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120
DIRETRIZES ATUAIS PARA O TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS Simão Augusto Lottenberg Disciplina de Endocrinologia Faculdade de Medicina da USP

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DIRETRIZES ATUAIS PARA O TRATAMENTO DO DIABETES

MELLITUS

Simão Augusto LottenbergDisciplina de EndocrinologiaFaculdade de Medicina da USP

2

DIABETES MELLITUS: DEFINIÇÃOSíndrome caracterizada por HIPERGLICEMIA CRÔNICA, com distúrbios no metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas

glicemia

Insulinemia DM2

Insulinemia DM 1Normal

3

DIABETES MELLITUS: HISTÓRICO

• Origem do termo “Diabetes”: Grécia Antiga

• 1000 AC: múmias egípcias com indícios de DM

• 400 AC, Índia, Charak e Surust: identificação de alterações bioquímicas na urina de diabéticos

• 1921, Frederick Banting e Charles Best: insulina

• 1922, 1a criança com DM tratada com insulina

4

14.2

17.5

15.6

22.5

9.4

14.1

26.5

32.9

84.5

132

1.0

1.3

2000 (milhões) 2010 (milhões)

TOTAIS2000 : 151 milhões

A Epidemia de Diabetes

Zimmet et al. Nature, 414: 782-787, 2001

+23%

+44%

+50%

+24%+57%

+33%

2010 : 221milhõesAumento de 46%

5

ESTUDO MULTICÊNTRICO DE PREVALÊNCIAESTUDO MULTICÊNTRICO DE PREVALÊNCIADM TIPO 2 NO DM TIPO 2 NO BRASIL

MiS, Brasil 1986-1988

30 - 39 40 - 49 50 - 59 60 - 69 TOTAL (*)

Grupos etários (anos)

2,7

5,5

12,7

17,4

7,67,67,6%%

6Torquato et al. Arq Bras Endocrinol Metab 1999

ESTUDO DE PREVALÊNCIA DE DIABETES EM RIBEIRÃO PRETO,

SP,1999

TGD, tolerância àglicose diminuídaDM, diabetes mellitus

TGDTGD

12,112,1

0

5

10

15

20

25

30-39

40-49

50-59

60-69

30-69

%

DMDM

7,7

Incidência / 100.000

0,83,7

7,67,68,89,510,4

13,213,8

17,618,2

22,630

0 5 10 15 20 25 30 35

FinlândiaSuécia

EUA -brNoruegaEscócia

DinamarcaN.ZelândiaEUA -nbCanadáBrasil

InglaterraFrançaJapão

DM 1Incidência

DIAMOND, 1993

Prevalência no Brasil = 0,1%Corresponde à aproximadamente 10% dos portadores de DM

CUSTOS DO DIABETES

•$91.8 billion direct medical expenditure attributable to diabetes in the US1

•Costs for a person in the US with diabetes are more than two times those for someone without diabetes1

1American Diabetes Association. Diabetes Care 2003; 26:917–932.

0 5 10 15 20

Costs of treating diabetic complications in the US

Cardiovascular disease

Neurological disease

Renal disease

Peripheral vascular disease

Endocrine/metabolic disease

Others

Ophthalmic disease

Costs (US$ billion)

Adapted from Menzin J, et al. Diabetes Care 2001; 24:51–55.

RELACAO DO CUSTO COM HbA1C

Mea

n c

har

ges

fo

r in

-pat

ien

t tr

eatm

ent

(US

$/p

atie

nt)

HbA1c category (%)

↑↑↑↑ 313%

↑↑↑↑ 142%

0

500

1,000

1,500

2,000

2,500

3,000

3,500

< 8 8–10 > 10

ECONOMIA ASSOCIADA COM O BOM CONTROLE GLICEMICO

–$772–$685

–$950

–$821

–1000

–900

–800

–700

–600

–500

–400

–300

–200

–100

01994 1995 1996 1997

Co

st p

er p

atie

nt

per

yea

r (U

S$)

Mean reduction in diabetes-related costs for improved vs. unimproved type 2 diabetes patients

Adapted from Wagner EH, et al. JAMA 2001; 285:182–189.

Patients whose HbA1c decreased ≥ 1% between 1992 and 1993 and sustained the decline through 1994 were considered to be improved (n = 732); all others were classified as unimproved (n = 4,012)

DiabeticretinopathyLeading causeof blindnessin working-ageadults1

DiabeticnephropathyLeading cause of end-stage renal disease2

Cardiovasculardisease

Stroke

2- to 4-fold increase in cardiovascular mortality and stroke3

Diabeticneuropathy

Leading cause of non-traumatic lower extremity amputations5

8/10 diabetic patients die from CV events4

Diabetes is NOT a mild disease

1Fong DS, et al. Diabetes Care 2003; 26(Suppl. 1):S99–S102. 2Molitch ME, et al. Diabetes Care 2003; 26(Suppl. 1):S94–S98. 3Kannel WB, et al. Am Heart J 1990; 120:672–676. 4Gray RP & Yudkin JS. In Textbook of Diabetes 1997.

5Mayfield JA, et al. Diabetes Care 2003; 26(Suppl. 1):S78–S79.

Balkau B, et al. Lancet 1997; 350:1680.

0

5

10

15

20

25

30

35

Control

Diabetes

Ratio 2.5 Ratio 2.2 Ratio 2.1

WhitehallStudy

Mo

rtal

ity

rate

(dea

ths

per

1,0

00 p

atie

nt–

year

s)

Paris ProspectiveStudy

Helsinki Policemen Study

10,025 61 6,629 279 631 24Patient numbers

Mortality rate is twice as great in patients with diabetes

Níveis de prevenção do Diabetes

SEM DIABETES DIABETESSEM SINTOMAS

PROGRESSÃO DO DIABETES

INÍCIO DETECÇÃO HABITUAL

PREVENPREVENÇÇÃO:ÃO: SECUNDSECUNDÁÁRIARIA TERCITERCIÁÁRIARIAPRIMPRIMÁÁRIARIA

Dieta saudável

Peso adequado

Exercício

Tratamento do diabetes e das complicações

Diagnóstico precoce

Tratamento e controle adequado

Gaede P, et al. N Engl J Med 2003; 348:383–393.

Terapiaintensivavantajosa

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5

Steno-2: efeitos da terapia intensiva vs. convencional nascomplicações microvasculares

Terapiaconvencional

vantajosa

Barra de erro = 95% CI

Variável P

Nefropatia 0.003

Retinopatia 0.02

Neuropatiaautonômica

0.002

Neuropatiaperiférica

0.66

Gaede P, et al. N Engl J Med 2003; 348:383–393.

n

Convencional 80 72 70 63 59 50 44 42 13

Intensiva 80 78 74 71 66 63 61 59 19

Terapia convencional

Des

fech

op

rim

ário

* (%

)

Meses de acompanhamento0

60

50

40

30

20

0

10

12 24 36 48 60 72 84 96

Terapia intensiva

Redução de~50%

Estudo Steno-2: efeito do tratamento agressivo vs convencionalsobre as complicações cardiovasculares

Por que os estudos mostram discrepanciana efetividade do controle glicêmico e

prevenção de complicações macrovasculares ?

