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DIEGO ALANO CARVALHO OS PRÍNCIPIOS DO MÉTODO PILATES ® NO SOLO NA LOMBALGIA CRÔNICA Tubarão, 2006

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DIEGO ALANO CARVALHO

OS PRÍNCIPIOS DO MÉTODO PILATES ® NO SOLO NA LOMBALGIA CRÔNICA

Tubarão, 2006

2

DIEGO ALANO CARVALHO

OS PRÍNCIPIOS DO MÉTODO PILATES ® NO SOLO NA LOMBALGIA CRÔNICA

Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientador temático: Profª Msc. Inês Alessandra Xavier Lima

Tubarão, 2006

3

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho às pessoas mais importantes

da minha vida: meus pais, Diomar e Evanir, a

minha irmã Mirella e a minha namorada Glaucia,

que confiaram no meu potencial para esta

conquista. Não conquistaria nada se não

estivessem ao meu lado. Obrigada, por estarem

sempre presentes a todos os momentos, me dando

carinho, apoio, incentivo, determinação, fé, e

principalmente pelo Amor de vocês.

4

AGRADECIMENTOS

Acima de tudo a Deus, pai misericordioso que sempre esta ao meu lado e por me

privilegiar de exercer uma profissão mágnifica.

Aos meus Pais, Diomar e Evanir , que me deram toda a estrutura para que me torna-

se a pessoa que sou hoje. Pela confiança e pelo amor que me fortalece todos os dias.

À minha irmã Mirella , por estar sempre presente, na minha vida a cada dia nos

tornamos mais amigos. Não é mana?

Aos meus amigos Caiano e Rodrigo que, ao longo desses meus quatro anos, posso

considerar como verdadeiros amigos.

Em especial agradeço minha professora Inês, que foi uma orientadora extraordinária,

estando sempre presente, esclarecendo as minhas dúvidas, tendo muita paciência, competência,

confiança, conhecimentos e principalmente a amizade.

À minha namorada Glaucia ofereço um agradecimento mais do que especial, por ter

vivenciado comigo passo a passo todos os detalhes deste trabalho, ter me ajudado, durante toda a

coleta, por ter me dado todo o apoio que necessitava nos momentos difíceis, todo carinho,

respeito, por ter me aturado nos momentos de estresse, e por tornar minha vida cada dia mais

feliz.

Agradeço meus familiares que sempre acreditaram muito no meu trabalho e me

ajudaram no que foi preciso.

À todos os meus professores, futuros colegas e acima de tudo por terem se tornado

grandes amigos, fizeram com que eu continuasse e chegasse até onde cheguei.

Agradeço a todos os meus amigos e colegas de trabalho que de alguma maneira

ajudaram para esta realização.

5

Enfim, agradeço a M.B.N, o sujeito da amostra. Nada seria sem você...com certeza

sempre terei carinho, respeito e agradecimento. Obrigada por tudo!

6

Deus me enviou à terra com uma missão, só ele

pode me deter, os homens nunca poderão.

(Bob Marley)

7

RESUMO Uma musculatura abdominal fraca pode facilitar o desenvolvimento de alterações na coluna vertebral, com conseqüências como a lombalgia, a qual pode interferir na biomecânica da coluna vertebral, muitas vezes comprometendo a independência funcional do individuo e sua qualidade de vida. O Método Pilates® possibilita vários benefícios ao praticante, desde o aprimoramento da resistência à fadiga ao alinhamento corporal, através de exercícios de fortalecimento muscular praticados com poucas repetições, exigindo concentração e atenção do praticante e priorizando o trabalho constante da musculatura abdominal, podendo ser trabalhado tanto com aparelhos, quanto no solo (o chamado Mat Pilates). Este estudo teve como objetivo geral analisar os efeitos dos princípios do Método Pilates® no solo na lombalgia crônica, e, para tanto, utilizou como estratégias identificar o nível de quadro álgico, avaliar a capacidade funcional da coluna lombar, levantar a amplitude de movimento da coluna lombar e verificar o grau de força dos músculos da coluna lombar pré e pós-intervenção. Para tanto, este estudo, do tipo estudo de caso com pré e pós-teste, teve como amostra um sujeito do gênero feminino, com idade de 47 anos e diagnóstico clínico de lombalgia crônica. Como instrumentos para a coleta de dados foram utilizados a ficha de avaliação físico funcional da coluna vertebral (adaptada de Alexandre e Moraes, 2001), testes para verificação do nível de flexibilidade - finger-floor (HOPPENFELD, 1999), inclinação lateral do tronco (HOPPENFELD, 1999) e verificação de retração da cadeia muscular posterior Marques (2000); o Sinal de Lasègue (BATES, 2005) e o mapa de desconforto para diferentes partes do corpo (MORAES, 2002). Como resultado da intervenção fisioterapêutica, com relação ao quadro álgico obteve-se melhora na coluna lombar e quadril direito, com relação à flexibilidade e mobilidade da coluna vertebral ela apresentou diminuição da distância avaliada no teste finger-floor e nos teste de inclinação lateral à direita e à esquerda, além de fechamento dos ângulos coxo-femoral e tíbio-társico no pós-teste; e com relação ao grau de força muscular apresentou grau 5 em todos os movimentos reavaliados. No que se refere ao grau de funcionalidade da coluna vertebral, identificou-se considerável melhora - evidência esta que foi obtida através de uma auto-avaliação escrita realizada voluntariamente pela paciente, na qual a mesma descreveu como era a sua rotina de vida diária pré e pós-intervenção fisioterapêutica. Sendo assim, todos os objetivos traçados neste estudo foram alcançados, sugerindo os efeitos benéficos que o Método Pilates® no solo pode proporcionar ao individuo e que este se mostra como mais uma opção de recursos fisioterapêuticos disponível para a prescrição de uma intervenção diferenciada e específica. Palavras-chaves: Dor Lombar, Fisioterapia, Método Pilates®.

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ABSTRACT An weak abdominal muscle can facilitate the development of spine’s alterations, with consequences like low back pain, witch can intefere in spine biomechanical, many times, commiting functional independence of individual and his quality of life. Pilates Method® makes possible many benefits for apprentice, since the improvement of fatigue’s resistence to corporal alignment, through exercises to muscles’ invigoration that are practiced with few repetitions, requiring apprentice’s concentration and attention and prioritizing constant work of abdominal muscles, that can be worked out as with apparelles, as on the floor (called Pilates Method®). This study had as general objective to analyze the principles of Pilates Method® on the floor in chronic low back pain. And, for this, it was used as strategies to identify the pain’s level, to evaluate functional capacity of low back, to increase the amplitude of movement of low back of the type of study of case, to verify the grade of abdominal muscles’ strengh with pre and post-test, had as sample one female subject, with 47 years old and clinical diagnostic of chronic low back pain. Like instrumento to collect dates, it was used an register to physical-functional evaluation of spine (adjusted by Alexandre and Moraes, 2001), tests to verify flexibility level – finger-floor (HOPPENFIELD, 1999), spine’s lateral inclination (HOPPENFIELD, 1999) and verification of posterior muscle chain’s retraction Marques (2000); Laségue sign (BATES, 2005) and map of discomfort to different parts of body (MORAES, 2002). The results of physiotherapic intervention, refered to clinical picture of pain, it was observed na improvement of low back and right hip, refered to flexibility and mobility of spine, it showed 0 cm in finger-florr test, 32 cm and 33 cm in right and left lateral inclination), refered to muscle strengh grade it showed grade 5 in all of movements that were revalueted). In what concerns to spine’s functionality grade, it was identified considerable improvement – this evidence was obtained by a writing auto-evaluation that was willfully realized, witch described how was the daily life’s routine pre and post-physiotherapic intenvention. So, all the plan objectives in this study were achieved, suggesting that beneficient effects of Pilate method® on the floor can proporcionate to individual and shows that it’s one more option of available physiotherapic recourses to prescription of a different and specific intervention. Key-words: Low back pain; Physitherapy; Pilates method®

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 16

2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 19

2.1 Aspectos anatômicos e biomecânicos da coluna vertebral ........................................... 19

2.1.1 As curvaturas fisiológicas............................................................................................... 24

2.1.2 Lombalgia....................................................................................................................... 25

2.2 Abdome............................................................................................................................. 28

2.2.1 Anatomia funcional dos músculos abdominais .............................................................. 28

2.3 Pilates................................................................................................................................ 33

2.3.1 O histórico ...................................................................................................................... 33

2.3.2 O método ........................................................................................................................ 34

2.3.3 Princípios ........................................................................................................................ 35

2.3.4 Benefícios ....................................................................................................................... 37

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ................................................................................. 41

3.1 Tipo de pesquisa.............................................................................................................. 41

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto à abordagem............................................................................ 41

10

3.1.2 Tipo de pesquisa quanto ao nível ................................................................................... 42

3.1.3 Quanto ao procedimento................................................................................................. 42

3.2 Sujeito da Amostra.......................................................................................................... 43

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados............................................................... 44

3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados................................................................ 48

3.5 Tratamento de Dados......................................................................................................59

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS......................................................................... 60

4.1 Caracterização do sujeito da amostra........................................................................... 60

4.2 Mobilidade da Coluna Vertebral................................................................................... 62

4.2.1 Testes de mobilidade da coluna vertebral....................................................................... 62

4.2.2 Teste de flexibilidade...................................................................................................... 64

4.3 Quadro Álgico.................................................................................................................. 66

4.3.1 Sinal de Laségue............................................................................................................. 66

4.3.2 Escala de desconforto para diferentes partes do corpo................................................... 67

4.4 Grau de força................................................................................................................... 69

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 73

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 75

APÊNDICES .......................................................................................................................... 79

APÊNDICE A – Auto avaliação da paciente .......................................................................... 80 APÊNDICE B – Evolução dos atendimentos.......................................................................... 81

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ANEXO ...............................................................................................................................104

ANEXO A – Ficha de avaliação..........................................................................................105

ANEXO B – Escala de desconforto para diferentes partes do corpo ..................................109

ANEXO C – Aprovação do cep unisul................................................................................110

ANEXO D – Termo de consentimento ...............................................................................113

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Gravura apresentando a coluna vertebral no plano frontal, vista anterior e posterior. ............................................................................................................ ... 19 Figura 2: Gravura identificando as curvas fisiológicas da coluna vertebral, observáveis no plano

sagital – vista lateral. ......................................................................................... ... 24 Figura 3: Ilustração apresentando a localização dos músculos abdominais........................ ... 30 Figura 4: Aparelho Reformer. ............................................................................................. ... 38 Figura 5: Aparelho Cadillac ou Trapézio. ........................................................................... ... 39 Figura 6: Aparelho High Barrel........................................................................................... ... 39 Figura 7: Aparelho Chair (Combo) ..................................................................................... ... 39 Figura 8: Aparelho Chair (Wunda)...................................................................................... ... 40 Figura 9: Distância dedo médio-chão.................................................................................. ... 44 Figura 10: Inclinação lateral de tronco. ............................................................................... ... 45 Figura 11: Seqüência utilizada para a realização do Teste de retração de cadeia posterior - [A] Inclinação do tronco para frente, [B] Indivíduo realinhado e ângulo coxo-femoral fechado, [C] Indivíduo com ângulo coxo-femoral aberto. ...................................................................... ... 46 Figura 12: Ângulo coxo-femoral. ........................................................................................ ... 46 Figura 13: Ângulo tíbio-társico. .......................................................................................... ... 47 Figura 14: Imagem fotográfica do teste de finger-floor realizado pelo sujeito da amostra.. .. 50

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Figura 15: Imagem fotográfica do teste de inclinação lateral à esquerda realizado pelo sujeito da amostra. .... .......................................................................................................................... ... 50 Figura 16: Imagem fotográfica do teste de inclinação lateral à direita realizado pelo sujeito da amostra. ............................................................................................................................... ... 50 Figura 17: Imagem fotográfica do teste de retração da cadeia muscular posterior realizado pelo sujeito da amostra. ............................................................................................................... ... 51 Figura 18: Imagem fotográfica do teste do sinal de Laségue, realizado no membro inferior direito do sujeito da amostra. .......................................................................................................... ... 51 Figura 19: Imagem fotográfica do teste do sinal de Laségue, realizado no membro inferior esquerdo do sujeito da amostra............................................................................................ ... 51 Figura20: Imagem fotográfica do exercício “ponte”, realizado pelo sujeito da amostra. ... ... 53 Figura 21: Imagem fotográfica do exercício “o cem”, realizado pelo sujeito da amostra. . ... 54 Figura 22: Imagem fotográfica do exercício “círculo com uma perna”, realizado pelo sujeito da amostra...... .......................................................................................................................... ... 55 Figura 23: Imagem fotográfica do exercício “estiramento da coluna para frente”, realizado pelo sujeito da amostra. ............................................................................................................... ... 55 Figura 24: Imagem fotográfica do exercício “estiramento das duas pernas” [A], [B], [C], realizado pelo sujeito da amostra. ....................................................................................... ... 56 Figura25: Imagem fotográfica do exercício “cisne” [A], [B], realizado pelo sujeito da amostra. Fonte: dados do autor, 2006. ............................................................................................... ... 57

Figura26: Imagem fotográfica do exercício “rolamento para frente” [A], [B], [C], realizado pelo sujeito da amostra. ............................................................................................................... ... 58 Figura 27: Imagem fotográfica do exercício “alongamento de uma perna”, realizado pelo sujeito da amostra. .......................................................................................................................... ... 59 Figura 28: [A] Ilustração representando a região e grau de desconforto relatados pelo sujeito da amostra na avaliação pré-intervenção; [B] Ilustração representando a região e grau de desconforto relatados pelo sujeito da amostra na avaliação pré-intervenção.......................................... ... 68 Figura 29 [A]: movimento de anteroversão......................................................................... ... 82 Figura 29 [B]: movimento de retroversão ........................................................................... ... 82 Figura 30 [A]: inicio da posição “o cem” sujeito em decúbito dorsal................................. ... 83

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Figura 30 [B]: inspiração + flexão de ombros..................................................................... ... 83 Figura 30 [C]: expiração + MMSS posição inicial.............................................................. ... 83 Figura 31: flexão de tronco + movimentos dos MMSS + expiração.......................................84 Figura 32: movimento completo ......................................................................................... ... 84 Figura 33: posição inicial movimento circulo com uma perna ........................................... ... 86 Figura 34: verificação da contração de ísquios tibiais + glúteo +quadríceps...................... ... 87 Figura 35[A]: exercício o cem posição inicial sem suporte da bola.................................... ... 87

Figura 35[B]: iniciando o exercício..................................................................................... ... 88

Figura 35 [C] execução completa do exercício ................................................................... ... 88 Figura 36: posição inicial, do movimento estiramento da coluna para frente..................... ... 89

Figura 37: execução do movimento, estiramento da coluna para frente. ............................ ... 90

Figura 38: incentivando a dorsiflexão, durante o movimento ............................................. ... 90 Figura 39: iniciando o movimento, estiramento das duas pernas........................................ ... 91 Figura 40: seqüência do movimento, estiramento da duas pernas ...................................... ...92 Figura 41: final do movimento, estiramento das duas pernas. ............................................ ... 92 Figura 42: inicio do aquecimento ponte .............................................................................. ... 94 Figura 43: final do movimento de aquecimento.................................................................. ... 94 Figura 44: posição inicial do exercício swam ou cisne ....................................................... ... 95 Figura 45: final do movimento swan ou cisne..................................................................... ... 95 Figura 46 [A]: inicio do movimento estiramento das duas pernas sem o apoio da cunha. . ... 97 Figura 46 [B]: seqüência do movimento estiramento das duas pernas sem o apoio da cunha .......................................................................................................................... ... 97 Figura 46 [C]: final do movimento estiramento das duas pernas sem apoio da cunha ....... ... 97 Figura 47: posição inicial do exercício rolamento para frente ............................................ ... 98

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Figura 48: seqüência do exercício rolamento para frente.................................................... ... 99 Figura 49: posição final do exercício rolamento para frente............................................... ... 99 Figura 50 [A]: retorno a posição inicial do exercício rolamento para frente ...................... ... 100 Figura 50 [B]: movimento final do exercício rolamento para frente................................... ... 100 Figura 50 [C]: final do exercício rolamento para frente...................................................... ... 100 Figura 51: exercício alongamento de uma perna................................................................. ... 102

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INTRODUÇÃO

O enfraquecimento da musculatura abdominal pode causar danos à saúde do ser

humano, e estes danos podem interferir seriamente nas atividades de vida diária (AVD’s) de uma

pessoa. Uma musculatura abdominal fraca poderá facilitar o desenvolvimento de alterações na

coluna vertebral, com conseqüências como a lombalgia, a qual pode interferir na biomecânica da

coluna vertebral, que exerce um papel importante nos movimentos realizado pelo corpo humano,

dando estabilidade e ampliando os movimentos, muitas vezes comprometendo a independência

funcional do individuo e sua qualidade de vida.

