determinaÇÃo das propriedades mecÂnicas da melancia utilizando ensaios de compressÃo
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8/16/2019 DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MELANCIA UTILIZANDO ENSAIOS DE COMPRESSÃO
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
CAMILLA MAYARA DE ALMEIDA SANTOS
DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DA
MELANCIA UTILIZANDO ENSAIOS DE COMPRESSÃO
Juazeiro – BA
2015
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
CAMILLA MAYARA DE ALMEIDA SANTOS
DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DA
MELANCIA UTILIZANDO ENSAIOS DE COMPRESSÃO
Trabalho apresentado áUniversidade Federal do Vale do São
Francisco-UNIVASF, CampusJuazeiro,
como requisito obtenção do título de
Engenheira Mecânica.
Orientador: Prof. Dr. Nelson
Cárdenas Olivier.
Co-orientador: Prof. Dr. Acácio
Figueiredo Neto.
Juazeiro – BA
2015
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Santos, Camilla M. A
237d
Determinação das propriedades mecânicas da melanciautilizando ensaios de compressão / Camilla Mayara de Almeida Santos. – uazeiro- BA, 2015.
xv; 48f.: il. 29 cm.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica)Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Juazeiro,uazeiro-BA, 2015.
Orientador (a): Prof. Dr. Nelson Cárdenas Olivier.
1. Melancia - cultivo. 2. Cultura da melancia. I. Título. II. Olivier, NelsonCárdenas. III. Universidade Federal do Vale do São Francisco.
CDD 635.615
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Biblioteca SIBI/UNIVASF
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Dedico este trabalho aos meus
pais Manoel Paixão Souza Santos e
Marly Jatobá de Almeida, os quais
além de me dar a graça da vida se
esforçaram muito para me proporcionar
sempre o melhor com apoio e amor.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente a Deus, que me dá sempre força, dedicação e
persistência para que eu não desista dos meus objetivos e consiga alcançá-los.
Aos meus pais, Manoel Paixão Souza Santos e Marly Jatobá de
Almeida, sempre estiveram do meu lado apoiando e compreendendo as
dificuldades do caminho acadêmico.
Aos meus amigos, Emanuela Gonçalves, Patrícia Oliveira, Lucas
Campos, Alexandre Sampaio, Iris Carneiro e tantos outros que me
acompanharam desde o início dessa jornada, compartilhando dores e alegrias
me ajudando a superar todos os obstáculos vividos.
Ao professor orientador, Nelson Cárdenas, e ao professor, Acácio
Figueiredo, os quais me orientaram e me guiaram nesse Trabalho de
Conclusão de Curso conferindo a mim todo conhecimento.
Aos professores do Colegiado de Mecânica da Universidade Federal doVale do São Francisco, os quais contribuíram para meu conhecimento atual
com competência e dedicação.
A assistente administrativa do Colegiado de Mecânica, Taquimara
Souza, por sua receptividade, competência e prontidão.
E, a um amigo especial, Yuri Gomes, que com palavras incentivadoras,
carinho e companheirismo fizeram minhas forças sempre se renovarem e nãome deixaram desistir desse grande sonho.
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“Gostaria que você soubesse
que existe dentro de si uma força
capaz de mudar sua vida, basta que
lute e aguarde um novo amanhecer ”.
Margaret Thatcher
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SANTOS, C. M. A. Determinação das propriedades mecânicas da melancia
utilizando ensaios de compressão. 2015. Monografia (Trabalho de
Conclusão de Curso) – Colegiado de Engenharia Mecânica, UniversidadeFederal do Vale do São Francisco, Juazeiro, 2015.
RESUMO
A Região do Submédio do Vale do São Francisco tem grande potencial de
produção e comercialização de melancia (Citrullus lanatus) então esta fruta
merece uma atenção diferenciada principalmente decorrente das perdas do
produto causado pelos problemas entre as etapas de produção até a
comercialização. O presente trabalho visa caracterizar o comportamento
mecânico da melancia em função dos problemas encontrados durante estas
etapas.Tais problemas qualificados como danos físicos que são provocados
pelo manuseio inadequado da fruta seja no momento de colheita,
armazenamento, processamento ou transporte. Os problemas relatados são
característicos da falta de conhecimento sobre o máximo esforço que o fruto
pode suportar sem que o mesmo sofra dano interno ou ruptura externa que
comprometam sua comercialização. Para tanto, foram realizados estudos no
laboratório com ensaios de compressão entre placas paralelas em seis
variedades de melancia. À medida que a posição varia de vertical para
horizontal surge uma diferença considerável na avaliação de carga máxima
suportada. Dando prosseguimento às análises, surgiram particularidades
referentes ao próprio tipo de material e à geometria variada das espécies de
melancia. Ocasionando, então, em resultados que demonstra que a variedade
4 analisada suporta maior carga e maior deformação na posição vertical, o
módulo de elasticidade é inversamente proporcional a sua deformação, ou
seja, quanto maior deformação menor módulo de elasticidade.
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ABSTRACT
The sub-medium region of the San Francisco Valley has great production power
and marketing of the watermelon (Citrullus lanatus). Thus, this fruit deserves
differetiated attention especially due to product loss caused by the problems
among the production steps up to its marketing.The present paper aims to
feature the mechanical behavior of the watermelon according to the problems
addressed throughout the steps. Such problems classified as physical damages
that are induced by inappropriate handlingof the fruit either at the moment of
harvest, storage, processing or transportation. The problems addressed are
typical from the lack of knowledge about the maximum of effort that the fruit is
able to support avoiding internal damage or external rupture that may
compromise its marketing. For this purpose, laboratory studies utilizing
compression testing were held among parallel plates in six watermelon
varieties. As the position varies from vertical to horizontal, a considerable
difference emerges in the evaluation of maximum freight supported. Proceeding
to the analysis, characteristics emerged referring to the main type of material
and to the varied geometry of the watermelon species. The tensions of theacting compression on the rigid structures were determined by cutting out its
transversal sections. Thus, bringing about results that demonstrate that the
analyzed varieties support greater load and deformity in the vertical position, the
modulus of elasticity is inversely proportional to its deformity, in other words, the
greater the deformity, the less elasticity modulus.
