design, religiÃo e segmentaÇÃo · de bons projetos para o público religioso, possibilitando,...
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Universidade Federal de Pernambuco
Carlos Eugênio Teixeira Lima
Caruaru, 2010
DESIGN, RELIGIÃO E SEGMENTAÇÃO: desenvolvimento de uma revista para adolescentes femininas evangélicas de 13 a 19 anos.
Carlos Eugênio Teixeira Lima
Caruaru, 2010
Design, Religião e Segmentação:
desenvolvimento de uma revista para adolescentes femininas evangélicas de 13 a 19 anos.
Monografia apresentada junto ao Curso de Design
da Universidade Federal de Pernambuco, Centro
Acadêmico do Agreste, como pré-requisito para a
obtenção do título de Bacharel em design, sob a
orientação da Professora Sophia Costa.
Lima, Carlos Eugênio Teixeira
Design, religião e segmentação: desenvolvimento de uma revista para adolescentes femininas evangélicas de 13 a 19 anos. / Carlos Eugênio Teixeira Lima. – Caruaru: O autor, 2010.
94 f. : il. Trabalho de Conclusão de Curso (monografia) –
Universidade Federal de Pernambuco. CAA. Design, 2010.
Inclui bibliografia.
1. Revista. 2. Evangélicos. 3. Adolescentes. 4. Segmentação. 5. Design editorial. I. Título. II. Costa, Sophia. 74 CDU (2. ed.) UFPE 740 CDD (22.ed.) CAA2010-23
Profª. Sophia de Oliveira Costa e Silva
Profª Maria Teresa Lopes
Profª. Marcela Fernanda de Carvalho Galvão F. Bezerra
Dedico este trabalho a minha mãe Flávia, pelo
apoio, incentivo e por sempre ter acreditado no meu
sucesso. E a minha avó Cleide pelo amor e apoio.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me sustentado e me amado. Por que dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas,
e cada momento da minha existência. Sem Ele eu não estaria aqui.
Aos meus tios e primos, pelo amor e confiança.
Aos meus irmãos, por estarem comigo me apoiando.
A minha avó, pelo cuidado, carinho e amor incomparável.
A minha mãe, por ser quem é e por me amar com todas as forças. E ter investido em mim.
A minha amada Jéssica, pela paciência e compreensão nos momentos em que estive ausente
durante a elaboração desta pesquisa.
Aos amigos de faculdade, que tornaram esses anos mais prazeirosos. Em especial a Nathália e
Clarice pelo companherismo.
Aos amigos da condução, pela companhia, conversas e terem tornado cada viagem inesquecível.
Aos meus amigos da igreja, César, Naara, Gabí, Dênis, Zé, Jaminho e Isabela, pelo incentivo.
A Sophia Costa, pela orientação.
A todos os meus chefes, que me ensinaram e acreditaram no meu trabalho, principalmente
Damião e Fafá da Corisco design e Hime Navarro da Ágora comunicação.
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo o desenvolvimento de uma revista para adolescentes
femininas evangélicas de 13 a 19 anos. A partir daí se faz necessário o conhecimento do
mercado de revistas, do universo evangélico e adolescente e de conceitos do design editorial.
Assim, o projeto gráfico da revista denominada Fiel é o produto final deste trabalho e
permitirá a apreciação e entendimento de como o design pode ser aplicado na elaboração
de bons projetos para o público religioso, possibilitando, também, perceber a importância da
segmentação no mercado editoral de revistas evangélicas.
Palavras-chave: Revista, evangélicos, adolescentes, segmentação e design editorial.
ABSTRACT
This research aims to develop an evangelical magazine for female adolescents 13-19 years.
From this, is necessary the knowledge of the market for magazines, the evangelical universe and
teenager and editorial design concepts. Thus, the graphic design of magazine called Fiel is the
end product of this research and allow the appreciation and understanding of how design can
be applied in the preparation of good projects for the religious public, offering, too, realize the
importance of market segmentation editorial of Christian magazines.
Keywords: Magazine, evangelical, teenagers, segmentation and editorial design.
SUMÁRIO
Introdução..................................................................................................................................................................................13
Metodologia..............................................................................................................................................................................16
PRIMEIRA PARTE
CAPÍTULO 1
A Revista e o Leitor: conceitos e história desse mercado.......................................................18
1.1 | Um pouco de história.........................................................................................................................................20
1.2 | A Revista no Brasil.................................................................................................................................................22
1.3 | Segmentação............................................................................................................................................................26
1.4 | Só para elas: revistas femininas brasileiras..............................................................................................27
1.5 | Quase mulheres: revistas para garotas.......................................................................................................28
CAPÍTULO 2
Os Evangélicos: a crença e o estilo de vida protestante.........................................................31
2.1 | A Reforma: onde tudo começou.....................................................................................................................34
2.2 | Adolescentes evangélicos: conhecendo melhor o público alvo....................................................36
2.2.1 | Conduta dos adolescentes evangélicos no Brasil.......................................................................38
2.3 | Realidade atual dos evangélicos no Brasil................................................................................................39
CAPÍTULO 3
Design Editorial: conceitos gerais e sua aplicação em revistas............................................41
3.1 | A estrutura de uma revista.................................................................................................................................43
3.2 | Tipografia....................................................................................................................................................................44
3.3 | Grid, grade ou malha construtiva...................................................................................................................48
3.4 | Imagens.......................................................................................................................................................................51
SEGUNDA PARTE
CAPÍTULO 4
Análises: conhecendo outras revistas.........................................................................................55
4.1 | Amostragem..............................................................................................................................................................56
4.2 | Resultado das análises........................................................................................................................................58
4.3 | Definindo diretrizes com base nas análises.............................................................................................62
CAPÍTULO 5
A Revista............................................................................................................................................65
5.1 | O Conceito.................................................................................................................................................................66
5.2 | O Projeto Gráfico....................................................................................................................................................68
5.2.1 | Padrão Tipográfico......................................................................................................................................70
5.2.2 | Padrão Cromático........................................................................................................................................72
5.2.3 | Páginas Internas...........................................................................................................................................72
5.2.4 | Imagens.............................................................................................................................................................76
5.2.5 | Capa....................................................................................................................................................................77
5.2.6 | Formato e dimenções................................................................................................................................78
5.2.7 | Impressão e acabamentos.......................................................................................................................78
5.3 | O Resultado FInal...................................................................................................................................................79
Considerações Finais............................................................................................................................................................92
Referências Bibliográficas................................................................................................................................................94
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: capa da primeira edição de O Cruzeiro.....................................................................................................23
Figura 2: capa de Manchete, edição histórica de 1960......................................................................................24
Figura 3: capa da revista Realiade de novembro de 1966................................................................................24
Figura 4: capa de uma das edições de Senhor.......................................................................................................25
Figura 5: capa da revista Veja da década de 1960................................................................................................25
Figura 6: capa da revista Pop de julho de 1974......................................................................................................29
Figura 7: Exemplo de grid retangular. ..........................................................................................................................50
Figura 8: Exemplo de grid de colunas...........................................................................................................................50
Figura 9: Exemplo de grid modular.................................................................................................................................51
Figura 10: Exemplo de grid hierárquico.......................................................................................................................51
Figura 11: Capas das edições analisadas da Capricho..........................................................................................57
Figura 12: Capas das edições analisadas da Todateen.........................................................................................57
Figura 13: Capas das edições analisadas da Atrevida...........................................................................................57
Figura 14: Tipografias utilizadas na Capricho...........................................................................................................58
Figura 15: Tipografias utilizadas na Todateen..........................................................................................................59
Figura 16: Tipografias utilizadas na Atrevida. ..........................................................................................................59
Figura 17: Logotipo Capricho. ..........................................................................................................................................61
Figura 18: Logotipo Todateen...........................................................................................................................................61
Figura 19: Logotipo Atrevida.............................................................................................................................................61
Figura 20: Quadro de referências....................................................................................................................................68
Figura 21: Geração de alternativas até o logotipo final.......................................................................................69
Figura 22: Selos de abertura das seções e seu local de aplicação................................................................69
Figura 23: Fonte Aller Regular...........................................................................................................................................70
Figura 24: Fonte Aller Italic................................................................................................................................................70
Figura 25: Fonte Aller Bold.................................................................................................................................................70
Figura 26: Fonte Aller Bold Italic......................................................................................................................................71
Figura 27: Fonte Aller Ligth Regular................................................................................................................................71
Figura 28: Fonte Aller Ligth Italic......................................................................................................................................71
Figura 29: Fonte Aller Display...........................................................................................................................................71
Figura 30: Fonte Elephant Regular...................................................................................................................................71
Figura 31: Fonte Elephant Italic........................................................................................................................................71
Figura 32: Padrão Cromático.............................................................................................................................................72
Figura 33: Páginas com Grid de três e duas colunas.............................................................................................73
Figura 34: Seguindo as recomendações de White (2006).................................................................................73
Figura 35: Páginas de abertura da matéria principal. ..........................................................................................74
Figura 36: Casos dos títulos das matérias de uma página..................................................................................74
Figura 37: Páginas que utilizam o box desenvolvido............................................................................................75
Figura 38: Página do sumário. ..........................................................................................................................................75
Figura 39: Primeiras páginas da seção Estilo. ..........................................................................................................76
Figura 40: Capa da revista Fiel.........................................................................................................................................78
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INTRODUÇÃO
A “explosão econômica” após a Segunda Guerra Mundial, resultado do incentivo ao consumo
por meio das indústrias capitalistas, que precisavam se reestruturar economicamente,
transformaram os hábitos das pessoas. Antes da guerra a pouca oferta e variedade dos produtos
disponibilizados no mercado, limitavam o processo de escolha dos compradores. Atualmente,
em pleno século XXI o consumo faz parte da vida e cotidiano das pessoas.
O crescimento do hábito de consumir também fez aumentar a exigência do público por
produtos que atendam seus interesses. Kotler (1998) afirma que uma empresa normalmente
não consegue atender todos os mercados, pois eles são bastante numerosos e possuem
exigências distintas. Os diferentes hábitos, idades, gêneros, preferências e até religiões,
dificultam a existência de produtos que atendam as variadas necessedades dos consumidores.
Dessa forma, não se pode enxergar todos igualmente. A segmentação permite atender a
um grupo de consumidores com interesses similares, possibilitando uma comunicação mais
eficiente entre empresa e público consumidor.
Incentivado pela música gospel e acompanhando as transformações sociais das últimas
décadas, surge um específico tipo de consumidor, os evangélicos. O diferenciado estilo de
vida protestante, consome produtos de todos os tipos e é responsável por um dos maiores
mercados fonográficos do Brasil. Dados publicados pela revista Exame1 afirmam que o mercado
evangélico brasileiro movimenta anualmente cerca de 500 milhões de reais.
Apesar desse crescimento, o mercado de revistas no meio evangélico ainda é pouco expressivo,
comparado com o mercado em geral. Mesmo com a forte segmentação após a guerra, as
revistas evangélicas existentes são editadas para o público evangélico em geral ou em alguns
poucos casos para determinadas faixas etárias, sem diferenciação de gênero. Contrapondo essa
realidade, Ali (2009) afirma que a principal razão do insucesso de muitas revistas é a falta de
foco.
Segundo Gíglio (2005) o crescimento econômico pós-guerra facilitou a ascensão de um novo
1 edição de 16/02/2005, disponível em: http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0836/negocios/m0040785.html
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público consumidor, os adolescentes. O autor afirma que as pessoas estão adquirindo cada
vez mais cedo o hábito de consumir. Dessa forma, existem inúmeras revistas para garotas
adolescentes no mercado, mas as mesmas não atendem todas as reais necessidades de
informação, educação e entretenimento dos evangélicos. Esse segmento, como veremos mais
adiante, possui uma filosofia de vida diferenciada. Isso os define como um específico segmento
de mercado. “[...] as revistas tem a capacidade de reafirmar a identidade de grupos e interesses
específicos [...]” Scalzo (2008, p.50).
Atualmente cerca de 17% dos brasileiros entre 15 e 29 anos se identificam como evangélicos2,
em muitas igrejas eles são pelo menos metade dos fiéis. Esse crescente público adolescente
evangélico precisa de produtos que satisfaçam as suas reais necessidades e apresentem um
design adequado a sua faixa etária. As revistas destinadas aos evangélicos não expressam o
universo jovem, nem são visualmente atraentes para os adolescentes.
Segundo Leite (2003), nos últimos 50 anos as gerações tem cada vez mais se baseado em
experiências visuais. O autor destaca a importância de um bom design e afirma que um
design ruim é fator de depreciação. Dessa forma, grande parte das experiências visuais são
transmitidas através de elementos do design, que adequados ao público proporcionam um
experiência positiva e um melhor entendimento da mensagem. Uma estética adequada ao
público alvo produz um maior interesse na busca por determinida informação. “A forma precede
o conteúdo”(LEITE, 2003, p. 27).
Visto a importância da existência de revistas que atendam aos interesses de um segmento, a
precariedade de publicações para o crescente público adolescente evangélico e o visual não
adequado e desinteressante ao segmento jovem - nas revistas evangélicas existentes -, esta
monografia tem a intenção de desenvolver uma revista evangélica para garotas adolescentes
de 13 a 19 anos, sugerindo um projeto gráfico mais atrativo a este público. Também será
sugerido uma fórmula editoral e um conceito para a nova revista, que irão nortear todo o
desenvolvimento do projeto gráfico.
O público alvo deste trabalho são adolescentes femininas de 13 a 19 anos. Essas são as fases
da experimentação e do desenvolvimento da identidade, fases definidas por Blos (1994) como:
2 http://veja.abril.com.br/100908/p_134.shtml
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adolescência propriamente dita e final da adolescência.
Com base nisso, a revista evangélica para o público adolescente feminino é o nosso objeto de
estudo e desenvolver uma revista evangélica para o público adolescente feminino de 13 a 19
anos é o objetivo geral. Para isso faz-se necessário alcançar os seguintes objetivos específicos:
• Entender o mercado editorial de revistas e o estilo de vida dos evangélicos;
• Analisar outras revistas para o público adolescente;
• Com base nas análises elaborar diretrizes para o desenvolvimento da revista;
• Desenvolver o conceito e a fórmula editorial da nova revista.
O presente trabalho inicialmente apresentará um breve histórico e alguns conceitos sobre o
mercado editorial de revistas. Posteriormente abordará um conteúdo sobre os evangélicos,
apresentando a crença e o estilo de vida protestante. Também alguns conceitos sobre a fase
psicossocial da adolescência e os hábitos dos jovens evangélicos. Após isso serão abordadas
algumas definições sobre design editorial e conceitos sobre a aplicação desse conhecimento
em revistas.