Para Andrade, Araujo e Vilar (2005, p. 224), a “dor lombar é uma das alterações

músculo-esqueléticas mais comuns na sociedade, podendo afetar cerca 70% a 80% de pessoas em

algum momento de suas vida.”

Mendes (1996) conceitua lombalgia crônica com “a dor persistente durante três

meses, no mínimo, o que corresponde a 10% dos sujeitos das amostras acometidos por lombalgia

aguda recidivante. Esse tipo de lombalgia é mais comum em sujeito da amostras de 45 a 50

anos.” Os principais fatores responsáveis pela cronicidade das dores lombares são problemas

psicológicos, baixo nível de escolaridade, trabalho pesado ou em postura sentada, levantar

grandes quantidades de peso, sedentarismo, acidentes de trabalho, dirigir veículos, horas

excessivas de trabalho, gravidez, ferimentos e tabagismo. Nieman, (1999) em relação à

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prevalência sexual e etária, estudos demonstram que é mais comum a dor lombar em mulheres

que em homens e que esta patologia acomete geralmente mais indivíduos na idade produtiva em

média dos 25 aos 60 anos.

O músculo que tem como um dos objetivos principais dar estabilidade à coluna

vertebral é o transverso abdominal, uma vez que a função dele é de envolver a coluna vertebral e

a cintura pélvica estabilizando a coluna lombar. Um músculo transverso abdominal forte garante

uma maior estabilidade a coluna vertebral, e é neste músculo que está o foco da atuação do

Método Pilates®.

Os músculos abdominais participam no suporte da coluna, funcionando de uma

maneira que diminua a tensão exercida sobre a mesma, sendo que este suporte dado a ela poderá

ser diminuído com o enfraquecimento de tal musculatura, visto que o fortalecimento dos

músculos abdominais trará mais estabilidade à coluna vertebral.

O Método Pilates®, segundo o criador do método - Joseph Pilates possibilita vários

benefícios ao praticante, desde o aprimoramento da resistência à fadiga ao alinhamento corporal,

através de exercícios de fortalecimento praticados com poucas repetições, os quais exigem muita

concentração e atenção.

O referido método prioriza a o trabalho muscular abdominal para garantir a boa

funcionalidade da coluna vertebral, entre outras coisas, viabilizando a independência funcional

dos praticantes. Atualmente, o Método Pilates® vem sendo utilizado por profissionais

fisioterapeutas com a intenção de reverter quadros de disfunção da coluna vertebral, inclusive da

região lombar.

Em função da utilização cada vez mais freqüente deste método com enfoque

terapêutico, mostra-se interessante identificar sua repercussão em um quadro álgico bastante

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prevalente na sociedade ocidental, a lombalgia crônica, a fim de garantir maiores informações aos

profissionais fisioterapeutas e à sociedade em geral.

Existem vários estudos científicos feitos sobre as doenças da coluna vertebral, mas há

certa escassez em estudos relacionados ao tratamento da lombalgia crônica. Estudos que falam

sobre o tratamento da lombalgia crônica acabam optando e utilizando como tratamento, uma

relação de exercícios onde se utiliza de vários artifícios, poucas vezes prioriza um único método

de exercícios como tratamento. Sendo assim, justifica-se este estudo pela dificuldade de

encontrar materiais científicos especificamente relacionados ao tratamento da lombalgia crônica

com o uso exclusivo de um método, mais especificamente, utilizando os princípios do Método

Pilates® no solo de forma terapêutica, tendo como objetivos Analisar os efeitos dos princípios do

Método Pilates® no solo na lombalgia crônica; Identificar o nível do quadro álgico da amostra

pré e pós intervenção fisioterapêutica; verificar o grau de força dos músculos responsáveis pelos

movimentos da coluna lombar pré e pós intevenção fisioterapêutica; Avaliar a capacidade

funcional da coluna lombar da amostra pré e pós intervenção fisioterapêutica; e levantar a ADM

da coluna lombar da amostra pré e pós intervenção fisioterapêutica.

.

19

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Aspectos anatômicos e biomecânicos da coluna vertebral

A coluna vertebral é formada por um conjunto de vértebras, sendo 7 vértebras

cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais (fusionadas) e 3 a 5 coccígeas - dependendo do

autor, e estas se fusionam na maturidade para formar o cóccix (Figura 1).

Figura 1: Gravura apresentando a coluna vertebral no plano frontal, vista anterior e posterior. Fonte: Natour, 2004.

20

De acordo com Tribastone (2001, p. 32), “[...] a coluna vertebral se conFigura como

uma estrutura dotada de elasticidade, capaz de garantir, em oposição à gravidade, seja a posição

ereta, seja o equilíbrio de forças e resistências necessárias à locomoção e a qualquer outra forma

de atividade cinética final.” A coluna vertebral é constituída de inúmeras articulações, que são

distribuídas de forma segmentar no eixo cranio-caudal, formando as curvas fisiológicas. É um

complexo sistema de sustentação, equilíbrio, postura e movimento; com vértebras, discos,

ligamentos, músculos, vasos e nervos (ALENCAR, 2001).

A coluna vertebral é uma estrutura mecânica que sustenta o indivíduo durante toda a sua vida, desafiando a gravidade ou, pelo menos, estando em equilíbrio com ela, permitindo que o ser humano fique de pé e sente-se, incline-se, abaixe-se, fique de cócoras, balanceie, volte-se e, além disso, funcione durante as atividades da vida diária. (CAILLIET, 2002, p.17).

Este segmento corporal é o eixo central do corpo humano e contém e protege a

medula espinhal e os tecidos nervosos. Constitui uma fundação estável, a partir da qual os

membros podem funcionar e serve de inserção para as estruturas cervicais, torácicas, abdominais

e para as vísceras da pelve (MALONE ; McPOIL ; NITZ, 2000).

Devido às articulações serem especializadas, a coluna é capaz de atender a exigências

contraditórias, tais como, rigidez e flexibilidade. Essas articulações intervertebrais são as

articulações apofisárias preenchidas pelos discos intervertebrais (FREIRE, 2004).

A segmentação da coluna existe para garantir maior mobilidade e estabilidade, sendo

que o conjunto de todas as vértebras proporciona flexibilidade e aumenta a resistência da mesma.

Pelo mesmo motivo, elas possuem diferenças estruturais, sendo que quanto mais cranial for à

vértebra, maior é a sua mobilidade. Já as vértebras mais inferiores possuem maior estabilidade e

são maiores, uma vez que sua função é promover a absorção de impacto (NATOUR, 2004).

21

A unidade funcional da coluna vertebral, o segmento móvel, tem estrutura similar em

toda a coluna espinhal exceto na primeira e segunda vértebras cervicais que têm estruturas únicas.

O segmento móvel consiste em duas vértebras adjacentes e um disco que as separa. O segmento

pode ser subdividido em porção anterior e posterior, cada uma com papel diferente na função

vertebral. A porção anterior do segmento móvel contém os corpos de duas vértebras, um disco

intervertebral e ligamentos longitudinais posterior e anterior (HAMILL ; KNUTZEN, 1999).

Das sete vértebras cervicais, as duas primeiras, Atlas e Áxis, são diferenciadas. As

duas primeiras vértebras formam um complexo atlantoaxóideo, sendo que elas se completam

anatomicamente como suporte e eixo do movimento da cabeça. A Atlas, que não tem corpo, é

formada por um anel ósseo, que é o arco vertebral, anterior e posterior. As facetas articulares

superiores são côncavas, para receber os côndilos do occipital, e as inferiores encaixam-se com a

áxis. A áxis tem um corpo vertebral atípico, que é a apófise odontóide, que também se torna o

corpo vertebral da atlas (KNOPLICH, 1984).

As vértebras torácicas possuem características peculiares, como a superfície de

articulação para as costelas. Na porção média da coluna torácica, cada costela se articula com

duas vértebras adjacentes e com o disco intervertebral correspondente. Os processos articulares

superiores têm origem na junção entre a lâmina e os pedículos. Eles estão voltados para trás e um

pouco para fora. Os processos articulares inferiores estão voltados para diante e um pouco para

fora. Este plano articular permite discreta rotação e inclinação lateral da coluna torácica, mas

trata-se de movimentos muito limitados, em virtude da resistência aplicada pela caixa torácica

aos movimentos (MALONE, McPOIL ; NITZ, 2000).

As vértebras lombares são caracterizadas pela espessura e firmeza de seus elementos

ósseos. O corpo dessas vértebras é maciço e sua largura supera o diâmetro ântero-posterior. As

duas últimas vértebras lombares apresentam conFiguração ligeiramente cuneiforme: sua face

22

anterior é mais alta que a posterior. Os processos articulares da coluna lombar se orientam

principalmente no plano sagital, se bem que apresentam disposição nitidamente côncavo-

convexa. O processo articular inferior é convexo e voltado para diante e para fora. Ele se localiza

para dentro do processo superior da vértebra subjacente; este é côncavo voltado para trás e para

dentro. Esta disposição dos processos articulares limita consideravelmente a rotação da coluna

lombar. Os processos articulares superiores das vértebras lombares apresentam, além disso,

processos mamilares, nos quais se inserem os poderosos músculos transversos espinhais da

coluna lombar (MALONE, McPOIL; NITZ, 2000).

O disco intervertebral é um órgão estático que tem como função absorver cargas e

impactos. Ele permite a compressão transitória devido ao deslocamento de líquido no interior de

um envoltório elástico; é uma estrutura hidrófila, ou seja, absorve água dos tecidos ósseos,

permitindo a sua re–hidratação durante o período de repouso. O disco intervertebral é formado

por duas porções, segundo Tribastone (2001), o anel fibroso e o núcleo pulposo.

As lesões e o envelhecimento reduzem irreversivelmente a capacidade de os discos absorverem água, havendo diminuição concomitante na capacidade de absorção de choque. [...] certos fatores, como tabagismo e a exposição às vibrações, podem afetar negativamente a nutrição discal, ao passo que o exercício regular pode aprimorá-la. (HALL, 2005, p. 268, grifo nosso).

Com relação à estabilização passiva da coluna vertebral, existem três ligamentos

contínuos do occipital ao sacro: ligamento longitudinal anterior, posterior e supra-espinhal; e três

ligamentos descontínuos: o ligamento flavo, interespinhal e intertransversários.

Os músculos da coluna vertebral são responsáveis pelos seus movimentos e por dar

estabilidade.

23

1º) Grupo dos músculos ântero-superiores: São os músculos abdominais: oblíquos externos e

internos, transverso e reto do abdômen; unem as bordas superiores e anteriores da pelve, as

arcadas costais e são músculos longos, que entre as fixações de origem e terminação não se

apóiam em qualquer estrutura sólida, mas sim sobre o conteúdo abdominal que os distende. Estes

músculos realizam a elevação das bordas superiores e anteriores da pelve, e produzem sua

extensão sobre os membros inferiores, ou seja, uma inclinação da pelve para trás (retroversão

pélvica).

2º) Grupo dos músculos ântero-inferiores: Tensor da fáscia lata, sartório, reto femural, iliopsoas,

outros (flexores do quadril), partem do segmento anterior e inferior da pelve, rumo aos membros

inferiores; em seu trajeto estão sempre apoiados sobre estruturas ósseas, com os membros

inferiores fixos, que abaixam as bordas anteriores da pelve, produzindo sua flexão, ou seja, sua

inclinação para frente: são, portanto antagonistas dos músculos do 1ºgrupo (anteroversores

pélvicos).

3º) Grupo dos músculos póstero -inferiores: São os Isquio-tibiais, e glúteos máximos, que vão da

tuberosidade isquiática e face posterior da pelve para o membro inferior; são também apoiados

pelo esqueleto em todo seu trajeto, e realizam a extensão da pelve, ou seja, sua inclinação para

trás; portanto antagonistas dos músculos do segundo grupo e agonista dos músculos do primeiro

grupo.

4º) Grupo dos músculos póstero-superiores: São: grande dorsal, que se insere na porção posterior

das cristas ilíacas, vindo do úmero, e últimas costelas e vértebras; e o quadrado lombar. Embora

não completamente apoiados sobre planos sólidos, são reforçados por espessa camada fibrosa,

por isso sofrem menos o efeito da pressão intra-abdominal e elevam as bordas posteriores, e,

portanto, inclinam a pelve para frente (ALENCAR, 2001).

24

2.1.1 As curvaturas fisiológicas

A coluna vertebral apresenta três curvaturas consideradas fisiológicas – identificadas

no plano sagital (Figura 2), e conforme Tribastone (2001, p.37), “[...] a quarta – a curva sacro–

coccígea, não é considerada, porque, não sendo flexível, é inativa aos fins posturais e cinéticos.”

Figura 2: Gravura identificando as curvas fisiológicas da coluna vertebral, observáveis no plano

sagital – vista lateral. Fonte: Natour, (2004)

A coluna vertebral está em equilíbrio na base sacral como “uma haste flexível.”

Acima do sacro se apresenta a curva lombar lordótica, a convexidade anterior, desenhada pelas

cinco vértebras lombares [...]. Acima da curva lombar se inicia a curva dorsal cifótica, a

convexidade posterior e menos pronunciada, seja pela finura dos discos, seja pelas doze vértebras

que a compõem, que são menores e mais próximas. A curva dorsal depende principalmente da

forma dos corpos vertebrais, com a diferença das lombares e cervicais, que dependem

principalmente dos discos. A mais cranial das curvas fisiológicas é a curva cervical lordótica,

Curva cervical

Curva torácica

Curva lombar

Curva sacral

25

com convexidade anterior, formada por sete vértebras regulares, semelhante à lombar, mas menos

acentuada pelo menor volume, pela diferente conFiguração das vértebras e também pela menor

estrutura dos discos. O equilíbrio estático da coluna vertebral depende do alinhamento das já

citadas curvas sagitais em respeito à linha vertical que passa pelo centro de gravidade.

(TRIBASTONE, 2001).

Portanto, uma desordem postural que aconteça poderá modificar as curvas fisiológicas

e criar um quadro patológico das mesmas, fazendo com que ocorra uma alteração postural.

2.1.2 Lombalgia

O termo lombalgia que significa dor localizada na região inferior da coluna, em uma

área situada entre o último arco costal e a prega glútea; é responsável pela inabilidade no trabalho

em diversos indivíduos e de várias idades; sendo mais observada em idades acima de 40 anos

(ALENCAR, 2001).

A dor relatada em região lombar, que pode ocorrer sem motivo aparente, mas em

geral é relacionada a algum trauma com ou sem esforço. A lombalgia pode ter origem em várias

regiões: em estruturas da própria coluna, em estruturas viscerais; pode ainda ter origem vascular

ou origem psicogênica (CORRIGAN; MAITLAND, 2000 apud ALENCAR, 2001).

