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Curso de Automação Industrial Senai

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  • DESENHO TCNICO

    MECNICO

    CENTRO DE FORMAO PROFISSIONAL PEDRO MARTINS GUERRA

    Itabira

    2004

  • Presidente da FIEMG Robson Braga de Andrade

    Gestor do SENAI Petrnio Machado Zica

    Diretor Regional do SENAI e Superintendente de Conhecimento e Tecnologia Alexandre Magno Leo dos Santos

    Gerente de Educao e Tecnologia Edmar Fernando de Alcntara

    Elaborao/Organizao Edilson Jos Gomes Geraldo Magela de Oliveira Luiz Antnio Madeira

    Unidade Operacional

    Centro de Formao Profissional Pedro Martins Guerra

  • SSuummrriioo

    APRESENTAO ...........................................................................................

    INTRODUO ................................................................................................

    1. LINHAS CONVENCIONAIS ........................................................................

    2. PROJEES ORTOGONAIS .....................................................................

    2.1 Vistas Essenciais ................................................................................... 2.2 Exerccios ............................................................................................... 2.3 Supresses de Vistas ............................................................................ 2.4 Exerccios ...............................................................................................

    3. DIMENSIONAMENTO E SIMBOLOGIA ..................................................... 3.1 Representao de Cotas ....................................................................... 3.2 Regras de Cotagem ............................................................................... 3.3 Smbolos e Convenes ........................................................................ 3.4 Cotagem de Detalhes ............................................................................

    4. ESCALAS ....................................................................................................

    4.1 Tipos e Empregos .................................................................................

    5. CORTES E SEES .................................................................................. 5.1 Introduo ............................................................................................. 5.2 Hachuras ................................................................................................ 5.3 Linha de Corte ........................................................................................ 5.4 Corte Total ............................................................................................. 5.5 Meio Corte .............................................................................................. 5.6 Exerccios ............................................................................................... 5.7 Corte Parcial .......................................................................................... 5.8 Sees ................................................................................................... 5.9 Rupturas .................................................................................................

    5.10 Omisso de Corte ................................................................................

    6. PERSPECTIVA ...........................................................................................

    6.1 Isomtrica ............................................................................................... 6.2 Exerccios ...............................................................................................

    7. CONJUNTOS MECNICOS .......................................................................

    7.1 Desenho de Conjunto ............................................................................ 7.2 Vista Explodida ...................................................................................... 7.3 Desenho de Detalhe ..............................................................................

    8. TUBULAES INDUSTRIAIS .................................................................... 8.1 Smbolos Convencionais ........................................................................ 8.2 Desenho Isomtrico ...............................................................................

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...............................................................

    04

    05

    09

    11 11 18 22 23

    25 25 29 32 37

    41 41

    45 45 47 48 49 50 52 53 53 55 56

    63 63 68

    69 69 70 75

    86 86 91

    96

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 5/5 Mantenedor Mecnico

    AApprreesseennttaaoo

    Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do conhecimento.

    Peter Drucker

    O ingresso na sociedade da informao exige mudanas profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produo, coleta, disseminao e uso da informao.

    O SENAI, maior rede privada de educao profissional do pas,sabe disso , e ,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a gide do conceito da competncia: formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resoluo de problemas, com conhecimentos tcnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e conscincia da necessidade de educao continuada.

    Vivemos numa sociedade da informao. O conhecimento , na sua rea tecnolgica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualizao se faz necessria. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliogrfico, da sua infovia, da conexo de suas escolas rede mundial de informaes internet- to importante quanto zelar pela produo de material didtico.

    Isto porque, nos embates dirios,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e laboratrios do SENAI, fazem com que as informaes, contidas nos materiais didticos, tomem sentido e se concretizem em mltiplos conhecimentos.

    O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didticos, aguar a sua curiosidade, responder s suas demandas de informaes e construir links entre os diversos conhecimentos, to importantes para sua formao continuada !

    Gerncia de Educao e Tecnologia

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 6/6 Mantenedor Mecnico

    IINNTTRROODDUUOO

    Quando algum quer transmitir um recado pode utilizar a fala ou passar seus pensamentos para o papel na forma de palavras escritas. Quem l a mensagem fica conhecendo os pensamentos de quem a escreveu. Quando algum desenha, acontece o mesmo: passa seus pensamentos para o papel na forma de desenho. A escrita, a fala e o desenho representam idias e pensamentos. A representao que vai interessar neste curso o desenho.

    Desde pocas muito antigas, o desenho uma forma importante de comunicao. E essa representao grfica trouxe grandes contribuies para compreenso da Histria, porque, por meio dos desenhos feitos pelos povos antigos, podemos conhecer as tcnicas utilizadas por eles, seus hbitos e at sua idias.

    As atuais tcnicas de representao foram criadas com o passar do tempo medida que o homem foi desenvolvendo seu modo de vida, sua cultura. Veja algumas formas de representao da figura humana, criadas em diferentes pocas histricas.

    Representao Esquemtica da Figura Humana

    Figura 1 Desenho das cavernas de Skavberg (Noruega) do perodo mesoltico (6000 4500 A. C.)

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 7/7 Mantenedor Mecnico

    Representao Plana que Destaca o Contorno da Figura Humana

    Figura 2 Representao egpcia do tmulo do escriba Nakht, sculo XIV a. C.

