dificuldades enfrentadas pelos arquitetos na especificaÇÃo...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Escola de Engenharia
Curso de Especialização em Produção e Gestão do Ambiente
Construído
Danielly Pereira e Souza
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS ARQUITETOS NA
ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS CONSTRUTIVOS
ECOEFICIENTES
Belo Horizonte 2017
DANIELLY PEREIRA E SOUZA
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS ARQUITETOS NA
ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS CONSTRUTIVOS
ECOEFICIENTES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Especialização: Produção e Gestão do Ambiente Construído do Departamento de Materiais de Construção, da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista. Orientador: Silvio Romero Fonseca Motta
Belo Horizonte 2017
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo dom da vida e pelo privilégio de compartilhar tamanha
experiência, por estar sempre ao meu lado.
Agradeço aos meus pais, Maria Geralda e José Pereira, pois sem eles eu não
estaria onde estou hoje, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. Possuo imensa
admiração, orgulho e amor.
Aos colegas de classe, companheiros nessa trajetória, que não mediram
esforços nas trocas de conhecimento. Guardo vocês nas minhas melhores
lembranças.
Aos familiares pelo amor incondicional e auxílio durante toda minha vida
principalmente no período de elaboração desse projeto, pelas palavras de
encorajamento que me fizeram acreditar que sou capaz.
Aos amigos que são fundamentais em minha vida, obrigada por cada palavra,
cuidado e principalmente paciência nesse período que eu sempre estava ausente e
cansada, vocês são os irmãos que eu não tenho.
A todos que contribuíram de alguma forma para que esse projeto se tornasse
real, muito obrigada!
Por último e não menos importante meu orientador, professor Silvio Motta,
peça fundamental na elaboração desse projeto, obrigada pela orientação, paciência,
dedicação e incentivo para o desenvolvimento desse assunto da qual aprecio
bastante.
“Salmo de Davi. O Senhor é meu pastor,
nada me faltará. Em verdes prados ele me
faz repousar. Conduz-me junto às águas
refrescantes, restaura as forças de minha
alma. Pelos caminhos retos ele me leva, por
amor do seu nome. Ainda que eu atravesse
o vale escuro, nada temerei, pois estais
comigo. Vosso bordão e vosso báculo são o
meu amparo. Preparais para mim a mesa à
vista de meus inimigos. Derramais o perfume
sobre minha cabeça, e transborda minha
taça. A vossa bondade e misericórdia hão de
seguir-me por todos os dias de minha vida. E
habitarei na casa do Senhor por longos
dias”.
(SALMO 23)
RESUMO
A construção civil é um setor grande gerador de resíduos e os arquitetos são um dos principais profissionais com grande potencial de minimizar os impactos gerados em uma construção considerando os materiais de construção, pois lidam com a especificação de materiais construtivos. Este estudo teve como objetivo entender os meios utilizados pelos arquitetos para especificação de materiais construtivos ecoeficientes e identificar as principais informações necessárias para especificação desses materiais, identificar possíveis dificuldades encontradas pelos arquitetos nesse processo de especificação ecoeficiente, identificar a qualidade das informações fornecidas pelos fabricantes de alguns materiais dos subsistemas de acabamentos e vedações e identificar se há preocupação dos arquitetos em especificar materiais de menor impacto ambiental. Recorreu-se a pesquisa quantitativa do tipo exploratória, que primeiramente buscou em referenciais teóricos as principais informações necessárias de um material para determiná-lo como ecoeficiente, utilizou-se essas informações para gerar uma matriz e pesquisar entre 18 fabricantes de materiais de alguns segmentos quais forneciam tais informações e para finalizar foi realizado um questionário que ficou hospedado em um site de pesquisa e divulgado para arquitetos via colegas de profissão e mídias eletrônicas para entender as formas que os arquitetos utilizam para especificação, se eles se preocupam em especificar e quais as principais dificuldades encontradas nessa especificação de materiais ecoeficientes, foram enviados para 163 arquitetos e somente 61 o responderam. Os principais meios de especificação dos arquitetos de acordo com essa pesquisa são o catálogo do fabricante, a avaliação do ciclo de vida e conhecimentos empíricos, percebe-se que a especificação de materiais ecoeficientes é difícil no Brasil, mesmo a maior parte dos arquitetos se preocupando com os impactos ambientais eles não possuem ferramentas totalmente confiáveis para essa especificação de materiais ecoeficientes, então o meio que muitos deles fazem para contribuir de alguma forma com as questões ambientais é optar por materiais com algumas características ecoeficientes como materiais locais, com menor toxidade, mais duráveis, entre outros. Palavras-chave: Materiais construtivos ecoeficientes. Minimização dos impactos ambientais. Especificação de materiais.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Representação esquemática da ACV ................................................ 20
Figura 2: Laminado melamínico. ....................................................................... 26
Figura 3: Bloco cerâmico de vedação com furos na horizontal. ........................ 30
Figura 4: Bloco cerâmico de vedação com furos na vertical. ............................ 31
Figura 5: Bloco vazado de concreto simples. .................................................... 32
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Informações fornecidas pelos fabricantes de tintas imobiliárias .... 36
Gráfico 2 – Informações fornecidas pelos fabricantes de revestimento cerâmico
................................................................................................... ..............39
Gráfico 3 – Informações fornecidas pelos fabricantes de piso laminado .......... 41
Gráfico 4 – Informações fornecidas pelos fabricantes de drywall ..................... 45
Gráfico 5 – Informações fornecidas pelos fabricantes de bloco cerâmico ........ 47
Gráfico 6 – Informações fornecidas pelos fabricantes de bloco de concreto ... 49
Gráfico 7 – Informações fornecidas pelos fabricantes de todos os segmentos
analisados ............................................................................................... 52
Gráfico 8 – Faixa etária dos arquitetos ............................................................. 55
Gráfico 9 – Tempo de formação dos arquitetos ............................................... 56
Gráfico 10 – Área de atuação dos arquitetos ................................................... 57
Gráfico 11 – Região de atuação dos arquitetos ............................................... 58
Gráfico 12 – Segmento de atuação dos arquitetos .......................................... 60
Gráfico 13 – Existência de preocupação dos arquitetos na especificação ....... 61
Gráfico 14 – Critérios utilizados na especificação de materiais........................ 62
Gráfico 15 –Opinião dos arquitetos sobre a suficiência das informações dos
catálogos .................................................................................................. 63
Gráfico 16 – Arquitetos que priorizam materiais locais .................................... 64
Gráfico 17 – Arquitetos que fazem gerenciamento de resíduos gerados na obra
................................................................................................................. 66
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Classificação das tintas para edificações não industriais. ......................... 24
Tabela 2: Classificação dos pisos laminados quanto ao nível de uso. ...................... 26
Tabela 3: Requisitos para pisos laminados. .............................................................. 27
Tabela 4: Características físicas e mecânicas das chapas de gesso. ....................... 29
Tabela 5: Características geométricas das chapas de gesso. .................................. 30
Tabela 6: Tolerância máxima para fabricação de blocos cerâmicos. ........................ 31
Tabela 7: Resistência à compressão mínima para os blocos cerâmicos .................. 32
Tabela 8: Dimensões reais que os blocos modulares e submodulares devem
atender. ............................................................................................................. 33
Tabela 9: Matriz gerada para levantamento junto aos fabricantes. ........................... 34
Tabela 10: Propriedades fornecidas pelos fabricantes de tintas. .............................. 40
Tabela 11: Propriedades fornecidas pelos fabricantes de revestimento cerâmico. ... 43
Tabela 12: Matriz de propriedades fornecidas pelos fabricantes de pisos laminados.
.......................................................................................................................... 45
Tabela 13: Propriedades fornecidas pelos fabricantes de drywall............................. 49
Tabela 14: Matriz de propriedades fornecidas pelos fabricantes de bloco cerâmico. 52
Tabela 15: Propriedades fornecidas pelos fabricantes de blocos de concreto .......... 54
Tabela 16: Informações fornecidas pelos fabricantes de todos os segmentos
analisados. Fonte: Autora, 2017. ..................................................................... 58
Tabela 17: Faixa etária dos arquitetos respondentes ................................................ 60
Tabela 18: Tempo de formação dos arquitetos. ........................................................ 61
Tabela 19: Área de atuação dos arquitetos ............................................................... 62
Tabela 20: Região de atuação dos arquitetos ........................................................... 63
Tabela 21: Segmento de atuação dos arquitetos ...................................................... 64
Tabela 22: Preocupação dos arquitetos na especificação ........................................ 66
Tabela 23: Critérios utilizados pelos arquitetos para especificação de materiais. ..... 67
Tabela 24: Opinião dos arquitetos sobre a suficiência das informações dos
catálogos. .......................................................................................................... 68
Tabela 25: Arquitetos que priorizam materiais locais. ............................................... 69
Tabela 26: Arquitetos que fazem gerenciamento dos resíduos gerados na obra...... 70
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACV – Avalição Ciclo de Vida
ACVE – Avaliação do Ciclo de Vida Energético
C – Comprimento
CM – Centímetros
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
COV – Compostos Orgânicos Voláteis
FSC – Conselho de Manejo Florestal
H – Altura
IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores
ICV – Inventário do Ciclo de Vida
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
ISO – Organização Internacional para Padronização
KG/M² – Quilos por metro quadrado
L – Largura
LEED – Liderança em Energia e Design Ambiental
MM – Milímetros
Mpa – Megapascal
M² – Metros Quadrados
NBR – Norma Brasileira
PBQP-H – Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat
PSQ – Programa Setorial da Qualidade
P+L – Produção Mais Limpa
RU – Resistente à humidade
SCS – Scientific Certification Systems (Sistemas de Certificação Científica)
SGA – Sistema de Gestão Ambiental
USGBC – U.S. Green Building Council
WBCSD – World Business Council for Sustainable Development (Conselho
Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável).
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 14
2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 14
2.2 Objetivos específicos........................................................................................ 14
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................. 15
3.1 Impactos ambientais da construção civil ........................................................ 15
3.2 Avaliação do ciclo de vida ................................................................................ 17
3.3 A ecoeficiência na construção civil ................................................................. 20
3.4 Caracterização dos materiais construtivos .................................................... 23
3.4.1 Tintas imobiliárias ............................................................................... 23
3.4.2 Revestimento cerâmico ....................................................................... 25
3.4.3 Piso laminado....................................................................................... 25
3.4.4 Drywall .................................................................................................. 28
3.4.5 Bloco cerâmico .................................................................................... 30
3.4.6 Bloco de concreto ................................................................................ 32
4. METODOLOGIA ................................................................................................... 34
4.1 Descrição da matriz .......................................................................................... 35
5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................... 38
5.1 Dados dos fabricantes ..................................................................................... 38
5.1.1 Tintas imobiliárias ............................................................................... 39
5.1.2 Revestimento cerâmico ....................................................................... 41
5.1.3 Piso laminado....................................................................................... 44
5.1.4 Drywall .................................................................................................. 48
5.1.5 Bloco cerâmico .................................................................................... 50
5.1.6 Bloco de concreto ................................................................................ 52
5.1.7 Todos os segmentos analisados ........................................................ 54
5.2 Dados dos arquitetos ....................................................................................... 57
5.2.1 Faixa etária dos arquitetos ................................................................. 57
5.2.2 Tempo de formação dos arquitetos ................................................... 58
5.2.3 Campo de atuação dos arquitetos ..................................................... 59
5.2.4 Região de atuação dos arquitetos ...................................................... 61
5.2.5 Segmento de atuação dos arquitetos ................................................ 62
5.2.6 Preocupação dos arquitetos em especificar materiais ecoeficientes
........................................................................................................................ 63
5.2.7 Critérios utilizados para especificação de materiais ........................ 64
5.2.8 Opinião dos arquitetos sobre a suficiência das informações dos
catálogos dos fabricantes ............................................................................ 66
5.2.9 Priorização da utilização de materiais locais .................................... 67
5.2.10 Gerenciamento de resíduos .............................................................. 68
5.2.11 Principais dificuldades dos arquitetos em especificar materiais
ecoeficientes ................................................................................................. 69
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 72
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 75
APÊNDICE ................................................................................................................ 79
12
1. INTRODUÇÃO
A construção civil é responsável pelo uso de grande quantidade de
recursos naturais, por isso existe uma preocupação do setor com o meio
ambiente, o ideal seria construir de forma planejada e consciente para garantir
qualidade de vida no presente pensando na vida das futuras gerações.
O problema de pesquisa desta monografia foi identificar as principais
dificuldades dos arquitetos para especificação de materiais construtivos
ecoeficientes. Têm-se como hipóteses que os arquitetos especificam materiais
ecoeficientes consultando suas propriedades através de catálogos dos
fabricantes e a qualidade das informações fornecidas permitiriam que os
arquitetos especificassem materiais com menor impacto ambiental.
Essa pesquisa se justifica, pois o arquiteto é um profissional importante
na melhoria do setor de construção civil, atuando nas etapas de projeto,
planejamento e construção de novas edificações. Nessas etapas o arquiteto
pode considerar a escolha de materiais com maior durabilidade, com menor
impacto ambiental, que minimizem o consumo de água e energia, entre outros.
Essas soluções trazem benefícios a curto e longo prazo ao meio ambiente e a
sociedade.
Na revisão bibliográfica é inicialmente apresentado o referencial teórico
descrevendo os impactos ambientais causados pela construção civil, que é um
dos setores mais poluidores do meio ambiente, são exemplos disso o
esgotamento de matérias-primas, emissões gasosas ligadas ao efeito estufa,
grande volume de resíduos, ruídos, perda da qualidade do ar entre tantos
outros impactos ambientais. Para minimizar esses impactos negativos da
construção civil no planeta os autores afirmam que é necessário maior tempo
de planejamento na escolha de materiais e técnicas menos degradantes,
considerando que as medidas preventivas têm resultados mais eficazes.
A metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) para avaliar os
materiais desde a extração da matéria-prima até sua disposição final. Mesmo
com seus pontos negativos como a falta de banco de dados em países em
desenvolvimento ela ainda é a melhor ferramenta para esse efeito, quando os
13
dados forem aumentando o preço irá diminuir e aumentará a precisão dos
resultados.
