devo crer no humanismo

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reflexão

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Devo crer no humanismo?Como humanismo acabou ficando um termo muito amplo, s vezes confundido com tica, dignidade humana, direitos humanos, etc., para efeitos do que vou dizer aqui, vamos considerar a expresso como sendo apenas a crena na capacidade humana como um pice e soluo para todos os problemas da prpria humanidade. Portanto, leia-se aqui Devo acreditar no ser humano?, assim no colocamos em discusso o humanismo, mas uma espcie de idolatria do homem que este possa eventualmente gerar, substituindo Deus pelo ser humano e sua capacidade intelectual ou produtiva. Voc enviou um artigo extrado de um site sobre atesmo e nem precisei ler muita coisa para ter uma boa ideia do que se trata. O site, que vende camisetas e adesivos proclamando o atesmo, traz uma foto de seu criador e responsvel com um cordo no pescoo onde h uma cruz pendurada de cabea para baixo. A cruz invertida, originalmente um smbolo de Pedro que teria sido crucificado nessa posio, hoje um smbolo de oposio ao cristianismo. Todo o contedo do site revela a extrema dependncia que o autor tem do cristianismo. Se este no existisse, ele no teria seu site ou sua crena. O artigo de Robert G. Ingersoll, intitulado Sobre a Bblia, tenta desacredit-la e, embora voc esperasse que eu comentasse todas as pretensas provas que ele apresenta, para mim basta olhar o que existe por detrs do texto. Para fazer uma boa anlise de textos assim, sejam eles de crtica ou mesmo de propagadores de novas ideias, bom comear pelo fim. Geralmente os pensadores vo alimentando suas ideias com um contagotas de supostas provas ou fatos para dar, no final, o desfecho que queria dar desde o incio. Em suma, o sujeito j tem uma ideia formada e o que deseja apenas enfeit-la com aquilo que considera provas. O autor foi um agnstico humanista, famoso em sua poca por sua habilidade de oratria e ideias revolucionrias para seu tempo. Obviamente, ao atacar a Bblia ele quer, no fundo, atacar a Deus e se ver livre dele para seguir seu prprio nariz. Ou o nariz da humanidade como um todo. No uma ideia original, porm. Elas foram expressas primeiro por Lcifer, cuja formosura subiu cabea, e depois por Ado e Eva, em sua nsia de serem como Deus, conhecedores do bem e do mal. Tudo se resume numa ou duas palavras: independncia e autossuficincia. Porque quando tiramos Deus de cena, precisamos colocar algo em seu lugar. Como nos achamos inteligentes demais para substitui-lo pelo Sol, pela Lua ou por uma vaca, apostamos no ser humano como a melhor opo. O que, no fundo, a mesma coisa, idolatria. Porquanto, tendo conhecido a Deus, no o glorificaram como Deus, nem lhe deram graas, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu corao insensato se obscureceu. Dizendo-se sbios, tornaram-se loucos. E mudaram a glria do Deus incorruptvel em semelhana da imagem de homem corruptvel, e de aves, e de quadrpedes, e de rpteis (Rm 1:21- 23). Aps discorrer sobre tudo o que considera absurdo na Bblia e destilar crticas sarcsticas sobre o Senhor Jesus, o autor explica: Ataco este livro porque um inimigo da liberdade humana a maior travanca no progresso da humanidade. E ento, termina dando sua opinio de qual seria o que ele chama de Verdadeira Bblia: Por milhares de anos o homem vem escrevendo a verdadeira Bblia est sendo escrita dia a dia, e nunca ser terminada enquanto o homem tiver vida. Todos os fatos que conhecemos os eventos verdadeiramente ocorridos; todas as descobertas e invenes... todas as joias do intelecto... os grandes dramas da imaginao... Estes tesouros do corao e do intelecto so as verdadeiras Sagradas Escrituras da raa humana. O que eu acho? Bem, se a Verdadeira Bblia qual o autor se refere for o conjunto de grandes obras humanas, no teramos que incluir neste conjunto a prpria Bblia judaico-crist? Ora, se a imaginao, o talento e a criatividade humanas foram capazes de conceber um conjunto de textos que causou uma revoluo to grande no mundo por alguns milnios, o que pensar dos autores desse texto? Se os seres humanos foram capazes de inventar tantas mentiras e com elas conquistar uma parcela to grande da populao mundial, que se apraz em ler e acreditar nessas supostas mentiras, o que pensar dos seres humanos. Ora, se o autor exclui Deus da autoria da Bblia, s nos resta acreditar que os autores sejam os homens, e se os homens so capazes de to grande perversidade devemos nos precaver contra eles, devemos ter sempre um p atrs ao receber aquilo que faz parte do que os prprios homens consideram grandes realizaes da humanidade. Mas algum poderia argumentar que o autor se refere aos grandes feitos do bem. Ok, quais seriam eles? Ele diz: todas as descobertas e invenes; todas as maravilhosas mquinas cujas engrenagens parecem ter vida prpria... Muito bem, considerando que a maior parte das invenes teis hoje, penicilina, avio, computador e at a Internet, por exemplo, so decorrentes de esforos de guerra, ento devo acreditar que quando ele diz todas quer dizer todas mesmo. Ah, no!, diro alguns, devemos considerar s as benficas. E quais so? Quem estaria apto a julgar? Usando qual padro? Deveramos para isso contar com o mesmo ser humano que, segundo o autor, produziu a mesma Bblia que ele considerou uma grande e perniciosa mentira? Ou devemos nos fiar nas massas que ao longo dos sculos acreditaram? Nos supostos enganadores ou nos supostos enganados? Obviamente o autor iria querer que no acreditssemos nem em um, nem em outro, mas nele somente. Garantias? Nenhuma, porque ele tambm humano e sujeito s mesmas falhas e problemas da espcie humana, da qual ele faz parte, inclusive excesso de peso, a julgar pela esttua que fizeram em sua honra. Se no podemos, ento, confiar no homem como o exemplo a ser seguido ou o padro pelo qual devemos julgar as coisas, devemos acreditar em quem? Numa vaca estaria fora de cogitao, seria voltar aos velhos tempos. Eu, que me conheo muito bem, no teria coragem nem mesmo de acreditar em mim, em meu corao e em meus pensamentos. At meus dentes, que so meus amigos, costumam morder minha lngua de vez em quando. Ento s me resta uma alternativa: acreditar e confiar em Deus e na salvao que ele ofereceu por intermdio do seu Filho Jesus. Algo que Ingersoll, a essas alturas, j descobriu ser verdade. Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu brao, e aparta o seu corao do Senhor! Porque ser como a tamargueira no deserto, e no ver quando vem o bem; antes morar nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitvel. Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja confiana o Senhor. Porque ser como a rvore plantada junto s guas, que estende as suas razes para o ribeiro, e no receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequido no se afadiga, nem deixa de dar fruto. Enganoso o corao, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecer? (Jr 17:5-9).