da escola pÚblica paranaense 2008 · para discutir sobre a questão racial em nossa sociedade,...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2008
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
RECURSO DE EXPRESSÃO - Problematização do Conteúdo
Cultura Africana e Afro-brasileira: o desconhecimento gera o preconceito e a
discriminação racial.
“A voz de minha avó ecoou criança nos porões de navio...
...na voz de minha filha se fará ouvir a ressonância, o eco da vida-liberdade.
(Conceição Evaristo: escritora negra do grupo Quilombo hoje.)
Quando resolvi escrever sobre o tema Cultura Africana e Afro-brasileira,
percebi como educadora, que apesar da lei 10639/03 já existir a cinco anos, não
existia a sua aplicabilidade nas escolas. Sabendo que o desconhecimento gera o
preconceito, e considerando ainda a dívida imensa do Brasil com a África, fica
evidente que estudar a História da África, mesmo não sendo uma tarefa tão simples,
é algo urgente. Não podemos estudar a História do Brasil sem o conhecimento da
história dos povos que deram início à nação brasileira.
Enquanto isso, apenas um seleto grupo têm acesso à imagem de um
continente que no período medieval tinha técnicas avançadas de construção,
impérios, domínios da escrita e até universidade. Essa realidade fazia parte da
África, antes da chegada dos europeus, mas é desconhecida dos alunos nas
escolas do país. Nas salas de aula predomina a imagem de uma África homogênea,
com imagens de tribos primitivas, negros escravizados, guerras e miséria.
A Escola como espaço privilegiado para a produção do conhecimento, terá
que fazer com que o aluno busque entender as diferenças, buscando superar os
preconceitos e a discriminação, e a partir daí, construir identidades e então efetivar
uma igualdade.
INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR
Preconceito, Racismo, Discriminação racial: Você saberia definí-los?
Para discutir sobre a questão racial em nossa sociedade, utilizamos várias
expressões, conceitos e designações. Estes foram sendo construídos ao longo das
relações entre negros, brancos e outros grupos étnicos que vivem em nosso país.
Em nosso cotidiano, usamos termos como racismo, discriminação racial,
preconceito, raça, etnia entre tantos outros. Mas será que realmente sabemos do
que estamos falando? Essa é uma questão muito séria e importante a qual todos
nós, negros, brancos, indígenas, imigrantes e de quaisquer outros grupos étnicos,
deveríamos refletir antes de emitirmos opiniões. Mas, é fato, nem sempre sabemos
o significado e a complexidade desses termos e conceitos. Por isso, vamos tentar
discutir e nos informarmos um pouco mais.
Preconceito Racial
O preconceito é um julgamento negativo e prévio que os membros de uma
raça, de uma etnia, de um grupo, de uma religião ou mesmo indivíduos constroem
em relação ao outro. Esse julgamento prévio apresenta como característica principal
a inflexibilidade, pois tende a ser mantido a qualquer custo, sem levar em conta os
fatos que o contestem.Trata-se do conceito ou opinião formado antecipadamente,
sem maior ponderação ou conhecimentos dos fatos. O preconceito inclui a relação
entre pessoas e grupos humanos e a concepção que o indivíduo tem de si mesmo e
também do outro.
Ninguém gosta de se assumir preconceituoso. Ninguém nasce com
preconceitos: eles são aprendidos socialmente, no convívio com outras pessoas.
Discriminação Racial
A palavra “discriminar” significa distinguir, diferenciar, discernir. A
discriminação racial pode ser considerada como a prática do racismo e a efetivação
do preconceito. Na maioria das vezes, á discriminação apresenta semelhanças com
o preconceito. Ou seja, ambos partem de idéias, sentimentos e atitudes negativas de
um grupo contra outro. Podemos combater a discriminação e o preconceito, assim
como seus efeitos por meio de duas maneiras básicas: a Legislação Penal, ou seja,
criação de leis que punam os atos discriminatórios e a promoção de igualdades de
oportunidades ou ações afirmativas.
