destaques de janeiro da cia das letras 2011

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LANÇAMENTOS JANEIRO 2011 O TERCEIRO REICH Roberto Bolaño Em O Terceiro Reich, romance póstumo do autor de 2666 e Os detetives selvagens, um escritor fracassado e campeão de jogos de estratégia volta ao pequeno balneário em que passava as férias na infância e acaba submerso num sombrio drama psicológico “O mais influente e admirado romancista de língua espanhola da sua geração.” — Susan Sontag “Um dos maiores escritores contemporâneos.” — The New York Times Udo Berger tem a sensação de estar na etapa mais feliz de sua vida. Ele é cam- peão da Alemanha em jogos de guerra, tem uma namorada adorável e um bom emprego. As férias em um vilarejo pró- ximo a Barcelona, em companhia de sua Ingeborg, prometem ser uma pausa para fruir o momento e escrever um artigo que promete consagrá-lo nos congressos in- ternacionais sobre os jogos de estratégia. Ao chegar ao Del Mar, mesmo hotel em que costumava se hospedar com a fa- mília dez anos antes, ele dá início a um diário. Com isso, quer praticar a escrita e aperfeiçoar novas estratégias em seu jogo predileto, o Terceiro Reich, que reú- ne aficionados não apenas na Alemanha, mas mundo afora. Udo, porém, não consegue se concen- trar, seduzido pelo exterior: a agitação dos turistas, a beleza de Frau Else (dona do hotel), as noitadas com o casal de amigos Charly e Hanna, o magnetismo sinistro do Queimado (que aluga pedalinhos para os turistas) e a companhia insistente do Lobo e do Cordeiro (dois espanhóis que vagabundeiam pelos bares). Acontecimentos inesperados vêm di- ficultar ainda mais o seu projeto, lançan- do o jovem alemão em uma tormenta psicológica. Além disso, as investidas no Terceiro Reich, no qual ele joga com as forças nazistas, pouco avançam. Até que Udo descobre um parceiro imprevisto. Nesta combinação de narrativa policial e thriller psicológico, cada movimento de- sencadeia novos avanços — e o desfecho, como na História, está perigosamente em aberto. Escrito em 1989, este romance pu- blicado postumamente já apresenta, em ebulição, as características literárias e as obsessões que fariam do autor um fenô- meno de crítica e público com obras semi- nais como Detetives selvagens e 2666. Roberto Bolaño nasceu em 1953, no Chile, e é considerado um dos grandes no- mes da literatura latino-americana con- temporânea. Passou a adolescência no México e voltou ao seu país pouco an- tes do golpe que depôs Salvador Allende. Conseguiu se exilar e começou a publicar na Espanha, quando já tinha quarenta anos. Morreu de insuficiência hepática em Barcelona, em 2003. De sua autoria, a Companhia das Letras lançou 2666, Amuleto, Os detetives selvagens, Estrela distante, Noturno do Chile, A pista de gelo e Putas assassinas. Romance Tradução: Eduardo Brandão Capa: warrakloureiro 344 pp. 14 3 21 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 45,00 Previsão de lançamento: 19/01/2011 ISBN e código de barras: 978-85-359-1785-7 “Estes dias de férias também serão dias de trabalho. Vou pedir a Frau Else uma mesa maior, ou duas mesas pe- quenas, para montar os tabuleiros. Só de pensar nas possibilidades que mi- nha nova abertura proporciona e nos diferentes desenvolvimentos alterna- tivos que podem se seguir me dá von- tade de montar o jogo agora mesmo e tratar de verificá-los. Mas não vou fazer isso. Só tenho corda para escre- ver mais um pouco; a viagem foi longa e ontem mal dormi, em parte porque era a primeira vez que Ingeborg e eu passaríamos férias juntos e em parte porque eu voltaria a pisar no Del Mar depois de dez anos de ausência”. Viagens de Gulliver, a obra-prima de Jonathan Swift, em janeiro nos cinemas, em versão 3D, estrelada por Jack Black

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Lançamentos e novidades para janeiro de 2011.

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Page 1: Destaques de Janeiro da Cia das Letras 2011

LANÇAMENTOS janeiro 2011

o TerCeiro reiCHRoberto Bolaño

Em o Terceiro reich, romance póstumo do autor de 2666 e os detetives selvagens, um escritor fracassado e campeão de jogos de estratégia volta ao pequeno balneário em que passava as férias na infância e acaba submerso num sombrio drama psicológico

“O mais influente e admirado romancista de língua espanhola da sua geração.” — Susan Sontag

“Um dos maiores escritores contemporâneos.” — The New York Times

Udo Berger tem a sensação de estar na

etapa mais feliz de sua vida. Ele é cam-

peão da Alemanha em jogos de guerra,

tem uma namorada adorável e um bom

emprego. As férias em um vilarejo pró-

ximo a Barcelona, em companhia de sua

Ingeborg, prometem ser uma pausa para

fruir o momento e escrever um artigo que

promete consagrá-lo nos congressos in-

ternacionais sobre os jogos de estratégia.

Ao chegar ao Del Mar, mesmo hotel

em que costumava se hospedar com a fa-

mília dez anos antes, ele dá início a um

diário. Com isso, quer praticar a escrita

e aperfeiçoar novas estratégias em seu jogo predileto, o Terceiro Reich, que reú-

ne aficionados não apenas na Alemanha,

mas mundo afora.