Mendes (1996) coloca que “[...] a lombalgia é a dor referida na altura da cintura

pélvica e [...] a lombalgia crônica é a dor persistente durante três meses, no mínimo, o que

corresponde a 10% dos sujeito da amostras acometidos por lombalgia aguda recidivante. Esse

tipo de lombalgia é mais comum em sujeito da amostras de 45 a 50 anos.”

26

Segundo Silva, Fassa e Valle (2004, p. 377), cerca de 10 milhões de brasileiros ficam

incapacitados por causa desta morbidade e pelo menos 70% da população sofrerá um episódio de

dor na vida.

No Brasil, as dores de coluna são a segunda maior causa de aposentadoria por

invalidez, conforme dados da Fundação de Segurança e Medicina do Trabalho de São Paulo, só

perdendo para acidentes de trabalho em geral (COSTA, ALEXANDRE, 2005).

De acordo com o (programa nacional de doenças reumáticas) os principais fatores de

risco de lombalgia incluem-se idade superior a 45 anos; sexo feminino; tabagismo; alcoolismo;

fatores profissionais e fatores psicológicos. O programa ainda ressalta que a lombalgia é um

sintoma e não uma doença. E ela constitui um importante problema de saúde pública, sobretudo

nos países industrializados, em virtude de ser freqüente e afetar uma parte da população em idade

ativa, conduzindo ao absentismo laboral e uma significativa quebra de produtividade. Nestes

países a forma crônica representa, apenas, 7% das lombalgia, mas estima-se ser responsável por

mais de 75% dos custos com esta afecção (BRASIL, 2004).

Para Silva, Fassa e Valle (2004), a dor lombar crônica pode ser causada por doenças

inflamatórias, degenerativas, neoplásicas, defeitos congênitos, debilidade muscular,

predisposição reumática, sinais de degeneração da coluna ou dos discos intervertebrais e outras.

Entretanto, freqüentemente a dor lombar crônica não decorre de doenças específicas, mas sim de

um conjunto de causas, como por exemplo, fatores sócio-demográficos (idade, sexo, renda e

escolaridade), comportamentais (fumo, o tabagismo influencia a nutrição do disco intervertebral

aumentando à chance de degeneração, tornando mais freqüente a incidência de dor lombar) e

(baixa atividade física). Exposições ocorridas nas atividades cotidianas (trabalho físico pesado,

vibração, posição viciosa, movimentos repetitivos) e outros. Andrade (2005) comenta ainda que

a lombalgia possa ter uma causa inespecífica, a qual possui a denominação de lombalgia

27

mecânico-postural, onde ocorre um desequilíbrio entre carga funcional - esforço requerido para

AVD’s, e a capacidade funcional - potencial de execução para essas atividades.

Freire (2004) fala de causas Mecânico-Degenerativas, onde existe um equilíbrio

mecânico entre o segmento anterior da unidade anátomo funcional (corpos vertebrais e disco) e o

segmento posterior (articulações interapofisárias ou zigoapofisárias) na coluna vertebral. A ação

de forças mecânicas sobre essas estruturas, pode provocar um desequilíbrio levando à dor,

estimulando diretamente as terminações nervosas existentes, ou então liberando substâncias do

núcleo pulposo desencadeando a dor. É provável que o ponto central seja o disco intervertebral

(85% dos casos), cuja a degeneração aumentaria a carga nas facetas articulares e alteraria a

distribuição de cargas no platô.

A maioria das lombalgias atribuídas à postura está relacionada com o aumento do

ângulo lombossacro e concomitante aumento da lordose lombar (CAILLIET, 2002).

Nieman (1999) coloca que, em relação à prevalência sexual e etária, estudos

demonstram que é mais comum a dor lombar em mulheres do que em homens e que esta

patologia acomete geralmente mais indivíduos na idade produtiva, em média dos 25 aos 60 anos.

Dziedzinski, Johnston e Zardo (2005) dizem que a dor lombar constitui uma causa

freqüente de morbidade e de incapacidade, sendo sobrepujada apenas pela cefaléia na escala dos

distúrbios dolorosos, que afetam as pessoas. No entanto, no atendimento primário para apenas

15% das lombalgias e lombociatalgias é encontrada uma causa específica. A dor lombar situa-se

em terceiro lugar entre os motivos para intervenção cirúrgica e há cada vez mais evidência de que

muitas pessoas com intolerância à atividade em decorrência de sintomas lombares podem estar

recebendo avaliação e tratamento inadequados.

A lombalgia afeta, com maior freqüência, a população em seu período de vida mais

produtivo, resultando em custo econômico como resultado elevado custo econômico para a

28

sociedade no trabalho, encargos médicos e legais, pagamento de seguro social por invalidez,

indenização ao trabalhador e seguro de incapacidade (BRIGANÓ; MACEDO, 2005).

Porto (2004) e Brasil (2001) comentam que um levantamento realizado pela

Organização Mundial de Saúde (OMS), mostrou que mais da metade da população mundial sofre

de dores lombares pelo menos uma vez na vida.

Para Thompson, Phty e Phty (2006), “as dores lombares custam ao mundo

industrializado bilhões de dólares em dias perdidos no trabalho, seguros e tratamento. Apesar

desse prejuízo à sociedade, a ciência médica ainda está para identificar o tratamento mais

efetivo.”

A incidência da dor lombar é comum nas sociedades industrializadas, deduzindo-se

que o problema ocorra por influência ambiental e ocupacional (COSTA; ALEXANDRE, 2005).

O objetivo principal do tratamento da lombalgia crônica, a analgesia, pode ser

alcançado através de alongamentos e fortalecimento dos músculos abdominais (KISNER;

COLBY, 1992). Presume-se que o tratamento para alívio das causas também deve ser

direcionado à outras ações, podendo incluir perda de peso, exercícios para melhorar o tônus e a

resistência musculares e melhora da postura. A prática de atividade física regular é benéfica e as

pessoas que a praticam diminuem o grau de dor mais rápido e têm menores chances de recidivas

futuras (GREVE; AMATUZZI, 1999).

2.2 Abdome

2.2.1 Anatomia funcional dos músculos abdominais

29

Os músculos abdominais são compostos pelo reto abdominal, obliquo externo,

obliquo interno e o transverso do abdome (SOUCHARD, 1989) (Figura 3).

Os músculos abdominais são de origem esquelética e consistem de fibras musculares

estriadas não-ramificadas, as quais são unidas por um tecido areolar frouxo. São músculos do tipo

achatado, semelhantes à lâminas conhecidos como fusiformes (TORTORA, 2003).

O reto do abdome tem como inserção distal a sínfise púbica e púbis, tendo como inserção

proximal as cartilagens da quinta à sétima costela e o processo xifóide. O oblíquo externo do

abdome tem proximal nas oito costelas inferiores e como inserção distal o ílio e a linha Alba. O

obliquo interno do abdome tem a sua inserção proximal na fáscia toracolombar e linha

intermediária da crista ilíaca. O músculo transverso do abdômen tem origem na aponeurose

lombar, processos transversos das vértebras lombares, crista ilíaca e ligamento inguinal. Insere-se

na face interna das seis últimas cartilagens costais, através das digitações cruzadas com o

diafragma, aponeurose anterior do transverso e também sobre a linha Alba (SOUCHARD, 1989).

30

Figura 3: Ilustração apresentando a localização dos músculos abdominais. Fonte: Dillman, 2004.

O reto abdominal tem como ação, segundo Tortora (2003), comprimir o abdome para

auxiliar na defecação, na micção, na expiração forçada e no parto, e fletir a coluna vertebral.

Kendall, McCreary e Provance (1995) colocam que o músculo reto abdominal tem como ação a

flexão da coluna vertebral, aproximando assim a pelve e o tórax anteriormente. A pelve estando

fixa, o tórax se movimentará em direção a pelve, caso contrário é a pelve que se move em direção

ao tórax. A conseqüência provocada pela fraqueza do reto abdominal será a capacidade

diminuída do sujeito da amostra de fazer uma flexão de tronco ativamente e uma protusão do

conteúdo abdominal ou então

O obliquo externo do abdome, segundo Tortora (2003), na contração de ambos,

comprime o abdome; a contração de um lado sozinho curva a coluna vertebral lateralmente.

Hislop e Montgomery (1996) colocam que o músculo oblíquo externo do abdome tem a ação de

comprimir e apoiar as vísceras abdominais, neutralizando assim, o efeito que a gravidade exerce

31

sobre o conteúdo abdominal. Kendall, McCreary e Provance (1995) dizem que a fraqueza do

obliquo externo do abdome irá ocasionar a diminuição da capacidade de flexão da coluna

vertebral e inclinação posterior da pelve; e que na posição ortostática a fraqueza resulta em uma

inclinação pélvica anterior ou em um desvio anterior da pelve em relação ao tórax e aos membros

inferiores.

O obliquo interno do abdome, segundo Tortora (2000), comprime o abdome; a

contração apenas de um lado curva coluna lateralmente, além de forçar as vísceras abdominais

para cima no momento em que ocorre a expiração, a fim de elevar o diafragma.

Kendall, McCreary e Provance (1995) comentam que, no caso de ocorrer uma

fraqueza no músculo obliquo externo direito e no obliquo interno esquerdo, o tórax irá desviar-se

no sentido da direita e roda posteriormente á direita, caracterizando uma escoliose lombar á

esquerda e torácica à direita; ocorrendo o inverso se os músculos forem o obliquo interno

esquerdo e obliquo externo esquerdo.

O transverso do abdome contraído faz compressão abdominal e, segundo Dillman

(2004, p. 66), “a contração deste músculo puxa a barriga para dentro.”

Atua como uma cinta para achatar a parede abdominal e comprimir as vísceras abdominais; a porção superior ajuda a diminuir o ângulo infra-esternal das costelas, como na expiração. Esse músculo não tem nenhuma ação na flexão lateral do tronco, exceto que atua para comprimir as vísceras e estabilizar a linha Alba, desse modo possibilitando melhor ação pelos músculos ântero-laterais do tronco (KENDALL; McCREARY; PROVANCE, 1995, p. 151).

De acordo com Hislop e Montgomery (1996, p.367), o tranverso abdominal “contrai

(achata) o abdome, comprimindo as vísceras abdominais e ajudando a expelir o seu conteúdo -

expiração forçada.”

32

A fraqueza do músculo transverso abdominal permite um aumento da saliência

abdominal anterior, sendo que tende indiretamente a atenuar a lordose lombar, e durante os

movimentos de flexão e extensão de tronco há uma saliência lateralmente Kendall, McCreary e

Provance (1995),

Para Palastanga, Field e Soames (2000), o movimento de flexão de tronco é

produzido através de uma contração concêntrica do reto abdominal, do obliquo externo

abdominal e do obliquo interno abdominal; ocorre uma elevação da caixa costal sobre o ponto

fixo que é a pelve. Caso a caixa costal seja o ponto fixo, os músculos abdominais levantam a

parte anterior da pelve alterando assim o tipo de movimento. Os músculos citados também fazem

os movimentos de rotação e flexão lateral de tronco.

A ação combinada de todos os músculos abdominais com a participação do diafragma

produz um tipo de colete muscular que mantém o conteúdo abdominal no lugar. Os músculos

abdominais têm a ação de elevar a pressão intra-abdominal, o que acontece devido à uma tração

realizada pelos mesmos, os quais puxarão a bainha do reto e as aponeuroses, comprimindo as

vísceras e achatando o abdome. Uma ação importante dos músculos abdominais é no ato

expulsivo, com a participação do diafragma, se o mesmo manter seu tônus e resistir ao desvio

para cima, o aumento subseqüente da pressão intra-abdominal fará com que ocorra a produção

deste ato, sendo que este ainda combinado com um relaxamento dos esfíncteres, e aumentando a

pressão sobre a bexiga ajuda na micção, no reto ajuda na defecação e no estômago a vomitar. No

momento em que ocorre o relaxamento do diafragma, a pressão intra-abdominal é aumentada

empurrando as vísceras abdominais inferiormente trazendo o diafragma para cima. Com isso

ocorre um aumento da pressão dentro do tórax de tal modo que, quando a glote é aberta o ar é

forçado para fora dos pulmões Tortora (2003).

33

2.3 Pilates

2.3.1 O histórico

Neste item apresenta-se um breve histórico da vida de Joseph Hubertus Pilates,

criador do método Pilates, usando como referências os autores Aparício e Perez (2005), Civita

(2004), Craig (2004), Dillman (2004), Herdaman e Selby (2000).

Joseph Pilates nasceu perto de Dusseldorf, Alemanha, no ano de 1880. Por ter tido

uma infância de saúde frágil e atormentada por doenças como asma, raquitismo e febre

reumática, Pilates trabalhou tão decididamente no seu condicionamento físico a fim de ficar ativo

e forte, que se tornou conhecedor de vários esportes, e com 14 anos, já posava para quadros de

anatomia, na adolescência, tornou-se ginasta e artista de circo, praticava esqui, mergulho,

halterofilismo, boxe. Já adulto Joseph Hubertus Pilates preparou-se em fisiologia, anatomia e

medicina do oriente, e começou a formar seus pensamentos filosóficos sobre exercícios físicos e

saúde. Em 1914, com a I Guerra Mundial, foi mandado para o exílio para Inglaterra, onde

aplicou seu tempo livre e trabalhando exercícios com os seus companheiros exilados, e também

para melhorar a condição física de soldados feridos.

Foi nessa etapa de sua vida que iniciou o uso de molas nas camas de hospital,

desenvolvendo um sistema que mais tarde o inspiraria na criação de seus equipamentos.

Acredita-se que, por estarem praticando seus exercícios, nenhum dos alunos tenha sucumbido à

grande epidemia de gripe que ocorreu nessa época, e que mesmo os soldados estando com

ferimentos conseguiam mover-se por conta própria. Após alguns anos, com o fim da guerra,

Pilates voltou à Alemanha, nessa mesma época, começou o trabalho com as forças militares

alemãs, desistindo posteriormente de continuar com tal prática. Estando na Alemanha Joseph

34

Pilates® foi procurado pelo campeão de boxe dos pesos pesados, Max Schmeling. Foi onde em

1926, Pilates resolveu acompanha-lo para Nova Iorque, onde Max iria fazer uma luta, aspirando

ao titulo mundial, Joseph tinha com promessa feita pelo lutador, o financiamento para ele abrir

seu estúdio em Nova Iorque. Foi na viagem a Nova Iorque que Joseph conheceu Clara que seria

vinha a ser sua futura esposa. Ainda em 1926 Joseph Pilates abriu seu estúdio na Oitava Avenida

de Nova Iorque.

Em 1967, Joseph Pilates falece, aos 87 anos, não deixando testamento para que

alguém desse continuidade ao método. Clara, sua esposa, e sua discípula, Romana Kryzanowska,

que acompanhava Joseph Pilates desde 1941, deram prosseguimento ao trabalho, sendo que

Romana continua até os dias de hoje conservando e difundindo o método de Joseph Pilates.

2.3.2 O método

Segundo Civita (2004, p. 3), o método criado por Joseph Pilates “trata-se de uma

filosofia de treinamento do corpo e da mente com o objetivo de conseguir um controle preciso do

corpo.” De acordo com Dillman (2004, p. 21), “Pilates é um método de exercício físico

programado para condicionar e relacionar o corpo e a mente, corrigir desequilíbrios musculares,

melhorar a postura e tonificar o corpo.” Craig (2005, p. 9) diz que “o método de Pilates é um

programa completo de condicionamento físico e mental numa vasta órbita de exercícios

potenciais.” Camarão (2002, p.14) diz que o método é o único método de alongamento e

fortalecimento muscular sem risco de lesões a quem pratica a sua idéia era trabalhar a resistência

de músculos específicos.

