF) e a fora de ruptura (FR)
foram determinadas. As informaes coletadas foram analisadas com o teste two-way
ANOVA, para p 0,05. Anlises por microscopia ptica foram realizadas para estudo dos
componentes aps os ensaios de resistncia flexural. Os resultados sugeriram que houve
diferena significante (p=0,000) na pr-carga residual antes e aps carregamento mecnico
entre os dois tipos de parafuso: os parafusos cone morse apresentaram torques de
desaperto significativamente superiores aos apresentados pelos parafusos planos
convencionais. Houve diferena significante nos resultados da FMF obtidos pelos parafusos
planos convencionais e pelos parafusos cone morse (p=0,011), sendo que os conjuntos
implante/abutment com parafusos cone morse apresentaram maior resistncia flexo.
Para os resultados da FR houve influncia significante do tipo de conexo (p=0,019), com
melhores resultados para a conexo tringulo interno. Considerando as limitaes deste
estudo, concluiu-se que os parafusos cone morse apresentaram maiores torques de
desaperto em comparao aos parafusos planos convencionais; que o design da conexo
prottica no teve influncia significante sobre o torque de desaperto dos parafusos; que os
parafusos cone morse obtiveram maiores valores de resistncia flexo, e que a conexo
em tringulo interno obteve maiores valores para a fora de ruptura.
Palavras-Chave: Implantes Dentrios, Prteses e Implantes, Parafuso Cone Morse, Torque
de Aperto, Torque de Desaperto.
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COPPED, A. R. Mechanical study of the implant/abutment connection using conventional
screws and experimental conical screws. Ribeiro Preto, 2011. 196p. Tese (Doutorado em
Reabilitao Oral). Faculdade de Odontologia de Ribeiro Preto, Universidade de So
Paulo.
ABSTRACT
The purpose of this study was to evaluate the mechanical behavior of two implant/abutment
connection designs; external hex and internal tri-channel, using conventional screws and
experimental conical screws. The study was divided in two parts; the first evaluated the effect
of mechanical loading in the torque loss of the screws. 40 implants were used. The implants
and abutments were divided in 4 groups: Group 1: external hex/conventional screw (HE);
Group 2: tri-channel/conventional screw (TI); Group 3: external hex/conical screw (HECM);
Group 4: tri-channel/conical screw (TICM). The abutments were installed in their respective
implants with a tightening torque of 32Ncm, after a 10 minute interval, loosening torque were
measured. The abutments were installed again with a 32Ncm torque, and after 10 minutes,
they were mechanically loaded in a chewing simulation test machine, developed in the
Department of Dental Materials and Prostheses of the Ribeirao Preto Dental School USP,
simulating 1 year of normal oral function; after loading, loosening torques of the screws were
measured again. Data were analyzed with two-way ANOVA test, with significance level of p
0,05. Optical microscopy analysis were performed before and after the tests. The second
part evaluated the flexural resistance of the implant/abutment assemblies. The same 40
assemblies were used. The tests were performed in an universal testing machine, with a
500kgf load cell, 1mm/min displacement, and 45o angulation. Maximum bending moment
(FMF) and rupture force (FR) were determined. Collected information were analyzed with
two-way ANOVA test, for p 0,05. Optical microscopy analysis were performed for study of
the components after the flexural resistance tests. The results suggested that there were
significant differences (p=0,000) in the residual preload before and after mechanical loading
between the two types of screws: conical screws showed significantly higher loosening
torques than conventional flat screws. There were significant differences in the FMF obtained
by the conventional flat screws and by the conical screws (p=0,000); the implant/abutment
assemblies with conical screws presented higher flexural resistance. For the FR results,
there was significant influence of the type of connection (p=0,019); the tri-channel connection
presented better results. Considering the limitations of this study, it was concluded that the
conical screws presented higher loosening torques compared to conventional flat screws;
the design of the implant/abutment connection presented no significant influence on the
loosening torques of the screws; conical screws showed higher bending moment values; and
the tri-channel connection obtained higher rupture force values.
Keywords: Dental Implants, Prostheses and Implants, Conical Abutment Screw, Tightening
Torque, Loosening Torque.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Implante hexgono externo e suas dimenses.............................................135
Figura 02 Implante tringulo interno e suas dimenses................................................135
Figura 03 Parafuso plano convencional hexgono externo e suas dimenses............137
Figura 04 Parafuso plano convencional tringulo interno e suas dimenses................137
Figura 05 Parafuso cone morse hexgono externo e suas dimenses.........................137
Figura 06 Parafuso cone morse tringulo interno e suas dimenses............................137
Figura 07 Abutment hexgono externo para parafuso convencional e suas
dimenses.....................................................................................................139
Figura 08 Abutment tringulo interno para parafuso convencional e suas
dimenses.....................................................................................................139
Figura 09 Abutment hexgono externo para parafuso cone morse e suas
dimenses.....................................................................................................139
Figura 10 Abutment tringulo interno para parafuso cone morse e suas
dimenses.....................................................................................................139
Figura 11 Cilindros de ao inoxidvel, com os implantes HE e TI
posicionados..................................................................................................143
Figura 12 Artefato de aferio de torques, com o torqumetro digital em sua poro
superior e o conjunto implante/abutment na base.........................................144
Figura 13 Mquina de ensaios de simulao de mastigao, com os conjuntos
implante/abutment na base, e os cilindros antagonistas acoplados s
hastes de carga em sua poro superior.....................................................147
Figura 14 Artefato de aferio de torques.....................................................................149
Figura 15 A) Conjunto implante/abutment para o sistema HE; B) Conjunto
implante/abutment para o sistema HI ...........................................................149
Figura 16 Estrutura de metal com angulao de 30o utilizada nos testes de
resistncia fratura, posicionada na mquina universal de ensaios............150
Figura 17 A) Implante HE aps os ensaios de resistncia flexo; B) Implante TI
aps os ensaios de resistncia flexo........................................................150
Figura 18 Seco longitudinal de implante HE com parafuso convencional.................159
Figura 19 Seco longitudinal de implante TI com parafuso convencional...................159
Figura 20 Seco longitudinal de implante HE com parafuso cone morse...................160
Figura 21 Seco longitudinal de implante TI com parafuso cone morse.....................160
Figura 22 Curvas fora/deformao para os conjuntos implante/abutment do
Grupo A- hexgono externo com parafuso convencional.............................161
Figura 23 Curvas fora/deformao para os conjuntos implante/abutment do
-
Grupo B- tringulo interno com parafuso convencional................................161
Figura 24 Curvas fora/deformao para os conjuntos implante/abutment do
Grupo C- hexgono externo com parafuso cone morse...............................162
Figura 25 Curvas fora/deformao para os conjuntos implante/abutment do
Grupo D- tringulo interno com parafuso cone morse..................................162
Figura 26 Parafuso HE evidenciando fratura no limite vertical da parte rosqueada,
prximo haste.............................................................................................168
Figura 27 Parafuso TI evidenciando fratura no limite vertical da parte rosqueada,
prximo haste.............................................................................................168
Figura 28 Aspecto da conexo implante/abutment no sistema HE aps ensaio de
resistncia flexo.......................................................................................168.
