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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental Ana Neri da Paz Justino

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Ana Neri da Paz Justino

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Ana Neri da Paz Justino

Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Livro-texto EaD

Natal/RN2010

Page 3: 1906

J96d Justino, Ana Neri da Paz. Desenvolvimento e sustentabilidade ambiental / Ana Neri da Paz Justino. – Natal: EdUnP, 2010. 188p. : il. ; 20 X 28 cm

Ebook – Livro eletrônico disponível on-line. ISBN 978-85-61140-06-9

1. Sustentabilidade ambiental. I. Título.

RN/UnP/BCSF CDU 504.064.2

DIRIGENTES DA UNIVERSIDADE POTIGUAR

ChancelariaProf. Paulo Vasconcelos de Paula

ReitoriaProf.ª Sâmela Soraya Gomes de Oliveira

Pró-Reitoria de GraduaçãoProf.ª Sandra Amaral de Araújo

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-GraduaçãoProf. Aarão Lyra

Pró-Reitoria de Extensão e Ação ComunitáriaProf.ª Jurema Márcia Dantas da Silva

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DA UNIVERSIDADE POTIGUAR - UnP

Coordenação Geral Prof. Barney Silveira ArrudaProf.ª Luciana Lopes Xavier

Coordenação AcadêmicaProf.ª Flávia Helena Miranda de Araújo Freire

Coordenação PedagógicaProf.ª Edilene Cândido da Silva

Coordenação de Produção de Recursos Didáticos

Prof.ª Michelle Cristine Mazzetto Betti

Revisão de Estrutura e Linguagem EaDProf.ª Priscilla Carla Silveira MenezesProf.ª Úrsula Andréa de Araújo SilvaProf.ª Thalyta Mabel Nobre Barbosa

Coordenação de Produção de VídeosProf.ª Bruna Werner Gabriel

Coordenação de Logística Helionara Lucena Nunes

Assistente AdministrativoGabriella Souza de Azevedo Gibson Marcelo Galvão de Sousa Giselly Jordan Virginia Portella

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Ana Neri da Paz Justino

Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Livro-texto EaD

Natal/RN2010

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EQUIPE DE PRODUÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS

OrganizaçãoProfª. Michelle Cristine Mazzetto Betti

Prof.ª Luciana Lopes Xavier

Coordenação de Produção de Recursos DidáticosProf.ª Michelle Cristine Mazzetto Betti

Revisão de Estrutura e Linguagem em EaDProf.ª Priscilla Carla Silveira MenezesProf.ª Thalyta Mabel Nobre BarbosaProf.ª Úrsula Andréa de Araújo Silva

Ilustração do MascoteLucio Masaaki Matsuno

EQUIPE DE EDITORAÇÃO GRÁFICADelinea - Tecnologia Educacional

Coordenação de EditoraçãoCharlie Anderson Olsen

Larissa Kleis Pereira

Coordenação PedagógicaProf.ª Margarete Lazzaris Kleis

IlustraçõesAlexandre Beck

Revisão Gramatical e NormativaMorgana do Carmo Andrade Barbieri

DiagramaçãoRegina Cortellini

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CON

HEC

END

O O

AU

TOR

Profª. AnA neri dA PAz Justino

Olá, como vai? No período dessa disciplina, estaremos muito

“próximos” e, por isso, gostaria de me apresentar. Eu sou graduada

em Turismo e Especialista em Educação Ambiental, ambas pela

Universidade Potiguar-UnP.

Atualmente sou professora DNS II desta instituição, onde

leciono disciplinas ligadas às Escolas de Comunicação e Artes,

Gestão e Negócios e Hospitalidade e Gastronomia, bem como

da Pós-graduação. Também nessa instituição, sou coordenadora

do Laboratório de Lazer do Curso de Turismo (Projeto Sabor de

Brincar: Brinquedoteca Cultural) e do curso de Pós-Graduação Lato

Sensu em Gestão e Organização de Eventos.

Ainda exerço a função de Professora Bolsista no Projeto

Barco-Escola Chama-Maré, uma proposta de educação ambiental e

patrimonial do IDEMA, executado pela FUNDEP, que é a fundação

para a pesquisa da Universidade Potiguar.

Como experiência profissional na área de Desenvolvimento e

Sustentabilidade, posso elencar as atividades a seguir:

• Ministrei vários blocos curriculares em diversos cursos profis-

sionalizantes no Centro Educacional Dom Bosco (Consórcio

Social da Juventude de Natal e Região Metropolitana), Insti-

tuto Potiguar de Juventude e Cidadania, Ministério do Turis-

mo e SENAC/RN;

• Fui responsável pelo Bloco do Conhecimento Educação Am-

biental, oferecido pela Pós-Graduação Lato Sensu em Ensino

Fundamental em Parnamirim-RN, oferecida pela UnP, além da

orientação de vários trabalhos de conclusão de curso da gra-

duação e pós-graduação com esta mesma temática;

• Proferi várias palestras em instituições de ensino médio sobre

a questão ambiental e suas implicações por ocasião da reali-

zação de Semanas de Meio Ambiente;

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• Sou Gestora Ambiental do Programa Nacional de Gestores Ambientais; vin-

culado ao Ministério do Meio Ambiente;

• Faço parte do quadro de consultores Start Pesquisa e Consultoria Técnica

Ltda.;

• Atuei por oito anos à frente da Coordenadoria de Turismo da Secretaria de

Infraestrutura, Meio Ambiente e Turismo do Município de Ceará-Mirim/RN.

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CON

HEC

END

O A

DIS

CIPL

INA

desenVoLViMento e sustentABiLidAde AMBientAL

Olá! Você está iniciando o estudo da disciplina Desenvolvimento

e Sustentabilidade Ambiental. Ao final da mesma, você deverá

ter apreendido os seguintes conteúdos curriculares: Cidadania

Planetária e Desenvolvimento Sustentável, Ecologia Humana e

Economia Solidária.

No decorrer dos nossos estudos, você perceberá o quanto

as questões que cercam essa temática estão diretamente ligadas

à cultura de cada povo, bem como que, para o alcance do

desenvolvimento sustentável, surge a necessidade de mudança de

postura, especialmente no que diz respeito ao consumo.

Assim serão tratados temas envolvendo a questão de ética,

o desenvolvimento sustentável e as novas possibilidades de

apropriação da natureza. Além desses, também trataremos de

questões relacionadas à participação da sociedade por meio do

movimento ambientalista, juntamente com as novas formas de

produção atreladas à cooperação e à autogestão, a exemplo da

economia solidária.

A escolha dos conteúdos componentes dessa disciplina se deve

ao fato de que a cada dia precisamos pautar nossa atuação profissional

em princípios que levem ao consumo racional dos recursos, de modo

a garantir a qualidade ambiental para todos os seres vivos.

É evidente que você, como aluno da UnP, não poderia ficar

de fora dessas discussões, tendo em vista que nosso interesse é

formar profissionais polivalentes e capazes de se adaptar às novas

situações, e a problemática ambiental é uma delas.

Espero que este seja o início de uma caminhada exitosa rumo

ao Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental!

Desejo a você bons estudos!

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PLA

NO

DE

ENSI

NO

CURSO: NEaD - DISCIPLINAS DE GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA

DISCIPLINA: DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

PROFESSORA AUTORA: ANA NERI DA PAz JUSTINO

MODALIDADE: A DISTÂNCIA

1 IdentIfIcação

Cidadania Planetária e Desenvolvimento Sustentável, Ecologia Humana, Economia Solidária.