Após essas abordagens a segunda parte do trabalho apresentará uma análise das principais
revistas para adolescentes femininas existêntes no mercado. Dessa forma, com base nas
análises, se dará o desenvolvimento de diretrizes que adequam os aspectos encontrados nas
publicações analisadas para os princípios evangélicos. Com essas informações se iniciará
o projeto da nova revista, que será exemplificada através de 28 páginas, distribuidas entre
seções, subseções, matérias, sumário, expediente, capa e anúncios publicitários.
Com isso, será possível apreciar a aplicação de conceitos do design gráfico em projetos para
o público religioso e observar a importância da segmentação no mercado editorial de revistas
evangélicas.
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METODOLOGIA
METODOLOGIA CIENTÍFICA
Com a finalidade de conduzir esta pesquisa, a metodologia científica utilizada é composta pelo
método de abordagem dedutivo, auxiliado pelos métodos de procedimento comparativo e
estruturalista. Juntos, esses métodos serviram para definir a forma de proceder durante toda a
pesquisa, com a finalidade de alcançar os objetivos.
O método de abordagem escolhido para esta pesquisa é o dedutivo, pois esse método propõe
a utilização de verdades e conhecimentos mais gerais para através dos mesmos se chegar a uma
situação mais particular, gerando novos conhecimentos. Assim como afirma Marconi e Lakatos
(2004, p. 91), “[...] que, partindo das teorias e leis, na maioria das vezes prediz a ocorrência dos
fenômenos particulares (conexão descendente)”.
Desse modo, a aplicação desta perspectiva de abordagem nessa pesquisa é propícia, pois
a mesma propõe a utilização de conhecimentos, neste caso o design editorial e o universo
evangélico, para se chegar a uma nova proposta particular, que é o projeto da nova revista.
Segundo Marconi e Lakatos (2004, p. 69) “no modelo dedutivo, a necessidade de explicação
não reside nas premissas, mas, ao contrário, na relação entre as premissas e a conclusão (que
acarretam)”. Este é outro fator que enquadra este projeto nesse método, pois a contribuição
do mesmo não está nem apenas, no seu resultado, nem, apenas, nas premissas, mas em suas
relações. Na utilização e relação de conhecimentos gerais (design editorial e cultura evangélica)
para se chegar ao resultado final.
Os métodos de procedimento que irão auxiliar esta pesquisa são o método comparativo e o
método estruturalista.
MÉTODO COMPARATIVO | A utilização desse método permitirá conduzir a etapa da análise deste
trabalho, que tratará do estudo de algumas das principais revistas brasileiras para o público
adolescente feminino. Conforme Marconi e Lakatos (2004, p. 92), “[...] este método realiza
comparações com a finalidade de verificar similitudes e explicar divergências”.
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Dessa forma, este método possibilitará a análise das revistas, para se estudar, nelas, os
elementos do design e reconhecer a linguagem e os aspéctos recorrentes que se apresentam
nas mesmas. As informações coletadas serviram como base para o projeto da nova revista.
MÉTODO ESTRUTURALISTA | Esse método permite a desestruturação de fenômenos concretos,
para o seu estudo e entendimento, e posteriormente a estruturação de modelos mentais
abstratos que novamente tornam-se concretos de forma condizentes com a necessidade do
cientista.
Segundo Marconi e Lakatos (2004), a utilização do método estruturalista permite não apenas
analisar os elementos em si mas a relação entre eles, pois os fatos isolados são variáveis
e apenas suas relações são constantes e permitem o verdadeiro entendimento dos seus
significados.
Desta forma esse método permitirá, na análise, a desestruturação dos elementos do design
editorial encontrados nas revistas, para serem analisados e entendidos e posteriormente serem
reestruturados em um modelo resultante dessas análises, a nova revista. Assim, é possível
compreender que partes desta macro-estrutura editorial se adéquam, e como, ao objeto de
estudo desta pesquisa.
METODOLOGIA PROJETUAL
A metodologia de design que será utilizada para conduzir o projeto da revista, possui etapas
fundamentadas em dois modelos de autores distintos. Isso permite seguir uma metodologia
mais adequada as necessidades do projeto. Os autores cujos modelos servem como base para
o presente trabalho são Fuentes (2006) e Baxter (1998). As etapas metodológicas para este
projeto são as seguintes:
• Definição do conceito e formula editorial da nova revista;
• Análise de similares;
• Definição de diretrizes, com base nas análises, para o projeto da revista;
• Geração de alternativas;
• Especificações técnicas;
• Apresentação da proposta final.
A REVISTA E O LEITORconceitos e história desse mercado
CAPÍTULO 1
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A definição e delimitação sobre o que é uma revista esbarra nas fronteiras com o jornal, de
onde se originou e com quem, no passado, se assemelhava. A palavra do inglês magazine, deriva
da palavra francesa magasin, que possui a mesma origem árabe de armazém. O termo em
português, revista, existe desde 1704 e, segundo o dicionário Le Robert (apud MARTINS, 2008,
p. 45), deriva do inglês review, quando Daniel Defoe, o autor de Robinson Crusoé, lançou em
Londres A Weekly Review of the Affairs of France.
O conceito de revista é definido por Nascimento (2002) como sendo publicações periódicas,
diferentes do jornal pelo seu tratamento visual e textual, possuem mais liberdade na
diagramação e geralmente publicam fatos já veiculados por outros meios de comunicação,
mas de forma mais analítica e explicativa. A Associação dos Desgners Gráficos (ADG), define
revista como:
Publicação periódica que trata de vários assuntos ou se dedica a uma área específica de
estudo. Produzida habitualmente em brochura, pode ter formato e acabamento bastante
variáveis, sendo impressa em p&b ou a cores, sem número de paginas limitado (ABC
da ADG, 1998, p. 95).
É possível perceber a ênfase de cada uma dessas definições, uma é feita numa perspectiva mais
jornalística, enquanto a outra, em uma perspectiva do design gráfico, a qual abarca inclusive
aspectos de formato e cores. O que é claramente demonstrado em ambas as definições é a
característica periódica da revista e a liberdade existente tanto nos assuntos publicados como
em seu projeto gráfico. Segundo Rocha (apud MARTINS, 2008, p. 45) a revista aglomera vários
assuntos e permite uma leitura fragmentada, não contínua e seletiva.
As revistas são menos efêmeras que os jornais, elas se aprofundam nos assuntos. Mais que o
imediatismo e o ineditismo nas notícias, esse tipo de periódico procura, nelas, credibilidade. O
número de informações publicadas em revistas é tão grande e diversificado que através delas é
possível conhecer muito da cultura de um povo, pois nelas estão hábitos, moda e assuntos que
mobilizam esse grupo de pessoas.
Com o crescimento dos meios eletrônicos, como a internet, os leitores possuem quase que
imediato acesso as informações, sites disputam segundos para veicular notícias, muitas vezes
imprecisas e até errôneas. No entanto, as revistas já nasceram com uma vocação cultural
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voltada para o entretenimento e para a educação e não a simples transmissão de notícias.
Enquanto os jornais nascem com a marca explícita da política, do engajamento
claramente definido, as revistas vieram para o complemento da educação, no
aprofundamento de assuntos, na segmentação, no serviço utilitário que podem
oferecer aos seus leitores (SCALZO, 2008, p. 14).
A vocação das revistas está no complemento das notícias, na precisão. Se ocorre um fato que
é imediatamente veiculado pela televisão ou internet, na semana seguinte, segundo Scalzo
(2008), as revistas irão vender mais que o habitual, pois historicamente as informações
impressas possuem mais credibilidade.
Para Scalzo (2008), a revista está entre o jornal e o livro, pois além de se aprofundar no assunto,
mais que o jornal e menos que os livros, o público também assim sugere. O jornal escreve para
um público diversificado e grande, o livro para um público extremamente específico e a revista
para um grupo que possui interesses em comum. A revista une grupos, cria identidades, agrupa
pessoas que estão passando pela mesma fase da vida e assistem os mesmos programas de TV,
por isso quem define uma revista é o seu leitor.
O jornal com seu perfil de transmissão imediata de notícias, caminhou para publicação diária,
já a revista, com seu caráter mais analítico e aprofundado das informações, caminhou para a
veiculação semanal, quinzenal, mensal e outros. Martins (2008), afirma que o traço recorrente e
característico das revistas é seu caráter fragmentado e periódico, o que independente da época
e das variações geográficas permaneceu imutável, desde quando essas publicações surgiram.
O que varia ao longo do tempo são seus objetivos que estão condicionados as circunstâncias
históricas e culturais.
1.1 | UM POUCO DE HISTÓRIA
A primeira revista de que se tem conhecimento data do ano de 1663, quando é publicado
na Alemanha o Erbauliche Monaths-Unterredungen (ou Edificantes Discussões Mensais), que
tratava de teologia. A publicação tinha aparência de livro e só é considerada revista porque era
feita para um público específico e propunha sair periodicamente. A partir daí a ideia inovadora
começa a inspirar novas publicações semelhantes por todo o mundo. Na França, no ano de
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1665, surge o Journal des Savants, periódico que circulou em Paris até 1795. Na Itália, em
1668, surge o Giornali dei Litterati e em 1680 aparece na Inglaterra o Mercurius Librarius ou
Faithfull Account all Books and Pamphlets. Mas é no ano de 1731, em Londres, que é publicada a
primeira revista mais semelhante ao formato que conhecemos hoje (Ali, 2009). The Gentleman’s
Magazine, nasceu inspirada nas grandes lojas que vendiam um pouco de tudo (as magazines),
a revista reunia e apresentava vários assuntos com uma linguagem leve e agradável. Dezoito
anos depois, no ano de 1749 é lançada a Ladies Magazine, com a mesma proposta, mas para o
público feminino.
Nos Estados Unidos da América (EUA) as primeiras publicações surgem em 1741 e é no século
XVIII que as revistas começam a se popularizar e a ganhar um vasto público, que na mesma
velocidade se alfabetizava. Nesse contexto é que surge, o que segundo Scalzo (2008) é, um
dos maiores mercados de revistas do mundo, onde circulam, por ano, cerca de 6 bilhões de
exemplares.
No ano de 1842, em Londres, é iniciada a utilização de um recurso que revolucionou a
forma de diagramar revistas, a ilustração. Nesse ano é lançada a primeira revista ilustrada,
a Illustrated London News, que até hoje continua sendo editada. O modelo foi vastamente
copiado e seria aperfeiçoado no final do século XIX, com a evolução da fotografia. “A
modalidade de revista ilustrada passou a ser preferencial da população leitora [...]” (MARTINS,
2008, p. 41). A Illustrated London News também foi a primeira revista a usar a técnica da
xilografia1 na impressão das ilustrações.
No século XIX, as revistas começam a se popularizar em grande escala e a ganhar o mundo
inteiro, como afirma Martins (2008), virou e ditou moda. O avanço tecnológico das gráficas
fizeram com que as tiragens crescecem, o que atraiu um grande número de anunciantes,
permitindo assim a diminuição do preço dos exemplares, que por sua vez fizeram com que o
número de leitores aumentasse ainda mais. “Começa, então, a nascer o negócio das revistas
como conhecemos – uma parte da indústria de comunicação de massa” (SCALZO, 2008, p. 21).
No início da década de 1990, a evolução da computação possibilitou uma grande transformação
na forma de diagramar revistas. Segundo Meggs (2009), softwares de editoração eletrônica
1 técnica de impressão por meio de pranchas de madeira gravadas em relevo
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e manipulação de imagens permitiram aos designers gráficos conseguir resultados iguais
e até melhores que os anteriores, dispensando algumas etapas e numa velocidade muito
maior. Aplicativos como QuartXPress, permitia ajustes de milésimos de centímetros na
tipografia, o Photoshop a criação e manipulação de imagens. As novas tecnologias possibilitam
experimentações e a exploração das normas e elementos do design. Designers como David
Carson2 e Fred Woodward3 revolucionaram o design editoral de revistas, criando estéticas
que influenciam designers do mundo inteiro até hoje. O século XXI se inicia em meio a muitas
mudanças.
As portas do século XXI, não há mais lápis, borracha ou pincéis. A revista deixou de ser
desenhada no branco no papel e ficou de pé, virtual e profunda, na inventiva luminosa
da tela do computador. Ali tudo é possível (A REVISTA NO BRASIL, 2000, p. 136).
1.2 | A REVISTA NO BRASIL
A história da revista no Brasil está intimamente ligada a evolução econômica e industrial do
país. Junto com muitos outros produtos e serviços as revistas só chegaram ao Brasil no início do
século XIX, com a vinda da família real portuguesa, que fugia da invasão de Napoleão Bonaparte
a Portugal. Segundo Scalzo (2008), antes desse acontecimento a imprensa era proibida, por
Portugal, no Brasil.
As primeiras publicações periódicas, no Brasil, normalmente eram definidas como “ensaios” ou
“folhetos”, apesar do termo revista já existir desde 1704 (como dito no início deste capítulo). A
primeira revista aparece em 1812, As Variedades ou Ensaios de Literatura:
[...] nasceu de tão pouco – de um maço mal encadernado de folhas de papel, trinta
páginas monotonamente recortadas de texto, sem uma ilustração que fosse. Quem
chamaria aquilo de revista? [...] ao colocá-las a venda, em Salvador, no mês de janeiro de
1812, Silva Serva apresentou As Variedades ou Ensaios de Literatura como “folheto” [...] (A
REVISTA NO BRASIL, 2000, p. 16).
Saíram apenas dois números, mas foi o bastante para dar a As Variedades ou Ensaios de
Literatura o título de primeira revista brasileira. Um ano depois, em 1813, surge O Patriota,
2 Ex-surfista profissional e professor do ensino fundamental, Carson destacou-se como designer e diretor de arte das revistas Transworld Skateboarding (1983-1987), Musician (1988), Beach Culture (1989-1991), Surfer (1991-1992) e Ray Gun (1992-1996). 3 Tornou-se, em 1987, diretor de arte da Rolling Stone e mudou a “cara” da revista.
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lançada no Rio de Janeiro e propunha divulgar autores e temas brasileiros. Entre algumas das
revistas da época podemos citar: Revista da Sociedade Filomática (1833), Revista da Sociedade
Ensaios Literários (1876), Revista Brasileira (1857). Todas essas tiveram vida curta, pois sofreram
com a falta de recursos e assinantes.