Udo, porém, não consegue se concen-

trar, seduzido pelo exterior: a agitação dos turistas, a beleza de Frau Else (dona do

hotel), as noitadas com o casal de amigos

Charly e Hanna, o magnetismo sinistro

do Queimado (que aluga pedalinhos para os turistas) e a companhia insistente do

Lobo e do Cordeiro (dois espanhóis que

vagabundeiam pelos bares).

Acontecimentos inesperados vêm di - fi cultar ainda mais o seu projeto, lançan-

do o jovem alemão em uma tormenta

psicológica. Além disso, as investidas no

Terceiro Reich, no qual ele joga com as

forças nazistas, pouco avançam. Até que

Udo descobre um parceiro imprevisto.

Nesta combinação de narrativa policial

e thriller psicológico, cada movimento de-

sencadeia novos avanços — e o desfecho,

como na História, está perigosamente em

aberto. Escrito em 1989, este romance pu-

blicado postumamente já apresenta, em

ebulição, as características literárias e as

obsessões que fariam do autor um fenô-

meno de crítica e público com obras semi-

nais como Detetives selvagens e 2666. Roberto Bolaño nasceu em 1953, no

Chile, e é considerado um dos grandes no-

mes da literatura latino-americana con - temporânea. Passou a adolescência no

México e voltou ao seu país pouco an-

tes do golpe que depôs Salvador Allende.

Conseguiu se exilar e começou a publicar

na Espanha, quando já tinha quarenta anos. Morreu de insuficiência hepática

em Barcelona, em 2003. De sua autoria,

a Companhia das Letras lançou 2666,

Amuleto, Os detetives selvagens, Estrela distante, Noturno do Chile, A pista de gelo

e Putas assassinas.

romanceTradução: eduardo BrandãoCapa: warrakloureiro344 pp. 14 3 21 cmTiragem: 5000 ex.r$ 45,00Previsão de lançamento: 19/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-359-1785-7

“Estes dias de férias também serão

dias de trabalho. Vou pedir a Frau Else

uma mesa maior, ou duas mesas pe-

quenas, para montar os tabuleiros. Só

de pensar nas possibilidades que mi-

nha nova abertura proporciona e nos

diferentes desenvolvimentos alterna-

tivos que podem se seguir me dá von-

tade de montar o jogo agora mesmo

e tratar de verificá-los. Mas não vou

fazer isso. Só tenho corda para escre-

ver mais um pouco; a viagem foi longa

e ontem mal dormi, em parte porque

era a primeira vez que Ingeborg e eu

passaríamos férias juntos e em parte

porque eu voltaria a pisar no Del Mar

depois de dez anos de ausência”.

Viagens de Gulliver,

a obra-prima de

Jonathan Swift,

em janeiro nos

cinemas, em versão

3D, estrelada por

Jack Black

Page 2: Destaques de Janeiro da Cia das Letras 2011

LANÇAMENTOS janeiro 2011 2

aMÉriCoo homem que deu seu nome ao continenteFelipe Fernández-Armesto

o TriUnFo Da MÚSiCaa ascensão dos compositores, dos músicos e de sua arteTim Blanning

Felipe Fernández-Armesto, um dos mais destacados especialistas na história dos grandes descobrimentos, investiga, em américo, a misteriosa e controversa vida do cosmógrafo e navegador que batizou o Novo Mundo

Transitando livremente entre fronteiras estéticas, geográficas e temporais, o especialista em história cultural Tim Blanning analisa os fatores históricos que tornaram a música a mais bem-sucedida e influente forma artística da atualidade

História/ biografiaTradução: Luciano Vieira MachadoCapa: Mariana newlands312 pp. (estimadas)14 3 21 cmTiragem: 3000 ex.r$ 49,00Previsão de lançamento: 21/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-359-1789-5

Música/ históriaTradução: ivo KotytovskiCapa: Mariana newlands424 pp. (estimadas)16 3 23 cmTiragem: 3000 ex.r$ 56,00Previsão de lançamento: 26/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-359-1784-0

Américo Vespúcio (1454-1512), pro-tagonista dos descobrimentos dos sé-

culos xv e xvi, é também um dos mais complexos e enigmáticos personagens

dessa história. A despeito da magnitude

de suas realizações como cosmógrafo e

navegador — exagerada, segundo alguns,

por um sagaz instinto de autopromo - ção —, os documentos de sua trajetória

são surpreendentemente escassos. Abun-

dam versões apócrifas de cartas e manus-critos, fato que tem contribuído para a

mitologia criada em torno do florentino.

Américo, de Felipe Fernández-Armes-

to, autor de Desbravadores, é a primeira

biografia abrangente do navegador — rea - lizada com base em uma pesquisa qua-

se enciclopédica sobre Vespúcio —, e se

propõe a questionar as falácias dos anti-

Abalando as concepções até então vi-

gentes sobre virtuosismo musical, Franz

Liszt (1811-86) deixava multidões de admi-

radoras por onde passava, numa prefigura-

ção da meteórica carreira de ídolos popu-

lares do século seguinte, como Elvis Presley

e os Beatles. Após ser banido da Alemanha

por atividades subversivas, Richard Wag-

ner (1813-83), inventor da revolucionária

“obra de arte total”, tornou-se objeto da

veneração e dos favores de reis, ditadores

e magnatas. Com o advento da reprodução mecânica — e, em seguida, eletrônica —

do som, a música conquistaria espaços ja-

mais sonhados por compositores e instru-

mentistas. Esses profissionais, apenas dois

séculos antes, eram em geral tratados como

serviçais subalternos e, atualmente — basta

citar Bono Vox, do U2 —, tornaram-se ca-

gos relatos exageradamente laudatórios

ou deletérios sobre o cosmógrafo.Com grande fluência literária e boas

doses de humor (proporcionadas pelas peripécias desse homem que foi um

“mago na juventude e um cafetão na ma-

turidade”), Américo explica como o do-mínio dos preceitos retóricos dos mestres

da Antiguidade, um interesse profundo

pela magia e um notável senso de oportu-

nidade contribuíram para que Vespúcio

superasse entre seus contemporâneos a fama do rival pioneiro, o genovês Cristó-

vão Colombo, e entrasse para a posterida-

de como o topônimo do Novo Mundo.