Figura 29 Aspecto da conexo implante/abutment no sistema TI aps ensaio de
resistncia flexo........................................................................................168
Figura 30 Aspecto da plataforma do implante no sistema HE aps ensaio de
resistncia flexo........................................................................................169
Figura 31 Aspecto da plataforma no sistema TI aps ensaio de resistncia
flexo.............................................................................................................169
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LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Especificaes dos implantes, parafusos e abutments utilizados nos
ensaios.......................................................................................................................140
Tabela 02 Resultados dos ensaios de aperto e desaperto iniciais, clculo da porcentagem do
desaperto em relao ao aperto, mdia e desvio-padro para cada grupo. Valores
de aperto e desaperto em Ncm..................................................................................154
Tabela 03 Resultados dos ensaios de aperto e desaperto aps carregamento mecnico,
clculo da porcentagem do desaperto em relao ao aperto, mdia e desvio-padro
para cada grupo. Valores de aperto e desaperto em Ncm........................................155
Tabela 04 Anlise estatstica atravs do teste two-way ANOVA para torque de desaperto em
funo do tipo de parafuso (convencional x cone morse) e do tipo de conexo
(hexgono externo x tringulo interno) para o ensaio inicial (t=0), com um nvel de
significncia de p 0.05.............................................................................................158
Tabela 05 Anlise estatstica atravs do teste two-way ANOVA para torque de desaperto em
funo do tipo de parafuso (convencional x cone morse) e do tipo de conexo
(hexgono externo x tringulo interno) para o ensaio aps carregamento mecnico
(t=1), com um nvel de significncia de p 0.05.........................................................158
Tabela 06 Anlise estatstica atravs do teste T de Student para amostras dependentes para
torque de desaperto em funo do ensaio (ensaio inicial (t=0) x ensaio aps
carregamento mecnico( t=1)), com um nvel de significncia de p
0.05.................................................................159
Tabela 07 Valores da fora mxima de flexo para cada conjunto implante/abutment, com
valores mdios e os desvios-padro para cada grupo, em Newtons (N)..................164
Tabela 08 Valores da FR para cada conjunto implante/abutment, com valores
mdios e os desvios-padro para cada grupo, em Newtons (N)...............................164
Tabela 09 Anlise estatstica atravs do teste two-way ANOVA para fora mxima de flexo
em funo do tipo de parafuso (convencional x cone morse) e
do tipo de conexo (hexgono externo x tringulo interno) com um nvel de
significncia de p 0.05.............................................................................................167
Tabela 10 Anlise estatstica atravs do teste two-way ANOVA para fora de
ruptura em funo do tipo de parafuso (convencional x cone morse)
e do tipo de conexo (hexgono externo x tringulo interno) com um
nvel de significncia de p 0.05...............................................................................167
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LISTA DE GRFICOS
Grfico 01 Comparao dos resultados do ensaio de aperto/desaperto inicial (t=0) entre os
grupos, com valores mdios e desvios-padro..........................................................156
Grfico 02 Comparao dos resultados do ensaio de aperto/desaperto aps ciclagem
mecnica (t=1) entre os grupos, com valores mdios e desvios-padro...................156
Grfico 03 Comparao dos resultados do ensaio de aperto/desaperto inicial (t=0) e aps
ciclagem mecnica (t=1) entre os grupos, com valores mdios e desvios-padro....157
Grfico 04 Comparao dos resultados de fora mxima de flexo entre os grupos, com
valores mdios e desvios-padro..............................................................................165
Grfico 05 Comparao dos resultados de fora de ruptura entre os grupos, com valores
mdios e desvios-padro...........................................................................................165
Grfico 06 Comparao dos resultados de fora mxima de flexo e fora de ruptura entre
os grupos, com valores mdios e desvios-padro.....................................................166
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SUMRIO
RESUMO..............................................................................................................................14
ABSTRACT..........................................................................................................................15
LISTA DE FIGURAS............................................................................................................16
LISTA DE TABELAS...........................................................................................................18
LISTA DE GRFICOS.........................................................................................................19
1. INTRODUO.................................................................................................................23
1.1 Sistema hexgono externo.................................................................................23
1.2 Sistemas com conexo interna...........................................................................28
1.2.1 Conexo hexgono interno..................................................................29
1.2.2 Conexo tringulo interno (tri-channel)................................................31
1.2.3 Conexo cnica interna (cone morse).................................................33
1.3 Mecnica das conexes parafusadas................................................................36
1.3.1 Pr-carga.............................................................................................36
1.3.2 Fatores determinantes da pr-carga....................................................38
1.3.3 Desadaptao e liberdade rotacional implante/ abutment................ 40
1.3.4 Afrouxamento de conexes parafusadas.............................................42
1.3.5 Determinao da pr-carga a partir do torque.....................................45
2. REVISTA DA LITERATURA............................................................................................50
2.1 Sistemas de conexo externa x sistemas de conexo interna...........................50
2.1.1 Taxas de sucesso e complicaes mecnicas....................................50
2.1.2 Desadaptao implante/abutment.......................................................63
2.1.3 Apertos sucessivos..............................................................................77
2.1.4 Aplicao de torque de instalao inadequado....................................82
2.2 Foras mastigatrias, ciclos mastigatrios e rea efetiva de contatos
oclusais em humanos...............................................................................................93
2.3 Ensaios de controle de torque e/ou ciclagem mecnica para avaliao da
pr-carga de parafusos do abutment em implantes osseointegrveis..................101
2.4 Ensaios de resistncia flexo e fadiga em diferentes sistemas de
implantes osseointegrveis....................................................................................120
3. PROPOSIO...............................................................................................................132
4. MATERIAL E MTODOS..............................................................................................134
Fase 01: Efeito do carregamento mecnico in vitro no torque de desaperto de
abutments unitrios utilizando parafusos planos convencionais e parafusos
experimentais cone morse em implantes com conexo em hexgono externo
e tringulo interno...............................................................................................................134
4.1 Implantes, parafusos e abutments desenvolvidos para
utilizao nos ensaios.............................................................................................134
4.2 Diviso dos grupos de ensaio...........................................................................142
4.3 Anlise inicial dos conjuntos implante/abutment por
microscopia ptica..................................................................................................142
4.4 Ensaios de controle dos torques de aperto e desaperto..................................143
4.5 Ensaios de carregamento mecnico.................................................................145
4.6 Anlise estatstica.............................................................................................148
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Fase 02: Resistncia flexo de conjuntos implante/abutment com
conexo em hexgono externo e tringulo interno utilizando parafusos
planos convencionais e parafusos experimentais
cone morse.....................................................................................................................148
4.7 Anlise estatstica..........................................................................................150
5. RESULTADOS............................................................................................................152
Fase 01: Efeito do carregamento mecnico in vitro no torque de desaperto de
abutments unitrios utilizando parafusos planos convencionais e parafusos
experimentais cone morse em implantes com conexo em hexgono externo
e tringulo interno...........................................................................................................152
Fase 02: Resistncia flexo de conjuntos implante/abutment com
conexo em hexgono externo e tringulo interno utilizando
parafusos planos convencionais e parafusos experimentais
cone morse.....................................................................................................................160
6. DISCUSSO...............................................................................................................171
7. CONCLUSO.............................................................................................................189
8. REFERNCIAS..........................................................................................................191
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1. INTRODUO
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23
1. INTRODUO
1.1 SISTEMA HEXGONO EXTERNO
O primeiro sistema de implantes osseointegrveis foi desenvolvido pelo Prof.
Per-Ingvar Brnemark e equipe na dcada de 60. Tratava-se de um implante
cilndrico, com roscas, na forma de parafuso, que possua um hexgono externo em
sua plataforma. Este implante foi desenvolvido para a reabilitao de pacientes
desdentados totais, os quais o Prof. Brnemark considerava mutilados orais. Neste
perodo inicial da implantodontia, os implantes de hexgono externo eram utilizados
somente para a ancoragem rgida de prteses totais hbridas implantossuportadas
(Brnemark et al., 1977).
Segundo Drago (2003), a funo inicial do hexgono externo era permitir que
os cirurgies levassem o implante em posio, aps finalizao da osteotomia do
local de instalao. Finger et al. (2003) tambm ressaltaram que no protocolo
original de Brnemark, o hexgono externo estava presente somente para ajudar a
instalar o implante no alvolo fresado.
A maioria dos sistemas de implantes consiste de dois componentes distintos:
a parte endstea (implante), que instalada na primeira fase cirrgica, e a conexo
transmucosa (abutment), que instalada geralmente aps o sucesso da
osseointegrao do implante que suporta a restaurao prottica (Steinebrunner et
al., 2005).
As prteses utilizadas sobre os primeiros implantes eram prteses de arco
total, portanto o hexgono no possua nenhuma funo anti-rotacional. Da mesma
forma, os abutments utilizados para estas prteses totais fixas, que eram
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parafusados aos implantes, no possuam nenhum dispositivo anti-rotacional
(Finger et al., 2003).
A biomecnica deste tipo de reabilitao foi estudada e descrita por Rangert
et al. (1989). Sobre os componentes protticos utilizados neste tipo de reabilitao,
os autores descreveram que a unidade de ancoragem dos implantes
osseointegrveis consiste de um implante, um abutment, e um cilindro prottico.