Em 1860, a fotografia e a ilustração entram nas páginas das revistas brasileiras e logo
transformam a aparência das publicações. No início do século XX as revistas começam a se
reestruturar e a ganhar real definição, distanciando-se dos jornais e dos livros. No período da
chamada Belle Époque ocorre uma série de transformações científicas e tecnológicas, que se
refletiram em todas as áreas da vida das pessoas. A indústria gráfica acompanhou essa euforia,
concretizada através do lançamento de centenas de novos títulos. Nesse período surgem as
chamadas “galantes”, revistas para o público masculino que traziam assuntos como política,
piadas picantes, desenhos e fotos eróticas. Primeiro surge O Rio Nu, em 1898, mas o auge do
segmento vem com A Maçã, lançada em 1922.
No ano de 1928 nasce um dos maiores fenômenos editoriais entre os periódicos brasileiros. O
Cruzeiro circulou até 1975 e foi a pioneira em reportagem jornalística no Brasil, seu editor logo
descobriu a importância da chamada de capa. As capas de O Cruzeiro destacavam-se por suas
fotos e ilustrações que ocupavam toda a página. Segundo Scalzo (2008), na década de 1950 a
revista vendia cerca de 700 mil exemplares por semana.
Figura 1: capa da primeira edição de O Cruzeirofonte: http://jornaldesign.wordpress.com
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Em 1952 surge Manchete, uma revista que valorizava as fotografias e o aspecto gráfico, ainda
mais que O Cruzeiro. Manchete se destacava por suas reportagens históricas, como a dedicada a
inauguração de Brasília em 1960.
Em 1966 a Editora Abril lança Realidade, que circulou até 1975. A revista é considerada um
exemplo em termo de jornalismo e reportagem em revista: “[...] Realidade somou ousadia,
investigação aprofundada, texto elaborado e ensaios fotográficos antológicos. Ofereceu ao leitor
um padrão de reportagem até então desconhecido no Brasil” (A REVISTA NO BRASIL, 2000, p. 57).
Figura 2: capa de Manchete, edição histórica de 1960fonte: http://www.sebodomessias.com.br
Figura 3: capa da revista Realiade de novembro de 1966fonte: http://freakcoes.wordpress.com/
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Junto com a Bossa Nova, o Cinema Novo e a Construção de Brasília surge uma revista que seria
sinônimo de elegância e sofisticação. Senhor nasce no ano de 1959 e se torna exemplo em
design. Seu diretor de arte, Carlos Scliar, junto com sua equipe ousava no uso de fotografias,
tipografias e ilustrações, que eram feitas até com sobras de papéis borrados de tinta.
Em 1968 é lançada Veja, revista que foi inspirada na americana Time. O periódico propunha
publicar reportagens exclusivas, mas teve seu trabalho ameaçado pela ditadura militar. Veja
teve tiragens inteiras recolhidas, mas mesmo assim sobreviveu e hoje é a revista mais vendida
do Brasil4 .
4 http://www.aner.org.br/conteudo/1/artigo42424-1.asp
Figura 4: capa de uma das ediçãoes de Senhorfonte: http://www.digestivocultural.com/
Figura 5: capa da revista Veja da década de 1960fonte: http://www.criativecom.com.br/blogar/
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Depois dessas vieram inúmeras outras revistas, umas acabaram, outras permanecem e outras
continuam sendo lançadas. Um ciclo que caracteriza a trajetória e o mercado de revistas no
Brasil até hoje.
1.3 | SEGMENTAÇÃO
Segundo Mira (1997), o meio revista já é segmentado por si. É possível perceber que a
segmentação faz parte da essência do próprio veículo, pois com a sua vocação de complemento
da educação e entretenimento, a necessidade de focar em um público é essencial. Com isso,
antes mesmo desse fenômeno ocorrer no mercado como um todo ele já existia nas revistas,
sendo uma de suas principais características.
A segmentação surge como estratégia, quando após a II Guerra Mundial as empresas precisavam
mudar o quadro em que se encontravam, devido a queda na venda de seus produtos. O
fenômeno consiste no deslocamento do enfoque do produto para o chamado “público alvo”
(CHAIA e SILVA, 2004, p. 248).
Buitoni (1990) afirma que o conceito e entendimento de público é formado no século XX. O
processo de segmentação no Brasil é acelerado a partir do início da década de 1980 e acontece
nas mídias de maneira geral. No rádio, as emissoras começam a se especializar em públicos
específicos, na televisão novos canais são criados (principalmente com o início dos canais
pagos), os jornais criam novos cadernos especializados e nas revistas esse processo, que já faz
parte da essência do próprio veículo, fica mais forte. Segundo dados do Instituto Verificador
de Circulação (IVC) (NASCIMENTO, 2002, p. 19). Considera-se hoje, no Brasil, pelo menos vinte
gêneros na classificação dos principais títulos em circulação: interesse geral/ informação/
atualidades, interesse geral/ ciência, interesse geral/ leitura, interesse geral/ negócios, interesse
geral/ turismo, feminina/ comportamento/ beleza, feminina/ jovem, feminina/ moda/ trabalhos
manuais, feminina/ puericultura, feminina/ culinária, feminina/ saúde, masculina, esporte/
automobilismo, arquitetura; decoração, astrologia, cinema/ música/ TV, construção, infanto-
juvenil/ games, informática, entre outros. O que é possível perceber é que atualmente está
ocorrendo o fenômeno, definido por Scalzo (2008) como “segmentação da segmentação”. A
autora exemplifica da seguinte forma: “[...] partindo do público de pais de crianças, é possível
fazer revistas para pais, para mães, para mães de bebês, para mães de bebês gêmeos, para mães de
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bebês gêmeos que moram em São Paulo...” (Id, 2008, p. 49).
O mercado de periódicos vem crescendo a cada dia, todos os anos são lançados centenas de
novos títulos, alguns permanecem, mas a maioria não passa dos primeiros números. Segundo a
Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner)5, até o ano de 2008 eram 3.915 títulos em
circulação no Brasil.
1.4 | SÓ PARA ELAS: REVISTAS FEMININAS BRASILEIRAS
As revistas femininas existem desde o início da história desse tipo de publicação, antes mesmo
da “febre” da segmentação. Na época eram escritas por homens, em seu conteúdo era possível
encontrar novidades trazidas da Europa, culinária, moda, decoração, literatura e belas-artes. A
primeira revista feminina do Brasil foi O Espelho Diamantino, lançada em 1827, numa época
em que a maioria da população feminina não sabia ler. Para se ter uma idéia” [...] dos 4 milhões
de brasileiras contabilizadas na década de 1870, apenas 550 mil - menos de 14% - Estavam
alfabetizadas” (A REVISTA NO BRASIL , 2000, p. 157).
Os periódicos femininos permaneceram sem praticamente alterações pelo menos até a primeira
metade do século XX, apenas após a II Guerra Mundial, elas, iniciam sua rápida evolução e na
década de 1970 com a popularização das pílulas anticoncepcionais, a liberação sexual, e a
entrada efetiva da mulher no mercado de trabalho, começam a ser lançados títulos condizentes
com essa nova realidade da mulher.
Segundo Buitoni (1990, p. 17) “a imprensa feminina elegeu a revista como seu veículo por
excelência”. As publicações femininas caracterizam-se por trabalharem sempre com a novidade,
são os mesmos assuntos, moda, beleza, decoração, saúde, tratados de formas diferentes. A
moda impulsiona a imprensa feminina e muitos dos assuntos nela tratados são determinados
em função do mercado e tendências desse sistema. A notícia em si não é o foco das publicações
femininas, quando aparecem servem apenas como pretexto para outros assuntos (id, 1990). A
própria linguagem das revistas femininas é diferenciada, com um texto amigável e explicativo o
jornalista conversa com a leitora, trazendo uma sensação de proximidade entre eles, chegando
a tratá-la de “você”.
5 http://www.aner.org./conteudo/noticias/revistas-e-alta-para-o-consumidor-145732-1.asp
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Outro aspecto encontrado de forma marcante na imprensa feminina é a segmentação dentro
do seu próprio “universo”. Existem revistas para mulheres que querem emagrecer, mulheres
interessadas em moda, para aquelas donas de casa e inúmeros outros assuntos.
Segundo Scalzo (2008), atualmente, em termo de revistas, o segmento feminino representa
a maior fatia desse mercado. Com a evolução do mercado de moda, indústria de cosméticos
e o crescimento da publicidade, as revistas femininas passaram a ser essenciais para o
mercado dos países e para uma eficiente divulgação de muitos produtos. Centenas de títulos
são lançados todos os anos e só para se ter uma idéia da grandeza desse mercado, dados da
Associação Nacional dos Editores de Revistas6 (Aner) mostram que o segmento feminino de
revistas possui o terceiro maior faturamento com publicidade no Brasil, ficando atrás apenas
dos gêneros Semanais de Informação e Interesse gerais, respectivamente.
1.5 | QUASE MULHERES: REVISTAS PARA GAROTAS
A partir do século XX as discussões sobre a adolescência começam a ganhar força, mas, segundo
Passerini (apud MIRA, 1997, p. 237), é após a II Guerra Mundial que a adolescência é entendida
realmente como fase e período de desenvolvimento e transição psicossocial. No ano de
1945 é publicado no The New York Times um artigo no qual Eliot Cohen usa o termo teenager
(adolescente) como linguagem corrente. Em pleno processo de transformação social, o período
pós-guerra, a juventude emerge como categoria e logo é associada a rebeldia e delinqüência.
Após a II Guerra o mercado precisava se ”aquecer” e a economia dos países se reestruturar,
então as empresas buscaram estratégias para criar nas pessoas a necessidade de consumir e a
gerar demandas que alimentassem os lucros das indústrias capitalistas. Segundo Mira (1997),
pessoas jovens são mais suscetíveis a mudanças, por ser uma fase tida como a de definição de
identidade, isso faz surgir um forte e novo segmento no mercado, que precisava ser atendido
com produtos e serviços específicos para sua faixa etária, os adolescentes. É a “geração baby
boom”7 , a primeira a receber mesada e a deter o poder de compra. Dessa forma surge um forte
mercado para as gravadoras, chiclets, roupas, acessórios, cosméticos, Coca-cola e as revistas.
6 http://www.aner.org./conteudo/noticias/revistas-e-alta-para-o-consumidor-145732-1.asp7 Geração que nasceu na década da Segunda Guerra Mundial. Tiveram um papel importante na economia mundial devido ao seu consumo numa época em que a mesma precisava “aquecer-se“ (RUBINFELD e HEMINGWAY, 2007).
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A descoberta da juventude e a ascensão da cultura pop, que se manifesta na música, arte,
moda e outros, provocam mudanças na imprensa, que enxerga o enorme público consumidor
emergente. A primeira revista brasileira destinada para o público adolescente foi lançada em
1972 pela Editora Abril. Pop, nome da publicação, era destinada à rapazes e moças entre 14 e
20 anos e trazia um pouco de moda, comportamento, artes, lazer, esportes, viagens, surf e tudo
sobre a música pop. A revista “chegou a ter duas capas em cada edição – masculina de um lado,
feminina do outro” (A REVISTA NO BRASIL, 2000, p. 35). A publicação parou de ser editada em
1979, mas vendia pelo menos 100 mil exemplares mensalmente (MIRA, 1997).
Nas revistas juvenis, principalmente a partir da década de 1980, as imagens predominam sobre
os textos aproximando-se da linguagem visual dos videoclips. “Total liberdade gráfica e visual
era permitida aos editores de publicações para o leitor jovem [...]” (A REVISTA NO BRASIL, 2000, p.
35). Diferentes publicações começam a dosar a ênfase em determinados assuntos, pois alguns
interessavam mais as garotas e outros aos garotos, entendendo os gêneros como públicos
diferentes.
Com o tempo e as mudanças, as revistas para as garotas adolescentes foram evoluindo e
criando sua própria e característica fórmula editorial, enfatizando assuntos como beleza e
saúde, moda, comportamento, sexo e relacionamentos. As revistas femininas, em geral, tratam
da leitora com uma linguagem amigável, que aproxima a revista e seu público, no caso das
adolescentes essa relação de intimidade é ainda mais forte. Dessa forma, as revistas procuram
responder aos anseios e dúvidas das adolescentes, criando uma relação simbólica importante.
Figura 6: capa da revista Pop de julho de 1974fonte: http://media.photobucket.com/
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Em muitos dos periódicos para as jovens as seções de beleza e saúde estão juntas e incentivam
a auto afirmação e a preocupação consigo mesma. As matérias sobre famosos, alguns testes e
horóscopo também estão presentes nesse tipo de publicação.
As revistas para garotas são líderes absolutas das publicações do mercado adolescente.
Segundo a Editora Abril8 a revista líder desse segmento, a Capricho, apenas no ano de 2008
cresceu 41%, foram 1.929.000 leitores e mais de 200.000 revistas a cada mês.
8 http://www.aner.org./conteudo/noticias/revistas-e-alta-para-o-consumidor-145732-1.asp
OS EVANGÉLICOS a crença e o estilo de vida protestante
CAPÍTULO 2
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Evangélicos, segundo Mafra (2001), o termo serve como um identificador das Igrejas que
seguem a tradição inaugurada pela Reforma do século XVI. Para Martini (2002), os evangélicos
compreendem o segmento religioso derivado da Reforma e as ideias por ela divulgadas.
Dessa forma, é unânime entre esses e inúmeros outros autores, que esse segmento religioso é
resultado dos ideais da Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero na Alemanha, criando
um tipo diferente de cristianismo do que até então era divulgado pela Igreja Católica Romana.
Existiu todo um processo histórico para que esse termo fosse o identificador dos seguidores das
igrejas protestantes no Brasil. Esses fiéis se destacam pela sua postura de “evangelizadores” e
propagadores de uma vida centrada na Bíblia. Com isso, segundo Mafra (2002, p. 8), “daí uma
certa adequação entre o termo e a identificação da religiosidade”.
O segmento evangélico é uma religião sobre tudo cristã, baseada em Jesus Cristo como centro
e razão de tudo. Para Martini (2002) esse tipo de cristianismo é marcado por alguns elementos
característicos:
• A Supremacia das Escrituras, a Bíblia como a palavra de Deus acessível a todos e
interpretada graças ao dom do Espírito Santo;
• Centralidade da graça, onde o perdão é dado, por Deus, gratuitamente;
• Organização eclesiástica fraternal, baseada no “sacerdócio universal” (explicado mais
adiante);
• Uma ética social e moral rígida, baseada na palavra de Deus.
Segundo Fernandes (et al. 1998) a Igreja (o povo de Deus) possui propósitos que são expressos
na comunhão entre os irmãos, no aprendizado da palavra de Deus, no amor, solidariedade e
serviço, na proclamação do evangelho, na defesa da vida e denúncia dos sistemas de opressão.