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SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 11
2. OBJETIVOS .............................................................................................. 13
2.1. OBJETIVO GERAL............................................................................. 13
2.2. OBJETIVO ESPECIFICO ................................................................... 13
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 14
3.1. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA CULTURA DA MELANCIA....... 14
3.2. PERDAS PÓS-COLHEITA ................................................................. 17
3.3. DANOS MECÂNICOS ........................................................................ 20
3.4. IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DAS PROPRIEDADESMECÂNICAS DE PRODUTOS AGRÍCOLAS ............................................... 21
3.5. PROPRIEDADES MECÂNICAS ......................................................... 22
3.5.1. TEORIA DE CONTATO HERTZ ................................................... 23
3.5.2. DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS E ELÁSTICAS............................ 25
3.6. COMPORTAMENTO ELÁSTICO, PLÁSTICO E VISCOELÁSTICO .. 27
3.6.1. COMPORTAMENTO ELÁSTICO ................................................. 27
3.6.2. COMPORTAMENTO PLÁSTICO ................................................. 283.6.3. COMPORTAMENTO VISCOELÁSTICO ...................................... 28
4. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 30
4.1. PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA ...................................... 30
4.2. ENSAIOS DE COMPRESSÃO ........................................................... 32
5. RESULTADOS E DISCUSSOES .............................................................. 36
6. CONCLUSÃO ............................................................................................ 45
7. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS ........................................ 458. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ......................................................... 46
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1. INTRODUÇÃO
A atual preocupação com a saúde traz à população uma atenção maior
com os alimentos ingeridos e em consequência disso o consumo mundial defrutas cresce vertiginosamente assim como as exigências com a qualidade
destas. Países importadores requerem padrões que demonstrem qualidade
tanto nas funções nutricionais quanto nas funções organolépticas.
O Brasil junto com a China e Índia respondem por 43,6% do total
mundial, estando em terceiro lugar no ranking em 2012. Porém, a maior
proporção da produção é voltada para o mercado interno e apenas uma
pequena parcela é vendida ao mercado externo. Atualmente, o país participa
com aproximadamente 2% das exportações mundiais de frutas. (MINISTÉRIO
DA AGRICULTURA, 2008 apud BUSTAMANTE, 2009).
A economia do Brasil tem a participação da fruticultura diretamente
através do valor das exportações e do mercado interno, e pode-se ressaltar a
importância no sentido econômico-social, uma vez presente em todos estados,
sendo responsável pela geração de milhões de empregos diretos, o
equivalente a 27% da mão de obra agrícola do país. A fruticultura está entre os
principais geradores de renda, emprego e de desenvolvimento rural do
agronegócio nacional. (FACHINELLO et al, 2011)
Tais dados só comprovam a grande importância da fruticultura e para
manter o equilíbrio na economia precisa-se que a exportação seja maior que a
importação. O Brasil, mesmo inserido nesse contexto, acredita-se que cresce
de forma lenta não utilizando todo seu potencial de produtor. Uma das regiões
do país que mais se destacam na produção de frutas é o Nordeste. O Polo
Juazeiro-Petrolina, na região do Submédio do Vale do São Francisco se
destaca por utilizar da agricultura irrigada e obter sucesso.
A utilização da irrigação potencializou muito a produção agrícola na
região, não depender das chuvas fez com que os produtores tenham condições
de controlar a produção, atingir metas e obter renda no ano quase que em sua
totalidade. Para isso, os agricultores vêm melhorando a cadeia produtiva com o
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2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Objetivou-se nesse trabalho, avaliar em laboratório a resistência mecânica de
seis variedades de melancia (Citrullus lanatus) quando submetidos a danos poraltas cargas visando a melhor posição para suportar as alterações físicas
através dos testes de compressão, tendo álibi os cálculos do modulo de
elasticidade desenvolvido por Hertz.
2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO
Como objetivos específicos, o seguinte trabalho mostra:
Os resultados dos ensaios de compressão de cada variedade;
A resistência e deformação máxima suportada pelo o fruto;
Determinação do módulo de elasticidade na posição vertical e horizontal;
Análises e comparação dos resultados obtidos com a diferença do
posicionamento no momento de armazenamento.
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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA CULTURA DA MELANCIA
A melancia se classifica como uma cucurbitácea do gênero Citrullus que
abrange quatro espécies entre as quais C. lanatus. Nesta espécie distinguem-
se duas variedades botânicas: Citrullus lanatusvar.lanatus(geralmente vendida
in natura) e Citrulluslanatusvar.citroides, uma forma utilizadas em conservas,
pickles e alimentação animal. Outra espécie, aC. colocynthis é utilizada como
via de melhoramento da melancia(SANTOS, 2010).
É uma planta herbácea, que possui o ciclo anual variando de 70 a 120
dias dependendo das condições ambientais e da cultivar utilizada. Tem hábito
de crescimento rasteiro, com várias ramificações que podem alcançar até cinco
metros de comprimento com gavinhas ramificadas. Tidas como plantas
alógamas ou de reprodução cruzada, mas não perdem o vigor com a
autofecundação. O sistema radicular é extenso, porem superficial, com o
predomínio das raízes localizado nos primeiros 60 cm do solo. Suas folhas são
profundamente lobadas.(SANTOS, 2010).
A espécie é monóica com flores solitárias, pequenas e de coloração
amarela que permanecem abertas durante menos de um dia e são polinizadas
por abelhas. O fruto é um pepônio cujo peso pode variar entre 1kg a 25kg de
formato arredondado, oblongo ou alongado. O comprimento da fruta na
horizontal pode atingir 60 cm. Como se pode observar na figura 1, sua casca é
espessa e o exocarpo é em geral verde, claro ou escuro, e a polpa é
normalmente vermelha, podendo ser amarela, laranja, branca ou verde.
(SANTOS, 2010).
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Figura 1: Citrullus lanatus , Melancia. FONTE: (SANTOS, p.63, 2010).
Apesar do uso predominante da melancia ser o consumo in natura,
alguns países orientais também a cultivam para consumir suas sementes.
