decretos de natal

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Page 1: Decretos de Natal
Page 2: Decretos de Natal

Fica decretado que, neste Natal, em vez de dar presentes, nos faremos presentes junto aos famintos, carentes e excluídos.

Page 3: Decretos de Natal

Papai Noel será malhado como Judas e, lacradas as

chaminés, abriremos corações e portas à

chegada salvífica do Menino Jesus.

Page 4: Decretos de Natal

Por trazer a muitos mais constrangimentos que alegrias, fica decretado que o Natal não mais nos travestirá no que não somos:

Page 5: Decretos de Natal

neste verão escaldante, arrancaremos da árvore de Natal todos os algodões de

falsas neves;

Page 6: Decretos de Natal

trocaremos nozes e castanhas por frutas tropicais;

Page 7: Decretos de Natal

renas e trenós por carroças repletas de

alimentos não perecíveis;

Page 8: Decretos de Natal

e se algum Papai Noel sobrar por aí, que apareça de bermuda e chinelas.

Page 9: Decretos de Natal

Fica decretado que as crianças,

em vez de brinquedos e

bolas, pedirão bênçãos e

graças,

Page 10: Decretos de Natal

abrindo seus corações para destinar aos pobres todo o supérfluo que entulha armários e gavetas.

Page 11: Decretos de Natal

A sobra de um é a necessidade de outro, e

quem reparte bens partilha Deus.

Page 12: Decretos de Natal

Fica decretado que, pelo menos um dia, desligaremos toda a parafernália eletrônica, inclusive o telefone e,recolhidos à solidão, faremos uma viagem ao interior de nosso espírito,

Page 13: Decretos de Natal

lá onde habita Aquele que, distinto

de nós, funda a nossa verdadeira

identidade.

Page 14: Decretos de Natal

Entregues à meditação, fecharemos os olhos para ver melhor.

Page 15: Decretos de Natal

Fica decretado que, despidas de pudores, as famílias farão ao menos um momento de oração,

lerão um texto bíblico, agradecendo ao Pai de

Amor o dom da vida,

Page 16: Decretos de Natal

as alegrias do ano que finda, e até dores que exacerbam a emoção sem que se possa entender com a razão.

Page 17: Decretos de Natal

Finita, a vida é um rio que sabe ter o mar como destino, mas

jamais quantas curvas, cachoeiras e pedras haverá de

encontrar em seu percurso.

Page 18: Decretos de Natal

Fica decretado que arrancaremos a espada das mãos de Herodes e nenhuma criança será mais condenada ao trabalho precoce, violentada, surrada ou humilhada.

Page 19: Decretos de Natal

Todas terão direito à ternura e à

alegria, à saúde e à escola, ao pão e à paz, ao sonho e à

beleza.

Page 20: Decretos de Natal

Fica decretado que, nos locais de trabalho, as festas de fim de ano terão o dobro de seus custo convertido em cestas básicas a famílias carentes.

Page 21: Decretos de Natal

E será considerado grave pecado abrir uma

bebida de valor superior ao salário

mensal do empregado que a

serve.

Page 22: Decretos de Natal

Como Deus não tem religião, fica decretado que nenhum fiel considerará a sua mais perfeita que a do outro,

Page 23: Decretos de Natal

nem fará rastejar a sua

língua, qual serpente

venenosa, nas trilhas da

injúria e da perfídia.

Page 24: Decretos de Natal

O Menino do presépio veio para todos, indistintamente, e não há como professar o "Pai Nosso" se o pão também não for nosso, mas privilégio da minoria abastada.

Page 25: Decretos de Natal

Fica decretado que toda dieta se reverterá em

benefício do prato vazio de quem tem fome,

Page 26: Decretos de Natal

e que ninguém dará ao outro um presente embrulhado em bajulação ou escusas intenções.

Page 27: Decretos de Natal

O tempo gasto em fazer laços seja muito inferior ao dedicado a

dar abraços.

Page 28: Decretos de Natal

Fica decretado que as mesas de Natal estarão cobertas de afeto e,

Page 29: Decretos de Natal

dispostos a renascer com o Menino, trataremos de sepultar

iras e invejas, amarguras e ambições desmedidas,

Page 30: Decretos de Natal

para que o nosso coração seja acolhedor como a manjedoura de Belém.

Page 31: Decretos de Natal

Fica decretado que, como os reis magos, todos daremos um voto de

confiança à estrela, para que ela conduza este país

a dias melhores.

Page 32: Decretos de Natal

Não buscaremos o nosso próprio interesse, mas o da maioria, sobretudo dos que, à semelhança de José e Maria,

Page 33: Decretos de Natal

foram excluídos da cidade e, como uma família sem-terra,

obrigados a ocupar um pasto, onde brilhou a esperança.

Page 34: Decretos de Natal

……..

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