Cavalcanti (2000) afirma que para os evangélicos a Bíblia não é qualquer livro é a palavra
de Deus, o relato definitivo da Revelação de Deus para o seu povo. Dessa forma, acredita-se
que o ser Humano foi criado a imagem e semelhança de Deus, dotado de sentimento, razão,
espírito, outorgado por Deus para administrar a terra segundo a sua vontade. Depois do
pecado de Adão e Eva, o ser Humano se torna uma criatura pecadora e devido a isso conhece
a morte, a maldade, a ausência de paz interior e o cotidiano pecaminoso, estando sujeito a
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uma eternidade sem Deus. A perdição e a condenação ao inferno foram as conseqüências
do pecado do homem, levando a ruptura da comunhão com Deus, que só é perdoado com
o arrependimento e a conversão. Segundo Cavalcanti (2000), a conversão é a passagem da
perdição para a salvação, conquistada por Jesus Cristo na cruz, através da qual consegui-se o
perdão dos pecados e uma vida eterna com Deus. Para Feuerbach (1997, p. 227):
A meta da religião é o bem, a salvação, a felicidade do homem; a relação do homem com
Deus nada mais é que a relação do mesmo com a salvação: Deus é a redenção realizada
da alma ou o poder ilimitado de realizar a salvação, a felicidade do homem.
As religiões cristãs se destacam das outras religiões exatamente por enfatizarem a salvação
do homem e a sua necessidade de conhecer a Deus, mas essa salvação não é um bem deste
mundo. Dessa forma para alcançá-la é necessário se afastar de alguns aspectos da vida terrena,
tidos como pecados. Segundo Goulart (2008) os evangélicos estão inseridos em diversos
setores da sociedade e uma das postura assumidas pelos mesmos uns com os outros é a de
“vigiar”, pois deve ser mantida a postura de cristão dentro ou fora da igreja. O sexo promíscuo,
as drogas, a bebida, o ódio, o adultério, a idolatria entre outros, afastam o homem de Deus e
tem como conseqüência o inferno.
Os evangélicos são conhecidos por serem um “povo missionário”, os propagadores das “boas
novas”, que levam a palavra de Deus e a mensagem da salvação para todos aqueles que
precisam ouvi-la. O que acredita-se é que o evangelho se dirige a todos e é suficiente para
uma vida feliz e centrada em Deus. Segundo Fernandes (et. al., 1998), nas suas pregações, os
evangélicos afirmam que é necessário fé e uma mudança de comportamento, é preciso “nascer
de novo”.
As atividades desse segmento cristão são em grande número, festas, reuniões administrativas,
ensaios, acampamentos e várias outras são comuns a quase todas as comunidades protestantes
e são freqüentadas voluntariamente pelos seus fiéis. Uma atividade intrínseca as Igrejas
evangélicas, seja qual for a denominação, é o culto. Segundo Martini (2002) o culto evangélico
é difícil de ser descrito, por não seguir a nenhuma legislação canônica, porém existem duas
correntes litúrgicas dominantes. A primeira, busca resgatar alguns aspectos da Igreja antiga e
a segunda introduz aspectos mais modernos, como músicas mais atuais, momentos de diálogo
e manifestação espontânea da fé. As características comuns as duas correntes e que são tidas
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como essenciais são a leitura da Bíblia, a pregação, a oração e o louvor a Deus. De acordo com
Fernandes (et al., 1998), os evangélicos se associam as suas Igrejas e se engajam nas atividades
da comunidade. A freqüência nos templos é semanal e muitas vezes diária, acredita-se estar
cumprindo uma responsabilidade, a de ir a “casa de Deus”. A evangelização é um dos princípios
que move quase todas as atividades protestantes.
São várias as denominações de igrejas evangélicas no Brasil, geralmente dividas em dois
grupos, as de origem histórica e as de origem pentecostal. São mais comuns entre as Igrejas
de origem histórica a Anglicana, a Metodista, a Presbiteriana e a Batista, normalmente grandes
e bem estruturadas. As igrejas pentecostais surgem de um fenômeno que ocorre nos Estados
Unidos, no início do século XX, cuja crença baseia-se nas revelações do Espírito Santo, no Brasil
a primeira igreja desse grupo é a Assembléia de Deus. Em ambos os gêneros ocorrem variações
na liturgia dos cultos, existem as históricas que já apresentam reuniões mais contemporâneas
(as chamadas “renovadas”) e as pentecostais mais tradicionais.
Nas igrejas protestantes apenas duas celebrações sacramentais permanecem, o batismo e
a eucaristia. A primeira representa o ato de “nascer de novo”, o início de uma real mudança
de vida, que confere o perdão dos pecados. Na maioria da comunidades evangélicas utiliza-
se, no batismo, a imersão, onde é feita a entrada total na água, assim como a Igreja primitiva.
Segundo Feuerbach (1997), o batismo não tem qualquer sentido se não for realizado com água.
A eucaristia é feita utilizando o pão e o vinho como forma de lembrar do sacrifício de Cristo em
favor do ser Humano. Esse sacramento protestante é profundamente diferente do católico, pois
rejeita o princípio da transubstanciação. Segundo Martini (2002) os católicos acreditam que os
alimentos, ao serem ingeridos, se transformam no corpo e sangue de Jesus, já os evangélicos
defendem que o pão e o vinho apenas representam tais elementos (consubstanciação).
Para compreender melhor os princípios e crenças dessa religião é importante entender como
e onde ela se originou e como ela chegou ao Brasil. Isto é o que será discutido nos próximos
tópicos deste capítulo.
2.1 | A REFORMA: ONDE TUDO COMEÇOU
A Igreja Católica Romana do século XIV e XV passava por uma série de crises e levantes,
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resultado da insatisfação, inicialmente interna, com a situação na qual a igreja oficial se
encontrava. A crise política, os questionamentos sobre a autoridade do papado e a divisão entre
líderes, resultado da Grande Cisma9 (1377-1417), foram apenas os primeiros questionamentos
que fragilizaram a credibilidade e legitimidade da Igreja. Tais questionamentos, segundo
Eckman (2005), preparavam a igreja para a reforma do século XVI.
Além dessas questões, as denúncias de corrupção do clero, que comprava e vendia ofícios da
igreja (simonia), o gasto de fortunas com a compra de relíquias, a venda do perdão aos seus
fiéis (indulgência) como mercadorias, as denúncias de imoralidade dos líderes eclesiásticos,
fragilizaram ainda mais a confiança na Igreja. Por causa dessas questões a Igreja se tornou alvo
de sátiras em livros e panfletos da época.
Segundo Collinson (2006) antes de Lutero algumas personalidades já manifestavam o desejo
de reforma. John Wyclif e Jan Hus questionavam a corrupção e a venda de indulgências feitas
pela igreja. Wyclif, por exemplo, acreditava que a Bíblia era a autoridade final e todos deviam
lê-la, não apenas o clero. Desidério Erasmo também não aceitava a situação da Igreja romana e
lançou sua obra mais influente, uma edição em grego do Novo Testamento, que posteriormente
se tornou o Novo Testamento da Reforma. Segundo Eckman (2005, p. 58), “Erasmo pôs o ovo que
Lutero chocou”.
A reforma assumiu um caráter mais forte quando Lutero afixou suas “95 teses” na porta da
capela do castelo Witenberg, em 1517. Suas teses condenavam a venda de indulgência e
possuíam alguns princípios como:
• A purificação ocorre pela fé e não é através de bons atos que se alcança a salvação;
• A Palavra de Deus, contida na Bíblia, possui supremacia e autoridade total. Desta
forma qualquer fiel pode contestar a palavra de qualquer autoridade, sempre que ela
contradizer a Bíblia;
• O sacerdócio universal, onde qualquer fiel batizado é considerado um sacerdote,
retirando todo monopólio da Igreja sobre a interpretação bíblica.
9 Gregório XI morreu logo após voltar para Roma em 1377, depois do domínio da frança sobre os papas. Com a sua morte o povo exigiu a nomeação do italiano Urbano VI. A escolha do Frances Clemente VII, causou revolta e dividiu a Igreja Católica até 1417 com o Concílio de Constança (DELUMEAU e MELCHIOR-BONNET, 2000).
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Segundo Martini (2002), desses princípios por Lutero divulgados, surgiu realmente a crítica
radical a teologia católica, a Reforma Protestante.
Apesar de ter sido iniciada na Alemanha, a reforma logo assumiu uma dimensão européia.
Com suas variações, derivadas dos ambientes em que se desencadearam, a reforma teve
representantes como Zwínglio em Zurique e Calvino em Genebra. Este último se destacou por
seus ideais sobre a ética cristã e a concepção da predestinação10 . Segundo Campos (2002, p.
11):
[...] a mesma Igreja cristã, à qual pertenciam Lutero, Calvino, Zwínglio [...] e tantos outros
irmãos daquela época, é a mesma à qual pertencemos nós [os evangélicos] hoje. Nesse
sentido, estabelece-se uma relação de continuidade.
2.2 | ADOLESCENTES EVANGÉLICOS: CONHECENDO MELHOR O
PÚBLICO ALVO
Antes de abordarmos os aspectos, importantes a esta pesquisa, sobre as adolescentes
evangélicas é importante entender algumas questões essenciais sobre o desenvolvimento
psicossocial dos adolescentes em geral. Pois estas questões são inerentes a esta fase do
desenvolvimento humano, independentemente de aspectos socioculturais, tais como a religião.
Segundo Marcelli e Braconnier (2005) a adolescência, como a própria origem etnológica
da palavra que do latim adolescere, significa crescer, é a fase de transição entre a infância
e a idade adulta. Essa fase, segundo Blos (1994), é caracterizada principalmente pelas
alterações físicas no corpo do indivíduo humano, mais fortes no início com a puberdade,
e afetam seu comportamento social e sua qualidade de vida. Aspectos como mudança na
voz, desenvolvimento físico do corpo e órgãos genitais, o nascimento dos pelos pubianos, a
maturação sexual entre outros são características deste período. Tripoli (1998) afirma que a
adolescência compreende a idade dos 12 ou 13 anos e estende-se aos 21 ou 22 anos.
É nessa fase que o indivíduo está em transformação e reorganização emocional e em processo
de formação da sua personalidade. Na adolescência, o processo de individuação alcança sua
segunda etapa, a primeira é vivenciada por volta dos dois anos quando a criança distingui o
10 “Antes mesmo da criação, Deus predestinou alguns à salvação outros a danação” (MARTINI, 2002, p. 28).
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“eu” do “não eu”, nela o indivíduo adquire um senso de identidade. Para isso o adolescente
passa por experimentações, rebelião, resistência e oposição, pondo o “eu” a prova até
descobrir-se.
Segundo Tiba (2005) as mudanças que ocorrem no corpo do adolescente provocam alterações
nos sentimentos, nas sensações e na forma de interagir com outras pessoas. O indivíduo
adolescente esta sempre em um grupo com outros da mesma idade e com quem se identifica.
Dessa forma o adolescente apresenta um comportamento imitativo, com a intenção de manter
o padrão de conduta esperado dentro deste grupo. Essa fase é essencial para o adolescente
descobrir-se e conhecer seus reais interesses.
A adolescência é dividida em etapas, em cada uma o adolescente desenvolve aspectos
específicos e extremamente necessários para o seu crescimento psicossocial e biológico.
Blos (1994) divide este período em pré-adolescência, adolescência inicial, adolescência
propriamente dita e o final da adolescência. O período tido como foco e público alvo deste
trabalho inclui as fases da adolescência propriamente dita e o início do final da adolescência,
que compreendem aproximadamente adolescentes dos 13 aos 19 anos, por isso iremos, agora,
nos deter a detalhar alguns aspectos importantes dessas fases.
Adolescência propriamente dita ou adolescência média compreende os indivíduos dos 13 aos
17 anos. Segundo Blos (1994) esta fase é decisiva e importantíssima, nela os adolescentes
desprendem-se definitivamente de objetos e aspectos da infância. Neste período o adolescente
volta-se para o amor heterossexual, a sensação de se “estar apaixonado” e o desejo de amar.
Durante a adolescência propriamente dita o indivíduo começa a considerar-se adulto e a pensar
no seu futuro profissional e amoroso. Também é desta fase o medo da opinião alheia (motivada
pela desconfiança), a agressividade para com os outros, os comportamentos negativos e o
inconformismo. Aqui, ainda esta em desenvolvimento a personalidade, a descoberta de si
mesmo e da própria identidade, por isso é comum a existência de muitos conflitos internos.
No final da adolescência, dos 16 aos 22 anos, o indivíduo começa a encontrar-se e a interagir
melhor com o mundo onde vive, possui uma conduta mais serena, aceita melhor as dificuldades
e possui uma maior constância emocional e auto estima. É a época de decisões e de projetar
realmente o futuro.
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2.2.1 | CONDUTA DOS ADOLESCENTES EVANGÉLICOS NO BRASIL
Streck (2000) afirma que os adolescentes referem-se a Deus como um ser todo-poderoso,
criador e protetor do ser humano. Esses indivíduos enxergam em Deus características de
figuras parentais como o pai, aquele que cuida, mas castiga quando necessário. Essa visão
antropomórfica de Deus, demonstra a grande influência dos pais no desenvolvimento religioso
e na concepção da fé nos adolescentes.
Segundo Nolte e Rachel (2005) os adolescentes aprendem com os pais e com as pessoas
com quem convivem. Nas comunidades protestantes e na família, o adolescente é orientado
a manter os princípios da religião e a se afastar do pecado. Nos templos evangélicos busca-
se ensinar as crianças e adolescentes os costumes e condutas corretas segundo a Bíblia,
transmitindo a necessidade de segui-los. Segundo Machado (1996) nota-se, nas comunidades
evangélicas, a ênfase da participação dos pais na orientação religiosa. O autor destaca a
preocupação das famílias evangélicas com a orientação sexual dos filhos. Para os protestantes o
sexo só é permitido numa relação estável, onde exista um compromisso que só é concretizado
com o casamento e a benção de Deus.
Alguns aspectos da conduta dos adolescentes e jovens evangélicos são descritos da seguinte
forma por Prandi (apud Goulart, 2008, p. 7):
Um garoto evangélico pode se integrar com outros jovens do mundo todo pela internet,
assim como qualquer outro jovem faria, porém, “riscará de seu horizonte muito do que
diz respeito ao sexo e às drogas, que geralmente lhes são interditos, e sua experiência
musical estará restrito à música evangélica, pela qual os jovens não evangélicos do
mundo não estarão minimamente interessados.