2 ementa

Estimular nos discentes a adoção de posturas éticas, socialmente justas, ecologicamente corretas e economicamente viáveis, de modo que os mesmos apresentem formas de utilização do meio ambiente que possibilitem o tempo necessário para recomposição dos ecossistemas, explicando como os movimentos sociais são um ingrediente fundamental para o estímulo do protagonismo dos indivíduos deixados à margem do sistema capitalista, bem como, para a validação da causa ambiental por meio da demonstração de possibilidades de adoção da economia solidária como sistema econômico alternativo ao capitalismo econômico.

3 objetIvo

• Perceber como as questões ambientais estão relacionadas com posturas adotadas na utilização dos recursos naturais;

• Compreender a abrangência do tema sustentabilidade ambiental;

• Caracterizar a gestão responsável como um caminho para o desenvolvimento socialmente justo, ambientalmente sustentável e economicamente viável;

• Identificar as estratégias e os desafios para a promoção da participação da sociedade como um todo no movimento ambientalista;

4 HabIlIdades e competêncIas

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Formação de profissionais comprometidos com o bem-estar da coletividade e do meio ambiente, não permitindo que os interesses econômicos se sobreponham aos demais, de modo que sua atuação profissional leve em conta os princípios e as dimensões da sustentabilidade ambiental, mesmo que para isso os projetos por eles desenvolvidos gerem menor lucratividade.

5 valores e atItudes

UNIDADE I

• A questão ambiental, a educação e suas implicações: a ética, a moral e a justiça ecológica;

• Princípios e dimensões da sustentabilidade: econômica, social, ecológica, cultural e espacial;

• O desenvolvimento sustentável;

• Ecologia humana - um novo olhar para o desenvolvimento.

UNIDADE II

• O movimento ambientalista a partir da visão holística: homem x natureza;

• Economia solidária: perspectivas de gestão com foco no futuro;

• Políticas públicas para a economia solidária: estímulo à autogestão e ao cooperativismo;

• Desenvolvimento comunitário x desenvolvimento estratégico.

6 conteúdos programátIcos

• Perceber a economia solidária como ferramenta de alcance para o desenvolvimento sustentável a partir da cultura do desenvolvimento comunitário;

• Executar sua atividade profissional orientada pelos princípios da ética ambiental;

• Pesquisar formas de uso sustentável dos recursos naturais, considerando a capacidade de regeneração dos ecossistemas;

• Participar ativamente das decisões políticas de sua localidade;

• Desenvolver estratégias de promoção ao desenvolvimento local.

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• Pontualidade e assiduidade na entrega das atividades (propostas no material didático impresso (livro-texto) e/ou no Ambiente Virtual de Aprendizagem) solicitadas pelo Tutor;

• Realização das avaliações presencias obrigatórias nos encontros presenciais obrigatórios.

8 atIvIdades dIscentes

A avaliação ocorrerá em todos os momentos do processo ensino-aprendizagem, considerando:

• Leitura do material didático impresso (livro-texto);

• Interação com tutor por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem;

• Realização de atividades propostas no material didático impresso (livro-texto) e/ou no Ambiente Virtual de Aprendizagem;

• Aprofundamento nos temas por pesquisas extras ao material didático impresso (livro-texto).

9 procedImentos de avalIação

• Utilização de material didático impresso (livro-texto);

• Interação pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem;

• Utilização de material complementar (sugestão de filmes, livros, sites, músicas, ou outro meio que mais se adéque à realidade do aluno).

7 procedImentos metodológIcos

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BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: ética do humano - compaixão da Terra. 7ª ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

SANTOS, Milton. O Espaço do Cidadão. 7ª ed. São Paulo: EDUSP, 2007.

12.2 bIblIografIa complementar

12.3 bIblIografIa Internet

GADOTTI, Moacir. Economia solidária como práxis pedagógica. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2009.

NASCIMENTO, Elimar Pinheiro do & VIANNA, João Nildo.(orgs). Dilemas e Desafios do Desenvolvimento Sustentável no Brasil. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.

LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 7ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.

12.1 bIblIografIa básIca

Disponível em: <http://www.mte.gov.br/ecosolidaria/pub_avaliacao_politicas_publicas.pdf>. Acesso em: 05 nov. 2009.

Disponível em: <http://www.unitrabalho.org.br/noticias/artigos/pdf/economiasolidaria.pdf>. Acesso em: 05 nov. 2009.

12 bIblIografIa

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SUM

ÁRI

O

Capítulo 1 - A questão ambiental, a educação e suas implicações: a ética, a moral e a justiça ecológica .......................................................... 171.1 Contextualizando ........................................................................................................... 171.2 Conhecendo a teoria ..................................................................................................... 18 1.2.1 A questão ambiental na atualidade .............................................................. 18 O começo de tudo: o crescimento pautado no consumismo ...........................................18 1.2.2 A sustentabilidade das ações antrópicas .................................................... 21 1.2.3 A educação como ferramenta para o uso sustentado do planeta ..... 24 1.2.4 A ética, a moral e a justiça ecológica como premissas para a mudança de postura ............................................................................. 28 A ação baseada na ética e na moral ............................................................................................301.3 Aplicando a teoria na prática ..................................................................................... 321.4 Para saber mais ............................................................................................................... 351.5 Relembrando ................................................................................................................... 361.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................. 36Onde encontrar ...................................................................................................................... 37

Capítulo 2 - Princípios e dimensões da sustentabilidade: econômica, social, ecológica, cultural e espacial ...................................... 392.1 Contextualizando ........................................................................................................... 392.2 Conhecendo a teoria ..................................................................................................... 40 2.2.1 A sustentabilidade econômica ........................................................................ 40 2.2.2 A sustentabilidade social .................................................................................. 44 2.2.3 A sustentabilidade ecológica........................................................................... 46 2.2.4 A sustentabilidade cultural ............................................................................... 49 2.2.5 A sustentabilidade espacial .............................................................................. 512.3 Aplicando a teoria na prática ..................................................................................... 532.4 Para saber mais ............................................................................................................... 562.5 Relembrando .................................................................................................................. 572.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................. 57Onde encontrar ...................................................................................................................... 58

Capítulo 3 - O desenvolvimento sustentável............................................. 593.1 Contextualizando ........................................................................................................... 593.2 Conhecendo a teoria ..................................................................................................... 60 3.2.1 Entendendo o desenvolvimento .................................................................... 60 3.2.2 Prevenção como condição para o desenvolvimento sustentável ...... 63 3.2.3 O papel das políticas públicas para garantir o desenvolvimento

sustentável ............................................................................................................. 65 3.2.4 Gestão sob a ótica ambiental: um caminho para a harmonia ............. 68 A matriz energética ..........................................................................................................................69 O uso e ocupação do solo ...............................................................................................................71 A geopolítica como diretriz de caminhos .................................................................................72 A educação como um mecanismo de revolução ...................................................................733.3 Aplicando a teoria na prática ..................................................................................... 753.4 Para saber mais ............................................................................................................... 773.5 Relembrando .................................................................................................................. 783.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................. 78Onde encontrar ...................................................................................................................... 79