1. Presença de outros fatores de risco

2. Falta de efetividade da medicação na época do início dos estudos

3. Início tardio no controle rígido da doença (efeito memória)

DIABETES MELLITUS :

É UM PROBLEMA DE SAÚDE

PÚBLICA

É PRIORIDADE EM SAÚDE

PODE SER PREVENIDO

o DM tipo 1o Destruição da célula β, levando à deficiência absoluta de insulina

o DM tipo 2o Graus variados de resistência insulínicae de deficiência na secreção de insulina

CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES MELLITUS

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes

O O queque eleseles têmtêm emem comumcomum? ? HiperglicemiaHiperglicemiaO O queque eleseles têmtêm de de diferentediferente? ? QuantidadeQuantidade de de insulinainsulina –– ResistênciaResistência

o Outros tipos específicos:

o Defeitos genéticos funcionais da célula beta

o Defeitos genéticos na ação da insulina

o Doenças do pâncreas exócrino

o Endocrinopatias (Cushing, Acromegalia, Feocoromocitoma)

o Induzidas por fármacos e agentes químicos (corticóide, beta-

bloqueador, diuréticos)

o Infecções (↑ hormônios contra - reguladores)

o Outras síndromes genéticas geralmente associadas ao diabetes

o Diabetes gestacional

CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES MELLITUS

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes

21

DM 1Conceito

• Doença crônica predominantemente autoimune, de forte determinante genético e longo período prodrômico.

• Pode ocorrer em qualquer faixa etária

• Predomina na infância e adolescência

• Pico ao redor da puberdade

• Sexo F = M

DEFEITOS METABÓLICOS NO DIABETES MELITO TIPO 2

Adaptado de De Fronzo, Diabetes 1988; 37:667–687.

Resistência à Insulina

Captação de glicose diminuída

PâncreasSecreção deinsulina alterada

Produção hepáticade glicose aumentada

Fígado

Tecido muscular e adiposo

HIPERGLICEMIA

PRINCÍPIO GERAL DO TRATAMENTO DO DIABETES

• Existem claras evidências de que é possível

prevenir ou retardar as complicações agudas e

crônicas do diabetes, mantendo qualidade de

vida comparável a da população em geral

OBJETIVOS GERAIS DO TRATAMENTO DO DIABETES MELITO

OBJETIVOS GERAIS DO TRATAMENTO DO DIABETES MELITO

� Eliminar sinais e sintomas

� Evitar complicações agudas

� Melhorar a qualidade de vida

� Prevenir, adiar ou minimizar as complicações crônicas

� Eliminar sinais e sintomas

� Evitar complicações agudas

� Melhorar a qualidade de vida

� Prevenir, adiar ou minimizar as complicações crônicas

OBJETIVOS ESPECÍFICOS EM QUE O CLÍNICO DEVE ATUAROBJETIVOS ESPECÍFICOS EM QUE O CLÍNICO DEVE ATUAR

� Controle glicêmico

� Controle da hipertensão arterial

� Controle da dislipidemia

� Outras medidas de prevenção das complicações cardio-

vasculares

� Prevenção e tratamento da nefropatia

� Tratamento da neuropatia

� Controle glicêmico

� Controle da hipertensão arterial

� Controle da dislipidemia

� Outras medidas de prevenção das complicações cardio-

vasculares

� Prevenção e tratamento da nefropatia

� Tratamento da neuropatia

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO TRATAMENTO DO DIABETES MELITO

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO TRATAMENTO DO DIABETES MELITO

� glicemia em jejum < 100 mg/dl

� glicemia pós-prandial < 140 mg/dl

� hemoglobina glicada < 6% (ou 7% ?)

� glicemia em jejum < 100 mg/dl

� glicemia pós-prandial < 140 mg/dl

� hemoglobina glicada < 6% (ou 7% ?)

NÍVEIS PERÍODO ACEITÁVEIS

DE A1C

Na faixa pré-puberal Até 8,0%Na faixa puberal < 8,5%Fase final da puberdade e adultos jovens < 7,0%

A1C em crianças e adolescentes com Diabetes

HEMOGLOBINA GLICADA

• Não é exame padronizado para diagnóstico, mas para acompanhamento

IMPACTO DAS GLICEMIAS MAIS RECENTES VERSUS AS “MAIS ANTIGAS”SOBRE OS NÍVEIS DE A1C

50% 25% 25%

Data da coleta de sangue para o teste de A1C

1 mês antes 2 meses antes 3 e 4 meses antes

Chandalia, H.B and Krishnaswamy, P.R. Current Science.2002, 83:1522-1532

DCCT, Diabetes DCCT, Diabetes ControlControl and and ComplicationsComplications Tr ialTrial ..

1. Adaptado de 1. Adaptado de SkylerSkyler JS. JS. EndocrinolEndocrinol MetabMetab ClinClin NorthNorth Am. Am. 1996;25:243-254.1996;25:243-254.2. DCCT. 2. DCCT. N N EnglEngl J J MedMed.. 1993;329:977-986. 1993;329:977-986.3. DCCT. 3. DCCT. DiabetesDiabetes. 1995;44:968-983.. 1995;44:968-983.

Ris

co R

elat

ivo

Ris

co R

elat

ivo

A1c(%)A1c(%)

1515

1313

1111

99

77

55

33

1166 77 88 99 1010 1111 1212

A1C e Risco Relativo de ComplicaçõesA1C e Risco Relativo de ComplicaçõesMicrovascularesMicrovasculares: DCCT: DCCT

(Diabetes Control and Complications Trial - 1993)RetinopatiaRetinopatiaNefropatia Nefropatia NeuropatiaNeuropatiaMicroalbuminúriaMicroalbuminúria

2020

UKPDS, UKPDS, UnitedUnited KingdomKingdom ProspectiveProspective Diabetes Study; IM, infarto do miocárdio; Diabetes Study; IM, infarto do miocárdio;DVP, doença vascular periférica.DVP, doença vascular periférica.StrattonStratton IM et al. IM et al. Br Br MedMed J J. 2000;321:405-412.. 2000;321:405-412.

