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Diagnóstico qualitativo do ruído ambiental em cidades médias – Parte 3: análise
comparativa da percepção aos impactos da poluição sonora no centro de Rio Claro (SP)
Adriano Bressane a*, Nemésio N. B. Salvador b, Patricia S. Mochizuki c, Rosana M.
Caram d
a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Rodovia Washington Luís, km 235.
CEP 13565-905. São Carlos (SP). [email protected].
b Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Rodovia Washington Luís, km 235.
CEP 13565-905. São Carlos (SP). [email protected].
c Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo (SMA). Rua Gustavo Teixeira,
412, Vila Independência. CEP 18040-323. Sorocaba (SP). [email protected]
d Universidade de São Paulo. Av. Trabalhador Sancarlense, 400, Centro, CEP: 13560-
970. São Carlos (SP). [email protected]
* Autor para correspondência: 55 19 96454724. [email protected].
Palavras-Chave: Pesquisa qualitativa, Aplicação de questionários, Poluição sonora.
Titulo abreviado: Análise comparativa da percepção aos impactos da poluição sonora.
ABSTRACT
In previous studies, in addition to this, results were presented for evaluation of the
perception and evaluation on sound landscape (part 1), as well as comparative analysis
for acoustic environmental quality in the urban area's central city of Rio Claro (SP) (
part 2). The objective of this phase of the study was to analyze comparatively the
perception on the impacts of noise pollution (part 3).
Thus, field research was conducted by means of application of questionnaires and
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interviews, through which the statistical treatment and the descriptive analysis
considered innate attributes and profile of the participants as criteria for comparison.
Among the results were discussed correlations between these variables and the
perception of people about the impacts of noise on health, welfare and quality of life. As
in the previous study, it was concluded that, despite the complexity of factors involved,
there is evidence of correlations between gender, age, exposure to excessive noise at
work, leisure and where they live with the perception of people to the impacts of
exposure to excessive noise.
RESUMO
Em estudos anteriores, complementares a este, foram apresentados resultados referentes
à avaliação da percepção e valoração quanto a paisagem sonora (parte 1), bem como a
análise comparativa quanto a qualidade ambiental acústica na área urbana central do
município de Rio Claro (SP) (parte 2). O objetivo desta etapa do estudo foi analisar
comparativamente a percepção quanto aos impactos da poluição sonora (parte 3).
Para tanto, foi realizada pesquisa de campo mediante a realização de entrevistas e
aplicação de questionários, através dos quais o tratamento estatístico e a respectiva
análise descritiva, consideraram atributos inatos e do perfil dos participantes como
critérios de comparação.
Entre os resultados obtidos foram discutidas correlações entre tais variáveis e a
percepção da população quanto aos impactos da poluição sonora sobre saúde, bem-estar
e qualidade de vida. Tal como no estudo anterior, pode-se concluir que, apesar da
complexidade dos fatores envolvidos, existem evidências de correlações entre o sexo,
idade, exposição ao ruído excessivo no trabalho, lazer e local onde moram com a
percepção das pessoas aos impactos da exposição ao ruído excessivo.
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INTRODUÇÃO
Valores registrados em diversos estudos acusam níveis de insalubridade tão altos que os
ruídos urbanos passaram a ser considerados a forma de poluição que atinge o maior
número de pessoas, passando a ser analisada como questão de saúde pública desde a
década de 1980, no Congresso Mundial sobre Poluição Sonora (Fernandes, 2002).
Incômodo, irritabilidade, diminuição do desempenho físico e intelectual, insônia, stress,
aumento de adrenalina, acidentes e desajustes comportamentais, são alguns entre os
indicadores sociais de percepção ao ruído excessivo (Braga et al., 2002). Segundo
Santos (1999), alterações neuropsíquicas, como ansiedade, insegurança e desconfiança,
também podem ser associadas à exposição à poluição sonora.