A ecoeficiência mensura a necessidade de ofertar processos e produtos
a preço competitivo e mais ecológico que tem o objetivo minimizar os impactos
ambientais causados pela construção civil. São apresentadas as características
que os materiais devem conter para gerar menos impactos ambientais tais
como reduzir o consumo de água, de energia, a dispersão de substâncias
tóxicas, aumentar o poder de reciclabilidade dos materiais, priorizar o uso de
recursos renováveis, materiais mais duráveis, produção mais limpa entre
outros, nos quais alguns foram utilizados na matriz utilizada para realizar a
pesquisa com os fabricantes.
A caracterização dos materiais construtivos utilizados nesta pesquisa
descreve os detalhes básicos de cada material dos segmentos de tintas
imobiliárias, revestimento cerâmico, piso laminado, drywall, bloco cerâmico e
bloco de concreto, todos dos subsistemas de vedações e acabamentos.
A metodologia de pesquisa consiste em três etapas distintas, consistindo
em pesquisa com fornecedores de materiais e arquitetos que atuam na
especificação destes materiais. A primeira parte prática foi desenvolvida a partir
das informações básicas para a especificação de materiais ecoeficientes
extraídas da pesquisa realizada na revisão bibliográfica. Após a identificação
de tais dados elaborou-se uma matriz de forma a sistematizar as informações
fornecidas pelos fabricantes, onde é possível analisar e comparar três
fabricantes de cada segmento dos subsistemas pesquisados, acabamentos e
vedações.
Na segunda parte prática foi desenvolvido um questionário aplicado aos
arquitetos para obter informações sobre eventuais dificuldades de
especificação de materiais de baixo impacto ambiental. Este questionário foi
estruturado em questões referentes à identificação e caracterização dos
profissionais respondentes, dificuldades encontradas na especificação de
materiais e se há preocupação em especificar materiais de menor impacto
ambiental e quais métodos específicos são adotados para minimizar a
degradação ambiental. Também questionou-se o tempo de formação dos
profissionais, a área e região de atuação dos mesmos, sendo que estes fatores
influenciam consideravelmente nas respostas obtidas.
14
Por fim, foi realizada uma análise crítica dos resultados obtidos pelos
fabricantes e pelos arquitetos analisados, no qual é possível perceber que há
muitos obstáculos para a especificação de materiais ecoeficientes, como falta
de informações fornecidas pelos fabricantes para especificação, falta de
variedade de fabricantes de materiais deste tipo, resistência do cliente em
adotar esses materiais devido ao custo, desconhecimento por parte dos
profissionais da construção civil sobre materiais com menor impacto ambiental
devido à falta de tempo de pesquisa e gastos com transporte que inviabiliza a
utilização de tais materiais.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Identificar as principais dificuldades enfrentadas pelos arquitetos para
especificações de materiais construtivos ecoeficientes
2.2 Objetivos específicos
Identificar as principais informações necessárias para
especificação de materiais ecoeficientes;
Identificar a qualidade das informações ambientais dos materiais
de construção fornecidas pelos fabricantes;
Identificar os meios utilizados pelos arquitetos para especificação
desses materiais;
Identificar se os arquitetos se preocupam em especificar materiais
de construção com menor impacto ambiental.
15
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Impactos ambientais da construção civil
A NBR ISO 14001 (2015) define o termo Impacto Ambiental como “[...]
qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no
todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização”.
Cimino (1992 apud FLORIM; QUELHAS, 2004) aponta que dos recursos
extraídos do meio ambiente, 60% é consumido nos edifícios, o que
consequentemente aumenta o uso de sistemas construtivos ecológicos, como
materiais ecologicamente corretos, recicláveis ou reciclados, além da análise
do seu ciclo de vida que abrange desde a fabricação de determinado material
até seu descarte.
Florim e Quelhas (2004) consideram que os impactos ambientais
resultam em virtude da utilização do produto, da sua destinação, descarte,
transporte, armazenamento e processos de produção. É preciso se preocupar
com todo o ciclo de vida do material e nos impactos que eles causam ao
ambiente.
John, Oliveira e Agopyan (2006), afirmam que a construção de
edificações consome cerca de 75% dos recursos extraídos da natureza, e a
maior parte desses recursos são não-renováveis. Também contribuem
decisivamente para a poluição global aspectos relacionados à produção,
transporte, uso dos materiais, poluentes do ambiente interno e emissões de
efeito estufa. São evidentes os impactos ambientais associados à produção do
ambiente construído.
Roth e Garcias (2009) defendem que “significativos impactos causados
ao meio ambiente são consequência das atividades da construção civil”
(ROTH; GARCIAS, 2009, p.117). Para Sattler (2006 apud ROTH; GARCIAS,
2009), são muitos os danos causados pela construção civil, tais como:
esgotamento de matérias-primas, danos ecológicos, consumo de energia,
consumo de água, poluição e emissões danosas que estão diretamente ligadas
ao aquecimento global e aspectos relacionados à saúde humana.
16
Torgal e Jalali (2007) demonstram algumas ideias sobre materiais de
construção: “[...] alguns autores referem que os materiais de construção
representam quase 15% da energia na construção de edifícios”, (TORGAL;
JALALI, 2007, p. 5), e que, uma forma de contribuir para a redução de energia
utilizada na construção de edifícios é a escolha adequada dos materiais de
construção, Thomark (2007, apud TORGAL; JALALI, 2007, p. 5) “refere
poupanças de quase 17% em termos de energia incorporada”, outros autores
defendem que uma escolha correta dos materiais de construção pode reduzir
quase 30% de emissões de dióxido de carbono. Esin compara vários materiais
de construção, e defende que se deva privilegiar a utilização de materiais locais
para diminuir a energia gasta no transporte desses materiais.
Roth e Garcias (2009) defendem que na construção civil os impactos
ambientais começam na extração da matéria-prima, e continuam na fabricação,
execução de obras e disposição dos seus resíduos finais. Tornando inevitável a
formação de áreas degradadas. Essas áreas, muitas vezes, criam situações de
risco como: perda da qualidade do ar causada por ruídos, poluição, aumento
da vulnerabilidade dos lençóis freáticos, danos a edificações e ruas vizinhas,
insalubridades decorrentes da deposição de resíduos e danos à poluição do
entorno.
Ao término da obra outro problema é gerado, o dos resíduos. Esses
resíduos não se restringem apenas a tijolos quebrados ou argamassa
desperdiçada, formam um conjunto de materiais diversos, como embalagens
plásticas e de papel, terra e restos de vegetação, ferragens, madeira, e até
possíveis sobras de alimentos e resíduos de cigarro, entre outros, formando
assim um volume extremamente heterogêneo e de difícil separação. Quando
esses resíduos são descartados de maneira inadequada, trazem problemas à
saúde e ao meio ambiente, provocando o surgimento de vários pontos de áreas
degradadas espalhados pelos centros urbanos. Para evitar esses problemas:
É preciso que a construção civil se aproxime mais da construção sustentável, adotando formas de exploração de matérias-primas mais conscientes e alternativas, utilizando materiais e processos construtivos que objetivem a harmonia entre o homem e o meio, sendo eles produzidos com tecnologias limpas, observando os ciclos de vida e dando uma destinação apropriada aos resíduos. (ROTH; GARCIAS, 2009, p. 126).
17
Para mudar esse cenário de degradação, os responsáveis pela obra são
essenciais para buscar soluções construtivas que melhorem os aspectos
econômicos e ambientais, tais como empresas construtoras e responsáveis
pela obra como engenheiros e arquitetos, também os trabalhadores diretos que
devem trabalhar de forma que ocorra o maior controle no consumo de
materiais, cuidados na sua escolha, melhor uso de tecnologias construtivas,
melhor desempenho ambiental se aproximando cada vez mais da construção
sustentável:
Seguindo este raciocínio podem ser utilizadas tecnologias inovadoras que resultam em ganhos no processo de produção, economia, melhor qualidade final do produto e menor desperdício. Por exemplo, para as atividades de extração, ao invés de retirar uma enorme quantidade de pedra brita e areia para utilizar como agregados, estes poderiam ser substituídos pela reciclagem de sobras e quebras de tijolos e argamassa, que além de reduzir a extração de matéria-prima daria um destino a este tipo de resíduos de obra. (ROTH; GARCIAS, 2009, p. 124).
Antes da execução das obras deveriam ser gasto mais tempo com
planejamento para escolha de materiais e processos construtivos mais
eficientes e menos degradantes, nessa fase também poderiam pensar no reuso
e reciclagem dos materiais minimizando a geração de resíduos que precisariam
de um destino posterior.
Florim e Quelhas (2004) dizem que as medidas corretivas dos danos
gerados pela construção civil mostram-se onerosas financeiramente e
socialmente devido à vultuosidade dos recursos necessários para reverter esse
quadro, com obras insatisfatórias em nível de desempenho. Não sendo
eficientes como as soluções preventivas, que considerem o empreendimento,
os impactos ambientais que extrapolam a área de intervenção e os aspectos
sociais envolvidos.
3.2 Avaliação do ciclo de vida
A avaliação do ciclo de vida conforme a ISO 14040 - Versão Corrigida
(2014) ACV é a "compilação de avaliação das entradas, saídas e dos impactos
ambientais potenciais de um sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida"
(ABNT ISO 14040, 2001, p.3). Essa avaliação é feita sobre todos os estágios
18
de ciclo de vida do produto ou processo, desde a aquisição da matéria-prima
ou sua geração a partir de recursos naturais até sua disposição final.
Torgal e Jalali (2007) defendem a escolha por materiais mais duráveis,
recicláveis, com menos energia incorporada são alternativas que proporcionam
materiais da construção mais sustentáveis. Essa escolha dos materiais não
descarta a necessidade da análise do ciclo de vida desses materiais, pois essa
metodologia mesmo com algumas limitações ainda é a melhor opção para o
efeito.
John, Lima e Oliveira (2007) afirmam que a vida útil dos materiais podem
sofrer variações significativas em função do clima da região que ele será
inserido e a detalhes de projeto, o que interfere na sua durabilidade. Este tem
sido um problema subestimado nas ACV’s da construção civil, devido a muitas
delas considerarem a vida útil uma propriedade fixa do material.
Na maior parte dos casos, não são incluídos em ACVs convencionais a
emissão de materiais e absorção de massa durante a vida útil de um material.
E, materiais de construção interagem com o ambiente durante o uso, emitindo
substâncias por lixiviação, abrasão de superfícies, volatilização ou absorção de
substâncias, etc.
“A ACV é uma ferramenta mais completa para a avaliação de cargas
ambientais do ciclo de vida de um produto do que a adoção do critério único de
energia incorporada”. (JOHN; OLIVEIRA; AGOPYAN, 2006, p.10).
Considerando as questões ambientais desde o consumo de recursos até a
geração de resíduos, isso demanda grande quantidade e variedade de dados,
o que demanda muitos recursos para ser reunida de forma consistente.
É muito raro possuir um banco de dados de Inventário do Ciclo de Vida
(ICV) abrangente e confiável para materiais de construção, poucos países
desenvolvidos e provavelmente nenhum em desenvolvimento possuem. Isso
torna o uso prático de ACV limitado o que leva a tendência de usar dados
gerados por outros países, solução que deve ser evitada, pois tem grande
chance de gerar erros.
Para a seleção de materiais se tratando dos aspectos de
sustentabilidade ambiental, apesar de suas limitações a ACV é a ferramenta
mais abrangente. Sua precisão vai se aprimorando e seus custos diminuindo
na medida em que a disponibilidade de dados for aumentando. A ACV será
19
uma ferramenta poderosa caso a declaração ambiental se torne um padrão
industrial.
Soares, Souza e Pereira (2006) afirmam que a construção civil exerce
um significativo impacto na economia de um país, no entanto pequenas
alterações nas diversas fases do processo construtivo podem promover
mudanças importantes na eficiência ambiental, redução dos gastos
operacionais de uma obra, maior incentivo e investimentos no setor. Sendo
este mercado de competitividade crescente e submetido a legislações e
normas para melhoria contínua, a escolha de materiais de construção é
importante e representativo no campo de engenharia ambientalmente
responsável. Por exemplo, analisar um material durante todo o seu ciclo de
vida, pois entre um bloco cerâmico ou de concreto para a construção de uma
parede, ambos podem exercer a mesma função e possuir efeitos ambientais
diferentes ao decorrer do seu ciclo de vida. Também podem ser comparados: a
escolha de um piso produzido por processos diferentes, sistema de
aquecimento de água solar ou elétrico, avaliar o emprego do piso de granito ou
de madeira. Nestes casos, os materiais comparados entre si cumprem a
mesma função, para que se possa avalia-los sob a ótica ambiental. Deve ser
feita a análise desse resultado, assim como aos resultados de avaliação
econômica e a preferência dos interessados para a tomada da decisão final de
qual material utilizar.
A análise do ciclo de vida (ACV) é a análise e comparação dos impactos
ambientais causados por sistemas diferentes com funções similares, ela
estabelece inventários o mais completos possível do fluxo de matéria para
cada sistema sob a ótica ambiental e permite a comparação desses balanços
entre si, relacionado à forma de impactos ambientais. (Figura 1).
20
Figura 1: Representação esquemática da ACV
Fonte: SOARES; SOUZA; PEREIRA, 2006.
“[...] a ACV tem sido utilizada para a avaliação do desempenho
ambiental de diversos processos e produtos, inclusive aqueles ligados ao setor
da construção civil” (CALDAS; PEDROSO; SPOSTO, 2016, p.2). Muitos
estudos estão focando na mensuração do consumo de energia ao longo do
ciclo de vida das edificações, denominado como Avaliação do Ciclo de Vida
Energético (ACVE). Isso acontece devido à complexidade e a diversidade de
impactos que devem ser mensurados no estudo de uma ACV.
3.3 A ecoeficiência na construção civil
Ecoeficiência: “É uma ferramenta do desenvolvimento sustentável,
dentro do conceito do pensar globalmente agindo localmente, considerando de
um lado o aspecto econômico, de outro o ecológico, e ambos associados à
visão social” (FLORIM; QUELHAS, 2004, p. 4).
Dentro do conceito do World Business Council for Sustainable
Development (WBCSD) de ecoeficiência destaca-se a necessidade de se
ofertar bens e serviços a preços competitivos, por meio da redução progressiva
do impacto ecológico e da intensidade de utilização de recursos naturais.