O método foi chamado primeiramente por Joseph Pilates de Contrologia, e posteriormente

recebeu o nome de seu criador.

35

Contrologia é o controle consciente de todos os movimentos musculares do corpo. É a correta utilização e aplicação dos mais importantes princípios das forças que atuam em cada um dos ossos do esqueleto, com o completo conhecimento dos mecanismos funcionais do corpo, e o total entendimento dos princípios de equilíbrio e gravidade aplicados a cada movimento, no estado ativo, em repouso e dormindo. (PILATES apud AOKI; CAVALCANTI; KOLYNIAK, 2004, p.487).

2.3.3 Os princípios

O método Pilates enfatiza o quanto é importante estar atento à execução dos movimentos

durante a realização dos exercícios. Conforme Civita (2004, p. 6), é importante unir a mente a

cada um deles e visualizar o passo seguinte, para que o sistema nervoso central escolha a melhor

combinação de músculos na hora de realizá-los. No intuito de facilitar o desenvolvimento deste

controle corporal, Joseph Pilates desenvolveu cinco princípios que norteiam o método, a saber:

� Concentração

Para Craig (2004, p. 9), é a “consciência cinestésica que permite a concentração da

mente naquilo que o corpo está fazendo. A concentração traz o controle e coordenação

neuromuscular, que garantem movimentos seguros.” Para Dillman (2004, p.44) “concentrar-se

durante a realização dos exercícios o ajudará a treinar de novo o corpo e a mente para restaurar

padrões saudáveis de movimento que promovam o funcionamento ideal. ”

� Controle

O controle, de acordo com Paula (apud ZACHÉ; MELO; FREITAS JUNIOR, 2004) “é

fundamental para a qualidade do exercício. O movimento deve ser feito com total controle da

36

mente e com precisão.” O trabalho realizado de maneira concentrada faz com que adquirimos o

controle sobre todos os movimentos que realizaremos sobre o exercício.

O controle adquirido pela centragem [...] todos os movimentos se originam de fora para

dentro. Estabilizar desde os mais profundos e pequenos músculos interiores, e dos mais

superficiais aos mais profundos músculos abdominais, já é um seguro e altamente eficaz começo

para se exercitar [...] aprimorar a coordenação do corpo e da mente e garantir que os movimentos

não sejam mal feitos e banais. (CRAIG, 2004).

� Precisão e coordenação

A precisão, conforme Civita (2004, p.07), “é indispensável [...] caso contrário os

exercícios perderão toda a sua eficácia. Deve-se trabalhar com qualidade e não com quantidade.”

A prática do exercício que exige coordenação é tão benéfica ao cérebro quanto aos músculos, ligamentos e articulações [...]. No Pilates, o que importa é a qualidade, e não a quantidade, da movimentação. Enquanto se trabalha na integração dos músculos e da mente, continue a se concentrar no controle e na coordenação. (DILLMAN, 2004).

O princípio de precisão faz com que o movimento se torne mais holístico e com

qualidade.

� Isolamento e integração

Pilates (apud DILLMAN, 2004) coloca que “cada músculo pode ajudar, de forma leal e

cooperativa, o desenvolvimento uniforme de todos os nossos músculos.”

� Centralização

37

Para Civita (2004, p.07), “o corpo tem um centro denominado “Powerhouse”, que

compreende o abdômen, a coluna lombar e os glúteos, origem de todos os nossos movimentos.”

2.3.4 Benefícios

O Método Pilates® oferece um programa de exercícios que reequilibra o corpo, melhora a postura, acaba com as dores musculares previne lesões, aumenta disposição e fortalece os músculos, além de proporcionar bem-estar físico e mental. Um corpo em harmonia tem melhor postura, respiração, flexibilidade, coordenação. A pessoa ganha maior disposição, aumenta seu poder de concentração, fica mais relaxado e tranqüilo. (CAMARÂO, 2004 apud SILVA, 2004)

O principal objetivo do Pilates é restaurar o funcionamento ideal do corpo. Pode ser

usado como um exercício de condicionamento e como parte de um programa fisioterápico de

reabilitação. Praticado regularmente, e da forma correta, o Pilates pode ajudar você a alcançar

muitos benefícios físicos e emocionais (DILLMAN, 2004, p.25).

Outro benefício que o método oferece é na correção da postura, onde as atividades são

feitas levando a um alinhamento da coluna e o desenvolvimento de cada músculo da região, e

evitando uma série de problemas decorrentes do mau posicionamento da coluna e dos ombros. O

Pilates aumenta o tônus muscular de glúteos, costas, ombros, proporciona um abdômen liso e

uma cintura bem delineada, conseqüentemente protegendo a coluna vertebral; ele oferece a

tonicidade do músculo sem que sejas submetido a uma ginástica de alto impacto. Os exercícios

trabalham alongamento, flexibilidade e aumento da mobilidade das articulações (APARICIO;

PEREZ, 2005).

Pelo fato de proporcionar um aumento da flexibilidade do corpo, diminuem os riscos

de problemas na coluna vertebral e problemas relacionados a tensões musculares. E a capacidade

cardiovascular e respiratória é aprimorada devido ao trabalho de respiração profunda, fazendo

38

com que ocorra uma maior oxigenação do sangue, e mais o trabalho focalizado na respiração faz

com que se aprenda a respirar melhor, sendo que isto é um dos grandes benefícios do método

(HERDAMAN; SELBY, 2000).

É dada ênfase no fortalecimento uniformemente do centro do corpo priorizando os

músculos centrais para que assim, eles ofereçam apoio e equilíbrio que a coluna necessita,

melhorando assim a manutenção da postura. Tem-se como objetivo o fortalecimento do centro do

corpo para que ocorra uma integração de força nuclear e membros flexíveis, fazendo com que

haja um equilíbrio no corpo todo (HERDAMAN; SELBY, 2000) e (APARICIO; PEREZ, 2005).

Esculpe suas formas: sua barriga fica desenhada e lisinha e os outros músculos também são trabalhados e alongados, melhorando o tônus, a flexibilidade e a postura [...] Combate lesões: previne e cura problemas nas articulações como joelhos, ombros e coluna vertebral (lombar e cervical). Também ajuda na recuperação de contusões musculares. Funciona como uma injeção de ânimo: diminui a tensão (muscular e mental) e aumenta o nível de energia e a concentração. (MENEZES, set.2004, grifo do autor).

De acordo com Lima (2002), os exercícios do método podem ser realizados em

aparelhos específicos (Figuras 4, 5, 6, 7,8), desenvolvidos exclusivamente para o método; ou

podem ser realizados no solo, se a utilização de equipamentos.

Figura 4: Aparelho Reformer.

Fonte: (BECKER apud LIMA, 2006).

39

Figura 5: Aparelho Cadillac ou Trapézio. Fonte: (BECKER apud LIMA, 2006).

Figura 6: Aparelho High Barrel. Fonte: (BECKER apud LIMA, 2006).

40

Figura 7: Aparelho Chair (Combo). Fonte: (BECKER apud LIMA, 2006).

Figura 8: Aparelho Chair (Wunda). Fonte: (BECKER apud LIMA, 2006.

Os movimentos realizados no solo são considerados fundamentais, servindo de base

para utilização dos aparelhos. O programa dos exercícios no solo segue uma progressão indo dos

mais simples (básicos) aos mais complexos (avançados), passando pelos intermediários. As

atividades buscam, sobretudo, o nível cognitivo do exercício do aprendizado motor com o

feedback interno e externo, visando principalmente fortalecer a musculatura abdominal e o

controle do tronco (LIMA, 2002).

41

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Este capítulo apresenta os aspectos metodológicos do estudo, os quais se referem

respectivamente ao tipo de pesquisa, caracterização do sujeito da pesquisa, os instrumentos e

procedimentos que serão utilizados na coleta de dados e procedimento para análise e

interpretação dos dados.

O delineamento da pesquisa, segundo Gil (2002, p. 70), “refere-se ao planejamento da

mesma em sua dimensão mais ampla.” Neste momento, o investigador estabelece os meios

técnicos da investigação, onde prevê os instrumentos e os procedimentos necessários utilizados

para a coleta de dados.

3.1 Tipo de pesquisa

A pesquisa abordada é classificada como quantitativa de intervenção quanto à

abordagem, explicativa quanto ao nível e um estudo de caso quanto ao procedimento.

3.1.1 Quanto à abordagem

42

A pesquisa quantitativa é aquela pesquisa onde é importante a coleta e a análise

quantificada dos dados, e, de cuja quantificação, resultados automaticamente apareçam. Em

outros termos, a pesquisa quantitativa tem resultados que se impõem como evidência empírica

imediata (SANTOS, 2000, p. 30).

3.1.2 Quanto ao nível

Segundo Gil (2002, p. 42), pesquisas explicativas “[...] têm como preocupação central

identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos [...]”,

explica a razão, o porquê das coisas.

Esta pesquisa visa identificar os efeitos da intervenção fisioterapêutica baseada nos

princípios do Método Pilates® no solo, no tratamento da lombalgia crônica, o que autentica os

conceitos expostos acima.

3.1.3 Quanto ao procedimento

De acordo com Barros e Lehfeld (2000), “[...] estudo de caso é uma modalidade de

estudos nas ciências sociais, que se volta a coleta e ao registro de informações sobre um ou vários

casos particularizados, elaborando relatórios críticos organizados e avaliados, dando margem a

decisões e intervenções sobre o projeto escolhido [...]” . Este tipo de pesquisa é realizado de

maneira exaustiva, profunda e extensa de uma ou de poucas unidades, empiricamente

verificáveis, de maneira que permita seu conhecimento amplo e detalhado (HEERDT; LEONEL,

2004).

43

3.2 Sujeito da Amostra

A amostra deste estudo foi constituída por um sujeito do gênero feminino, com

idade de 47 anos e diagnóstico clínico de lombalgia crônica.

Os critérios de inclusão da amostra foram:

• Gênero feminino: em relação à prevalência sexual e etária, estudos demonstram que é

mais comum à dor lombar em mulheres que em homens e que esta patologia acomete

geralmente mais indivíduos na idade produtiva em média dos 25 aos 60 anos (NIEMAN,

1999).

• Idade entre 45 a 50 anos: este tipo de lombalgia é mais comum em sujeito da amostras de

45 a 50 anos (MENDES, 1996).

• Diagnóstico clínico de lombalgia crônica: lombalgia crônica é a dor persistente durante

três meses, no mínimo, o que corresponde a 10% dos sujeito da amostras acometidos por

lombalgia aguda recidivante (MENDES, 1996).

• Disponibilidade de tempo para o tratamento em estudo.

• Ausência de tratamentos associados.

• Ser residente em Tubarão ou região.

• Preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (ANEXO D).

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados

Para coletar os dados desta pesquisa, foram utilizados os seguintes instrumentos:

44

• Ficha de avaliação adaptada de Alexandre e Moraes (2001) na qual constam os seguintes

itens: identificação, história de saúde, sinais e sintomas específicos e exame físico

específico e testes especiais - a qual foi utilizada pré e pós-intervenção fisioterapêutica

(ANEXO A);

� Testes especiais:

1. Teste dedo médio x chão (finger-floor): é realizado para testar-se a flexão da coluna pré e pós-

intervenção fisioterapêutica. (Figura 9). O indivíduo é solicitado a curvar-se para frente em

direção ao chão o máximo que conseguir, de tal modo que os braços caiam verticalmente,

mantendo os joelhos em extensão completa e os pés unidos. Então, é realizada a mensuração,

com uma fita métrica, da distância entre a ponta do dedo médio e o chão (HOPPENFIELD;

HUTTON, 1999);

Figura 9: Distância dedo médio-chão. Fonte: Hoppenfeld e Hutton (1999).

2. Teste de inclinação lateral do tronco: é realizado para mensurar a distância do dedo médio ao

chão durante a inclinação lateral da coluna, em ambos os lados. (Figura 10). Primeiramente o

avaliador fixa a crista ilíaca do indivíduo para evitar movimentos no quadril. O mesmo é

solicitado para quedar-se para a direita e depois para a esquerda (HOPPENFIELD; HUTTON,

1999). Os joelhos devem manter-se em extensão e os pés unidos e alinhados. O máximo de

inclinação lateral para cada um dos lados será mensurado pré e pós-intervenção fisioterapêutica;

45

Figura 10: Inclinação lateral de tronco. Fonte: Kendall, McCreary e Provance (1995, p. 24).

3. Teste de retração da cadeia muscular posterior: usado para identificação do nível de

flexibilidade pré e pós-intervenção fisioterapêutica, é realizado inclinando-se o indivíduo para

frente, com os pés unidos (Figura 11[A]). É importante manter extensão completa dos joelhos.

Enquanto o indivíduo permanece inclinado para frente, observa-se a retração dos músculos

posteriores dos membros inferiores e também a liberdade deixada por esses na bacia durante o

movimento. Essas retrações resultam em uma abertura do ângulo tíbio-társico. Para definir a

retração dos músculos da cadeia posterior no seu conjunto, é solicitado ao indivíduo que realinhe

a região lombar, escapular e cervical. Logo, um indivíduo com pouca retração posterior apresenta

ângulo coxofemoral fechado, ou seja, aproximadamente 90°, ficando a coluna quase na

horizontal (Figura 11[B]). Ao contrário, um sujeito com presença de retração posterior mostrará

dificuldade em manter uma angulação próxima aos 90º, e o tronco terá tendência à verticalização

(Figura 11[C]) (MARQUES, 2000). Os ângulos tíbio-társico e coxofemoral serão mensurados

com goniômetro pré e pós-intervenção fisioterapêutica. Para quantificar o ângulo coxo-femural

localiza-se o eixo médio do ilíaco, palpa-se o seu bordo anterior e posterior, calculando,

aproximadamente, o seu eixo mediano em direção ao trocanter, então, esse ponto marca-se com o

braço fixo do goniômetro. O eixo médio do fêmur deve ser imaginado partindo do trocanter em

direção ao centro da espessura do joelho no plano sagital, marca-se com o braço móvel do

46

goniômetro (SANTOS, 2001) (Figura 12). Para a mensuração do ângulo tíbio-társico posiciona-

se o goniômetro e o braço fixo paralelo à borda lateral do pé, e com o braço móvel paralelo à

linha da diáfise da fíbula; o eixo do goniômetro deve ser posicionado no maléolo lateral

(SANTOS, 2001) (Figura 13).

[A] [B] [C] Figura 11: Seqüência utilizada para a realização do Teste de retração de

cadeia posterior - [A] Inclinação do tronco para frente, [B] Indivíduo realinhado e ângulo coxo-femoral fechado, [C]Indivíduo com ângulo coxo-femoral aberto.

Fonte: Marques (2000, p. 100-101).

Figura 12: Ângulo coxo-femoral. Fonte: Santos (2001).

47

Figura 13: Ângulo tíbio-társico. Fonte: Santos (2001).

4. Sinal de Lasègue: é realizado quando o sujeito da amostra refere lombalgia com irradiação

para a perna, sendo um sinal indicativo de compressão radicular. Pode detectar comprometimento

de L5 e S1. Consiste na elevação do membro inferior do sujeito da amostra com o joelho

estendido e segurando em torno do calcanhar, acarretando estiramento do nervo ciático. O sujeito

da amostra deve estar deitado em decúbito dorsal e relaxado. No caso de compressão, ocorre dor

no trajeto do nervo ciático. A dorsiflexão do pé, com agravamento da dor, confirma esse sinal.

Deve-se observar o grau de elevação em que a dor ocorre e sua localização. O sinal de Lasègue é

positivo, quando surge dor abaixo do joelho (panturrilha) e em menos que 60º, sendo que dor, em

até 30º, sugere hérnia discal. O aumento da dor, na perna afetada, quando a perna oposta é

elevada, confirma a presença de dor radicular e constitui um sinal cruzado positivo (BATES;

BICKLEY; SZILAGYI, 2005).