No entanto, como discutido em estudos anteriores, embora o estudo de percepção
ambiental possa representar importante subsídio ao diagnóstico de impactos ambientais
(Novaes, 1977), bem como ao seu controle (Poltroniere, 1966), por se tratar de
componentes subjetivos, que podem variar de indivíduo para indivíduo (Santos, 1999),
além das características físicas do ruído, os impactos decorrentes também dependem de
características inatas e circunstanciais (Gifford, 1998; Nunes & Sattler, 2004).
Portanto, compreender tais correlações constitui uma peça-chave no aprimoramento de
diagnósticos qualitativos. Visando contribuir para este propósito, as duas primeiras
etapas da pesquisa, publicadas em trabalhos anteriores complementares a este,
introduziram o estudo da percepção da população e valoração da paisagem sonora na
área urbana central de Rio Claro/SP (parte 1), bem como a re-análise comparativa da
percepção quanto à qualidade ambiental acústica na referida área (parte 2).
Logo, o objetivo central do presente estudo foi re-analisar comparativamente esta
percepção quanto aos impactos da poluição sonora, buscando correlacioná-la com
fatores inatos e ambientais (parte 3).
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METODOLOGIA
A noroeste do Estado, Rio Claro (SP) possui área total de 498 km² e cerca de 188 mil
habitantes (Secretaria Estadual de Análise de Dados, 2007), cujo adensamento do setor
terciário em sua zona central (Associação comercial e industrial de Rio Claro, 2006) a
tornou acusticamente degradada, razão pela qual foi selecionada para realização deste
estudo. Com base no estudo de Troppmair (2002), foram selecionadas três sub-áreas (ou
sub-zonas) acusticamente distintas, visando abranger diferentes condições sonoras e
estabelecer parâmetros de comparação correlatos (Figura 1).
Figura 1. Área e subzonas de estudo. Fonte: Adaptada a partir de Troppmair (2002).
Nesse cenário, as subzonas foram classificadas como A1 - baixo nível de poluição
sonora (50 a 60 dB); (A2) médio nível de poluição sonora (65 a 70 dB); e A3 - alto
nível de poluição sonora (80 a 85 dB), conforme Troppmair (2002).
Para obtenção dos dados foram realizadas entrevistas e aplicados questionários, cuja
elaboração considerou o levantamento de informações sobre o perfil e cotidiano dos
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participantes. Seguindo recomendações de Gil (1989), as perguntas foram do tipo
fechadas, apresentando questões de múltipla escolha de natureza tanto qualitativa como
quantitativa.
As três subzonas que compõem a área de estudo totalizam cerca de 25 hectares com
densidade média de habitantes igual 25 por hectare para a de alto nível de poluição
sonora e 37,5 para as de médio e baixo nível, dos quais 17,04% estão na faixa etária
igual ou inferior a 14 anos (Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Meio
Ambiente, 2006). Considerando apenas a população com idade igual ou superior a 15
anos, com base nos dados anteriores a população de estudo estimada é de 655
habitantes. Para calcular o número de amostras necessárias, adotou-se a método
estatístico desenvolvido por Krejcie & Morgan (1970):
))1()1(/()1( 222 PPXNdPNPXs −+−−= , onde: s – tamanho da amostra requerida; X2
– valor tabelado do qui-quadrado para 1 grau de liberdade, assumindo como 3,841; N –
tamanho da população estudada, nesse caso de 655 habitantes; P – proporção da
população (igual a 0,50 para a maior variância); e d – margem de erro aceita.
Portanto, assumindo os valores acima apresentados pôde-se calcular que, para a maior
variância possível, o número de amostras necessárias para se obter resultados com
margem de erro igual a ±0,05 (5%) é de 245 participantes, os quais foram estratificados
de forma proporcional nas três áreas. A amostragem foi realizada de forma que as
residências foram selecionadas de três em três em um dos lados da via (rua / avenida)
definido por sorteio, em todas as vias delimitadas em cada zona indicada na área em
estudo. Na ausência de atendentes, casas adjacentes foram selecionadas e, quando um
número pequeno foi obtido, o procedimento foi repetido no lado oposto da via.