Estes componentes so unidos entre si pelo parafuso do abutment (une abutment ao
implante) e pelo parafuso prottico (une o cilindro ao abutment).
A dissipao das cargas mastigatrias em reabilitaes totais
implantossuportadas induz principalmente foras verticais. Entretanto, foras
transversais tambm so criadas pela movimentao horizontal da mandbula, pela
inclinao das cspides dentrias, e pelas extremidades livres da prtese. Estas
foras so transmitidas atravs da prtese para o implante, e finalmente ao osso.
Dois tipos de cargas devem ser considerados: (1) foras axiais e (2) momentos
flexurais. Estes dois tipos de cargas so completamente diferentes em sua natureza.
A fora axial mais favorvel, pois distribui tenses mais uniformemente ao longo
do implante, entretanto, o momento flexural exerce picos de tenso no implante e no
osso (Rangert et al., 1989).
Por terem sido os primeiros implantes osseointegrveis os implantes de
hexgono externo se tornaram o padro da indstria de implantes (Binon e
McHugh, 1996). Pesquisas das indstrias mostram que os implantes de hexgono
externo ainda dominam os mercados dos EUA e da Europa, embora exista aumento
contnuo na utilizao de implantes com conexes internas (Theoharidou et al.,
2008).
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Aps os excelentes resultados obtidos com a reabilitao do edentulismo total
nos primeiros anos da osseointegrao, as indicaes dos implantes
osseointegrveis foram expandidas tambm para casos de edentulismos parciais e
unitrios. conceito bem estabelecido o fato de que prteses suportadas por
mltiplos implantes apresentam melhor distribuio de cargas e, portanto, menor
concentrao de tenses na interface implante/abutment em comparao a prteses
unitrias. Os momentos flexurais se tornam mais significantes nas prteses unitrias,
pois o efeito de distribuio de cargas est ausente (Quek et al., 2008). Para ser
possvel a confeco das restauraes sobre implantes unitrios, o hexgono
externo passou a ser utilizado como mecanismo anti-rotacional, para prevenir a
rotao do abutment e da coroa unitria (Finger et al., 2003; Quek et al., 2008).
Assim, o elemento anti-rotacional provido pelo hexgono externo se tornou
necessrio para estabilizar os abutments de restauraes unitrias
implantossuportadas.
Em 1990, Jemt et al. (1990) publicaram o primeiro estudo com
acompanhamento dos resultados clnicos de implantes osseointegrados unitrios.
Neste estudo, foi relatado o acompanhamento de 16 pacientes por 03 anos. Vinte e
trs implantes de hexgono externo foram instalados entre 1982 e 1985. Neste
artigo, os autores descreveram as primeiras modificaes necessrias para tornar o
sistema Brnemark vivel para a realizao de restauraes unitrias. A primeira
delas foi criar uma interface anti-rotacional para os cilindros protticos sobre os
pilares standard. O objetivo desta mudana, segundo os autores, foi prevenir
mecanicamente que a conexo parafusada afrouxasse durante a funo. A segunda
alterao foi a criao de abutments cnicos, para favorecer a situao esttica nas
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26
reas de gengiva marginal. A terceira modificao foi em relao ao design do
parafuso prottico, para permitir a aplicao de maiores toques de instalao.
Historicamente, implantes sem hexgono para restauraes unitrias
precisavam de pontos de contato interproximais planos com os dentes adjacentes,
ou asas na coroa para proporcionar sua estabilizao. Estas modificaes
prejudicavam o acesso para o controle de placa, ou demandavam alteraes nos
dentes adjacentes para compensar a inadequao do sistema (Akour et al., 2005).
Portanto, desde a introduo do implante Brnemark, a extenso usinada hexagonal
no aspecto coronal do implante gradualmente se transformou de encaixe para
instalao em mecanismo de indexao e anti-rotacional (Binon, 1996).
Embora as conexes hexagonais apresentassem numerosos benefcios,
tambm comearam a apresentar algumas dificuldades nos primeiros trabalhos com
implantes unitrios; a estabilidade da conexo parafusada e os afrouxamentos de
parafuso comearam a constituir complicaes freqentes (Binon, 1996;
Aboyoussef et al., 2000). Estudos longitudinais passaram a revelar a ocorrncia de
considerveis problemas de falha mecnica, como fraturas de componentes e
afrouxamento de parafusos (Norton, 1997). Essas complicaes nos casos de
implantes unitrios passaram a se tornar preocupaes prevalentes no
desenvolvimento de novos desenhos de implantes e componentes, que acabaram
se tornando disponveis comercialmente (Boggan et al., 1999).
A parte coronria dos implantes passou a ser desenhada com a inteno de
proporcionar estabilidade mecnica interface implante/abutment. Maior altura do
hexgono externo poderia melhorar as propriedades mecnicas estticas de um
implante (Gil et al., 2009). A altura do hexgono externo dos implantes de
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Brnemark de 0,7 mm; portanto, uma das primeiras modificaes sugeridas incluiu
o aumento da altura do hexgono externo (Drago, 2003).
Novos desenhos de interface prottica passaram a ser utilizados numa
variedade de implantes para melhorar a interface implante/abutment original em
hexgono externo. Os objetivos dos novos desenhos foram melhorar a estabilidade
da conexo durante a funo e a instalao, e simplificar o arsenal de instrumentos
necessrios para o clnico completar a restaurao. Em 2003 existiam pelo menos
20 tipos de variaes de interface implante/abutment nos implantes disponveis no
mercado americano liberados pela U.S. Food and Drug Administration (FDA). A
interface implante/abutment determina a fora da conexo, e a estabilidade lateral e
rotacional. De acordo com a evoluo dos protocolos cirrgicos e da
macrogeometria dos implantes, diferentes exigncias so incorporadas no desenho
da interface (Finger et al., 2003).
Muitos desenhos de interfaces implante/abutment foram desenvolvidos para
suportar restauraes unitrias. Estes desenhos de interface podem ser
classificados como conexes externas ou internas, e incorporar caractersticas para
resistncia rotacional, indexao, e estabilizao lateral. Alguns destes desenhos
podem ser descritos como hexagonal (externo ou interno), octogonal, cnico, cnico
com hexgono, cnico com octgono, cilindro com hexgono, estrias, cmaras,
cmaras em tubo (tringulo interno ou tri-channel), e pino/fenda (Quek et al., 2008).
Em trabalho recente, Bernardes et al. (2009) relataram a existncia de 220 marcas
de implantes produzidas por cerca de 80 fabricantes. Com isso, em uma nica
situao clnica, o clnico pode optar por mais de 2.000 tipos de implantes para sua
resoluo. Alm disso, os autores acrescentaram que j foram descritas mais de 20
tipos diferentes de interfaces implante/abutment.
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Alm de mudanas nos desenhos dos implantes os fabricantes
desenvolveram novos tipos de parafusos com diferentes geometrias e composies
de superfcie, com a alegao de que estes novos parafusos aumentariam a
estabilidade da conexo parafusada (Martin et al., 2001). Ainda, diversas tcnicas
tm sido propostas para evitar o afrouxamento de parafusos, como a utilizao de
incrustao anti-rotacional no orifcio de acesso ao parafuso, ou uma barra para
travar mecanicamente o parafuso em posio, alteraes mecnicas na cmera de
acesso ao parafuso, e a utilizao de cimentos odontolgicos nas roscas dos
parafusos (Garine et al., 2007).
1.2 SISTEMAS COM CONEXO INTERNA
Os sistemas de conexo interna foram desenvolvidos na tentativa de
aprimorar alguns contratempos biolgicos e mecnicos apresentados pelo sistema
de hexgono externo nos primeiros anos de sua utilizao em restauraes unitrias
e parciais. Um dos primeiros sistemas com uma proposta de conexo interna foi o
sistema IMZ (Interpore International, Irvine, Califrnia, EUA), que possui relato de
utilizao a partir de 1978 (Kirsh, 1983; Kirsh e Ackerman, 1989). Este sistema
apresentava conexo interna em forma de rosca. Em uma das primeiras publicaes
sobre o sistema, Kirsh e Ackerman (1989) relatam que de setembro de 1978 a
setembro de 1988, foram instalados um total de 3.088 implantes IMZ em 1.401
casos consecutivos para restaurar arcas parcial ou totalmente edntulos. Os autores
relatam que a taxa de sucesso geral dos implantes acompanhados neste perodo de
10 anos foi de 97,8%.