• Escala de desconforto para diferentes partes do corpo: usada para avaliação do local e da

intensidade das dores ou desconfortos, pré e pós-intervenção fisioterapêutica, a qual

consiste em graduar o nível de desconforto manifestado sob a forma de dor em cada parte

do corpo. Utiliza uma escala representada por cores, sendo: “verde” - nenhuma dor;

“amarelo” - dor suportável, caracterizada como um leve desconforto com pouca

48

interferência nas suas atividades de vida diária; “alaranjado” - dor intensa, caracterizada

por dor forte que obriga algumas pausas durante as atividades; e “vermelho” - dor

insuportável, caracterizada por uma dor que não permite a continuidade da atividade em

execução. A escala divide o corpo humano em partes e, para cada uma delas, registra-se o

nível de desconforto relatado subjetivamente (MORAES; MORO, 2002) (ANEXO B);

• Fita métrica de uso doméstico para mensuração de distâncias durante os testes de flexão

anterior de tronco e inclinação lateral de tronco;

• Máquina fotográfica digital Canon® para registro e análise da intervenção e dos testes, pré

e pós-intervenção fisioterapêutica;

• Tatame, com dimensões de 42cm x 140cm x 190cm, utilizado durante a intervenção

fisioterapêutica;

• Bola terapêutica da marca Gynic-Line® de 40 cm de diâmetro, que foi utilizada durante a

intervenção fisioterapêutica.

• Cunha;

• Rolo pequeno com a circuferencia de 68 cm;

3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados

Inicialmente, foi realizada uma triagem na lista de espera da Clínica-Escola de

Fisioterapia, da UNISUL, campus Tubarão-SC, em busca de adultos do gênero feminino

encaminhadas à intervenção fisioterapêutica com diagnóstico clínico de lombalgia.

Simultaneamente, houve o recebimento do parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade do Sul de Santa Catarina (CEP/UNISUL) código 0.6.168.4.08.III (ANEXO C). A

49

partir da identificação dos casos, os sujeitos foram contactados via telefone, oportunidade na qual

foram questionados a respeito dos critérios de inclusão. O sujeito que se enquadrou em todos os

critérios foi convidado a comparecer à Clínica-Escola de Fisioterapia da UNISUL, no dia 18 de

agosto de 2006, para a realização da avaliação fisioterapêutica. O mesmo foi orientado a

comparecer com roupa adequada para a realização da referida avaliação e somente foi avaliado

após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (ANEXO D).

A avaliação fisioterapêutica iniciou com a aplicação da ficha de avaliação físico-

funcional da coluna vertebral adaptada por Alexandre e Moraes (2001), com a qual foram

levantados os dados pessoais, história de saúde (aspectos posturais e ergonômicos), sinais e

sintomas específicos (considerações sobre as dores), exame físico específico (inspeção estática,

inspeção dinâmica palpação, avaliação muscular específica) manobras especiais (sinal de

Lasègue, teste de finger-floor, teste de inclinação lateral, teste de retração de cadeia posterior) e

avaliação de dor e desconforto através da escala de desconforto para diferentes partes do corpo.

Posteriormente, foram obtidos registros fotográficos, do teste de finger-floor (Figura

14), teste de inclinação lateral (Figura 15, 16), retração de cadeia muscular posterior (Figura 17) e

sinal de Lasegue (Figura 18, 19).

O registro fotográfico foi feito com o sujeito da amostra posicionada a uma distância

de 30 cm em relação à parede e 3m em relação à máquina fotográfica. Esta, por sua vez, foi

posicionada a 84 cm de altura do solo, sob um tripé, a maca onde foi realizado o teste de lasegue

tinha 72 cm de altura. O sujeito da amostra estava com vestimenta adequada para que a fotos

fossem tiradas e para facilitar a visualização e avaliação de possíveis alterações posturais. Foi

aplicada a escala de desconforto para diferentes partes do corpo (Anexo B) para verificação de

presença de dor e/ou desconforto corporal e do local e da intensidade destes quadros.

50

Figura 14: Imagem fotográfica do teste de finger-floor realizado pelo sujeito da amostra.

Figura 15: Imagem fotográfica do teste de inclinação lateral à esquerda realizado pelo sujeito da amostra.

Figura 16: Imagem fotográfica do teste de inclinação lateral à direita realizado pelo sujeito da amostra.

51

Figura 17: Imagem fotográfica do teste de retração da cadeia muscular posterior realizado pelo sujeito da amostra.

Figura 18: Imagem fotográfica do teste do sinal de Laségue, realizado no membro inferior direito do sujeito da amostra.

Figura 19: Imagem fotográfica do teste do sinal de Laségue, realizado no membro inferior esquerdo do sujeito da amostra.

A partir da avaliação inicial, foram agendados os atendimentos fisioterapêuticos e

elaboradas as prescrições de exercícios baseados no método Pilates no solo. Cada intervenção

fisioterapêutica foi composta por exercícios globais, os quais trabalharam simultaneamente

52

padrão ventilatório, alongamento e fortalecimento muscular, com a intenção de diminuir ou

eliminar o quadro de lombalgia crônica e suas conseqüências.

Foram realizados dois (2) atendimentos semanais, as terças e quintas feiras, das

14h00min às 15h00min, com tempo de médio de 60 minutos cada, durante cinco (5) semanas,

totalizando dez (10) atendimentos, sendo que o primeiro e o último atendimento foram utilizados

para a avaliação pré e pós-intervenção, respectivamente; sendo este o número de intervenções

viável em função do tempo disponível para a realização da coleta de dados. Na avaliação pós-

intervenção fisioterapêutica foram seguidos os mesmos meios e procedimentos utilizados no pré-

teste.

Os atendimentos foram realizados nas dependências da Clínica-Escola de Fisioterapia

da UNISUL/Campus Tubarão, no período entre 28 de agosto de 2006 a 03 de outubro de 2006,

consistindo de exercícios terapêuticos baseados nos princípios do método Pilates® no solo,

realizados em decúbito dorsal, decúbito ventral e sentada.

Foram 7 os exercícios trabalhados nos atendimentos, os quais foram inseridos de

forma progressiva com relação ao grau de dificuldade na execução. Todos os exercícios foram

definidos a partir dos dados coletados na pré-avaliação e na evolução do sujeito da amostra no

decorrer da intervenção fisioterapêutica.

Foram escolhidas posturas que mantivessem as curvaturas fisiológicas da coluna, que

promovessem apoio e estabilidade à coluna lombar, ativando a contração da musculatura

abdominal, das coxas e glúteos.

Deu-se inicio às intervenções aplicando uma postura por atendimento, de maneira que

elas foram cumulativas até somarem três. No momento em que ocorreu o quarto atendimento, o

exercício aprendido no primeiro atendimento foi substituído pelo exercício aprendido no

atendimento do dia, e assim sucessivamente.

53

Os exercícios utilizados, de acordo com Aparício e Perez (2005), Civita (2004), Craig

(2004), Dillman (2004), Herdaman e Selby (2000), são considerados básicos. Entretanto, mesmo

com o fato de no decorrer das intervenções o sujeito da amostra mostrar-se capaz de realizar

exercícios de nível moderado, não houve alteração no nível de intensidade dos exercícios devido

a pouca afinidade do sujeito da amostra com o método.

O sujeito da amostra compareceu em todos os atendimentos, sempre disposta a

aprender e executar os exercícios, sempre relatando a melhora no seu quadro álgico, flexibilidade

e também na sua disposição durante o resto do dia após a intervenção, conforme relato escrito

apresentado pela mesma no final dos atendimentos (apêndice A).

A seguir são descritas todas as posturas realizadas no tratamento, começando pelo

exercício de ponte (Figura 20), o qual foi utilizado em todos os atendimentos como aquecimento,

precedendo os exercícios baseados no método Pilates no solo. Kisner e Colby (1992) comentam

que o exercício de ponte serve para obter um fortalecimento da musculatura glútea e parte

inferior de tronco. As autoras cogitam a melhora do controle de tronco inferior e dos membros

inferiores (MMII), aumentando a força dos estabilizadores de quadril.

Figura20: Imagem fotográfica do exercício “ponte”, realizado pelo sujeito da amostra.

O primeiro exercício realizado com o sujeito da amostra foi o exercício “o cem”

(Figura 21). Segundo Dillman (2004), o sujeito da amostra posiciona-se na posição de decúbito

54

dorsal, com braços ao longo do corpo com palmas das mão voltadas para baixo. O mesmo deve

inspirar pelo nariz e, no momento da expiração oral, fará uma flexão de joelho e quadril

simultânea, formando em ambos uma angulação de 90°. Simultaneamente deve ocorrer a

contração do transverso abdominal (“empurrando a barriga contra a coluna” – comando verbal

dado ao sujeito da amostra), flexão da cabeça com o queixo em direção ao peito, elevando a parte

superior do tronco retirando-a do chão, deixando os membros superiores paralelos ao chão. O

sujeito da amostra deve realizar dez movimentos de flexão de ombro com os cotovelos

estendidos.

Figura 21: Imagem fotográfica do exercício “o cem”, realizado pelo sujeito da amostra.

O segundo exercício realizado pelo sujeito da amostra foi o “circulo com uma perna”

(Figura 22), no qual, segundo Aparício e Perez (2005), a posição inicial é com o sujeito da

amostra na posição de decúbito dorsal, com os braços ao longo do corpo as palmas das mãos

voltadas para baixo e com os membros inferiores em extensão. O sujeito da amostra realizará

uma flexão de quadril de um membro inferior, com o joelho flexionado, e em seguida estenderá o

mesmo, mantendo o membro contra-lateral na posição inicial. Mantendo os quadris em contato

com o tatame, o sujeito da amostra efetuará movimento em círculos com o membro inferior

elevado, girando em um sentido, em seguida em outro. Depois realiza-se o mesmo procedimento

com o membro contralateral.

55

Figura 22: Imagem fotográfica do exercício “círculo com uma perna”, realizado pelo sujeito da amostra.

O terceiro exercício proposto foi o “estiramento da coluna para frente” (Figura 23).

De acordo com Aparício e Perez (2005) e Dillman (2004), o sujeito da amostra coloca-se sentado

com a coluna vertebral alinhada e os membros inferiores em extensão e abdução. É solicitado que

o sujeito da amostra realize uma dorsiflexão e uma flexão de 90° de ombro com os cotovelos

estendidos e com as palmas das mãos voltadas para o solo. O sujeito da amostra realizará uma

inspiração pelo nariz, mantendo-se na postura com a coluna alinhada. Na expiração o sujeito da

amostra fará uma flexão de tronco, levando o queixo em direção ao peito, forçando o ar a sair dos

pulmões deixando a coluna em um formato de “C”, em seguida volta-se lentamente à posição

inicial.

Figura 23: Imagem fotográfica do exercício “estiramento da coluna para frente”, realizado pelo sujeito da amostra.

56

O quarto exercício aplicado no sujeito da amostra foi o exercício de “estiramento das

duas pernas” (Figura 24 [A], [B], [C]). A posição inicial é com o sujeito da amostra em decúbito

dorsal, flexionando levemente os joelhos, tracionando os tornozelos com as mãos, mantendo o

queixo em direção ao peito. Ao mesmo tempo é solicitado que ela realize uma contração dos

músculos abdominais para manter a flexão da parte superior do tronco, mantendo os ombros fora

do tatame. É dado o estimulo verbal “empurrar o umbigo na direção da coluna” – contração do

transverso do abdome - e em seguida o sujeito da amostra deve estender corpo no sentido axial. A

orientação é para que a extensão dos membros superiores possibilite que os mesmos ultrapassem

a linha das orelhas, ao mesmo tempo em que é realizada uma extensão de membros inferiores, em

aproximadamente 45°, em seguida voltando a posição inicial (APARICIO; PEREZ, 2005).

[A] [B]

[C]

Figura 24: Imagem fotográfica do exercício “estiramento das duas pernas” [A], [B], [C], realizado pelo sujeito da amostra.

57

O quinto exercício foi o “exercício do cisne” (Figura 25 [A], [B]). Segundo a

descrição de Aparicio e Perez (2005), a posição inicial é com o sujeito da amostra em decúbito

ventral e com as palmas das mãos apoiadas na base, com abdução de ombro de 90° e flexão de

cotovelo de 90°. Os membros inferiores estão em extensão e com os tornozelos em plantiflexão.

O sujeito da amostra é orientado a “empurra o umbigo em direção a coluna” – contração do

transverso do abdome - ao mesmo tempo em que realiza uma extensão de tronco,

hiperestendendo a cabeça com os membros superiores em extensão.

[A] [B] Figura25: Imagem fotográfica do exercício “cisne” [A], [B], realizado pelo sujeito da amostra.

O sexto exercício aplicado foi o “rolamento para frente” (Figura 26 [A], [B], [C]).

Para Dillman (2004) e Aparicio e Perez (2005), inicialmente posiciona-se o sujeito da amostra em

decúbito dorsal, com os membros inferiores em extensão e com o tornozelo em plantiflexão, os

membros superiores em 180° de flexão de ombro com os cotovelos estendidos, com as palmas

das mãos viradas para cima. O sujeito da amostra recebe o comando verbal de “empurrar o

umbigo contra a coluna”- contração do transverso do abdome - e simultaneamente eleva os

membros superiores em direção ao teto até 90° de flexão de ombro. Ativando a musculatura

abdominal, o mesmo realiza uma flexão de tronco, flexionando a cabeça, mantendo os braços em

58

flexão de ombro, deixando a coluna em forma de “C”, em seguida retorna a posição inicial,

recolocando-se, vértebra por vertebral, ao tatame.

[A] [B]

[C]

Figura26: Imagem fotográfica do exercício “rolamento para frente” [A], [B], [C], realizado pelo sujeito da amostra.

O sétimo exercício aplicado à sujeito da amostra foi o “alongamento de uma perna”

(Figura 27). A posição inicial é com o sujeito da amostra em decúbito dorsal, com os joelhos

flexionados e levados em direção ao peito, colocando a mão esquerda no joelho direito, e a mão

direita no tornozelo direito. É realizada extensão da perna esquerda em direção ao teto,

inspirando lentamente, ao mesmo tempo em que flexiona o membro inferior direito – levando-o

em direção ao peito com a ajuda da mão – e estende o membro inferior esquerdo. Continuando a

59

inspirar e com controle, o sujeito da amostra de alternar a posição dos MMII e das mãos

(APARICIO; PEREZ, 2005; DILLMAN, 2004).

Figura 27: Imagem fotográfica do exercício “alongamento de uma perna”, realizado pelo sujeito da amostra.

3.5 Tratamento de Dados

Os dados encontrados na pré e pós-intervenção fisioterapêutica foram analisados

mediante estatística descritiva (frequëncia e média).

60

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Nesta seção são apresentados os resultados da coleta de dados pré e pós-intervenção

fisioterapêutica. Os dados coletados foram organizados e apresentados em gráficos e ilustrações,

e tratados através de estatística descritiva. Na análise estatística foi aplicado para a variável

estudada, a estatística descritiva (freqüência).

4.1 Caracterização do sujeito da amostra

A amostra estudada nesta pesquisa foi constituída por 1 (um) caso - M.B.N., do

gênero feminino, 47 anos de idade, casada, 2° grau completo, raça branca, com diagnóstico

clínico e sinais indicativos de lombalgia crônica, identificados através da avaliação físico-

funcional da coluna vertebral.

A amostra trabalha no Setor de Atendimento Integrado à Saúde da Universidade do Sul de

Santa Catarina (SAIS/UNISUL) como agente comunitária de saúde, sendo que o seu turno de

trabalho acontece durante o período matutino, e concomitantemente freqüenta aula todas às

segundas-feiras e um curso de aprimoramento uma sexta-feira no mês.