Uma matéria publicada na revista Veja11 demostra que a diferença dos jovens evangélicos para
outros jovens está no uso de roupas sem exageros – com comprimentos e decotes moderados –
o namoro é sem sexo e nas suas festas não ocorre o uso do alcool. Orgulhosos de seguirem essa
doutrina, os adolescentes evangélicos também se preocupam com a conquista de bens material.
No meio protestante existe uma tradição de separação dos aspectos mundanos, tidos como
11 http://veja.abril.com.br/100908/p_134.shtml
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pagãos. Para agradar a Deus é necessário afastar-se do pecado e seguir os preceitos bíblicos,
inexistentes em muitas das atividades seculares. As igrejas evangélicas desenvolvem diversas
atividades de interesse do público adolescente e estimulam a integração, com a intenção de
educá-los e mantê-los nas igrejas. Shows, cultos jovem, “louvorzões”, acampamentos, atividades
esportivas, entre outros atendem as necessidades de entretenimento dos adolescentes e
simultaneamente os ensinam os princípios bíblicos e religiosos.
2.3 | REALIDADE ATUAL DOS EVANGÉLICOS NO BRASIL
A religião evangélica é a que mais cresce no Brasil, segundo o censo demográfico de 200012
realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que demonstrou que
26.184.941 de brasileiros declaram-se evangélicos, isto é, aproximadamente 15,5% da
população brasileira. Cunha (2007, p. 50) afirma que “o Brasil está deixando de ser um país
predominantemente católico”.
Segundo Mafra (2001), as igrejas pentecostais são em maior número no Brasil, superando
as tradicionais e as históricas. Outro fenômeno que se observa atualmente, é a existência
de igrejas que não estão ligadas as principais denominações evangélicas. Essas igrejas
independentes, em sua maioria, são pequenas, desenvolvem-se em locais de maior pobreza e
são definidas por Mafra (2001) como “pentecostalismo autônomo”.
Nas últimas décadas o cenário evangélico brasileiro sofreu uma série de alterações. Segundo
Cunha (2007) na década de 1990 assistiu-se a proliferação do movimento gospel, um
fenômeno que transforma a “forma de ser evangélica”. Esse movimento se iniciou nos Estados
Unidos através dos negros e refere-se as músicas evangélicas contemporâneas. Tais músicas
foram inseridas nos cultos evangélicos brasileiros a partir dos anos de 1980 e se popularizaram
nos anos de 1990 com a Igreja Renascer em Cristo. Segundo Mendonça (2008) a música gospel
possui um papel importantíssimo na formação da configuração atual do segmento evangélico,
também no desenvolvimento da mídia cristã e no mercado de produtos religiosos.
A partir de 1990 registrou-se um crescimento impressionante na indústria fonográfica
evangélica do Brasil, que abarca não apenas a venda de CDs, mas as gravadoras, artistas,
12 http://www.ibge.gov.br/servidor_arquivos_est/
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produtores, músicos, técnicos, canais de TV e rádio. O segmento fonográfico gospel movimenta
anualmente cerca de 1,5 bilhões13 de reais e é o único onde a venda de CDs está em crescente
número. Não apenas a indústria musical mostra-se em desenvolvimento no mercado
protestante, Mendonça (2008) exemplifica alguns outros produtos existentes nesse segmento,
como literaturas, hinologia evangélica, calçados, vestuário, produtos de higiene e beleza
pessoal e material escolar. Mesmo com suas especificidades, atualmente os evangélicos se
mostram como um forte mercado consumidor, e como tal necessitam de produtos que atendam
suas exigências.
13 http://www.overbo.com.br/portal/2009/08/30/cantores-evangelicos-levantam-mercado-fonografico/
DESIGN EDITORIALconceitos gerais e sua aplicação em revistas
CAPÍTULO 3
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Neste capítulo será abordado o tema design editorial, alguns conceitos importantes sobre este
assunto e questões específicas sobre o design de revistas. Assim, será possivel compreender
melhor a proposta deste projeto.
Segundo a Associação dos Designers Gráficos (ADG), design editorial é a área de atuação dentro
do design gráfico, especializada em projetos de livros, revistas e jornais. Para Andrés (2008), é
a área responsável pela organização de texto e imagem em um suporte tradicional (como livros
e revistas) ou eletrônico, buscando o equilíbrio estético e funcional entre o conteúdo escrito,
visual e as áreas livres.
Conforme Ali (2009, p. 96) “O leitor não separa texto de arte – para ele, a revista é uma estrutura
única”. A autora afirma que na edição de revistas, o design é o responsável em levar as idéias da
página para a mente do leitor. Para conseguir transmitir eficientemente a mensagem é preciso
manipular todos os elementos contidos numa página: imagens, tipografia, entre outros. Silva
(1985) afirma que a comunicação possui um emissor, um meio e um receptor. Na diagramação
de periódicos o designer se torna o emissor, responsável por organizar a mensagem no meio (a
revista), permitindo ao receptor uma melhor interpretação dos signos.
Cada revista possui uma linguagem que a acompanha, uma unidade, um sistema que a torna
identificável independente da edição. Esse sitema unificador é o responsável por uma base fixa
que estabelece padrões de tipografia, espaçamento, margens, colunas, tamanho, cores e papel.
A esse sistema dá-se o nome de projeto gráfico, feito sob medida para cada revista. Collaro
(2000) afirma que mudanças radicais no projeto podem afetar o público-alvo, já acostumado
com o posicionamento visual assumido por determinada publicação.
O leitor se identifica com a revista, seu tamanho, estilo de capa, cores e toda a sua estética. Por
isso antes mesmo de se elaborar o projeto gráfico de uma revista é preciso delimitar claramente
qual é o seu público-alvo, pois é ele quem define a linguagem visual da mesma. Segundo
Scalzo (2008), é por esse motivo que “o projeto gráfico tem que estar inserido em um projeto
editorial mais amplo”. A estética de uma revista depende totalmente do seu leitor, pois ela será
desenvolvida de acordo com o interesse do seu público. O visual de uma revista de costura, por
exemplo, não pode ser o mesmo que o de uma publicação sobre skate.
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Nos capítulos anteriores foram abordadas informações importantes sobre o público-alvo
deste trabalho, nas próximas seções deste capítulo abordaremos conceitos específicos para
o desenvolvimeto de um projeto editorial, prinpalmente sobre a diagramação de textos e
imagens.
3.1 | A ESTRUTURA DE UMA REVISTA
Existem revistas para variados segmentos e com especificações técnicas diferentes, mas as
semelhanças encontradas entre elas permitem a sua identificação como tal. Esse produto
editorial possui uma estrutura básica que norteia todas publicações desse tipo. A subseção que
se segue tem o objetivo de apresentar as partes estruturais internas básicas de uma revista. Os
conceitos apresentados abaixo são descritos por Collaro (2000) em seu livro “Projeto Gráfico:
Teoria e Prática da Diagramação”, onde o mesmo divide as partes internas de uma revista em:
primeira página, páginas internas e páginas centrais.
PRIMEIRA PÁGINA
A primeira página editorial de uma revista é a página imediata que normalmente vem depois de
anúncios publicitários ou em alguns casos da capa e geralmente são folhas ímpares. Na primeira
página da maioria das revistas encontra-se o sumário, o editorial, o expediente ou algum
comentário da capa.
PÁGINAS INTERNAS
As páginas internas são as que comportam quase que a totalidade do conteúdo da revista. A
diagramação dessas páginas faz parte da identidade da publicação e alterações radicais na sua
organização podem afetar o público alvo.
PÁGINAS CENTRAIS
As páginas centrais possuem uma posição estratégica e merecem destaque. Em revistas com
acabamento em lombada canoa14 a abertuda das páginas centrais é mecânica, por isso estas
páginas são de grande importância e geralmente são vendidas para a publicidade ou dedicadas
a matérias especiais.
14 As paginas são grampeadas no centro da estrutura da publicação.
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3.2 | TIPOGRAFIA
“Quase tudo que conhecemos no mundo pode ser descrito apenas com as 26 letras do alfabeto”
(Ali, 2009). É de extrema importância para o desenvolvimento desse projeto o estudo da
tipografia, pois seu papel na transmissão de uma mensagem e numa eficiente e atraente
diagramação é extremamente relevante. Desta forma, como o objetivo desse trabalho é o
desenvolvimento de uma revista se torna necessário a obtenção desse conhecimento que se
fará presente durante todo o projeto do periódico. Segundo Farias (apud BUGGY, 2007, p. 76)
tipografia é:
O conjunto de práticas subjacentes à criação e à utilização de sinais visíveis relacionados
aos caractéres ortográficos (letras) e paraortográficos (tais como números e sinais de
pontuação) para fins de reprodução, independentemente do modo como foram criados
(à mão livre, por meios mecânicos) ou reproduzidos (impressos em papel, gravados em
um documento digital).
Para Lupton (2006, p. 8), “tipografia é uma ferramenta com a qual o conteúdo ganha forma”.
Bringhurst (2005) afirma, que tipografia é o ofício que dá forma a linguagem humana. O uso
da tipografia tem um papel importante na comunicação, pois ela materializa graficamente uma
mensagem e permite sua compreensão. Através da escolha da tipografia se transmite melhor o
significado de um texto e a sua leitura fica mais agradável e interessante.
Compor um texto mais legível, de leitura confortável e rápida depende essencialmente do tipo
da tipografia usada ou da forma que a mesma é arranjada no suporte em que foi diagramada.
Nesta seção deste capítulo serão abordados alguns aspéctos e conceitos sobre tipografia que
contribuirão para o desenvolvimento desse projeto.
TIPO
Inventados por Johanes Gutenberg no século XV, os tipos móveis permitiram a impressão em
massa, grandes quantidades de letras podiam ser fundidas a partir de um molde. A cada uma
das letras denominava-se Tipo. Por adequação, atualmente, esse é o nome com o qual designa-
se o desenho de cada caractere.
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CORPO
Termo usado para denominar o tamanho dos caracteres. Essa medição é feita através da altura
dos tipos, ou seja pela distâncias da extremidade superior e inferior das letras. A unidade de
medida usada para definir o tamanho dos tipos é o ponto. Segundo Pereira (2004), em textos
corridos, como os de livros e revistas, o corpo mais utilizado está entre 10 e 12 pontos.
FAMÍLIA TIPOGRÁFICA
É o agrupamento de tipos que possuem características em comum, mas diferem em espessura,
ângulo de inclinação ou largura. Segundo Lupton (2006) a idéia data do século XVI, mas só foi
formalizada no século XX. A variação entre a família de uma tipografia facilita na diagramação e
permite destacar palavras quando necessário, permitindo a hierarquia no texto. Pereira (2004)
afirma que para compor uma família além da versão normal da fonte, conhecida como regular
ou romana, mais duas variações são suficientes, a inclinada para direita (itálico) e a de maior
espessura (bold).
Regular
“[...]a espinha dorsal de onde deriva uma família tipográfica.[...] É tipicamente concebida como
o pai de uma família maior”(LUPTON, 2006, p. 45). Também chamada de normal, redonda ou
romana é a versão normal de um tipo, a mais utilizada em texto corrido.
Itálico
É a versão inclinada do caracter, uma nova fonte criada com base na versão regular da mesma
família. “Se a única diferença entre a romana e a fonte que a acompanha fosse a inclinação, a
romana sozinha já seria suficiente para o computador [...] Mas a itálica não é a romana inclinada.”
( BRINGHURST, 2005 , p.68). A versão itálica foi criada baseada na escrita cursiva para permitir
uma leitura mais contínua.
Variações de peso
Trata-se da variação na espessura da fonte . Em famílias mais completas encontra-se diferentes
variações de peso como light, medium, bold e black. Segundo Lupton (2006) a versão de
espessura mais grossa, a bold ou negrito é comumente utilizada para criar destaque em palavras
no meio do texto. Trabalhar as variações de peso numa diagramação, facilita na criação de
hierarquias.
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Variações de largura
A largura do caracter também caracteriza as versões de uma família tipográfica. Estas variações
podem ser do tipo condesado (condensed) ou expandido (expanded). “A largura da letra é
intrínseca à proporção da fonte. Em algumas fontes ela é generosa, em outras estreita.” ( LUPTON,
2006 , p.36)
ESPÉCIES DE CARACTERES
Segundo Rocha (2005) não há um número definido de tipos de caracteres no alfabeto latino, no
entanto a ISO (Organização Internacional para Estandartização) definiu alguns padrões de letras,
algarismos e caracteres.
Maiúsculas
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
Minúsculas
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
Lining figures
1234567890
Símbolos matemáticos
+ - ÷ < > ≠ ± ∞ % ‰ ‘ “ √
Acentos
‘ ` ^ ~
Pontuação
. , : ; ... ? ! “ ” ʼ ( ) { } [ ] \ ⁄
TEXTO
Segundo Lupton (2006) o termo “texto”em tipografia é definido como uma sequência
contínua de palavras. Esse bloco principal, distinto de legendas e títulos, é chamado de
“corpo”, geralmente acompanhados de outros elementos (imagens, tabelas entre outros) são
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distribuidos seguindo uma sequência lógica dentro de colunas e páginas. Na diagramação de
textos os designers tem o papel de organizar o fluxo de palavras da forma mais adequada,
alterando espaçamentos, tipo e o tamanho das tipografias.
Cabe ao designer conseguir que as mensagens visuais se façam entender de forma clara,
rápida e precisa, com o compromisso de nelas incorporar a estética. A tipologia de fazer
passar as mensagens eficientemente, razão pela qual é indispensável a importância da
legibilidade[...] (PEREIRA, 2004, p. 104)
No projeto gráfico de uma publicação o texto é inserido dentro de um contexto de imagens,
background e cores, a tipografia é mais um elemento que irá compor a página. A escolha e
organização da tipografia adequada depende de todo o projeto editorial. Dimensionar e
espacejar tipos para se alcançar uma harmonia estrutural, estética e funcional, muitas vezes não
é tarefa fácil.
Com isso se torna necessário entender alguns conceitos que podem ser utilizados para alterar o
comportamentos da tipografia em um texto.
Kerning
É o ajuste individual do espaço entre duas letras. O ajuste geral em uma fonte, se feito sem
cautela, pode produzir uma falta de uniformidade no texto, pois cada tipo possui uma forma e
angulação diferente. Atualmente o ajuste no kerning em fontes digitais é feita através de uma
tabela de pares de kerning.
Espacejamento
Diferente do kerning, é o ajuste global entre os espaços nas letras de uma tipografia. Segundo
Lupton (2006) espacejar um pouco os caracteres, pode criar um campo visual mais “arejado”, já
o espacejamento negativo não é muito aconcelhavel.