Possui quantidades abundantes de antioxidantes, como o licopeno, e é uma
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fonte do aminoácido citrulina. O corpo humano usa a citrulina para produzir
outro aminoácido importante, a arginina, que tem um papel importante na
divisão das células, para cicatrizar ferimentos e na eliminação de amônia do
corpo. Tem potencial fonte de provitamina A e das vitaminas C e do complexo
B, além de sais minerais como cálcio, fósforo e ferro. Por ser muito hidratante –
90% do seu volume é água – e diurética elimina resíduos do aparelho digestivo
e funciona muito bem como laxante. Nas melancias de polpa vermelha, alguns
minerais têm maior relevância, tais o potássio, o magnésio, o fósforo e o cálcio,
estando os demais elementos como sódio, manganês, zinco, cobre e ferro
presentes em menor quantidade(EMBRAPA, 2015).
A melancia Citrullus lanatus (Thunb.) Matsui & Nakai é uma plantaoriginalmente advinda das regiões tropicais da África Equatorial. É considerada
uma das mais importantes olerícolas atualmente produzidas e comercializadas
no Brasil, sendo superada, apenas, pelas culturas do tomate, batata e cebola
(EMBRAPA, 2007).
A variabilidade genética que foi trazida do continente africano, associada
ao processo de manejo da agricultura tradicional da região, tornou o Nordeste
brasileiro um centro secundário de diversificação da melancia. A sua grandeimportância está relacionada com as características climáticas,
socioeconômicas e geográficas desta região, bem como, por suas
características que favorecem o estabelecimento de uma cadeia produtiva
baseada principalmente na agricultura familiar. Seu cultivo é relativamente fácil
e pode ser realizado em áreas tanto irrigado quanto de sequeiro. Essa olerícola
também possui baixo custo de produção, quando comparada a outras frutas,
mas é necessária uma alta produtividade para que a cultura se torne uma
atividade lucrativa e sustentável. (RAMOS et al, 2009)
Segundo o IBGE (2010), o Nordeste teve 701.213 t de melancia
produzidas com rendimento médio de 20.218 kg/ha, sendo que 103.625 t e
20.399 kg/ha e 338.365 t e 19.558 kg/ha são os valores de Pernambuco e
Bahia, respectivamente (IBGE, 2010). Destacando-se os municípios de Arari
(MA), Barreiras (BA), Ribeira do Pombal (BA), Vale do Gurgéia (PI), e o
Submédio São Francisco (PE/BA), onde são cultivadas nos perímetrosirrigados da CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
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Francisco e do Parnaíba), DNOCS (Departamento Nacional de Obras Conta as
Secas) e propriedades particulares, em solos de aluvião. Em 1989, nesta
região, foram plantados 4,515 hectares, obtendo-se uma produção de 112.875
toneladas e produtividade média de 25 t/ha. (DIAS, et al 2001).
3.2. PERDAS PÓS-COLHEITA
As perdas pós-colheita na produção e comercialização de frutas variam
entre 20 a 25%, e depende tanto do produto quanto da tecnologia aplicada. Tal
situação é consequência de uma série de fatores, como a ausência de uma
política específica no setor, a falta de conhecimento dos agricultores e
funcionários e a aplicação de tecnologias adequadas para o transporte e
conservação da qualidade do alimento. As perdas pós-colheita são qualquer
diminuição na disponibilidade do alimento que foi destinado para consumo ou
industrialização, existindo a possibilidade de serem evitadas ou reduzidas. A
quantificação das perdas de alimentos é um fator de difícil determinação.
(MACHADO, 2011)
A identificação dos fatores pós-colheita que diminui a qualidade e o valor
comercial da melancia é de extrema importância, para que se possa aumentar
a eficiência na comercialização mantendo a qualidade, diminuindo perdas e
ampliando lucros. Além disso, a determinação da vida útil deste produto
oferece maior garantia de qualidade e segurança na sua comercialização.
(PESSOA, et al).
As perdas são qualificadas como a parte física da produção que não édestinada ao consumo em razão da depreciação da qualidade dos produtos,
devido à deterioração, causada por amassamentos, cortes, podridões e outros
fatores. (VILELA, et al. 2003).
As injúrias são definidas como sintomas que podem ser visíveis ou
mensuráveis, e comumente aparecem no pós-colheita dos produtos agrícolas
nas diferentes etapas de comercialização. Dentre estas, as injúrias mecânicas
e as doenças que acometem as frutas após a colheita são as grandes
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responsáveis pela redução da qualidade dos frutos durante a comercialização
(MARTINS, et al., 2011) .
As injúrias mecânicas, além de alterar a aparência dos frutos, estimulam
a produção de etileno, acelerando o amadurecimento e, consequentemente,reduzindo seu tempo de comercialização. Podem também facilitar a entrada de
patógenos que provocam as doenças pós-colheita, e por alterar os frutos em
consistência, cor e sabor, depreciando-os ainda mais. As doenças pós-colheita
podem ser divididas em duas categorias: as típicas, ocasionadas por
patógenos que infectam os frutos após a colheita, frequentemente através de
ferimentos; e as quiescentes, ocasionadas por patógenos que infectam a fruta,
antes da colheita, mesmo na ausência de ferimentos, permanecendo latentesate a maturação (MARTINS, et al., 2007).
Assim, as perdas refletem na sociedade, pois geram consequências
econômicas. A variação no comportamento do mercado induz mudanças em
importantes parâmetros econômicos. O aumento de perdas faz com que o
equilíbrio de mercado diminua e os preços cresçam. Quando o preço de
equilíbrio cresce, ocorre redução no excedente do consumidor. Neste caso, o
consumidor paga o custo das perdas que é embutido no preço final do produto.De forma geral, qualquer perda é prejudicial para os consumidores (VILELA, et
al. 2003).
Então, aumentar a vida útil se torna o principal objetivo dos fisiologistas
na pós-colheita, e o estudo dos problemas existentes compreende o
conhecimento dos componentes que influenciam no sistema. Os sistemas
existentes foram desenvolvidos para evitar a ação microbiana, e danos à
qualidade física e nutricional dentro do sistema de manuseio (PINTO, 2002).