Na pré-avaliação, o sujeito da amostra apresentou massa corporal de 73 kg, estatura

de 1,65m e dominância esquerda. A mesma relatou dormir em travesseiro baixo, deambular

61

muito em seu trabalho ("anda praticamente a manhã toda" – “SIC”), inclusive subindo escadas

várias vezes ao dia; além de referir não praticar exercícios físicos e freqüentar um grupo de

hipertensos, uma vez ao mês.

Na avaliação dos sinais e sintoma específicos, relatou que a dor era mais freqüente no

período noturno, surgindo de forma gradual e principalmente nas trocas de decúbito durante o

sono. Não tinha lembrança do primeiro episodio de dor, não sabia especificar quantos episódios

de dor já havia tido, mas que sentia dor quase todos os dias há aproximadamente 3 ou 4 anos. O

sujeito da amostra relatou que os fatores de piora da dor eram relacionados aos esforços físicos

prolongados, manutenção da posição sentada por longos períodos e a deambulação; e que para

aliviar a dor usava medição. Não havia historia recente de trauma, mas existia a presença de

parestesias em MMII abaixo do joelho.

Na inspeção dinâmica o sujeito da amostra apresentou marcha normal, e na inspeção

estática, apresentou: cabeça inclinada à direita, ombro direito mais elevado, escapula normal,

quadril aparentemente normal, joelho valgo, retropé valgo, hálux valgo, leve aumento da lordose

lombar. Não possui alteração no tônus muscular.

Os dados apresentados pela literatura vão ao encontro dos resultados da coleta de

dados pré-intervenção fisioterapêutica no que se refere à caracterização da amostra, a saber.

No que se refere ao quadro de dor lombar relatado pelo sujeito da amostra, o mesmo

se caracteriza como lombalgia crônica, uma vez que a mesma é considerada como a dor que

persiste durante três meses, no mínimo - o que corresponde a 10% dos sujeito da amostras

acometidos por lombalgia aguda recidivante. Este tipo de lombalgia é mais comum em sujeito da

amostras de 45 a 50 anos (MENDES, 1999). Tratando-se em relação à prevalência sexual e

etária, estudos demonstram que é mais comum à dor lombar em mulheres que em homens e que

esta patologia acomete geralmente mais indivíduos na idade produtiva em média dos 25 aos 60

62

anos (NIEMAN, 1999). A dor relatada em região lombar, que pode ocorrer sem motivo aparente,

em geral é relacionada a algum trauma com ou sem esforço. A lombalgia pode ter origem em

várias regiões: em estruturas da própria coluna, em estruturas viscerais; pode ainda ter origem

vascular ou origem psicogênica (CORRIGAN; MAITLAND, 2000 apud ALENCAR, 2001).

Alcouffe et al (1999), em estudo com amostra aleatória de 7129 trabalhadores de

todos os tipos de pequenas empresas na área de Paris, com o objetivo de identificar sintomas da

dor lombar, fatores de risco e as conseqüências ocupacionais na amostra, encontraram que a

incidência e a severidade da dor lombar foram mais elevadas nas mulheres (45.2% da amostra

[3168], com idade de ± 37 anos) e que os principais fatores de risco foram: peso levantado

superior a 10 quilogramas, posições de trabalho incômodas e ausência dos meios para conseguir

um trabalho da boa qualidade.

Em um estudo realizado por Dziedzinski et al (2005) com 3.182 sendo 1.374 do sexo

masculino e 1.808 do sexo feminino, com o objetivo de verificar a prevalência de dor lombar

crônica e associação entre variáveis sócio-econômicas e demográficas com dor lombar crônica

em uma população adulta do sul do Brasil, observou-se que sexo, idade, situação conjugal,

escolaridade, tabagismo, IMC, trabalho deitado, carregamento de peso no trabalho e movimento

repetitivo permaneceram significativamente associadas com o desfecho, da dor lombar.

4.2 Mobilidade da Coluna Vertebral

4.2.1 Testes de mobilidade da coluna vertebral

O teste de Finger-floor, ou distância do dedo médio ao solo, e o teste de inclinação

lateral são utilizados para verificar o nível de flexibilidade da coluna vertebral. O resultado com

63

valores baixos, ou seja, quando o dedo médio se apresenta mais próximo do solo, prediz que o

indivíduo possui uma boa flexibilidade ou mobilidade dos segmentos corporais. Os testes foram

realizados na avaliação pré e pós-intervenção no sujeito da amostra, conforme apresentado no

gráfico 1.

05

1015202530354045

Finger-floor Inclinação LateralD

Inclinação LateralE

Pré-avaliação

Pós-avaliação

Gráfico 1: Resultados referentes aos testes de mobilidade da coluna vertebral “finger-floor”, “inclinação lateral à direita” e “inclinação lateral à esquerda” – pré e pós-intervenção fisioterapêutica.

A realização do teste de Finger–floor na amostra apresentou 5cm na pré- avaliação e

0 cm na pós-avaliação após a intervenção, ou seja, um ganho de 5cm. O teste de inclinação lateral

à direita apresentou 44 cm na pré-avaliação e 32 cm na pós-avaliação – ganho de 12cm; já o teste

de inclinação lateral à esquerda apresentou 36 cm na pré-avaliação e 33 cm na pós-avaliação –

ganho de 3cm.

De acordo com Craig (2005), o Método Pilates®, através do alongamento, ajuda a

restaurar a boa postura ao corrigir os desequilíbrios musculares, melhorando a mobilidade

articulatória, aumentando a flexibilidade e fortalecendo os músculos posturais. Os dados da

avaliação da mobilidade da coluna vertebral vão em encontro com o comentado por Lima (2006),

que relatou que o Método Pilates® aplicado em mulheres com lombalgia, mostrou-se favorável na

redução dos níveis de dores, melhorando a qualidade das atividades de vida diária, mostrando que

64

em futuras pesquisas podem ser importantíssimas para comprovar a influência do Método

Pilates® sobre a flexibilidade, a capacidade respiratória e os aspectos psíquico-emocionais.

4.2.2 Teste de flexibilidade

A flexibilidade é um importante componente da aptidão motora relacionado-a com a

saúde e o bem-estar, influindo nas posturas corporais, na profilaxia de alguns distúrbios da coluna

lombar e é relacionada com a recuperação no tratamento de distúrbios musculoarticulares

(ACHOUR JUNIOR, 2004). O benefício adquirido com um programa de flexibilidade pode ser

qualitativo ou quantitativo como: relaxamento do estresse e da tensão, relaxamento muscular;

autodisciplina melhora da aptidão corporal, postura e simetrias, alívio de cãibras musculares,

alivio dos sofrimentos músculos, risco reduzido de lesões e diminuição de quadros álgicos

(ALTER, 1999).

No gráfico 2 são apresentados os resultados referentes ao teste de verificação do

encurtamento da cadeia posterior, com mensuração dos ângulos coxo-femoral e tíbio-társico,

realizado pré e pós-intervenção fisioterapêutica.

0

20

40

60

80

100

120

Pré-avaliação Pós-avaliação

Ângulo coxo-femoral

Ângulo tíbio-társico

Gráfico 2: Resultados referentes ao teste de flexibilidade “verificação de encurtamento da cadeia muscular posterior com mensuração do ângulo coxo-femoral e tíbio-társico” – pré e pós-intervenção fisioterapêutica.

65

O sujeito da amostra deste estudo apresentou, na pós-avaliação, uma melhora na

angulação coxo-femoral, uma vez que o resultado na pré-avaliação foi de 120° e na pós-avaliação

de 105° - uma redução de 15°. No que se refere ao ângulo tíbio-társico, na pré-avaliação o

resultado foi de 110° e na pós-avaliação de 95° - reduzindo em 15° a angulação.

A mensuração do ângulo coxo-femoral é utilizada para avaliar a mobilidade ou

flexibilidade do quadril, coluna lombar e membros inferiores. Marques (2000), coloca que

quando a angulação é igual ou próxima a 90º, este resultado prediz uma boa flexibilidade ou

mobilidade. Um leve encurtamento da musculatura posterior apresentará o ângulo coxo-femoral

aberto, ou seja, de aproximadamente 90º, ficando a coluna quase na horizontal. Caso o sujeito

apresente os músculos posteriores muito encurtados, o mesmo mostrará dificuldade em manter

uma angulação próxima aos 90º, e seus músculos serão mais curtos no tronco, com tendência a

verticalização.

Com relação ao ângulo tíbio-társico, Santos (2001) comenta que se o mesmo for

maior do que 90º é provável que o músculo sóleo esteja retraído e tracione a tíbia - por sua

inserção proximal, para trás, pois o calcâneo tem de permanecer apoiado a sua inserção distal não

pode mover-se.

Para Lima (2002), a realização dos exercícios do Método Pilates® baseia-se na

organização do corpo, a qual é iniciada pelo alongamento axial - recurso pelo qual o sujeito da

amostra desenvolverá um sentido de crescimento através da idéia de afastamento do topo da

cabeça e a ponta do cóccix, proporcionando um alongamento da cadeia muscular posterior. Este

mecanismo favorece a abertura intra-articular vertebral e o alinhamento da coluna como um todo,

possibilitando o ganho de um melhor e maior arco de movimento, diminuindo a rigidez o qual

limita a flexibilidade, partindo do princípio que a grande maioria das lombalgias está relacionada

66

com a má distribuição de forças através do desequilíbrio das curvas, sobrecarregando o ponto de

apoio na região lombar.

Diante do apresentado, sugere-se que o Método Pilates® mostra-se como uma

ferramenta adequada e adaptável, favorecendo a sua utilização como forma de intervenção

fisioterapêutica em pessoas que sofrem de lombalgia crônica e apresentam um encurtamento da

cadeia muscular posterior, sendo que os objetivos foram alcançados, uma vez que a técnica teve

influência tanto na flexibilidade e/ou mobilidade da articulação coxo-femural e quanto da

articulação tíbio-társica.

4.3 Quadro Álgico

4.3.1 Sinal de Laségue

O quadro 1 apresenta os dados referentes à realização do teste de Laségue pré e pós-

intervenção fisioterapêutica.

Segmento Pré-avaliação Pós-avaliação MI Direito Positivo Negativo MI Esquerdo Positivo Negativo

Quadro 1: Resultados referentes ao Teste de Laségue realizado na pré e pós-intervenção fisioterapêutica do sujeito da amostra.

A realização do teste de Laségue apresentou sinal positivo bilateralmente na pré-avaliação

e sinal negativo bilateralmente na pós-avaliação.

O teste de Laségue é usado para pesquisa de neurite do ciático nas lombociatalgias.

Quando há neurite, a manobra reproduz a dor do sujeito da amostra, ou seja, dor originária da

região lombar ou glútea irradiando-se para o membro inferior no território do nervo ciático,

67

muitas vezes acompanhada de parestesia. O sinal de Lasègue só é considerado positivo se

reproduzir à dor espontânea do sujeito da amostra (VOLPON, 1996).

Segundo Tribastone (2001), as técnicas de alongamento efetuadas em âmbito

reeducativo revelam-se úteis por meio da recuperação da relação normal da tensão-comprimento,

no restabelecimento de um harmônico equilíbrio funcional entre os grupos musculares. Os

alongamentos musculares são indicados para preparar e completar a tomada de consciência

corporal e o fortalecimento muscular.

Achour Junior (2004) menciona que a concavidade lombar aumenta a convexidade

torácica, vindo a fazer com que a fáscia tóraco-lombar torne-se rígida, aumentando o estresse na

região lombar e estreitando os espaços entre os discos, consequentemente havendo compressão e

ciatalgia, achados estes que tornam o Sinal de Lasegue positivo. O mesmo autor ainda diz que o

alongamento dinâmico atua nutrindo os discos intervertebrais, controlando a compressão discal.

Lima (2002) descreve que o trabalho do Método Pilates® é alcançar um movimento

eficiente com retomada ao movimento funcional, melhorando o desempenho e buscando facilitar

a realização do movimento, permitindo que o sujeito da amostra esteja numa posição que

minimize a atividade da musculatura indesejada, freqüentemente responsável por um movimento

ineficiente e fadiga precoce, o que ocasionará lesão.

4.3.2 Escala de desconforto para diferentes partes do corpo

Para a análise da escala de dor e desconforto para diferentes partes do corpo, na pré e

pós-intervenção, seguem as Figuras 28 [A], [B] abaixo:

68

[A] [B]

Figuras 28: [A] Ilustração representando a região e grau de desconforto relatados pelo sujeito da amostra na avaliação pré-intervenção; [B] Ilustração representando a região e grau de desconforto relatados pelo sujeito da amostra na avaliação pré-intervenção.

Observando-se os resultados, verifica-se que o sujeito da amostra, na pré-avaliação,

referiu dor suportável em cabeça e ombro direito e dor insuportável em coluna lombar e quadril

direito. Já na pós-avaliação o sujeito da amostra não referiu dor em nenhuma parte do corpo.

Para Moraes e Moro (2002), as possíveis incidências de dor e desconforto não são

originárias somente da estrutura corporal do indivíduo, sofrendo influências diretas do ambiente

de trabalho. No caso do sujeito da amostra, segundo seu relato, o ambiente de trabalho oferece

estas influências. A mesma autora ainda firma que indivíduos que adotam, freqüentemente, uma

mesma posição durante longos períodos, podem gerar consideráveis alterações no alinhamento

corporal, além de apresentaram dor ou desconforto na musculatura mais solicitada.

Pré-intervenção Pós-intervenção

69

Resultados semelhantes aos deste estudo foram observados no estudo de Lima (2006),

no qual um grupo experimental, formado por mulheres de 25 a 30 anos com diagnóstico de

lombalgia crônica, passaram por intervenção através do Método Pilates®. Levantou-se que 80%

das participantes do estudo tiveram um decréscimo importante nos níveis de dor, conforme a

Escala Comportamental da Dor utilizada como instrumento de coleta de dados no referido estudo.

Além dos dados apresentados neste item, referentes ao quadro álgico do sujeito da

amostra, a mesma relatou, na pré-avaliação, dor à palpação nos processos espinhosos de L3, L4,

L5 – e relatou ausência desta dor na pós-avaliação.

Para Dillman (2004), um dos principais elementos da boa postura é possuir uma

musculatura abdominal forte, capaz de dar sustentação à coluna e à pelve. Através do centro de

força, o praticante desenvolve força, controle e estabilidade do tronco que repercutirá

positivamente sobre todos os movimentos.

4.4 Grau de força

A avaliação do grau de força muscular pré e pós-intervenção é apresentada no

quadro 4, abaixo:

Grupo muscular Grau – pré Grau - pós Glúteo direito 3 5 Glúteo esquerdo 3 5 Adutores direito 3 5 Adutores esquerdo 3 5 Eretores espinhais 3 5 Abdominais superiores 3 5 Abdominais inferiores 3 5 Oblíquos abdominais 3 5

Quadro 2: Resultados referentes à avaliação do grau de força muscular na pré e pós-intervenção fisioterapêutica do sujeito da amostra.

70

Na avaliação do grau de força o sujeito da amostra apresentou na pré-avaliação grau

de força 3 que se refere ao arco de movimento completo contra ação da gravidade, sendo o que

em todos os movimentos ela apresentava dor na região da coluna lombar. Na pós-avaliação ela

apresentou grau 5 que corresponde ao arco de movimento completo contra resistência total.

Aoki, Kolyniak, Cavalcante (2004), em estudo que objetivou testar o efeito do

Método Pilates® sobre o torque isocinético dos extensores e flexores do tronco, do qual

participaram 20 pessoas (16 mulheres e 4 homens), concluiu que o referido método mostrou-se

eficiente para promover aumento da potência e trabalho total dos músculos relacionados à

extensão do tronco – resultados que indicaram que o Método Pilates® pode ser utilizado como

estratégia para o fortalecimento dessa musculatura, atenuando o desequilíbrio entre a função dos

músculos envolvidos na extensão e flexão do tronco. Para os autores, os resultados do estudo

convencem que a realização de um programa de exercícios com ênfase no fortalecimento da

musculatura extensora do tronco restaura a função da coluna lombar e pode prevenir o

surgimento da lombalgia - uma vez que o método preconiza a melhoria das relações musculares

(agonista e antagonista).