Racismo
O racismo é um comportamento, uma ação resultante da aversão, por vezes,
do ódio, em relação a pessoas, que possuem um pertencimento racial observável
por meio de sinais, tais como cor de pele, tipo de cabelo, formato de olho etc. Ele é
resultado da crença que existem raças ou tipos humanos superiores e inferiores, a
qual se tenta impor como única e verdadeira. Exemplo disso são as teorias que
serviram para justificar a escravidão do século XIX, a exclusão dos negros e a
discriminação racial.
A perpetuação do preconceito racial em nosso país revela a existência de um
sistema social racista que possui mecanismos para produzir as desigualdades
raciais dentro da sociedade. Por isso, faz-se necessário discutirmos a superação do
preconceito, juntamente com as formas de superação do racismo e da discriminação
racial por estes três processos:
(...) se realimentam mutuamente, mas diferem um pouco entre si. O
Racismo, como doutrina da supremacia racial, se apresenta como a fonte principal do preconceito racial (...)
Fonte Nilma Bentes. Negritando, Belém, Graffite, 1993, p.21
MUNANGA, K; GOMES, N. O NEGRO NO BRASIL DE HOJE. São Paulo: Global/Ação Educativa, 2004.
PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR
Interação entre disciplinas
Através das disciplinas de História, Artes e Português, o estudo da cultura
africana e afro-descendente irá contribuir para que professores e alunos passem a
ver com outros olhares os afrodescendentes.
Na disciplina de Artes, será trabalhado os ritmos africanos no Brasil como
samba, maculelê, maxixe, hip-hop, além de se trabalhar com a pintura e escultura.
Em Português, será visto o vocabulário utilizado, as lendas, mitos, textos
referentes a definições de alguns termos utilizados numa perspectiva anti-racista
(raça, etnia, racismo), legislação e reflexão a respeito de ações afirmativas.
Na História, possibilitar uma pesquisa sobre fatos históricos do povo africano,
perceber a importância desta cultura milenar na formação religiosa do ser humano,
entender que no continente africano, destacam-se o islamismo e o hinduísmo,
porém dando ênfase maior às atividades da religião tradicional dos negros, com
seus ritmos e elementos específicos.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Preconceito desafia política de cotas
Discriminação contra os negros nas contratações, promoções e nos
programas de treinamento interno ainda são comuns nas empresas brasileiras. É
essa a avaliação de consultores e especialistas em questões raciais ouvidos pela
reportagem, apesar de crescente preocupação em se adotar políticas inclusivas. “A
alta direção não convive com a idéia da discriminação e acredita que o problema é
com os negros”, diz a diretora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e
Desigualdades (CEERT), Maria Aparecida da Silva Bento. “Quando se mostra um
estudo provando que a empresa investe em treinamento ou que faz promoções de
maneira diferenciada, eles ficam perplexos”.Especialista em recursos humanos,
Maria Aparecida tem se dedicado nos últimos anos a ajudar empresas a desenvolver
programas corporativos sobre diversidade.”Acompanho funcionários negros e
brancos com a mesma formação e com o mesmo tempo no emprego e os brancos
são sempre privilegiados em programas no exterior, em cursos de inglês e em
financiamentos.Ao contrário do que já ocorre com portadores de deficiências, não há
legislação no Brasil que determine que empresas devem ter em seus quadros um
determinado porcentual de funcionários negros.
A discussão sobre cotas começou a ganhar corpo no fim dos anos 90. No ano
passado, uma pesquisa do Instituto Ethos de Responsabilidade Social mostrou que,
94% das empresas ouvidas, as diretorias eram ocupadas por brancos.”O diálogo
ainda está em fase de sensibilização” diz Sueli Carneiro, da Organização Não-
Governamental Geledés - Instituto da Mulher Negra. Segundo ela, as empresas
costumam alegar que quando se dispõe a contratar negros esbarram na dificuldade
de não encontrar profissionais com o perfil desejado. ”Elas deveriam criar uma
política voltada para estagiários negros que abrisse perspectiva de galgar cargos na
empresa”.
Fonte: Gazeta – ES – Brasil, 22 fev.2003.