Todos os setores da cadeia produtiva têm suas significativas perdas e
devem ser observadas e analisadas a fim de minimizar este problema. As
perdas começam no campo no momento da colheita e perpassam pelo
armazenamento e transporte até chegarem ao comércio. Os produtos são mal
manuseados, mal armazenados e mal transportados muitas vezes de forma
que se danifiquem ou se deteriorem.
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Uma maneira de conservar as frutas é por meio da temperatura. Este é o
fator ambiental mais importante, não só do ponto de vista de comercial, como
também por controlar o amadurecimento, uma vez que regula os processos
fisiológicos. A atividade metabólica das células deve ser suficiente para mantê-
las vivas, de forma a preservar a qualidade comestível dos frutos durante o
período de armazenamento. (CARLOS, et al., 2002)
Porem, um dos maiores desafios no processo de conservação pós-
colheita da melancia in natura é o transporte destes frutos para os mercados
consumidores, pois seu tamanho é grande e são pesados e na grande maioria
das vezes, são transportados a granel, empilhados, percorrendo grandes
distâncias até esse mercado(PINTO, 2002).Moretti (2003) cita alguns cuidados a serem tomados durante o
transporte para minimizar ou evitar os danos fisiológicos e mecânicos. Um
desses cuidados é a importância com o empilhamento dos produtos, que por
ter risco de sobrecarga podem causar consequentes danos mecânicos.
A maioria dos cultivares podem possuir frutos muito grandes, atingindo
massas superiores a 5 kg. Por isso, apesar da melancia possuir uma casaca
espessa e resistente, que tenda a protegê-la da perda de água, este fruto ésensível a batidas e sobrecarga, amassamento, que podem causar
deterioração e alterações em sua qualidade (DURIGAN, et al., 2007) .
A sensibilidade ao dano varia com o estado físico e biológico do fruto
pós-colheita, como a temperatura, conteúdo de água, estágio de crescimento e
maturação e fatores ligados ao manuseio e transporte (DURIGAN, et al., 2007).
Essas perdas refletem na comercialização e podem causar alterações
no valor total do benefício social do produto, por interferirem no comportamento
do mercado, provocando variações em importantes parâmetros econômicos,
como deslocamentos da curva de oferta e de preços de equilíbrio (*VILELA, et
al, 2003).
Quando a percentagem de perdas do fruto é pequena, um pequeno
aumento no volume de produção pode compensá-la, porem à medida que esta
percentagem de perda eleva, a produção deve aumentar em maior proporção.
(BARBOSA, 2010).
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3.3. DANOS MECÂNICOS
Os danos mecânicos podem ser definidos como deformações que
podem ser plásticas, rupturas superficiais e, em casos mais extremos,
destruição em tecidos vegetais. São provocadas por forças externas, causando
deformações físicas ou alterações fisiológicas, químicas, e bioquímicas de cor,
aroma, sabor e textura. (MACHADO, 2011)
Os danos físicos acontecem durante o manuseio do produto e
aparecem, principalmente, sob forma de cortes, rupturas, amassamentos ou
ferimentos, e podem atingir o fruto superficialmente ou
profundamente.(BARBOSA, 2010)
Alguns trabalhos constataram que a injúria por impacto não apresenta
sintomas externos visíveis, ou seja, o pericarpo do fruto permanece intacto no
momento da injúria e só evolui para regiões lesionadas com o passar do
tempo. Já o dano mecânico por compressão pode ser causado pela aplicação
de pressão variável contra a superfície externa do fruto durante o transporte
e/ou comercialização inadequada. (MATTIUZ, et al., 2002 apud SANCHES et
al, 2008 apud GRIGIO et al. 2011).
Após a compressão indevida dos frutos, observa-se o desencadear de
respostas fisiológicas que podem promover a ruptura das células da epiderme,
causando o desenvolvimento de reações enzimáticas e, com isso, o surgimento
do composto de coloração marrom, responsáveis pela depreciação do produto
(RADI et al.(1997) apud GRIGIO, et al., 2011).
O dano por corte é geralmente atribuído a uma forte colisão do frutocontra uma superfície irregular, ou pela imposição de uma superfície cortante e
com pressão sobre o presente fruto, como a própria embalagem de colheita ou
objetos cortantes utilizados no processamento, armazenamento e transporte
dos mesmos. Independente do caso, o resultado deverá ser o rompimento e a
perda da integridade celular na região do corte. (SANCHES, et al., 2008)
As perdas com o transporte variam de acordo com as estações do ano,
sendo mais intensas nas épocas chuvosas. O mau estado de conservação dasestradas brasileiras, associada às altas temperaturas que ocorrem no Brasil,
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aceleram a deterioração, de forma que as perdas dos produtos perecíveis,
como hortaliças, podem chegar a 30%(*VILELA, et al, 2003).
Se, em tese, as razões físicas dos danos mecânicos sofridos pelas
frutas e hortaliças são de simples entendimento, na prática, os valores dessesparâmetros do interior dos órgãos vegetais são desconhecidos pelos
pesquisadores. Assim, existe uma dificuldade em avaliar os parâmetros físicos
ocasionados durante um choque, ou na situação em que um fruto é mantido
estático no interior de uma pilha ou caixa no período de empilhamento
(DANTAS, et al., 2014).
Foi observado que os frutos são muito afetados pela compressão e
impactos sofridos durante o transporte. A força de compressão pode serrepresentada pela medida de firmeza celular do vegetal e é um critério útil para
definir a altura da embalagem (LUENGO, et al., 2003). A melancia possui uma
proteção natural, sua casca espessa, porém ela não resiste a toda força de
compressão, e como não é comumente usado embalagens é necessário
conhecer as cargas máximas suportadas para estimar a altura de
empilhamento.
A quantificação desses danos tem como principal função facilitar atomada de decisão por parte do produtor, atacadista e varejista quanto à
necessidade de investimentos em prevenção, pois ter conhecimento das
causas possibilita a tomada de medidas para a redução de perdas pós-colheita,
que consequentemente, serão medidas lucrativas. (TEZOTTO, et al., 2011).