Correlação entre A1C e oCorrelação entre A1C e oRisco de Complicações: UKPDSRisco de Complicações: UKPDS

(United Kingdom Prospective Diabetes Study-1998)

Redução no risco de complicações paraRedução no risco de complicações paracada 1% de redução da A1C médiacada 1% de redução da A1C média

0

10

20

30

40

50

0

10

20

30

40

50

Amputação ouAmputação ouÓbito por DVPÓbito por DVP

3737

2121 2121

1414

4343

Reduçã

o d

e R

isco

(%

)R

eduçã

o d

e R

isco

(%

)

MicrovascularMicrovascular Qualquer DesfechoQualquer DesfechoRelacionado aoRelacionado ao

DiabetesDiabetes

ÓbitoÓbitoRelacionado aoRelacionado ao

DiabetesDiabetes

IM Fatal e Não-IM Fatal e Não-fatalfatal

DM Tipo 2 DM Tipo 2

PROTEÍNAS GLICADAS

• Frutosamina

• Indicada para acompanhamento

• Corresponde á glicemia média das últimas 3 semanas

• Dificuldades metodológicas

• O diagnóstico do diabetes mellitus é feito de um exame (glicemia em jejum ou eventualmente após sobrecarga de glicose) e a monitorização através de 2 exames diferentes (glicemia capilar e hemoglobina glicada).

• Este fato é facilmente entendido pelos pacientes e mesmo por médicos que não sejam especialistas ?

• Não seria interessante determinar um nivel de glicose média, que seria mais facilmente compreendico ?

Grande parte dos pacientes e dos médicosainda acreditam (mesmo após quase 30

anos do uso da hemoglobina glicada) quea medida da glicemia em jejum seria

suficiente para a monitorização do tratamento e prevenção de complicações.

Use of the Estimated

Average Glucose (eAG) in

Patient Care

Nathan et al, Diabetes Care 31:1473, 2008

ADAG Study Conclusion: ADAG Study Conclusion: HbA1c Correlates Highly With AGHbA1c Correlates Highly With AG

Measured HbA1c (%)

AG (mg/dl) = 28.7 x HbA1c – 46.7

50100150

200

250

300

350

400450

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

AG

(m

g/dl

)

ADAG Study: “Translação” da HbA1c glicose media (eAG)

eAGHbA1c (%) (mg/dl) (mmol/l)_

5 97 5.46 126 7.07 154 8.68 183 10.29 212 11.810 240 13.4

PropostaProposta FCC, EASD, IDF,ADAFCC, EASD, IDF,ADA Set 2007Set 2007))

Diabetes Care and Diabetologia, 2007

• HbA1c pode ser padronizada e expressa da seguinteforma:– % como usada atualmente( valores do DCCT )– Unidades da IFCC em mmol HBA1c/mol HbA

– Glicose media estimada (eAG) em mmol/l ou mg/dL – Todos os resultado deveriam ser expressos nos

resultados dos exames laboratoriais

PEPTÍDEO C acompanhamento da reserva

insulínica durante o tratamento

PONTOS FUNDAMENTAIS DO TRATAMENTO ATUAL DO PACIENTE

DIABÉTICO

• Educação

• Alimentação

• Atividade física

Tratamento medicamentoso

41

Current management often fails to achieve glycaemic targets

1Xingbao C. Chinese Health Economics 2003; 2Ling T. China Diabetic Journal 2003. 3 Braga M, et al. Presented at ADA 68th Scientific Sessions; 2008: Abstract 1212-P. 4Lopez Stewart G, et al. Rev Panam Salud Publica 2007;22:12–20. 5Saydah SH, et al. JAMA

2004;291:335–342. 6Liebl A, et al. Diabetologia 2002;45:S23–S28.

US(NHANES)5

HbA1c <7%

����37%

63%

EUROPE(CODE-2)6

HbA1c <6.5%

����31%

69%CANADA(DRIVE)3

HbA1c ≤≤≤≤7%

����

53%47%

CHINA(CODIC-2)1,2

HbA1c <7.5%

����68%32%

LATIN AMERICA(DEAL)4

HbA1c <7%

����43%

57%

DM 1Tratamento

Insulinopenia

InsulinoterapiaConvencional

InsulinoterapiaIntensiva

Múltiplas doses Bomba de Insulina

AutomonitorizaçãoGlicêmicaDomiciliar

Farmacodinâmica das InsulinasInsulina Início de Ação Pico de Ação Duração de Ação

Lispro < 15 min 1 a 2 horas 3 a 4 horas

Aspart < 15 min 1 a 2 horas 3 a 5 horas

Regular 30 a 60 min 2 a 4 horas 6 a 8 horas

NPH/Lenta 1 a 3 horas 5 a 8 horas 13 a 16 horas

Ultra-lenta 2 a 4 horas 8 a 14 horas < 20 horas

Detemir - Plana 12 – 24 horas

Glargina 2 a 4 horas Plana ~ 24 horas

Tratamento do DiabetesAnálogos de insulina – Insulinas ultra-rápidas

LISPRO

• Humalog® – Lilly

• Modificação: inversão da Lisina pela Prolina nas posições 28 e 29 da cadeia beta da insulina

• Resultado: diminuição da tendência de formar hexâmeros, o que torna a absorção mais rápida

ASPART

• NovoRapid® – Novo Nordisk

• Modificação: troca da Prolina por Ácido Aspártico na posição 28 da cadeia beta

• Resultado: diminuição da tendência de formar hexâmeros, o que torna a absorção mais rápida

Insulinas Análogas de Curta-DuraçãoPerfil Plasmático da Lispro e Aspart

400350300250200150100

RefeiçãoInjeção SC

5000 30 60

Tempo (min)90 120 180 210150 240

Lispro

Regular Humana

500450400350300250

150

50

200

100

00 50 100

Tempo (min)150 200 300250

Aspart

Regular Humana

InsulinaPlasmática(pmol/L)

InsulinaPlasmática(pmol/L)

RefeiçãoInjeção SC

Heinemann, et al. Diabet Med. 1996;13:625-629; Mudaliar, et al. Diabetes Care;22:1501-1506, 1999.

Tratamento do DiabetesTempo de ação das insulinas

Glic

emia

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 horas

RegularInício: 15-30 minPico: 1-3 h

Duração: 5-7 h

NPHInício: 2 h

Pico: 8 hDuração: 18 h

Lispro, AspartInício: 5-15 min

Pico: 1-1,5 h

Duração: 3-4 h

Glargina, DetemirPico: sem picoDuração: até 24 h – quando administrado a cada 24 h promove

um platô que representa a secreção basal de insulina

Insulina: Esquemas posológicos

EF

EIT

O IN

SU

LE

FE

ITO

INS

UL Í

Í NIC

ON

ICO

MANHÃMANHÃ TARDETARDE NOITENOITE MADRUGADAMADRUGADA

REFEIREFEIÇÇÕESÕESDD JJ ADAD

RR ou URou UR RR ou URou URNPH/LENTANPH/LENTA

AAREFEIREFEIÇÇÕESÕES

RRegeg NPH/LENTANPH/LENTA

EF

EIT

O IN

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INS

UL Í

Í NIC

ON

ICO

MANHÃMANHÃ TARDETARDE NOITENOITE MADRUGADAMADRUGADA

DD JJAA AD

EF

EIT

O IN

SU

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FE

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ON

ICO

DD AA JJ

3h 3h

3hAD

R ou UR

NPH/Lenta

Múltiplas Injeções Diárias (MID)a Busca da Insulina Basal Ideal

LisproNPH

Lispro às refeições + NPH em 4 doses fracionadas

C JA Ao deitar

Efeitoda

Insulina

Bolli, et al. Diabetologia; 42:1151-1167, 1999.