Felipe Fernández-Armesto (Londres, 1950) foi professor de história nas uni-

versidades de Londres e Oxford e leciona

desde 2005 na Universidade Tufts.

pazes de até mesmo influenciar os debates

sobre a crise econômica e a paz mundial.

Percorrendo os desenvolvimentos po-

líticos e sociais da música ao longo da his-

tória, Tim Blanning explica como a sub-

missão dos músicos à tirania de patrões

representantes do clero e da nobreza deu

lugar ao prestígio e à fortuna atualmen-

te desfrutados pelas estrelas do rock – e

também da música clássica, como alguns

maestros e cantores.

Tim Blanning nasceu no Reino Unido, em 1942. Foi professor de história mo-

derna na Universidade de Cambridge até

2009, quando se aposentou. Atualmente

é professor convidado do Sidney Sussex

College. Publicou diversos livros sobre

história política e cultural, com foco nos

séculos xviii e xix.

Page 3: Destaques de Janeiro da Cia das Letras 2011

LANÇAMENTOS janeiro 20113

eM riSCoPatricia Cornwell

Neste livro, a genial criadora de Kay Scarpetta nos apresenta a um novo detetive, Win Garano. Ele é designado por sua chefe, a promotora pública Monique Lamont, para uma tarefa quase impossível

A iniciativa Em Risco, coordenada

pela promotora pública Monique La-

mont, pretende reabrir e resolver casos

arquivados usando novas tecnologias de

investigação. Brilhante e fria, Lamont

chama seu melhor detetive, Win Garano,

para enfrentar o primeiro e emblemático

teste do programa — encontrar o assassi-

no de uma senhora, Vivian Finlay, morta

vinte anos antes.

A tarefa logo se revela mais difícil do

que parece. Pistas falsas apontam para

uma trama de interesses que envolvem

bandidos e policiais. Com a ajuda da agente Sykes, uma de suas várias admi-

radoras, e amparado por visões premo-

nitórias de uma avó cartomante, Gara-

no precisa lidar com a delicada situação

pessoal de sua chefe, que também parece

conhecer e esconder fatos essenciais à in-

vestigação.

Para compor esse conjunto, a autora

lança mão de uma rica gama de detalhes

físicos, técnicos e psicológicos na evo-

cação tanto de cenas de ação quanto de

sutilezas das relações humanas. Como

na melhor narrativa policial, o aparente

distanciamento da prosa potencializa o

horror evidente ou sugerido de algumas

passagens, como se adjetivos não fossem

necessários para descrever os piores atos

e impulsos.

Patricia Cornwell nasceu em Miami,

em 1956, e é uma das escritoras de maior

sucesso nos Estados Unidos. Sua perso-nagem Kay Scarpetta foi premiada em

1999 com o Sherlock Award de melhor

detetive criado por um autor americano.

Os livros dessa série e o best-seller Retrato

de um assassino — Jack, o Estripador: caso

encerrado são publicados pela Compa-

nhia das Letras.

PolicialTradução: rafael MantovaniCapa: elisa v. randow152 pp. (estimadas)13 x 21 cmTiragem: 6000 ex.r$ 33,00Previsão de lançamento: 19/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-359-1790-1

MeU TiPo De GaroTaBuddhadeva Bose

Obrigados a passar uma noite de inverno na sala de espera de uma estação, quatro homens matam o tempo contando histórias de amor que viveram ou testemunharam. Por meio desses relatos, o bengali Buddhadeva Bose esboça com sutileza um painel da sociedade indiana na primeira metade do século XX

Quatro passageiros que não se co-

nhecem dividem a desconfortável sala de espera da estação de Tundla, na Índia,

enquanto esperam a ferrovia voltar ao funcionamento depois de um descarrila-

mento de trens. O grupo inclui um em-

preiteiro, um alto funcionário militar do governo, um médico de grande clientela e

um escritor melancólico.

Inspirado pela aparição de um jovem

casal de namorados, um deles sugere que

os quatro passem o tempo contando his-tórias de amor que tenham acontecido a

eles próprios ou a pessoas conhecidas.

Por meio dessas histórias, que po-

dem ser lidas quase como contos autô-nomos, o escritor bengali Buddhadeva

Bose revela de modo sutil as relações

culturais, raciais e religiosas na Índia da

primeira metade do século XX. Poucos

autores conseguem entrelaçar de modo tão fluente e aparentemente espontâneo

a observação das emoções humanas e a descrição da vida social.

Publicado originalmente em 1951,

Meu tipo de garota é um dos livros mais importantes do poeta, romancista e tra-

dutor Bose, considerado um dos grandes

escritores bengali do século passado.

Nascido em Comilla, Bengala, Bud­dhadeva Bose (1908-74) foi um dos maiores escritores bengali do século xx.