    Representao do Corpo Humano Transmitindo a Idia de Volume

    Figura 3 Nu, desenhado por Miguel ngelo Buonarroti (1475 1564)

    Esses exemplos de representao grfica so considerados desenhos artsticos. Embora no seja artstico, o desenho tcnico tambm uma forma de representao grfica, usada, entre outras finalidades, para ilustrar instrumentos de trabalho, como mquinas, peas e ferramentas. E esse tipo de desenho tambm sofreu modificaes, com o passar do tempo.

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 8/8 Mantenedor Mecnico

    Diferenas Entre Desenho Tcnico e Desenho Artstico

    O desenho tcnico um tipo de representao grfica utilizado por profissionais de uma mesma rea, como, por exemplo, na mecnica, na marcenaria, na eletricidade. Mais detalhes sobre o desenho tcnico voc aprender no decorrer deste curso. Por enquanto, importante que voc saiba as diferenas que existem entre o desenho tcnico e o desenho artstico. Para isso, necessrio conhecer bem as caractersticas de cada um. Observe os desenhos abaixo:

    Figura 4 Cabea de criana de Rosalba Carreira (1676 1757)

    Figura 5 Paloma, de Pablo Picasso (1881 1973)

    Estes so exemplos de desenhos artsticos. Os artistas transmitiram suas idias e seus sentimentos de maneira pessoal. Um artista no tem o compromisso de retratar fielmente a realidade. O desenho artstico reflete o gosto e a sensibilidade do artista que o criou.

    J o desenho tcnico, ao contrrio do artstico, deve transmitir com exatido todas as caractersticas do objeto que representa. Para conseguir isso, o desenhista deve seguir regras estabelecidas previamente, chamadas de normas tcnicas. Assim, todos os elementos do desenho tcnico obedecem a normas tcnicas, ou seja, so normalizados. Cada rea ocupacional tem seu prprio desenho tcnico, de acordo com normas especficas. Observe alguns exemplos.

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 9/9 Mantenedor Mecnico

    Figura 6 Desenho tcnico de arquitetura

    Figura 7 Desenho tcnico de marcenaria

    Figura 8 Desenho tcnico mecnico

    Nesses desenhos, as representaes foram feitas por meio de traos, smbolos, nmeros e indicaes escritas, de acordo com normas tcnicas. No Brasil, a entidade responsvel pelas normas tcnicas a ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas. Neste curso voc vai conhecer a aplicao das principais

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    ____________________________________________________________ 10/10 Mantenedor Mecnico

    normas tcnicas referentes ao desenho tcnico mecnico, de acordo com a ABNT.

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    ____________________________________________________________ 11/11 Mantenedor Mecnico

    11.. LLIINNHHAASS CCOONNVVEENNCCIIOONNAAIISS Tipos de Linhas

    LINHA DENOMINAO APLICAO GERAL (ver figuras 1.1 e 1.2 e outras) A Contnua larga A1 contornos visveis

    A2 arestas visveis

    B

    ____________________

    Contnua estreita B1 linhas de interseo imaginrias B2 linhas de cotas B3

    linhas auxiliares B4

    linhas de chamadas B5

    hachuras B6 contornos de sees rebatidas na prpria vista B7

    linhas de centros curtas C

    D

    Contnua estreita a mo livre (1)

    Contnua estreita em ziguezague (1)

    C1 limites de vistas ou cortes

    parciais ou interrompidas se o limite no coincidir com linhas de trao e ponto (Figura 1.3) D1

    esta linha destina-se a desenhos confeccionados por mquinas (Figura1.4)

    E

    F ___ ___ ___ ___ __

    Tracejada larga (1)

    Tracejada estreita (1) E1

    contornos no visveis E2

    arestas no visveis F1 contornos no visveis F2 arestas no visveis

    G

    Trao e ponto estreita G1 linhas de centro G2

    linhas de simetrias G3 trajetrias

    H

    Trao e ponto estreita, larga nas extremidades e na mudana de direo

    H1 planos de cortes

    J Trao e ponto larga J1 indicao das linhas ou superfcies com indicao especial

    K

    . . . . . .

    Trao dois pontos estreita K1 contornos de peas adjacentes K2

    posio limite de peas mveis K3

    linhas de centro de gravidade K4

    cantos antes da conformao k5 detalhes situados antes do plano de corte

    (1) Se existirem duas alternativas em um mesmo desenho, s deve ser aplicada uma opo. Tabela 1.1

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 12/12 Mantenedor Mecnico

    Figura 1.1

    Figura 1.2

    Figura 1.3

    Figura 1.4

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 13/13 Mantenedor Mecnico

    PLANO DE PROJEO

    PROJEO

    PEA

    22.. PPRROOJJEEEESS OORRTTOOGGOONNAAIISS

    2.1 VISTAS ESSENCIAIS

    Uma pea que estamos observando ou mesmo imaginando, pode ser desenhada (representada) num plano. A essa representao grfica se d o nome de "projeo".

    O plano denominado "plano de projeo" e a representao da pea recebe, nele, o nome de projeo.

    Podemos obter as projees atravs de observaes feitas em posies determinadas. Podemos ento ter vrias vistas da pea.

    Figura 2.1

    Tomemos por exemplo uma caixa de fsforos. Para representar a caixa vista de frente, consideramos um plano vertical e vamos representar nele esta vista. A vista de frente , por isso, tambm denominada projeo vertical e/ou elevao.

