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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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NO UNIVERSO CONTEMPORÂNEO DAS

FADAS: QUESTÕES DE LETRAMENTO

LITERÁRIO NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Lisiane Cristina Klein

Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira

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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE PATO BRANCO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTRO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

Caderno pedagÓGICO

No universo contemporâneo das fadas:

questões de letramento literário na

educação básica

Lisiane Cristina Klein

Drª Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira

CORONEL VIVIDA – UNICENTRO

PDE/2009

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Caro(a) Professor(a)...

O gosto e o encantamento por esta função poética dos textos

literários, como todos os outros gostos e encantamentos

precisam ser cultivados, estimulados, exercitados. (ANTUNES,

2003, P. 72)

A presente produção Didático-pedagógica, construída como atividade

obrigatória e individual, elaborada durante o segundo período do PDE-

Programa de Desenvolvimento Educacional 2009, constitui uma das

estratégias de ação da intervenção pedagógica, a ser desenvolvida no Colégio

Estadual Arnaldo Busato, em Coronel Vivida, na 5ª série do Ensino

Fundamental, no terceiro período do programa, que tem como objetivo o ensino

da leitura literária na formação do leitor/letramento literário.

Sendo a leitura um elemento fundamental no processo de ensino, pois

atende a diferentes propósitos, e, por ser um instrumento de conhecimento ou

meio para aquisição do mesmo, optou-se por desenvolver um trabalho

embasado nas teorias de letramento literário visto que o tema já é objeto de

estudiosos há algum tempo, e busca trabalhar a literatura com uma abordagem

lúdica, indo além dos modelos propostos pelo livro didático com o objetivo de

incrementar o trabalho de ensino da leitura literária na formação do leitor e da

leitura como prática social.

Para Evelyne Charmeux (SILVA, 1998) “Ler é uma atividade meio, que

está a serviço de um projeto que a ultrapassa.” Segundo Kosson o letramento

literário só se faz via textos e para que os objetivos constantes nas Diretrizes

Curriculares do Estado do Paraná possam ser alcançados, por meio de uma

prática de leitura que leve ao letramento literário, faz-se necessário a

superação de métodos ultrapassados, conseqüência também da censura

sofrida pela sociedade e consequentemente pela escola, que não possibilitam

a transformação sociocultural do homem que cabe a escola realizar.

Este caderno didático foi desenvolvido para ser trabalhado na 5ª série

do Ensino Fundamental, mas é possível que este trabalho seja realizado em

qualquer série do ensino fundamental, porque segundo Ezequiel (1998,p.54)

“O leitor pode ser formado em qualquer período de sua existência, desde que

exista um trabalho , gerador de história, nesse sentido.

Segundo (Antunes, 2003) é função da escola tornar as pessoas cada

vez mais críticas, participativas e atuantes, política e socialmente e não se

pode perder de vista que o objetivo das aulas de português deve ser falar,

ouvir, ler e escrever textos fluentes, adequados e relevantes, desenvolvendo a

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competência linguística, por meio de textos, que resultarão na atuação e

interação verbal das pessoas possibilitando uma participação efetiva das

pessoas em sociedade e as atividades constantes neste material visam

contribuir para que estes objetivos sejam atingidos.

A qualificação e a capacitação contínua dos leitores ao longo

das séries escolares colocam-se como uma garantia de

acesso ao saber sistematizado, aos conteúdos do

conhecimento que a escolas tem de tornar disponíveis aos

estudantes (SILVA, 2002).

e, portanto, precisa do ensino formal, pois é na escola, com o professor, que há

possibilidade de maior inserção do sujeito no mundo da escrita, onde o leitor

deve construir um repertório e a partir do mesmo a compreensão seja possível

aclarando as idéias, pois leitura é sempre apropriação, invenção, produção de

significados/sentidos. Para ele, com o acesso e domínio da escrita e junto as

competências do ler possibilitam o conhecimento e então a cidadania pode ser

exercida e a beleza e a justiça podem ser concretamente vividas, em benefício

de todos, pois hoje, em nossa sociedade, a informação é moeda forte e o

conhecimento transforma-se no principal fator de produção, comprovando

assim que há relação dialética entre educação, política e poder.

SILVA (1998) afirma que a literatura, pela sua natureza e força estética,

colabora significativamente para com a formação da pessoa, influindo nas suas

formas de pensar e encarar a vida e daí advém à necessidade de, por meio do

texto literário, desenvolver reflexões e alargamento do campo possível, num

trabalho de descontextualização e recontextualização, e consequentemente

desenvolvendo a consciência de outras possibilidades do existir combatendo a

alienação e facilitando às pessoas e aos seus grupos sociais a realização da

liberdade nas diferentes dimensões da vida.