Figura central do movimento modernis-

ta de Bengala, escreveu livros de poesia,

romances, coletâneas de contos, peças de teatro e ensaios. Foi também editor e tra-

dutor de autores como Baudelaire, Höl-

derlin e Rilke.

romanceTradução: isa Mara LandoCapa: Mariana newlands144 pp. (estimadas)14 x 21 cmTiragem: 3000 ex.Preço a definir Previsão de lançamento: 26/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-359-1791-8

Page 4: Destaques de Janeiro da Cia das Letras 2011

LANÇAMENTOS janeiro 2011 4

CrÔniCa De UMa naMoraDa Zélia Gattai

SUorJorge Amado/ Posfácio de Luiz Gustavo Freitas Rossi

Em seu único romance, Zélia Gattai revive a passagem da infância para a adolescência ao narrar o processo de amadurecimento de uma menina na São Paulo da década de 1950

O terceiro romance de Jorge Amado demonstra a maturidade precoce do escritor baiano ao narrar o microcosmo de um cortiço no Pelourinho no começo dos anos 1930

romanceCapa: rita da Costa aguiar272 pp. (estimadas)14 3 21 cmTiragem: 3000 ex.r$ 44,00Previsão de lançamento: 27/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-359-1793-2

romanceCapa: Kiko Farkas e Mateus Valadares/ Máquina estúdio152 pp. (estimadas) + 8 pp. (cad. de fotos)14 3 21 cmTiragem: 3000 ex.r$ 38,00Previsão de lançamento: 28/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-359-1792-5

O romance de Zélia Gattai acompanha

as dores e descobertas da menina Geane,

que precisa a enfrentar a morte da mãe

e conviver com uma madrasta ao mesmo

tempo que experimenta transformações

físicas e o despertar da sexualidade. São temas simples que, nas mãos de

Zélia, se transformam num relato de for-

mação minucioso. Sem moldes e sem

fórmulas, a menina se faz a cada pequeno

golpe que a realidade lhe aplica. As pai-xões súbitas que atordoam suas relações

com os meninos; a força das palavras,

que pode estar nas linhas precárias de um

telegrama; as lembranças infantis das fé-rias, do Natal, das conversas com os mais

velhos, que ajudam a temperar a agitação

das mudanças.

É nas pequenas alegrias — bailes de adolescentes, programas de calouros e o

Um casarão do Pelourinho transfor-

mado em cortiço, com suas dezenas de

moradores pobres e marginalizados, é o

ambiente de Suor, publicado em 1934,

quando Jorge Amado tinha 22 anos. De

modo cru, mas com sua característica

prosa envolvente e calorosa — sempre

atenta à musicalidade da fala popular —,

Jorge narra um cotidiano de miséria, falta

de higiene e ausência de perspectivas. Nos

quartos precários do cortiço, homens e

mulheres convivem com ratos e baratas e

dão vazão às pulsões mais básicas. Os diversos personagens ganham em

algum momento o primeiro plano do re-

lato. Há o mascate judeu que percorreu

o mundo e fala oito línguas, o homem

sem braços que faz propaganda de lojas,

a velha prostituta que não consegue mais

arranjar freguês, o operário anarquista

convívio com personagens fascinantes

como Ricardina, a menina pobre que de-

seja se transformar em cantora — que a

protagonista reúne forças para enfrentar

as dificuldades e se redesenhar.

Tendo como pano de fundo o início dos anos 1950 na cidade de São Paulo,

Zélia não se deixa levar nem pela ten-

tação sociológica nem por apelos da

psicologia. Ela não escreve para explicar

ou para interpretar, mas para contar uma boa história.

Zélia Gattai (1916-2008) nasceu em

São Paulo. Filha de imigrantes italianos,

que chegaram ao Brasil no fim do sécu-lo xix, casou-se com Jorge Amado em

1945. Em 2001, foi eleita para a Academia

Brasileira de Letras. É autora de livros de

memórias, três infantojuvenis e um ro-mance.

que vive com um gato, a costureira que

sonha com um casamento para a afilhada

virgem, entre outras figuras sofridas.

Jorge Amado cria ao mesmo tempo

um painel social e um estudo sutil dos

sentimentos humanos que florescem nas

situações mais adversas. Apesar da dureza

do dia a dia, o humor e a solidariedade

encontram frestas para se manifestar, e

uma crescente consciência política se es-

palha entre alguns moradores do cortiço.

Jorge Amado (1912-2001) foi um dos

grandes nomes da literatura brasileira do sé - culo xx. Eleito deputado federal pelo Parti-

do Comunista Brasileiro em 1946 e membro

da Academia Brasileira de Letras, teve seus

livros traduzidos para dezenas de idiomas.

Entre os mais conhecidos estão Capitães da

Areia, Gabriela, cravo e canela, Dona Flor e

seus dois maridos e Tieta do Agreste.

Page 5: Destaques de Janeiro da Cia das Letras 2011

LANÇAMENTOS janeiro 20115

eM DeFeSa De DeUSo que a religião realmente significaKaren Armstrong

Numa prosa ao mesmo tempo erudita e fluente, em defesa de Deus resgata e explica os fundamentos históricos e filosóficos do judaísmo, do cristianismo e do islamismo. Mais que uma vindicação da fé, Armstrong convida o leitor a uma contemplação da fragilidade do humano diante da eternidade

A trajetória de Karen Armstrong é

pautada pelo rigor acadêmico e pelas

marcantes experiências de vida. Freira

convertida, seu caminho existencial pode

ser visto como um retrato das agonias

da pós-modernidade. Tocada simulta-

neamente pelo chamado da fé e pela lu ci-

dez da ciência, a autora aborda, em qua se

todos os seus livros, a crescente dicoto-

mia entre religião e filosofia, numa ten-tativa de reconstituir historicamente os

fragmentos dispersos dos nomes de Deus.