O WBCSD identificou sete elementos que as empresas podem utilizar para
melhorar sua ecoeficiência:
1 – Redução da intensidade material; 2 – Redução da intensidade energética; 3 – Redução da dispersão de substâncias tóxicas; 4 – Aumento da reciclabilidade; 5 – Optimização do uso de materiais renováveis; 6 – Prolongamento do ciclo de vida do produto; 7 – Aumento da intensidade do serviço (WBCSD; 2001, p. 15).
21
Florim e Quelhas (2004) dizem que para alcançar a ecoeficiência é
necessário o fornecimento de bens e serviços a preços competitivos,
satisfazendo as necessidades humanas e melhorando a qualidade de vida,
reduzindo progressivamente os impactos ambientais e a intensidade de
consumo de recursos durante todo seu ciclo de vida, a um nível, no mínimo
equivalente à capacidade de suporte estimada do planeta.
Os benefícios da ecoeficiência no setor da habitação são impactantes,
considerando que o setor da construção civil é o maior consumidor de matéria-
prima e gerador de resíduos. Se adotar um sistema de gestão integrada,
considerando os aspectos ambientais da Organização Internacional de
Normalização (ISO), normalmente com sua gestão de qualidade implantada
reduz-se o desperdício de resíduos, incrementando a qualidade dos produtos e
processos, maximizando a competitividade do setor.
Torgal e Jalali (2007) defendem que o uso de materiais provenientes de
fontes renováveis contribui extremamente para o desenvolvimento sustentável
na construção, podem incluir nesse grupo materiais que o ritmo de renovação
de suas espécies seja superior ao ritmo do seu consumo pela indústria da
construção. Citam também os materiais com potencial de reciclagem que
devem ser adotados considerando que após a sua vida útil ele retornará ao
meio ambiente de forma menos agressiva. A vantagem dos materiais
recicláveis que depois de esgotada sua vida útil eles podem gerar outros
materiais, optando pela reciclagem diminui a extração de novas matérias-
primas para a fabricação de novos materiais, reduzindo o impacto ambiental.
Um produto que pode ser reciclado tem vantagens se comparando a produtos
que inicialmente são menos agressivos ao meio ambiente, mas que não podem
ser reciclados. Existem produtos que podem ser reciclados várias vezes, mas
esse potencial raramente é usado atualmente.
São exemplos das diversas variantes que se enquadram na
ecoeficiência dos materiais de construção: materiais com baixas emissões de
carbono, durabilidade, que reaproveitam resíduos, recicláveis, de fontes
renováveis, com baixa energia, não tóxicos, que não contaminem o ar no
interior das edificações.
Segundo o World Business Council for Sustainable Development
(WBCSD), a ecoeficiência apela ao tecido empresarial para atingir mais valor,
22
utilizando menos materiais e energia e reduzindo as emissões. Esse conceito
centra-se em três objetivos latos:
A redução do consumo de recursos que pode ser alcançado
diminuindo a utilização de energia, materiais, água e solo, com
maior potencial de reciclabilidade e com seu ciclo de vida maior;
A redução dos impactos da natureza pode ser alcançada
diminuindo as emissões gasosas, descargas líquidas, eliminação
de desperdícios, dispersão de substâncias tóxicas e o uso de
recursos renováveis de utilização sustentável;
A melhoria do valor do produto ou serviço alcançado através do
fornecimento de benefícios aos clientes, pela funcionalidade,
flexibilidade e modularidade do produto, concentrando-se em
vender as necessidades funcionais que os clientes necessitam de
fato. Atendendo assim a mesma necessidade funcional do cliente
com menos materiais e menor utilização de recursos.
Muitas empresas prosseguem com a implantação de um sistema de
gestão ambiental (SGA) ou de sustentabilidade, juntamente ao sistema de
gestão do negócio impulsionando a abordagem da ecoeficiência. Esse sistema
é um método de garantir que as oportunidades e riscos relacionados à
sustentabilidade sejam corretamente identificados e eficientemente geridos.
Segundo Mattosinho e Pionório (2009), são raros estudos voltados para
a minimização de resíduos na fonte no setor da construção civil, são mais
comuns temas relacionados a técnicas de reciclagem dos resíduos gerados
nos processos construtivos. Verifica-se que geralmente, as ações propostas
nesses estudos não visam diminuir o entulho que é a causa do problema, e sim
propor medidas para minimizar os impactos causados pelos resíduos gerados.
Com isso, surge a Produção Mais Limpa (P+L) que tem o objetivo de tornar
acessível para empresas e indústrias formas de minimizar a geração de
resíduos, sua metodologia tem como foco principal a prevenção, considerando
que se houver menos geração de sobras no processo produtivo,
consequentemente haverá menos resíduos para descarte final.
23
O setor da construção civil está cada vez mais competitivo e exigente,
“onde a redução de custos através de uma maior eficiência do processo
representa um importante diferencial de mercado” (MATTOSINHO; PIONÓRIO,
2009, p. 2), para que as empresas consigam sobreviver nessa nova realidade
de mercado é preciso buscar a eficiência produtiva evitando os prejuízos
ambientais e econômicos. Minimizar os resíduos na fonte deve ser o primeiro
passo a ser adotado pelo setor tendo uma ação preventiva, possibilitando a
redução de custos de produção e aprimoramento no uso de insumos e
matérias-primas, elemento determinante na competitividade do setor.
A Produção Mais Limpa é uma ferramenta viável de minimização dos
resíduos da construção, sistematizando ações para diminuir a geração de
resíduos na fonte, atendendo as exigências legais e dos consumidores.
3.4 Caracterização dos Materiais Construtivos
Os materiais construtivos utilizados são dos subsistemas de
acabamentos e vedações, sendo eles tintas imobiliárias, revestimento
cerâmico, piso laminado, drywall, bloco cerâmico e bloco de concreto. Estão
descritos nas próximas páginas informações básicas de cada material utilizado
na pesquisa com fabricantes.
3.4.1 Tintas imobiliárias
“Tinta é uma composição química, pigmentada ou não, que após sua
aplicação se converte em um revestimento, proporcionando às superfícies:
acabamento, resistência e proteção”. (DONADIO; ABRAFATI, 2011, p. 3).
Donadio e Abrafati (2011) definem como os componentes básicos da
tinta a resina, o pigmento, o aditivo e o solvente, e as propriedades das
superfícies que podem influenciar diretamente no comportamento das pinturas
são: permeabilidade, porosidade, resistência a radiações energéticas,
plasticidade, fragilidade e reatividade química.
Antes de serem pintadas todas as superfícies precisam estar limpas,
sem poeira, gorduras e outras impurezas. As superfícies precisam estar
totalmente secas para receber a pintura.
24
A má qualidade na primeira demão, da base para a tinta e do primer são
os principais motivos da curta durabilidade da película de tinta.
Para as paredes com reboco têm que ser aplicadas o selador,
emassado, aparelhamento, segunda demão e as demais que só podem ser
aplicadas quando a anterior estiver seca. O intervalo mínimo geralmente é de
vinte e quatro horas entre as aplicações diferentes e após o emassamento o
intervalo mínimo é de quarenta e oito horas. Podem ser dadas as quantidades
de demãos necessárias até a obtenção da tonalidade desejada, começando
por tons mais claros para tons mais escuros.
A NBR 15702 (2011) define os tipos de tinta látex para edificações não
industriais conforme descrito na tabela 1.
Tipo Descrição Função Especificação
Látex
Látex Premiun Pintura de superfícies de alvenaria em geral
Acabamento fosco conforme ABNT
NBR 15079
Látex Standard Similar ao látex premiun Acabamento fosco conforme ABNT
NBR 15079
Látex Econômico Similar ao látex premiun, mas seu uso é indicado para
ambientes internos
Acabamento fosco conforme ABNT
NBR 15079
Látex Lavável Pintura de superfícies de alvenaria em geral. Permite fácil limpeza e conserva o aspecto e a integridade do
filme da tinta
-
Látex para gesso Pintura de superfícies de gesso corrido, chapas de gesso para drywall, sem necessidade de fundo
específico. Indicado para ambientes internos
-
Látex para azulejo Pintura de azulejos e superfícies vitrificadas
-
Látex Elastomérico Pintura de acompanhamento da dilatação e retração de
superfícies de alvenaria em geral
-
Látex para ambientes críticos à contaminação
por fungos
Pintura de superfícies contaminadas ou com alta
suscetibilidade à contaminação por fungos
-
Tabela 1: Classificação das tintas para edificações não industriais.
Fonte: ABNT- NBR 11702, 2011.
25
3.4.2 Revestimento cerâmico
As placas cerâmicas para revestimento, de acordo com a NBR 13816
(1997), são um material composto de argila e outras matérias primas
inorgânicas utilizadas para revestir pisos e paredes. São conformadas, depois
secas e queimadas à temperatura de sinterização, podem ser esmaltadas ou
não esmaltadas, as placas não são afetadas pela luz e são incombustíveis.
Segundo Silva e Col (2015) possuem características próprias
determinadas por suas propriedades, tais como absorção de água, resistência
à abrasão superficial, aderência, resistência ao ataque químico e resistência a
manchas que precisam ser consideradas para a escolha adequada do
revestimento cerâmico.
Os atributos do revestimento cerâmico são a sua durabilidade, fácil
limpeza, qualidade do acabamento final, fácil higienização, proteção dos
elementos de vedação, isolamento térmico e acústico, aspectos estéticos e
visualmente agradáveis.
Para Gorini e Correa (1999) as tonalidades do revestimento cerâmico é
o resultado das características das matérias-primas, da queima, dos corantes e
das demais etapas do processo de fabricação o que pode ocasionar variações
no padrão de cor de uma peça cerâmica para outra.
As dimensões dos revestimentos cerâmicos esmaltados possuem
variações em suas dimensões, tamanhos, esquadro, espessura e
empenamento abrangendo diversas utilizações.
3.4.3 Piso laminado
A composição da placa de piso laminado melamínico de alta resistência,
conforme a Piniweb ilustrado (figura 2).
26
Figura 2: Laminado melamínico.
Fonte: Site Construnormas Pini.1
A classificação dos pisos laminados quanto ao uso, segundo a NBR
14833-1 (2014) que considera o tráfego e a resistência à abrasão, conforme
tabela 2.
Nível de uso Doméstico Comercial
Tráfego Baixo Médio Alto Baixo Médio Alto
Classe 22 22 23 31 32 33
Resistência à abrasão AC2 AC3 AC4 AC5
Tabela 2: Classificação dos pisos laminados quanto ao nível de uso. Fonte: ABNT NBR 14833-1, 2014.
A resolução do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) 307 de
05/07/2002 e 431 de 24/05/2011 define os resíduos de laminados melamínicos
como recicláveis pertencentes à classe B.
A norma NBR 14833-1 (2014) define como requisitos para pisos
laminados, ilustrados na tabela 3.
1 Disponível em: <http://construnormas.pini.com.br/>. Acesso em 27/01/2017.
27
Requisitos Gerais Requisitos para classificação e nível de uso
Espessura da placa Resistência à abrasão
Largura da camada superficial Resistência a manchas
Comprimento da camada superficial
Inchamento
Desvio longitudinal superficial (efeito banana)
Resistência ao impacto
Desvio de esquadro Efeito de marcas de rodízios de poliuretano
Empenamento de placa -
Abertura entre réguas e diferença de altura entre elas
-
Variações dimensionais após mudanças na umidade relativa do ar
-
Deformação causada por carga estática
-
Tabela 3: Requisitos para pisos laminados. Fonte: ABNT NBR 14833-1, 2014.
A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) recorda que os fabricantes devem
atender aos requisitos estabelecidos para cada tipo de piso laminado de acordo
com a normatização técnica. O Programa Setorial da Qualidade de Pisos
Laminados (PSQ) é o responsável para verificar esses requisitos.
As embalagens de pisos laminados devem ser entregues de forma
visível e clara contendo impressas as seguintes informações: referência a
Norma NBR 14833-1 (2014), identificação do fabricante, origem e importador,
nome do produto (piso laminado de alta resistência), marca, linha do produto,
cor e número do lote, classes/símbolos de acordo com a classe de tráfego do
produto, classificação quanto à resistência à abrasão, dimensões das réguas,
largura, comprimento e espessura em milímetros (mm), número de réguas
contidas em uma embalagem, área em metros quadrados (m²) contidos em
uma embalagem, informações de aplicação e cuidados especiais.
A NBR 14833-1 (2014) estabelece um item específico dos dados que
devem conter na marcação das réguas de pisos laminados, são eles: data e
hora de fabricação, linha do produto, classe de abrasão, identificação do
fabricante ou marca comercial e país de origem.
A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) apresenta os cuidados a serem
tomados no transporte do piso laminado, as caixas devem ser protegidas de
28
intempéries e obter cuidados para não danificar as faces do piso e encaixes.
No armazenamento os cuidados a serem tomados são o armazenamento das
caixas de piso laminado sempre na horizontal, em locais planos e sem contato
com umidade ou intempéries, cobertas, longe de janelas e o empilhamento
máximo são de 13 caixas.
Os pisos laminados não devem ser instalados em locais sujeitos à
incidência de água, como cozinhas, banheiros, lavabos, áreas de serviço e
externas em geral.
3.4.4 Drywall
Os painéis de gesso acartonado, de acordo com Yazigi (2009), são
produzidos em gesso e estruturados com folhas de papelão em ambas as
partes. As paredes (drywall) são estruturadas com chapa dobrada de aço
galvanizado distribuídos ao longo de todo o painel em seu plano vertical, todas
as faces dessa estrutura são revestidas com gesso acartonado e o espaço
modular entre as placas de gesso são preenchidos com materiais que
melhoram o desempenho acústico, térmico e antichamas da parede
(normalmente são usados lã de vidro ou lã de rocha).
A concepção da industrialização integral do sistema de vedação é de
onde partem esses painéis, onde as instalações hidráulicas e elétricas já estão
embutidas que exigem apenas a montagem em canteiro de obras. O que evita
a utilização de mão de obra artesanal e de materiais geralmente utilizados na
construção de alvenaria como areia, cal, cimento e água. Os painéis que serão
utilizados em áreas molhadas são acrescidos de tratamento químico em seu
revestimento.