    Figura 2.2

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 14/14 Mantenedor Mecnico

    V.F

    Reparemos, na figura seguinte, as projees verticais ou elevaes das peas. Elas so as vistas de frente das peas para o observador na posio indicada.

    Figura 2.3

    Voltemos ao exemplo da caixa de fsforos. O observador quer representar a caixa, olhando-a por cima.

    Figura 2.4

    Ento usar um plano, que denominaremos de plano horizontal, e a projeo que representa esta vista de cima ser denominada projeo horizontal vista de cima ou planta.

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 15/15 Mantenedor Mecnico

    V.C.

    A figura seguinte representa a projeo horizontal vista de cima ou planta das peas, para o observador na posio indicada.

    Figura 2.5

    O observador poder representar a caixa olhando-a de lado. Teremos uma vista lateral e a projeo representar uma vista lateral que pode ser da direita ou da esquerda.

    Figura 2.6

    Reparemos que uma pea pode ter, pelo que foi esclarecido, at seis vistas; entretanto, uma pea que estamos vendo ou imaginando, deve ser representada por um numero de vistas que nos d a idia completa de pea, um nmero de vistas essenciais para represent-la a fim de que possamos entender qual a forma e quais as dimenses da pea. Estas vistas so chamadas de vistas principais.

    Ao selecionar a posio da pea da qual se vai fazer a projeo escolhe-se para a vertical aquela vista que mais caracteriza ou individualiza a pea; por isso, comum tambm chamar a projeo vertical (elevao) de vista principal.

    As trs vistas, elevao, planta e vista lateral esquerda, dispostas em posies normalizadas pela ABNT nos do as suas projees.

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    ____________________________________________________________ 16/16 Mantenedor Mecnico

    A vista de frente (elevao) e a vista de cima (planta) alinham-se verticalmente.

    Figura 2.7

    A vista de frente (elevao) e a vista de lado (vista lateral esquerda) alinham-se horizontalmente.

    Figura 2.8

    Finalmente temos a caixa de fsforos desenhada em trs projees.

    Figura 2.9

    Por esse processo podemos desenhar qualquer pea.

    Figura 2.10

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 17/17 Mantenedor Mecnico

    ARESTAS NO VISVEIS QUANDO VISTA NA LATERAL

    LINHAS DE CENTRO

    EIXOS DE SIMETRIA

    LINHAS DE CENTRO

    Na vista lateral esquerda das projees das peas abaixo, existem linhas tracejadas. Elas representam as arestas no visveis.

    Figura 2.11

    Nas projees abaixo, aparecem linhas de centro.

    Figura 2.12

    Nas projees abaixo, foram empregados eixos de simetria.

    Figura 2.13

    As projees desenhadas nas folhas anteriores apresentaram a vista lateral esquerda, representando o que se v olhando a pea pelo lado esquerdo, apesar de sua projeo estar direita da elevao.

    Nos casos em que o maior nmero de detalhes estiver colocado no lado direito da pea, usa-se a vista lateral direita, projetando-a esquerda da elevao, conforme exemplos seguintes.

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 18/18 Mantenedor Mecnico

    Figura 2.14

    Os desenhos seguintes mostram as projees de vrias peas com utilizao de apenas uma vista lateral. De acordo com os detalhes a serem mostrados, foram utilizadas as laterais esquerda ou direita.

    Figura 2.15

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 19/19 Mantenedor Mecnico

    Em certos casos, porm, h necessidade de se usar duas laterais para melhor esclarecimento de detalhes importantes. Quando isso acontece, as linhas tracejadas desnecessrias podem ser omitidas como nos exemplos seguintes.

    Figura 2.16

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 20/20 Mantenedor Mecnico

    2.2 EXERCCIOS

    1. Complete, mo livre, as projees das peas apresentadas.

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 21/21 Mantenedor Mecnico

    2. Observe as vistas abaixo e responda:

    a) Quais so as vistas representadas?

    b) Quais as letras e nmeros que esto indicados na vista de frente?

    c) Que letra na vista de cima, representa o nmero 3, da vista de frente?

    d) Que nmero na vista de frente, representa a letra A, da vista lateral?

    e) Que letra na vista lateral, representa o nmero 5, da vista de frente?

    f) Que nmero na vista de cima, representa a letra K, da vista de frente?

    g) Que letra na vista de cima, representa a letra H da vista lateral?

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    ____________________________________________________________ 22/22 Mantenedor Mecnico

    3. Observe as vistas abaixo e responda:

    a) Quais so as vistas representadas?

    b) Que letra na vista de cima, representa o nmero 2, da vista de frente?

    c) Quais as letras que indicam o furo cego?

    d) Qual o nmero que indica o fundo do rebaixo?

    e) Qual o nmero que indica o fundo do furo cego?

    f) Quais as letras que indicam o furo passante?

    g) Que linha indicada pela letra M?

    h) Que linha indicada pelo nmero 9?

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 23/23 Mantenedor Mecnico

    4. Identifique e numere as projees correspondentes a cada pea apresentada

    em perspectiva.

    1

    2

    3

    4

    5

    6

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 24/24 Mantenedor Mecnico

    2.3 SUPRESSES DE VISTAS

    Quando representamos uma pea pelas suas projees, usamos as vistas que melhor identificam suas formas e dimenses. Podemos usar trs ou mais vistas, como tambm podemos usar duas vistas e, em alguns casos, at uma nica vista.