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Capítulo 4 - Ecologia humana - um novo olhar para o desenvolvimento ................... 814.1 Contextualizando .................................................................................................................................... 814.2 Conhecendo a teoria .............................................................................................................................. 82 4.2.1 Comentando a ecologia humana ........................................................................................... 82 4.2.2 Uma relação complexa: o homem e a natureza................................................................. 84 O homem como centro da natureza ......................................................................................................................... 85 O homem como parte da natureza ........................................................................................................................... 86 4.2.3 O processo interativo homem x natureza ............................................................................ 88 O equilíbrio proporcionado pelo saber ambiental .............................................................................................. 89 As estratégias de manejo como garantia de sustentabilidade ....................................................................... 91 As tecnologias limpas e o consumidor verde ........................................................................................................ 934.3 Aplicando a teoria na prática .............................................................................................................. 964.4 Para saber mais ........................................................................................................................................ 984.5 Relembrando ........................................................................................................................................... 994.6 Testando os seus conhecimentos ....................................................................................................100Onde encontrar .............................................................................................................................................101

Capítulo 5 - O movimento ambientalista a partir da visão holísitca: homem x natureza .........................................................................................................1035.1 Contextualizando ..................................................................................................................................1035.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................104 5.2.1 O princípio de tudo: o homem se apropria da natureza ..............................................104 5.2.2 O despertar da conscientização ............................................................................................106 5.2.3 O significado do movimento ambientalista ......................................................................107 5.2.4 A participação social para garantir o uso e manejo dos recursos de maneira Sustentável ............................................................................................................109 5.2.5 Separando o joio do trigo ........................................................................................................111 5.2.6 Desafios para a visão holística homem x natureza ........................................................113 A democracia como meta do movimento ambientalista ...............................................................................114 O impacto do discurso ambientalista ....................................................................................................................115 Estimular estratégias para transformar a racionalidade econômica dominante ...................................115 Um estado multiétnico como garantia de sustentabilidade ........................................................................116 As disparidades dos interesses entre países desenvolvidos e em desenvolvimento ..........................1175.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................1185.4 Para saber mais ......................................................................................................................................1205.5 Relembrando .........................................................................................................................................1215.6 Testando os seus conhecimentos ...........................................................................................................121Onde encontrar .............................................................................................................................................122

Capítulo 6 - Economia solidária: perspectivas de gestão com foco no futuro ........................................................................................................1236.1 Contextualizando ..................................................................................................................................1236.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................124 6.2.1 Economia solidária: muito prazer! ........................................................................................124 6.2.2 A educação transformadora como caminho para a economia solidária ................126 A renovação do sistema educacional para o alcance do aprendizado solidário ...................................128 A organização do saber para o alcance do trabalho decente .......................................................................130 Educação cooperativa como princípio para a autogestão ............................................................................131

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6.2.3 A economia solidária como alternativa de desenvolvimento sustentável ............1336.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................1386.4 Para saber mais ......................................................................................................................................1396.5 Relembrando .........................................................................................................................................1416.6 Testando os seus conhecimentos ....................................................................................................141Onde encontrar .............................................................................................................................................142

Capítulo 7 - Políticas públicas para a economia solidária: estímulo à autogestão e cooperativismo ....................................................................................1437.1 Contextualizando ..................................................................................................................................1437.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................144 7.2.1 Um pouco de política pública ................................................................................................144 7.2.2 Política pública e economia solidária ..................................................................................146 7.2.3 As parcerias entre o poder público e os movimentos sociais para

autogestão e a economia solidária .......................................................................................150 7.2.4 A comunicação como ferramenta para a economia solidária ....................................152 7.2.5 As redes de cooperação para a economia solidária .......................................................1547.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................1577.4 Para saber mais ......................................................................................................................................1587.5 Relembrando ..................................................................................................................................................1607.6 Testando os seus conhecimentos ....................................................................................................160Onde encontrar .............................................................................................................................................161

Capítulo 8 - Desenvolvimento comunitário x desenvolvimento estratégico ...........1638.1 Contextualizando ..................................................................................................................................1638.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................164 8.2.1 Entendendo a cultura do desenvolvimento comunitário ............................................164 8.2.2 Algumas iniciativas de estímulo ao desenvolvimento comunitário estratégico ...........................................................................................................167 8.2.3 O desenvolvimento comunitário na prática .....................................................................173 8.2.4 A sustentabilidade alicerçada no desenvolvimento comunitário .............................1768.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................1788.4 Para saber mais ......................................................................................................................................1808.5 Relembrando ..........................................................................................................................................1818.6 Testando seus conhecimentos .........................................................................................................182Onde encontrar .............................................................................................................................................182

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental 17

1.1 Contextualizando

Três temáticas fundamentam a questão ambiental e a educação: a ética,

a moral e a justiça ecológica. Neste sentido, a necessidade da abordagem de

tais conteúdos se faz eminente para que você compreenda os alicerces em que

está fundamentada a problemática ambiental, constituindo-se assim na base

para todo percurso deste livro texto.

Chamar sua atenção para esse fato é pertinente nesse momento,

pois, à medida que compreendemos o contexto dos problemas ambientais

planetários, ficamos sensíveis para assumirmos uma postura que contemple

a busca para a resolução dos mesmos.

Neste sentido, perceber a importância do conteúdo proposto para

este capítulo é ferramenta indispensável para um entendimento coerente

a respeito da disciplina Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental.

Assim, esperamos que, ao final deste capítulo, você esteja apto a:

• Descrever as questões ambientais atuais;

• Identificar como a ética, a moral e a justiça estão ligadas às questões

ambientais;

• Despertar sua responsabilidade individual para a manutenção da quali-

dade ambiental;

• Optar por ações de promoção a justiça ecológica.

A QUESTãO AMBIENTAL, A EDUCAçãO E SUAS IMPLICAçõES:

A ÉTICA, A MORAL E A JUSTIçA ECOLógICA

CAPÍTULO 1

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

18

Vale salientar que muitas das questões a serem analisadas constituem

o nosso dia a dia e cada um de nós tem a responsabilidade para contribuir

na formação de uma sociedade com cidadania planetária, capaz de cooperar

para a inclusão do tema sustentabilidade no seu cotidiano.

Esperamos que esta seja mais uma experiência produtiva e enriquecedora

para você.

1.2 Conhecendo a teoria

1.2.1 A questão ambiental na atualidade

Iniciaremos nossa discussão com algumas perguntas:

Como você visualiza a problemática ambiental atual?

Você acha que estamos vivendo uma crise de várias ordens (clima, valores, atitudes, etc.)?

Em caso afirmativo, como você se vê diante de tudo isso?

REFLEXÃO

Ficou inquietado com os questionamentos apresentados na reflexão?

Eles são o ponto de partida da nossa conversa. Para que você compreenda

melhor a questão ambiental, é preciso fazer uma retrospectiva dos fatos

que a cercam, bem como suas consequências para o mundo. Para facilitar

seu entendimento, vamos fazer uma retrospectiva de fatos que marcaram a

apropriação ambiental a partir da Revolução Industrial.

o começo de tudo: o crescimento pautado no consumismo

Com o advento da Revolução Industrial surge um modelo de crescimento

econômico pautado no consumismo imediatista. Esse consumo vem acarretar

um colapso nas reservas do planeta, pois, à medida que se retira do ambiente

mais do que o necessário para a sobrevivência humana, não se dá o devido

tempo para sua renovação. Infelizmente, o despertar para essa realidade

ainda é muito recente a partir da década de 1960.