Seu método ecoa o de Gianbattista Vico,

para quem imaginação e intuição são as

forças motrizes do movimento das épocas.

Em seu último livro, Em defesa de Deus,

Armstrong promove um vigoroso diálogo

entre religião e filosofia. A autora ressalta o

fato de que cisão entre fé e razão é recente,

e que é possível, por meio de uma refor-

mulação de conceitos, entender a religiosi-

dade como parte fundamental da solução

dos problemas da atualidade. Misto de

história e filosofia da religião, o livro co-

bre o período de 30 000 a.C. ao século xxi, dialogando com os principais pensadores do sagrado. Dos pré-socráticos, Platão

e São Tomás de Aquino a Newton, Dar-

win e Freud, Em defesa de Deus investiga

os alicerces da fé e da ciência, discutindo

as repercussões, nas estruturas sociais, das

crenças religiosas e do ateísmo.

religiãoTradução: Hildegard FeistCapa: Marcos Kotlar400 pp. (estimadas)16 3 23 cmTiragem: 4000 ex.r$ 52,00Previsão de lançamento: 28/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-359-1794-9

jerUSaLÉMUma cidade, três religiõesKaren Armstrong

Como que saída da pena de Borges ou de Calvino, Jerusalém guarda muito de fan-

tástico e imaginário em seus muros milenares. Mas a cidade toma contornos e signi-

ficados próprios aos olhos de cada uma das três principais religiões do Ocidente: o islamismo, o judaísmo e o cristianismo. E é sob o prisma dessa “geografia sagrada”

refletida de volta no mundo secular que os estudiosos tentam compreender seu sentido

mais profundo.

Num livro que abarca desde os primeiros vestígios de povoamento na região até os

nossos dias, Karen Armstrong narra toda a história de ocupações e intolerância — mas muitas vezes também de convivência pacífica — que forjou o destino da Cidade Santa,

e mostra como a aura mítica que Jerusalém adquire para judeus, cristãos e muçulmanos

desafia a busca de uma solução meramente racional para os conflitos que até hoje mar-

cam a região.

religiãoTradução: Hildegard FeistCapa: jeff Fisher632 pp. (estimadas)12,5 3 18 cmTiragem: 5000 ex.r$ 34,00Previsão de lançamento:28/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-359-1795-6

Karen Armstrong nasceu na Inglaterra e foi freira durante sete anos. Ao deixar sua ordem, em 1969, bacharelou-se em lite-

ratura em Oxford. Lecionou literatura moderna na Universidade de Londres e, atualmente, além de escritora, é destacada consultora e conferencista na área de religião comparada. Dela, a Companhia das Letras publicou Em nome de Deus, Maomé,

A escada espiral, Breve história do mito, Uma história de Deus e A grande transformação.

Page 6: Destaques de Janeiro da Cia das Letras 2011

LANÇAMENTOS janeiro 2011 6

LançaMenToS reiMPreSSõeS

Editora Schwarcz Ltda.Rua Bandeira Paulista, 702, cj. 3204532-002 — São Paulo — sp

Telefone: (11) 3707-3500Fax: (11) 3707-3501www.companhiadasletras.com.br

acompanhe-nos em

/cialetras

www.blogdacia.com.br

o TerCeiro reiCHRoberto Bolaño

o TriUnFo Da MÚSiCaTim Blanning

aMÉriCoFelipe Fernández-Armesto

eM riSCoPatricia Cornwell

MeU TiPo De GaroTaBuddhadeva Bose

SUorJorge Amado

CrÔniCa De UMa naMoraDa Zélia Gattai

eM DeFeSa De DeUSKaren Armstrong

jerUSaLÉM (BoLSo)Karen Armstrong

o CaMPo e a CiDaDe (BoLSo)Raymond Williams

DeZ MaiS HiSTÓriaS De FanTaSMaSMichael Cox

MUiTo BarULHo Por naDaAndrew Matthews

GeLo noS TrÓPiCoSCárcamO

o MaiS SenSaCionaL GUia inTerGaLÁCTiCo Do eSPaçoPor iDeiaS-BriLHanTeSCarole Stott

jUCa e oS anõeS aMareLoSJostein Gaarder

PiPiSTreLo DaS MiL CoreSZélia Gattai

PaPÉiS aVULSoSMachado de Assis

aLBerT einSTein e SeU UniVerSo inFLÁVeL Dr. Mike Goldsmith

aTraVÉS Do eSPeLHo

Jostein Gaarder

De rePenTe naS ProFUnDeZaS

Do BoSqUe

Amós Oz

SCoTT PiLGriM ConTra o MUnDo VoL. 1

Bryan Lee O’Malley

SCoTT PiLGriM ConTra o MUnDo VoL. 2

Bryan Lee O’Malley

Coração DaS TreVaS (BoLSo)

Joseph Conrad

o eVanGeLHo SeGUnDo

jeSUS CriSTo (BoLSo)

José Saramago

HiSTÓriaS exTraorDinÁriaS (BoLSo)

Edgar Allan Poe

1984

George Orwell

50 ConToS De MaCHaDo De aSSiS

Machado de Assis

BenjaMiM

Chico Buarque

einSTein

Walter Isaacson

era DoS exTreMoS

Eric Hobsbawm

reCorDaçõeS Do eSCriVão

iSaíaS CaMinHa

Lima Barreto

a BoLa e o GoLeiro

Jorge Amado

ei! TeM aLGUÉM aí?