Entrelinhamento
Também chamada de leading é a distância existente entre as linhas de um bloco de texto.
Aumentar demais as entrelinhas de um texto pode tornar as linhas independentes e atrapalhar
a leitura.
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Alinhamento
É o arranjo das colunas de um texto com base em um eixo. Existem diferentes tipos de
alinhamento, cada um com seu aspécto funcional.
Justificado | Permitem uma página mais limpa e equilibrada, porém, se existentes, os espaços
no meio do texto o deixam deselegante e produzem uma leitura pausada.
À esquerda | Segundo Lupton (2006), os designers usam esse tipo de alinhamento quando
querem respeitar o fluxo orgânico do texto. O uso desse alinhamento é comum, porém linhas
com larguras muito diferentes podem deixar o texto com uma leitura desconfortável.
À direita | Esse tipo de alinhamento pode ser usado em legendas, barras laterais e notas
marginais, se usado em textos longos deixam o leitor perdido no meio do conteúdo.
Centralizado | É um alinhamento clássico e ideal para título e textos curtos, empregado sem
cuidado pode deixar o texto tedioso.
3.3 | GRID, GRADE OU MALHA CONSTRUTIVA
No desenvolvimento de uma revista, o trabalho de organização de texto e dos outros elementos
que compõem a página é essencial e precisa ser feito minuciosamente. O uso do grid, facilita o
trabalho de diagramação e permite ao designer ganhar tempo. Antes de se entender o objeto
desse recurso na diagramação, é necessário entender o que ele é. Grid é:
[...] um sistema de planejamento ortogonal que divide a informação em partes
manuseáveis. O pressuposto desse sistema é que as relações de escala e distribuição
entre os elementos informativos – imagens ou palavras – ajudam o observador a
entender o seu significado. (SAMARA, 2007, p. 9)
O grid divide a página, matematicamente, em colunas e fileiras horizontais, com o objetivo de
guiar a organização do texto e dos outros elementos numa página. Esse sistema cria módulos
que permitem uma divisão sequencial da informação, o que a deixa facilmente acessível.
A utilização desse recurso permite agrupar blocos de texto, facilitando na hierarquia das
informações e numa melhor compreensão do conteúdo.
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Silva (1985) afirma que diagramar é desenhar previamente a disposição dos elementos que
vão compor um impresso. Através do grid é possível pensar previamente na organização entre
massas de textos, imagens e vazios. Permitir margens e vazios entre parágrafos e colunas
facilitam na movimentação do olho humano e na separação das informações pelo leitor.
Segundo Bringhurst (2005), adequar da melhor forma o bloco de texto na página facilita e
encoraja a leitura. Uma página quadrada, por exemplo, com um bloco de texto quadrado e
margens iquais não é a melhor forma de atrair o interesse do leitor. O autor afirma que quebrar
essa mesmice dá mais vida a página e produz um senso de direção na leitura.
Segundo Samara (2007), o projeto de um grid depende de duas fases de desenvolvimento. A
primeira é a avaliação das características da informação a ser diagramada. É preciso observar
certas particularidades para que depois o grid não seja mudado. Títulos longos, por exemplo,
precisam ser identificados previamente. A segunda fase é a disposição do conteúdo sobre o
grid, deve-se entender que nesse contexto quem prevalece é a informação. Segundo Ali (2009)
“A grade é um instrumento – não uma camisa de força – saber fugir dela é tão importante quanto
saber usá-la”.
No design de revistas, o grid possui um papel essencial, mais do que auxiliar na disposição dos
elementos numa página, ele ajuda a definir o formato da revista e está intrinsecamente ligado
a sua identidade visual. A maioria das revistas já são conhecidas pelos seus leitores apenas
pela organização e layout de suas páginas. Ali (2009) afirma que a grade auxilia os designers na
diagramação de uma revista, pois eles não precisam “reinventar a roda a cada edição”.
Existem várias estruturas básicas de grid, cada uma com características funcionais específicas.
Retangular
É a estrutura mais simples, consiste numa grande área retangular que ocupa a maior parte de
uma página, esse tipo de grid serve para organizar grandes blocos de texto corrido. Muito usado
na diagramação de livros, esse tipo de sistema de grade precisa de um pouco de atenção, pois
linhas muito longas produzem uma leitura cansativa. Dessa forma, o uso de uma tipografia
adequada a esse tipo de projeto é de extrema importância.
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Colunas
A utilização de colunas permite uma diagramação bastante flexível, os conteúdos nelas
dispostos, podem ser dependentes ou independentes. Esse tipo de grid pode ser usado com
diferentes quantidades de colunas ( normalmente de duas à cinco) e diferentes larguras.
Segundo Collaro (2000) o tipo de grid mais usado na driagramação de revistas é o de três
colunas, pois proporciona um visual mais eficiente e uma largura que comporta um número
ideal de texto. Colunas muito estreitas produzem uma leitura desconfortável e displicente.
Modular
O sistema de grade modular é um tipo de grid de colunas com muitas faixas horizontais, que
criam vários módulos. Cada módulo delimita um pequeno campo retangular para a disposição
das informações. Esse grid é encontrado em projetos mais complexos e muito utilizado, por
exemplo, na diagramação de informações mais tabulares, como formulários e tabelas.
Figura 7: Exemplo de grid retangular.
Figura 8: Exemplo de grid de colunas.
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Hierárquico
Alguns projetos possuem a necessidade da utilização de um grid mais flexível. Esse grid adapta-
se as exigências de determinados projetos ou informação, permitindo uma diagramação mais
intuitiva e particular. Um exemplo da utilização desse grid são páginas da internet.
3.4 | IMAGENS
Imagens emocionam, seduzem, despertam a imaginação, conduzem à leitura do texto e
fixam na mente algo memorável. (ALI, 2009, p. 165)
Imagens falam, transmitem informações, ideias e conceitos que muitas vezes nem os textos
conseguem transmitir. Silva (1985) afirma que mais do que embelezar uma página, as imagens
possuem uma carga emocional e informativa dispensando, muitas vezes, qualquer outro tipo de
complemento. As imagens possuem, a importante função de despertar a atenção do leitor para
um texto e orientá-lo na sua leitura. Esse tipo de elemento visual é o que primeiro demonstra
que determinado conteúdo vale a pena ser lido. Santaella e Noth (2008) afirmam que a relação
entre imagem e texto é íntima, pois a imagem pode ilustrar o conteúdo de um texto ou o texto
pode comentar uma imagem.
Figura 9: Exemplo de grid modular.
Figura 10: Exemplo de grid hierárquico.
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As imagens podem desempenhar, simultâneamente, mais de um papel, além de despertar
curiosidades e transmitir mensagens, possuem um importante papel estético e enriquecem
qualquer página. Porém em revista uma imagem precisa ser realmente indispensável. Utilizar
figuras apenas para ocupar espaços vázios não é interessante, as mensagens visuais e textuais
precisam ter relevância no conteúdo.
A fotografia e a ilustração são os recursos visuais mais usados pelas revistas, em algumas
mais uma do que a outra. Nos próximos tópicos dessa seção serão abordados alguns aspectos
específicos sobre a utilização desse recursos em revistas.
FOTOGRAFIA
Ali (2009) afirma que fotos associadas ao texto são imbatíveis na comunicação. A fotografia
desperta o leitor para o conteúdo e é um importante recurso para comprovar e mostrar
acontecimentos que poucos viram, mas todos queriam ver. Apesar do advento da manipulação
digital, a fotografia é o meio com o maior poder de persuasão entre os demais recursos gráficos.
Segundo Dondis (2003) a qualidade de reprodução da revista permite grandes oportunidades a
fotografia. A impressão de melhor qualidade possibilita ao fotógrafo cobrir acontecimentos com
mais sutileza e profundidade. Isso permite ao designer realizar cortes mais precisos e de maior
impacto.
É o valor e relevância da foto que determinam o espaço que ela vai ocupar numa página
impressa. É importante entender o objetivo de uma imagem em determinado conteúdo,
imagens que tem pouco cunho informacional e impactual merecem menos destaque. Hurlburt
(2002) afirma que alguns questionamentos são importantes para defirnir qual imagem usar ou
até mesmo o espaço que ela deve ocupar no layout de uma página. O autor destaca perguntas
como: “Elas têm relevância na comunicação? Têm relação com o design como um todo? Têm
credibilidade? ”
ILUSTRAÇÃO
A ilustração possui uma capacidade especial de controlar o tema, assim como a fotografia
precisa ter sentido e função na revista. Além de auxiliarem no entendimento da informação,
desenhos ilustrativos chamam a atenção do leitor e embelezam a página, pois se destacam no
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contexto. Ali (2009) afirma que a ilustração funciona como um gancho que leva o leitor até o
texto.
Desenhos ilustrativos são usados para representar emoções abstratas, que dificilmente
conseguiriam ser representadas por uma foto, para dar instruções didáticas ou para suprir a
ausência da fotografia num texto onde a mesma é impossível. Dondis (2003, p.205) afirma
que o papel da ilustração é “[...] basicamente, de levar uma informação visual a um determinado
público, informação que em geral significa uma expansão de uma mensagem verbal”. O ilustrador
não pode ficar preocupado se o estilo de ilustração que será usada “está na moda”, uma vez
que , segundo Hurlburt (2002), o conceito é quem determina o estilo e caráter da ilustração.
Nas revistas alguns tipos de ilustração são comumente encontrados, caricaturas, cartoons,
grafismos decorativos entre outros. Um tipo muito utilizado e que possui um papel
extremamente didático e informativo são os infográficos. Trata-se de um tipo de ilustração
explicativa, que usa fotografias, desenhos e textos para substituir explicações longas e
complexas, como instruções e dados estatísticos, e facilitarem o entendimento do leitor
IMAGENS NA DIAGRAMAÇÃO
Neste tópico serão descritas algumas considerações sobre a disposição de imagens no layout
de páginas de revistas. Considerações importantes, que auxiliam na diagramação e na relação
entre textos e imagens. Os aspéctos abaixo citados, foram baseados nos conceitos de White
(2006).
Imagem sobre o título
Colocar a imagem acima do título, a transforma na porta de entrada para o texto. Essa
organização tranforma o título, em uma legenda e o texto numa explicação, isso produz uma
leitura irresistível.
Imagem antes do texto nas páginas dupla
Reportagens que se iniciam com página dupla causam mais impacto. Iniciar com a imagem na
primeira página, respeita a leitura esquerda-direita e produz uma leitura mais natural e sem
interrupições.
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itorial
DESEN
VOLV
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GÉLIC
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Sempre usar legendas nas fotos
Elas atraem a atenção para o conteúdo e devem sempre ser colocadas onde o leitor está
acostumado a procura-las, embaixo da foto.
Blocos de texto e blocos de imagem
As fotos são sempre mais fortes que os textos, então agrupa-las e fazer uma separação nítida
entre os dois elementos, fortalece o texto e deixa a página mais equilibrada.
Sangramento de imagens
O sangramento produz uma sensação de expanção nas imagens e a levam para fora da página.
O impacto que esse recurso produz é bem maior, o que fortalece a página e o conteúdo.
ANÁLISES conhecendo outras revistas
CAPÍTULO 4
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Para dar continidade ao projeto, faz-se necessário a análise de outras revistas que são editadas
para adolescentes da mesma faixa etária do público alvo deste trabalho. Essa análise permitirá
reconhecer a linguagem de cada publicação e observar como são trabalhados elementos como
tipografia, cores, imagens, grid e também observar o formato, o acabamento e impressão das
mesmas. Dessa forma será possível identificar as semelhanças e diferenças entre as revistas e
reconhecer as tendências por elas apresentadas, coletando assim informações relevantes que
irão contribuir para o desenvolvimento do projeto gráfico da nova revista.
4.1 | AMOSTRAGEM
Foram selecionadas as três principais revistas do segmento feminino adolescente, Capricho,
Todateen e Atrevida. As revistas selecionas são editadas para garotas entre 13 e 19 anos
em geral, não são publicações religiosas. A maioria das publicações brasileiras para o
público adolescente evangélico possuem um foco diferente da proposta deste projeto,
são desenvolvidas com fins pedagógicos, usados dentro das próprias igrejas, distantes de
serem revistas de informação e entretenimento. Dessa forma, como objeto de análise, foram
selecionadas as revistas que são concorrentes indiretas da nova publicação e possuem
um perfil e uma linguagem visual já reconhecidos e aceitados pelas adolescentes. Foram
analisadas três edições de cada revista, publicadas entre outubro de 2009 e abril de 2010. A
escolha de mais de uma edição permite verificar se todos os aspectos analisados sofrem ou não
constante alteração.
Capricho
Publicação da Editora Abril, é lider absoluta no segmento, tráz quinzenalmente na sua formula
editorial: celebridades, moda e beleza, comportamento, atualidades, diversão e entretenimento.
O crescimento da revista atingiu 41% em 200815 . A revista é vendida pelo preço de R$ 3,99 e
possui periodicidade quinzenal. As edições analisadas foram:
15 http://www.publiabril.com.br/marcas/46/revista/informacoes-gerais/
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Todateen
Publicação da Editora Alto Astral, é a segunda16 no segmento, a frente de Atrevida a revista
aborda temas como beleza, paquera, comportamento, moda, famosos e novidades. A revista é
vendida pelo preço de R$ 3,99 e possui periodicidade mensal. As edições analisadas foram:
Atrevida
Publicação da Editora Escala, a revista desenvolve temas como: amor, relacionamento,
sexualidade, beleza, moda, música, ídolos e atualidades. Atrevida é vendida pelo preço de R$
4,90 e possui periodicidade mensal. As edições analisadas foram:
16 http://www.editoraaltoastral.com.br/site/publicidade_interna.php?id=54
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Figura 11: Capas das edições analisadas da Capricho.fonte: http://capricho.abril.com.br
Figura 12: Capas das edições analisadas da Todateen.fonte: http://todateen.uol.com.br/
Figura 13: Capas das edições analisadas da Atrevida.fonte: http://atrevida.uol.com.br/
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4.2 | RESULTADOS DAS ANÁLISES
A análise contemplou as tipografias utilizadas nas revistas, cores, imagens, formato, grid,
impressão e acabamento, logotipo e capa. A seguir apresentam-se os principais dados sobre os
elementos analisados e algumas conclusões.
TIPOGRAFIA
Foram encontradas tipografias diferentes nas três revistas, tanto na capa como nas páginas
internas.
Capricho
Foram identificadas Três tipografias diferentes:
Fonte 1 | No estilo cursivo usada na abertura e títulos das seções, no título das matérias
principais e na chamada de capa principal.