Para KLEIMAN (2002), como para Vygotsky e pedagogos

neovygostkianos, a aprendizagem é construída com a interação dos sujeitos

cooperativos que têm objetivos comuns. Ela considerada que leitura é prática

social que remete a outros textos e outras leituras, uma atividade intelectual,

um processo psicológico em que o leitor utiliza diversas estratégias baseadas

no conhecimento lingüístico, sociocultural e enciclopédico, que para ensinar a

ler e a gostar de ler é preciso gostar de ler, que no cotidiano brasileiro a leitura

no ambiente de letramento a leitura tem lugar cada vez menor, tanto pela

formação precária dos profissionais quantos pela pobreza do material utilizado,

acredita na formação teórica do professor na área da leitura pois as

concepções de texto e leitura que fundamentam as práticas em sala de aula,

são causas de desinteresse do aluno pela leitura porque as atividades muitas

vezes são cobradas mediante resumos, relatórios e preenchimentos de fichas e

não vislumbram que as leituras do texto podem ser tantas quantas nossas

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intenções e as intenções que percebemos no autor. Segundo ela a leitura é

uma atividade a ser ensinada na escola por meio de estratégias que permitam

um comportamento reflexivo e deve haver um modelamento das estratégias

metacognitivas, mediante formulação de objetivos prévios à elaboração de

predições sobre o texto, definindo tarefas cada vez mais complexas e

passiveis de resolução, tendo orientação, criando, assim, condições para que

retorne ao texto e, na retomada, compreenda-o. Também propõe o ensino de

habilidades linguísticas que vão desde a capacidade de usar o conhecimento

gramatical para perceber relações entre as palavras, até a capacidade de usar

o vocabulário para perceber estruturas textuais, atitudes e intenções porque

um bom /crítico tem capacidade de perceber o contexto, de aprender o tema e

a estrutura global do texto, para inferir o tom, a intenção e a atitude do autor,

para reconstruir relações lógicas e temporais, construir relações lógicas e

atemporais, construir categorias ligadas a gênero, perceber a idéia principal

diferenciando de detalhe, bem como, de apropriação da voz do autor,

resumindo, recontando, respondendo perguntas sobre o texto, perceber a

estrutura linguística.

[...] A experiência literária não só nos permite saber da

vida por meio da experiência do outro, como também

vivenciar essa experiência... No exercício da literatura

podemos ser outros, podemos romper limites do tempo

e do espaço de nossas experiências, ainda assim

sermos nós mesmos. (COSSON, 2006, P. 17 e71)

Em COSSON (2006) o letramento literário, assim como para ANTUNES,

é visto como uma prática social e, como tal, responsabilidade da escola. Para

ele a análise literária permite que o leitor compreenda a magia e a penetre com

mais intensidade indo além da simples leitura e por meio da interpretação o

leitor dialoga e negocia o sentido do texto com o texto tendo como limite o

contexto, possibilitando a criação do hábito e fornecendo instrumentos

necessários para que o leitor conheça e articule com proficiência o mundo feito

pela linguagem, reflita sobre os princípios da sociedade, pois acredita que o

discurso literário articula a pluralidade da língua e da cultura. Vê o registro do

processo de leitura como uma possibilidade do aluno revisar, a cada fase,

pressupostos anteriores.

É porém na área da ficção que o prazer da provocação

aumenta. ...quando atende o gosto imediato do leitor

desencadeia o processo de identificação do sujeito com

os elementos da realidade representada, gerando

prazer. (MARTHA, 2008, P. 17)

MARTHA (2008) afirma que a escola precisa preocupar-se mais em

ensinar a ler que transmitir ensinamentos sobre literatura, que na área da

ficção o prazer da provocação aumenta porque ao entrar em contato com o

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conhecido, tem-se a satisfação de encontrar a si mesmo no próprio texto, pois

penetra no horizonte de expectativas de sua vida prática, inferindo

conhecimento de mundo, que o letramento literário se dá em sala de aula.

Nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná o

a leitura é vista como um ato dialógico e interlocutivo e o trabalho com a

Literatura potencializador de uma prática diferenciada constituindo forte influxo

capaz de aprimorar o pensamento trazendo sabor ao saber.

[...] como psicanalistas, compartilha da paixão da

psicanálise pela fantasia, resolutiva de conflitos,

constitutiva de identidades, criadora de espaços

psíquicos tão reais e potentes quanto a dita realidade

da vida. (CORSO, 2006, P. 16)

Para CORSO (2006) os contos de fadas interessam a criança, sempre

aberta a todas as possibilidades da existência e capaz de identificar-se com as

personagens mais bizarras e as narrativas mais extravagantes, pois as

mesmas continuam interessadas no universo de mistérios, sobrevivendo à

aparente transparência da era das comunicações, com seu imperativo de tudo

mostrar, tudo dizer, tudo exibir. Para ele Contar histórias é um modo de

ampará-las em suas angústias, ajudá-las a nomear o que não poderia ser dito,

ampliar o espaço da fantasia e do pensamento pois a fantasia é alimento da

ficção.

Em “Te conto um Conto - um enlace entre psicanálise e a literatura

infantil” – UFP, 2009) encontramos a afirmação de que a significativa

introdução dos elementos dessas narrativas maravilhosas produz efeitos

inimagináveis na construção da interioridade de cada ser humano, trazendo

contribuição para construção de valores, de estímulos, de ampliação do

entendimento do simbólico no seu cotidiano.

É indiscutível que os autores consultados coadunam da opinião de que

há necessidade, urgente, de um trabalho de embasamento teórico das

concepções de Leitura e Letramento literário, para que o trabalho com a leitura

possa ser incrementado e desenvolvido com mais competência, visando que o

aluno seja instrumentalizado podendo atingir a proficiência necessária com a

língua e viver sua cidadania plenamente pois dessa forma a escola estará

cumprindo sua função social de preparar o aluno para viver em sociedade e

nela interferir positivamente em benefício de todos.