Jostein Gaarder

MeU PriMeiro LiVro De

ConToS De FaDaS

Mary Hoffman

ViaGeM PeLo BraSiL eM 52 HiSTÓriaS

Silvana Salerno

o erro De DeSCarTeS

António R. Damásio

ForMação eConÔMiCa Do BraSiL

Celso Furtado

HiTLer

Ian Kershaw

oriGenS Do ToTaLiTariSMo

Hannah Arendt

o PoDer Da arTe

Simon Schama

a rainHa Do CaSTeLo De ar

Stieg Larsson

TenDa DoS MiLaGreS

Jorge Amado

Page 7: Destaques de Janeiro da Cia das Letras 2011

LANÇAMENTOS janeiro 20117

o CaMPo e a CiDaDena história e na literaturaRaymond WilliamsExaminando os reflexos do modo de vida rural e urbano na literatura inglesa do século Xvi até o fim do século passado — e contrastando-os com as mudanças que efetivamente ocorreram na sociedade —, o campo e a cidade é considerado a obra-prima de Raymond Williams, um dos mais finos e respeitados críticos literários ingleses do século XX

O campo e a cidade, do célebre crítico marxista Raymond Williams, é uma análise das res-

postas que a literatura e o pensamento social deram, através do tempos, a esses dois tipos de

comunidade humana frequentemente contrastados. O caso inglês é exemplar nessa discussão,

pois lá a Revolução Industrial operou muito cedo uma grande alteração nas relações entre cam-

po e cidade, com um capitalismo agrário altamente desenvolvido substituindo o campesinato

tradicional.

Para isso, o autor oferece leituras detalhadas de poemas bucólicos e antibucólicos, compa-rando-os com o desenvolvimento efetivo da sociedade rural inglesa, e examina as reações aos

centros urbanos a partir dos séculos xvi e xvii, as mudanças decisivas ocorridas na Londres

do século xviii e a nova literatura urbana dos séculos xix e xx, ou seja, as respostas seminais

de Blake e Wordsworth no romantismo e as formas do romance de Dickens à ficção científica,

passando por uma análise incontornável de James Joyce.

Raymond Williams (1921-88) foi crítico literário, ensaísta, romancista e professor de literatu-

ra nas universidades de Oxford, Cambridge e Stanford.

Crítica literária/ históriaTradução: Paulo Henriques BrittoCapa: jeff Fisher536 pp. (estimadas)12,5 3 18 cmTiragem: 5000 ex.r$ 29,50Previsão de lançamento: 28/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-359-1796-3

DeZ MaiS HiSTÓriaS De FanTaSMaSMichael Cox/ Ilustrações: Michael TicknerDez histórias de arrepiar, acompanhadas de informações e curiosidades sobre os fantasmas e tudo o que lhes diz respeito, ilustradas com tiras descontraídas. Da mesma coleção de Dez mais horripilantes contos de fadas, Dez mais lendas do rei artur e Dez mais histórias de terror

As pessoas vêm discutindo e especu-

lando sobre a existência dos fantasmas desde tempos imemoriais. Com o passar

dos anos, todos os tipos de especialistas e investigadores conduziram inúmeras pes-

quisas e testes científicos a fim de tentar

descobrir a verdade sobre essas assombra-ções misteriosas, mas até hoje não encon-

traram um só indício que comprove ou re-

fute a sua existência com 100% de certeza.

É isso que torna a leitura ou a narra-

ção das histórias de fantasmas tão diverti-da: você fica o tempo todo pensando que

aquilo bem que poderia ter acontecido —

especialmente quando as páginas do seu

livro começarem a virar sozinhas...É também por isso que os autores de

grandes histórias de fantasmas se diver-

tem tanto ao criá-las: provavelmente gos-

tam de sentir eles mesmos pavor da in-

certeza. Neste livro, há dez das melhores histórias de abantesmas e espectros, algu-

mas engraçadas, outras tristes e muitas realmente assustadoras, como “O escri-

tor-fantasma”, de Arthur Conan Doyle, e

“O Horla”, de Guy de Maupassant.Entre cada narrativa, seções de fatos

interessantes explicam, por exemplo,

por que algumas pessoas acabam viran-

do fantasmas e outras não; dão dicas de

como caçar fantasmas; mostram a dife-rença entre gremlins e espíritos malig-

nos; e apresentam detalhes sobre as fan-

tasmagóricas reuniões conhecidas como

sessões espíritas. Ao final, aqueles que se sentirem aterrorizantemente criativos

são convidados a escrever a sua própria

história de fantasmas.

Tradução: ricardo Gouveia224 pp. (estimadas)13 3 20 cmTiragem: 3000 ex.r$ 29,50Previsão de lançamento: 28/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-359-1783-3

Page 8: Destaques de Janeiro da Cia das Letras 2011

LANÇAMENTOS janeiro 2011 8

o MaiS SenSaCionaL GUia inTerGaLÁCTiCo Do eSPaço Por iDeiaS-BriLHanTeSCarole Stott/ Ilustrações: Ralph Lazar e Lisa Swerling

Tudo começou com uma explosão,

a mais dramática de todos os tempos. A

partir desse extraordinário momento, que

chamamos de big bang, nosso Universo foi criado, e a imensidão vazia do espaço foi

povoada por bilhões de galáxias, trilhões

de estrelas e sabe-se lá quantos planetas.