ESQUEMA BASAL/BOLUSMimetizar a secreção fisiológica

HOLLEMAN F, HOEKSTRA J. N Engl J Med 1997; 337: 176-83.

Insulina: Esquemas posológicos

EF

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O IN

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FE

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Í NIC

ON

ICO MANHÃMANHÃ TARDETARDE NOITENOITE MADRUGADAMADRUGADA

URURURUR

URUR

REFEIREFEIÇÇÕESÕESDD AA JJ ADAD 3h3h

BOLUSBOLUS

EF

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UL Í

Í NIC

ON

ICO MANHÃMANHÃ TARDETARDE NOITENOITE MADRUGADAMADRUGADA

REFEIREFEIÇÇÕESÕES

DD AA JJ 3h3h

GlarginaGlargina

INFUSÃO BASAL na TBI (UR))

EF

EIT

O IN

SU

LE

FE

ITO

INS

UL Í

Í NIC

ON

ICO

DD AA JJ ADAD 3h3h

R ou URR ou UR

NPHNPH

ADAD

R ou URR ou UR

ANTIDIABÉTICOS ORAIS

Agentes Terapêuticos para o DM 2

Classe de Medicamento

Alvo Molecular Local(is) de Ação Eventos Adversos

SulfoniluréiasReceptor de SU +

Canal de ATPCélula β Pancreática Hipoglicemia

Ganho de PesoAnálogos da Meglitinida

Biguanidas AMP KinaseFígado

Músculo

Desconforto GI

Acidose Láctica

Inibidores da α-Glucosidase

α-Glucosidase Intestino Desconforto GI

Tiazolidinedionas(TZDs)

PPARγ (agonista) FígadoMúsculoGordura

Ganho de PesoEdema

ICC Fraturas

Insulina Receptor de Insulina Hipoglicemia

Ganho de Peso

Locais de Ação das Opções Terapêuticas Disponíveis no Tratamento do Diabetes Tipo 2

ABSORÇÃO DE GLICOSE

PRODUCÃO DE GLICOSE

Metformina(TZDs)

MÚSCULO

CAPTAÇÃO PERIFÉRICADE GLICOSE

TZDs(Metformina)

PÂNCREAS

SECREÇÃO DE INSULINA

SulfoniluréiasMeglitinidasIncretinasInsulina

TECIDOADIPOSO

FÍGADO

Inibidores da α-glicosidase

INTESTINO

MEDICAMENTOS ANTI-OBESIDADERimonabantoSibutramina

Orlistat

Escolha do medicamento e associações

• valores das glicemias de jejum, pós-prandial e HbA1c;

• o peso e a idade do paciente;

• a presença de complicações, outros transtornos metabólicos e doenças associadas;

• as possíveis interações com outros medicamentos,

• reações adversas e contra-indicações;

• Custos

CONTROLE GLICÊMICOantidiabéticos orais

METFORMINA

Mecanismos de ação do Metformin

• ↑ sensibilidade insuliníca no fígado (principal mecanismo)

− ↓ produção hepática de glicose

• ↑ sensibilidade insulínica no músculo

− ↑ captação periférica de glicose

• ↓ absorção de glicose no intestino (?)

CONTROLE GLICÊMICOAnti-diabéticos orais- – BIGUANIDAS

METFORMINA

• Glifage® – Merck (500 mg / 850 mg / 1 g)

• Glucoformin® – Biobrás (500 mg / 850 mg)

• Dimefor® – Eli Lilly (850 mg)

•Posologia habitual

• 500 – 2550 mg/dia

Efeitos colaterais

• Deconforto gastrointestinal

• Acidose lática

• Hipoglicemia somente se associado a insulina ou secretagogo de insulina

CONTROLE GLICÊMICOAnti-diabéticos orais – BIGUANIDAS

• Contra-indicações e cuidados especiais– Disfunção renal (Cr > 1,5 mg/dL)

– Acidose metabólica

– Uso recente (< 48 h) de contraste iodado EV

– Insuficiência hepática, cirrose e alcoolismo crônico

– Insuficiência cardíaca e respiratória

– Choque circulatório e período peri-operatório

– Cuidado em idosos

Recomendações para o uso de merformina em IRC

Grau de IRC Recomendação

Leve-C cr 60-90 mL/min

Use menor dose efetiva,não mais que 2 g /dia

ModeradaC cr 30-60 mL/min

Extremo cuidado-reduzir dose.Em geral não mais que 1 g

SeveraC cr < 30 mL/min

Evite (avoid)

CONTROLE GLICÊMICOantidiabéticos orais

SULFONILUREIAS

☺Outros

Sulfoniluréia

Canal de K+

K+

-

-

Ca+2

Despolarização

↑↑↑↑ Ca+2

Glicose [ATP] ↑↑↑↑

↑↑↑↑ Secreção de insulina

+

Metabolismo

SUR1

Tratamento do DiabetesAnti-diabéticos orais – SULFONILURÉIAS

GLIBENCLAMIDA

• Daonil® – Hoechst e outros

• ½ vida: 2-5 h; duração de efeitos: 20-24 h

• Dose diária: 2,5-20 mg em 1-2 tomadas

• Metabólitos ativos: sim

GLIMEPIRIDA

• Amaryl® - Hoechst

• ½ vida: 5-8 h; duração de efeitos: 16-24 h

• Dose diária: 1-8 mg em 1 (ou até 2) tomadas

• Metabólitos ativos: fracos

Tratamento do DiabetesAnti-diabéticos orais – SULFONILURÉIAS

GLICLAZIDA

• Diamicron® MR - Servier

• ½ vida: 16 h; duração de efeitos: 24 h

• Dose diária: 30-120 mg em 1-2 tomadas

• Metabólitos ativos: não

GLIPIZIDA

• Minidiab® - Pharmacia & Upjohn

• ½ vida: 1-5 h; duração de efeitos: 14-16 h

• Dose diária: 2,5-20 mg em 1-2 tomadas

• Metabólitos ativos: não

Tratamento do DiabetesAnti-diabéticos orais – SULFONILURÉIAS

• Efeitos colaterais– Hipoglicemia (efeito colateral mais comum)