Além de contribuir na promoção e formação do leitor ensinando a leitura

literária e promover a leitura como prática social, relembrando os contos de

fadas clássicos (Branca de Neve, Cinderela, Pinóquio e Rapunzel), possibilitar

o acesso a textos de qualidade como os contos de fadas contemporâneos

como “A Moça tecelã” e “Entre a Espada e a Rosa” de Marina Colassanti e

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“Caindo na real” de Rubem Alves, explorando-os e interpretando-os sob pontos

de vista variados, o presente caderno pedagógico dará ênfase à construção,

em conjunto, de um jogo denominado “RPG das Fadas”, a fim de que o aluno-

leitor busque a compreensão de si, dos outros e das coisas por meio da

palavra que humaniza, através um trabalho de reforço às habilidades

linguística-literárias, fazendo da leitura uma prática significativa através de

trabalhos de leitura, escrita/registro e interpretação ligados às teorias de

Letramento.

A avaliação do trabalho de intervenção pedagógica ocorrerá por meio

de investigação diagnóstica, no decorrer do trabalho e verificação do

resultados obtidos no final do trabalho.

Os que baniram os contos de fadas tradicionais

e folclóricos decidiram que havendo monstros numa

estória narrada à criança, deveriam ser todos

amigáveis – mas se esqueceram do monstro que a

criança conhece melhor e com o qual se preocupa

mais: o monstro que ela sente ou teme ser, e que

algumas vezes a persegue. Mantendo este monstro

dentro da criança, sem falar dele, ou escondido no

inconsciente dela, os adultos impedem-na de elaborar

fantasias em torno da imagem que conhecem dos

contos de fadas. Sem estas fantasias, a criança não

consegue conhecer seu monstro melhor, nem recebe

sugestões sobre a forma de conseguir controlá-lo.

(BETTELHEIM, 1980, p. 151)

O “RPG das Fadas”, também, pode ser um recurso para desenvolver,

de forma lúdica, criativa e divertida, o hábito da leitura, habilidades narrativas,

socialização, noções de ética e cidadania, já que enquanto jogam, trabalham

interativa e cooperativamente para atingir o mesmo objetivo, de forma

respeitosa e organizada e dessa forma o aluno passa a ser agente ativo no

seu processo de aprendizagem. O jogo também pode ser uma forma de

representar o jogo das relações e cooperação entre as personagens pois pode

proporcionar uma forma diferenciada de construir o conhecimento e a inserção

de temas que apelam para o mágico, o sobrenatural o maravilhoso e o

monstruoso encontrados nos contos de fadas possibilitam a instauração do

simbólico e por isso serão lidos ou rememorados/relidos os contos de fadas

clássicos ( A Branca de Neve, Cinderela, Rapunzel e Pinóquio) que servirão

de base para a construção de um jogo baseado nos jogos de RPG, almejando

também sintonia à contemporaneidade, quando os alunos construirão

personagens e posteriormente novas histórias, o que fornecerá novas

dimensões à imaginação da criança, ajudando-a a ordenar ou estruturar sua

experiência, seus conflitos possibilitando a externalização simbólica dos

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processos internos do comportamento da criança, oferecendo possibilidades de

soluções temporárias ou permanentes de cunho metafórico.

Baseado no RPG, que é um jogo de interpretação de personagens, o

RPG das Fadas, será construído em conjunto com a turma de 5ª Série onde

ocorrerá a implementação do projeto de intervenção pedagógica.

No RPG tradicional, os jogadores assumem papéis de personagens e

criam narrativas colaborativamente, no RPG das Fadas, os alunos, com auxílio

da professora, construirão um baralho (fichas) com as características de

personagens atualizados aos nossos dias, retirados dos contos de fadas

clássicos (Cinderela, Branca de Neve, Rapunzel, e Pinóquio). Poderá ser

criado um baralho para cada história, que também poderão ser misturados.

As características que constarão no baralho são as seguintes: físicas,

psicológicas, vestuário, ambiente onde vivem, qualidades, habilidades.

O jogo poderá ser realizado de várias formas e duas narradas a seguir:

- serão sorteadas cartas 4 (quatro) cartas do baralho constituído de

personagens de todas as histórias, para quatro alunos, que deverão estudar

por alguns instantes as características dos personagens, depois, oralmente, em

conjunto, seguindo uma ordem de sequência, criarão uma história. Como no

RPG, os alunos determinarão a direção que a história (jogo) irá tomar, pois o

jogo tradicional e também o RPG das Fadas é mais colaborativo do que

competitivo. Todos, como no RPG tradicional, fazem parte de um mesmo time,

que se aventura com o grupo, onde raramente há perdedores ou ganhadores;

-serão sorteadas crianças, para pegarem as cartas dos personagens, de uma

determinada história, e os mesmos também criarão novas histórias com os

personagens atualizados;

Depois do jogo realizado oralmente a turma poderá realizar o registro de alguns

episódios da história criada pelos colegas ou dela integralmente, tanto em

forma de texto narrativo como em forma de história em quadrinhos. Também

há a possibilidade de baseada em uma história criada pelos alunos criar uma

peça de teatro.