Neste livro, além de conhecer um pou-co mais sobre essa história, o leitor irá des-

cobrir outros mistérios do Universo — de

que são feitos as estrelas e os planetas, os

requisitos para se tornar um astronauta, os

veículos de exploração do espaço... E, para

acompanhá-lo nessa instrutiva viagem, os

Ideias-Brilhantes, pessoas pequenininhas de grandes ideias, passeiam pelas páginas

ensinando e fazendo comentários curiosos.

Da mesma coleção de O mais sensa-

cional atlas do mundo todo e Como funcio-na o incrível corpo humano.

Com este livro você vai voar a mil pelo sistema solar, experimentar a vida numa estação espacial, descobrir que é feito de matéria estelar, e muito mais. Não perca um átomo dessa história!

Tradução: augusto Pacheco Calil64 pp. 25,2 3 30 cmTiragem: 5000 ex.r$ 42,00Previsão de lançamento: 26/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-7406-441-3

Tradução: Érico assis72 pp. 14 3 21 cmTiragem: 3000 ex.r$ 18,00Previsão de lançamento: 21/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-7406-464-2

Nesta adaptação em prosa de uma

das mais famosas comédias de Shakes-

peare, dois casais estão às voltas com

as confusões em que seus corações lhes

metem: Cláudio ama Hero mas desiste

de se casar com a moça por acreditar,

erroneamente, que ela é infiel; Benedi-

to e Beatriz precisam ser vítimas de uma

complicada tramoia para perceber que

estão perdidamente apaixonados um

MUiTo BarULHo Por naDaColeção Histórias de ShakespeareAndrew Matthews/ Ilustrações: Tony RossCheia de reviravoltas, reveses e truques, esta comédia mostra como é fácil nos levar a acreditar que uma mentira é verdade e uma verdade é mentira

pelo outro. Felizmente, no final tudo

fica bem.

Esta edição ainda inclui um prefácio

de Ernani Ssó e dois posfácios: um sobre a

origem da história e como Shakespeare se

apropriou dela; e outro que trata das dú-

vidas em torno da identidade do grande

dramaturgo inglês. Na mesma coleção, de

adaptações juvenis das peças de Shakes-

peare, foi publicado Romeu e Julieta.

GeLo noS TrÓPiCoSCárcamO

A dinâmica entre as crianças nem

sempre é permeada de sentimentos fra-

ternos. Brigas quase sempre fazem parte

das brincadeiras, e a competição, então,

nem se fala. Conquistar uma nova ami-

zade também pode ser motivo para des-

pertar a mais impiedosa das emoções, o

ciúme. O medo de perder a atenção dos

amigos, e até mesmo a sua amizade, é ca-paz de transformar gentileza em hostili-

dade, brincadeira em disputa.

Os personagens deste livro, que con-

ta uma história somente com imagens,

também não escapam disso. Um pinguim

boia em um pedaço de gelo e, contra a

própria vontade, acaba chegando a uma

ilha tropical, onde vivem um jacaré, uma

capivara e um tamanduá. Competindo

pela atenção do forasteiro e também pelo

pedaço de gelo, os três companheiros acabam tendo uma lição sobre o valor da

amizade.

Artista premiado, CárcamO conta, apenas com o traço, a história de três bichos que vivem numa ilha e um dia recebem a visita de um quarto, que veio do frio para bagunçar o coreto

Livro-imagem48 pp. 19 3 27 cmTiragem: 3000 ex.r$ 36,00Previsão de lançamento: a definiriSBn e código de barras: 978-85-7406-460-4

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LANÇAMENTOS janeiro 20119

jUCa e oS anõeS aMareLoSJostein Gaarder/ Ilustrações: Jean-Claude R. Alphen

“Cuidado com o perigo amarelo!” Foi

o que Juca encontrou escrito no lado de

dentro da casca de uma banana que ele

pegara fechada e intacta na gôndola de

frutas no supermercado. E mais um de-

talhe: não havia ninguém lá, nem na rua,

nem na casa dele. Tudo estava muito es-

quisito.

E fica ainda mais inusitado quando o menino encontra um anão amarelo que

joga um dado sem parar, só tira seis e fica

repetindo: “Mas que droga! Então eles

não vão fugir. Então nós não podemos

deixá-los ir embora”. Nada daquilo faz

sentido no primeiro momento, até Juca

descobrir que, por trás daquelas criaturi-

nhas, há um plano perigoso: apaixonados

por nossas bananas, seres extraterrestres

64 pp.15,5 3 22,5 cmTiragem: 3000 ex.r$ 34,00Previsão de lançamento: a definiriSBn e código de barras: 978-85-7406-419-2

Pipistrelo é um bicho muito curioso

que foi achado no meio do mato, nos

confins do Pantanal, nadando em uma lagoa azul. Infelizmente, eram três os ca-

çadores ali à espreita e eles não perderam

a chance de capturá-lo e levá-lo para a cidade, onde organizaram um leilão para

tirar o melhor proveito possível de sua

caça mais preciosa.