3.4. IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DAS PROPRIEDADES
MECÂNICAS DE PRODUTOS AGRÍCOLAS
O conhecimento das propriedades mecânicas básicas é um pré-requisito
para simulações e cálculos para definição do comportamento de um material,
quando submetido a diferentes tipos de carregamento. Dentre as propriedades
evidencia-se o módulo de elasticidade do material, enquanto o conhecimento
deste módulo permite que sejam feitas comparações de resistência relativa devários materiais. (COUTO, et al., 2002)
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Muitos pesquisadores têm empregado os procedimentos e testes usados
para materiais não biológicos, na tentativa de obterem dados mais significativos
no comportamento mecânico de produtos agrícolas (COUTO, et al., 2002).
A partir de um modelo reológico podem-se obter parâmetros queforneçam índices sobre textura e também características subjacentes aos
processos de amadurecimento. Pesquisadores vêm estudando e propondo
alguns modelos reológicos que se ajustem a dados experimentais para vários
produtos agrícolas (DANTAS, et al., 2014).
Desse modo, todo o conhecimento do comportamento mecânico do
produto agrícola é necessário para melhoramento de equipamentos no
processo de colheita, embalagem e transporte visando máxima eficiência,minimizando ao máximo os danos que possam ser causados.
3.5. PROPRIEDADES MECÂNICAS
Cada corpo deforma de maneira diferenciada quando submetidos a um
mesmo tipo de carregamento. O que diferencia um corpo do outro é a relaçãoentre força e deformação. A mais simples equação é aquela em que a
deformação é diretamente proporcional à força. O experimento mais comum
para se medir a resposta mecânica de um material é o teste de compressão
uniaxial, através do qual uma força, gradualmente crescente, é aplicada
através de uma placa compressora no material, enquanto os dados de força-
deformação são registrados durante a compressão (COUTO, et al., 2002).
Se o material é não biológico, geralmente uma parte de formageométrica regular é retirado do material e submetido aos testes. Os valores de
força e deformação dependem do seu tamanho, pois quanto maior for maior
será a força para produzir a mesma deformação. Na caracterização da
resposta do material, os dados de força-deformação são expressos em termos
de quantidades que independem do tamanho, a força é dividida pela área da
seção transversal, resultando em valores de tensão axial, e a deformação é
dividida pelo seu comprimento inicial, para se obter a deformação específica
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axial.A curva de “força-deformação” para um material transforma-se,então, em
uma de “tensão-deformação específica”.
Para um grande número de materiais, o comportamento inicial da curva
de “tensão-deformação específica” é linear. A constante de proporcionalidade,ou inclinação da reta, é denominada módulo de elasticidade, único para cada
material e mede sua rigidez. A utilização das partes retiradas do material
biológico para a determinação do módulo de elasticidade é bastante
questionada. Quaisquer modificações de um material intacto, na tentativa de se
obter um padrão, podem proporcionar resultados que se desviam do
comportamento mecânico real do material biológico. No caso de corpos
convexos (grãos, frutos e vegetais intactos) a determinação do módulo deelasticidade por meio das curvas de “força versus deformação”, obtidas de
testes de compressão entre placas paralelas, torna-se mais complexa. O
contorno convexo do produto faz com que as áreas de contato entre o material
e as placas, variem de acordo com a deformação do produto. Mohsenin (1978)
expõe uma solução para a determinação das tensões de contato em dois
corpos convexos,elásticos e isotrópicos, quando pressionado um contra o
outro, denominada teoria de Hertz. (MOHSENIN, 1978 apud COUTO, et al.,
2002)
3.5.1. TEORIA DE CONTATO HERTZ
Sabendo que ensaio de compressão aplicado a materiais com formatos
curvos, esféricos, elípticos ou outra forma não adequada para a acomodação
entre as placas planas da prensa, é complicado de se realizar, então através
de estudos bibliográficos constatou que para o caso de ensaio de compressão
na melancia pode-se obter o módulo de elasticidade também através de uma
teoria conhecida como Teoria de Contato de Hertz.
Sendo aplicada para análise da determinação da máxima superfície de
pressão e do módulo de elasticidade, de um material pressionado entre duas
placas convexas ou planas.
Na teoria de Hertz fazem-se conjecturas para aplicação do método:
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3.5.2. DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS E ELÁSTICAS
As forças estáticas e dinâmicas que causam danos mecânicos às frutas
e hortaliças envolvem fatores físicos bem definidos em termos de força,
pressão, impulso e da elasticidade (MACHADO, 2011).
Dentre as propriedades mecânicas importantes para a avaliação de um
material, pode ser citado o limite elástico, limite de proporcionalidade, módulo
de elasticidade e módulo de resiliência (BARBOSA, 2010).
Esforços e deformações elásticas são definidos como fenômenos
reversíveis,independentemente de serem causados por forças de impacto ou
compressão, ou outros tipos de esforços bióticos, físicos ou químicos. Os
esforços elásticos também são independentes do tempo de exposição, e os
órgãos sujeitos aos mesmos, retornariam ao estado inicial após sua remoção
da força aplicada. No entanto, a recuperação elástica ideal deste tipo
geralmente não ocorre em sistemas biológicos complexos, como se podeobservar no estudo de recuperação do volume e da forma de frutas e hortaliças
comprimidas individualmente ou em pilhas (MACHADO, 2011).
A determinação do limite elástico e do limite de proporcionalidade, com
finalidade de conhecer a zona elástica do material, é feita por carregamentos e
descarregamentos sucessivos do corpo de prova até que seja alcançada uma
carga onde se possa observar, com uma precisão suficientemente boa, uma
deformação permanente no caso do limite elástico, ou uma tensão onde a
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deformação deixa de ser proporcional a ela no caso do limite de
proporcionalidade (BARBOSA, 2010).
As deformações plásticas, por outro lado, são irreversíveis e aumentam
em função do tempo de exposição à tensão. Após a remoção dessa tensão, o
órgão que acumulou uma quantidade de deformação plástica permanece
deformado nesta medida. Esse tipo de resposta, dependente do esforço
aplicado e do tempo de exposição (MACHADO, 2011).
A Figura 3 representa o limite elástico e de proporcionalidade dos
materiais.