Professora Lisiane Cristina Klein

PALAVRAS CHAVE

Leitura - letramento literário - RPG

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SUMÁRIO

Nesta rua...........................................................................12

Sonho.............................................................................14

Entre a Espada e a Rosa................................................19

A Moça Tecelã................................................................23

Caindo na Real..............................................................24

Branca de Neve...............................................................28

Cinderela........................................................................29

Pinóquio.........................................................................31

Rapunzel........................................................................32

RPG – Conceito................................................................35

Regras do RPG das Fadas..............................................36

RPG é uma forma de ressignificar o mundo.................37

Referências Bibliográficas..............................................40

INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA SALA DE AULA

Cronograma:

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A intervenção pedagógica na escola acontecerá nos meses de setembro

e outubro de 2010 em 30 (trinta) horas/aula.

Professor: As atividades, constantes na avaliação diagnóstica, permitirão um

conhecimento quanto ao domínio da leitura e escrita dos alunos e uma possibilidade

de adequação cronograma e das atividades que fazem parte do projeto de intervenção

na escola.

Avaliação diagnóstica

Colégio Estadual Arnaldo Busato

Professora:____________________________________

Aluno(a):_____________________________________

Disciplina: Português

Avaliação Diagnóstica

a) Você gosta de ler livros infantis?

__________________________________________

b) Escreva o nome dos livros que você lembra ter lido.

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

_________________________________________

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c) Marque um x ao lado dos títulos do livros que você já leu ou ouviu a

história dele e se foi na esola sublinhe o título do mesmo:

( )Chapeuzinho Vermelho

( )Soldadinho de Chumbo

( )Patinho Feio

( )Pinóquio

( )Cinderela

( )Branca de Neve

( )A Bela Adormecida

( )Os Três Porquinhos

( )Aladim

( )A Bela e a fera

d) Conte com a história que você já leu e mais gostou.

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

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__________________________________________

________________________________________

e) Você possui livros infantis? Quantos? Como você os adquiriu?

__________________________________________

__________________________________________

_______________________________________

Motivação

Professor: Ler, na folha, em conjunto com os alunos, o texto a seguir, e ver na

TV, utilizando o pendrive, o vídeo com a Sandy cantando a música com auxílio de

um piano.

Texto 1

Nesta Rua - Heitor Villa Lobos

Nesta rua, nesta rua, tem um bosque

Que se chama, que se chama, Solidão

Dentro dele, dentro dele mora um anjo

Que roubou, que roubou meu coração

Se eu roubei, se eu roubei seu coração

É porque tu roubastes o meu também

Se eu roubei, se eu roubei teu coração

É porque eu te quero tanto bem

Se esta rua se esta rua fosse minha

Eu mandava, eu mandava ladrilhar

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Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante

Para o meu, para o meu amor passa

http://www.topmusicas.net/sandy/nesta-rua.htm#orkut ( acessado em 31/07/2010)

Professor: As atividades de interpretação, a seguir, constarão impressas

juntamente com o texto.

Atividades com os alunos

a) Você trocaria o nome do bosque do texto? Pelo qual?

___________________________________

b) Que sentimento a palavra solidão desperta em você?

___________________________________

c) Se você tivesse o poder de ter uma rua e que ela fosse como a rua dos

seus sonhos, como ela seria?

___________________________________

d) Quem você gostaria que morasse nelas?

___________________________________

e) Que palavra que, para você, significa o contrário de solidão?

___________________________________

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f) Você já sentiu solidão? Quando? Conte como foi.

___________________________________

_________________________________

Professor: As atividades, a seguir, permitem um comportamento reflexivo,

alargamento do campo possível e estímulo à escrita. (As fotos serão digitalizadas e,

com a ajuda do data show, projetadas em tamanho grande na parede).

Texto 2

Sonho

Eu sonho e escolho os caminhos que me levam até ele.

Lisiane 31/07/2010

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http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://3.bp.blogspot.com/_aYtc5UJN0wM/RrEErpeZMoI/AA

AAAAAAACQ/0OQToGUTWUY/S760/caminho-

arvores1024x768_jpg.jpg&imgrefurl=http://opesquisadorcristao.blogspot.com/2009/05/o-

caminho.html&h=384&w=512&sz=62&tbnid=ZKhjkPkmgRR-

CM:&tbnh=98&tbnw=131&prev=/images%3Fq%3Dfoto%2Bcaminho&hl=pt-

BR&usg=__0AO_va8Vv_MeESQH_y_RfP6NDuQ=&sa=X&ei=iGJUTJ3_GcWJuAfq2ujEBA&ved=

(Acessado em 31/07/2010)

Atividade com os alunos

a)Que sentimentos esta fotografia desperta em você?

__________________________________________

Fernando Rafael Souza Boston 04/2009 (arquivo pessoal)

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b)Escreva o que você vê na fotografia.

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

c)Que você acha que o homem, que aparece, na foto está fazendo? Por

quê?

___________________________________

___________________________________

___________________________________

http://www.caminhodesantiago.com/fhumbertoeki/vigilio_pj_Humberto%20e%20Ki.006.html

(acessada em 31/07/2010)

d)Se você fosse definir esta foto com duas palavras, quais seriam elas?

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_______________________________________

e) O que você acha que a moça da foto está sentindo? Como você chegou a

esta conclusão?

_______________________________________

_______________________________________

Jean Felipe Souza – Porto de Galinhas – 2008 ( arquivo pessoal)

e) Você conhece o mar?

________________________________________

f) Ele é como você sonhava?