    Nos exemplos seguintes esto representadas peas com duas vistas. Continuar havendo uma vista principal - vista de frente -, sendo escolhida como segunda vista aquela que melhor complete a representao da pea.

    Figura 2.18

    Nos exemplos seguintes esto representadas peas por uma nica vista. Neste tipo de projeo e indispensvel o uso de smbolos.

    Figura 2.19

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 25/25 Mantenedor Mecnico

    2.4 EXERCCIOS

    1. Observe as vistas abaixo e responda:

    a) Quais as vistas representadas acima?

    b) Qual a forma da pea acima?

    c) Que letra na vista de frente, representa o nmero 5, da vista lateral?

    d) Que tipo de furo est representado?

    e) Que nmero na vista lateral, representa a letra H, da vista de frente?

    f) Que letra indica o eixo de simetria?

    g) Que letra na vista lateral, representa a letra H, da vista de frente?

    h) Que letra indica o centro do furo?

    i) Quais as letras e nmeros que indicam o furo?

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 26/26 Mantenedor Mecnico

    2. Procure nos desenhos abaixo as vistas que se relacionam entre si, (elevao e

    planta) e coloque os nmeros correspondentes como no exemplo 1.

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    ____________________________________________________________ 27/27 Mantenedor Mecnico

    33.. DDIIMMEENNSSIIOONNAAMMEENNTTOO EE SSIIMMBBOOLLOOGGIIAA Voc j sabe que, embora no existam regras fixas de cotagem, a escolha da maneira de dispor as cotas no desenho tcnico depende de alguns critrios. Os profissionais que realizam a cotagem dos desenhos tcnicos devem levar em considerao vrios fatores, como por exemplo: forma da pea; forma e localizao dos seus elementos; tecnologia da fabricao; funo que esta pea ir desempenhar e a preciso requerida na execuo e no produto final.

    A cotagem do desenho tcnico deve tornar desnecessria a realizao de clculos para descobrir medidas indispensveis para a execuo da pea. Veremos, a partir de agora, os principais sistemas de cotagem, isto , os modos organizados de estruturar a cotagem completa da pea.

    3.1 REPRESENTAO DE COTAS

    Cotagem em Cadeia

    Observe a vista frontal de uma pea cilndrica formada por vrias partes com dimetros diferentes.

    Figura 3.1 ESC 1:2

    Neste desenho, foi realizada uma cotagem em cadeia. Observe que, na cotagem em cadeia, cada parte da pea cotada individualmente. A parte identificada pela letra A, por exemplo, mede 25 mm de comprimento. J a cota 12 indica o comprimento da parte C. Analise voc mesmo as demais cotas.

    Voc deve ter reparado que a cotagem da pea no est completa. Foram inscritas apenas as cotas que indicam o comprimento de cada parte da pea, para ilustrar a aplicao do sistema de cotagem em cadeia.

    Este sistema de cotagem s pode ser utilizado quando um possvel acmulo de erros na execuo da pea no comprometer a sua funcionalidade. Em outras palavras, quando a exigncia de preciso na execuo de cada parte da pea muito grande, este sistema de cotagem no deve ser adotado.

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 28/28 Mantenedor Mecnico

    Cotagem por Elemento de Referncia

    Na cotagem por elemento de referncia as cotas so indicadas a partir de uma parte da pea ou do desenho tomado como referncia. Este elemento de referncia tanto pode ser uma face da pea como tambm uma linha bsica, isto , uma linha que serve de base para a cotagem. Este sistema de cotagem deve ser escolhido sempre que necessrio evitar o acmulo de erros construtivos na execuo da pea.

    Cotagem por Face de Referncia

    Observe a perspectiva cotada e, ao lado, a vista frontal do pino com rebaixo. Note que a perspectiva apresenta apenas duas cotas, enquanto que a vista frontal apresenta a cotagem completa.

    Figura 3.2 ESC 1:1

    A extremidade do corpo do pino foi escolhida como face de referncia, como se observa na perspectiva. A partir desta face de referncia foram indicadas as cotas: 35 e 45.

    foi prolongada uma linha auxiliar a partir da face de referncia tomada como base para indicao das cotas de comprimento 35 e 45. No desenho tcnico da pea no se usa a expresso: "face de referncia".

    Vamos interpretar a cotagem deste desenho tcnico na vista frontal.

    A cota 55 indica o comprimento e a cota 36, o dimetro da pea. As cotas 45 e 35 indicam o comprimento de cada parte da pea partindo da face escolhida como referncia. Os dimetros de cada parte da pea esto indicados pelas cotas 16 e 26.

    Cotagem por Linha Bsica

    Na cotagem por linhas bsicas as medidas da pea so indicadas a partir de linhas. Estas linhas podem ser: linhas de simetria, linhas de centro de elementos

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 29/29 Mantenedor Mecnico

    ou qualquer outra linha que facilite a interpretao dos procedimentos construtivos da pea.

    Como exemplo, observe a prxima pea, representada em perspectiva cotada e, ao lado, a vista frontal. Note que, na vista frontal, esto representadas apenas as cotas indicadas a partir da linha bsica vertical, apontada na perspectiva.

    Figura 3.3 ESC 1:1

    As cotas 30, 21, 32, 13 e 19 foram determinadas a partir da linha bsica vertical. A expresso linha bsica no aparece no desenho tcnico. Voc deve deduzir qual foi a linha do desenho tomada como referncia analisando a disposio das cotas.

    claro que a cotagem do desenho anterior no est completa. Foram indicadas apenas as cotas relacionadas com a linha bsica escolhida, para que voc identificasse com facilidade este tipo de cota.