SÍTIOS
Portal Afro
http:// www.portalafro.com.br/
É um portal de notícias sobre eventos relacionados à cultura, artes, culinária e
religião afro-brasileira, entre outras. Tem por finalidade trabalhar pelo progresso,
desenvolvimento e educação dos afro-descendentes. A linha de atuação desse
portal é o combate a discriminação racial e valorização dos direitos humanos,
objetivando a organização autônoma dos marginalizados.
http://www.museuafrobrasil.com.br
Museu histórico que apresenta as origens e registra as lutas da população negra.
http://www.centroculturalafricano.com.br
Através de seus projetos e eventos na área da educação procura mostrar à
sociedade brasileira a necessidade de uma consciência mais profunda e ampla do
povo negro no processo da formação histórica do Brasil.
http://www.neab.ufpr.br/
O Núcleo de Estudos afro-brasileiros da Universidade Federal do Paraná – NEAB –
UFPR, tem como objetivo geral se constituir como um centro de referência que
articule e promova atividades de ensino, pesquisa e extensão relacionadas ao
campo de estudos afro-brasileiros.
SONS E VÍDEOS
Filme: A negação do Brasil
Este documentário mostra como os meios midiáticos em geral, ainda padronizam a
representação fenotípica da espécie humana pautada em uma idéia de
superioridade do homem/mulher brancos em detrimento ao negro. É uma viagem na
história da telenovela no Brasil e particularmente uma análise do papel nelas
atribuído aos atores negros, que sempre representam personagens negativos.
Baseados em suas memórias e em fortes evidências de pesquisas, o diretor aponta
as influências das telenovelas nos processos de identidade étnica dos afro-
brasileiros e faz um manifesto pela incorporação positiva do negro nas imagens
televisivas do país.
A NEGAÇÃO DO BRASIL, direção de Joel Zito Araújo, Brasil: 2000, 90 min..
Fonte: http://www.adorocinemabrasileiro.com.br/filmes/negaçao-do-brasil/negaçao-
do-brasil.asp
Hotel Ruanda
Em 1994 um conflito política em Ruanda levou à morte de quase um milhão de
pessoas em apenas cem dias. Sem apoio dos demais países, os ruandenses
tiveram que buscar saídas em seu próprio cotidiano para sobreviver. Uma delas foi
oferecida por Paul Rusesabagina, que era gerente do hotel Milles Collines,
localizado na capital do país.Contando apenas com sua coragem, Paul abrigou no
hotel mais de 1200 pessoas durante o conflito.Recebeu 3 indicações ao Oscar.
Direção: Terry George, EUA, 2004, 121 min.
Fonte:http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/hotel-ruanda/hotel-
ruanda.asp#Sinopse
Atlântico negro: na rota dos orixás
Viagem no espaço e no tempo em busca das origens africanas da cultura brasileira.
Historiadores, antropólogos e sacerdotes africanos e brasileiros relatam fatos
históricos e dados surpreendentes sobre inúmeras afinidades culturais que unem os
dois lados do Atlântico. Visão atual do Benin, berço da cultura iorubá. Filmado no
Benin, no Maranhão e na Bahia.
Direção: Renato Barbieri, Brasil, 54 min.
Fonte:http://.www.fundaçaoastrojildo.org.br/filmes/filmes_abrir.asp?cod_filme=201
PROPOSTA DE ATIVIDADES
A importância de conhecer a Cultura Africana e afro - brasileira
Objetivo a alcançar: Possibilitar a reflexão, análise e o debate sobre a importância
da cultura africana, resgatando a nossa identidade afro-descendente e com isso
contribuir para a superação do racismo e da desigualdade racial do Brasil.
Método utilizado: em grupo, através da exposição do material pesquisado.
Desenvolvimento da atividade
1. Fazer uma pesquisa sobre as manifestações culturais afro-brasileiras na sua
cidade. Montar um painel com as informações encontradas e como elas são
realizadas hoje.
2. Realizar um trabalho de pesquisa em sua cidade, buscando descobrir que
organizações sociais estão lidadas à luta pelos direitos dos negros. Procure
saber como essas organizações estão envolvidas com o governo e com a
sociedade. Se possível faça uma entrevista com um dos seus representantes.