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

19

Nesse contexto, cabe elencar fatos condicionantes para essa postura

reflexiva, responsável por uma nova visão do ambiente. Pode-se considerar

um marco nesse processo o ano de 1962, quando a jornalista Rachel Carson

publica o livro Primavera Silenciosa. Daquele momento em diante ocorrem

inúmeros encontros com a intenção de discutir a crise ambiental, bem como

medidas mitigadoras, ou seja, que minimizem os impactos das intervenções

humanas na natureza. Observe o quadro 1 e verifique os eventos ocorridos

desde a década de 1960:

Ano eventos

1968 Clube de Roma - Publicação do estudo Limites do crescimento (culpava o crescimento populacional dos países pobres e não os padrões de consumo). Este momento foi um marco para a problemática ambiental em nível planetário

1972 Estocolmo (Suécia) - 1ª Conferência Mundial de Meio Ambiente Humano, cujo tema foi a poluição industrial. Nessa conferência, o Brasil adota a seguinte postura “a poluição é o preço que se paga pelo progresso”, ainda sobre Estocolmo: educar o cidadão para a resolução de problemas ambientais, ou seja, Educação Ambiental (EA). Nesse período, surge o conceito de ecodesenvolvimento, formulado pelo economista polonês Ignacy Sachs que, anos depois, daria origem à expressão desenvolvimento sustentável (BUARQUE, 2007).

1975 Belgrado (Iugoslávia) - Carta de Belgrado (objetivos da EA).

1977 Conferência intergovernamental sobre educação ambiental em Tibílissi (Geórgia, ex URSS) – Tradado sobre EA.

1987 Gro-Brundtland (Ministra da Noruega) – reuniões em várias cidades do mundo resultando no livro Nosso Futuro Comum ou Relatório de Brundtland (conceito de desenvolvimento sustentável mais conhecido).

1992 Rio 92 - AGENDA 21, mudanças climáticas, biodiversidade.

2002 Rio+10 (Johannesburg – África do Sul): poucos avanços, pois os governos dos países em desenvolvimento ficaram mais preocupados em aplicar o Consenso de Washington e os programas de ajuste estrutural do FMI do que em implementar as recomendações da Agenda 21.

2009 Cerca de 180 países se reuniram em Copenhague (Dinamarca) em dezembro para tentar estabelecer um acordo que substituísse o Protocolo de Kyoto, o principal instrumento da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a mudança climática, que expira em 2012. Os resultados do evento foram inexpressivos.

Quadro 1: Eventos para discutir os efeitos do crescimento pautado no consumismo

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

20

Diante desses aspectos, temas como: mudanças climáticas, aquecimento

global, escassez de recursos naturais, crise energética, desertificação, reciclagem,

entre outros relacionados ao fim, ou a modificação de determinados ciclos

da natureza permeiam as discussões nos variados níveis sociais, tendo em

vista que todos (sem exceção) já começam a sentir os efeitos da degradação

ambiental vigente.

Tratar dos temas apresentados no parágrafo anterior é destacar o

quanto as ações humanas têm impactado o ambiente, causando malefícios

a todos. Acreditamos, ainda, que tenhamos verificado como tais impactos

são provenientes da nossa cultura voltada para o consumo exacerbado, com

destaque especial para o povo do Ocidente, a partir de uma visão egocêntrica

de mundo visando a atender apenas aos interesses econômicos.

Conforme demonstrado, esse modelo de desenvolvimento, pautado no

consumismo, não atende mais a oferta de recursos do planeta. Tal fato torna

emergente uma mudança de postura, ou seja, o chamado ecodesenvolvimento,

que tem como premissa usufruir os recursos sem comprometer sua utilização

futura.

Agora, retomamos as perguntas iniciais da nossa conversa, acrescentando

mais uma: com essa leitura, você é capaz de se sentir responsável pela

problemática ambiental da atualidade?

EXPLORANDO

Caso sua resposta seja afirmativa, é hora de optar por novas atitudes de consumo dos recursos do planeta. Em caso negativo, sugerimos o acesso ao endereço eletrônico http://planetasustentavel.abril.com.br/download/stand2-painel5-agua-por-pessoa2.pdf para verificar o consumo de água em várias partes do mundo.

E aí, conseguiu perceber o quanto são emergentes ações que minimizem

os impactos ambientais? Neste caso, muito do que precisa ser feito faz parte

das decisões tomadas por cada indivíduo na hora do consumo.

Page 22: 1906

Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

21

1.2.2 A sustentabilidade das ações antrópicas

No item anterior, tivemos um panorama da atual situação da problemática

ambiental, trazendo os principais apontamentos que permeiam o tema. Ficou

perceptível que a ação antrópica (ação do homem) tem grande influência nos

números da devastação e que a preocupação com estas questões são oriundas

da segunda metade do século XX. Com elas, surge o desafio para a conquista

do desenvolvimento voltado para a sustentabilidade.

Assim, iniciam-se as discussões na comunidade internacional para a

divisão dos custos desse processo, que prevê nada menos que a revisão do

modelo econômico vigente alicerçado no consumismo.

Por isso, tantos encontros, seminários, congressos e acordos, conforme

elencados no item anterior, ocorreram e continuam ocorrendo visando à

solução da crise ambiental mundial. Assim, há uma difusão do discurso da

sustentabilidade, entretanto, a prática para alcançar tal premissa anda a

passos lentos, pois muito se fala e pouco se faz para alcançá-la.

A incidência dessa situação se dá em função de fatores como as

disparidades entre os países ricos e pobres e suas formas de crescimento,

bem como seus interesses individuais. “Esses interesses se manifestaram nas

dificuldades para conseguir acordos internacionais sobre os instrumentos

jurídicos para orientar a passagem para a sustentabilidade” (LEFF, 2008, p. 21).

Para que você compreenda o significado de sustentabilidade, é importante

conhecer o conceito de desenvolvimento sustentável.

CONCEITO

Desenvolvimento sustentável é um processo que permite satisfazer as necessidades da população atual sem comprometer a capacidade de atender as gerações futuras (ONU,1987).

Page 23: 1906

Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

22

Percebe-se aí não somente uma crise ambiental, mas, sim, uma crise

de valores, na qual ninguém quer perder sua fatia de um bolo que já está

passando do ponto e que, se não tivermos o cuidado adequado, trará efeitos

irreversíveis. Diante disso, é visível como a ação do homem tem relevância no

enfrentamento dessa questão, ou seja, a minimização da citada crise perpassa

por discussões de ordem econômica, social, ecológica, cultural e espacial.

Alex Rio Brazil

Figura 1 - Homem se apropriando dos recursos do planeta Terra.

Esse impasse pode ser entendido por duas ordens de posicionamento: um

macro, que depende das articulações internacionais provenientes dos acordos

gerados nas intensas rodadas de negociações dos grandes encontros; e outro

micro, que dependente das nossas ações individuais e cotidianas. Para ilustrar

essa afirmativa, utilizamos o jargão bastante difundido: agir local, pensar global.

Você deve estar percebendo o quanto nossa conversa gira em torno de

uma temática, a ação antrópica como divisor de águas para a minimização

dos impactos ao meio ambiente. E que homem é esse? É o Presidente da

República, é o grande industrial, o presidente de uma transnacional, é o

proprietário de uma madeireira e é você. Ficou surpreso com a sua inclusão

no rol dos responsáveis?