    Analise agora um exemplo de desenho tcnico cotado por mais de uma linha bsica.

    Figura 3.4 ESC 1:2

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 30/30 Mantenedor Mecnico

    A cotagem por linhas bsicas tambm usada na representao de peas com partes curvas irregulares. Agora voc vai ver um exemplo de cotagem por linha bsica e por face de referncia ao mesmo tempo, numa pea com curvas irregulares. Analise primeiro a pea cotada em perspectiva, para entender melhor.

    Figura 3.5

    Essa pea apresenta uma curvatura irregular. Observe que algumas cotas foram determinadas a partir da linha bsica, que corresponde linha de simetria horizontal da pea. Outras foram determinadas a partir da face de referncia identificada pela letra A. Veja a mesma pea, representada em vista nica cotada.

    Figura 3.6 ESC 1:2

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 31/31 Mantenedor Mecnico

    As cotas indicadas a partir da linha bsica so: 24, 12, 11,20,29,35 e 39. As cotas indicadas a partir da face de referncia so: 96, 86, 71, 56, 41, 26 e 13.

    Para interpretar a localizao dos elementos e a curvatura da pea voc deve analisar as cotas indicadas a partir da linha bsica em conjunto com as cotas indicadas a partir da face de referncia. Os furos localizam-se a 12 mm da linha bsica e a 13 mm da face de referncia. O rebaixo localiza-se a 24 mm da linha bsica e a 26 mm da face de referncia. Os pares de cotas que determinam a curvatura da pea so: 41 e 39, 56 e 35, 71 e 29, 86 e 20, 96 e 11. As cotas bsicas da pea so: 100 (comprimento), 82 (altura) e 10 (espessura). Os dois furos tm dimetros iguais e medem 10 mm.

    3.2 REGRAS DE COTAGEM

    Formas de Cotagem a Partir de Elementos de Referncia

    Quando a cotagem da pea feita por elemento de referncia, as cotas podem ser indicadas de duas maneiras: por cotagem em paralelo e cotagem aditiva.

    Cotagem em paralelo: a localizao dos furos determinada a partir da mesma face de referncia. Observe que as linhas de cota esto dispostas em paralelo umas em relao s outras. Da o nome: cotagem em paralelo.

    Figura 3.7 ESC 1:1

    Cotagem aditiva: este tipo de cotagem pode ser usado quando houver limitao de espao e desde que no cause dificuldades na interpretao do desenho. Veja a mesma placa com 6 furos, que voc estudou cotada em paralelo, agora com aplicao de cotagem aditiva.

    Figura 3.8 ESC 1:1

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 32/32 Mantenedor Mecnico

    A partir da face tomada como referncia foi determinado um ponto de origem 0 (zero). As cotas so indicadas na extremidade da linha auxiliar. A interpretao das cotas semelhante da cotagem paralela. Veja: a cota 8 indica a distncia do primeiro furo da esquerda face tomada como referncia, que contm o ponto 0; a cota 18 indica que a distncia da origem 0 ao segundo furo corresponde a 18 mm; a cota 34 indica a distncia do terceiro furo em relao ao mesmo elemento de referncia e assim por diante. A partir do mesmo ponto de origem 0 podemos ter cotagem aditiva em duas direes. o que voc vai aprender, a seguir.

    Figura 3.9

    Esta placa apresenta 7 furos, de dimetros variados, dispostos irregularmente na pea. A cotagem aditiva em duas direes uma maneira prtica de indicar a localizao dos furos.

    O mesmo ponto 0 serve de origem para a indicao das cotas em duas direes, como voc pode ver no desenho tcnico a seguir.

    Figura 3.10 ESC 1:1

    A localizao de cada furo determinada por um par de cotas. Por exemplo: a localizao do furo que tem 6 mm de dimetro fica definida pelas cotas: 40 e 23. Isto quer dizer que o furo de 6 mm est a uma distncia de 40 mm em relao ao ponto de origem, no sentido do comprimento da pea, e a 23 mm do mesmo

  • Mecnica ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________ 33/33 Mantenedor Mecnico

    ponto, no sentido da altura da pea. O mesmo raciocnio permite interpretar a localizao de todos os outros furos da pea.

    Existe uma outra maneira de indicar a cotagem aditiva: consiste na cotagem por coordenadas.

    Na cotagem por coordenadas, ao invs das cotas virem indicadas no desenho, elas so indicadas numa tabela, prxima ao desenho. Os elementos da pea so identificados por nmeros. A interpretao das cotas relacionadas a estes nmeros, na tabela, permite deduzir a localizao, o tamanho e a forma dos elementos.

    Figura 3.11 - Placa com furos, cotada por coordenadas

    Na cotagem por coordenadas, imagina-se a pea associada a dois eixos perpendiculares entre si. O ponto onde estes dois eixos se cruzam o ponto 0 (zero), ou ponto de origem, que no aparece no desenho tcnico. Um eixo recebe o nome de x e o outro de y, como voc pode ver no desenho anterior.

    A localizao de cada elemento fica determinada por um par de cotas, indicadas na tabela. Uma das cotas indica a distncia do elemento ao ponto de origem na direo do eixo x. A outra cota indica a distncia do elemento ao ponto de origem na direo do eixo y. Acompanhe um exemplo, para entender bem. Observe, no detalhe da tabela, reproduzido a seguir, as informaes referentes ao furo n 1.