– Rash cutâneo

– Alterações GI (náuseas, epigastralgia, diarréia)

– Alterações hematológicas (raras)• Plaquetopenia, leucopenia, anemia

CONTROLE GLICÊMICOantidiabéticos orais

GLINIDAS

Tratamento do DiabetesAnti-diabéticos orais – ANÁLOGOS DA METIGLINIDA

• Estrutura semelhante às sulfoniluréias, mas sem o radical sulfônico na molécula

• Também age por se ligar ao receptor SUR na célula β e provocar sua despolarização, culminando com liberação de grânulos de insulina

• Absorção intestinal e metabolização hepática rápidas � ½ vida curta (< 1 h)

• Potencial benefício em relação às sulfoniluréias: menor risco de hipoglicemia

• INDICADAS PARA O TRATAMENTO DA HIPERGLICEMIA POS ALIMENTAR

CONTROLE GLICÊMICOAnti-diabéticos orais

análogos da metiglinida_-GlinidasREPAGLINIDA

• Prandin® – Novo Nordisk

• ½ vida: 1 h; duração de efeitos: 4-6 h

• Dose por refeição: 0,5-4 mg (máx diário: 16 mg)

• Administrar imediatamente antes da refeição

NATEGLINIDA

• Starlix® - Novartis

• ½ vida: 1,5 h; duração de efeitos: 4-6 h

• Dose por refeição: 60-180 mg

• Administrar imediatamente antes da refeição

CONTROLE GLICÊMICOantidiabéticos orais

ACARBOSE

Absorção de carboidratos

Tratamento do DiabetesAnti-diabéticos orais – ACARBOSE

• Acarbose– Análogo de oligossacarídeo com alta afinidade para as

dissacaridases intestinais– Liga-se 1000× mais avidamente à alfa-glicosidase que a

sacarose– ↓ elevações pós-prandiais da glicemia– Efeito clínico: ↓ HbA1c em 0,5-1,0% e glicemia pós-prandial

em 20-30%– ↓ peso– ↓ risco de evolução para diabetes em pré-diabéticos (estudo

STOP-NIDDM)

Tratamento do DiabetesAnti-diabéticos orais – ACARBOSE

ACARBOSE

• Glucobay® – Bayer

• Dose por refeição: 25-100 mg

• Tomar junto com a refeição

• Efeitos colaterais: flatulência, mal-estar intestinal, diarréia

• CUIDADO: se o paciente tomando Acarbose tem hipoglicemia induzida por insulina ou secretagogo de insulina, esta deverá ser tratada com GLICOSE e não com sacarose ou outros carbiodratoscomplexos

CONTROLE GLICÊMICOantidiabéticos orais

QUANDO NÃO USAR?

Acarbose– Doença inflamatória intestinal

– Doença intestinal associada a má-absosção

– Insuficiência renal grave.

CONTROLE GLICÊMICOantidiabéticos orais

TIAZOLIDINEDIONAS -TZD ou GLITAZONAS

Captação de glicose diminuída

Pioglitazona (Actos)

Rosiglitazona (Avandia)

Tratamento do DiabetesAnti-diabéticos orais – TIAZOLIDINEDIONAS

• Mecanismo de ação– Ativação do PPAR-γ modula a transcrição de genes relacionados

metabolismo de energético e lipídico

– Agonistas dos receptores nucleares PPAR-γ, encontrados em tecido adiposo, músculo esquelético e no fígado

– Efeitos das tiazolidinedionas• ↓ glicemia e triglicérides

• ↑ sensibilidade à insulina no músculo, fígado e tecido adiposo

• ↓ LDL pequenas e densas, que são mais aterogênicas

• ↓ do stress oxidativo na célula β � preservação do pâncreas endócrino

Tratamento do DiabetesAnti-diabéticos orais – TIAZOLIDINEDIONAS

PIOGLITAZONA

• Actos® – Abbot

• Dose diária: 15-45 mg em tomada única

• Efeitos colaterais: edema, ganho de peso, anemia dilucional, descompensação de ICC, hepatotoxicidade

ROSIGLITAZONA

• Avandia® – Glaxo-Smithkline

• Dose diária: 4-8 mg em 1 (ou até 2) tomadas

• Efeitos colaterais: edema, ganho de peso, anemia dilucional, descompensação de ICC, hepatotoxicidade

Tratamento do DiabetesAnti-diabéticos orais – TIAZOLIDINEDIONAS

• Contra-indicações– ICC moderada a grave– Hepatopatia grave– DM tipo 1, cetoacidose

• Cuidados ao administrar– ICC leve– Disfunção hepática– Edema– Risco de potencializar hipoglicemia se associado a insulina ou secretagogos de

insulina

– GLITAZONAS E DOENÇA CORONARIANA: Ainda uma questão a discutir– GLITAZONAS E OSTEOPOROSE: um outro efeito colateral possivel

Incretinas

Deficiência de insulina

(disfunção da célula β-pancreática)

Resistência à InsulinaResistência à Insulina

Unger RH. N Engl J Med 1971. “…glucagon, like insulin, is extremely

important in the homeostasis of glucose. Normal alpha-cell

function seems essential to optimal glucoregulation, and abnormal

alpha-cell function may cause, contribute to or result form a variety

of metabolic disorders, the most common being diabetes mellitus.”

Unger RH. N Engl J Med 1971. “…glucagon, like insulin, is extremely

important in the homeostasis of glucose. Normal alpha-cell

function seems essential to optimal glucoregulation, and abnormal

alpha-cell function may cause, contribute to or result form a variety

of metabolic disorders, the most common being diabetes mellitus.”Hipersecreção de Glucagon

(disfunção da célula α-pancreática)

Hipersecreção de Glucagon

(disfunção da célula α-pancreática)

Evolução do conhecimento sobre a fisiopatologia do DM2

Respostas à Insulina e ao Glucagon no Diabetes Tipo 2 após uma Refeição Rica em Carboidratos

Insu

lina

(µU

/ml)

Glu

cag

on

(µµ

g/m

l)G

luco

se(m

g/1

00 m

l)

*Insulina medida em cinco pacientesAdaptado de Müller WA et al N Engl J Med 1970;283:109–115.