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1.2.1 Conexo Hexgono Interno
Um dos primeiros implantes de hexgono interno foi desenvolvido e descrito
por Niznick (1982), com um hexgono de 1,7 mm abaixo de um bisel de 45 e 0,5
mm de largura (sistema Core-Vent, Core-Vent Corporation, Sherman Oaks,
Califrnia, EUA). Estas estruturas foram desenvolvidas no intuito de distribuir as
foras intra-orais mais profundamente ao longo do implante, para proteger o
parafuso de reteno de cargas excessivas, e para reduzir o potencial de micro-
infiltrao. Implantes de hexgono interno tambm foram desenvolvidos para
proporcionar resistncia superior conexo implante/abutment (Finger et al., 2003).
Outro projeto de implante com conexo em hexgono interno foi conduzido na
Alemanha, na Universidade de Tbingen, em cooperao com a Universidade de
Heideberg, com incio em 1974, sob liderana do Dr. Wili Schulte. O tipo de implante
original foi denominado Frialit 1, e era constitudo de cermica de xido de alumnio.
A evoluo do implante Frialit 1 para o implante Frialit 2 foi resultado de duas
dcadas de estudos, incluindo a pesquisa de 1.064 implantes em 731 pacientes,
com taxa de sucesso de 96%. O implante Frialit 2 (Friadent, Mannheim, Alemanha)
pde ser utilizado, para testes clnicos a partir de 1988, e foi liberado para o
tratamento de pacientes a partir de 1992 (dHoedt e Schulte, 1989; Gomez-Roman
et al., 1997).
Outro sistema de conexo em hexgono interno (Osseotite Certain, 3i Implant
Innovations Inc., Palm Beach Gardens, Florida, USA) incorpora um clique tctil e
audvel quando os componentes esto propriamente assentados. Esta conexo em
hexgono interno possui 4mm de embricamento interno, com contato ao longo de
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um comprimento significante, o que, segundo o fabricante, proporciona estabilidade
lateral para cargas oblquas (Finger et al., 2003).
Em um estudo de 1995, trs diferentes tipos de conexo implante/abutment
foram analisados em testes de resistncia torsional, resistncia flexural e resistncia
fadiga por carregamento cclico. De acordo com os resultados obtidos, os autores
concluram que no geral, o desenho em hexgono interno apresentou o maior grau
de estabilidade, o que os autores atriburam ao maior comprimento do encaixe
hexagonal interno (Balfour e OBrien, 1995).
Maeda et al. (2006) estudaram as diferenas na distribuio de tenses entre
implantes com conexo em hexgono externo e hexgono interno. Os autores
concluram que os implantes com conexo em hexgono interno apresentam ampla
distribuio de tenses ao longo do corpo do implante, em comparao aos
implantes de hexgono externo, que concentram maiores tenses na regio cervical.
Bernardes et al. (2009) verificaram que, sob cargas excntricas, a interface em
hexgono interno apresenta menor concentrao de tenses em comparao s
interfaces cnica interna, hexgono externo e corpo nico.
Coelho et al. (2008) compararam o nvel de vedamento entre o implante e o
abutment em trs sistemas de implantes com conexo interna, sendo que os
melhores resultados foram apresentados por implantes com conexo em hexgono
interno modificada (Intra-Lock, Intra-Lock International, Boca Raton, Flrida, EUA).
Uma das preocupaes inerentes aos implantes de hexgono interno se
refere sua resistncia estrutural. Como a conexo destes implantes se localiza no
interior do implante, as paredes ao redor da conexo so mais delgadas do que as
paredes de sistemas com conexo externa, o que poderia afetar a resistncia
mecnica desta regio (Copped et al., 2009). A fadiga do metal talvez a causa
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mais comum de falha estrutural neste sistema de implantes, muitas vezes causando
a fratura do mesmo. Esta falha de grande importncia, pois novas intervenes
cirrgicas se tornam necessrias para a remoo e troca do implante (Pedroza et
al., 2007). Steinebrunner et al. (2008) avaliaram a influncia do carregamento
cclico de longo prazo na resistncia fratura de diferentes conexes
implante/abutment, e verificaram que os sistemas com conexo em hexgono
interno apresentaram resultados de longevidade e resistncia fratura inferiores a
outros tipos de conexo. Em um estudo sobre a resistncia flexural esttica de
implantes com conexes internas, Copped et al. (2009) concluram que a conexo
em hexgono interno apresenta menor resistncia flexural comparada conexo
cnica interna.
1.2.2 Conexo Tringulo Interno (Tri-Channel)
A conexo em canal triplo interno, ou tri-channel, ou tringulo interno, ou de
cmeras em tubo, foi originalmente desenvolvida pela Steri-Oss (Yorba Linda,
Califrnia, EUA), posteriormente adquirida pela Nobel Biocare (Yorba Linda,
Califrnia, EUA). Esta conexo encontrada nos implantes Replace Select (Nobel
Biocare, Yorba Linda, Califrnia, EUA). Segundo o fabricante, o design da conexo
interna em tri-channel (canal triplo) dos implantes Replace Select foi uma extenso
lgica de desenvolvimento dos implantes no-hexagonais twin channel (canal duplo)
da Steri-Oss; os trs lobos radiais e a longa extenso de encaixe forneceriam uma
conexo segura e estvel. Ainda segundo o fabricante, a conexo interna com triplo
canal distribuiria de modo uniforme a fora anti-rotacional atravs da conexo,
reduzindo os micromovimentos e as foras de flexo, e proporcionaria sensao
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tctil na instalao dos componentes. Um dos objetivos ao desenvolver a conexo
com o tringulo interno foi aumentar a resistncia do implante aos altos torques de
instalao inerentes das tcnicas de carga imediata. Segundo o fabricante, a
resistncia fratura durante a aplicao de torque dos implantes Replace Select de
3,5mm e 4,3mm de dimetro so 150Ncm e 300Ncm, respectivamente. Para os
valores de resistncia fadiga, o fabricante informa que os valores para os
implantes de dimetro de 3,5mm e de 4,3mm so de 197N e 283N, respectivamente.
(Disponvel em: www.nobelbiocare.com).
Akour et al. (2005) desenvolveram um trabalho de anlise das propriedades
mecnicas da conexo em tringulo interno do sistema Replace Select, utilizando a
anlise por elementos finitos. As tenses gerais, tenses de contato e deflexo da
conexo com tringulo interno foram menores do que da conexo com hexgono
externo; portanto, este desenho apresentou menor potencial de fratura de
componentes, em adio capacidade de prevenir rotao, como resultado de sua
geometria. O deslocamento mximo do tringulo interno foi menor do que do
hexgono externo. A rea de contato entre o implante e o abutment para o tringulo
interno foi maior do que para o hexgono externo. A extenso da conexo do
abutment para o tringulo interno foi maior do que para o hexgono externo. Isto
justificou do ponto de vista da engenharia, as baixas tenses e deformaes do
desenho de tringulo interno; com o aumento da rea de contato, as tenses e as
deformaes diminuram; a carga foi distribuda sobre rea maior no desenho de
tringulo interno do que no hexgono externo.
Steinebrunner et al. (2008) avaliaram a influncia do carregamento cclico de
longo prazo na resistncia fratura de diferentes conexes implante/abutment. De
acordo com os resultados obtidos, os autores concluram que as conexes internas
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de encaixe tubo-em-tubo, como no sistema Replace Select, mostraram vantagens
com respeito longevidade e resistncia fratura em comparao com as demais
conexes internas, assim como com as demais conexes externas. Ainda sobre a
resistncia do conjunto implante/abutment, um estudo de Lee et al. (2010) verificou
que o momento flexural crtico do sistema Replace Select foi significantemente
superior aos demais sistemas. Sobre a liberdade rotacional, Semper et al. (2010)
concluram que o sistema Replace Select apresentou resultado de liberdade
rotacional significativamente menor que os outros sistemas testados.