_________________________________________

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18

g) O que você acha que o menino, que aparece na foto, está sentindo?

Por quê?

________________________________________

h) Crie uma pequena história com o menino da foto.

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

i) Você tem sonhos? Conte alguns deles.

__________________________________________

j) Quer realizar seus sonhos?

l) Que caminhos você escolherá para alcançar seus sonhos? Por quê?

__________________________________________

__________________________________________

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19

__________________________________________

Texto 3

http://www.skoob.com.br/img/livros_new/1/6964/

ENTRE_A_ESPADA_E_A_ROSA_1232033718P.jpg

ENTRE A ESPADA E A ROSA

Qual e a melhor hora de casar, senão aquela em que o coração diz

“quero”? A hora que o pai escolhe. Isso descobriu a Princesa na tarde em que

o Rei mandou chamá-la e, sem rodeios, lhe disse que, tendo decidido fazer

aliança com o povo das fronteiras do norte, prometera dá-la em casamento ao

seu chefe. [...]

De volta ao quarto, a Princesa chorou mais lágrimas do que acreditava

ter para chorar. Embolada na cama, aos soluços, implorou ao corpo, à sua

mente , que lhe fizessem achar uma solução para escapar da decisão do pai.

Afinal, esgotada, adormeceu.

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[...]

Passou os dedos lentamente entre os fios sedosos. E já estendia a mão

procurando a tesoura, quando afinal compreendeu. Aquela era a sua resposta.

Podia vir o noivo buscá-la. Podia vir com seus soldados, suas ovelhas e suas

moedas. Mas quando a visse, não a quereria. Nem ele nem qualquer outro

escolhido pelo Rei.

[...].

A Princesa fez uma trouxa pequena com suas joias, escondeu um

vestido de veludo cor de sangue. E, sem despedidas, atravessou a ponte

levadiça, passando para o outro lado do fosso. Atrás ficava tudo o que havia

sido seu, adiante estava aquilo que não conhecia.

Na primeira aldeia aonde chegou, depois de muito caminhar, ofereceu-

se de casa em casa para fazer serviços de mulher. Porém ninguém quis aceitá-

la porque, com aquela barba, parecia-lhes evidente que era homem.

Na segunda aldeia, esperando ter mais sorte, ofereceu-se para fazer

serviços de homem. E novamente ninguém quis aceita-la porque, com aquele

corpo, tinham certeza de que era mulher.

[...] Então, sem mais nada pedir, a Princesa vendeu sua joias a um

armeiro, em troca de uma couraça, uma espada e um elmo. E tirando do dedo

o anel que havia sido de sua mãe, vendou- a um mercador, em troca de um

cavalo.

Agora, debaixo da couraça, ninguém veria seu corpo, debaixo do elmo,

ninguém veria sua barba. Montada a cavalo, espada em punho, não mais seria

homem nem mulher. Seria guerreiro.

[...]

Pouco se demorava em cada lugar. Lutava cumprindo seu trato e dever,

batia-se com lealdade pelo Senhor. Porem suas vitorias atraiam os olhares da

corte, e cedo os murmúrios começaram a percorrer os corredores. Quem era

aquele cavaleiro, ousado e gentil, que nunca tirava os trajes de batalha? Por

que não participava das festas, nem cantava para as damas? Quando as

perguntas se faziam em voz alta, ela sabia que era chegada a hora de partir. E,

ao amanhecer, montava seu cavalo, deixava o castelo, sem romper o mistério

com que havia chegado.

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Somente sozinha, cavalgando no campo, ousava levantar a viseira para

que o vento lhe refrescasse o rosto, acariciando os cachos rubros. Mas tornava

a baixá-la tão logo via tremular na distancia as bandeiras de algum torreão.

[...]

Desde o dia em que a vira, parada diante do grande portão, cabeça

erguida, oferecendo sua espada, ele havia demonstrado preferi-la aos outros

guerreiros. Era a seu lado que queria nas batalhas, era a ela que chamava

para os exercícios na sala de armas, era ela sua companhia preferida, seu

melhor conselheiro. Com o tempo, mais de uma vez, um havia salvado a vida

do outro. E parecia natural, como o fluir dos dias, que suas vidas

transcorressem juntas.

Companheiro nas lutas e nas caçadas, inquietava-se, porem, o Rei

vendo que seu amigo mais fiel jamais tirava o elmo. E mais ainda inquietava-se

ao sentir crescer dentro de si um sentimento novo, diferente de todos, devoção

mais funda por aquele amigo do que homem sente por um homem.

[...]

Muitos dias se passaram em que, tentando fugir do que sentia, o Rei

evitava vê-la. E outros tantos em que, percebendo que isso não a afastava de

sua lembrança, mandava chamá-la, para arrepender-se em seguida e perdir-

lhe que se fosse.

Por fim, como nada disso acalmasse seu tormento, ordenou que viesse

ter com ele. E com voz áspera lhe disse que há muito tempo tolerava ter a seu

lado um cavaleiro de rosto sempre encoberto. Mas que não podia mais confiar

em alguém que se escondia atrás do ferro. Tirasse o elmo, mostrasse o rosto.

Ou teria cinco dias para deixar o castelo.

[...].

E na noite sua mente ordenou, e no escuro seu corpo brotou. E ao

acordar de manha, com os olhos inchados de tanto chorar, a Princesa

percebeu que Algo estranho se passava. Não ousou levar aos mãos ao rosto.