Diabetes mellitus tipo 2 (n=12)*Controles sem diabetes (n=11)

150

0

140

90

360

80

240

–60Tempo (minutos)

306090

120

110

270300330

100110120130

Refeição

Glucagon não suprimido

0 60 120 180 240

Resposta à insulina deprimida/retardada

•• 19190202 – Fator produzido no intestino estimula o pâncreas

• 1906 1906 –– Extrato de membrana duodenal p/ DM

•• 19321932 – Termo Incrétine

••19641964 – Descrição do “Efeito Incretina”

• 1973 - Descoberta da primeira incretina – GIP

• 1987 – Descoberta do GLP-1

• 1995 – Enzima DPP-IV degrada GIP/GLP-1

Incretinas : Aspectos históricos

Células L-intestinais(íleo)

Células L-intestinais(íleo)

Proglucagon

GLP-1 [7-37]GLP-1 [7-37]

GLP-1 [7-36NH2]

Células K-intestinais(jejuno)

Células K-intestinais(jejuno)

ProGIPProGIP

GIP [1-42]GIP [1-42]

GLP-1=Glucagon-Like Peptide-1; GIP=Glucose-dependent Insulinotropic PeptideAdaptado de Drucker DJ. Diabetes Care. 2003;26:2929-2940.

GLP-1 e GIP são sintetizados e secretados pelointestino em resposta a alimentação oral

GLP-1 e GIP são sintetizados e secretados pelointestino em resposta a alimentação oral

500

Os níveis GIP são normais de acordo com a Glicemia em Pacientes Com Diabetes Tipo 2

Pacientes Com DM 2

GIP

(p

g/m

L)

Tempo (min)

0

500

1000

1500

2000

2500

60 120 18002

Média ± SE; N = 22; 01-02 = Tempo de infusão de glicemia.Nauck MA, et al. Diabetologia. 1986;29:46-52. Reimpresso com permissão da Springer-Verlag © 1986.

Tempo (min)

0

1000

1500

2000

2500

60 120 180

Indivíduos Controle

01 0201

Glicose OralIV Glicose

* * * **

**

Os níveis GLP-1 Pós-prandiais são diminuídosem Pacientes Com Diabetes Tipo 2

20

15

10

5

00 60 120 180 240

Tempo (min)

Meal

GL

P-1

(p

mo

l/L)

Mean ± SE; N = 102; *P <.05 between T2DM and NGT groups.Toft-Nielsen M, et al. Determinants of the impaired secretion of glucagon-like peptide 1 in type 2 diabetic patients. J ClinEndocrinol Metab. 2001;86:3717-3723. Copyright 2001. The Endocrine Society.

Tolerância Normal à GlicemiaTolerância Diminuída à GlicemiaDiabetes Tipo 2

Efeitos do GLP-1 em Humanos

Promove saciedade e reduz o apetite

Células Beta:Melhoram a secreção de insulina dependente de

glicemia

Adapted from Flint A, et al. J Clin Invest. 1998;101:515-520.; Adapted from Larsson H, et al. Acta Physiol Scand. 1997;160:413-422.; Adapted from Nauck MA, et al. Diabetologia. 1996;39:1546-1553.; Adapted from Drucker DJ. Diabetes. 1998;47:159-169.

Fígado:↓ glucagon reduz a

produção hepática de glicose

Célula Alfa:Reduz a Secreção de glucagon

pós-prandial

Estômago:Ajuda a regular o

esvaziamentogástrico

GLP - 1 secretado após a ingestão de alimento

Melhora a Função da célula beta

Reduz a sobrecarga sobre a célula beta

O Potencial Terapêutico do GLP-1 ÉLimitado Pela Sua Rápida Degradação

Rápida degradação (DPP-IV),Meia-vida de eliminação curta (~1-2 min)

O GLP-1 deve ser administrado continuamente (infusão)

Inconveniente para se tratar uma doença crônica como diabetes tipo 2

Drucker DJ, et al. Diabetes Care. 2003;26:2929-2940.

Estratégias atuais para melhorar o potencialterapêutico do GLP-1

• Agentes que mimetizam as ações do GLP-1

– Derivados do GLP-1 resistentes ao DPP-IV• Análogos do GLP-1 (GLP-1 ligado à albumina)• Análogos do GLP-1 de ação prolongada (CJC 1131)

– Peptídeos que mimetizam algumas das ações glicoregulatórias do GLP-1• Exenatida, Exenatida LAR

• Agentes que prolongam a atividade do GLP-1 endógeno

– Inibidores da DPP-IV • Sitagliptina• Vildagliptina• Saxagliptina• Denagliptina• Alogliptina

Drucker DJ et al. Diabetes Care. 2003;26:2929-2940. Baggio LL et al. Diabetes. 2004;53:2492-2500.

Exenatida (Exendin-4)– Versão sintética da proteína salivar encontrada no mostro

de Gila

– Aproximadamente 50% de identidade com o GLP-1 humano

• Se liga aos receptores conhecidos do GLP-1 humano nas células β in vitro

• Resistente à inativação da DPP-IV

Desenvolvimento da Exenatida: Um Incretino-Mimético

Local de Inativação da DPP-IV

H G E G T F T S D L S K Q M E E E A V R L F I E W L K N G G P S S G A P P P S – NH2

H A E G T F T S D V S S Y L E G Q A A K E F I A W L V K G R – NH2

Exenatida

GLP-1Humano

Incretinas:mecanismo de ação

secreção Ins.dependentede Glicose

secreção de glucagon

esvaziamento gástrico

ingestão alimento

sensibilidade à insulina

Drucker DJ Mol Endocrinol.2003

Ingestão carboidratos

Secreção de GLP1 emcélulas

do intestino

Em animais: aumento de massa e eficiência de célula beta

INCRETINAS

• Exenatide (Byetta) 5 a 10 mg SC 2 x/ dia

• Liraglutide

SFU n=377

O Exenatida abaixou a HbA1c em 30 Semanas

MET + SFU n=733MET n=336

Alt

eraç

ão n

a H

bA

1c(%

)

Placebo BID Exenatida 5 µg BID Exenatida 10 µg BID

*

0,2

-0,6*

-0,8

População ITT; Média (EP); MET (N = 336), SFU (N = 377), MET + SFU (N = 733); *P <,005 vs placebo.A HbA1c basal média foi de 8,2% a 8,7% em todos os braços do estudo.

DeFronzo RA, et al. Diabetes Care. 2005;28:1092-1100,; Buse JB, et al. Diabetes Care. 2004;27:2628-2635.; Kendall DM, et al. Diabetes Care. 2005;28:1083-1091.

*

0,1

-0,5*

-0,9

-0,4*

-0,8*

-1

-0,5

0

0,5

0,1

A Exenatida Reduziu o Peso Corporal ao Longo de 30 Semanas

MET

Alt

eraç

ão n

o P

eso

(kg

)

MET + SFU

Tempo (semana)

SFU

0 10 20 30

*

0 10 20 30

*

*

*

** *

Placebo BIDExenatida 5 µg BIDExenatida 10 µg BID

0 10 20

-3,0

-2,5

-2,0

-1,5

-1,0

-0,5

030

**

**

**

**

** **-3,5

População ITT; Média (EP); MET (N = 336), SFU (N = 377), MET + SFU (N = 733); *P <0,05 vs placebo; **P <,001 vs placebo.O peso basal médio variou de 95 kg a 101 kg em todos os braços do estudo.DeFronzo RA, et al. Diabetes Care. 2005;28:1092-1100,; Buse JB, et al. Diabetes Care. 2004;27:2628-2635.;Kendall DM, et al. Diabetes Care. 2005;28:1083-1091. Reproduzido com permissão de The American Diabetes Association.