No entanto, a literatura cientfica sobre o sistema de conexo tringulo interno
ainda escassa, principalmente se comparada aos artigos dedicados ao sistema de
hexgono externo. Quek et al. (2008) comentaram que no existem estudos clnicos
relatando possveis complicaes protticas para os sistemas de implante Replace
Select. A comprovao cientfica das vantagens biomecnicas alegadas pelo
fabricante deste sistema ainda inconclusiva. Nguyen et al. (2009) compararam a
resistncia fadiga de trs diferentes tipos de conexo: tringulo interno, hexgono
externo e hexgono interno. No houve diferena significante nos resultados obtidos
pelos trs tipos de conexo.
1.2.3 Conexo Cnica Interna (Cone Morse)
Desde a introduo das conexes internas, novos aprimoramentos de design
foram introduzidos, na tentativa de melhorar as propriedades destas conexes.
Includos nestes aprimoramentos est a Conexo Cnica Interna, ou Cone Morse,
onde um abutment cnico inserido em um orifcio de um implante com a mesma
conicidade (Finger et al., 2003). Um dos primeiros sistemas a utilizar este tipo de
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conexo foi o sistema ITI (Straumann, Basel, Sua), idealizado pelo Dr. Fritz
Straumann, e desenvolvido a partir dos estudos na Universidade de Berna, na
Sua; a conexo cnica interna foi includa no desenho deste implante em 1986,
com angulao de 8 (Sutter et al., 1993). Outros sistemas pioneiros na utilizao
das conexes cnicas internas foram os sistemas Astra (Astra Tech, Waltham,
Massachusetts, EUA) em 1985, com um estudo no Hospital da Universidade de
Karolinska, Sucia; e Ankylos (Degussa Dental, Hanau, Alemanha), em 1987, com
os estudos dos Doutores Gerog-Hubertus Nentwig e Walter Moser (Nentwig et al.,
1992; Kitagawa et al., 2005).
Alguns sistemas utilizam um abutment slido com roscas de parafuso em sua
extremidade. A conexo usa simultaneamente a conicidade entre o implante e o
abutment e o componente retentivo do parafuso para promover contato ntimo entre
o implante e o abutment, aumentando a resistncia ao micromovimento. Outros
fabricantes revisaram o abutment, tornando-o um componente de duas partes: um
abutment de conexo cnica interna e um parafuso de fixao separado (Dailey et
al., 2009).
As conexes cnicas internas foram desenvolvidas para melhorar as
propriedades biomecnicas dos conjuntos implante/abutment, e para reduzir a
incidncia de problemas mecnicos encontrados nos demais sistemas; estas
conexes possibilitam contato ntimo entre o implante e o abutment, com o objetivo
de melhorar a estabilidade do abutment e evitar seu afrouxamento (Copped et al.,
2009). Estudos comparativos mostraram que implantes com conexes cnicas
internas possuem maior resistncia dinmica e esttica (Norton 1997; Merz et al.
2000), e resistncia superior ao afrouxamento de parafusos (Kitagawa et al. 2005),
quando comparados com implantes de hexgono externo.
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Copped et al. (2009) realizaram estudo comparando a resistncia flexural
de implantes com conexo em hexgono interno e cnica interna. Os resultados
deste estudo indicaram que o desenho slido dos abutments com conexo cnica
interna proporcionou maior resistncia flexural ao conjunto implante/abutment sob
carregamento compressivo oblquo.
Segundo Merz et al. (2000), em uma conexo cnica, travamento e frico
so os princpios bsicos. Cargas laterais so resistidas principalmente pela
interface cnica, que previne que o abutment se incline, mesmo quando a conexo
entre a parte cnica e a parte rosqueada do parafuso perdida devido a uma
fratura. O mesmo princpio de travamento responsvel por proteger as roscas de
cargas funcionais excessivas.
Aka et al. (2003) relataram que quando se trata de biomecnica, uma
conexo interna cnica mecanicamente mais estvel que uma conexo em
hexgono externo, o que favorece os resultados clnicos. Segundo os autores,
enquanto uma alta incidncia de complicaes mecnicas foi relatada na literatura
para implantes de hexgono externo, taxas insignificantes foram relatadas para
implantes ITI com conexo interna em cone morse. Em um estudo sobre os efeitos
do carregamento cclico em diversos sistemas de conexo (Park et al., 2010), as
conexes cnicas internas foram mais eficientes em manter a pr-carga dos
parafusos em comparao conexo em hexgono externo.
Entretanto, as conexes cnicas internas no so livres de complicaes. Em
um estudo retrospectivo de implantes ITI unitrios foram examinados 157 implantes
em 110 pacientes por 2 anos ou mais; os autores observaram que a taxa de
afrouxamento do abutment cnico foi de 5,3% dos casos (Levine et al., 1999).
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Estudos clnicos tm evidenciado afrouxamento e fraturas de abutments do sistema
Straumann (Quek et al., 2008).
Alm disso, a comprovao cientfica das vantagens biomecnicas deste
sistema em relao ao seu desempenho clnico quanto ao afrouxamento e fraturas
de parafusos e abutments, assim como para a conexo em tringulo interno, ainda
inconclusiva. Alkan et al. (2004), investigando a distribuio de tenses em
parafusos de implantes com conexes cnicas internas e em hexgono externo,
concluram no haver diferena significante entre os sistemas, e que nenhum dos
dois sistemas testados deveria apresentar falhas sob as cargas mastigatrias. Em
um estudo sobre a dissipao de cargas compressivas verticais e oblquas nos
tecidos adjacentes, Bernardes et al. (2009) compararam implantes com conexes
em hexgono externo, hexgono interno e cone morse, e verificaram que os
resultados observados para todos os sistemas de implantes sob o carregamento
axial foram semelhantes, e que sob carregamento oblquo, a interface em hexgono
interno apresentou a menor concentrao de tenses, a interface cnica interna
apresentou resultados intermedirios, e os implantes de hexgono externo e corpo
nico apresentaram maiores nveis de tenses.
1.3 MECNICA DAS CONEXES PARAFUSADAS
1.3.1 Pr-Carga
O objetivo de apertar qualquer junta aparafusada evidente: se o parafuso
no for apertado ele no exercer a funo de unir as partes componentes
(Burguete et al., 1994). O parafuso do abutment deve ser torqueado durante a
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restaurao do implante, gerando uma fora de unio entre o abutment e o implante.
Esta fora conhecida como pr-carga, e essencialmente uma carga axial ao
longo do parafuso, dentro do limite de deformao elstica do mesmo (Boggan et
al., 1999). A pr-carga determinada pelo torque de aperto e por outros fatores,
como a liga do parafuso, o formato da cabea do parafuso, a superfcie do abutment,
o mdulo de elasticidade dos materiais usados na conexo parafusada e os
materiais sendo unidos, o coeficiente de frico entre as superfcies com contatos
deslizantes, adaptao dos componentes, lubrificao, o torque aplicado e sua
velocidade, e a temperatura do sistema. (Winkler et al., 2003, Cantwell e Hobkirk,
2004). Um parafuso pode ser comparado a uma mola, esticada pela pr-carga, com
as foras de frico mantendo o estiramento nas roscas. Em geral, quanto maior for
a pr-carga, mais firme e segura ser a conexo parafusada. A quantidade de pr-
carga presente na conexo no deve exceder a resistncia fratura do parafuso
(Tzenakis et al., 2002). O valor ideal para a pr-carga foi estabelecido como sendo
75% do limite de proporcionalidade do parafuso (Jrnus et al., 1992).
Cargas adicionais podem ter efeito cumulativo pr-carga, forando o
material ao nvel de deformao plstica, podendo ultrapassar o limite de
proporcionalidade. Quando o limite de proporcionalidade ultrapassado,
deformaes plsticas ocorrem e o parafuso comea a deformar devido s cargas
axiais e oblquas. Essa deformao do material causa o afrouxamento do parafuso e
a possvel falha do mecanismo (Boggan et al., 1999; Schwarz, 2000). Portanto, o
objetivo ao se apertar uma conexo parafusada obter a pr-carga ideal, que ir
maximizar a resistncia fadiga do parafuso e oferecer proteo considervel contra
o afrouxamento (Burguete et al., 1994). A estabilidade da conexo entre diferentes
partes dos implantes importante para o sucesso da reconstruo. Isto
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especialmente verdadeiro para restauraes unitrias, onde a forte unio entre o
implante e o abutment necessria (Theoharidou et al., 2008).