Para o tratamento estatístico mediante técnicas de análise exploratória dos dados, os
dados obtidos foram digitalizados em planilhas do software MS-Excel e organizados
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segundo critérios que permitiram caracterizar o perfil do participante, avaliar a
percepção aos efeitos nocivos do ruído excessivo, bem como valorar monetariamente a
influência da paisagem sonora sobre a especulação imobiliária.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Síntese da caracterização dos participantes: perfil da população estudada
Para caracterizar o perfil dos participantes foram considerados os fatores área, sexo,
tempo de residência, renda familiar, formação escolar e interesse por questões
ambientais, os quais estão apresentados nas tabelas (Tabelas 1 a 4) e gráficos (Figuras 2
e 3) a seguir, cuja discussão detalhada pode ser consultada no estudo anterior (Parte 2).
Tempo de Residência Renda Familiar (R$) < 1 Ano 1 - 3 Anos > 3 anos < 1.051 > entre < > 3.500
F 0,41% 2,88% 17,70% 5,61% 13,55% 1,87% A1:
M 1,23% 1,23% 16,87% 3,27% 9,35% 4,67%
F 4,12% 1,23% 15,23% 4,67% 13,55% 3,74% A2:
M 1,65% 1,23% 6,58% 1,87% 5,14% 3,74%
F 2,88% 2,06% 11,52% 1,87% 9,81% 3,74% A3:
M 0,82% 4,53% 7,82% 2,80% 7,48% 3,27%
TOTAL 11,11% 13,17% 75,72% 20,09% 58,88% 21,03%
Tabela 1. Amostra em relação à área, sexo, tempo de residência e renda.
Formação Escolar (Ensino) Interesse Ambiental Fund. Médio Superior Baixo Médio Alto
F 7,41% 7,00% 6,17% 2,06% 9,88% 9,47% A1:
M 4,94% 8,64% 6,17% 0,82% 10,29% 8,64%
F 4,53% 7,41% 8,64% 0,82% 8,64% 11,11% A2:
M 1,23% 2,47% 5,76% 1,23% 3,70% 4,53%
F 4,12% 4,94% 7,00% 0,82% 5,35% 9,47% A3:
M 2,06% 4,94% 6,58% 0,00% 6,17% 7,00%
TOTAL 24,28% 35,39% 40,33% 5,76% 44,03% 50,21%
Tabela 2. Amostra a formação escolar e interesse ambiental.
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Figura 2. Proporção do conjunto amostral por sexo, idade e área de estudo.
Figura 3. Proporção da amostra por grupo de exposição, sexo e área de estudo.
Para esta classificação, segundo o nível de exposição ao ruído no trabalho e lazer, os
participantes foram a agrupados em: G1 – nenhuma exposição; G2 – exposição rara ou
pouco intensa; e G3 – Exposição freqüente ou muito intensa, como discutido em
detalhes anteriormente (parte 2).
Análise comparativa da percepção quanto aos impactos da poluição sonora local
Independentemente do nível de poluição sonora da área em que moram, sexo, idade ou
grupo de exposição ao ruído em que se enquadram, mais de 85% dos participantes
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consideram que o “barulho” prejudica a saúde, como pode ser observado no gráfico a
seguir (Figura 4).
Figura 4. Análise comparativa da percepção – Efeito sobre a saúde x Critérios.
(“Na sua opinião, o barulho prejudica a saúde?”)
Contudo, entre aqueles que não consideraram o ruído como fator prejudicial à saúde,
pôde-se constatar os seguintes aspectos:
- a proporção dos participantes que não considera o ruído prejudicial à saúde é crescente
conforme o aumento do nível de poluição sonora da área em que moram, ou seja,
aproximadamente 3,9% em A1; 8,2% em A2; e 9,6% em A3;
- há uma maior proporção de participantes do sexo feminino (9,6%), em relação ao
masculino (2,9%);
- a proporção dos participantes que não considera o ruído prejudicial à saúde também é
crescente conforme a maior freqüência e/ou intensidade de poluição sonora a que estão
expostos no trabalho ou lazer, ou seja, aproximadamente 3,3% em G1; 5% em G2; e
10,5% em G3; e
- não verifica-se distinção significativa entre as faixas etárias. Em consonância, o
gráfico a seguir apresenta a comparação da percepção aos efeitos do ruído conforme as
áreas com diferentes níveis de poluição sonora (Figura 5).