Fonte 2 | Fonte sem serifa do tipo regular, usada na abertuda das matérias e em texto corrido,
onde a diferenciação hierárquica ocorre variando o tamanho e família da fonte.
Fonte 3 | Tipografia que simula o efeito das antigas máquinas de etiqueta em alto relevo. Menos
encontrada é usada dentro de boxes em alguns textos curtos e destacados na página.
Também foi encontrado o uso de outras fontes na abertura das matérias principais. Essas
tipografias não são fixas e são usadas para acompanhar um estilo de ilustração ou fotografia
que compõe a matéria.
Todateen
Foram identificadas quatro tipografias diferentes:
Fonte 1 | Sem serifa no estilo bold italico usada no título das seções, que ficam fixas no canto
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Figura 14: Tipografias utilizadas na Capricho.
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superior esquerdo da página.
Fonte 2 | Fonte levemente serifada e de grande espessura, usada no título de todas as matérias.
Fonte 3 | Tipografia no estilo regular usada no texto, onde o destaque ocorre variando-se a
família da fonte.
Fonte 4 | Tipografia no estilo handwriting17 utilizada em textos curtos e de destaque na página.
Atrevida
Foram identificadas quatro tipografias diferentes:
Fonte 1 | Fonte sem serifa com os terminais arredondados usada no título das seções e das
matérias.
Fonte 2 | Fonte bold e de terminais arredondados, usada em subtítulos dentro dos textos.
Fonte 3 | Tipografia no estilo regular usada no texto. Nesse caso o destaque hierárquico ocorre
variando-se o peso ou no uso da forma itálico da fonte.
Fonte 4 | Tipografia cursiva utilizada eventualmente na abertura de algumas matérias.
CORES
Foi observado o uso predominante da cor rosa e seus vizinhos no círculo cromático, porém
existe o uso variado de outras cores. Em colunas e seções fixas observa-se a predominância
das mesmas cores independente da edição, normalmente o rosa, mas a insersão de outras
cores é permitida. Outras cores são comumente encontradas, o amarelo, o verde e o azul.
17 Tipografia que possui o aspecto da escrita manual.
fonte 1 fonte 2 fonte 3 fonte 4
fonte 1 fonte 2 fonte 3 fonte 4
Figura 15: Tipografias utilizadas na Todateen.
Figura 16: Tipografias utilizadas na Atrevida.
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Nas matérias principais das três revistas, o uso de cores é totalmente livre, variando de uma
edição para outra. Na capa, as cores mudam entre as edições, background, chamadas e inclusive
o logotipo não possuem cores fixas. Essa é uma forma de diferenciar o número da revista e
facilitar na sua identificação pelo leitor.
IMAGENS
As três revistas utilizam muitas imagens, em sua maioria fotos. As imagens não possuem
regra de local na diagramação, cortadas, em boxes ou sangradas na página, são colocadas em
qualquer lugar coerente com a diagramação da matéria, que muitas vezes é específica, isso
permite arranjar as páginas de forma mais dinâmica. O uso de ilustrações e grafismos também
é muito comum, existindo uma liberdade tanto no estilo como nas cores das mesmas. Essa
liberdade já faz parte da identidade das revistas desse segmento.
Apesar da liberdade nesse aspecto, observa-se cautela e bom senso na diagramação de todas
as imagens nas páginas, que nesse segmento recebem mais destaque que os textos. Todas de
boa resolução e em cores, transmitem descontração e informação.
FORMATO
Capricho | 20,2 x 26,6 cm
Todateen | 20,2 x 26,6 cm
Atrevida | 20,5 x 27,6 cm
Apesar da Atrevida possuir um tamanho um pouco maior que as outras, observou-se que as
três publicações possuem um formato, comum a maioria das revistas. Esse formato padrão já é
conhecido pelos leitores e ajuda a identificar sobre que tipo de publicação se trata, uma revista.
GRID
As três revistas utilizam mais comumente o grid de duas ou três colunas. O de três colunas é
mais encontrado como base em toda a diagramação das publicações, enquanto o de duas está
presente nas páginas de abertura das principais matérias e seções. Os grids de quatro ou cinco
colunas são menos usados.
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IMPRESSÃO E ACABAMENTO
As três revistas analisadas possuem o mesmo processo de impressão e acabamento, em boa
qualidade, cores e através do sistema offset. Os papeis possuem uma boa opacidade, no miolo
a impressão é em papel LWC com gramatura de 57g e as capas são impressas em Couchê Brilho
com gramatura de 115g e revestidas com laminação brilhosa. O acabamento dos cadernos é em
lombada canoa.
LOGOTIPO DAS REVISTAS
As revistas analisadas possuem logotipos com estilos bem diferentes umas das outras.
Capricho
Logotipo em fonte levemente inclinada, com algumas ligaduras e hastes prolongadas. A
tipografia possui um aspecto cursivo, mas muito moderno e atraente.
Todateen
Logo em fonte no estilo bold itálico. O logotipo da Todateen possui uma fonte um pouco
mais comum, mas a variação no tamanho dos “t” dão um aspecto mais orgânico e moderno a
tipografia.
Atrevida
O logotipo usa uma fonte com serifa quadrada, adquirindo um aspecto elegante e sofisticado.
Figura 17: Logotipo Capricho.
Figura 18: Logotipo Todateen.
Figura 19: Logotipo Atrevida.
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A grande diferença nos logotipos das revistas, permite concluir que, neste aspecto, existe
uma grande liberdade e que as leitoras desse segmento são bastante flexiveis. Apesar
das diferenças, observa-se características em comum nas três logos, como modernidade e
feminilidade.
CAPA
As nove capas analisadas possuem o mesmo tipo de planejamento na diagramação.
Logotipo
Centralizado e na parte superior da capa. Ocupam o espaço de uma borda para a outra da
página, sem nenhuma alteração de posição entre as edições analisadas.
Chamada de capa principal
Encontram-se centralizadas ou no canto inferior esquerdo da página, sempre por cima da
imagem. Estão sempre na mesma tipografia variando apenas as cores.
Chamadas secundárias
Encontram-se nas bordas da página, circundando a imagem de capa. Usam sempre as mesmas
fontes variando apenas o peso. Em algumas chamadas mais importantes ocorre o destaque
através do uso de textos em boxes.
Outros recursos gráficos
Alguns outros recursos de destaque são utilizados para destacar promoções ou brindes,
normalmente splashes. A Todateen também faz uso, nas três edições analisadas, de fotos
menores para destacar entrevistas e posters.
Imagem
Todas as edições utilizam fotos coloridas, de boa resolução e profissionais. As fotografias, de
famosos, são sempre de busto ou apenas contendo o rosto do modelo, em algumas edições
estão na frente e em outras por trás do logotipo. Em todos os casos o background utilizado é
uniforme.
4.3 | DEFININDO DIRETRIZES COM BASE NAS ANÁLISES
Após as análises foi possível verificar as ocorrências existentes nas principais revistas do
segmento adolescente feminino. Observou-se um grande número de semelhanças entre as
publicações analisadas, demostrando que esse segmento já possui um perfil visual próprio.
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A partir daí foram definidas diretrizes projetuais baseadas no perfil editorial encontrado, mas
adaptadas a realidade evangélica.
1 | As revistas analisadas fazem constante uso de fotografias de famosos e modelos, valorizando
sobremaneira o corpo. Essa não é uma realidade que se encaixa aos princípios evangélicos. A
valorização exagerada e a exposição do corpo é condenada pela Igreja. Com base nisso, o uso
de imagens deve evitar a exposição em exagero do corpo, restrigindo também o uso e locais
de cortes focais nas mesmas.
2 | Todos os periódicos analisados utilizam famosos em suas capas. No projeto da nova revista
pode existir uma liberdade maior no design de capa, apresentando imagens mais conceituais,
pois os cristões não cultivam o costume de possuir idolos artísticos.
3 | Assim como encontrado nas revistas, o uso livre de cores deve ser explorado nas matérias
principas, pois este costume permite um visual mais dinâmico e variado. Também é comum
nesse segmento o uso de cores fixas em seções também fixas, esse aspecto deve ser mantido,
pois isso permite a leitora ir direto na informação que procura e que já está acostuda a
encontrar de determinada maneira.
4 | Nas revistas foram encontradas um número fixo de tipografias. No novo projeto esse
mesmo aspecto deve existe pois isso permite uma melhor identificação da revista e dos níveis
hierárquicos no texto. Da mesma forma o uso livre de tipografias na abertura das matérias
principais promove uma página mais dinâmica e interessante e deve ser explorado.
5 | Fazer uso de ilustrações é importante, pois esse recurso deixa a página mais atraente e é um
costume muito encontrado em publicações didáticas usadas dentro das igrejas.
6 | Utilizar no projeto gráfico o grid de duas e três colunas. Os mais encontrados nas
publicações analisadas e no mercado editorial de revistas.
7 | O visual sobrecarregado com muitas imagens encontrado nas revistas analisadas é apreciado
pelas suas leitoras. Esse tipo de linguagem deve ser mantido e usado com mais cautela,
permitindo uma melhor organização dos elementos nas páginas da nova revista. A característica
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mais rígida, hoje, bem menos encontrada nos evangélicos e principalmente nos adolescentes,
deve ser, visualmente, tranferida para as páginas. É importante destacar que o aspecto
mais carregado de imagens precisa ser dosado, mas não pode dispensar o visual jovem e
descontraido do segmento adolescente.
A REVISTA
CAPÍTULO 5
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Neste capítulo inicia-se o desenvolvimento do projeto gráfico da nova revista. Após analisar
e conhecer outras publicações para adolescentes femininas, foi possível entender o formato
editorial e visual interessante a este público. As diretrizes desenvolvidas que adequam esse
formato editoral encontrado nas revistas analisadas à realidade deste projeto e a crença dos
evangélicos, permitem iniciar a elaboração da nova revista.
Este projeto possui como principal objetivo o desenvolvimento do design de uma nova revista,
então o aspecto tido como foco deste trabalho é o projeto gráfico. Porém segundo Ali(2009)
toda revista precisa de um conceito, uma “razão de ser”, um objetivo e uma formula editorial
para existir. A formula editorial é quem organiza todos os elementos de uma revista, desde
o texto até o design, é uma estrutura básica que define uma ordem de seções, matérias,
colunas, formando o “esqueleto” de uma publicação onde a partir dele pode-se definir o estilo
do design, fotografia, ilustração e os outros elementos que compõem uma revista. Por isso
observou-se a necessidade da elaboração de um conceito e de uma formula editorial para a
nova revista, que vão nortear o desenvolvimento do projeto gráfico da mesma.
5.1 | O CONCEITO
Esta seção possui a finalidade de apresentar o conceito e função da nova revista, conhecer o
que a publicação propõe é importante para a definição de todos os aspectos que irão compor o
projeto gráfico da mesma.
TÍTULO DA PUBLICAÇÃO
A escolha de uma palavra de fácil pronúncia, identificável ao público e adequada ao meio
evangélico e ao conceito da revista é de grande importância. Fiel é o título da nova publicação,
uma palavra curta, de fácil aplicação e bela.
OBJETIVO E PÚBLICO LEITOR
O objetivo da Fiel é entreter e informar. Com uma linguagem simples e feminina, Fiel educa,
aconselha, informa e orienta a leitora sobre os asuntos que norteiam a adolescência, o universo
evangélico e o mundo.
A revista Fiel procura atender o público adolescente cristão, garotas entre 13 e 19 anos que
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frequentam comunidades e atividades evangélicas. Fiel é uma revista evangélica para garotas
que querem estar a par das novidades e do mundo numa perspectiva bíblica. Adolescentes de
qualquer denominação evangélica que gostam de informação, moda, música e atualidades, sem
deixar os princípios cristãos com os quais se identificam.
CONTEÚDO
Assim como todas as outras revistas para adolescentes, Fiel aborda assuntos como
comportamento, moda, namoro, sexo e amizade, mas também, como diferencial, temas
bíblicos e novidades do mundo e do meio evangélico. O conteúdo é todo orientado na bíblia,
respeitando a doutrina cristã e os princípios evangélicos. A revista é divida em quatro seções:
Estilo | Seção sobre moda, maquiagem, cabelo e cuidados com o corpo.
Umas e outras | Seção de entrevistas com cantores gospel, novidades do meio cristão e eventos
evangélicos.
Atitudes | Aborda assuntos como namoro, sexo, bíblia, profissões e ajuda as meninas a lidar com
determinadas situações vividas na adolescência.
Diversão | Apresenta matérias engraçadas, curiosidades e colunas de opinião.
Foi definida uma estrutura básica, ordenada, para o conteúdo da nova revista, baseada nas
publicações analisadas. Na revista Fiel o conteúdo segue a este formato:
• Procura aí (sumário)
• Editora e você (editorial)
• Estilo: com suas subseções fixas e outras matérias
• Umas e outras: com suas subseções fixas
• Atitudes: com suas subseções fixas e outras matérias
• Diversão: com suas subseções fixas, colunas e outras matérias
Algumas páginas da revista foram separadas para anúncios publicitários, isso permite observar
como o projeto gráfico desenvolvido comporta-se entre essas propagandas, tão comuns nesse
mercado editorial. Também é importante destacar que os textos utilizados na revista que será
apresentada foram retirados de websites da internet apenas para exemplificar o projeto da
publicação.
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5.2 | O PROJETO GRÁFICO
Depois de definida a formula editorial da revista, o desenvolvimento do projeto gráfico iniciou-
se com a pesquisa de estilos de ilustração e fotografia e a investigação de impressos com uma
diagramação que seriam interessantes e atraentes ao publico alvo. Toda a identidade visual da
revista precisou ser pensada de forma a atender aos interesses das adolescentes e possuir um
aspecto feminino e moderno.
Com isso, definida a estética a ser seguida em todo o projeto gráfico, partiu-se para o
desenvolvimento da marca da nova revista. As três publicações analisadas possuem marcas
totalmente diferentes umas das outras, Capricho possui um logotipo com tipografia cursiva,
Todateen uma tipografia sem serifa e bold e Atrevida um logotipo com serifa quadrada. Isso
demonstrou a existência de uma liberdade no estilo do logotipo de revistas para o público
adolescente, o que observou-se é que aspectos como modernidade e feminilidade estão
sempre presentes e demostram ser indispensáveis.
Com base nesses aspectos uma nova tipografia foi criada. Com uma fonte de estilo cursiva foi
desenvolvido um logotipo atraente, de fácil aplicação e extremamente feminino.