O tratamento das juntas entre os painéis são preenchidas com massa
plástica especial (aplicada com espátula) e recoberta com tira de papel
especial. Os painéis são montados conforme demarcação e colocação das
guias; assentamento dos montantes metálicos; corte dos painéis e sua fixação
por meio de parafusamento; preenchimento com manta de lã de vidro ou
similar em uma das faces; assentamento dos painéis na face oposta e para
finalizar o preenchimento nas juntas entre os painéis. A parede pode ter
acabamentos como tinta látex, papel de parede, azulejo etc.
29
No sistema de drywall está incluso todos os acessórios como perfis,
cantoneiras, massa de rejunte, apoios, parafusos e fita adesiva. Também estão
inclusos as ferramentas para a montagem dos painéis. As principais vantagens
do drywall são a leveza, ganho de área útil, estética, resistência mecânica,
isolação térmica e acústica, resistência ao fogo, facilidade na instalação e
garantia.
As características físicas e mecânicas das chapas de gesso segundo a
NBR 14715-1 (2010) estão descritas na tabela 4.
Características físicas e mecânicas
Limites
Espessura da chapa mm
9,5 12,5 15,0
Densidade superficial de
massa kg/m²
Mínima 6,5 8,0 10,0
Máxima 8,5 12,0 14,0
Variação máxima em
relação à média das
amostras de um lote
+ 0,5
Resistência mínima à
ruptura na flexão N
Longitudinal 400 550 650
Transversal 160 210 250
Dureza superficial determinada pelo diâmetro
máximo da mossa mm
20
Absorção máxima de água para chapa resistente
à umidade (RU) %
5
Tabela 4: Características físicas e mecânicas das chapas de gesso. Fonte: NBR 14715-1, 2010.
A NBR 14715-1 (2010) descreve as características geométricas das
chapas de gesso na tabela 5.
30
Característica geométrica Tolerância Limite
Espessura
9,5 mm
+ 0,5 mm
-
12,5 mm -
15,0 mm -
Largura + 0 / - 4 mm Máximo de 1200 mm
Comprimento + 0 / - 5 mm Máximo de 3600 mm
Esquadro < 2,5 mm / m -
Rebaixo
Largura Mínimo - 40 mm
Máximo - 80 mm
Profundidade
Mínimo - 0,6 mm
Máximo - 2,5 mm
Tabela 5: Características geométricas das chapas de gesso. Fonte: NBR 14715-1, 2010.
3.4.5 Bloco cerâmico
Yazigi (2009) descreve os blocos cerâmicos como os blocos que
possuem furos prismáticos e/ou cilíndricos perpendiculares às faces que
contém. O bloco cerâmico é fabricado basicamente com argila, moldado por
extrusão e queimado a uma temperatura média de 800º Celsius que dê
condições para que o produto atenda a toda normatização técnica.
São essenciais que sejam fabricados nas mesmas condições os lotes de
blocos de mesma tipologia e qualidade. O peso de um bloco com dimensões
de 10 cm x 20 cm x 20 cm é de 2,5 kg. Os blocos cerâmicos podem conter os
furos na horizontal ou vertical (figuras 3 e 4).
Figura 3: Bloco cerâmico de vedação com furos na horizontal. Fonte: ABNT NBR 15270-1, 2005.
31
Figura 4: Bloco cerâmico de vedação com furos na vertical. Fonte: ABNT NBR 15270-1, 2005.
Os blocos cerâmicos estruturais podem ser utilizados nos mais variados
tipos de edificações que não excedam a cinco pavimentos.
Os blocos cerâmicos de vedação têm função de suportar o peso da
estrutura e cargas de ocupação, podem ser divididos em blocos comuns e
blocos especiais, para todas as dimensões padronizadas o fabricante pode
fornecer meio bloco, canaletas e demais peças especiais conforme pedido do
consumidor.
Os blocos de vedação especiais são blocos fabricados em dimensões
especiais conforme a necessidade do consumidor, mediante contrato entre o
fabricante e o cliente e deverão respeitar as referidas normas técnicas.
Na fabricação as tolerâncias máximas para os blocos cerâmicos são as
indicadas na tabela 6.
Dimensão Tolerância (mm)
Largura (L) + 3
Altura (H) + 3
Comprimento (C) + 3
Desvio em relação ao esquadro 3
Flecha 3 Tabela 6: Tolerância máxima para fabricação de blocos cerâmicos.
Fonte: Yazigi, 2009.
Os blocos cerâmicos de vedação e estruturais devem possuir resistência
mínima a compressão, relacionada com a área bruta conforme valores
indicados na tabela 7.
32
Classe Resistência à compressão na área bruta (MPa)
10 1,0
15 1,5
25 2,5
45 4,5
60 6,0
70 7,0
100 10,0
Tabela 7: Resistência à compressão mínima para os blocos cerâmicos Fonte: Yazigi, 2009.
3.4.6 Bloco de concreto
O bloco vazado de concreto simples é um “componente para execução
de alvenaria, com ou sem função estrutural, vazado nas faces superior e
inferior, cuja área líquida é igual ou inferir a 75% da área bruta” (ABNT NBR
6136, 2014), a figura 5 ilustra o bloco vazado de concreto.
Figura 5: Bloco vazado de concreto simples. Fonte: ABNT NBR 6136, 2014.
Yazigi (2009) apresenta as dimensões reais dos blocos modulares e
submodulares que os blocos devem atender na tabela 8.
33
Designação Largura (cm) Altura (cm) Comprimento (cm)
M – 20
(blocos de 20
cm nominais)
19
19
19
19
19
19
19
19
19
9
39
29
19
9
19
M – 15
(blocos de 15
cm nominais)
14
14
14
14
19
19
19
19
39
34
29
19
M – 10
(blocos de 10
cm nominais)
9
9
9
9
9
9
19
19
19
19
19
9
39
29
19
14
9
19
Tabela 8: Dimensões reais que os blocos modulares e submodulares devem atender. Fonte: Yazigi, 2009.
As tolerâncias permitidas nas dimensões dos blocos são de + 3 mm e –
2 mm. Precisa ser no mínimo de 15 mm a espessura de qualquer parede de
bloco de concreto. Os processos de fabricação dos blocos devem garantir a
obtenção de um concreto suficientemente homogêneo e compacto para
atender as normas técnicas específicas.
Os blocos precisam ter arestas vivas e não apresentar trincas, fraturas,
arestas irregulares, deformações, falta de homogeneidade, de forma que possa
comprometer seu assentamento, resistência e durabilidade da construção.
O concreto para a fabricação dos blocos é composto de cimento
Portland, agregados e água, pode-se utilizar agregados desde que não
provoque efeitos prejudiciais comprovados por ensaios.
A utilização dos blocos vazados de concreto é alvenaria de vedação,
alvenaria armada estrutural, muros de arrimo e de divisa.
34
4. METODOLOGIA
Através de pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo com
fornecedores e arquitetos e posterior análise de resultados, buscou-se avaliar
os métodos e os principais aspectos relacionados à especificação de materiais
construtivos ecoeficientes. O caráter desta pesquisa é de abordagem
quantitativa do tipo exploratória.
Primeiramente realizou-se uma pesquisa a referenciais teóricos sobre
impactos ambientais causados pela construção civil, avaliação do ciclo de vida
dos materiais de construção civil, ecoeficiência e características dos materiais
construtivos analisados nessa pesquisa.
A partir da revisão bibliográfica foi gerada uma matriz com as
propriedades e critérios relevantes para identificação de materiais ecoeficientes
(tabela 9), em seguida foi realizado um levantamento junto aos fabricantes das
informações ambientais disponibilizadas pelos mesmos. Foram pesquisados os
fabricantes para os subsistemas vedações e acabamentos.
Propriedades Necessárias para Especificação Fabricantes
Durabilidade
Reciclabilidade
Energia Incorporada
Indicadores Ambientais
Aprimoramento dos Processos de Fabricação
Produção Mais Limpa
Toxidade
Gerenciamento de Resíduos
Certificação
Tabela 9: Matriz gerada para levantamento junto aos fabricantes. Fonte: Autora, 2017.
A matriz foi gerada de modo a sistematizar as informações
disponibilizadas pelos fabricantes frente aos critérios ambientais relevantes. Os
dados dos materiais foram coletados através de catálogos e sites dos
fabricantes pesquisados, para cada material com a mesma finalidade foram
35
analisados três fabricantes diferentes, totalizando nessa pesquisa um total de
18 fabricantes pesquisados nos setores de tintas imobiliárias, revestimento
cerâmico, pisos laminados, drywall, bloco cerâmico e bloco de concreto.
Em todos os sites das empresas analisadas foi enviado e-mail
solicitando as informações ambientais no setor de atendimento ao cliente,
somente duas empresas responderam a essa solicitação e as respostas são
parte integrante deste trabalho.
A pesquisa com arquitetos para identificação das formas de
especificação de materiais de baixo impacto e as principais dificuldades dos
profissionais em especificar materiais ecoeficientes efetivou-se através de
formulários enviados para arquitetos do estado de Minas Gerais através de
mídias eletrônicas como redes sociais e e-mail. Esta pesquisa com os
arquitetos se justifica, pois, esse profissional é um dos principais responsáveis
pela especificação de materiais de construção civil.
Para finalizar, a partir das observações dos resultados foi realizada uma
análise crítica.
4.1 Descrição da matriz
Para descrever os dados fornecidos pelos fabricantes pesquisados foi
desenvolvida uma matriz com o objetivo de identificar quais propriedades cada
fabricante disponibiliza e quais eles não disponibilizam. A tabela desenvolvida é
a mesma para todos os fabricantes analisados, gerando uma para cada
segmento possibilitando a comparação do grau de informações entre os
concorrentes.
A escolha das propriedades para o desenvolvimento da matriz baseou-
se no referencial teórico, as informações constantes são essenciais para
auxiliar na escolha de materiais de construção com menor impacto ambiental e
serão descritas no decorrer deste tópico.
Materiais mais duráveis garantem menor retirada de recursos da
natureza, favorecendo sua preservação e consequentemente, alterando a
quantidade de resíduos, que serão descartados em menor quantidade em um
período de tempo maior.
36
Materiais com potencial de reciclabilidade diminuem o descarte final de
resíduos no meio ambiente e se torna matéria-prima para a fabricação de
outros produtos, com isso reduzindo a extração de novas matérias-primas da
natureza.
A diminuição da energia incorporada de um material tem uma
importância fundamental, pois, a redução do consumo de energia é fator
significativo para minimizar impactos ambientais, considerando que a
construção civil é uma grande consumidora energética.
Os indicadores ambientais demostram como o fabricante de
determinado material construtivo está preservando e conservando as florestas,
áreas de preservação e extração de matérias-primas e se ele está usando de
forma sustentável os recursos da natureza.
Aprimorar os processos de fabricação economiza recursos e garante
uma melhor qualidade do produto, de forma que satisfaça as legislações e
utilize dos melhores meios de se chegar ao resultado final do material,
poupando e reutilizando durante o processo de fabricação.
A ferramenta de produção mais limpa tem como objetivo à redução dos
resíduos da construção na fonte, promovendo ações para diminuição de sobras
no processo produtivo, e consequentemente minimizando os resíduos para
descarte final.
A identificação e os níveis de produtos tóxicos existentes na composição
de cada material é fator significativo para a escolha de um produto, quanto
menor a quantidade de substâncias tóxicas melhor.
A maior parte dos processos produtivos gera algum volume de resíduos,
alguns deles sem potencial de reciclabilidade e que necessitam de descarte
final, com isso, a empresa que possui gerenciamento desses resíduos descarta
esse material de forma menos agressiva e ambientalmente adequada.
Possuir qualquer tipo de certificação é uma garantia para o consumidor,
sendo atestada por algum órgão específico a qualidade do processo de
produção e/ou eficiência no consumo de recursos naturais para fabricação.
Para a pesquisa realizada com os arquitetos elaborou-se um
questionário com perguntas relacionadas à caracterização do profissional e
voltadas para a preocupação dos profissionais com especificação de materiais
ecoeficientes e possíveis dificuldades deles em especificar materiais de baixo
37
impacto ambiental, a descrição das perguntas utilizadas no questionário estão
descritas neste tópico.
A primeira pergunta tem a finalidade de identificar os arquitetos que
responderam o questionário, considerando que o e-mail é de uso pessoal.
A faixa etária tem por objetivo caracterizar a variedade dos arquitetos
alcançados, considerando que cada geração tem características próprias e
conhecimentos diferentes e enriquece a pesquisa possuir arquitetos das mais
variadas faixas etárias.
O tempo de formado caracteriza se os profissionais alcançados pelo
questionário são recém-formados com pouca experiência profissional ou se são
profissionais experientes com maiores conhecimentos práticos e bagagens
adquiridas ao longo da carreira, o que pode diferenciar as respostas de ambos.
A área de atuação é um meio de verificar a diversidade de atuação dos
arquitetos que se dispuseram a contribuir para essa pesquisa sobre a
dificuldade dos profissionais da área em especificação de materiais de baixo
impacto. Podendo variar as respostas devido à área de atuação de cada
profissional.
A região de atuação é uma forma de identificar onde estão os arquitetos
abrangidos, se os resultados dessa pesquisa compreendem todo o estado de
Minas Gerais ou regiões específicas. Considerando que a dificuldade dos
profissionais de uma região pode não ser a dificuldade de outra, então, a
necessidade de demonstrar de quais regiões o questionário foi respondido.
O segmento de atuação dentro da arquitetura tem a finalidade de
demonstrar se os profissionais envolvidos nessa pesquisa atuam nas diversos
tipos de construções garantindo uma maior variedade de uso de materiais
construtivos e aplicação.
Identificar se há preocupação em especificar materiais de baixo impacto
é fundamental para que confirme ou não o envolvimento dos arquitetos com a
ecoeficiência, e se existe essa preocupação quais as dificuldades dos
profissionais da área para essa especificação.
Qual o critério que os arquitetos usam para especificar materiais de
baixo impacto tem o objetivo de verificar como tem sido feito essa
especificação e confirmar os meios mais utilizados pelos profissionais.
38
Saber a opinião dos profissionais se os catálogos dos fabricantes de
materiais de construção fornecem informações suficientes para o arquiteto
especificar materiais ecoeficientes é uma forma de identificar uma possível
dificuldade de consultar os catálogos por falta de informações necessárias, ou
perceber que os fabricantes estão fornecendo propriedades suficientes nos
seus produtos para a especificação de materiais ecoeficientes.