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Figura 5. Análise comparativa da percepção – Efeitos x Área.
(“Na sua opinião, o barulho prejudica seu: ____ ?”)
Com base no gráfico anterior pode-se verificar a complexidade em correlacionar a
percepção aos efeitos do ruído com o nível médio de poluição sonora da área em que
moram os participantes, não havendo grandes divergências entre as opiniões declaradas
por estes. De modo geral, contribuem para essa complexidade um conjunto de variáveis,
sobretudo características estruturais das edificações, tais como recuo em relação à via de
circulação do tráfego, presença de aberturas (portas e janelas) mais expostas ao ruído
exterior, presença e densidade de arborização, fatores estes que interferem diretamente
na propagação ou atenuação sonora para o interior das residências e, conseqüentemente,
na percepção dos moradores.
Destaca-se também que, ao contrário do que geralmente se presume, em áreas com
níveis sonoros médios mais baixos os picos instantâneos de ruído tornam-se mais
perceptíveis e traumatizantes ao organismo humano, pois tais picos são recebidos sem a
ação do mecanismo de proteção auditiva que em áreas com níveis médios mais altos
atua em maior parte do tempo. Em áreas com níveis mais contínuos e elevados a
percepção aos ruídos pode ser atenuada devido ao mascaramento das variações pontuais
do nível de pressão sonora.
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Conforme Day (1989), para a percepção ser eficaz a energia do estímulo deve variar no
tempo, pois expostos a um padrão constante de energia, brevemente os receptores
auditivos e da malha sensorial do corpo humano se tornam progressivamente menos
sensíveis. As variações em energia, do estímulo nos receptores, não afetam a amplitude
de cada impulso elétrico originado nem a velocidade com que este percorre a fibra
nervosa, mas sim a freqüência destes impulsos no sistema, sendo maior tanto quanto a
energia captada do estímulo. Dessa forma, expostos a uma intensidade constante, ocorre
uma desaceleração dos impulsos e conseqüente diminuição da sensibilidade sensorial.
Portanto, em conjunto às outras variáveis discutidas tais fatores podem, ao menos em
parte, explicar a constatação de que há uma diminuição da proporção de participantes da
pesquisa que consideram freqüentemente prejudicados seu “sono”, “desempenho
intelectual” e “audição e comunicação” com o aumento do nível de poluição sonora da
área em que moram, ou seja, em A1>A2>A3.
Quanto à comparação da percepção aos efeitos do ruído conforme o sexo feminino ou
masculino dos participantes, em primeira análise constata-se que não há diferenças
significativas da percepção aos efeitos do ruído entre homens e mulheres participantes
da pesquisa (Figura 6).
Figura 6. Análise comparativa da percepção – Efeitos x Sexo.
(“Na sua opinião, o barulho prejudica seu: ____ ?”)
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Considerando aqueles que declararam ser freqüentemente prejudicados pelo “barulho”,
ocorre uma ligeira maior proporção, nunca superior a 5%, de indivíduos do sexo
feminino, com exceção ao item desempenho intelectual (feminino de 32,17% <
masculino de 37,14%).
Somando as proporções referentes aos freqüentemente e às vezes prejudicados mantêm-
se este cenário equilibrado entre a percepção de homens e mulheres quantos aos efeitos
do ruído sobre a saúde.
No que se refere à análise comparativa da percepção aos efeitos do ruído conforme a
faixa etária dos participantes, verifica-se que os indivíduos mais jovens, pertencentes a
faixa etária entre 18 e 39 anos, são aqueles que em menor proporção se consideram
freqüentemente afetados pelo “barulho”, com exceção ao desempenho físico, talvez por
representarem os indivíduos com maior vigor em função da menor idade (Figura 7).