A fora da conexo afetada pela fora de travamento dos parafusos. A fora
de travamento normalmente proporcional ao torque de aperto. Torques baixos
permitem separao da conexo e resultam em fadiga do parafuso ou
afrouxamento. Torques excessivos podem causar a falha do parafuso ou
deformao de suas roscas (Siamos et al., 2002).
Nas conexes em hexgono externo, a pr-carga axial do parafuso do
abutment fator determinante da estabilidade da conexo. Somente o parafuso
prende o abutment durante o carregamento horizontal. No existe nenhum tipo de
travamento ao hexgono externo, que determina a posio rotacional, mas no
absorve nenhuma carga lateral. Portanto, apertamento puro o princpio bsico
(Merz et al., 2000, Schwarz, 2000, Aka et al., 2003).
1.3.2 Fatores Determinantes da Pr-Carga
O torque aplicado a uma conexo parafusada durante a operao de
apertamento no se traduz necessariamente na pr-carga real desenvolvida no
corpo do parafuso e na fora de unio compressiva igual e oposta que une os
componentes protticos. Alguma energia gasta para vencer a frico entre a
cabea do parafuso e a rea de assentamento, assim como entre as roscas do
parafuso e as roscas internas do implante (Tan e Nicholls, 2002). Cerca de 50% da
energia transmitida pelo torque de instalao gasta para superar a frico entre a
cabea do parafuso e a superfcie de assentamento do abutment. Cerca de 40% do
torque aplicado usado para superar a frico das roscas, e somente 10% produz a
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tenso no parafuso. Como resultado, a pr-carga efetiva da junta menor do que o
torque aplicado (Elias et al., 2006). O coeficiente de frico depende da dureza das
roscas, do acabamento das superfcies, da quantidade e das propriedades do
lubrificante, e da velocidade de apertamento. O coeficiente de frico aumenta
conforme aumentam a dureza dos materiais e a rugosidade das superfcies, e
aumenta conforme a quantidade de lubrificante diminui (Burguete et al., 1994).
Outro fator a ser levado em considerao ao se escolher o torque ideal para
um parafuso a fadiga desse parafuso. A pr-carga est diretamente relacionada
com a resistncia fadiga do parafuso. Valores de torque abaixo ou acima do torque
ideal reduzem consideravelmente a resistncia fadiga do parafuso (Burguete et
al., 1994). Parafusos de diferentes fabricantes, mesmo sendo semelhantes, podem
receber pr-cargas de torque mximas diferentes antes de fraturarem. Diferenas
entre parafusos com o mesmo desenho e geometria podem ser atribudas a
diferentes propriedades dos materiais e dos processos de fabricao. Mesmo
parafusos fabricados pelo mesmo fabricante exibem diferentes resistncias fratura
(Tzenakis et al., 2002).
A quantidade de pr-carga presente nas roscas de um parafuso depende do
torque aplicado, da presena e do tipo de lubrificante, das propriedades fsicas dos
materiais em contato, e do efeito de acomodao do parafuso aps o torque inicial.
Imperfeies superficiais levam ao aumento da frico e diminuio da pr-carga. O
torque de desaperto de um parafuso reduz as imperfeies superficiais, e o uso de
lubrificantes diminui a frico; ambos resultando em aumento da pr-carga
(Tzenakis et al., 2002).
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1.3.3 - Desadaptao e Liberdade Rotacional Implante/Abutment
Quando existe desdaptao entre o abutment e o implante, existir um gap
(espao) em toda ou parte da superfcie de contato. Duas possveis complicaes
emergem deste cenrio: 1. Biolgica: aumento da carga transmitida ao osso, e
presena de inflamao dos tecidos moles devido ao desenvolvimento de microflora
no gap entre o implante e o abutment com perda ssea subseqente. 2. Prottica:
afrouxamento e fratura do implante ou do parafuso (Barbosa et al., 2008). A
adaptao entre o implante e a prtese sobre implante reconhecida como fator
significante na transferncia de tenses, na resposta biolgica dos tecidos
hospedeiros periimplantares, e nas complicaes mecnicas na reconstruo
prottica. Desadaptaes horizontais e verticais aplicam cargas a vrios
componentes restauradores, implante e osso, e podem resultar em afrouxamento
dos parafusos de reteno prottica, fratura e/ou travamento do parafuso do
abutment, microfraturas no osso, zonas de isquemia parcial, perda ssea, e perda
da osseointegrao (Vigolo et al., 2008). Em caso de desadaptao e presena de
gap, a pr-carga utilizada para aproximar as superfcies, ou at junt-las. Nesta
situao, virtualmente nenhuma proteo fadiga obtida, pois qualquer carga
externa aplicada sobre a prtese causar maior tenso no parafuso. O gap confere
s superfcies baixo grau de rigidez. Artefatos de aplicao de torque convencionais
no detectam esse tipo de situao (Burguete et al., 1994). Segundo Binon (1996),
a desadaptao dos componentes est diretamente relacionada ao afrouxamento de
parafusos. A tolerncia de usinagem se refere desadaptao horizontal do
componente em relao ao hexgono do implante. Esta desadaptao horizontal
aplica foras nos parafusos de ouro, nos parafusos dos abutments, no implante e no
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osso periimplantar. O contato entre o abutment e a plataforma do implante fator
chave porque reduz a carga sobre o parafuso do abutment, garantindo grande
eficincia destes componentes. Mesmo uma pequena desadaptao pode resultar
em mudanas na geometria do parafuso e na incidncia de tenses sobre os
parafusos (Barbosa et al., 2008).
Experimentos laboratoriais tm mostrado que o afrouxamento ou a fratura do
parafuso de reteno esto relacionados com a desadaptao implante/abutment, e
que a presena de um gap entre o implante e o abutment pode causar distribuies
de tenses desfavorveis nos componentes da conexo, no implante e no osso. Em
adio, a diminuio no torque de remoo aps testes de carregamento mecnico
cclico tambm tem sido descrita para este tipo de conexo. Avaliaes clnicas tm
relatado afrouxamentos ou fraturas de parafusos como complicaes comuns em
restauraes sobre implantes. Especula-se que o gap entre o implante e o abutment
pode ter influncia significativa nestes achados. A m adaptao de componentes
protticos causa a concentrao de clulas inflamatrias nos tecidos moles
adjacentes, o que pode afetar o nvel do osso alveolar de suporte (Coelho et al.,
2007). Foi demonstrado que o gap entre o implante e o abutment tem efeito direto na
perda ssea, tanto se as duas partes foram conectadas no momento da instalao
do implante quanto aps este ficar submerso para sua osseointegrao. Este
fenmeno ocorre se o implante for carregado ou no. Aps estas mudanas sseas,
a arquitetura dos tecidos moles, incluindo a aparncia das papilas, afetada. A
altura ssea interproximal influencia na papila interdental atuando como guia para os
contornos dos tecidos moles (Calvo-Guirardo et al., 2009).
Diversas tentativas de alteraes nos desenhos tm sido realizadas com o
objetivo de reduzir o gap implante/abutment, para assim, reduzir os contratempos
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mecnicos e biolgicos. Entretanto, apenas sucesso limitado tem sido obtido. A
adio de componentes polimricos entre as partes da conexo foi capaz de reduzir,
mas no de eliminar a colonizao bacteriana. A adaptao de conexes cnicas,
como as do tipo cone morse, foram tambm apenas parcialmente bem sucedidas,
pois algumas delas permitem a passagem de fluidos (Coelho et al., 2008).
A liberdade rotacional entre o implante e o abutment depende das dimenses
dos hexgonos da conexo, e da qualidade de usinagem do fabricante. Estas
dimenses podem ser comprometidas aps a conexo da prtese, quando a carga
mastigatria pode gerar micromovimentos e deformar o hexgono do implante (Davi
et al., 2008). Lang et al. (2002) sugeriram que a preciso de encaixe dos
hexgonos na conexo parafusada deve permitir menos de 5 de movimentao
rotacional para sustentar uma junta parafusada estvel. Embora os novos desenhos
de parafusos tenham mantido o foco em aumentar a pr-carga na conexo
parafusada, tambm importante considerar que a desadaptao rotacional do
abutment de mais do que 5 aumenta significantemente a possibilidade de
afrouxamento do parafuso (Garine et al,. 2007). Jrnus et al. (1992) concluram
que conexes parafusadas podem se tornar mais resistentes ao afrouxamento de
parafusos eliminando-se a desadaptao rotacional.