O transporte é um grande emissor de poluentes, priorizar materiais
fabricados próximos à obra é um meio de tornar um material com menos
impacto ambiental, identificar se há preocupação dos arquitetos em escolher
materiais locais é perceber se eles buscam alternativas acessíveis para
minimizar os impactos causados pelos materiais utilizados.
No decorrer da obra muitos resíduos são gerados, fazer o
gerenciamento desses resíduos é importante para minimizar a produção e
proporcionar uma coleta e destino adequado. Os arquitetos que implantam o
gerenciamento de resíduos em suas obras estão contribuindo para a
ecoeficiência.
Para finalizar possui uma questão aberta com o objetivo de identificar
quais são as principais dificuldades de cada arquiteto para especificar materiais
de baixo impacto ambiental, pois, cada profissional, cada área e região de
atuação têm suas vantagens e desvantagens, a finalidade é descobrir as
principais dificuldades de todos esses profissionais.
5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
5.1 Dados dos fabricantes
Os resultados da pesquisa realizada junto aos fabricantes de materiais
de construção nos subsistemas de vedações e acabamentos serão
apresentados a seguir, ao analisar as informações fornecidas por cada
empresa percebe-se que poucas possuem as principais propriedades e
39
sistemas necessários para análise do baixo impacto ambiental do material em
questão.
5.1.1 Tintas Imobiliárias
A toxidade é apresentada somente pelos fabricantes A e B e somente o
fabricante C possui algum tipo de certificação. As demais informações sobre os
materiais não são fornecidas pelos fabricantes A, B e C. Os resultados obtidos
pelo segmento de tintas estão representados pelo gráfico 1 e tabela 10.
Informações Fornecidas pelos Fabricantes de Tintas Imobiliárias
0 1 2 3
Certificação
Gerenciamento de Resíduos
Toxidade
Produção Mais Limpa
Aprimoramento dos Processos
de Fabricação
Indicadores Ambientais
Energia Incorporada
Reciclabilidade
Durabilidade
Sim Não
Gráfico 1: Informações fornecidas pelos fabricantes de tintas imobiliárias.
Fonte: Autora, 2017.
40
Propriedades Necessárias para Especificação Fabricantes
A B C
Durabilidade - - -
Reciclabilidade - - -
Energia Incorporada - - -
Indicadores Ambientais - - -
Aprimoramento dos Processos de Fabricação - - -
Produção Mais Limpa - - -
Toxidade X X -
Gerenciamento de Resíduos - - -
Certificação - - X
Tabela 10: Propriedades fornecidas pelos fabricantes de tintas. Fonte: Autora, 2017.
É um segmento que apresenta poucas propriedades dos seus materiais,
não tem nenhum fabricante que sobressaiu aos demais na quantidade de
propriedades informadas, o que demonstra uma maior necessidade de
investimentos dos fabricantes nesses aspectos, pois os dados obtidos na
pesquisa são quase que insignificantes. Considerando que em 100% das
construções utiliza-se algum tipo de tinta, deveria ser um setor mais evoluído,
porém, acredita-se que por ser um produto tão consumido os fabricantes
demoram mais para buscar inovações e tecnologias de aperfeiçoamento das
práticas de fabricação dos mais diversos tipos de tintas devido às empresas no
setor estarem no mesmo patamar. Faltam fornecedores com iniciativas
ambientais mais efetivas nesse segmento para se destacar da maioria e
ganhar a concorrência. Os sites dos fabricantes fornecem algumas informações
relevantes que serão descritas posteriormente.
Segundo o fabricante A, a meta da empresa é melhorar no mínimo 25%
dos seus produtos até 2020, para ela garantir produtos de alta qualidade e fazer
a diferença no planeta estão diretamente ligados. Isso significa: tomar decisões
inteligentes sobre tudo que colocam em seus produtos (desde a energia e água
que consomem até as matérias-primas utilizadas), reduzir os resíduos gerados
pela fábrica, usar menos combustível para levar o produto ao consumidor e
substituir solventes por água para melhorar a qualidade do ar. A intenção é sair
na frente da concorrência nesses quesitos.
41
A defesa por produtos de alta qualidade garante melhor resultado com
menos produto, oferecendo um acabamento mais durável e menos agressivo ao
meio ambiente. As embalagens de tintas sempre que mudadas são feitas com
menos materiais que a embalagem anterior, utiliza materiais reciclados e que
podem ser reciclados após utilização da tinta.
O fabricante B em resposta a solicitação de propriedade dos materiais
feita pelo setor de atendimento ao cliente enviou cópia da licença ambiental
expedida pelo estado.
Segundo o fabricante C ele busca ser cada vez mais uma empresa
sustentável, por meio de inovações em produtos e serviços, conquistou
certificação:
OHSAS 18001 (Serviços de Avaliação de Segurança e Saúde
Ocupacional), que é um conjunto de normas britânicas;
ISO 14001 (Organização Internacional de Normatização), que
especifica os requisitos de um sistema de gestão ambiental e
permite a uma organização desenvolver e praticar políticas e
metas ambientalmente sustentáveis. É uma empresa com
consciência da importância da preservação ambiental, é membro
do Green Building Council Brasil que tem a missão de disseminar
e incentivar a construção de edifícios certificados LEED
(Liderança em Energia e Design Ambiental).
5.1.2 Revestimento Cerâmico
No segmento de revestimento cerâmico nota-se grande diferença entre
os fornecedores, possuindo aqueles que apresentam um número significativo
de informações e também aqueles que não apresentam sequer uma
informação.
O fabricante D apresenta indicadores ambientais, aprimoramento dos
processos de fabricação, produção mais limpa, gerenciamento de resíduos e
certificação. Os fabricantes E e F não apresentam nenhuma informação e o
42
fabricante D não apresenta durabilidade, reciclabilidade, energia incorporada e
toxidade.
Os resultados obtidos pelo segmento de revestimentos cerâmicos estão
representados pelo gráfico 2 e tabela 11.
Informações Fornecidas pelos Fabricantes de Revestimento Cerâmico
0 1 2 3
Certificação
Gerenciamento de Resíduos
Toxidade
Produção Mais Limpa
Aprimoramento dos Processos
de Fabricação
Indicadores Ambientais
Energia Incorporada
Reciclabilidade
Durabilidade
Sim Não
Gráfico 2: Informações fornecidas pelos fabricantes de revestimento cerâmico.
Fonte: Autora, 2017.
43
Pode-se concluir que esse mercado é muito diversificado e que um
fabricante se destaca, ele busca ser o melhor naquilo que se propõe mesmo
estando em um nível muito a frente dos seus concorrentes no que se trata de
critérios ecoeficientes. Avançar no desenvolvimento de medidas menos
agressivas ao meio ambiente tem se tornado um avanço necessário para o
bem estar de todos e um equilíbrio ambiental. Os sites dos fabricantes
fornecem algumas informações relevantes que serão descritas.
Segundo o fabricante D todos os seus equipamentos fabris fazem uso
inteligente dos recursos naturais para que se cumpra o compromisso da
empresa com o meio ambiente e com sua imagem junto ao consumidor final.
Suas ações são pensando no futuro de forma que as dimensões econômica,
social e ambiental estejam sempre em equilíbrio. Tem como objetivo fazer mais
com menos, buscando excelência e gerando resultados nas questões de saúde
e segurança, de maneira a respeitar a vida. Atuam na implantação de
processos mais eficientes reduzindo o consumo energético, a poluição, as
perdas do processo e a redução e controle do uso da água e reaproveitamento
de matérias-primas descartadas, e minimizando o impacto sobre o meio
ambiente.
A empresa tem o compromisso de investir em tecnologias limpas e atuar
no equilíbrio entre produtividade e preservação ambiental. Para controle de
Propriedades Necessárias para Especificação Fabricantes
D E F
Durabilidade - - -
Reciclabilidade - - -
Energia incorporada - - -
Indicadores ambientais X - -
Aprimoramento dos processos de fabricação X - -
Produção Mais Limpa X - -
Toxidade - - -
Gerenciamento de resíduos X - -
Certificação X - -
Tabela 11: Propriedades fornecidas pelos fabricantes de revestimento cerâmico. Fonte: Autora, 2017.
44
seus impactos foram investidos mais de nove milhões de reais em tecnologias
nos últimos três anos.
Nestes investimentos estão inclusos a recuperação de passivos
ambientais, monitoramentos, investimentos em questões ambientais e
modernização das estações das unidades da empresa que tem o objetivo de
melhorar o tratamento para reaproveitamento, minimizando os custos e o
consumo de produtos químicos.
Com matéria-prima 100% reciclada a empresa possui uma coleção
dedicada à sustentabilidade. Um processo inovador para a fabricação de peças
a partir do reaproveitamento de materiais da linha de produção são resultados
dos investimentos feitos em tecnologia agregados a equipamentos modernos e
controles rigorosos. A empresa é membro do U.S. Green Building Council –
USGBC. E têm as certificações:
Floor Score (Padrão de Certificação de Qualidade de ar Interior);
Indoor Advantage Gold T., que é uma marca comercial de
sistemas de certificação científica com o objetivo de certificar
produtos com baixas emissões de Compostos Orgânicos Voláteis;
LEED Compliance, concedida pelo Scientific Certification Systems
(SCS). Esses certificados são internacionais e contribuem para o
sistema de pontuação para que os empreendimentos com visão
sustentável obtenham a certificação o selo de maior
reconhecimento internacional para construções sustentáveis, o
LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental).
5.1.3 Piso Laminado
Os resultados obtidos pelo segmento de pisos laminados estão
representados pelo gráfico 3 e tabela 12.
45
Informações Fornecidas pelos Fabricantes de Pisos Laminados
0 1 2 3
Certificação
Gerenciamento de Resíduos
Toxidade
Produção Mais Limpa
Aprimoramento dos Processos
de Fabricação
Indicadores Ambientais
Energia Incorporada
Reciclabilidade
Durabilidade
Sim Não
Gráfico 3: Informações fornecidas pelos fabricantes de pisos laminados.
Fonte: Autora, 2017.
Propriedades Necessárias para Especificação Fabricantes
G H I
Durabilidade X X X
Reciclabilidade - - -
Energia incorporada - - -
Indicadores ambientais X - -
Aprimoramento dos processos de fabricação - - -
Produção Mais Limpa - - -
Toxidade - - -
Gerenciamento de resíduos X - X
Certificação X - X
Tabela 12: Matriz de propriedades fornecidas pelos fabricantes de pisos laminados.
Fonte: Autora, 2017.
46
Os fabricantes G, H e I fornecem a durabilidade, o fabricante G
apresenta indicadores ambientais, os fabricantes G e I fornecem
gerenciamento de resíduos e certificação. Os fornecedores de pisos laminados
não indicam a reciclabilidade, energia incorporada, aprimoramento dos
processos de fabricação, produção mais limpa e toxidade.
Os dados obtidos pelos fabricantes de pisos laminados demonstram que
as empresas pesquisadas fornecem algumas informações e estão em níveis
diferentes de quantidade de informações de menor impacto ambiental.
Acredita-se que o setor esteja evoluindo aos poucos, isso leva os fabricantes a
buscarem melhorar seus processos para não ficar atrás dos seus concorrentes.
Os sites dos fabricantes fornecem algumas informações relevantes que serão
descritas a seguir.
Segundo o fabricante G, a empresa possui certificação:
FSC (Conselho de Manejo Florestal) que atesta que as atividades
da empresa relacionadas à prática são ambientalmente
adequadas, socialmente benéficas e economicamente viáveis;
FSC para a cadeia de custódia que garante a rastreabilidade da
madeira utilizada no seu processo produtivo, que garante ao
consumidor que o produto foi fabricado com matéria-prima de
floresta certificada ou de origem controlada segundo as normas
do FSC;
ISO 9001 (Organização Internacional para Padronização) de
Sistemas de Gestão de Qualidade;
ISO 14001 (Organização Internacional para Padronização) de
Sistemas de Gestão Ambiental em dez das quinze unidades
industriais da empresa. Esses dois selos da ISO atestam que a
atuação da empresa na sociedade está de acordo com padrões
internacionais de qualidade e de gestão ambiental;
OHSAS 18001 (Serviços de Avaliação de Segurança e Saúde
Ocupacional), que é um conjunto de normas britânicas que atesta
o compromisso em sempre aprimorar mecanismos para
minimização de riscos nos processos produtivos e aumentar o
47
comprometimento dos colaboradores em adotar comportamentos
mais seguros para prevenir acidentes, em parte das suas
indústrias.
Na plataforma de sustentabilidade localizada no site da empresa, estão
as metas registrando seus compromissos ambientais, onde está integrada a
redução contínua do descarte de efluentes e resíduos enviados para aterros. É
investido recursos em projetos que viabilizem o reaproveitamento de resíduos
no próprio processo produtivo ou como insumo para indústrias de outros
segmentos, visando aumentar a eficiência ambiental. O conceito de melhoria
contínua permeia todos os seus processos e produtos, por isso, adotam
práticas ambientais nas operações, buscando o uso eficiente de recursos e a
redução do consumo de água, energia e matérias-primas o que contribui para a
mitigação das emissões de gases do efeito estufa, essa prática faz parte do
Sistema de Gestão Ambiental que é certificado pela ISO 14001.
No ano de 2015 foram reaproveitados 2,5 milhões de metros cúbicos de
água. Para redução do consumo de eletricidade, aumentou-se a eficiência
energética dos equipamentos, reduziu a temperatura dos fornos e instalou
sensores de desligamento automático de luzes. Além de campanhas de
conscientização com os colaboradores de todas as unidades industriais com o
intuito de diminuir o desperdício de água e eletricidade.
A principal fonte de emissões diretas é a queima de combustíveis para a
geração de energia necessária às operações industriais, por isso é investido
recursos contínuos no aumento da participação de fontes renováveis, como a
biomassa na matriz energética e apostando em iniciativas de eficiência de
energia. Os resultados dessas ações foram à redução de 8,5% nas emissões
diretas de gases do efeito estufa em 2015.
Segundo o fabricante I, a empresa possui certificação:
FSC (Conselho de Manejo Florestal) que atesta que as atividades
da empresa relacionadas à prática são ambientalmente
adequadas, socialmente benéficas e economicamente viáveis.