Com medo, quanto medo! Aproximou-se do escudo polido, procurou seu

reflexo. E com espanto, quanto espanto! Viu que, sim, a barba havia

desaparecido. Mas em seu lugar, rubras como os cachos, rosas lhe rodeavam

o queixo.

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[...]

Uma após a outra, as rosa murcharam, despetalando-se

lentamente, sem que nenhum botão viesse substituir as flores que se iam. Aos

poucos, a rósea pele aparecia. Ate que não houvesse mais flor alguma. So um

delicado rosto de mulher.

Era chegado o quinto dia. A Princesa soltou os cabelos, trajou seu

vestido cor de sangue. E arrastando a cauda de veludo, desceu as escadarias

que a levariam ate o Rei, enquanto um perfume de rosas se espalhava no

castelo.

(Marina Colasanti)

Atividade com os alunos

Conte a história ouvida em forma de história em quadrinhos porém, em vez

de crescer a barba, aconteça outro fato para livrar a princesa do casamento

com o chefe do povo das fronteiras do norte, no restante seja fiel à história

contada.

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Texto 3

A Moça Tecelã

(digitalização da capa do livro)

Marina Colassanti

Acordava ainda no Escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas

da noite. E logo sentava-se no tear.

[...]

Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi

passando devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do

horizonte.

Atividades com alunos

a)Se acontecesse algo mágico e você se tranformasse na moça tecelã que

coisas teceria? Por quê?

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b) Na sua opinião, por que a moça tecelã chegou a conclusão de que seria

bom estar sozinha de novo?

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Texto 4

CAINDO NA REAL

Cinderela e Chapeuzinho para os tempos modernos

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(digitalização da capa do livro)

Cinderela para os tempos modernos

Ou Quando te vi amei-te já muito antes

Era uma vez um casal que era feliz sem ser rico. O pai era professor,

gostava de brincar com as crianças e achava que eler era a coisa mais

divertida do mundo.

[...]

Chapeuzinho Vermelho

Era uma vez uma jovem adolescente a quem todos conheciam pelo

apelido de Rúbia. Rúbia é uma palavra que deriva do latim, rubens, que quer

dizer vermelh [...]

[...] “ A cesta básica! Você está esquecendo da cesta básica!”[...]

Quanto à avó e ao Crescêncio Lobo[...]

Atividaes com os alunos

a)Que coisas trazem alegria para sua vida?

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b)Você acha que é necessário ser rico para ser feliz? Justifique sua

resposta.

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c)Na opinião do narrador, “felicidade depende da capacidade das pessoas

“conversar, mansamente numa boa”. Você concorda com ele? Por quê?

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d) Escreva no que a história clássica “ Chapeuzinho Vermelho” se iguala

e se difere da história “Chapeuzinho” do conto de fadas contemporâneo de

Rubem Alevs.( Na primeira coluna fale da história clássica e na segunda

da contemporânea)

Ambiente Ambiente

Chapeuzinho

Chapeuzinho

Cesta

Cesta

Lobo

Lobo

Avó

Avó

Fim da história Fim da história

Perigos

Perigos

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PASSOS DO TRABALHO DE CONSTRUÇÃO DO RPG

DAS FADAS NA SALA DE AULA

1º Momento

Professor: Trabalhar a oralidade, considerando o conhecimento prévio dos

alunos sobre os Contos de Fada Clássicos.

Atividade com os alunos

a) Vocês lembram de algum conto de fadas?

b) Dos quais vocês lembram?

c)Falem o que vocês lembram dos contos: Branca de Neve, Cinderela,

Pinóquio e Rapunzel.

2º Momento

Professor: Com o objetivo de propiciar a prática de leitura de contos de fadas

tradicionais, utilizando uma versão encontrada, na atualidade em livrarias, de baixo

custo, apenas 1( um) real. O aluno terá contato com o livro que foi digitalizado para

proporcionar a leitura em conjunto.

Atividade com os alunos

- Ler os contos de fadas tradicionais (coleção Clássicos Adoráveis, da

Editora todo Livro Ltda), Branca de Neve, Cinderela, Pinóquio e

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Rapunzel que estão projetados na parede. A seguir, podem manusear os

livros que encontram-se na caixa na carteira do professor ( 10 exemplares de

cada título para facilitar o contato de todos os alunos da classe a todas as

histórias lidas anteriormente em conjunto)

Branca de Neve

Branca de Neve era uma princesinha de cabelos bem negros,

pele branca como a neve e lábios vermelhos. Ela morava com sua

madrasta, uma rainha muito vaidosa e má.

A rainha tinha um espelho mágico. Todos os dias ela

perguntava ao espelho:

-Espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?

-O espelho respondia:

-Não, minha rainha, você é a mais bela.

Um dia, a rainha fez a mesma pergunta ao espelho, porém a

resposta foi diferente. Ele disse:

Minha rainha você é muito bonita, mas Branca de Neve é a

mais bela.

A rainha enciumada e com raiva, chamou o caçador e

ordenou que levasse Branca de Neve para a floresta e a matasse.

Sem coragem de cumprir as ordens da rainha, o caçador falou:

Fuja, Branca de Neve! Não volte para o castelo pois a rainha

quer matá-la!