Em caso afirmativo, não fique, pois é você quem elege o presidente da

república e todos os outros cargos eletivos existentes, cuja responsabilidade

é defender nossos interesses. Além disso, você consome os bens e serviços

produzidos e comercializados pelas indústrias e corporações transnacionais

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

23

sem nem perguntar a procedência dos insumos (matéria-prima, energia) tão

pouco as condições de trabalho daqueles que os produziram.

Continua achando que não tem nada a ver com isso? Então, responda

essa pergunta: você sabe a origem da madeira queimada para fabricar o pão

que vai para sua mesa todos os dias, ou, se os grãos constantes na sua pirâmide

alimentar, bem como a madeira dos móveis da sua casa são fruto de uma área

desmatada de forma ilegal ou subtraída de uma população tradicional?

EXPLORANDO

Acesse os artigos a seguir e reflita como a falta de conhecimento da origem dos produtos que consumimos pode contribuir para o caos ambiental instalado no planeta.

Desmatamento, perda de biodiversidade e pobreza.

http://www.eco21.com.br (artigo publicado na edição 80 da revista)

2030: o ano final do Cerrado (Estudos da ONg ambientalista Conservação Internacional Brasil indicam que o Cerrado deverá desaparecer até 2030).

http://ambientes.ambientebrasil.com.br/florestal/artigos.html

Parece que, individualmente, não estamos isentos da responsabilidade

com o quadro crítico em que o planeta se encontra, pois o consumismo

desenfreado, ou seja, insustentável, é o grande responsável pelo mesmo. Isso

significa dizer que o modelo econômico vigente não tem permitido às reservas

naturais o tempo necessário para sua recomposição.

LEMBRETE

Lembre-se que o conceito de desenvolvimento sustentável apresentado no Relatório de Bruntland é bem claro, quando diz que é preciso consumir somente o necessário para a nossa sobrevivência, levando em considerações as necessidades das gerações futuras.

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

24

Os condicionantes apresentados até o momento demonstram a

necessidade de um caminho em direção a mudança. Nele, verifica-se a educação

como um fator crucial na tentativa da sensibilização dos indivíduos para a

mudança de postura, de modo que cada um se sinta responsável e mobilize

esforços para a realização de um trabalho lento e gradual de transformação,

semelhante ao das formiguinhas.

A esse respeito, Boff (2004, p.27) destaca que

Importa construir um novo ethos que permita uma nova convivência entre os humanos com os demais seres da comunidade biótica, planetária e cósmica; que propicie um novo encantamento face à majestade do universo e à complexidade das relações que sustentam todos e cada um dos seres. [...] A casa humana hoje não é mais o estado-nação, mas a Terra como pátria/mátria comum da humanidade.

Isso significa dizer que realmente são necessárias novas posturas de

sobrevivência, implicando em atitudes de cuidado, tendo por princípio a

atenção, o zelo e o desvelo (BOFF, 2004). Por se tratarem de posicionamentos

individuais com reflexo no coletivo, é pertinente ressaltar que o compromisso

gerado em Estocolmo em 1972 precisa ser reafirmado sempre, ou seja, a

educação ambiental permanente (seja ela formal, informal ou não formal),

pois é perceptível que, além dos interesses econômicos, estão também incluídas

questões socioculturais no contexto ambiental.

1.2.3 A educação como ferramenta para o uso sustentado do planeta

Recapitulando nossa conversa inicial, lembra das quatro perguntas

que lhe foram feitas? Acreditamos que os dados tratados nesse capítulo

explicitam que você e eu somos tão responsáveis por cuidar do planeta

quanto os representantes políticos de países como Estados Unidos e China,

grande poluidores mundiais.

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

25

“Quando dizemos, por exemplo: “nós cuidamos de nossa casa” subentendemos múltiplos atos como: preocupamo-nos com as pessoas que nela habitam dando-lhes atenção, garantindo-lhes as provisões e interessando-nos com o seu bem-estar. Cuidamos da aura boa que deve inundar cada cômodo, o quarto, a sala e a cozinha. zelamos pelas relações de amizade com os vizinhos e de calor com os hóspedes. Desvelamo-nos para que a casa seja um lugar de benquerença deixando saudades quando partimos e despertando alegria quando voltamos. Alimentamos uma atitude geral de diligência pelo estado físico da casa, pelo terreno e pelo jardim. Ocupamo-nos do gato e do cachorro, dos peixes e dos pássaros que povoam nossas árvores. Tudo isso pertence à atitude do cuidado material, pessoal, ecológico e espiritual da casa” (BOFF, 2004, p. 33).

Isso significa lembrá-lo que o ser humano é um animal racional, portanto,

desde o nascimento adquire conhecimento e discernimento do que é benéfico ou

maléfico, seja usando o senso comum ou por meio do conhecimento científico. Fica

evidente que a educação é um processo permanente, sendo importante reforçar

a significância de sua contribuição para a utilização sustentável do planeta.

Visite o endereço eletrônico http://www.mma.gov.br/ e procure no campo de pesquisa a publicação Aqui é onde eu moro, aqui nós vivemos: escritos para conhecer, pensar e praticar o Município Educador Sustentável, constantes na série desafios da educação ambiental. Leia o conteúdo do capítulo três (O meu e deles, o nosso e o de todos nós) e faça um resumo crítico do mesmo.

DESAFIO

Para que a EA ocorra a contento, é importante sempre retomar seus

objetivos e características estabelecidos na Conferência de Tbilisi (CEI, Geórgia)

realizada de 14 a 26 de outubro de 1977.

Assim, é interessante observar que, a partir de um processo onde

apreendamos como funciona o ambiente, a forma como dependemos dele,

como nossas atitudes, por mais simples que pareçam, são fornecedoras de

Page 27: 1906

Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

26

impactos, encontraremos mecanismos para a promoção da sustentabilidade.

E é nessa premissa que consiste uma EA consciente, crítica e transformadora,

capaz de fomentar atitudes revolucionárias para o enfrentamento da

problemática vigente. Para reforçar seu entendimento, o esquema, a seguir,

demonstra os caminhos para a EA transformadora.

E.A

CONHECIMENTOCOMPREENSÃOHABILIDADESMOTIVAÇÃO

SOLUÇÕESSUSTENTÁVEIS

VALORESMENTALIDADES

ATITUDES

QUESTÕES / PROBLEMASAMBIENTAIS

desenvolver

necessários para lidar com

e encontrar

para adquirir

FIGURA 2 - Esquema para EA crítica e transformadora (DIAS, 2004, p. 100)

Diante do exposto, como fazer para conseguir o pressuposto da EA crítica

e transformadora? Primeiro, é necessário um exercício individual. Responda às

perguntas abaixo, com base no seu cotidiano:

• Ao acordar, quais são as suas primeiras atitudes?

• Quanto e como você utiliza seu tempo no banheiro?

• Que tipos de alimentos são consumidos nas suas refeições?

• Como se dá o uso de equipamentos elétricos em sua residência? Quais e quantos existem? Qual o consumo de energia por eles dispensado?

• Quando você vai às compras, você atende às suas necessidades ou aos desejos impostos pela indústria cultural?

• Em sua casa tem jardim? Em caso afirmativo, como ele é regado?

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

27

• Como é feito o descarte dos resíduos gerados em sua residência? Existe algum tipo de separação? Qual?

• Que tipo e com que combustível é movido o transporte por você utiliza-do? No caso de veículo próprio, como ocorre a lavagem do mesmo e em que periodicidade?

• Quantas peças existem em seu armário, incluindo roupas e calçados? Quais você utiliza?