FSC para a cadeia de custódia que garante a rastreabilidade da
madeira utilizada no nosso processo produtivo, que garante ao
48
consumidor que o produto foi fabricado com matéria-prima de
floresta certificada ou de origem controlada segundo as normas
do FSC.
ISO 9001 (Organização Internacional para Padronização) de
Sistemas de Gestão de Qualidade.
ISO 14001 (Organização Internacional para Padronização) de
Sistemas de Gestão Ambiental.
CARB (Conselho de Recursos do Ar da Califórnia) que avalia a
emissão de formaldeído significa que a emissão de formaldeído
deve estar abaixo dos limites legais praticados nos Estados
Unidos da América (EUA), o qual é bastante restritivo.
Com o programa de reciclagem a empresa evita que toneladas de
resíduos sejam descartadas em aterros sanitários, além de preservar um
milhão de árvores por ano em suas áreas de reflorestamento e economizar 15
milhões de litros de água. Isso de forma simples, funcional e com respeito à
natureza.
5.1.4 Drywall
Os resultados obtidos pelo segmento de drywall estão representados
pelo gráfico 4 e tabela 13.
49
Informações Fornecidas pelos Fabricantes de Drywall
0 1 2 3
Certificação
Gerenciamento de Resíduos
Toxidade
Produção Mais Limpa
Aprimoramento dos Processos
de Fabricação
Indicadores Ambientais
Energia Incorporada
Reciclabilidade
Durabilidade
Sim Não
Gráfico 4: Informações fornecidas pelos fabricantes de drywall
Fonte: Autora, 2017.
Tabela 13: Propriedades fornecidas pelos fabricantes de drywall. Fonte: Autora, 2017.
Propriedades Necessárias para Especificação Fabricantes
J K L
Durabilidade X - -
Reciclabilidade X - X
Energia incorporada - - -
Indicadores ambientais - - -
Aprimoramento dos processos de fabricação - - X
Produção Mais Limpa - - -
Toxidade - - X
Gerenciamento de resíduos - - -
Certificação - - -
50
O fabricante J fornece durabilidade, os fabricantes J e L indicam
reciclabilidade, o fabricante L apresenta aprimoramento dos processos de
fabricação e toxidade. Os fabricantes analisados não fornecem energia
incorporada, indicadores ambientais, produção mais limpa, gerenciamento de
resíduos e certificação.
Os fabricantes do segmento de drywall estão em diferentes níveis de
informações fornecidas, é um setor na qual se pode destacar que o produto
final tem maior potencial de reciclabilidade. A maior parte das informações
apresentadas por cada fabricante é diferente das informações apresentadas
pelos seus concorrentes, o que possibilita identificar que o setor tem um
potencial maior que o apresentado pelas empresas analisadas, esse fato pode
ocorrer devido ao setor não ter concorrência tão grande quanto os demais
setores aqui apresentados. Os sites dos fabricantes fornecem algumas
informações relevantes que serão descritas.
Segundo o fabricante J eles desenvolvem estudos e pesquisas,
formando parcerias com a indústria de cimento, que comprovam as
possibilidades de reaproveitamento nesse setor. Todos os componentes do
sistema de drywall dessa marca são recicláveis, o que coloca essa tecnologia
construtiva na categoria de ambientalmente amigável.
Segundo o fabricante L a empresa mantém uma equipe de especialistas
que trabalham no constante aprimoramento dos processos produtivos em
paralelo aos processos de preservação e recuperação do equilíbrio natural das
áreas em que estão presentes, desde a mineração de gipsista até a fabricação
de seus produtos.
As extrações da gipsista ao contrário de outras matérias-primas não
geram resíduos e requer pouca interferência na superfície. Na produção do
gesso e derivados o principal efluente é o vapor d’água, que é limpo e não
contaminante. E o gesso é um material de propriedades físicas e biológicas
favoráveis ao ser humano e ao meio ambiente.
Na extração de matéria-prima, leva-se em conta a proteção do
ecossistema e das espécies vegetais e animais durante e depois o processo de
mineração. A transformação da matéria-prima em produto é totalmente isolada
do meio e as emissões são adequadamente tratadas. As plantas industriais
não produzem efluentes líquidos, a água é evaporada no processo de secagem
51
ou incorporada ao produto, nem efluentes sólidos, pois os resíduos são
reincorporados como matéria-prima.
5.1.5 Bloco Cerâmico
O fabricante M fornece certificação. As demais informações não são
fornecidas pelos fabricantes M, N e O.
Os resultados obtidos pelo segmento de blocos cerâmicos estão
representados pelo gráfico 5 e tabela 14.
Informações Fornecidas pelos Fabricantes de Blocos
Cerâmicos
0 1 2 3
Certificação
Gerenciamento de Resíduos
Toxidade
Produção Mais Limpa
Aprimoramento dos Processos
de Fabricação
Indicadores Ambientais
Energia Incorporada
Reciclabilidade
Durabilidade
Sim Não
Gráfico 5: Informações fornecidas pelos fabricantes de bloco cerâmico. Fonte: Autora, 2017.
52
Propriedades Necessárias para Especificação Fabricantes
M N O
Durabilidade - - -
Reciclabilidade - - -
Energia Incorporada - - -
Indicadores Ambientais - - -
Aprimoramento dos Processos de Fabricação - - -
Produção Mais Limpa - - -
Toxidade - - -
Gerenciamento de Resíduos - - -
Certificação X - -
Tabela 14: Matriz de propriedades fornecidas pelos fabricantes de bloco cerâmico. Fonte: Autora, 2017.
Os fabricantes de blocos cerâmicos estão aquém em relação aos
demais produtos analisados nessa pesquisa, pois, fornecem uma quantidade
muito pequena de dados sobre as propriedades dos seus produtos. Este setor
foi o que apresentou o menor nível de informações, o que proporciona tamanha
surpresa, sendo que a fabricação desse produto possui grande potencial de
utilização de resíduos de outras indústrias tanto para a queima dos blocos
quanto como matéria-prima. Acredita-se que esse potencial nem sempre é
utilizado e poderia ser um grande diferencial para a minimização dos impactos
ambientais causados na fabricação desse material de construção. Os sites dos
fabricantes fornecem algumas informações relevantes que serão descritas.
Segundo o fabricante M, a empresa possui certificação:
PSQ (Programa Setorial da Qualidade) pertencente ao programa
PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no
Habitat), sendo o PSQ responsável pela qualidade de materiais
cerâmicos.
No seu processo de produção são utilizados resíduos provenientes de
outras indústrias, tanto na queima quanto incorporados na massa. Possui um
53
plano de extração correta de argila e recuperação da área explorada e
reflorestamento. Aproveitamento/captação da água da chuva.
Segundo o fabricante N suas unidades industriais operam com lavador
de gás em suas unidades produtivas. Construíram um viveiro para propiciar o
reflorestamento de todas as áreas que eles extraem matéria-prima. Retiram
das indústrias resíduos de madeira gerados e transformados em pó de serra,
matéria-prima utilizada na queima de blocos. Reaproveitam o calor do forno
para secagem dos blocos, economizando energia.
5.1.6 Bloco de Concreto
O fabricante R indica gerenciamento de resíduos e os fabricantes P, Q e
R fornecem algum tipo de certificação. As demais informações não são
fornecidas por nenhum dos fabricantes P, Q e R.
Os resultados obtidos pelo segmento de blocos de concreto estão
representados pelo gráfico 6 e tabela 15.
54
Informações Fornecidas pelos Fabricantes de Blocos de
Concreto
0 1 2 3
Certificação
Gerenciamento de Resíduos
Toxidade
Produção Mais Limpa
Aprimoramento dos Processos
de Fabricação
Indicadores Ambientais
Energia Incorporada
Reciclabilidade
Durabilidade
Sim Não
Gráfico 6: Informações fornecidas pelos fabricantes de blocos de concreto Fonte: Autora, 2017.
Propriedades Necessárias para Especificação Fabricantes
P Q R
Durabilidade - - -
Reciclabilidade - - -
Energia incorporada - - -
Indicadores ambientais - - -
Aprimoramento dos processos de fabricação - - -
Produção Mais Limpa - - -
Toxidade - - -
Gerenciamento de resíduos - - X
Certificação X X X
Tabela 15: Propriedades fornecidas pelos fabricantes de blocos de concreto Fonte: Autora, 2017.
55
Os fabricantes pesquisados no segmento de blocos de concreto
praticamente não apresentam as propriedades dos seus produtos e quando
apresentam é algum tipo de certificação, algo positivo, que dá alguma garantia
da qualidade do material e da melhoria dos seus processos de fabricação.
Todos deste setor serem certificados demonstram a preocupação que eles
possuem em qualificar os seus produtos, o que consequentemente pode gerar
melhor desempenho ambiental. Os sites dos fabricantes fornecem algumas
informações relevantes que serão descritas.
Segundo o fabricante P, a empresa possui certificação:
ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland).
INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia), blocos certificados nas classes B e C.
PSQ (Programa Setorial de Qualidade) – Blocos de concreto.
Associada da BlocoBrasil (Associação Brasileira da Indústria de Blocos
de Concreto), entidade que promove e fortalece o setor de blocos de concreto
do Brasil. Empresa Qualificada no PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade
e Produtividade no Habitat).
Segundo o fabricante Q, a empresa possui certificação:
BCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), sendo toda
linha de blocos de concreto certificada, pelas normas técnicas
classe A, B e C.
PSQ (Programa Setorial de Qualidade) – Blocos de concreto.
Associada da BlocoBrasil (Associação Brasileira da Indústria de Blocos
de Concreto), entidade que promove e fortalece o setor de blocos de concreto
do Brasil.
O fabricante R demonstra preocupação com o meio ambiente e aplica
conceitos de sustentabilidade ao seu ciclo produtivo, transformando através de
um cuidadoso processo de reciclagem seus dejetos industriais em matéria
prima reciclada. Além de reutilizar água das chuvas para atividades internas.
A empresa R possui certificação:
56
ISO 9001 (Organização Internacional para Padronização) de
Sistemas de Gestão de Qualidade.
ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), sendo os
blocos de concreto certificado pelas normas técnicas classe A, B
e C.
PSQ (Programa Setorial de Qualidade) – Blocos de concreto.
5.1.7 Fabricantes de Todos os Segmentos Analisados
Analisando os resultados alcançados percebe-se que para cada
segmento têm propriedades mais comuns de serem especificadas, mas, ainda
possui alguns fabricantes que estão inertes e não fornecem quaisquer
informações dos seus produtos que não sejam às necessárias para execução
do material na obra, não apresentando nenhuma informação referente aos
seus processos e à preocupação com o meio ambiente em sua fabricação.
Essas empresas tendem a perder mercado quanto às suas concorrentes, pois,
com o passar dos anos a tendência é aumentar a exigência dos clientes por
produtos com qualidade garantida e melhor desempenho ambiental.
Os fabricantes que fornecem cada informação estão representados no
gráfico 7 e na tabela 16. Alguns dos resultados encontrados é que a energia
incorporada não é fornecida por nenhum dos fornecedores e o único com mais
de 50% de fabricantes que fornecem é algum tipo de certificação. A média de
empresas que fornecem essas informações necessárias para especificação de
materiais ecoeficientes é muito baixa, o que demonstra a insuficiência de
catálogos dos fabricantes na especificação de materiais de construção civil.
57
Informações Fornecidas pelos Fabricantes de Todos os
Segmentos Analisados
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Certificação
Gerenciamento de Resíduos
Toxidade
Produção Mais Limpa
Aprimoramento dos Processos
de Fabricação
Indicadores Ambientais
Energia Incorporada
Reciclabilidade
Durabilidade
Sim Não
Gráfico 7: Informações fornecidas pelos fabricantes de todos os segmentos analisados. Fonte: Autora, 2017.
58
Propriedades Necessárias para
Especificação
Quantidade de Empresas
que Fornecem
Durabilidade 4
Reciclabilidade 2
Energia incorporada -
Indicadores ambientais 2
Aprimoramento dos processos de fabricação 2
Produção Mais Limpa 1
Toxidade 3
Gerenciamento de resíduos 5
Certificação 11
Tabela 16: Informações fornecidas pelos fabricantes de todos os segmentos analisados.
Fonte: Autora, 2017.
O setor da construção civil é um grande consumidor de recursos naturais
o que compromete a fauna e a flora do planeta, devido a essa necessidade de
matéria-prima do setor, a preocupação aumenta em busca por sistemas e
opções com menor impacto ambiental, de forma que minimize e/ou reutilize os
recursos extraídos da natureza para que não comprometa as futuras gerações.
Aos poucos os consumidores têm se conscientizado da importância de priorizar
empresas ambientalmente amigáveis para contribuir com a evolução das ações
com menor impacto ambiental, tornando o setor ainda mais exigente e
impulsionando todos os fabricantes a buscarem medidas menos agressivas em
seus processos de fabricação.
A busca por produtos com menor impacto têm motivado as empresas a
investirem em alternativas mais eficientes e menos degradantes, um exemplo
disso são os sites de muitos dos fabricantes analisados que possuem um
espaço referente à sustentabilidade ou meio ambiente, é um meio de mostrar
para o consumidor que a empresa se preocupa com as questões ambientais.
Porém, ao observar as informações contidas nesses tópicos nota-se que os
dados fornecidos são basicamente os exigidos por normas.
É visível o interesse de algumas indústrias pesquisadas por iniciativas
ecoeficientes ou sustentáveis, porém, os dados fornecidos ainda são
insuficientes para uma especificação consciente. Cada empresa possui um
59
grau de comprometimento com o meio ambiente, será possível observar isso
ao decorrer dos resultados de cada segmento analisado, pois, algumas já
apresentam um número muito maior de propriedades e soluções que outras do
mesmo segmento.
5.2 Dados dos arquitetos
Os resultados do questionário aplicado junto a alguns arquitetos do
estado de Minas Gerais serão apresentados a seguir, o questionário era
composto por 11 perguntas as quais as primeiras foram voltadas para a
identificação e caracterização dos profissionais e as demais foram voltadas
para a forma de especificação, se há preocupação por parte dos arquitetos em
especificar materiais ecoeficientes e quais as principais dificuldades
encontradas para especificar materiais de baixo impacto ambiental. O
questionário completo encontra no apêndice A dessa pesquisa.