Figura 20: Quadro de referências | fonte: http://www.flickr.com/
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A revista é divida em quatro seções, Estilo, Umas e outras, Atitudes e Diversão. Para facilitar a
identificação de cada seção pelo leitor, foram desenvolvidos selos em cores específicas para
serem usados na abertura de cada seção. Esse recurso além de sinalizar ao leitor o início da
seção, organiza melhor o conteúdo da revista. Esses selos são aplicados no canto superior
esquerdo das páginas de abertura das seções, que são sempre as páginas do lado esquerdo.
Para a seção Estilo foi escolhida a cor lilás, já a seção Umas e outras foi escolhido um tipo de
azul turquesa, para a seção Atitudes um rosa avermelhado e para a seção Diversão um verde
médio. Cores mais femininas para seções com assuntos mais femininos e cores neutras para
seções de conteúdo geral.
Estilo Umas & outras
Atitudes Diverão
Figura 21: Geração de alternativas até o logotipo final.
Figura 22: Selos de abertura das seções e seu local de aplicação.
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5.2.1 | PADRÃO TIPOGRÁFICO
Segue-se então para a escolha das tipografias a serem usadas no projeto gráfico da revista. Em
um impresso com uma grande quantidade de textos como uma revista a escolha das fontes
precisa ser feita com muita cautela, atenção e testes. Antes de partir para a pesquisa das fontes
definiu-se características essenciais que precisavam estar atrelados as tipografias. A falta de
uma boa legibilidade já descartaria as fontes independente do estilo e de onde se pretendia
aplica-la. Foi definida que a fonte usada no texto deveria ser sem serifa (assim como as outras
publicações analisadas) e possuir uma grande família (regular, itálica, bold, etc.), isso permitiria
uma melhor hierarquização ou destaque quando necessário e daria uma maior possibilidade de
aplicações. Com relação a fonte usada na chamada principal de capa e no título das seções foi
definido o estilo cursivo.
Após muitas pesquisas foi ecolhida para o uso em texto corrido e nos títulos das matérias a
família tipográfica Aller. A fonte auxiliar de estilo cursivo usada no título das seções, de algumas
matérias e na chamada principal de capa é Elephant.
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZabcdefghijklmnopqrstuvwxyz0123456789
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZabcdefghijklmnopqrstuvwxyz0123456789
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZabcdefghijklmnopqrstuvwxyz0123456789
Figura 23: Fonte Aller Regular
Figura 24: Fonte Aller Italic
Figura 25: Fonte Aller Bold
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ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZabcdefghijklmnopqrstuvwxyz0123456789
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZabcdefghijklmnopqrstuvwxyz0123456789
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZabcdefghijklmnopqrstuvwxyz0123456789
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZabcdefghijklmnopqrstuvwxyz0123456789
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZabcdefghijklmnopqrstuvwxyz0123456789
Figura 26: Fonte Aller Bold Italic
Figura 27: Fonte Aller Ligth Regular
Figura 28: Fonte Aller Ligth Italic
Figura 29: Fonte Aller Display
Figura 30: Fonte Elephant Regular
Figura 31: Fonte Elephant Italic
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C|10 M|100 Y|48 K|0 C|25 M|100 Y|26 K|1 C|11 M|100 Y|96 K|2 C|63 M|24 Y|40 K|1 C|25 M|0 Y|100 K|0
5.2.2 | PADRÃO CROMÁTICO
Após definidas as tipografias a serem usadas partiu-se para o estudo das cores a serem
aplicadas. A partir das análises observou-se a predominância das cores próximas ao rosa e uma
grande liberdade na insersão de outras cores. Na revista Fiel a cor com mais destaque é o rosa e
seus vizinhos no círculo cromático, seguida do azul e das cores determinadas para os selos de
abertura das seções. Apesar das revistas para o público adolescente possuirem mais liberdade
no uso das cores, apenas nas matérias principais da Fiel é permitida a insersão de diferentes
cores, além das citadas acima, como predominantes na matéria. Nas páginas com matérias
menores outras cores devem ser apenas secundárias.
Segundo Farina (2006) a cor rosa simboliza encanto, remete inocência e está sempre associada
a feminilidade, características importantes que apresentam a revista como uma publicação
feminina. Já a cor azul representa amizade, o céu e a eternidade, relações importantes para o
segmento religioso, público da publicação.
5.2.3 | PÁGINAS INTERNAS
A diagramação das páginas internas da revista foram baseadas, em sua maioria, no grid de três
colunas e algumas páginas de abertura no grid de duas colunas. Em ambos os casos as margens
laterais e inferior possuem 1,4 cm, enquanto a margem superior possui 1,8 cm. No grid de três
colunas, as mesmas possuem largura de 5,4 cm e o espaço entre elas é de 0,5 cm, já no grid de
2 colunas, a largura das mesmas é de 8,45 cm e o espaço entre elas é de 0,5 cm.
Figura 32: Padrão Cromático
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Na diagramação das páginas o texto deve ser distribuido de forma a respeitar o esquema
criado pelo grid e apresentar-se no tamanho 9 pontos. Desta forma procurou-se seguir as
recomendações de White(2006), aglomerando as imagens juntas em um módulo e os textos
em outro, também utilizou-se as imagens antes dos texto, o que deixa a leitura mas natural
e contínua. Nas matérias principais onde a abertura ocupam uma ou duas páginas inteiras
a liberdade na diagramação pode ser maior, isso permite que as ilustrações ou fotografias
transmitam melhor o conceito pretendido, podendo ser de estilos diferentes.
Figura 33: Páginas com Grid de três e duas colunas.
Figura 34: Seguindo as recomendações de White (2006).
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Nas matérias menores o título deve estar acima do texto e possuir um deslocamento de 2,6 cm
com relação a borda superior da página e com tamanho de fonte variando entre 60 pontos e 80
pontos. Nos casos onde o título fica por cima de uma imagem, o mesmo pode ser adequado a
ela, alterando o seu local.
No canto superior esquerdo das páginas encontram-se o título da subseções fixas, apresentadas
na fonte Elephant em itálico e no tamanho de 24 pontos.
Com a finalidade de aulixiar na identidade da revista foi criado um box como suporte para
Figura 35: Páginas de abertura da matéria principal.
Figura 36: Casos dos títulos das matérias de uma página.
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comentários, frases deslocadas do corpo do texto ou olhos18 , onde a tipografia deve estar no
tamanho 16 pontos para o olho e 14 para os demais casos.
O sumário de uma revista não é apenas um índice, onde o leitor procura em que página
encontra-se certa matéria. Na revista Fiel, o sumário foi projetado para apresentar não apenas
uma lista de páginas e títulos de matérias, mas também um resumo visual de todo o conteúdo
da publicação, permitindo ao leitor saber o que vai encontrar antes mesmo de folhea-la.
18 Textos curtos que anunciam trechos do texto principal.
Figura 37: Páginas que utilizam o box desenvolvido.
Figura 38: Página do sumário.
É possivel perceber a existência de um maior equilíbrio nos elementos da páginas da revista,
deixando-as menos sobrecarregadas. Assim como definido, anteriormente, nas diretrizes.
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5.2.4 | IMAGENS
A possibilidade de variar e trabalhar de formas diferentes as imagens numa revista é uma
característica marcante nesse segmento editorial. Nas revistas adolescentes imagens são
indispensáveis e precisam ser exploradas em abundância. O uso de imagens na revista Fiel
apresenta-se em fotografias e ilustrações.
Nas fotografias defende-se o uso de imagens de alta qualidade e profissionais. O uso das fotos
pode apresentar tratamentos e recortes diferenciados e adequados ao conceito que pretende-
se passar junto ao texto. Na seção Estilo da revista é comum o uso de imagens cortadas, por
se tratar de matérias sobre moda, nela as imagens de destaque devem estar cortadas e em
grande tamanho. Nas revistas femininas comumente encontra-se fotos de famosos e pessoas
em eventos demonstrando suas roupas, na Fiel esse tipo de imagem apresenta-se na horizontal,
o que produz uma estética atraente e diferenciada e faz a leitora interagir com a revista sem
atrapalhar no entendimento da mensagem. Nas demais materias e seções da Fiel as imagens
seguem mais criteriosamente o grid, podendo estar cortadas ou não, mas sempre alocadas
juntas e formando um bloco de textos e outro de imagem.
As ilustrações que compõem as matérias da revista podem ser de estilos variados e adequados
ao conceito do texto. Associadas ou não com fotografias as ilustrações utilizam o grid como
guia na diagramação, mas se apresentadas em formas de grafismo na página podem circundar o
texto sem interferir na sua leitura.
Figura 39: Primeiras páginas da seção Estilo.
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5.2.5 | CAPA
Foi desenvolvido um projeto de capa onde o destaque é a imagem e a chamada principal. Nela
o logotipo da revista encontra-se no canto superior esquerdo dentro de um circulo branco
de diâmetro 9 cm. O padrão de leitura ocidental19 permite que a logo seja um dos primeiros
elementos enxergados. O local do logotipo também fica no lado mais visível na exposição da
publicação em bancas de revista.
A imagem da capa apresenta o conceito da matéria principal, sem cortes focais inadequados
ao público e imagens de famosos, como descrito nas diretrizes desenvolvidas anteriormente. A
fotografia se destaca na página e deve sempre estar em fundo uniforme.
A chamada principal encontra-se a frente da imagem na fonte Elephant e em tamanho 100
pontos, podendo variar de acordo com o tamanho das palavras, mas sempre centralizada na
página. Com relação as chamadas secundárias, apresentam-se ao lado esquerdo da página à
uma distância de 1,5 cm da borda da mesma, com títulos na fonte Elephant e subtítulos na
fonte Aller, tamanho 16 pontos.
As cores usadas na capa foram um azul mais claro e o rosa, reafirmando o conceito de
feminilidade da revista. No projeto da capa de Fiel não existe cores fixas nem para o logotipo
(usado sempre dentro do circulo branco) e nem para as chamadas e background, elas podem ser
alteradas para seguir o conceito da matéria principal de cada edição.
19 Da esquerda para direita e de cima para baixo
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5.2.6 | FORMATO E DIMENSÕES
Foi adotado um formato vertical para a revista Fiel, com dimensões de 20,2 cm de largura e 26,6
cm de altura. A maioria das revitas no Brasil utilizam esse formato com pequena diferenças em
suas dimensões, o que facilita na identificação do tipo da publicação, no caso uma revista.
5.2.7 | IMPRESSÃO E ACABAMENTO
Recomenda-se impressão através do sistema offset. No miolo o uso do papel LWC com
gramatura de 57g e para a capa e contra capa o uso do papel Couchê Brilho com gramatura de
115g e lâminação brilhosa. O acabamento dos cadernos deve ser em lombada canoa.
Figura 40: Capa da revista Fiel
5.3 | O RESULTADO FINAL
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A experiência de desenvolver o projeto gráfico de uma revista demonstrou ser rica e complexa.
O campo do design editorial apresenta-se como um grande recorte do design gráfico, no qual
os conhecimentos necessários para a elabaração de eficientes projetos nessa área são em
grande número e, se tratando de uma revista, vão desde fundamentos de identidade visual à
noções de ilustração, diagramação e tipografia. Durante todo o trabalho foi possível observar a
importância dos estudos desenvolvidos sobre o mercado de revistas, o design editoral e o estilo
de vida protestante, pois os mesmos fundamentaram esta pesquisa e formaram o compilado de
informações que orientaram o projeto final.
No primeito capítulo foi possível entender conceitos importantes sobre o mercado editorial
de revistas e o aspecto da segmentação existente no mesmo. Dessa forma, observou-se a
importância dessa prática, que não só contribui para o sucesso de uma revista como é uma
característica natural desse veículo de comunicação.
Os estudos sobre a crença, o estilo de vida dos evangélicos e dos adolescentes, no segundo
capítulo, permitiram conhecer e entender o publico alvo deste trabalho. Possibilitando o
desenvolvimento de um projeto adequado aos interesses e necessidades dos mesmos. O
capítulo 3 foi de grande importância para fundamentar o projeto gráfico da revista. Neste
capítulo foram expostos conceitos sobre tipografia, imagens e diagramação, que direcionaram
a etapa projetual deste trabalho. Os conceitos abordados nestes capítulos concretizaram a
execução do primeiro objetivo específico da pesquisa.
No quarto capítulo deu-se a etapa de análise das principais revistas para adolescentes do
mercado e o desenvolvimento de diretrizes que nortearam todo o projeto da publicação
final. Com isso, o segundo e terceiro objetivos específicos foram alcançados. Posteriormente,
no quinto capítulo, o conceito da nova revista foi criado e o quarto objetivo específico foi
concluido. Aos poucos em cada etapa passada e objetivo realizado, Fiel foi ganhando forma.
O objetivo principal deste trabalho foi alcançado com êxito. Assim como proposto no início
desta pesquisa, uma revista evangélica para adolescentes de 13 a 19 anos foi desenvolvida.
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Adequada ao público, com uma prosposta editoral e um design belo e atraente a essa faixa
etária, Fiel foi criada.
A complexidade existente na edição de revistas abarca um amplo esforço interdisciplinar.
A variedade e quantidade de profissionais envolvidos no desenvolvimento de uma revista,
torna o mercado editoral cada vez mais especializado. Com isso, reconhece-se a necessidade
de estudos mais aprofundados junto a profissionais de jornalismo na criação de textos mais
adequados. Certamente o planejamento proposto para a revista, resultado desta pesquisa,
merece uma atenção maior sob o ponto de vista de profissionais mais especializados das áreas
envolvidas nesse processo, visando o aperfeiçoamento da mesma para uma futura publicação
no mercado.
Com este projeto destaca-se a importância de uma maior segmentação no mercado editoral
de revistas evangélicas. Dessa forma, o mesmo propõe a execução desta prática através
do desenvolvendo de revistas para públicos com interesses, idades e gêneros em comum,
possuindo formulas editoriais e design adequados aos mesmos. Assim como afirma Scalzo
(2008), quem vai determinar a linguagem e o visual de uma revista é o leitor.
Também foi possível apreciar todo o processo de desenvolvimento de um produto de design
para o público religioso, podendo a presente pesquisa servir como referência para futuros
projetos editoriais com o mesmo requisito. A importância de se entender o público alvo é um
dos pontos importantes deste trabalho. Visualisando o produto final constata-se que a religião
não é um fator de impedimento para o desenvolvimento de bons projetos de design com
características religiosas.
Sendo assim, a dificuldade de encontrar uma bibliografia e uma metodologia específicas para
design de revistas, não impediram a concretização deste projeto. A revista Fiel foi criada e serve
de ensaio para uma futura publicação maior, que possa dar continuidade ao produto editoral
desenvolvido.
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