Figura 7. Análise comparativa da percepção – Efeitos x Faixa Etária.
(“Na sua opinião, o barulho prejudica seu: ____ ?”)
Com exceção do desempenho físico e estado emocional, os participantes entre 40 e 59
anos se declararam mais freqüentemente afetados em relação às demais faixas etárias.
Quanto ao estado emocional observou-se um aumento dos freqüentemente afetados com
o aumento da idade, assim como houve um decréscimo em relação ao desempenho
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físico. Nesse sentido, verifica-se um incômodo menos freqüente entre os indivíduos
mais jovens e uma maior associação entre o desgaste físico e a exposição ao ruído,
talvez pela maior freqüência com que praticam atividades físicas em relação àqueles
com maior idade.
Complementarmente, para a maior parte dos itens avaliados, ao passo que os indivíduos
entre 40 e 59 anos representaram a maior proporção dos participantes que se declaram
freqüentemente afetados pelo ruído, aqueles com idade entre 18 a 39 anos constituíram
a maior proporção daqueles que se consideram esporadicamente afetados (“às vezes”).
Por fim, para todos os efeitos do ruído sobre a saúde, a maior proporção dos “nunca
afetados” correspondeu aos indivíduos com mais de 59 anos.
Considerando os grupos de exposição ao ruído no ambiente de trabalho ou lazer,
verificou-se que, como esperado, os participantes com nenhuma exposição a níveis
excessivos de ruído (G1) são aqueles que, com exceção ao desempenho físico,
responderam em maior proporção que nunca são prejudicados (Figura 8).
Figura 8. Análise comparativa da percepção – Efeitos x Exposição.
(“Na sua opinião, o barulho prejudica seu: ____ ?”)
Todavia, a segunda maior proporção dos que se declararam nunca prejudicados
pertencem ao grupo com exposição freqüente ou muito intensa (G3). Na tentativa de
explicar tal fato, pesquisadores discutem que quando freqüentemente exposto a níveis
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sonoros excessivos o organismo pode se habituar ao ruído empregando, para tanto, dois
mecanismos diferentes, para cada um dos quais ocorrem prejuízos (AMDE, 2006).
O primeiro mecanismo é a diminuição da sensibilidade do ouvido, com a possibilidade
de perda temporária ou permanente da audição (Fernandes, 2002; Braga et al., 2002).
Em consonância com tais afirmações, constata-se que os indivíduos do grupo G3
(excessivamente expostos) foram os que declararam, em maior proporção, serem
freqüentemente prejudicados em sua audição ou comunicação, em relação aos demais
grupos, possivelmente em função do referido mecanismo de adaptação.
No segundo mecanismo, embora os sinais continuem a percorrer o sistema nervoso
desencadeando danos fisiológicos, os ruídos tornam-se menos perceptíveis ao cérebro.
Como exemplo, Chapon et al. (1972 apud Pimentel-Souza, 2006) constataram em
pessoas consideradas há vários anos "adaptadas" a níveis excessivos de ruído uma
redução média de 35 % na parte mais nobre do sono (estágios profundos e paradoxal).
CONCLUSÕES
Tal como pôde-se concluir no estudo quanto à análise comparativa da percepção a
qualidade ambiental acústica, esta re-análise quanto aos impactos da poluição sonora
sobre a população deixa ainda mais evidente a complexidade das variáveis envolvidas,
sobretudo, pela dificuldade natural da própria população em correlacionar a poluição
sonora aos efeitos adversos dela decorrentes.
Contudo, contata-se que a maior parte das pessoas está atenta a tais impactos, bem como
que, apesar da complexidade antes mencionada, existem indícios de correlação entre
atributos inatos e cognitivos (memória e perfil dos participantes), fenômenos
fisiológicos e esta capacidade perceptiva, como demonstrado através dos resultados
obtidos.
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