O questionário elaborado foi hospedado em site específico de pesquisa
e divulgado por mídias eletrônicas como redes sociais e e-mail através do link:
<https://docs.google.com/forms/d/1x9a2TfQ5cvfbwmEr9BvSzZZ09TGBAsmjQC
-h6fjySi8/edit>. O questionário também foi enviado através de e-mail para
professores de diversas faculdades de arquitetura do estado que fornecem
esse contato através dos sites institucionais. O questionário alcançou um total
de 163 arquitetos, no qual somente 61 o responderam e os resultados
constantes no desenvolver dessa pesquisa foram os obtidos através desses
profissionais. Todas as respostas obtidas foram consideradas.
5.2.1 Faixa Etária dos Arquitetos
As respostas sobre a faixa etária dos arquitetos participantes desta
pesquisa estão representadas na tabela 17 e gráfico 8. Um dos resultados
obtidos é que 93,44% dos arquitetos respondentes desta pesquisa têm até 39
anos, e somente 6,56% estão acima de 50 anos. A idade dos profissionais é
algo que pode influenciar em suas respostas devido à maturidade, experiência
prática, conhecimentos empíricos e muitos outros que são adquiridos no
decorrer da vida pessoal e profissional de cada um.
60
Faixa Etária Quantidade de Arquitetos
20 a 29 anos 39
30 a 39 anos 18
40 a 49 anos 00
50 anos ou mais 04
Outros 00
Tabela 17: Faixa etária dos arquitetos respondentes Fonte: Autora, 2017.
Faixa Etária dos Arquitetos
0 10 20 30 40 50 60
Outros
50 anos ou mais
40 a 49 anos
30 a 39 anos
20 a 29 anos
Quantidade deArquitetos
Gráfico 8: Faixa etária dos arquitetos
Fonte: Autora, 2017.
Um dos resultados obtidos nesta pesquisa é que a idade dos
profissionais alcançados está entre 20 a 39 anos ou mais de 50 anos. Sendo
63,93% referente a pessoas de até 29 anos, caracterizando os resultados
dessa pesquisa a um público jovem os quais suas atitudes de agora podem
influenciar na qualidade de vida deles próprios no futuro.
5.2.2 Tempo de Formação dos Arquitetos
Identificar o tempo de formado dos arquitetos é uma forma de obter o
nível de maturidade profissional dos respondentes desta pesquisa, pois, quanto
maior o tempo de formado, maior experiência adquirida e consequentemente
mais conhecimento prático, como por exemplo, já conhecer características e
propriedades de diversos materiais de construção. A tabela 18 e o gráfico 9
demonstram as respostas obtidas sobre o tempo de formado dos arquitetos
respondentes.
61
Tempo de Formação Quantidade de Arquitetos
Menos de 5 anos 39
Entre 5 e 10 anos 18
Entre 11 e 15 anos 04
Mais de 16 anos 00
Outros 00
Tabela 18: Tempo de formação dos arquitetos. Fonte: Autora, 2017.
Tempo de Formação dos Arquitetos
0 10 20 30 40 50 60
Outros
Mais de 16 anos
Entre 11 e 15 anos
Entre 5 e 10 anos
Menos de 5 anos
Quantidade deArquitetos
Gráfico 9: Tempo de formação dos arquitetos.
Fonte: Autora, 2017.
Os arquitetos respondentes possuem até 15 anos de formados, sendo
que 63,93% desses profissionais são recém-formados com menos de 5 anos
de graduados.
Os resultados da faixa etária e do tempo de formação possuem valores
idênticos, são 39 arquitetos com menos de 29 anos e com menos de 5 anos de
formados, 18 têm entre 30 e 39 anos e com tempo de formados entre 5 e 10
anos, e 04 possuem mais de 50 anos e com tempo de formados entre 11 e 15
anos. Não é correto afirmar que os arquitetos mais novos possuem menos
anos de formados, porém os resultados coincidiram nos valores finais de cada
uma das questões.
5.2.3 Campo de Atuação dos Arquitetos
Os arquitetos possuem um vasto campo de atuação no mercado de
trabalho, os profissionais podem optar por uma área específica ou trabalhar em
62
várias, por isso, esta questão poderia ser preenchida com mais de uma
resposta para o caso dos profissionais que exercem mais de uma área, nessa
pergunta foram inseridas as áreas mais comuns dentro da arquitetura e para as
demais a opção de outros.
A tabela 19 e gráfico 10 representam a quantidade de arquitetos que
trabalham em cada área dentro da arquitetura.
Área de Atuação Quantidade de Arquitetos
Projeto Arquitetônico 52
Projeto de Interiores 22
Projeto de Paisagismo 09
Urbanismo 09
Outros 09
Tabela 19: Área de atuação dos arquitetos Fonte: Autora, 2017.
Área de Atuação dos Arquitetos
0 10 20 30 40 50 60
Outros
Urbanismo
Projeto de Paisagismo
Projeto de Interiores
Projeto Arquitetônico
Quantidade deArquitetos
Gráfico 10: Área de atuação dos arquitetos
Fonte: Autora, 2017.
Um dos resultados obtidos é que 85,25% dos arquitetos respondentes
trabalham com projeto arquitetônico nos quais são elaborados memoriais
descritivos com a especificação de materiais a serem empregados na
construção destas edificações. Isso significa que os resultados alcançados são
de profissionais que estão atuando com a especificação de materiais de
construção, além dos 36,07% arquitetos que atuam em projeto de interiores
que também especificam materiais para execução de obras.
63
Com 14,75% estão os profissionais que atuam em projeto de
paisagismo, urbanismo e outras áreas como avaliação de imóveis, docência e
funcionalismo público.
5.2.4 Região de Atuação dos Arquitetos
Os arquitetos podem atuar em várias regiões do estado e do Brasil, a
questão visa identificar as dificuldades dos profissionais em toda extensão
territorial do estado de Minas Gerais, pois, as dificuldades podem variar de
acordo com cada parte do estado. A única região não representada nesta
pesquisa é o norte do estado, a tabela 20 e o gráfico 11 representam a região
de atuação dos arquitetos respondentes, cada arquiteto poderia optar por mais
de uma resposta, pois, cada profissional pode atuar em diversas regiões.
Região de Atuação Quantidade de Arquitetos
Região Metropolitana 17
Norte de Minas Gerais 00
Sul de Minas Gerais 04
Leste de Minas Gerais 52
Oeste de Minas Gerais 04
Outros 13
Tabela 20: Região de atuação dos arquitetos Fonte: Autora, 2017.
Região de Atuação dos Arquitetos
0 10 20 30 40 50 60
Outros
Oeste MG
Leste MG
Sul MG
Norte MG
Região Metropolitana BH
Quantidade deArquitetos
Gráfico 11: Região de atuação dos Arquitetos
Fonte: Autora, 2017.
64
Um dos resultados obtidos é que 85,25% dos arquitetos respondentes
atuam no leste de Minas Gerais, porém atuam também em outras regiões do
estado e outros estados do país como foram descritos nas respostas outro, são
eles Bahia, Espírito Santo e um arquiteto trabalha no país todo por meio de
projeto de franquia, estes profissionais que atuam em outros estados do Brasil
representam 21,31% dos arquitetos respondentes.
A região metropolitana de Belo Horizonte representa 27,87% dos
arquitetos, o sul e o oeste do estado possuem 6,56% e o norte de Minas Gerais
0,0% dos arquitetos respondentes.
5.2.5 Segmento de Atuação dos Arquitetos
Os profissionais de arquitetura podem atuar em vários segmentos dentro
da profissão, os quais foram apresentados os principais segmentos podendo o
arquiteto optar por mais de uma opção, o único profissional que não atua nos
segmentos descritos trabalha com avaliação de imóveis. A tabela 21 e o gráfico
12 ilustram as respostas alcançadas.
Segmento de Atuação Quantidade de
Arquitetos
Projetos Residenciais Unifamiliares 42
Projetos Residenciais Multifamiliares 22
Projetos Comerciais 26
Projetos Institucionais 13
Outros 04
Tabela 21: Segmento de atuação dos arquitetos Fonte: Autora, 2017.
65
Segmento de Atuação dos Arquitetos
0 10 20 30 40 50 60
Outros
Projetos Institucionais
Projetos Comerciais
Projetos Residenciais
Multifamiliares
Projetos Residenciais
Unifamiliares
Quantidade deArquitetos
Gráfico 12: Segmento de atuação dos arquitetos
Fonte: Autora, 2017.
Um dos resultados atingidos é a variedade de segmentos de atuação
dos profissionais respondentes desta pesquisa. Sendo 78,69% os arquitetos
que atuam em projetos residenciais unifamiliares, 36,07% os que atuam em
projetos residenciais multifamiliares, 42,62% os que atuam em projetos
comerciais, 21,31% os que atuam em projetos institucionais e 6,56% os que
atuam em outros segmentos.
5.2.6 Preocupação dos Arquitetos em Especificar Materiais
Ecoeficientes
Verificar se existe preocupação dos arquitetos em optar por materiais de
baixo impacto ambiental em suas especificações técnicas é um meio de
identificar se há a necessidade de investir em materiais mais ecoeficientes,
pois, se os arquitetos não tiverem esta consciência não adianta ter produtos
mais eficientes se os profissionais não o apresentarem ao cliente. Os
resultados dessa questão estão demonstrados na tabela 22 e no gráfico 13, a
maior parte dos profissionais se preocupam com a especificação ecoeficiente,
porém o número de profissionais que não se preocupam é expressivo o que
mostra que esse tema não é totalmente aceito pela classe ou as dificuldades
enfrentadas desmotivaram tais profissionais.
66
Existe Preocupação na Especificação Quantidade de
Arquitetos
Sim 39
Não 22
Outros 00
Tabela 22: Preocupação dos arquitetos na especificação Fonte: Autora, 2017.
Preocupação dos Arquitetos na Especificação
0 10 20 30 40 50 60
Outros
Não
Sim
Quantidade deArquitetos
Gráfico 13: Existência de preocupação dos arquitetos na especificação.
Fonte: Autora, 2017.
5.2.7 Critérios Utilizados para Especificação de Materiais
Aos profissionais que se preocupam em especificar materiais de baixo
impacto ambiental foi proposta uma questão para identificar os critérios
utilizados para essa especificação ecoeficiente, as alternativas para resposta
eram os principais meios de escolher materiais construtivos com menor
impacto ambiental e havia também a possibilidade de responder em outros
qual seu critério utilizado caso não fossem nenhum dos apresentados na
questão, a tabela 23 e o gráfico 14 ilustram as respostas obtidas, sendo que
cada arquiteto poderia assinalar mais de uma resposta correspondentes aos
critérios adotados por ele.
67
Critérios Utilizados para
Especificação
Quantidade de
Arquitetos
Simulações de ACV 14
Conhecimento Empírico 22
Catálogo do Fabricante 27
Outros 00
Tabela 23: Critérios utilizados pelos arquitetos para especificação de materiais. Fonte: Autora, 2017.
Critérios Utilizados na Especificação de Materiais
0 10 20 30 40 50 60
Outros
Catálogo do
Fabricante
Conhecimento
Empírico
Simulações de
ACV
Quantidade deArquitetos
Gráfico 14: Critérios utilizados na especificação de materiais.
Fonte: Autora, 2017.
O catálogo do fabricante ficou como critério mais utilizado pelos
arquitetos respondentes para especificação de materiais construtivos de menor
impacto ambiental, porém, nem 50% dos profissionais utilizam o catálogo como
fonte de informações, isso pode ser ocasionado porque os catálogos não
possuem informações suficientes conforme concluído na pesquisa realizada no
capítulo 5 desta monografia.
Os arquitetos precisam dedicar um tempo para pesquisa e estudo sobre
as mais variadas áreas da construção civil, buscar por materiais mais
ecológicos e com preços competitivos é importante para qualificação do
profissional. Os profissionais responderam neste questionário que falta tempo
de pesquisa ou faltam argumentos e informações suficientes para apresentar
esses materiais ao cliente e para convencê-lo.
68
5.2.8 Opinião dos Arquitetos sobre a Suficiência das Informações
dos Catálogos dos Fabricantes
Identificar a opinião dos arquitetos sobre os catálogos dos fabricantes
serem suficientes para especificação de materiais construtivos ecoeficientes é
um meio de verificar a ineficiência deste critério utilizado para especificação de
materiais, as respostas recebidas são de profissionais que atuam diretamente
com essa atividade. A tabela 24 e o gráfico 15 ilustram as respostas
alcançadas.
Opinião sobre a Suficiência das
Informações dos Catálogos
Quantidade de
Arquitetos
Não 52
Sim 09
Outros 00
Tabela 24: Opinião dos arquitetos sobre a suficiência das informações dos catálogos. Fonte: Autora, 2017.
Opinião dos Arquitetos sobre a Suficiência das
Informações dos Catálogos dos Fabricantes
0 10 20 30 40 50 60
Outros
Sim
Não
Quantidade deArquitetos
Gráfico 15: Opinião dos arquitetos sobre a suficiência das informações dos catálogos.
Fonte: Autora, 2017.
O resultado dos arquitetos que não acreditam que os catálogos dos
fabricantes são suficientes para especificação de materiais ecoeficientes
corresponde a 85,25% dos profissionais e 14,75% acreditam que os catálogos
são suficientes para esta especificação.
69
5.2.9 Priorização da Utilização de Materiais Locais
Há muitas formas de minimizar os impactos causados por materiais de
construção, uma delas é priorizar materiais locais fabricados mais próximos da
obra evitando grandes deslocamentos que além de aumentar os gastos com
transporte também aumentaria a emissão de gases do efeito estufa. Um
profissional que se preocupa com as questões ambientais, mesmo que ele não
tenha os meios para especificar um material ecoeficiente ele opta por opções
menos degradantes, como é o caso dos que preferem materiais locais. A tabela
25 e o gráfico 16 demonstram a porcentagem dos arquitetos respondentes que
priorizam tais materiais.
Arquitetos que Priorizam Materiais
Locais
Quantidade de
Arquitetos
Não 39
Sim 13
Outros 09
Tabela 25: Arquitetos que priorizam materiais locais. Fonte: Autora, 2017.
Os Arquitetos Priorizam Materiais Locais (Fabricados
até 400 km da Obra)
0 10 20 30 40 50 60
Outros
Não
Sim
Quantidade deArquitetos
Gráfico 16: Arquitetos que priorizam materiais locais.
Fonte: Autora, 2017.