• Qual a origem da água e energia elétrica que chega a sua casa, junta-mente com os móveis, equipamentos e utensílios?

• Em seu trabalho, existem medidas para evitar o desperdício de água, energia e papel? Você as utiliza?

• Como estas palavras REDUzIR, REUTILIzAR E RECICLAR estão empregadas no seu cotidiano?

Então, suas respostas são satisfatórias? Viu como você é dependente dos

recursos naturais? Não se assuste, pois, assim como seu cotidiano é impactante,

também é o de muitos outros ao redor do planeta. O importante é que, a

partir de agora, você é menos um sem conhecimento e com discernimento

para realizar suas escolhas com mais cuidado e zelo com o meio ambiente.

INTERAGINDO

Entre em contato com seus colegas de turma por meio do ambiente virtual de aprendizagem e discuta com os mesmos os resultados encontrados no questionário acima, levantando medidas mitigadoras para os impactos por vocês gerados.

Toda essa discussão foi para reforçar seu entendimento de quão complexa

é a questão ambiental, envolvendo também o enfoque econômico, social,

cultural e social, necessitando reflexão individual e coletiva com a premissa de

uma mudança de postura alinhada com a ética, a moral e a justiça ecológica.

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

28

1.2.4 A ética, a moral e a justiça ecológica como premissas para a mudança de postura

A grande perversão do nosso tempo, muito além daquelas que são comumente apontadas como vícios, está no papel que o consumo veio representar na vida coletiva e na formação do caráter dos indivíduos. [...] A moda é um desses artifícios com o qual as coisas ficam as mesmas, embora apresentando uma transformação. A moda é a manivela do consumo, pela criação de novos objetos que se impõem ao indivíduo. (SANTOS, 2007, p. 47 e 49).

Acreditamos que o discurso da citação anterior ilustra bem o caminho

que pretendemos percorrer ao apresentar a ética, a moral e a justiça ecológica

como premissas para a mudança de postura. Isto não significa dizer que, a

partir de agora, você deva realizar uma mudança radical nos seus hábitos e

posturas, entretanto, é imprescindível que ela ocorra de alguma forma.

Vivemos na sociedade do consumo, representada pelos shoppings centers,

grandes redes de supermercados, de lojas de departamentos, de fast foods,

entre tantos outros símbolos da vida moderna. Some-se a isso o fato de sermos

obrigados a conviver com tais símbolos cotidianamente, especialmente por

meio dos apelos criados pelos meios de comunicação de massa em campanhas

publicitárias com tamanho requinte e qualidade, que nos seduzem ao ponto

de cairmos na tentação do consumismo.

Diante disso, são criadas ou apropriadas pelo comércio inúmeras datas

comemorativas para o aquecimento das vendas, dentre elas citamos: carnaval,

páscoa, dias das mães, dos namorados, dos pais, das crianças e, é claro, o natal

(principal fonte de lucro para o comércio).

Santos (2007) ainda reforça esse condicionante, afirmando que esta

não é simplesmente uma sociedade do consumo e, sim, do consumo que gera

desperdício. Lembra quando dissemos anteriormente que se retiram os recursos

da natureza de forma tão veloz que não se permite à mesma o tempo hábil para

a regeneração? Pois bem, um grande contribuinte para isso é o desperdício.

Gostaríamos que você retomasse ao exercício cotidiano citado anteriormente e

verificasse em que respostas o desperdício é perceptível em seu consumo diário.

Para entender melhor o pressuposto do parágrafo anterior, é interessante

destacar que existe toda uma cadeia produtiva envolvida para isso, partindo

dos insumos primários até a chegada ao consumidor final.

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

29

Acesse o endereço eletrônico:http://www.akatu.org.br/consumo_consciente/dicas/agua e leia a dica Use os dois lados de uma folha de papel. Feito isso, analise o grau de importância desse bem para a sua sobrevivência.

DESAFIO

É de extrema importância que você realize o desafio proposto, para uma

melhor compreensão do que estamos tentando demonstrar ao enfatizar, em diversos

momentos nesse texto, que estamos diante da sociedade do consumo alienado. Essa

afirmativa constante tem intenção de nos remeter ao fato de que muitas vezes somos

estimulados pelos apelos midiáticos para adquirirmos produtos desnecessários.

Essa aquisição, além de utilizar recursos de forma excedente, faz com

que seja gerado um número maior de resíduos no ambiente, levando a outro

problema sério, especialmente dos grandes centros urbanos: a destinação

final correta do lixo, desencadeando uma série de outros problemas, inclusive

de saúde ambiental provenientes do lixo.

Acompanhe de janeiro a julho de 2008 a quantidade de lixo depositada no Aterro Sanitário da Região Metropolitana de Natal (em toneladas):

Jan 2008: 28.702,06Fev 2008: 26.077,42Mar 2008: 26.462,76Abr 2008: 27.667,42Mai 2008: 26.142,93Jun 2008: 25.891,40Jul 2008: 27.112,26

CURIOSIDADE

BRASECO (2008)

Mais uma vez, retomamos a importância do processo educativo com

vistas ao estímulo da ação antrópica, pautada na minimização da problemática

ambiental, na qual se verifique a emergência de que a sociedade atual necessita

apresentar um novo aprendizado: a reeducação para o consumo.

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Capítulo 1

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Baudrillard apud Santos (2007, p. 48) contextualiza esse pressuposto,

quando afirma que:

A sociedade do consumo é também a sociedade de aprendizado do consumo, do condicionamento social do consumo - isto é, um modo novo e específico de socialização, em relação com a emergência de novas forças produtivas e a reestruturação monopolística de um sistema econômico a produtividade alta.

Fica evidente que, quando se fala em reeducação para o consumo, não

significa apresentar um modelo predefinido para tal, composto por sugestões

engessadas. Na verdade, cada um, por meio da análise prévia, é quem vai

decidir entre a necessidade para sua sobrevivência e o desejo imposto pela

mídia na hora da compra. Neste aspecto, é perceptível quão subjetiva é essa

questão, perpassando por princípios éticos e morais para nossas escolhas.

A ação baseada na ética e na moral

Ao travar um diálogo em torno da ética e moral, é preciso lembrar a

importância de pensarmos e agirmos de modo que os interesses individuais

nunca sobreponham os coletivos. Na atualidade, fica cada vez mais difícil

pautar ações seguindo esse contexto, pois vivemos num tempo de disputas e

jogo de interesses na busca da conquista e acumulação de bens e capital como

estilos de vida padrão. “O progresso econômico colocou o mundo às portas de

uma sociedade de ‘pós-escassez’, fundada em valores pós-materiais e liberada

dos constrangimentos da necessidade”(INGLEHART apud LEFF, 2008, p. 84).

Por isso, é importante frisar que esta é uma crise com características de

subjetividade, na qual os valores de cada um devem ser levados em conta para

a adoção de mudanças significativas, que reflitam na melhoria das condições

ambientais atuais. Em outras palavras, pode-se dizer que a eminência é

satisfazermos nossas necessidades, agindo de maneira a não prejudicar as dos

outros seres vivos existentes no planeta, ou seja, a cidadania planetária.