Figura 3: Curva tensão-deformação onde o Limite elástico (Le) e o Limite de
proporcionalidade (Lp); (BARBOSA, 2010)
O módulo de elasticidade pode ser determinado por:
= / (1)
Onde:
= Módulo de elasticidade, N/m2;
= Tensão aplicada, N/m2
;
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= Deformação especifica, %;
A resiliência corresponde à capacidade do material em absorver energia
quando é deformado elasticamente. O módulo de resiliência é a máxima
energia de deformação que um material pode absorver sem sofrerdeformações permanentes, ou seja, energia de deformação por unidade de
volume até o limite de elasticidade.
As equações matemáticas que representam o módulo de resiliência são
dadas por:
= ()/2 (2)
ou
= /2 (3)
= modulo de resiliência, J/m3;
= modulo de elasticidade, N/m2;
= tensão de limite de proporcionalidade, N/m2;
= deformação, %;
Como já foi dito, os corpos se deformam de maneira diferenciada, assim
podemos distinguir um material de outro pela relação entre a força e
deformação obtida através de ensaios mecânicos. É fundamental que, para
melhores cuidados com a melancia para evitar os danos mecânicos, seja
sabido o seu módulo de elasticidade.
3.6. COMPORTAMENTO ELÁSTICO, PLÁSTICO E
VISCOELÁSTICO
3.6.1. COMPORTAMENTO ELÁSTICO
A maioria dos materiais comporta-se elasticamente sob baixos níveis detensão. A deformação elástica imediata é obtida após a aplicação do
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carregamento, que permanece constante enquanto o nível de tensão for
mantido e desaparece imediatamente após a remoção da carga. A principal
característica da deformação elástica é a reversibilidade. A maioria dos
materiais elásticos apresenta um comportamento linear (FARINA, 2009).
3.6.2. COMPORTAMENTO PLÁSTICO
O comportamento plástico ocorre sob altos níveis de tensões, nos quais
o comportamento deixa de ser elástico. Após a total aplicação da carga a
deformação pode continuar a aumentar por um curto período de tempo,
permanecendo constante enquanto o carregamento for fixo. Há deformação
após a remoção da carga, a qual é chamada inelástica (FARINA, 2009).
3.6.3. COMPORTAMENTO VISCOELÁSTICO
Materiais viscoelásticos apresentam uma relação entre tensão e
deformação que dependem do tempo e da frequência. Para os materiais que
apresentam uma resposta viscoelástica, seu comportamento é representado
com uma ação elástica em virtude do carregamento, seguido por um lento e
contínuo aumento da deformação a uma taxa de variação da deformação
decrescente com o tempo, ou seja, uma desaceleração do aumento da
deformação (FARINA, 2009).
Quando a tensão é removida ocorre uma rápida recuperação elástica
seguida por uma recuperação de deformação dependente do tempo a uma
taxa de variação continuamente decrescente. Materiais que apresentam este
fenômeno são significativamente influenciados pelo nível de tensão e quantomaior o tempo passado em tensão constante, maior será a deformação
correspondente. Deste modo, o tempo representa um fator muito importante no
comportamento desses materiais.
Se após a remoção da carga uma porção mensurável da deformação
não desaparece após um longo período de tempo, com esta porção residual
sendo afetada pelo carregamento, então esta deformação é chamada
viscoplástica (FARINA, 2009).
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A figura 4 mostra esquematicamente os comportamentos elástico,
plástico e viscoelástico.
Figura 4: Comportamentos mecânicos. (BARBOSA,2010)
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V1- Citrulluslanatusvarlanatuscv. ‘Jenny’. Com o fruto oblongo,médio, casca verde claro e
listras finas.
V2-Citrulluslanatusvarlanatuscv.‘CrimsonSweet’. Com o fruto oblongo, grande,
casca verde claro e listras espessas.
V3-Citrulluslanatusvarlanatuscv.F1 ‘ jenny x LD’. Com o frutooblongo, médio, cascaverdeclaro e listras finas.
V4-Citrulluslanatusvarcitroidescv.‘MF0241’. Com o fruto comprido,grande, casca branca e sem listras.
V5-Citrulluslanatusvarcitroidescv.‘MF0242’. Com o frutooblongo, médio, casca verde
escura e listrado.
V6-Citrulluslanatusvarcitroidescv.‘MF0240’. Com o fruto redondo,pequeno, casca verde e listrado.
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4.2. ENSAIOS DE COMPRESSÃO
Para realização dos ensaios de compressão foi utilizada a Máquina
Universal de Ensaios EMIC DL 10000, da linha Digital Line (DL), do tipo bifusode bancada, com capacidade de carga máxima de 10000 kgf e com célula com
a capacidade para 10 toneladas, podendo ser regulada com velocidades de
operação variando entre 0,01 e 500 mm/min. Esta máquina é conectada a um
microcomputador que armazena os dados adquiridos dos ensaios, através do
software Tesc EMIC, versão 3.04. que está alocada no laboratório de
Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Vale do São Francisco –
UNIVASF – campus Juazeiro-BA. A figura 5 mostra a máquina utilizada.
Figura 5: Máquina Universal de Ensaios EMIC.
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Os frutos foram submetidos ao ensaio de compressão na máquina,
foram colocados entre suas duas placas planas, como também pode-se
observar na figura 4.
Para determinar a força máxima suportada pelos frutos sem quehouvesse dano físico, o experimento visou analisar situações próximas da
realidade. Os frutos foram dispostos em duas posições que possivelmente são
colocados para armazenamento ou transporte, na vertical e na
horizontal(repouso) (Figura 6).
Figura 6: Disposição das melancias entre as placas, posição vertical
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Figura 7: Disposição das melancias entre as placas, posição horizontal
As melancias, antes de aplicada à compressão, foram devidamente
pesadas por uma balança de precisão e dimensionadas obtendo sua altura ediâmetro com auxilio de uma régua e um esquadro.
A melancia tem o corpo com um formato elíptico e na posição horizontal
a área de contato com a prensa não é total por causa de sua forma
arredondada e esse contato vai aumentando durante a compressão até que o
contato máximo existe no momento em que ocorre a ruptura e é cessada a
força aplicada como mostra a figura 8.
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Figura 8: Ruptura da melancia na carga máxima.