Tempo (semana) Tempo (semana)

*

Pacientes tratados com Exenatida com Reduçãode HbA1c

n=314; Média (SE)

Duração do Tratamento (Sem.)

Controlado por PlaceboExtensões Abertas

∆∆ ∆∆H

bA

1c(%

)

Valor Basal de HbA1c 8.3%

-1.1 ± 0.1%

20 40 60 80

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0

Blonde L, Klein EJ, Han J et al. Diabetes Obes Metab 2006; 8:436-47

Redução Progressiva de Peso em PacientesTratados com Exenatida

n=314; Média (SE)

∆∆ ∆∆P

eso

(kg

)

Duração do Tratamento (Sem.)

Controlado por PlaceboExtensões Abertas

Peso do valor basal: 100 kg

-4.4 ± 0.3 kg

-6

-4

-2

0

20 40 60 800

Blonde L, Klein EJ, Han J et al. Diabetes Obes Metab 2006; 8:436-47

Sitagliptina /Vildagliptina : Inibidoresda DPP-IV

Dados Clínicos

SecreçãoGLP-1

GLP-1 (9-36)inativo

GLP-1 (7-36)ativo

Adaptado de Deacon CF. Diabetes 1995;44 (9): 1126

t1/2 = 1 a 2 mint1/2 = 1 a 2 min

DPP-4DPP-4 = Dipeptidil peptidase IVDPP-4 = Dipeptidil peptidase IV

Secreção e Inativação do GLP-1

Sitagliptina em monoterapia

Raz I et al. PN023; Aschner P et al. PN021. ADA2006

Inclusão :HbA1c entre 7%–10%

Reduction in A1c

(%)

<8% 8–9% >9%

7.39 8.36 9.58

HbA1c In (%) <8% 8–9% >9%

7.39 8.36 9.58

Estudo 24 semanas

-0,57

-0,8

-1,52-1,8

-1,6

-1,4

-1,2

-1,0

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

Estudo 18 semanas

-0,44

-0,61

-1,2

-1,8

-1,6

-1,4

-1,2

-1,0

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

Vildagliptina – Efeito na glicemia pós-prandial em portadores de DM2

Vildagliptina – Efeito na glicemia pós-prandial em portadores de DM2

• * * p<0.001

-45-45

-36-36

-27-27

-18-18

-9-9

00Placebo (19)Placebo (19)

• * *

• Desjejum • Jantar

Mud

ança

a p

artir

do

basa

l (m

g/dL

)M

udan

ça a

par

tir d

o ba

sal

(mg/

dL)

Vildagliptina (18)Vildagliptina (18)

Adaptado de Ahren B. J Clin Endoc Metabol 2004; 89(5): 2078-2084

• *• * p = 0.001

Placebo (19)Placebo (19) Vildagliptina (18)Vildagliptina (18)

HbA1c: 7.2%

GPM: 160 mg/dl

4 semanas

-0,9

-0,6

-0,3

0n=238

Varia

ção

a pa

rtir

do b

asal (%

)

*

*p < 0.001 vs inicial*p < 0.001 vs inicial-1,2

n=1.231

*

< 65 anos >65 anosVildagliptina 100mg ao dia (monoterapia)

Eficácia da Vildagliptina em idosos diabéticos- análisede subgrupos

Pratley et al. Diab Care 2007; 30: 3017-3022

HbA1c média: 8.6%24 semanas

Sitagliptina e Metformina – Efeitos em Monoterapia e TerapiaCombinada em relação aos níveis de HbA1c

Sit 50 mg BID + met 1000 mg BIDSit 50 mg BID + met 500 mg BID

Met 1000 mg BIDMet 500 mg BIDSit 100 mg QD

Baseline A1C

0

–3.0

–2.0

–1.0

LS

M C

han

ge

Fro

m B

asel

ine,

%

<8(mean 7.6%)

8 – <9(mean 8.4%)

9 – <10(mean 9.4%)

≥10(mean 10.4%)

–3.5

–2.5

–1.5

–0.5

0

–3.0

–2.0

–1.0

–3.5

–2.5

–1.5

–0.5

n=32n=28 n=49n=40 n=39 n=33 n=53n=39n=43 n=60 n=19 n=30 n=33 n=38 n=43 n=16 n=16 n=8 n=21 n=17

Goldstein Diabetes Care 2007

INIBIDORES DA DPP4

• Sitalgliptina (Januvia) 50 a 100 mg 1x /dia

• Vidalgliptina (Galvus) 50 a 100 mg/dia em 2 tomadas

Inibidores da DPP-IV : Aspectos Favoráveis

• Efetividade no controle glicêmico (glicose, HbA1c)

• Efeito Glicose-Dependente (< risco hipoglicemia)

• Diversos mecanismos de ação (glucagon, insulina, etc)

• Possibilidade de associação com outros hipoglicemiantes orais

• Efeito neutro no peso corpóreo

• Baixa incidência de efeitos colaterais

• Efeito positivo na regenaração/neogênese de ilhotas (animais, “in vitro”) –retardo na progressão do DM2 ?

CONCLUSÕES• Na atualidade dispomos de um grande arsenal terapêutico para o tratamento do

DM2, com claro benefício no controle metabólico e nas complicações microvasculares, porém sem comprovação de benefícios sobre os desfechos CV.

• Devemos optar por um classe de medicamentos ou associações baseados nas características individuais de nosso paciente, levando em consideração: tempo de doença, efetividade, eventos adversos, custos e preferências pessoais.

Algoritmo Proposto de Terapia para o Diabetes Tipo 2

Adicionar Insulina Oportunamente ao Algoritmo

1 Agente oral

2 Agentes orais

3 Agentes orais

• Sintomas severos

• Hiperglicemia severa

• Cetose

• Gravidez

Terapia não-farmacológica

inadequada

Uso de insulina no Diabetes Mellitus Tipo 2

QUANDO?