1.3.4 Afrouxamento de Conexes Parafusadas
Conexes parafusadas implante/abutment tendem a afrouxar em condies
clnicas. Durante a moldagem e a confeco da prtese, apertos e afrouxamentos
sucessivos dos parafusos do abutment podem causar desgaste do componente e
diminuir a resistncia friccional das partes em contato, podendo causar resistncia
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ao afrouxamento alterada, e potencial perda de pr-carga em funo (Weiss et al.,
2000). A unidade parafusada de uma prtese sobre implante est sempre sujeita a
foras externas de separao da conexo. Estas foras podem incluir contatos
oclusais excntricos, contatos laterais excursivos, contatos interproximais entre
implantes e dentes naturais, foras parafuncionais e estruturas no-passivas. Uma
vez que estas foras de separao excedam a pr-carga do parafuso, a conexo se
torna instvel. As cargas externas rapidamente danificam a pr-carga, resultando e
micromovimento e vibrao, que levam ao afrouxamento do parafuso (Winkler et al.,
2003). Segundo Siamos et al. (2002), o parafuso de uma conexo parafusada s
afrouxa se as foras externas que induzem a separao das partes forem maiores
que a fora que as mantm unidas. Assim, as foras de separao da conexo no
devem ser eliminadas, mas sim mantidas abaixo do limite das foras de unio.
Portanto, os dois principais fatores envolvidos em manter os parafusos dos
implantes apertados so: maximizar a fora de travamento e minimizar as foras de
separao da conexo.
Um dos mecanismos que leva ao afrouxamento de parafusos o dobramento
excessivo da conexo. Se uma fora oblqua em uma restaurao
implantossuportada unitria causa carga maior do que o limite de proporcionalidade
do parafuso, deformao plstica ir acontecer, acarretando na perda de fora de
trao na haste do parafuso. Isto resulta na reduo das foras de contato entre o
abutment e o implante, e consequentemente, o parafuso se afrouxa mais facilmente
(Siamos et al., 2002).
O processo de afrouxamento ocorre em 2 estgios. Foras externas aplicadas
sobre a conexo parafusada que sejam suficientes para causar mesmo uma
pequena quantidade de deslizamento entre as roscas liberam parte do estiramento
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do parafuso, e parte da pr-carga perdida. No segundo estgio do afrouxamento, a
pr-carga se encontra abaixo de um valor crtico; foras externas e vibraes podem
causar rotao das espiras do parafuso. Neste ponto a conexo parafusada deixa de
exercer sua funo e falha (Burguete et al., 1994, Tzenakis et al., 2002).
Um mecanismo significante que resulta em afrouxamento do parafuso em
restauraes implantossuportadas o efeito de acomodao (settling effect,
embedment relaxation). O efeito de acomodao, que desempenha papel crtico na
estabilidade do parafuso, resultado do fato de que nenhuma superfcie
completamente lisa. No importa o cuidado tomado na usinagem da superfcie de
um implante, ela sempre ligeiramente rugosa quando observada ao microscpio.
Devido a essa microrugosidade, duas superfcies nunca esto completamente em
contato. A acomodao ocorre quando os pontos rugosos achatam sob carga, pois
eles so os nicos pontos em contato quando o torque inicial aplicado. Quando a
interface parafusada submetida a cargas externas, micromovimentos ocorrem
entre as duas superfcies. O desgaste das reas de contato aproxima as duas
superfcies. De 2% a 10% da pr-carga inicial perdida como resultado dessa
acomodao. Em conseqncia, o torque necessrio para remover um parafuso
menor do que o torque inicialmente utilizado para instal-lo. (Siamos et al., 2002;
Winkler et al., 2003). A magnitude do efeito de acomodao depende da rugosidade
inicial das superfcies, da dureza das superfcies, e da magnitude das foras de
carregamento. Superfcies rugosas e grandes cargas externas aumentam a
acomodao. Quando o efeito de acomodao total maior do que o alongamento
elstico do parafuso, este se torna frouxo, pois deixam de existir foras de contato
para segur-lo em posio. Para reduzir o efeito de acomodao, os parafusos de
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implantes devem ser reapertados 10 minutos aps a aplicao inicial de torque
(Winkler et al., 2003).
Vrias complicaes podem ocorrer como resultado de parafusos de reteno
frouxos. Pode haver tecido de granulao entre o abutment solto e o implante,
levando formao de fstulas, e infeco dos tecidos moles. Em adio, os
parafusos soltos esto mais sujeitos a fraturas sob carga, levando a complicaes
protticas, em longo prazo (Cho et al., 2004). O afrouxamento ou a fratura do
parafuso do abutment pode ser uma complicao severa, pois se torna necessrio
remover a restaurao para se ter acesso ao parafuso. Como resultado,
restauraes cimentadas podem ser danificadas ou destrudas neste processo
(Tsuge e Hagiwara, 2009).
A literatura no apresenta consenso sobre afrouxamento de parafusos,
havendo relatos de taxas de afrouxamento desde 2% at 40%. A causa mais
provvel da maioria dos afrouxamentos de parafusos o aperto inadequado dos
mesmos. Est comprovado que parafusos com encaixe sextavado para a chave de
torque podem ser apertados, mesmo manualmente, a um grau maior do que
parafusos fendados (Cho et al., 2004).
1.3.5 Determinao da Pr-Carga a Partir do Torque
O controle de torque o mtodo primrio utilizado na odontologia para aperto
dos parafusos dos abutments, e os fabricantes especificam o torque no qual os
parafusos precisam ser apertados para atingir a pr-carga ideal. Entretanto, existe
impreciso inerente aos torqumetros em geral, e variao significante entre
operadores e torqumetros, observada na implantodontia em particular. Isto significa
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que a pr-carga esperada pode no acontecer de fato. Embora a pr-carga seja
controlada pela aplicao de torque, ela tambm afetada por vrias outras
variveis, como fatores do desenho geomtrico (o passo de rosca, as dimenses do
sistema), as propriedades dos materiais dos componentes do implante (mdulo de
elasticidade e coeficiente de Poisson), assim como condies ambientais que
afetam as interaes dos materiais (variao da frico superficial devido ao estado
de lubrificao das superfcies de contato do parafuso do abutment e do orifcio do
implante). Existe um grau de incerteza sobre o efeito de cada uma destas variveis
na pr-carga obtida no complexo implante/abutment aps o aperto do parafuso
(Guda et al., 2008). Apertos manuais dos parafusos de implantes apresentam erros
de 15% a 48% do torque desejado. Operadores inexperientes tendem a sub-
torquear os parafusos, enquanto operadores experientes tendem a sobretorque-los
(Standlee et al., 2002).
A utilizao de torqumetros eletrnicos digitais de preciso para aplicar pr-
carga definida e a anlise das tolerncias de usinagem dos fabricantes ajudaram no
entendimento de como aperfeioar a mecnica das juntas em hexgono externo,
que continua a ser a mais popular at os dias de hoje (Norton et al., 1999).
Considerando diversos estudos na literatura, o torque de aperto do parafuso
de grande importncia na manuteno da pr-carga na conexo parafusada.
Portanto, assume-se que os valores do torque de desaperto registrados quando se
remove um parafuso de abutment so a medida da pr-carga remanescente no
parafuso (Khraisat et al., 2004). Segundo Shigley e Misonke (1989), a aferio do
torque um mtodo utilizado para avaliar a estabilidade da conexo parafusada,
verificando ou testando o apertamento do parafuso. O processo consiste em um
operador avanar o parafuso delicadamente na direo do aperto, observando o
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valor de torque inicial, utilizando um medidor de torque eletrnico. Se o torque inicial
ao qual o parafuso foi apertado conhecido, a aferio de torque pode fornecer
informaes a respeito do torque residual, e portanto, o potencial para afrouxamento
da conexo. Esta tcnica uma abordagem bem aceita na engenharia.