Parecido com um dragão dos contos

de fadas, Pipistrelo tinha asas de seda que mudavam de cor. E como não tinha voz,

expressava seus sentimentos ao mudar a

cor de suas asas. Os malvados caçadores

PiPiSTreLo DaS MiL CoreSZélia Gattai/ Ilustrações: Pedro Rafael

Terceiro livro infantil de Zélia Gattai lançado pela Companhia das Letrinhas, Pipistrelo das mil cores é uma fábula em versos sobre uma criatura de asas coloridas, mais brasileiro do que muito mico-leão-dourado

pretendem ocupar a Terra, mandando

os homens para o seu planeta. Juca ficou

para trás, e, por isso, a segurança da hu-

manidade está em suas mãos.

Uma história cheia de mistérios e sur-

presas contada pelo consagrado autor no-

rueguês e ilustrada pelo franco-brasileiro

Jean-Claude R. Alphen.

Jostein Gaarder nasceu em 1952, na Noruega. Estudou filosofia, teologia e li-

teratura, e foi professor durante dez anos.

Estreou como escritor em 1986, tornan-

do-se logo um dos autores de maior

des taque em seu país. A partir de 1991,

ganhou projeção internacional com O

mundo de Sofia, já traduzido para 42 lín-

guas. Mora em Oslo, com a mulher e dois

filhos.

Ao voltar da escola, Juca descobre que está completamente só: não há ninguém em casa, nem na rua, em lugar nenhum. Há apenas um anão amarelo que lança sem parar um dado, repete frases estranhas e está por trás de um plano para ocupar o nosso planeta. E o menino é o único que pode salvar a humanidade do “perigo amarelo”

Tradução: Luiz antônio de araújo48 pp.23 3 23 cmTiragem: 5000 ex.r$ 29,00Previsão de lançamento: 17/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-7406-461-1

acabam na prisão, e o coitado do Pipis-

trelo vai parar em um zoológico do Rio

de Janeiro — afinal ele era um espécime

único, e precisava ser estudado.

Com as asas roxas de tristeza, Pipis-trelo não quer mais comer. Até que um

grupo de crianças, todas da mesma classe,

vai fazer um passeio no zoológico e con-

segue se aproximar do dragão. E os nos-sos heróis conseguem mais: eles conven-

cem Pipistrelo a comer e se arriscam para

conseguir soltá-lo. Pipistrelo vai embora

voando, exibindo em suas asas as cores da bandeira do Brasil.

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LANÇAMENTOS janeiro 2011 10

PaPÉiS aVULSoSMachado de Assis

Com Papéis avulsos, o selo Penguin-Companhia das Letras revisita alguns dos momentos mais significativos dos contos de Machado de Assis. Prefácio de John Gledson e notas de Hélio Guimarães

Papéis avulsos, primeiro livro de con-

tos publicado por Machado de Assis

(1839-1908) após o lançamento de Memó-

rias póstumas de Brás Cubas (1881), é in-

tegralmente composto por momentos an-

tológicos da ficção curta brasileira. De “O

alienista”, um dos mais famosos contos do

autor, a “O espelho”, cujo enredo psicoló-

gico tem fascinado sucessivas gerações de

leitores e escritores (inclusive Guimarães

Rosa, que escreveu um conto homônimo

como “resposta”), este livro concentra alguns dos melhores personagens e situa-

ções do criador de Dom Casmurro.

Com introdução de John Gledson e

notas de Hélio Guimarães, esta edição

dispõe os contos de acordo com a data

original de publicação, indicada por Ma-

chado na primeira edição do livro (1882).

Segundo Gledson, embora a unidade das

histórias não seja à primeira vista eviden-

te, com textos tão dissimilares como “A

chinela turca” e “A sereníssima repúbli-

ca”, as histórias se entrelaçam do ponto

de vista histórico, em que o Rio de Janei-

ro escravista e semibucólico de meados

do século xix é observado por um de seus

cronistas mais ferinos e perspicazes.

Considerado o maior escritor brasi-

leiro de todos os tempos, Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 1839.

É autor de Dom Casmurro, Quincas Borba

e Memórias póstumas de Brás Cubas, entre

outros romances. Escreveu contos e crôni-

cas e foi um dos fundadores da Academia

Brasileira de Letras. Morreu em 1909.

ContosCapa: raul Loureiro, Claudia WarrakPrefácio: john Gledsonnotas: Hélio Guimarães268 pp. (estimadas)13 3 20 cmTiragem: 5000 ex.r$ 25,00Previsão de lançamento: 28/01/2011iSBn e código de barras: 978-85-63560-14-8

Caixa Penguin-Companhia

Recordações do escrivão Isaías Caminha — Lima BarretoEssencial Jorge Amado — Org. Alberto da Costa e SilvaEssencial Joaquim Nabuco — Org. Evaldo Cabral de MelloO Brasil holandês — Evaldo Cabral de Mello

Outros lançamentos da Penguin-Companhia das Letras

“D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte, não lhe deu filhos robus-tos nem mofinos. A índole natural da ciência é a longanimidade; o nosso médico esperou três anos, depois quatro, depois cinco. Ao cabo desse tempo fez um estudo profundo da matéria, releu todos os escritores árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviou consultas às universidades italianas e alemãs, e acabou por acon-selhar à mulher um regime alimentício especial. A ilustre dama, nutrida exclusi-vamente com a bela carne de porco de Itaguaí, não atendeu às admoestações do esposo; e à sua resistência, — explicável, mas inqualificável, — devemos a total extinção da dinastia dos Bacamartes.”

Trecho de “O alienista”