Branca de neve, assustada, correu. Os animaizinhos da

floresta ajudaram Branca de Neve a chegar até uma clareira. Lá ela

avistou uma casinha. Aproximou-se da casa e entrou.

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Tudo era pequeno, parecia uma casa de bonecas. Provou da

comida que estava nos pratos e, como estava cansada, juntou as

caminhas do quarto, deitou e dormiu.

Era a casinha dos sete anões. Quando eles voltaram do

trabalho, encontraram Branca de Neve dormindo. Ficaram

surpresos e curiosos. Quem era ela? De onde veio?

O mais velho pegou a lanterna e chegou perto. Branca de

Neve acordou e contou sua triste história.

A rainha descobriu que Branca de Neve estava viva.

Transformou-se em uma velha vendedora de frutas. Foi até a casa

dos anões e ofereceu uma maçã envenenada para Branca de Neve.

Quando ela mordeu, caiu desmaiada. Quando os anões chegaram

viram Branca de Neve caída no chão. Choraram, pensando que ela

tinha morrido. Por ser tão bela, eles a colocaram num caixão de

vidro, no meio da floresta.

Um príncipe, que passava por ali, aproximou-se. Viu

Branca de Neve e por ela se apaixonou. Ela parecia dormir.

Levantou a tampa do caixão e lhe deu um beijo.

Nesse momento, o encanto se quebrou e Branca de

Neve despertou. Olhou para o príncipe e sorriu. Tempos depois,

casaram-se e forma muito felizes.

MARQUES, Cristina, MARQUES, Roberto Belli. Clássicos Adoráveis: Branca

de Neve s/c: Todo Livro, s/d.

Cinderela

Um senhor viúvo tinha uma filha a quem muito amava. Casou-

se outra vez com uma viúva que tinha duas filhas. Quando ele

morreu, sua filha ficou muito triste. A madrasta e as filhas invejam a

beleza e a bondade da moça. Passaram a maltratá-la e ela passou

a ser uma criada. Chamavam-na de Cinderela.

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Cinderela fazia todo o serviço de casa. Chorava muito porque

sentia-se só, sem ninguém que a amasse.

Um dia, o rei resolveu dar um baile no palácio e convidou

todas as jovens do reino, pois o príncipe, nesta ocasião, escolheria

uma esposa.

As filhas da madrasta passaram o dia provando vestidos para

o baile. Cinderela também queria ir ao baile, porém sua madrasta

proibiu. Suas irmãs saíram zombando da pobre moça.

Então, apareceu a sua fada madrinha.

-Não chore! Ela disse para Cinderela. Você irá ao baile.

Com sua varinha mágica, transformou suas roupas num traje

maravilhoso. A fada ainda transformou uma abóbora em uma linda

carruagem, um gato em cocheiro e o rato num belo cavalo.

- Mas lembre-se: o encanto terminará a meia noite, disse a

fada.

Cinderela entrou no palácio e todos ficaram encantados com

sua beleza. O prícipe só dançou com ela. Ao dar meia noite, antes

que terminasse o encanto, Cinderela foi embora. Ao correr, perdeu

seu sapatinho de cristal.

O príncipe, que tinha se apaixonado por Cinderela, para achá-

la, mandou que provassem o sapatinho em todas as jovens do

reino.

Todas provaram, até as irmãs de Cinderela. Mas, quando

Cinderela calçou o sapatinho, surpresa!, Serviu!!!

Cinderela e o príncipe se casaram e foram felizes para

sempre.

MARQUES, Cristina, MARQUES, Roberto Belli. Clássicos Adoráveis: Cinderela, s/c:

Todo Livro, s/d.

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Pinóquio

Certa vez um velho carpinteiro, chamado Gepeto, fez um

boneco de madeira. Deu-lhe o nome de Pinóquio. De repente o

boneco criou vida. Gepeto ficou muito feliz. Agora tinha um filho.

Gepeto queria fazer de Pinóquio um menino educado.

Colocou-o na escola. Mas Pinóquio fugiu e foi divertir-se no teatro

de bonecos.

O dono do teatro queria ficar com Pinóquio, mas ele chorou

tanto que o homem deu-lhe moedas e o deixou partir.

Na volta para casa, encontrou dois ladrões. Apesar dos

conselhos do Grilo Falante, seguiu com eles e foi roubado.

Pinóquio, triste, resolveu voltar para casa e obedecer Gepeto.

No caminho, um passarinho avisou que Gepeto foi procurá-lo

no mar. Ele ia ao encontro de Gepeto, quando viu uma crianças

que se dirigiam ao país da alegria. Pinóquio foi com elas.

Estava brincando, quando percebeu que estava se

transformando em um burro.

Chorou, arrependido, uma fada apareceu e desfez o encanto.

Mas avisou:

- Toda vez que mentir, seu nariz vai crescer!

Chegando no mar, Pinóquio e o grilo foram procurar Gepeto.

Apareceu uma baleia e os engoliu. Lá dentro, encontraram

Gepeto. Quando a baleia abriu a boca de novo, eles fugiram.

Chegando em casa, a fada recompensou a coragem de

Pinóquio, transformando-o num menino de verdade.

Pinóquio e Gepeto foram muito felizes

MARQUES, Cristina, MARQUES, Roberto Belli. Clássicos Adoráveis: Pinóquio s/c:

Todo Livro, s/d.