Os objetivos do Método Pilates® incluem fortalecer, alongar e tonificar o corpo,

melhorar a capacidade respiratória, a concentração e a coordenação corporal, promover o

aumento da circulação, a correção de desequilíbrios musculares e posturais e a recuperação da

vitalidade do corpo e da mente (DILLMAN, 2004).

Ikedo e Trevisan (1998) avaliaram 100 pessoas analisar a associação entre a

diminuição da força em alguns músculos posturais-chaves e a presença de dor lombar. Foram

usados testes para avaliação de flexores de quadril, abdominais e extensores da região lombar, os

quais mostraram-se significativamente alterados nos sujeito da amostras com episódios de

71

lombalgia em comparação com os sem dor lombar. O trabalho demonstrou que a deficiência de

força em determinados músculos importantes na postura e movimentação lombar é um achado

freqüente e significativo em sujeito da amostras com dor lombar crônica, levantando a

possibilidade da avaliação da deficiência muscular em determinados grupos musculares e que

poderiam ser úteis na avaliação inicial e, possivelmente, no seguimento de uma pessoa com

lombalgia.

Pilates (apud CRAIG, 2005) classificou a área abdominal como o centro de força do

corpo, sendo o foco do movimento. Segundo o mesmo autor, quando os músculos abdominais

são fortes, eles mantêm a coluna adequadamente alinhada, suportam e distribuem o estresse

localizado nela desempenhando um importante fator para uma boa postura. Um dos músculos

abdominais importantíssimos para estabilizar a coluna lombar, diminuir a parede abdominal e

prevenir as dores lombares crônicas é o transverso do abdômen. Em geral, qualquer debilidade

nos músculos abdominais afeta a estabilidade da coluna lombar, podendo causar dor. Conforme

Craig (2005), os exercícios são executados com o respeito às curvaturas fisiológicas, fato

considerado importante para que a musculatura ganhe com o alongamento, fortalecimento e

equilíbrio, proporcionando um perfeito alinhamento corporal.

Segundo Tribastone (2001), os maus hábitos posturais podem ser auto corrigidos com

esforço voluntário de correção e com anunciação de posições particulares. Para o mesmo autor,

para modificar o esquema postural é oportuno e necessário:

• Informar ao indivíduo do esquema errado pela tomada de consciência da postura

alterada;

• Promover a aquisição de uma postura correta por meio de ações educativas

progressivas, com modificações das respostas dos vários receptores, para a criação

72

de novos esquemas posturais corretos. Isso pode ser alcançado por meio de:

dissociação das incorretas sinergias preexistentes; escolha das combinações

motoras úteis; montagem da nova unidade operativa, tentar corrigir o esquema

incorreto com meios de varias naturezas (exercício de equilíbrio, esquema

corporal, educação respiratória etc.).

73

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo chegou ao final obtendo-se como resultados:

→ A melhora do quadro álgico após a intervenção fisioterapêutica utilizando

exercícios baseados nos princípios do Método Pilates® no solo.

→ Com relação aos testes de flexibilidades e mobilidade da coluna vertebral,

pode-se observar que a aplicação dos princípios Método Pilates® no solo teve

efetiva aplicabilidade, apresentando resultados positivos – identificados na

comparação entre os dados da pré e pós-avaliação.

→ No que se refere ao grau de força dos músculos da coluna lombar, abdominais

e quadril do sujeito da amostra, verificou-se que com os princípios do Método

Pilates® no solo obteve-se um aumento no grau de força dos mesmos, na

comparação entre os dados da pré e pós-avaliação.

→ O grau de funcionalidade do sujeito da amostra teve considerável melhora

evidência esta que foi obtida através de uma auto-avaliação na qual o sujeito

da amostra descreveu como era a sua rotina de vida diária pré e pós-

intervenção fisioterapêutica.

74

Sendo assim, todos os objetivos traçados no capítulo 1 deste estudo foram

alcançados, sugerindo os efeitos benéficos que o Método Pilates® no solo pode proporcionar ao

individuo e que este se mostra como mais uma opção no leque de recursos fisioterapêuticos

disponíveis para a prescrição de uma intervenção diferenciada e específica.

Fica como sugestão a realização de estudos mais precisos sobre o Método Pilates®,

enfatizando um período mais longo de aplicação da técnica, uma amostra maior - possibilitando

uma análise estatística específica.

Sugere-se também que sejam desenvolvidos estudos utilizem mais recursos na

avaliação cinética-funcional (como a eletromiografia de superfície ou a avaliação isocinética dos

músculos abdominais), contribuindo para que a utilização do Método Pilates® no solo tenha

reconhecimento cientifico – uma vez que existem cada vez mais oportunidades no mercado de

trabalho em Fisioterapia para o uso do Método Pilates® no solo como recurso terapêutico voltado

à reabilitação.

75

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79

APENDICES

80

APÊNDICE A – Auto Avaliação do sujeito da amostra

81

APENDICE B – Descrição dos Atendimentos

1° dia de atendimento:

O sujeito da amostra se apresentou as 14:00hs de acordo com o horário combinado,

foi recebida pelo acadêmico, onde verificou-se que o sujeito da amostra estava com as roupas

adequadas, e foram verificados os sinais vitais, perguntado se ela estava sentindo alguma dor.

Foi mostrado o local onde seriam os atendimentos e dada uma breve explicação de

como seriam os mesmos, a maneira e a forma que os exercícios seriam aplicados. Estes seriam

aplicados um a cada dia, e seriam feitos de forma cumulativa até somarem três, sendo que quando

chegasse a este numero de exercícios, o exercício que ela estivesse ha mais tempo praticando,

seria substituído pelo que ela recém tivesse aprendido, chegando ao final da sessão ela repetiria

todos os exercícios aprendidos até então.

Também foi explicado sobre o que era o Método Pilates® no solo, e a maneira com

ela funcionava. Questiono-se com o sujeito da amostra se ela teria alguma duvida em relação ao

que foi lhe explicado.

O inicio da intervenção foi ensinado o padrão respiratório à sujeito da amostra, no

qual era pedido paro sujeito da amostra inspirar puxando o ar pelo nariz, estufando a caixa

torácica, expirar soltando o ar pela boca, descendo esterno e encolhendo a barriga, “umbigo nas

costas”, este foi realizado com o sujeito da amostra em DD, em seguida foi aplicado entes

mesmos princípios acrescentando os movimento de anteroversão (Figura 29 [A]) e retroversão

(Figura 29 [B]). Após mantendo o sujeito da amostra na mesma posição, mostrei-a qual seria o

posicionamento correto da pelve, que ela devera manter durante a execução do exercício.

82

Figura 29 [A]: movimento de anteroversão

Figura 29 [B]: movimento de retroversão

Em seguida iniciei a intervenção, alinhei o sujeito da amostra, e comecei a introduzir

os movimentos do exercício “o cem” coloquei uma bola bipolar 55 sob os MMII, para ajuda-la a

manter uma flexão de quadril e joelho, onde os mesmos ficaram em quadril (135°) e joelho

(160°), pedi para ela assumir a plantiflexão (Figura 30 [A]) no qual trabalhei a respiração nesta

posição, prestando atenção para ver se ela não perdia o posicionamento da pelve.

83

Figura 30 [A]: inicio da posição “o cem” sujeito em decúbito dorsal

Nas (Figuras 30 [B] e 30 [C]) o sujeito da amostra permaneceu na mesma posição

onde foi incluído os movimentos com os MMSS (flexionando-os e trazendo ao lado do corpo),

trabalhando eles simultaneamente com a respiração, inspirou fletiu os MMSS expirou voltou a

posição inicial.

Figura 30 [B]: inspiração + flexão de ombros

Figura 30 [C]: expiração + MMSS posição inicial

84

Na (Figura 31) foi incluído junto aos movimentos de MMSS a flexão de tronco, onde

ela flexionava o tronco na expiração depois retornava-a na posição inicial.

Figura 31: flexão de tronco + movimentos dos MMSS + expiração

Já na (Figura 32) foi a postura completa, sendo que, foi só durante uma ciclo

respiratório, para verificar se o sujeito da amostra tinha condições de assumir a postura sem

provocar desconforto.

Figura 32: movimento completo

Em seguida foi realizada a postura completa, onde a postura foi mantida durante 8

ciclos respiratórios, no qual foi repetida três vezes.

Ao final da intervenção foram verificados os sinais vitais, foi questionado o sujeito da

amostra sobre o que ela achou dos exercícios, se ela estava cansada, com alguma dor.

85

2° dia de atendimento

O sujeito da amostra chegou conforme o horário, se sentido bem, foram verificados

os sinais vitais, questionado o sujeito da amostra para vê se ela estava sentindo algum tipo de

desconforto corporal, decorrentes dos exercícios realizados na ultima intervenção.

A intervenção começou da mesma maneira no qual começou a sessão anterior,

ensinado o padrão respiratório à sujeito da amostra, no qual era pedido paro sujeito da amostra

inspirar puxando o ar pelo nariz, estufando a caixa torácica, expirar soltando o ar pela boca,

descendo esterno e encolhendo a barriga, “umbigo nas costas”, este foi realizado com o sujeito da

amostra em DD, o mesmo acontecendo com o posicionamento da pelve.

Nesta 2ª intervenção foi aplicado o exercício “circulo com uma perna”, lembrando

que como as sessões serão acumulativas até somarem três posturas, logo depois que ela exercer

esta nova postura ela ira repetir a postura trabalhada na sessão anterior.

A postura “circulo com uma perna”, começou com o sujeito da amostra em DD,

devidamente alinhada, foi pedido para o sujeito da amostra elevar o MID, para avaliar o limite de

flexão de quadril com o joelho estendido que o sujeito da amostra alcançava, o mesmo realizando

com o MIE, aproveitando o movimento para realizar um alongamento ativo de ísquios tibiais.

(Figura 33)

86

Figura 33: posição inicial, movimento circulo com uma perna

Depois de verificado a amplitude de movimento que o sujeito da amostra alcançava nesta

posição, foi explicado a ela como seria o exercício. Colocou-se o sujeito da amostra na posição

correta, em DD com MMII estendidos, MMSS ao lado do corpo cabeça alinhada. Foi pedido paro

sujeito da amostra flexionar quadril direito aproximadamente 45°, foi explicado a ela o

movimento que ela deveria executar, então foi pedido para realizar movimentos em círculos com

a perna que esta flexionada no sentido ante – horário durante 8 ciclos respiratórios e em seguida

fazer o movimento inverso. Foram realizados 3 series de 8 repetições cada membro inferior. Uma

observação importante a ser feita, foi que durante os exercícios era estimulada a contração do

membro contra lateral ao que estava sendo trabalho, de modo que ela contraísse glúteo, ísquios

tibiais e quadríceps, assim como manter o padrão respiratório durante todo o exercício (Figura

34).

87

Figura 34: verificação da contração de ísquios tibiais + glúteo +quadríceps

Em um segundo momento da intervenção, foi executado o exercício aprendido na

intervenção anterior, “o cem”, porém ela conseguiu manter a posição sem ter o suporte da bola

bipolar, para manter a posição de flexão de joelhos e quadril, executando o exercício com 3 séries

de 8 ciclos respiratórios. (Figura 35 [A], 35[B], 35[C])

Figura 35[A]: exercício o cem posição inicial sem suporte da bola

88

Figura 35[B]: iniciando o exercício

Figura 35 [C] execução completa do exercicio

Ao final da sessão foi questionado o sujeito da amostra se ela estava sentido algum

desconforto corporal, ela relatou estar sentindo os MMII leves, mas não relatou nenhum quadro

de dor ou fadiga muscular, ao final da sessão foi verificado os sinais vitais.

3° dia de atendimento

Ao terceiro dia da intervenção fisioterapêutica o sujeito da amostra apresentou-se no

horário como o combinado, foi verificado os sinais vitais e questionado o sujeito da amostra em

relação a intervenção anterior, ela relatou estar com os MMII “coxa” um pouco dolorido, assim

89

com a região que corresponde o diafragma. O inicio da intervenção foi de acordo com as

anteriores, controle do padrão respiratório onde à sujeito da amostra já mostrava maior controle,

no ato de inspirar puxando o ar pelo nariz, estufando a caixa torácica, expirar soltando o ar pela

boca, descendo esterno e encolhendo a barriga, “umbigo nas costas”, tendo um pouco de

dificuldade na descida do esterno, realizado com o sujeito da amostra em DD.

Nesta 3ª intervenção foi aplicado o exercício, “estiramento da coluna para frente”, sujeito

da amostra apresenta-se sentada sob o tatame, flexão de quadril, extensão de joelho e dorsiflexão,

com os MMSS em flexão de 90° de ombro com cotovelos extendidos (Figura 36). Para a

execução do exercício era pedido paro sujeito da amostra fazer uma flexão de tronco deixando os

MMSS na mesma linha (Figura 37), mantendo o cuidado para que quando o sujeito da amostra

voltasse para a posição de origem do movimento não realizasse uma extensão de coluna, o

exercício foi realizado em 3 series de 8 ciclos respiratórios.

Figura 36: posição inicial, do movimento estiramento da coluna para frente

90

Figura 37: execução do movimento, estiramento da coluna para frente.

Foi dada uma atenção especial para que o sujeito da amostra fizesse o movimento de

dorsiflexão, durante a execução do exercício, no qual não estava acontecendo corretamente,

precisou-se ter um auxilio ativo assistido para realizar a dorsiflexão (Figura 38).

Figura 38: incentivando a dorsiflexão, durante o movimento

Após este exercício foi repetido “o cem” e o “circulo com uma perna”, ambos foram

realizado de acordo com a 2ª intervenção, 3 series de 8 ciclos respiratórios.

O sujeito da amostra foi questionada após intervenção, ela não referiu nenhum

desconforto corporal, porém fez um comentário, relatou que as dores lombares tinham diminuído

de intencidade e frequencia, e ela relatou que possuía uma crepitação na articulação coxofemoral

91

direita ao caminhar, e agora não senti mais, a intervenção chegou ao fim com a verificação dos

sinais vitais.

4° dia de atendimento

O sujeito da amostra se apresentou as 14:00hs de acordo com o horário combinado,

foi recebida pelo acadêmico, onde foram verificados os sinais vitais, perguntado se ela estava

sentindo algum desconforto corporal, ela relatou estar se sentindo bem, voltou a relatar que a

crepitação, na articulação coxofemoral havia sumido, e afirmou que os episódios de dores

lombares haviam diminuídos, também.

Hoje será aplicado o exercício de “estiramento das duas pernas”, onde era

posicionado o sujeito da amostra inicialmente em decúbito dorsal, quadris e joelhos flexionados

em direção ao peito, e flexão de tronco em direção aos joelhos, levando o umbigo em direção a

coluna, expirando (Figura 39).

Figura 39: iniciando o movimento, estiramento das duas pernas

Dando seqüência a posição, o sujeito da amostra executara uma flexão de ombros de

modo com que os braços fiquem atrás das orelhas, ao mesmo tempo estendera os MMII a

92

aproximadamente 50°, inspirando e levando o umbigo em direção a coluna por se tratar de umo

sujeito da amostra com quadro de lombalgia, foi mantida toda a coluna lombar colada ao tatame

(Figura 40).

Figura 40: seqüência do movimento, estiramento da duas pernas

À volta a posição inicial, ocorrerá com uma adução dos ombros, e uma flexão de

joelhos e quadris, onde o sujeito da amostra abraçará a parte posterior da coxa (Figura 41) o

exercício foi realizado 3 vezes com 8 ciclos respiratórios cada.