    Figura 3.12

    O centro do furo n 1 est localizado a uma distncia de 8 mm do ponto 0, na direo do eixo x e a uma distncia de 8 mm, na direo do eixo y. O furo n 1 redondo e tem 4 mm de dimetro.

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    3.3 SMBOLOS E CONVENES

    No Brasil, at 1984, a NBR6402 indicava o acabamento superficial por meio de uma simbologia que transmitia apenas informaes qualitativas. Esta simbologia, que hoje se encontra ultrapassada, no deve ser utilizada em desenhos tcnicos mecnicos. Entretanto, importante que voc a conhea, pois pode vir a encontr-Ia em desenhos mais antigos.

    SMBOLO SIGNIFICADO

    Indica que a superfcie deve permanecer bruta, sem acabamento, e as rebarbas devem ser eliminadas.

    Indica que a superfcie deve ser desbastada. As estrias produzidas pela ferramenta podem ser percebidas pelo tato ou viso.

    Indica que a superfcie deve ser alisada, apresentando dessa forma marcas pouco perceptveis viso.

    Indica que a superfcie deve ser polida, e assim ficar lisa, brilhante, sem marcas visveis.

    Tabela 3.1 - Smbolos de acabamento superficial e seu significado

    Atualmente, a avaliao da rugosidade, no Brasil, baseia-se nas normas NBR6405/88 e NBR8404/84, que tratam a rugosidade de forma quantitativa, permitindo que ela seja medida. Este o prximo assunto que voc vai estudar.

    Avaliao da Rugosidade

    A norma brasileira adota o sistema de linha mdia para avaliao da rugosidade.

    Figura 3.13 - Perfil de uma superfcie. Representao da linha mdia

    A1 e A2 representam as salincias da superfcie real. A3 e A4 representam os sulcos ou reentrncias da superfcie real.

    No possvel a determinao dos erros de todos os pontos de uma superfcie. Ento, a rugosidade avaliada em relao a uma linha (p), de comprimento c, que representa uma amostra do perfil real da superfcie examinada.

    A linha mdia acompanha a direo geral do perfil, determinando reas superiores e reas inferiores, de tal forma que a soma das reas superiores (A1 e A2, no exemplo) seja igual soma das reas inferiores (A3 e A4, no mesmo

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    exemplo), no comprimento da amostra. A medida da rugosidade o desvio mdio aritmtico (Ra) calculado em relao linha mdia.

    Figura 3.14 Representao grfica da rugosidade mdia

    A norma NBR 8404/84 define 12 classes de rugosidade, que correspondem a determinados desvios mdios aritmticos (Ra) expressos em mcrons (m). Veja, na tabela reproduzida a seguir, as 12 classes de rugosidade e os desvios correspondentes.

    CLASSES DE RUGOSIDADE DESVIO MDIO ARITMTICO Ra (m)

    N 12 N 11 N 10 N 9 N 8 N 7 N 6 N 5 N 4 N 3 N 2 N 1

    50 25

    12,5 6,3 3,2 1,6 0,8 0,4 0,2 0,1

    0,05 0,025

    Tabela 3.2 Caractersticas da rugosidade (Ra).

    Como exemplos: um desvio de 3,2m corresponde a uma classe de rugosidade N 8; a uma classe de rugosidade N 6 corresponde um valor de rugosidade Ra = 0,8 m.

    Indicao de Rugosidade nos Desenhos Tcnicos

    O smbolo bsico para a indicao da rugosidade de superfcies constitudo por duas linhas de comprimento desigual, que formam ngulos de 60 entre si e em relao linha que representa a superfcie considerada.

    Figura 3.15

    Este smbolo, isoladamente, no tem qualquer valor. Quando, no processo de fabricao, exigida remoo de material, para obter o estado de superfcie previsto, o smbolo bsico representado com um trao adicional.

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    Figura 3.16 A remoo de material sempre ocorre em processos de fabricao que envolvem corte, como por exemplo: o torneamento, a fresagem, a perfurao entre outros. Quando a remoo de material no permitida, o smbolo bsico representado com um crculo, como segue.

    Figura 3.17

    O smbolo bsico com um crculo pode ser utilizado, tambm, para indicar que o estado de superfcie deve permanecer inalterado mesmo que a superfcie . venha a sofrer novas operaes.

    Quando for necessrio fornecer indicaes complementares, prolonga-se o trao maior do smbolo bsico com um trao horizontal e sobre este trao escreve se a informao desejada.

    Figura 3.18

    No exemplo anterior est indicado o processo de remoo de material por fresagem.

    Indicao do Valor da Rugosidade

    Voc j sabe que o valor da rugosidade tanto pode ser expresso numericamente, em mcrons, como tambm por classe de rugosidade.

    O valor da rugosidade vem indicado sobre o smbolo bsico, com ou sem sinais adicionais.

    Figura 3.19

    As duas formas de indicar a rugosidade so corretas. Quando for necessrio estabelecer os limites mximo e mnimo das classes de rugas idade, estes valores devem ser indicados um sobre o outro. O limite mximo deve vir escrito em cima.

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    ____________________________________________________________ 37/37 Mantenedor Mecnico

    Figura 3.20 Nesse exemplo, a superfcie considerada deve ter uma rugosidade Ra compreendida entre um valor mximo N 9 e um valor mnimo N 7 que o mesmo que entre 6,3 m e 1,6 m. Para saber a equivalncia das classes de rugosidade em mcrons (m), basta consultar a tabela de Caractersticas da rugosidade (Ra), vista anteriormente.