Procure saber quais são as reivindicações do grupo, de que forma são
organizadas, de que maneira eles apresentam as reivindicação. Apresente a
turma em forma de painel.
3. Procure músicas da atualidade que trate de questões ligadas ao negro.
Analise as letras e discuta com a classe.
4. Forme grupos e escolha um tema da atualidade ligada à questão racial. Pode
ser, por exemplo, as cotas para negro nas universidades. Procure artigos em
jornais e em revistas, sites, opiniões diferentes sobre o tema. Depois, redija
um texto com a opinião do grupo a respeito do tema. Apresente os resultados
da pesquisa e discuta com a classe as razões que encontrou para as
diferentes posições.
Avaliação
Avaliação diagnóstica através da participação em todas as atividades, nas
exposições, nos trabalhos e nas pesquisas.
IMAGENS
COMENTÁRIO:
Máscaras africanas feitas por alunos de 6ª séries. Foram feitas em telhas de barro
(goivas) compradas pelos alunos. A tinta utilizada foi guache, os alunos que não
tinham verniz para a finalização utilizaram cola comum. Este trabalho fez muito
sucesso na escola, precisei fazer com alunos de outras séries. Foi colocado em
exposição na escola, durante a semana cultural (setembro/2000).Na época foram
feitas mais de 100 máscaras, todas diferentes, usando a criatividade individual de
cada aluno. Este trabalho foi realizado após algumas aulas sobre a cultura africana e
afro-brasileira, em uma época onde nem se falava muito a respeito desta cultura e
da sua importante contribuição para a humanidade. Na maioria das escolas apenas
se trabalhava o conteúdo tradicional sobre os negros nos livros didáticos, ou seja: a
escravidão. Infelizmente, mesmo após a lei 10639/03 ser sancionada, pouca coisa
mudou em relação à imagem do negro nos livros didáticos. Porém a luta de tantos
anos dos movimentos negros não foi em vão. A Escola deverá fazer com que alunos
e professores busquem entender as diferenças, superando os preconceitos e a
discriminação racial.
SUGESTÕES DE LEITURA
Para entender o negro no Brasil de hoje: histórias, realidades, problemas e
caminhos.
Kabenguele Munanga
Nilma Lino Gomes
O Brasil é um país que nasceu do encontro das diversidades: do índio, do branco do
negro e de tantos outros grupos étnicos-raciais. De todos, o negro é o único que não
veio pela própria vontade de emigrar, pois foi seqüestrado, capturado e arrancado
de sua terra natal e trazido à força para o Brasil. Porém, sua história é uma das
menos conhecidas quando comparada com a dos outros segmentos étnicos.Por
isso, desde 2003, com a implantação da lei sobre o ensino da cultura africana e afro-
brasileira nas escolas, este livro se propõe a mostrar esta temática, abrangendo
dados importantes acerca das diferenças sócio-étnico-raciais, legislação específica e
reflexão a respeito de políticas afirmativas, que pode ser muito bem trabalhado na
EJA (Educação de Jovens e Adultos).
REFERÊNCIA:
MUNANGA, K; GOMES, N. Para entender o negro no Brasil de hoje, histórias,
realidades, problemas e caminhos. Editora Global, São Paulo, 2006.
Malungos na Escola- questões sobre culturas afrodescendentes e educação.
Edimilson de Almeida Pereira.
Com o intuito de contribuir com estudos e debates sobre a aplicação da lei
10.639/03, o professor e poeta Edimilson de Almeida Pereira apresenta nesta obra o
universo cultural afrodescendente e as práticas educacionais, bem como alguns
aspectos entre os muitos que lhe dão forma, sentido e dinamismo. Além de ressaltar
a importância da lei no tocante ao reconhecimento que a sociedade brasileira deve
fazer para com os africanos e seus descendentes no Brasil, o livro destaca a
possível formação de uma geração favorável à diversidade étnica e cultural do País,
aberta, inclusive para a construção de uma sociedade mais justa.
REFERÊNCIA:
PEREIRA, E. A. Malungos na Escola- questões sobre culturas afrodescendentes e
educação. Editora Paulinas, São Paulo, 2007.