Em acordo com a Teoria de Contato de Hertz na determinação damáxima superfície de pressão e do módulo de elasticidade de um corpo,
pressionado entre duas placas planas e ainda considerando a solução proposta
por Timoshenko & Goodier (1951) para o caso de corpos esféricos, este
trabalho utiliza do equacionamento sugerido por este último para determinar o
módulo de elasticidade dos frutos, além da forma proposta pela análise da
curva “Força x Deformação”. (BARBOSA, 2010)
Foram ensaiadas oito frutos de cada cultivar, sendo 4 frutos testados naposição vertical e 4 na horizontal.
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5. RESULTADOS E DISCUSSOES
A tabela 1 mostra o valor médio das dimensões básicas das melancias,
com seus respectivos desvio padrão, utilizadas nos ensaios de compressão.
Tabela 1 – Dimensões básicas das 6 variedades da melancia.
Amostra Massa
Média (g)ComprimentoMédio (mm)
DiâmetroMédio (mm)
Variedade 1 3992 ± 536,67 219 ± 11,42 194 ± 9,60
Variedade 2 7621 ± 1163,42 273 ± 16,08 245 ± 7,62
Variedade 3 5299 ± 1125,78 236 ± 19,32 207 ± 13,19
Variedade 4 4502 ± 715,60 298 ± 39,04 179,12 ± 6,42
Variedade 5 3466 ± 362,12 215 ± 11,73 184 ± 9,72
Variedade 6 342 ± 70,15 87 ± 6,25 88 ± 5,54
De acordo com os dados da tabela 1, observa-se um desvio padrão
muito alto para a massa, isso ocorre por se tratar de um ensaio em um produto
agrícola onde temos pouca homogeneidade entre as amostras. As melancias
antes de serem colocadas na máquina universal de ensaios, foram
mensuradas com o auxílio de uma balança de precisão, esquadro e régua.
As seguintes figuras mostram a curva da força aplicada versus a
deformação, na posição vertical e horizontal de cada variedade, sendo as
figuras 9, 10, 11, 12, 13, 14, referentes às variedades 1, 2, 3, 4, 5, 6
respectivamente.
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Figura 9 – Curva força versus deformação. Variedade 1, na posição vertical e
horizontal.
Figura 10 – Curva força versus deformação. Variedade 2, na posição
vertical e horizontal.
0
500
1000
1500
2000
2500
0 20 40 60 80
F o r ç a ( N
)
Deformação (mm)
Horizontal
Vertical
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 20 40 60 80 100
F o r ç a ( N )
Deformação (mm)
Horizontal
Vertical
-
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Figura 11 – Curva força versus deformação. Variedade 3, na posição
vertical e horizontal.
Figura 12 – Curva força versus deformação. Variedade 4, na posição
vertical e horizontal.
0
500
1000
1500
2000
2500
0 20 40 60 80
F o r ç a ( N
)
Deformação (mm)
Horizontal
Vertical
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
0 20 40 60 80 100
F o r ç a ( N )
Deformação (mm)
Horizontal
Vertical
-
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Figura 13 – Curva força versus deformação. Variedade 5, na posição
vertical e horizontal.
Figura 14 – Curva força versus deformação. Variedade 6, na posição
vertical e horizontal
A tabela 2 apresenta os valores médios da força e deformação máxima,
na posição vertical e horizontal de cada variedade, com seu desvio padrão
atribuído a cada medida.
0
500
1000
1500
2000
2500
0 10 20 30 40 50 60
F o r ç a ( N
)
Deformação (mm)
Horizontal
Vertical
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
0 5 10 15 20 25
F o r ç a ( N )
Deformação (mm)
Horizontal
Vertical
-
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Tabela 2 – Carga de ruptura e deformação máxima das 6 variedades de
melancia.
O estudo das propriedades mecânicas de produtos hortícolas tem a
finalidade de se obter dados suficientes acerca das cargas máximas capazes
de provocar a ruptura da casca de tais frutos. O presente trabalho verifica a
influência do posicionamento das melancias, no momento em que chegam emseu limite máximo de carga suportada.
Verifica-se que todas as variedades suportam maior carga na posição
vertical e consequentemente maior deformação. Observa-se, que a variedade
6, por possuir menores dimensões, apresentaram menor carga de ruptura e
deformação. As amostras da variedade 4, mostraram maior resistência por
suportar maior carga tanto na posição vertical quanto na horizontal.
Várias pesquisas relacionadas às propriedades mecânicas de produtos
hortícolas apresentam seus estudos baseados na teoria do comportamento
viscoelástico para a análise e determinação de tais propriedades, dentre os
quais, pode-se citar: Zoerb (1958), Mase (1970),Yang (1966), Rosenfield
(1992), Linares & Dal Fabbro (1997) (MACHADO, 2011).
Depois de submetidas ao esforço, no final do ensaio, as amostras
apresentaram um comportamento plástico.
48,97 ± 3,09
21,35 ± 3,25
Deformação média
máxima, na posiçãovertical (mm)
61,78 ± 5,15
78,99 ± 7,73
61,44 ± 11,79
59,85 ± 8,42
58,28 ± 6,30
62,72 ± 12,62
45,51 ± 7,35
41,79 ± 4,19
Deformação média
máxima,na posiçãohorizontal (mm)
38,16 ± 6,54
18,83 ± 0,61
1,72 ± 0,39
1,49 ± 0,31
3,54 ± 0,83
1,94 ± 0,48
1,03 ± 0,11
2,12 ± 0,27
1,91 ± 0,29
3,61 ± 0,37
1,96 ± 0,35
1,13 ± 0,27
2,24 ± 0,14
Força média máxima,
na posição horizontal(kN)
Força média máxima,
na posição vertical(kN)Amostra
Variedade 1
Variedade 3
Variedade 4
Variedade 5
Variedade 6
1,81 ± 0,12
Variedade 2
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As deformações plásticas, por outro lado, são irreversíveis e aumentam
em função do tempo de exposição à tensão. Após a remoção dessa tensão, o
órgão que acumulou uma quantidade de deformação plástica permanece
deformado nesta medida. Esse tipo de resposta,dependente do esforço
aplicado e do tempo de exposição, foi observado nos estudos de esforço de
compressão do tomate (PEREIRA, 1996; PEREIRA & CALBO, 2000apud
MACHADO, 2011) e nos estudos de embalagens de hortaliças. (LUENGO et
al., 2003; LUENGO, 2005apud MACHADO, 2011).