Toda a formação social e todo tipo de desenvolvimento estão fundados num sistema de valores, em princípios que orientam as formas de apropriação social e transformação da natureza. A racionalidade ambiental incorpora assim as bases do equilíbrio ecológico como norma do sistema econômico e condição de um desenvolvimento sustentável; da mesma forma se funda em princípios éticos (respeito e harmonia com a natureza) e valores políticos (democracia participativa e equidade social) que

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

31

constituem novos fins do desenvolvimento e se entrelaçam como normas morais nos fundamentos materiais de uma racionalidade ambiental. (LEFF, 2008, p. 85)

Novamente retomamos o discurso da mudança de postura, atrelada ao

comportamento humano em harmonia com a natureza, ou seja, uma nova ética

traduzida em práticas sociais transformadas por meio de uma racionalidade

social e alternativa.

Diante do exposto, surge uma pergunta que não quer calar: como você, em suas atitudes diárias, pode fazer para colaborar com a mudança da realidade vigente, bem como estimular naqueles que o (a) cercam atitudes proativas com esta finalidade?

REFLEXÃO

Nossa intenção aqui não é sugerir que você reescreva toda a sua história de

vida a partir de uma visão radical para novas posturas e, sim, que você verifique

outras possibilidades a respeito de suas escolhas de hoje em diante. Essas devem ter

em vista a premissa da adoção de valores humanistas que busquem “a integridade

humana, o sentido da vida, a solidariedade social, o reencantamento da vida e a

erotização do mundo” (LEFF, 2008, p.87). Essa afirmativa remete ao pressuposto

da cidadania, ou seja, da preocupação com outro, independente de quem ele seja.

Isso tudo nos permite afirmar ainda que, ao adotarmos posturas

humanistas, estejamos criando condições para a melhoria da qualidade de

vida associada ao consumo sustentável.

EXPLORANDO

Para aprofundar seus conhecimentos sobre consumo sustentável acesse o link http://ambientes.ambientebrasil.com.br/educacao/artigos.html e pesquise o artigo guia de boas práticas para o consumo.

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

32

Com a sugestão acima, encerramos nossa discussão teórica, esperando

que ela tenha contribuído para despertá-lo para ações que promovam sua

cidadania planetária. Não esqueça a máxima: agir local, pensando no global,

pois o planeta Terra é de todos os seres vivos.

No próximo capítulo, aprofundaremos essa discussão, apresentando

o conteúdo: princípios e dimensões da sustentabilidade: econômica, social,

ecológica, cultural e espacial. Até lá.

1.3 Aplicando a teoria na prática

Leia o texto a seguir:

O cotidiano de Bia

Bia é uma engenheira com 33 anos, solteira, que mora sozinha num apartamento em uma grande metrópole e, por isso, tem acesso a inúmeras facilidades proporcionadas pelo desenvolvimento tecnológico.

O seu dia a dia é bastante agitado, em função das inúmeras obras que toca na construtora em que trabalha. Isso faz com que ela passe pouco tempo no seu lar. Apesar de todo esse movimento, em seu apartamento de dois cômodos, ela mantém os seguintes equipamentos: dois televisores, dois refrigeradores de ar, um computador e um notebook (com o qual realiza seus trabalhos), dois ventiladores, dois aparelhos de DVD, entre outros, que passam ociosos a maior parte do tempo, em função de sua vida tumultuada.

Bia não perde uma liquidação, por achar que é uma ótima oportunidade para adquirir utensílios que julga necessários ao seu cotidiano. Muitos desses não chegam nem a sair das embalagens.

No seu exercício profissional, ela prima pela qualidade nos projetos que elabora, no entanto, como trabalha em uma grande empresa, tem que priorizar a escolha de material com menor custo. Assim, não há nenhum tipo de preocupação com material que economize água e energia na utilização diária.

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

33

Como mora só, Bia não vê necessidade de empregada doméstica, utiliza os serviços de uma diarista. Neste sentido, quando está em casa, ela compra comida pronta, fato que gera muito desperdício, pois ela sempre pede comida em excesso, por medo de não saciar sua fome.

Recentemente, com o objetivo de adquirir novos conhecimentos, almejando garantir empregabilidade, Bia iniciou um curso de especialização em saneamento ambiental. Neste curso, ela está conhecendo os princípios do desenvolvimento sustentável. A partir deles, ela pretende mudar seus hábitos pessoais e profissionais para garantir o usufruto dos recursos pelas gerações futuras, até porque agora ela está pensando em casar e constituir família.

Diante da problemática levantada, vamos ajudar Bia a mudar de postura

e a adotar práticas cotidianas sustentáveis.

Inicialmente, é importante propor a Bia a resolução do questionário sobre

o exercício cotidiano de nossas ações para que ela possa ter a dimensão do

quanto suas atitudes do dia a dia são insustentáveis para o futuro do planeta.

Bia também deve ter ciência que não se muda de um dia para outro, e que

as mudanças ocorrem de forma paulatina e pela educação ecológica. Para isso,

ela precisa se tornar uma pesquisadora constante, pois, além de consumidora

desenfreada, ela é profissional da construção civil, área extremamente

impactante e que requer medidas mitigadoras para os impactos que gera.

De acordo com Boff (2004, p. 134), essa engenheira precisa perceber que:

[...] cada pessoa precisa descobrir-se como parte do ecossistema local e da comunidade biótica, seja em seu aspecto de natureza, seja em sua dimensão de cultura. Precisa conhecer os irmãos e irmãs que compartem da mesma atmosfera, da mesma paisagem, do mesmo solo, dos mesmos mananciais, das mesmas fontes de nutrientes; precisa conhecer o tipo de plantas, animais e microorganismos que convivem naquele nicho ecológico comum; precisa conhecer a história daquelas paisagens, visitar aqueles rios e montanhas, freqüentar aquelas cascatas e cavernas; precisa conhecer a história das populações que aí viveram sua saga e construíram seu habitat, como trabalharam a natureza, como a conservaram ou a depredaram, quem são seus poetas e sábios, heróis e heroínas, santos e santas, os pais/mães fundadores de civilização local.

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

34

É importante que Bia desenvolva e pratique a cidadania planetária capaz

de reduzir o consumo, por meio da doação dos bens em excesso que adquiriu,

bem como da vigilância para não comprar somente pelos apelos midiáticos.

Ela deve também evitar os descartáveis à medida que prioriza os reutilizáveis.

A engenheira ainda pode contribuir fazendo a separação do seu lixo, dando a

destinação correta para o mesmo, ou seja, retirando os recicláveis, separando

inclusive grandes vilões, como pilhas e baterias. Além disso, ela pode utilizar

a tecnologia a favor do ambiente por meio da busca de conhecimento sobre

formas sustentáveis de consumo e geração de energia.

É preciso destacar que não se trata de desenhar uma nova Bia, esquecendo

seu passado, ou ainda, colocá-la como vilã do planeta por causa dos seus erros.

O que importa aqui é fazer com ela perceba o quanto tem agido errado e

que ela pode corrigir esses erros a partir da adoção de novas posturas de

sobrevivência com a premissa de buscar qualidade de vida associada a modo

de vida sustentável.

Por isso, é importante que ela perceba que:

O que vale para o indivíduo vale também para a comunidade local. Ela deve fazer o mesmo percurso da inserção no ecossistema local e cuida do meio-ambiente; utilizar seus recursos de forma frugal, minimizar desgastes, reciclar materiais, conservar a biodiversidade. Deve conhecer a sua história, seus personagens principais, seu folclore. Deve cuidar da sua cidade, de suas praças e lugares públicos, de suas casas e escolas, de seus hospitais e igrejas, de seus teatros, cinemas e estádios de esporte, de seus monumentos e da memória coletiva do povo. Assim, como exemplo, escolher espécies vegetais do ecossistema local para plantar nos parques e vias públicas, e nos restaurantes valorizar a cozinha local e regional. (BOFF, 2004, p.136)

Mais uma vez, é preciso lembrar que Bia deve ter em mente que, para fazer

sua parte e ser uma cidadã comprometida com o mundo, é necessário o exercício

diário e a busca constante de novas informações sobre medidas mitigadoras.