Racismo em livros didáticos – Estudos sobre negros e brancos em livros de
Língua Portuguesa.
Paulo Vinícius Batista da Silva.
Neste livro, o autor nos mostra e nos faz refletir sobre a lentidão exasperante que
emperra processos de mudança social na representação de negros (as) e brancos
(as) nos livros didáticos. Por que isso ocorre? No que acertamos e no que erramos?
São questões que o livro permite formular, para repensar, formular novas perguntas
para com a pesquisa. Isto porque a pesquisa é primorosa, na explicitação de pontos
de partida, caminhos teóricos e metodológicos, bem como a caracterização do
contexto sócio-histórico de produção, circulação e recepção dos livros didáticos no
Brasil contemporâneo. Racismo em livros didáticos avança no conhecimento
acadêmico e fortalece a ação militante.
Fúlvia Rosemberg- abril 2008.
REFEÊNCIA:
SILVA, P. V. Racismo em livros didáticos – Estudos sobre negros e brancos em
livros de Língua Portuguesa. Editora Autêntica.
NOTÍCIAS
Projeto proíbe livro didático preconceituoso
O Projeto de Lei 2609/03, do deputado Pastor Reinaldo (PTB-RS), proíbe a
publicação para uso escolar de livros didáticos contendo figuras, fotos, símbolos,
palavras ou frases que estimulem ou evidenciem a segregação racial, social ou
religiosa. A proposta pune as editoras que descumprirem a determinação com multa
ou prestação de serviços comunitários. A matéria tramita em regime conclusivo na
Comissão de Educação e Cultura, onde aguarda designação do relator.
“É notória a superficialidade com que a cultura e as questões sociais dos países
afro-descendentes são abordadas nos livros didáticos utilizados nos níveis
fundamental e médio”, afirma o deputado. “Fatos relevantes, não só dessa
população como também dos povos orientais e indígenas, são notada e
preconceituosamente omitidos”.
Citando pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), o parlamentar
afirma que muitos livros didáticos apresentam pessoas daquelas etnias “em
condições isoladas de desvantagem, menos-valia, inferioridade ou submissão,
sugestionando o imaginário daqueles que as vêem.”
No estudo, a USP analisou uma coleção de livros de Português adotada nos quatro
primeiros anos de ensino fundamental. Embora aprovada pelo MEC e tendo vencido
o prêmio Jabuti em l994, a coleção “Produzindo Leitura e Escrita”, da editora Braga,
apresentava 443 figuras brancas, 35 negras, 15 orientais e 10 indígenas.
Pastor Reinaldo, informa ainda que, na mesma coleção, crianças brancas são
retratadas com brinquedos manufaturados, enquanto um menino negro brinca com
uma roda e um pedaço de pau. “Em outras obras, judeus são sempre mostrados em
campos de concentração como cadáveres, indígenas como selvagens pintados em
momentos de caça e negros em situação escravistas.
Disponível em: http://www.mundonegro.com.br.
Acesso: 06/10/08
PARANÁ
Rádio Notícias – 22/09/2008
Unioeste vai formar professores de história e cultura afro-brasileira
O Ministério da Educação, aprovou recursos de 133 mil e 460 reais para a Unioeste
implementar projetos de Ações Afirmativas para a população negra, a Uniafro. A
proposta tem o objetivo de apoiar a produção e difusão de conhecimento sobre a
temática étnico-racial, além de oferecer o acesso a permanência da população afro-
brasileira no ensino superior. Além disso, a Unioeste oferece formação para
professores de educação básica, entendendo que o espaço escolar serve para
combater o racismo e a discriminação racial. O projeto abrange as regiões Oeste e
Sudoeste do Paraná, que tem 239 escolas estaduais, 5 mil e 245 professores da
rede estadual e 160 mil alunos matriculados. O curso será executado pela Unioeste,
Campus de Francisco Beltrão, por meio do Grupo de Estudos Etno-Culturais, com
apoio do Núcleo de Estudos Interdisciplinares do Campus de Cascavel.
Disponível em: http://www.aenoticias.pr.gov.br
Acesso: 07/10/08