Figura 41: final do movimento, estiramento das duas pernas.

Foi colocada uma cunha sob a parte superior da coluna e da cabeça do sujeito da

amostra, para ajudar o sujeito da amostra a manter a flexão de tronco durante o exercício.

93

No decorrer da intervenção foram aplicados os exercícios “circulo com uma perna” e

“estiramento da coluna para frente”, totalizando em três exercícios.

Ao final da sessão foram repetidos uma vez todos os exercícios realizados até hoje, “o

cem”, “circulo com uma perna”, “estiramento da coluna para frente” e “estiramento das duas

pernas”.

Foi questionada o sujeito da amostra em relação a algum desconforto corporal, mas

ela referiu estar bem sem nenhum desconforto ou dor.

5° dia de atendimento

Chegou-se ao quinto dia da intervenção fisioterapêutica, correspondente a metade do

tratamento, o sujeito da amostra apresentou-se no horário como o combinado, foi verificado os

sinais vitais e questionado o sujeito da amostra em relação a algum desconforto corporal, onde

ela relatou não estar sentindo nada, falou que a crepitação no quadril direito e as dores lombares

não a incomodaram mais desde a 3ª intervenção, não estava mais sentindo nenhum tipo de dor.

Nesta quinta intervenção optei por fazer um aquecimento antes de ela começar a

praticar as posturas (Figura 42), o aquecimento realizado faz parte do método Pilates®, e é

realizado quando os exercícios exigem uma pouco mais da pessoa.

94

Figura 42: inicio do aquecimento ponte

Figura 43: final do movimento de aquecimento

Este exercício de aquecimento é similar ao exercício de ponte, inicialmente o sujeito

da amostra é posicionada em DD, com flexão de quadril e joelho, braços alinhados ao lado do

corpo, este exercício é trabalhado juntamente com o com o controle do padrão respiratório, onde

ela faz uma inspiração sem abaloar o abdome e no momento em que ela eleva o glúteo faz uma

expiração colocando o “umbigo nas costas” (Figura 43).

O novo exercício aplicado é o exercício “swan” ou também conhecido como

“exercício do cisne”, ou ainda “mergulho do cisne” é uma exercício em que a posição inicial é

com o sujeito da amostra na posição de decúbito ventral (DV), com os MMII estendidos, MMSS

braços em abdução a 90º e rotação externa em 90º (Figura 44).

95

Figura 44: posição inicial do exercício swam ou cisne

Em seguida ela realizara uma extensão de tronco ao mesmo tempo em que fará uma

expiração, empurrando o umbigo contra as costas, mantendo os MMII colados ao tatame (Figura

45).

Figura 45: final do movimento swan ou cisne

Continuando o exercício ela retornara para a posição inicial, fazendo uma inspiração

sem abaloamento do abdome. O exercicio foi realizado 3 vezes com 8 ciclos respiratórios cada.

O sujeito da amostra realizou este exercício sem nenhuma queixa de dor, durante ou

após este exercício.

Ao final da intervenção foram realizados os últimos dois exercícios aprendidos pelo

sujeito da amostra o “estiramento de duas pernas” e o “estiramento da coluna” 3 series de 8 ciclos

96

respiratórios. Em seguida foram repetidos todos os exercícios aprendidos pelo sujeito da amostra

até o momento.

Foi questionado à sujeito da amostra se ela estava bem, se sentia algum desconforto,

o sujeito da amostra relatou estar se sentindo bem.

6° dia de atendimento

O sexto dia de intervenção fisioterapêutica, o sujeito da amostra apresentou-se no

horário como o combinado, foi verificado os sinais vitais e questionado o sujeito da amostra em

relação a algum desconforto corporal, manteve a mesma resposta da intervenção anterior, relatou

não estar sentindo nada, falou que dores lombares não a incomodaram mais e ela manteve a

rotina nas avd’s e não esta fazendo o uso de nenhuma medicação.

Nesta intervenção não foi realizado nenhum exercício novo, foi mantida a mesma

conduta da intervenção anterior, “swan”, “estiramento das duas pernas” e o “estiramento da

coluna” os exercícios foram os mesmo com as mesmas séries e mesmas seqüências. Foi dada

uma atenção especial para o exercício estiramento das duas pernas, no qual nesta intervenção foi

realizado sem a cunha para, para dar apoio, a parte superior do tronco e cabeção (Figuras 46 [A],

46[B] 46[C]).

97

Figura 46 [A]: inicio do movimento estiramento das duas pernas sem o apoio da cunha.

Figura 46 [B]: seqüência do movimento estiramento das duas pernas sem o apoio da cunha

Figura 46 [C]: final do movimento estiramento das duas pernas sem apoio da cunha

O sujeito da amostra consegui manter a postura os 8 ciclos respiratórios nas 3

repetições. Não sentiu nenhuma dor, e nenhum sintoma de fadiga.

98

Ao final da sessão foi questionada o sujeito da amostra sobre como ela estava se

sentindo, ela relatou estar se sentindo bem, esta se sentindo melhor após as intervenções, ela

relatou que se sente mais resistentes aos exercícios.

7° dia de atendimento

Ao sétimo dia de intervenção fisioterapêutica o sujeito da amostra chegou bem,

relatando que no dia anterior teve uma forte dor de cabeça, no qual foi ao um neurologista, onde

foi marcada uma tumografia computadorizada, hoje o sujeito da amostra esta se sentindo bem,

sem queixas de dor de cabeça durante todo o dia. Foi questionado o sujeito da amostra se ela

queria realizar o atendimento, ela relatou “que fazia questão de vir à fisioterapia, por que ao

acabar das sessões ela se sentia bem melhor, mais leve, mais disposta”.

Após um atendimento sem realizar exercícios novos, hoje foi praticado o “rolamento

para frente”. Onde o sujeito da amostra se posicionava em decúbito dorsal, com os membros

inferiores em extensão, flexão de ombro com os cúbitos estendidos (Figura 47).

Figura 47: posição inicial do exercício rolamento para frente

99

Em seguida fazendo uma expiração ela realiza a volta da flexão de ombro até 90°

(Figura 48).

Figura 48: seqüência do exercício rolamento para frente

Depois continuando a expiração ela realiza uma flexão de tronco ativando a

musculatura abdominal “centro de força”, formando um “C” (Figura 49), teve momento da

intervenção em que teve que dar apoio aos MMII do sujeito da amostra para ela realizar a flexão

de tronco.

Figura 49: posição final do exercício rolamento para frente

O final do movimento é realizado com a volta a posição inicial, fazendo o movimento

no sentido inverso (Figura 50 [A],50 [B], 50 [C]).

100

Figura 50 [A]: retorno a posição inicial do exercício rolamento para frente

Figura 50 [B]: movimento final do exercício rolamento para frente

Figura 50 [C]: final do exercício rolamento para frente

101

Em seguida foram realizados os exercícios “swam” e “estiramento das duas pernas”.

Depois foram repetidos uma vez todos os exercícios aprendidos pelo sujeito da amostra até esta

intervenção.

Chegando ao final da sétima intervenção foram verificados os sinais do sujeito da

amostra, questionado sobre os sinais e sintomas em geral, ela relatou estar se sentindo bem, sem

nenhuma queixa, repetindo o que ela havia falado ao inicio da intervenção. Relatou que os

atendimentos estão fazendo muito bem para saúde física dela, não sente mais nenhuma dor na

coluna, esta se sentindo cada vez melhor. E disse que gosta de vir a fisioterapia por que quando

acaba, ela se senti muito bem.

8° dia de atendimento

Hoje no oitavo dia de intervenção terapêutica, o sujeito da amostra chegou bem, sem

queixas de dores, foram verificados os sinais vitais, e dado inicio ao aquecimento que foi

introduzido a partir da 5º intervenção. O sujeito da amostra executou o aquecimento sem

dificuldades.

Foi passado o sujeito da amostra o exercício em que ela iria aprender nesta

intervenção o “alongamento de uma perna” (figura 51). O sujeito da amostra foi posicionada ao

tatame, em decúbito dorsal, com os braços ao longo do corpo, flexão de joelho e quadril. No

movimento inicial o sujeito da amostra faz uma inspiração, no momento em que faz a expiração,

ela faz uma flexão de tronco, trazendo o joelho direito em direção ao peito e estendendo o

membro inferior contra lateral, com os MMSS ela apóia o MSE na parte interna do joelho que

vem em direção ao peito e o MSD na parte distal lateral da tíbia. Esse exercício foi realizado e 8

ciclos respiratórios 3 vezes.

102

Figura 51: exercício alongamento de uma perna

Ainda foram realizados os exercícios “swan” e “rolamento para frente”, Além de

repassar todos os exercícios aprendidos até então, uma vez cada.

Foi questionada ao sujeito da amostra sobre ele estar sentindo alguma dor, ele relatou

não estar sentindo nada, voltou a elogiar o trabalho, relatou que não esta mais sentindo nenhuma

dor, não esta mais sentindo nenhuma crepitação no quadril, disse ainda que no dia seguinte a

intervenção esta se sentindo bem, no qual antes sentia abdome e pernas um pouco dolorido, e

lamentou por estar acabando as intervenções.

9° dia de atendimento

O sujeito da amostra chegou no horário de acordo com o combinado, foi questionado

o sujeito da amostra ao caso de ela estar sentindo alguma dor, ela referiu estar se sentindo bem,

sem nenhuma queixa. A conduta foi mantida a mesma devido a complexibilidade dos últimos

exercícios aplicados ao sujeito da amostra.

10° dia de atendimento

103

Chegou-se ao ultimo dia de atendimento, o sujeito da amostra chegou bem, relatando

que havia tempo que não sentia mais dor, chegou relatando que se sentia com mais flexibilidade,

mais relaxada, enfim relatou que se sentia bem. O sujeito da amostra trouxe uma auto avaliação

confirmando por escrito o que ela havia falado durante as intervenções. Neste ultimo atendimento

optei por realizar todos os exercícios executados pelo sujeito da amostra, repetindo 3 vezes cada

exercícios.

104

ANEXOS

105

ANEXO A – Ficha de avaliação

I - IDENTIFICAÇÃO

Nome: _____________________________ Data da avaliação: ______

Idade: ____ Anos Sexo ( ) Fem Estado ( ) Solteiro ( ) Divorciado

Civil: ( ) Casado ( ) Amasiado ( ) Viúvo

Escolaridade: ( ) 1º Grau ( ) 2º Grau ( ) Superior

Local de trabalho: _______________ Horário de trabalho: _________

Ocupação atual: ______________________________________

Ocupações pregressas: __________________________________

Peso aproximado: ________Kg Altura aproximada: ________m

Dominância: ( ) Direita ( ) Esquerda ( ) Ambidestro

II - HISTÓRIA DE SAÚDE

1. ASPECTOS OS POSTURAIS E ERGONÔMICOS

Travesseiro: ( ) Baixo ( ) Alto

( ) Médio ( ) Não usa

Posição no trabalho: ( )Sentada ( )Ortostática

( )Sem posição fixa ( )Outra: _______________

Tipo de atividades no trabalho: _____________________________

Prática de atividade física: ( ) Sim ( ) Não

Tipo: __________________ Freqüência: _________________

III - SINAIS E SINTOMAS ESPECÍFICOS

1. CONSIDERAÇÕES SOBRE AS DORES

Horário: ( ) Matutina ( ) Vespertina ( ) Noturna ( ) Sem horário fixo

Data de início do episódio atual: Início: ( ) Súbita ( ) Gradual

É o primeiro o e episódio? ( ) Sim ( ) Não

Especifique o número de episódios anteriores: ____________________________________

Data de início do primeiro episódio: ___/___/___

Estágio:

( )Aguda (duração de 1-4 semanas) ( )Subaguda (duração de 5-12 semanas)

( )Crônica (duração de mais de 12 semanas) ( )Crônica com exarcebação aguda

106

Fatores de piora

( ) Esforço físico prolongado ( ) Repouso ( ) Posição em pé

( ) Posição sentada ( ) Deambulação ( ) Tensão Emocional ( ) Esporte ( ) Movimento

( ) Outro Especifique: _______

Fatores que aliviam

( )Repouso ( )Calor local ( )Fisioterapia ( )Medicação ( )Movimento ( ) Exercício/alongamento

( )Outro Especifique: _______

Recente história de trauma

( ) Queda Especifique: ________________________

( ) Acidente com veículo Especifique: ________________________

( ) Outro Especifique: _________________________

Fatores associados ( )Rigidez matinal ( )Fraqueza muscular

( )Parestesia ( )MSD ( )MID (acima joelho) ( ) MIE (acima joelho) ( ) MSE

( ) MID (abaixo joelho) ( ) MIE (abaixo joelho)

Tratamento anterior: ( ) Não ( ) Sim ( ) Clínico ( ) Fisioterapia ( ) Cirúrgia ( ) Outro

Especifique: ________________

IV - EXAME FÍSICO ESPECÍFICO

1. INSPEÇÃO ESTÁTICA

Cabeça:

( )Normal ( )Inclinada anteriormente ( )Inclinada à direita ( )Inclinada à esquerda

Ombros:

( )Simétricos ( )Direito mais elevado ( )Esquerdo mais elevado

Escápula:

( )Simétricas ( )Desnivelamento ( )Alada à direita ( )Alada à esquerda

( )Plana à direita ( )Plana à esquerda

Quadril :

( )Normal ( )Desnivelamento

Membros inferiores:

( )Simétricos ( )Joelhos valgos ( )Pés planos

( ) Desvio do calcanhar para fora

( ) Hálux ( ) Joelhos varos ( ) Pés cavos

( ) Desvio do calcanhar para dentro

Coluna vertebral:

( ) Normal ( ) Escoliose ( ) Retificação lordose lombar

( ) Hiperlordose cervical ( ) Aumento da cifose dorsal

107

( ) Hiperlordose lombar ( ) Retificação da lordose cervical

2. INSPEÇÃO DINÂMICA PALPAÇÃO

Marcha ( ) Normal ( ) Antálgica ( ) Patológica

Mobilidade da Coluna Vertebral

Movimentos Região Cervical Região Dorsolombar

Dor Restrição Dor Restrição Flexão Extensão Inclinação à direita Inclinação à esquerda Rotação à direita Rotação à esquerda

Dor à palpação de processos espinhosos: ______________________

Alterações tônus muscular: _____________________________

3. AVALIAÇÃO MUSCULAR ESPECÍFICA

Avaliação da força muscular Músculos Grau*

Glúteo D ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

Glúteo E ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

Adutores ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

escapulares

Eretores ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

cervicodorsais

Abdominais ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

superiores

Abdominais ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

inferiores

Abdominais ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

oblíquos

4. MANOBRAS ESPECIAIS

Sinal de Lasègue

( ) Negativo ( ) Positivo ( ) Duvidoso

Teste de finger-floor

______cm

*Grau 1 = Esboço de movimento; Grau 2 = Arco de movimento completo sem ação da gravidade; Grau 3 = Arco de movimento completo contra ação da gravidade; Grau 4 = Arco de movimento completo contra resistência parcial; Grau 5 = Arco de movimento completo contra resistência total

108

Teste de inclinação lateral

D - _____cm

E - _____cm

Teste de retração de cadeia posterior

Ângulo tíbio-társico

Ângulo coxo femural

Adaptado de Alexandre e Moraes (2001).

109

ANEXO B – Escala de desconforto para diferentes partes do corpo

110

ANEXO C – APROVAÇÃO DO CEP UNISUL

111

112

113

ANEXO D – TERMO DE CONSENTIMENTO

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO

Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim.

Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.

Nome por extenso : _______________________________________________

RG : _______________________________________________

Local e Data: _______________________________________________

Assinatura: _______________________________________________