Vale lembrar, ainda, que ela deve assumir o compromisso com a difusão

e intercâmbio desses novos saberes, bem como incluí-los na sua vida pessoal e

profissional. Isto significa dizer que, em termos ambientais, temos só uma vida

e o compromisso de contribuir para a salvaguarda da qualidade de todos os

seres vivos do planeta Terra, que, aliás, é apenas um.

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

35

1.4 Para saber mais

BARBIERE, José Carlos. Desenvolvimento e Meio Ambiente. 11. ed. Petrópolis:

Vozes, 2009.

O livro discute os seguintes questionamentos atuais: como crescer sem

poluir tanto a água, o ar e o solo? Como conciliar crescimento econômico e

melhoria do nível de vida? Como explorar os recursos naturais, sem esgotar

o planeta?

CARVALHO, Isabel Cristina M. Educação Ambiental: a formação do sujeito

ecológico. São Paulo: Cortez, 2004. 256 p.

O livro discute o conceito de sujeito ecológico, entendido como um

conjunto de crenças e valores, que serve de orientação e modelo de identificação

para a formação de identidades individuais e coletivas. A proposta educativa,

que inspira este livro, é contribuir para a formação de sujeitos capazes de

compreender o mundo e agir nele de forma crítica.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 9. ed. São

Paulo: Gaia, 2004.

Este livro, um clássico de referência na literatura ambientalista brasileira,

reúne um conjunto de informações fundamentais para a promoção do processo

de Educação Ambiental.

SENAC.DN. Se cada um fizer sua parte... ecologia e cidadania. Rio de Janeiro:

Senac Nacional, 1998.

O livro traz um panorama de como a preocupação com o meio ambiente

diz respeito ao cidadão, fazendo parte do seu cotidiano e de sua condição de

agente transformador da realidade por meio de uma solidariedade planetária.

Filme: O DIA DEPOIS DE AMANHã. (EUA, 2004. Duração: 124 min.) Dirigido

por Roland Emmerich.Roteiro de Roland Emmerich e Jeffrey Nachmanoff.

Produção: Roland Emmerich, Ute Emmerich, Stephanie Germain, Mark

Gordon, Thomas M. Hammel, Lawrence Inglee, Kelly Van Horn, Kim H. Winther.

Distribuição: Fox Film do Brasil.

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

36

A Terra sofre alterações climáticas que modificam drasticamente a vida da

humanidade. Com o norte se resfriando cada vez mais e passando por uma nova era

glacial, milhões de sobreviventes rumam para o sul. Porém, o paleoclimatologista

Jack Hall (Dennis Quaid) segue o caminho inverso e parte para Nova York, já que

acredita que seu filho Sam (Jake Gyllenhaal) ainda está vivo.

1.5 relembrando

Chegamos ao final do nosso primeiro momento. Neste capítulo, você viu

a questão ambiental e sua interface com a educação na atualidade, percebendo

a importância de inserir a ética e a moral como elementos norteadores para o

alcance da justiça ecológica a fim de se atingir a cidadania planetária.

Diante disso, foi traçada uma estrutura para facilitar seu entendimento

sobe o tema, elencando procedimentos e sugestões passíveis de serem adotados

por cada um com o intuito da mudança de postura frente à maneira como é

encarado o consumo, tendo em vista que este deve primar pela sustentabilidade

da ação humana.

Desse modo, encerramos esse capítulo na esperança de ter contribuído

para sua reflexão, seguida da adoção de práticas cotidianas capazes de minimizar

impactos ao nosso planeta.

1.6 testando os seus conhecimentos

Com o objetivo de propiciar a aplicação dos conteúdos apresentados

durante este capítulo, bem como verificar a compreensão dos mesmos, é

apresentado o presente questionamento a ser desenvolvido de acordo com a

sequência dos conteúdos.

A diretriz do desenvolvimento sustentável pressupõe uma perspectiva

ética em que o conceito de desenvolvimento econômico vem necessariamente

articulado com as dimensões sociais e ambientais. Compreender a crise

ambiental em que o planeta está imerso, implica perceber que temos

coparticipação com a mesma. Ao chegarmos nessa dimensão do saber, surge

a necessidade da concepção de novas posturas, orientadas por atitudes que

envolvam princípios éticos e morais capazes de promover a justiça ecológica.

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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

37

Diante do exposto, é imprescindível o exercício permanente para a reflexão

das atitudes diárias. Trata-se de um processo educativo constante, onde cada

dia funciona como um treino para fazermos sempre a escolha certa de modo a

contribuirmos para a sustentabilidade do planeta pelo exercício da cidadania.

Como a educação é uma ferramenta de destaque para a ocorrência do

consumo sustentável, de modo a evitar o desperdício, diminuindo a geração

de resíduos, surge a seguinte problemática: de que forma cada um pode fazer

sua parte dentro desse processo educativo? Que atitudes podem ser tomadas

para minimizar a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa? O que fazer

para reduzir o consumo de energia, água e geração de resíduos na natureza?

onde encontrar

AMBIENTE BRASIL. guia de Boas Práticas para o Consumo Sustentável.

Disponível em: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/educacao/artigos/

guia_de_boas_praticas_para_o_consumo_sustentavel.html?query=Dicas+de+c

onsumo+sustent%C3%A1vel. Acesso em: 22 mar. 2010.

______. 2030: o ano final do Cerrado (Estudos da ONG ambientalista Conservação

Internacional Brasil (CI-Brasil) indicam que o Cerrado deverá desaparecer

até 2030). Disponível em: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/florestal/

artigos/2030%3A_o_ano_final_do_cerrado.html?query=desmatamento,

Acesso em: 08 mar. 2010.

BAUDRILLARD, Jean. La société de consommation. Paris: Denöel, 1970. In:

SANTOS, Milton. O Espaço do Cidadão. São Paulo: Nobel, 2007.

BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: ética do Humano-Compaixão pela Terra.

Petrópolis: Vozes, 2004.

BRASECO INFORMA. Acompanhe de janeiro a julho de 2008 a quantidade de

lixo depositada no Aterro Sanitário da Região Metropolitana de Natal. Boletim

Braseco Informa, Natal/RN, ano 3, n. 1, 2008. Disponível em: <http://www.

braseco.com.br/2008/informativo/ano3no1.pdf>. Acesso em: 09 jan. 2010.

BUARQUE, Cristovam Buarque. Outras intervenções. In: NASCIMENTO, Elimar

Pinheiro do; VIANNA, João Nildo (org.). Dilemas e desafios do desenvolvimento

sustentável no Brasil. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.

Page 39: 1906

Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental

Capítulo 1

38

DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 9. ed. São

Paulo: Gaia, 2004.

COMÉRCIO comemora aumento de 11% no número de vendas no Natal.

Disponível em: http://videos.r7.com/comercio-comemora-aumento-de-11-no-

numero-de-vendas-no-natal/idmedia/bd3163a7df9b5352830a7091be946dee.

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