Um dos resultados obtidos é que 64,93% dos arquitetos priorizam utilizar
materiais locais, um resultado maior do que o de arquitetos que se preocupam
em especificar materiais de baixo impacto ambiental. Entende-se que parte dos
70
profissionais busca por alternativas isoladas para suas obras, o que não é o
ideal, mas que tem sua parcela de contribuição para a ecoeficiência. Isso pode
acontecer devido à falta de ferramentas totalmente confiáveis para a
especificação consciente de materiais ecoeficientes, o que leva os arquitetos a
contribuírem da maneira que eles veem como positiva não deixando totalmente
as questões ecoeficientes de lado.
Os arquitetos que responderam outros justificaram que analisam o
custo-benefício para escolha dos materiais construtivos e para os materiais
com as mesmas características e preços são priorizados os fabricados nas
proximidades. Os profissionais que não priorizam materiais fabricados até 400
km do canteiro de obras representam 21,31%.
5.2.10 Gerenciamento de Resíduos
A construção civil é grande geradora de resíduos e o descarte final
destes resíduos muitas vezes é feito de forma inadequada o que ocasiona
grande impacto ambiental, o gerenciamento é um meio de amenizar esses
danos descartando esses materiais de modo que sejam menos agressivos e
ambientalmente adequados. A tabela 26 e o gráfico 17 ilustram estes
resultados.
Arquitetos que Fazem
Gerenciamento de Resíduos
Quantidade de
Arquitetos
Sim 27
Não 17
Não se Aplica 17
Outros 00
Tabela 26: Arquitetos que fazem gerenciamento dos resíduos gerados na obra Fonte: Autora, 2017.
O gerenciamento de resíduos aos poucos tem se popularizado entre os
arquitetos, como demonstra o resultado desta pesquisa 38,5% dos
profissionais já fazem gerenciamento de resíduos, 30,8% ainda não fazem
nenhum tipo de gerenciamento de resíduos em seus canteiros de obra e outros
30,8% não consideram essa opção.
71
Arquitetos que Fazem Gerenciamento de Resíduos
0 10 20 30 40 50 60
Outros
Não se Aplica
Não
Sim
Quantidade deArquitetos
Gráfico 17: Arquitetos que fazem gerenciamento de resíduos gerados na obra.
Fonte: Autora, 2017.
5.2.11 Principais Dificuldades dos Arquitetos em Especificar
Materiais Ecoeficientes
A última questão respondida pelos arquitetos está relacionada com as
principais dificuldades encontradas por cada um dos profissionais para
especificação de materiais de baixo impacto ambiental, todos os resultados
serão apresentados e alguns podem ocorrer variações devido à região de
atuação e segmento que cada arquiteto trabalha, os resultados obtidos estarão
descritos a seguir.
Uma das dificuldades apresentadas pelos arquitetos está relacionada à
falta de variedade de fabricantes que produzam materiais ecoeficientes, o
profissional não consegue encontrar os materiais com tais características na
região que atua e quando encontra não há concorrência e o preço acaba sendo
alto o que inviabilizam seu uso.
Muitos fornecedores e/ou fabricantes não disponibilizam informações
claras e objetivas sobre seus produtos o que torna quase impossível saber se
um material construtivo possui menos impacto ambiental.
As distâncias das unidades fabris impossibilita o reaproveitamento dos
resíduos de materiais gerados na obra que poderiam ser reaproveitados como
72
matéria-prima de novos materiais construtivos o que acaba tendo uma
destinação menos apropriada, porém, a mais viável para a localização da obra.
A cultura nacional na utilização de materiais ecoeficientes ainda é muito
pequena, os clientes têm muitas informações distorcidas sobre o assunto,
desconhecem as vantagens a curto e longo prazo desses materiais e na
maioria das vezes preferem por alternativas mais degradantes e mais baratas
no momento e não analisam o ciclo de vida que pode tornar soluções
ecoeficientes mais econômicas no decorrer da vida útil de um produto.
Segundo os arquitetos analisados esse fator pode ocorrer pelo fato da
cultura de utilização de materiais ecoeficientes ainda ser muito desconhecida
pelos profissionais da construção civil, se obtivessem mais interesse em buscar
conhecimentos sobre tais produtos para melhor apresenta-lo aos seus clientes
seria uma forma mais eficiente de aumentar a procura e o uso desses
materiais. Um bom vendedor é aquele que conhece e acredita no potencial do
seu produto e os arquitetos são vendedores de ideias, se conhecem a ideia da
ecoeficiência e defendem-na em seus projetos demonstram confiança para o
cliente.
A falta de informações detalhadas sobre os materiais é uma das
principais dificuldades encontradas, não há dados suficientes para especificar
devidamente um material e para convencer o cliente do potencial deste
produto. Quando os arquitetos priorizarem materiais de menor impacto
ambiental, os demais fabricantes buscarão aprimorar seus processos
produtivos para aumentar e/ou implantar a ecoeficiência em seus produtos para
evitarem a queda nas vendas e consequente saída do mercado.
Alguns arquitetos alegam falta de tempo para pesquisa, fator essencial
para especificação de materiais construtivos. Afirmam também que não
especificam materiais ecoeficientes devido à falta de dados para que aconteça
essa especificação, mas que optam por materiais com características menos
agressivas como maior durabilidade, menor distância do fornecedor até o
canteiro de obras, menor quantidade de substâncias químicas em sua
composição e de matérias-primas renováveis.
A falta de conhecimento e oferta desses materiais em lojas locais
inviabiliza o uso dos materiais ecoeficientes devido a grandes deslocamentos
com transporte o que acabaria causando danos ambientais.
73
O custo desses materiais ainda é um desafio, pois os clientes ainda não
aceitaram totalmente os materiais ecoeficientes, sabem da importância de
soluções sustentáveis, mas acreditam que ações individuais não fazem tanta
diferença e que deve ser adotada por grandes empresas e instituições, daí
optam por materiais inicialmente mais em conta.
Analisando as respostas recebidas percebe-se que esta pesquisa
alcançou uma nova geração de arquitetos, com pouco tempo de experiência na
área. O que caracteriza essa pesquisa como as principais dificuldades
encontradas na especificação de materiais ecoeficientes principalmente pelos
novos arquitetos do mercado. O questionário envolveu profissionais de quase
todo o estado de Minas Gerais, a única região que não obteve nenhuma
resposta foi o norte de Minas Gerais e a região com mais respostas foi o leste
do estado. Observando as respostas obtidas por cada profissional percebe-se
que a maioria se preocupa em especificar materiais com menor impacto
ambiental, porém, apontam algumas dificuldades encontradas para prática
dessa especificação que podem ocorrer na inviabilidade por materiais desse
tipo.
A principal dificuldade alegada pelos profissionais abrangidos nessa
pesquisa é o preço e a aceitação dos clientes por materiais ambientalmente
preferíveis, o que demonstra que a cultura nacional em priorizar materiais de
baixo impacto não está totalmente aceita, fator que pode ocorrer devido ao
custo desses produtos que são inicialmente considerados mais caros.
Muitos fabricantes de materiais construtivos estão se empenhando em
buscar tecnologias e soluções para melhorar o processo produtivo de seus
produtos minimizando os custos e a degradação ambiental para conseguir
alcançar esse público que resiste à utilização de materiais de baixo impacto
ambiental devido ao custo, tornando seus produtos melhores e mais
competitivos.
Os arquitetos informaram também que os profissionais da construção
civil estão despreparados e não possuem informações suficientes para
convencer o cliente do custo-benefício desses materiais e falta variedade de
empresas que fornecem materiais ecoeficientes.
A principal queixa é a falta da divulgação das informações detalhadas
sobre os materiais pelos fabricantes, fator determinante para escolha de um
74
material mais eficiente economicamente e ambientalmente. O que confirma a
hipótese de que os catálogos dos fabricantes não possuem informações
suficientes para especificação de materiais com menor impacto ambiental,
impedindo o profissional de fazer uma escolha mais adequada, pois ele
necessita saber as propriedades e os processos produtivos de cada produto
para então fazer a escolha pelo material que obtenha melhor custo-benefício.
A maior parte dos arquitetos respondentes usa o catálogo do fabricante
para especificação de materiais construtivos, e quase 90% deles têm a opinião
de que o catálogo não atende a necessidade dos profissionais. O que é
preocupante se tratando de desenvolvimento sustentável da construção civil,
pois, o principal meio utilizado para a determinação do material a ser utilizado
em uma edificação é ineficaz. Contudo, muitos dos profissionais ainda utilizam
outros métodos como a avaliação do ciclo de vida e conhecimentos adquiridos
ao longo de suas vidas seja por estudo ou pesquisa, isso demonstra que os
profissionais procuram diferentes meios para conseguir o objetivo de
especificação de materiais com menos impacto ambiental.
6. CONCLUSÃO
Os arquitetos são um dos profissionais responsáveis pela especificação
de materiais de construção civil, pode-se concluir com essa pesquisa que são
inúmeras as dificuldades enfrentadas por eles para uma especificação
ambientalmente amigável, no entanto, esses profissionais buscam outros
meios para conseguirem adotar materiais com menor impacto ambiental, que
mesmo não sendo totalmente ecoeficientes, possuam a maior quantidade de
características ecoeficientes possíveis.
O meio mais utilizado pelos arquitetos para especificação de materiais
com menor impacto ambiental de acordo com os arquitetos alcançados nesta
pesquisa são os catálogos dos fabricantes, mas também são muito utilizados a
Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) e os conhecimentos adquiridos por cada
profissional através de estudo e pesquisa.
75
As principais informações para especificação de materiais ecoeficientes
de acordo com os autores citados no referencial teórico são a durabilidade, a
reciclabilidade, o aprimoramento dos processos produtivos, a utilização da
ferramenta de produção mais limpa, as certificações ambientais, os indicadores
ambientais da empresa e do produto, a toxidade e o gerenciamento dos
resíduos gerados no processo de fabricação dos materiais.
Os resultados obtidos demonstram a preocupação dos arquitetos com os
impactos ambientais causados pela construção civil, porém a especificação de
materiais ecoeficientes se torna complicada pela falta de banco de dados
confiáveis de Inventário de Ciclo de Vida (ICV) no Brasil, falta de fornecimento
de informações claras e detalhadas pelos fabricantes sobre os materiais e seus
processos produtivos, falta de conhecimento sobre materiais ecoeficientes por
parte de alguns profissionais e de muitos consumidores, falta variedade de
marcas de materiais desse tipo, custo elevado, tempo para pesquisa, distância
entre as fábricas e os canteiros de obras, entre outras dificuldades descritas no
corpo desta monografia.
Percebe-se que a maioria dos fabricantes de materiais de construção
analisados dos subsistemas de acabamentos e vedações ainda não fornecem
algumas informações básicas sobre seus produtos. É visível também que há
empresas que se preocupam e que estão buscando aprimorar seus produtos
para que sejam ambientalmente preferíveis. É importante que essas empresas
sejam reconhecidas pelos arquitetos e consumidores para que persistam nesta
trajetória em busca de aprimoramento dos seus produtos e para garantir que os
demais fabricantes do setor também busquem alternativas ecoeficientes para
seus materiais construtivos.
Contudo, nota-se que ainda necessita maior envolvimento dos
fabricantes de materiais de construção para produzirem materiais que
minimizem os impactos ambientais. Os arquitetos têm buscado melhorias para
suas edificações, mas ainda não são suficientes, precisa-se de mais
comprometimento por parte de alguns desses profissionais.
Conclui-se, assim, que aos poucos as alternativas ambientalmente
preferíveis estão tomando seu espaço, é certo que ainda há um longo caminho
a se percorrer, mas se houvesse mais empenho dos arquitetos, dos fabricantes
e dos consumidores consequentemente a inserção de materiais construtivos
76
ecoeficientes seria muito mais desenvolvida do que são no atual cenário
mineiro e até mesmo brasileiro.
77
REFERÊNCIAS
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_____________. NBR 13817: Placas cerâmicas para revestimento – Classificação. Rio de Janeiro, 1997.
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78
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_____________. Piso e Pavimentação. A técnica de edificar. 10.ed. revisada e atualizada, São Paulo, Pini, 2009. P. 587-605.
81
APÊNDICE
APÊNDICE A – Questionário aplicado a alguns arquitetos do estado de Minas
Gerais.
1 - Email
2 - Qual sua faixa etária?
( ) 20 a 29 anos
( ) 30 a 39 anos
( ) 40 a 49 anos
( ) 50 anos ou mais
( ) Outro.
3 - Você tem quanto tempo de formado?
( ) Menos de 5 anos
( ) De 5 a 10 anos
( ) De 11 a 15 anos
( ) Mais de 16 anos
( ) Outro.
4 - Qual área você atua?
( ) Projeto Arquitetônico
( ) Projeto de Interiores
( ) Projeto Paisagismo
( ) Urbanismo
( ) Outro.
5 - Você atua em qual região?
( ) Metropolitana de Belo Horizonte
( ) Norte de Minas Gerais
( ) Sul de Minas Gerais
( ) Leste de Minas Gerais
( ) Oeste de Minas Gerais
( ) Outro.
6 - Qual seu segmento de atuação dentro da arquitetura?
( ) Projetos residenciais unifamiliares
( ) Projetos residenciais multifamiliares
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( ) Projetos comerciais
( ) Projetos institucionais
( ) Outros.
7 - Você se preocupa em especificar materiais de baixo impacto ambiental
em seus projetos?
( ) Sim
( ) Não
( ) Outro.
8 - Se sim na pergunta anterior, qual seu critério para especificar
materiais de baixo impacto?
( ) Simulações de Avaliação do Ciclo de Vida
( ) Conhecimento Empírico
( ) Catálogo do Fabricante
( ) Outro.
9 - Em sua opinião, os catálogos dos fabricantes de materiais de
construção fornecem informações suficientes para o arquiteto especificar
materiais ecoeficientes?
( ) Sim
( ) Não
( ) Outro.
10 - Ao escolher o material a ser utilizado, você prioriza os materiais
locais fabricados próximo à obra (até 400 km)?
( ) Sim
( ) Não
( ) Outro.
11 - Você faz gerenciamento de resíduos gerados na obra?
( ) Sim
( ) Não
( ) Outro.
12 - Quais são suas principais dificuldades para especificar materiais de
baixo impacto ambiental?
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Obrigada pela sua participação!