    Smbolo Para a Direo das Estrias

    H uma outra caracterstica microgeomtrica que deve ser levada em conta no processo de fabricao e na avaliao da rugosidade: trata-se da direo das estrias, que so as pequenas linhas ou os sulcos deixados na superfcie usinada pela ferramenta usada no processo de fabricao da pea.

    Quando for necessrio definir a direo das estrias isso deve ser feito por um smbolo adicional ao smbolo do estado de rugosidade.

    Os smbolos para direo das estrias so normalizados pela NBR8404/84. Veja, a seguir, quais so os smbolos normalizados.

    O smbolo indica que as estrias so paralelas ao plano de projeo da vista sobre a qual o smbolo aplicado. Acompanhe o exemplo. Imagine que aps a usinagem, as estrias da superfcie devem ficar na direo indicada na perspectiva. Veja, ao lado, a indicao da direo das estrias no desenho tcnico.

    Figura 3.21

    Note que, no desenho tcnico, o smbolo de rugosidade foi representado na vista frontal. Ao seu lado, foi representado o smbolo, que indica a posio das estrias em relao ao plano de projeo da vista frontal.

    Lembre-se de que as estrias no so visveis a olho nu por serem caractersticas microgeomtricas. A indicao da direo das estrias, no desenho tcnico, informa ao operador da mquina qual deve ser a posio da superfcie a ser usinada em relao ferramenta que vai usin-Ia.

    O smbolo indica que as estrias so perpendiculares ao plano de projeo da vista sobre a qual ele aplicado. Veja no desenho.

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    ____________________________________________________________ 38/38 Mantenedor Mecnico

    Figura 3.22

    O smbolo , ao lado do smbolo de rugosidade, na vista frontal indica que a posio das estrias da superfcie a ser usinada deve ser perpendicular ao plano de projeo da vista frontal.

    Quando as estrias devem ficar cruzadas, em duas direes oblquas, como mostram os desenhos abaixo, o smbolo de direo das estrias X.

    Figura 3.23

    Repare que os smbolos: , representados na vista frontal, indicam qual a superfcie a ser usinada e quais as direes das estrias resultantes.

    Outra possibilidade que as estrias se distribuam em muitas direes, como nos desenhos abaixo:

    Figura 3.24

    O smbolo indicativo de direes das estrias M, que aparece representado ao lado do smbolo de rugosidade, na vista frontal.

    Quando as estrias devem formar crculos aproximadamente concntricos, como mostram os prximos desenhos, o smbolo de direo das estrias C.

    Figura 3.25

    Repare que o smbolo C aparece representado ao lado do smbolo de rugosidade, no desenho tcnico.

    Finalmente, as estrias podem se irradiar a partir do ponto mdio da superfcie qual o smbolo se refere. Veja.

    Figura 3.26

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    ____________________________________________________________ 39/39 Mantenedor Mecnico

    O smbolo R, ao lado do smbolo de rugosidade, indica que a direo das estrias radial em relao ao ponto mdio da superfcie a ser usinada. 3.4 COTAGEM DE DETALHES

    Indicao de Sobremetal Para Usinagem

    Quando uma pea fundida deve ser submetida a usinagem posterior, necessrio prever e indicar a quantidade de sobremetal, isto , de metal a mais, exigido para a usinagem.

    Quando for necessrio indicar esse valor, ele deve ser representado esquerda do smbolo, de acordo com o sistema de medidas utilizado para cotagem. Veja um exemplo.

    Figura 3.27

    O numeral 5, esquerda do smbolo de rugosidade, indica que a superfcie fundida deve ter 5 mm de espessura a mais do que a dimenso nominal da cota correspondente.

    Disposio das Indicaes de Estado de Superfcie

    Cada uma das indicaes de estado de superfcie representada em relao ao smbolo, conforme as posies a seguir:

    Figura 3.28

    Relembre o que cada uma das letras indica:

    a - valor da rugosidade Ra, em m, ou classe de rugosidade N 1 a N 12;

    b - mtodo de fabricao, tratamento ou revestimento da superfcie;

    c - comprimento da amostra para avaliao da rugosidade, em mm;

    d - direo predominante das estrias;

    e - sobremetal para usinagem (m).

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    ____________________________________________________________ 40/40 Mantenedor Mecnico

    Indicaes de Estado de Superfcie nos Desenhos

    Os smbolos e as inscries devem estar representados de tal modo que possam ser lidos sem dificuldade. Veja um exemplo.

    Figura 3.29

    No exemplo acima, a rugosidade Ra das faces: inferior e lateral direita igual a 6,3 m.

    O smbolo pode ser ligado superfcie a que se refere por meio de uma linha de indicao, como no prximo desenho.

    Figura 3.30

    Note que a linha de indicao apresenta uma seta na extremidade que toca a superfcie. Observe novamente o desenho anterior e repare que o smbolo indicado uma vez para cada superfcie. Nas peas de revoluo, o smbolo de rugosidade indicado uma nica vez, sobre a geratriz da superfcie considerada. Veja.

    Figura 3.31

    O smbolo indica que a superfcie de revoluo inteira deve apresentar o mesmo estado de superfcie. Quando todas as superfcies da pea tm o mesmo grau de rugosidade, a indicao feita de maneira simplificada.