O valor de torque de aperto especfico para uma conexo parafusada
especfica vlido apenas para as primeiras instalaes do abutment; o uso
contnuo do mesmo parafuso parece alterar as propriedades do coeficiente de
frico da conexo, resultando em pr-carga inferior no parafuso, em apenas 5
instalaes. Esta queda pode variar de 30% a 60%. Os trabalhos in vitro tm
demonstrado que, entre os diversos sistemas testados, aqueles que mantiveram os
valores de torque de remoo mais altos continham elementos friccionais cnicos
(Copped et al., 2009).
Segundo Dailey et al. (2009), para superar o problema de instabilidade da
conexo entre o abutment e o implante, trs solues tcnicas vm sendo
desenvolvidas:
i. O parafuso do abutment vem evoluindo em relao ao desenho e aos
materiais, para maximizar a pr-carga;
ii. O torque aplicado ao parafuso do abutment tem aumentado;
iii. Conexes friccionais cnicas foram desenvolvidas.
A razo para utilizao da conexo cnica que ela reduz a vibrao
transmitida ao parafuso devido estabilidade da reteno friccional. A conexo usa
simultaneamente a conicidade entre o implante e o abutment e o componente
retentivo do parafuso para promover contato ntimo entre o implante e o abutment e
aumentar a resistncia ao micromovimento.
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No presente estudo, foi idealizado e desenvolvido experimentalmente um
parafuso de abutment com cabea cnica (parafuso cone morse), visando
proporcionar maior embricamento mecnico entre a cabea do parafuso e o seu
respectivo encaixe no abutment, com o objetivo de reduzir a incidncia de
afrouxamentos de parafusos nos diversos tipos de conexo prottica em implantes
osseointegrveis. As conexes cnicas apresentam uma mecnica distinta das
demais conexes: o contato ntimo entre as partes cnicas propicia uma resistncia
friccional entre os componentes, gerando um forte embricamento entre eles. So
muito utilizadas na rea mecnica devido ao seu alto grau de resistncia e preciso.
A ntima adaptao entre as peas propicia maior resistncia aos movimentos
rotacionais e vibrao. O formato cnico da cabea do parafuso foi proposto para
aumentar sua resistncia micro-movimentos, dificultando sua rotao e seu
afrouxamento. A hiptese formulada foi a de que o maior embricamento mecnico
do parafuso ao abutment atuaria como um fator de proteo pr-carga, reduzindo
a perda de torque dos parafusos cone morse. No existe, at o momento, qualquer
relato na literatura sobre a eficcia da utilizao de parafusos cnicos para a
reteno de abutments em restauraes implantossuportadas.
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2. REVISTA DA LITERATURA
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2. REVISTA DA LITERATURA
2.1 SISTEMAS DE CONEXO EXTERNA x SISTEMAS DE CONEXO INTERNA
2.1.1 Taxas de Sucesso e Complicaes Mecnicas
Um dos primeiros estudos internacionais apresentando taxas de sucesso
especficas para o tratamento com implantes osseointegrados foi o trabalho de Adell
et al. (1981). Neste artigo os autores relataram que durante um perodo de 15 anos
(1965-1980), 2.768 implantes de hexgono externo foram instalados em 410
arcadas de 371 pacientes consecutivos. A tcnica cirrgica e prottica foi
desenvolvida e avaliada por um perodo piloto de 5 anos. Os resultados de
procedimentos padronizados aplicados clinicamente com um perodo de observao
de 5 a 9 anos foi considerado como representativo do potencial do mtodo. Neste
grupo, 130 arcadas receberam 895 implantes, e destes, 81% dos implantes
maxilares e 91% dos implantes mandibulares permaneceram estveis. Aps o
primeiro anos em funo, a perda ssea foi de 1,5mm, e de 0,1mm anualmente,
aps este perodo.
Em 1989, foi publicado um estudo sobre os resultados clnicos obtidos com o
sistema de implantes IMZ, com conexo interna. De setembro de 1978 a setembro
de 1988, 3.088 implantes IMZ foram instalados em 1.401 casos consecutivos para
restaurar arcos parcial ou totalmente edntulos. Do total de implantes instalados,
334 implantes (10,8%) no foram acompanhados. Excludos da populao do
estudo, 2.754 implantes IMZ continuaram a ser acompanhados nos exames de
rotina. Durante o perodo do estudo, outros 61 implantes foram removidos devido a
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complicaes de tecidos moles. Portanto, a taxa de sucesso dos implantes IMZ
acompanhados neste perodo de 10 anos foi de 97,8% (Kirsch e Ackermann,
1989).
O primeiro estudo sobre implantes osseointegrados unitrios foi publicado por
Jemt et al. (1990). Neste estudo, os autores relataram o acompanhamento de 16
pacientes por 3 anos. 23 implantes foram instalados entre 1982 e 1985. Apenas um
dos 23 implantes falhou aps o perodo de 3 anos. Um dos implantes teve que ser
inativado e recoberto por razes protticas. Portanto, aps 3 anos, 21 implantes
continuavam em funo (91%). 13 restauraes foram trocadas 1 vez, e outras duas
foram trocadas 2 vezes, por problemas estticos ou mecnicos. As outras trs foram
refeitas devido a trauma, ou fratura da face esttica. 67% das restauraes
mostraram problemas de instabilidade mecnica pelo menos uma vez durante o
primeiro ano em funo, previamente s alteraes nos componentes. No terceiro
ano, aps as alteraes nas restauraes, 5% ainda apresentaram problemas
mecnicos. Apenas 8 restauraes (35%) se apresentaram estveis durante todo o
perodo do estudo. Fstulas foram associadas com restauraes instveis e mveis
em 17% dos casos. As fstulas foram resolvidas aps reaperto e limpeza dos
componentes. Os autores concluram que aps modificaes nos componentes e
nas tcnicas de tratamento, os implantes Brnemark puderam ser utilizados com
bons resultados para restaurar implantes unitrios.
No ano seguinte, Jemt et al. (1991) publicaram um estudo multicentro no qual
107 implantes unitrios foram instalados em 92 pacientes. A taxa de sucesso dos
implantes foi de 97,2% aps 1 ano de acompanhamento. Os autores ressaltaram
que o problema mais evidente durante o primeiro ano de acompanhamento foi o
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afrouxamento dos parafusos dos abutments; 26% dos parafusos tiveram que ser
reapertados.
Em estudo prospectivo multicentro, Laney et al. (1994) acompanharam 92
pacientes com restauraes unitrias sobre implantes do tipo Brnemark. Aps 3
anos de acompanhamento, 82 dos 92 pacientes inicialmente includos no estudo
continuaram a ser acompanhados. O sucesso cumulativo dos implantes aps 3 anos
foi de 97,2%. Uma das principais intercorrncias relatadas no estudo foi o
afrouxamento de parafusos, principalmente nas regies de incisivos e pr-molares
superiores. No acompanhamento de 3 anos, 10 coroas se encontravam frouxas e
foram torqueadas novamente. Em 5 destas coroas os parafusos de titnio foram
trocados por parafusos de ouro, o que segundo os autores eliminou o problema. Os
autores comentaram tambm que, com a utilizao do parafuso de ouro, ocorreu a
diminuio dos micromovimentos do abutment, o que promoveu a reduo da
ocorrncia de fstulas, inflamao gengival e hiperplasias ao redor das restauraes.
Becker e Becker (1995) realizaram estudo clnico no qual 22 pacientes
receberam 24 implantes para restaurao de molares unitrios com prteses
implantossuportadas. O acompanhamento dos pacientes foi de 24 meses em mdia.
A taxa de sucesso cumulativo dos implantes foi de 95%, com apenas perda.
Afrouxamento do parafuso prottico aconteceu em oito implantes, entre 1 e 3 vezes
(38%). No foram relatadas ocorrncias de fraturas dos implantes ou das coroas. Os
autores concluram que a restaurao de molares ausentes com coroas parafusadas
sobre implantes unitrios foi uma conduta previsvel; entretanto, foi observada alta
incidncia de afrouxamentos do parafuso prottico.
Um estudo do mesmo ano acompanhou 56 pacientes com instalao de 240
implantes Brnemark, de 2 a 4 meses aps o carregamento dos mesmos. A taxa de