Ao diagnóstico

Glicemia muito elevada

Emagrecimento

Cetonúria/cetonemia

Ao longo do tratamento

Falência de medicamentos oraisQuando as metas não forem obtidas com os antidiabéticos orais Durante a gravidez, cirurgias einfecções graves

� Drogas serotoninérgicas (fluoxetina, sertralina)

� Sibutramina

� Topiramato

� Orlistat

� Drogas serotoninérgicas (fluoxetina, sertralina)

� Sibutramina

� Topiramato

� Orlistat

DROGAS ANTIOBESIDADEDROGAS ANTIOBESIDADE

� A incidência de cardiopatia isquêmica em diabéticos é maior

que na população em geral

� A gravidade da cardiopatia isquêmica em diabéticos é maior

� Diabéticos devem ser tratados como indivíduos em prevenção

secundária

� A incidência de cardiopatia isquêmica em diabéticos é maior

que na população em geral

� A gravidade da cardiopatia isquêmica em diabéticos é maior

� Diabéticos devem ser tratados como indivíduos em prevenção

secundária

OBJETIVOS DO TRATAMENTO DAS DISLIPIDEMIAS NO DIABÉTICOConsiderações

OBJETIVOS DO TRATAMENTO DAS DISLIPIDEMIAS NO DIABÉTICOConsiderações

� LDL colesterol < 100 mg/dl (<70 mg/dl em alto risco)

� HDL colesterol > 45 mg/dl

� Triglicérides < 150 mg/dl

� LDL colesterol < 100 mg/dl (<70 mg/dl em alto risco)

� HDL colesterol > 45 mg/dl

� Triglicérides < 150 mg/dl

OBJETIVOS DO TRATAMENTO DAS DISLIPIDEMIAS NO DIABÉTICO

OBJETIVOS DO TRATAMENTO DAS DISLIPIDEMIAS NO DIABÉTICO

DISLIPIDEMIA NO DIABETES MELITO

1. Avaliação anual dos níveis lipídicos

2. Tratamento de causas secundárias

3. Suspensão de drogam que influem no metabolismo lipídico

4. Controle do Diabetes

5. Dieta

6. Drogas

Ordem de prioridade no tratamento da dislipidemia em diabéticos (ADA 2002)

I. Redução do LDL-colesterol1a escolha: Estatinas

2a escolha: Sequestrante de ácido biliar (resina) ou fenofibrato

II. Aumento de HDL-colesterolIntervenção comportamental: perda de peso,

aumento de atividade física, orientação anti-tabagismo.

Ordem de prioridade no tratamento da dislipidemia em diabéticos (ADA 2002)

III. Redução dos triglicérides1. Controle Glicêmico2. Derivados do ácido fíbrico3. Acido nicotinico4. Estatinas

IV. Hiperlipidemia Combinada1a escolha: Estatinas em dose alta2a escolha: Estatinas + Derivados do ácido fíbrico3a escolha: Resinas + Derivados do ácido fíbrico

Estatinas + Ácido Nicotínico (monitorizarglicemia)

� Deve ser considerada em função do risco cárdio-

vascular (aumentado em diabéticos) e possíveis contra-

indicações.

� Deve ser considerada em função do risco cárdio-

vascular (aumentado em diabéticos) e possíveis contra-

indicações.

DIMINUIÇÃO DA ADESIVIDADE PLAQUETÁRIA EM DIABÉTICOS

DIMINUIÇÃO DA ADESIVIDADE PLAQUETÁRIA EM DIABÉTICOS

NOVAS FORMAS DE TRATAMENTO

• TRANSPLANTE DE PANCREAS

• TRANSPLANTE DE ILHOTAS

• CELULAS TRONCO

• CIRURGIA METABOLICA

OBRIGADO!!!!

[email protected]

112

ALGORITMO DE ATENDIMENTO AO

PACIENTE DIABÉTICO

113

AVALIAÇÃO INICIALHistória clínica – avaliar:

• sintomas, resultados laboratoriais prévios

• histórico de peso e padrão alimentar

• tratamento atual diabetes, auto-monitorização

• freqüência e ocorrências das complicações agudas

• complicações crônicas

• outras medicações que podem alterar a glicemia

• fatores de risco associados – tabagismo, dislipidemia, historia familiar de doença coronariana, obesidade, hipertensão

• contracepção se indicado

114

AVALIAÇÃO INICIAL

Exame físico

• altura e peso

• pressão arterial

• avaliação cardio-pulmonar, abdominal

• avaliação pés

115

AVALIAÇÃO INICIAL

Exames complementares

• A1c

• glicemia plasmática de jejum, HDL, LDL

• função hepatica, TSH, ECG se indicado

• microalbuminuria para DM2, DM1 após 5 anos do diagnóstico

• creatinina, ureia

• urina 1

116

AVALIAÇÃO INICIALEncaminhamento

• medicina preventiva

• nutricionista

• fundo de olho se DM2, DM1 após 5 anos de doença

• orientar auto-monitorização, atividade física, perda de peso

• pós-consulta enfermagem, se indicado – pacientes em uso de insulina, outros

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CONSULTA ACOMPANHAMENTO

História clínica – avaliar:• histórico de sintomas, resultados laboratoriais prévios• peso e padrão alimentar• aderência tratamento atual diabetes, auto-monitorização• freqüência e ocorrências das complicações agudasSeguimento clínico• reforçar atividade física, perda de peso e orientação nutricional

CONSULTA ACOMPANHAMENTO

Exames complementaresA1c – para pacientes descompensados solicitar a cada 3 meses, para compensados a cada 6 mesesFundo de olho – anual se sem complicaçõesTeste de esforço – se indicadoPerfil lipídico – anual se na meta, a cada 3 meses se fora da metaAvaliação pés – anual se sem complicações, encaminhar podólogo, cirurgião vascular se necessárioMicroalbuminuria – anual se inalterada, se alterada, confirmar em 3 meses, caso urina 1 com proteina uma cruz, ou microalbuminuria > 500mg/dl, solicitar proteinúria.Urina 1 anual

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ORIENTAÇÕES PARA CONDUTA• Pacientes diabéticos tipo 1, preferencialmente encaminhar ao

endocrinologista• glicemia de jejum > 210mg/dl ou A1c > 9,0% - considerar terapia

combinada ou insulina, se A1c < 9,0% iniciar monoterapia, juntamente com atividade física e dieta

• Reavaliação em 3 meses, se A1c > 6,5% introduzir insulina se o mesmo não faz uso, ou glicemia de jejum > 110mg/dl.

• Antidiabéticos orais• Metformina é o único antidiabético oral aprovado para crianças (> 10 anos)• Caso o paciente não esteja compensado com dois antidiabéticos orais, dar

preferência a introdução de insulina (mais barato e mais efetivo)• Considerar aspirina para todos os pacientes diabéticos acima de 40 anos,

caso não haja contra-indicações• Considerar tratamento diferenciado para pacientes idosos, cardiopatas,

crianças e gestantes.

CONTROLE GLICÊMICOantidiabéticos orais

QUANDO NÃO USAR O QUÊ?

Sulfonilureias– Doença hepática grave

– Disfunção renal grave

– -associação de drogas que podem aumentar efeito hipoglicemiante: cetoconasol,eritro e claritromicina, sulfonamidas, álcool, fuoxetina