    Caso se trate de uma pea isolada, a indicao do estado de rugosidade representada prxima vista da pea, como no desenho a seguir.

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    ____________________________________________________________ 41/41 Mantenedor Mecnico

    Figura 3.32 Se a pea faz parte de um conjunto mecnico, ela recebe um nmero de referncia que a identifica e informa sobre a posio da pea no conjunto. Nesse caso, a indicao do estado de superfcie vem ao lado do nmero de referncia da pea, como no prximo desenho.

    Figura 3.33

    Quando um determinado estado de superfcie exigido para a maioria das superfcies de uma pea, o smbolo de rugosidade correspondente vem representado uma vez, ao lado superior direito da pea. Os demais smbolos de rugosidade, que se referem a superfcies indicadas diretamente no desenho, vm aps o smbolo principal, entre parnteses. Veja um exemplo.

    Figura 3.34

    Neste exemplo, N 9 a classe de rugosidade predominante. Uma das superfcies de revoluo deve apresentar a classe N 8 e a superfcie do furo longitudinal deve apresentar a classe N 6. O smbolo pode ser representado dentro dos parnteses para substituir as indicaes especficas de classes de rugosidade. No exemplo anterior, onde aparece esta indicao pode ser substituda por .

    Quando a pea leva nmero de referncia, a indicao da rugosidade geral e das rugosidades especficas vem ao lado do nmero de referncia, como no desenho abaixo.

    Figura 3.35

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    ____________________________________________________________ 42/42 Mantenedor Mecnico

    Correspondncia Entre os Smbolos de Acabamento e Classes de Rugosidade

    Os smbolos indicativos de acabamento superficial, apresentados, vm sendo gradativamente substitudos pelas indicaes de rugosidade. possvel que voc ainda encontre desenhos que apresentem aquela simbologia j superada. Na prtica, foi estabelecida uma correspondncia aproximada entre os antigos smbolos de acabamento de superfcies e os atuais smbolos de rugosidade:

    SMBOLO SMBOLO INDICATIVO DE RUGOSIDADE

    de N 10 a N 12

    de N 7 a N 9

    de N4 a N6

    Tabela 3.3 As classes de N 1 a N 3 correspondem a graus de rugosidade mais finos que o polido ( )

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    ____________________________________________________________ 43/43 Mantenedor Mecnico

    44.. EESSCCAALLAASS Os desenhos que utilizamos em oficinas, para orientar a construo de uma pea, nem sempre podem ser executados com os valores reais das medidas da pea. Por exemplo: impossvel representar no desenho uma mesa de trs metros de comprimento em seu tamanho real, como tambm difcil ou quase impossvel representar em seu tamanho natural uma pea para relgio, com trs milmetros de dimetro.

    O recurso ser, ento, reduzir ou ampliar o desenho, conservando a proporo da pea a ser executada.

    Em todos estes casos, isto , desenhando na mesma medida, reduzindo ou ampliando, estaremos empregando escalas. Escala , portanto, a relao entre as medidas do desenho e a da pea.

    4.1 TIPOS E EMPREGOS

    Quando o desenho for do mesmo tamanho da pea ou quando tiver as mesmas dimenses indicadas nas cotas, teremos a escala natural.

    A escala natural indicada da seguinte forma: Escala 1:1, que se l "Escala um por um".

    Figura 4.1 Escala 1:1

    Vemos o desenho de um puno de bico com todas as indicaes necessrias sua execuo na oficina. Note que, devido ao seu tamanho, foi possvel desenhar em escala natural.

    Quando o desenho de uma pea for efetuado em tamanho menor do que o tamanho da prpria pea, estaremos usando escala de reduo. Note que, embora reduzindo o tamanho do desenho, as cotas conservaram as medidas reais da pea.

    A escala de reduo indicada da seguinte forma: Escala 1:2, que se l "Escala um por dois".

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    ____________________________________________________________ 44/44 Mantenedor Mecnico

    Figura 4.2 escala 1:2

    Neste exemplo, o desenho est duas vezes menor que os valores das cotas.

    As escalas de reduo recomendadas pela ABNT so as seguintes:

    1:2, 1:2,5, 1:5 e 1:10 at 1:100.

    Quando o desenho de uma pea for efetuado no tamanho maior do que esta, estaremos usando escala de ampliao. Note que as cotas conservaram, tambm, os valores reais da pea.

    A escala de ampliao indicada da seguinte forma: Escala 2:1, que se l "EscaLa dois por um, significando que o desenho duas vezes maior que a pea.

    Figura 4.3 Escala 2:1

    As escalas de ampliaes recomendadas pela ABNT so as seguintes:

    2:1, 5:1e 10:1.

    A interpretao de uma escala em relao razo numrica feita da seguinte foma: usam-se dois nmeros. O primeiro, refere-se ao desenho e o segundo, pea.

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    ____________________________________________________________ 45/45 Mantenedor Mecnico

    1 2

    Figura 4.4 Isto significa que 2mm na pea, corresponde a 1 mm no desenho.

    A reduo ou ampliao s ter efeito para o traado do desenho, pois na cotagem colocaremos as medidas reais da pea.

    Em escalas as medidas angulares no sofrem reduo ou ampliao como as lineares; por exemplo, seja qual for a escala empregada, um ngulo de 60 ser representado com o mesmo valor.

    Figura 4.5 1 = Escala 1:1 2 = Escala 1:2

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