É importante salientar, que através do ensaio de compressão é possível
verificar o comportamento mecânico de corpos de qualquer natureza. A razão
principal para o estudo da posição em que as melancias suportam maior
esforço é: garantir a redução das perdas no momento de transporte e
armazenamento desses frutos.
Os danos físicos acontecem durante o manuseio do produto e
aparecem, principalmente, sob forma de abrasões, cortes, rupturas,
amassamentos ou ferimentos, podendo atingir o fruto superficialmente ou
profundamente. (Chitarra & Chitarra, 2005apud BARBOSA, 2010 ).
A figura 15 representa o comportamento de uma das amostras da
variedade 6 durante o ensaio de compressão, na posição vertical, no momento
da ruptura do fruto.
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Figura 15-Instante em que uma amostra de melancia da variedade 6 atinge o
ponto de ruptura máximo, na posição vertical.
A Figura 16 mostra uma melancia da variedade 4, após ter sido atingida
a carga máxima de ruptura, na posição horizontal.
Figura 16 – Amostra de uma melancia da variedade 4 após atingir o ponto de
ruptura máximo, na posição horizontal.
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Pode ser verificado que a ruptura do fruto ocorre em um eixo paralelo ao
eixo de aplicação da força, este comportamento é semelhante para todas as
amostras de melancia.
Os Módulos de elasticidade médios calculados, a partir do ensaio de
compressão nas melancias das variedades analisadas, são mostrados na
Tabela 3.
Tabela 3 – Módulos de elasticidade das melancias, nas posições
horizontal e vertical.
Com a mudança de posição dos corpos de prova, houve uma diferença
nos valores dos módulos de elasticidade. Isso ocorre por causa da influência
dos parâmetros: deformação, força e dimensões que regem a equação
utilizada para calcular os resultados da tabela acima.
Para prever o comportamento mecânico das amostras em questão, foi
utilizada a equação da teoria da elasticidade de corpos elípticos comprimidos
entre duas placas.
Dispondo-se da teoria de Contato de Hertz e seguindo as proposições
de Timoshenko & Goodier (1951) para solução de problemas relativos a
elasticidade aplicada a corpos convexos em contato com superfícies planas,
aceitando que a melancia apresenta uma forma semelhante a uma elipsoide,
pode-se estimar o valor de E para corpos desta forma a partir da
Variedade 2
Variedade 3
Variedade 4
Variedade 5
Variedade 6 5,649 1,477
Amostras
0,612 0,511
1,581 0,941
1,153 0,802
Posição horizontal
(MPa)
Posição
vertical (MPa)
0,551 0,524
0,337 0,326
Variedade 1
-
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equação.(Timoshenko & Goodier, 1951; Linares, 1996; Laurenti, 1997 apud
BARBOSA, 2010).
(4)
Como aproximação, foi utilizado um valor de 0,41 para o coeficiente dePoisson, μ, citado na equação em função do comportamento viscoelástico
apresentado pelas melancias que é próximo ao valor estimado para materiais
termoplásticos e para os valores dos raios de curvatura, r ,R, foram utilizados os
diâmetros e os comprimentos respectivamente.
O módulo de elasticidade é dependente do valor da deformação do fruto;
quanto maior for a deformação, menor será o valor do módulo. As melancias na
posição vertical apresentaram maior deformação, a equação evidencia ainfluência da deformidade no resultado do modulo de elasticidade, pode-se
concluir que as amostras na posição vertical mostram menores valores de
módulo.
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6. CONCLUSÃO
Depois de feito os experimentos do trabalho pode-se chegar asseguintes conclusões:
- As melancias, de todas as variedades, demonstraram médias de cargamáxima suportada na posição vertical.
- As deformações maiores também foram observadas nesta posição.
- O módulo de elasticidade foi maior na posição horizontal.
- A variedade 4 mostrou que suporta maior carga em ambas posições.
Os desvios padrões da massa dos corpos de prova obtidos foram altos,pois por ser um produto agrícola, podem existir variações na estrutura dentro
de uma mesma variedade ou em variedades diferentes. Essa falta dehomogeneidade juntamente com fatores aleatórios de tamanho e possível nívelde maturação eleva o desvio padrão.
7. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS
A seguir, sugestões serão apresentadas para trabalhos futuros a fim demelhorar os estudos do comportamento mecânico das melancias e pode gerarbenfeitorias para a sociedade:
Realizar o estudo sobre a influência do estágio de maturação naspropriedades, a fim de determinar qual o melhor estágio parasuportar cargas;
Fazer ensaios de compressão com diferentes taxas de deformação,para verificação da influência dessa variável;
Fazer estudo direcionado à polpa do fruto, para determinar umafirmeza e resistência melhor do fruto;
Realizar estudos aprofundados a fim de estimar qual aspecto faz a
melancia suportar a carga na posição vertical;
Simular comportamento mecânico da melancia utilizando o métododos elementos finitos;
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8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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manga utilizando ensaios de compressão. Juazeiro-BA, Monografia, 2010.
BUSTAMENTE, P.M.A.C. A fruticultura no Brasil e no Vale do São
Francisco: Vantagens e Desafios. Revista Econômica do Nordeste, vol 40 n1,
2009, 154p).
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diferentes temperaturas de armazenamento. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande-PB, vol4, n.1, p.30, 2002.
COUTO, S.M. et al., Comportamento mecânico de frutos de café:
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Ambiental. Vol. 6, n. 2, 2002.
DANTAS, A.C.S. et al., Comportamento mecânico da abobora
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BA,Monografia, 2014.
DIAS, R.C.S. et al. Circular Técnica 63; Cultura da Melancia.
Ministério da Agricultura e Pecuária, EMBRAPA, 2001.
DURIGAN, M.F.B. et al., Injurias mecânicas e seus efeitos na
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EMBRAPA, A cultura da melancia. Coleção PLANTAR, 2o
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EMBRAPA, Sistema da produção da melancia. Disponível em:
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