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Rapunzel

Numa pequena aldeia, um casal aguardava ansioso a

chegada do primeiro filho.

A mulher ficou com vontade de comer os rabanetes da horta

viizinha.

A horta pertencia a uma bruxa, que apareceu na hora em que

o homem, escondido, apanhava alguns rabanetes.

Ela ficou furiosa e jurou tomar a criança assim que nascesse.

Quando o bebê nasceu, a bruxa apareceu e levou-o para bem

longe.

Como era uma menina, a bruxa chamou-a Rapunzel.

Colocou-a em uma torre muito alta sem portas.

O tempo passou, Rapunzel transfrmou-se em uma linda moça

de longas tranças.

Um príncipe caçava na floresta e achou a torre de Rapunzel.

Logo viu a bruxa chegar e gritar:

- Rapunzel, jogue as tranças!

O príncipe viu a bruxa subir na torre pelas tranças. Quando

ela foi embora, o príncipe foi ao encontro de Rapunzel. E passou a

visitá-la.

Então, um dia, a bruxa descobriu sobre as visitas do príncipe.

Cortou as tranças da Rapunzel e a levou embora. Esperou pelo

príncipe para vingar-se.

Quando o príncipe apareceu, a bruxa jogou as tranças e,

quando ele chegou na janela, ela o empurrou. Ele caiu sobre um

espinheiro e ficou cego.

O príncipe, mesmo sem enxergar, correu o mundo procurando

Rapunzel. Um dia, bateu na porta de uma casa pedindo pousada e

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alimento. A moça que o atendeu era Rapunzel e logo reconheceu o

príncipe.

Ela, então, chorou de tristeza porque ele ficou cego. Suas

lágrimas caíram sobre os olhos do príncipe e ele voltou a enxergar.

O príncipe levou Rapunzel para seu reino.

Casaram-se e foram felizes para sempre.

MARQUES, Cristina, MARQUES, Roberto Belli. Clássicos Adoráveis: Rapunzel s/c:

Todo Livro, s/d.

3º Momento

Professor: Propiciar a reconstrução dos personagens, privilegiando o lúdico, o

estético, possibilitando ao aluno perceber e reconhecer – mesmo inconsciente - alguns

elementos de linguagem que o texto manipula e também recriar e interferir texto

Atividade com os alunos

- Vamos, juntos, no quadro, listar os principais personagens das histórias

lidas?

- Um por um, vamos recriá-los, em conjunto no quadro, como se existissem

nos dias de hoje e montar uma ficha, para cada um, com características

físicas, psicológicas, vestuário, ambiente onde vivem, qualidades,

habilidades.

- Vamos copiar nas fichas o que construímos em conjunto no quadro,

montando assim as peças de um jogo denominado RPG das Fadas.

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Professor: O modelo de ficha, a seguir, será impresso para os alunos

preencherem e depois farão parte do jogo RPG das fadas.

Nome da personagem

Características físicas

Características psicológicas

Descrição do vestuário

Ambiente onde vivem

Qualidades

Habilidades

4º Momento

Professor: Oralmente falar sobre o histórico e regras do RPG tradicional,

conforme os textos a seguir, propiciando conhecimento sobre este e dizer que o RPG

das Fadas foi criado com base nas regras deste jogo..

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RPG Conceito

O RPG é um jogo pouco convencional quando comparamos aos jogos habituais.

Em um teatro, os atores recebem seu guião (ou "script"), o conjunto de suas ações,

gestos e falas, com tudo o que suas personagens devem saber e fazer. Você interpreta

uma personagem de ficção, seguindo o enredo definido em um roteiro. Num jogo de

estratégia, por outro lado, você está seguindo um conjunto de regras onde, para vencer,

você precisa vencer desafios impostos por seus adversários - cada partida é única, já

que é impossível prever seus movimentos durante o jogo. No RPG, esses dois

universos se unem.

Como em um jogo de estratégia, há regras que o definem, e guiam aquilo que o

seu personagem pode ou não fazer. A esse conjunto de regras chama-se sistema. Como

no teatro, cada personagem tem uma história, e deve ser interpretado assim como

fazem os atores. Diferente de um jogo de estratégia, você não luta contra um adversário

específico, mas vive aventuras em um mundo imaginário. Diferente do teatro, você não

segue um roteiro, mas age pelo seu personagem com liberdade de ação, limitado

somente pelo conjunto de regras do sistema em questão.

Um grupo de RPG pode ter de duas até dez pessoas, as vezes mais. Não existe

um número específico, embora a maioria dos grupos tenha uma média de 4 até 6

integrantes. No RPG, existem dois tipos básicos de jogadores muito bem definidos: O

primeiro tipo é o jogador personagem, normalmente chamado apenas de "jogador" [...]

Esse jogador é quem cria um personagem fictício, seguindo as regras do sistema

escolhido por seu grupo, e controlará esse mesmo personagem pelas aventuras do jogo.

[...]

O segundo tipo de jogador é o narrador, mestre [...] Será ele quem criará a

história e julgará as ações de todos os personagens do jogo. O narrador normalmente

não possui um personagem próprio, mas controla todos os personagens não-jogadores

da aventura - que seriam os coadjuvantes da peça de teatro. Enquanto o jogador tem

uma atuação assemelhada àquela de um ator de teatro, o narrador seria o diretor e

roteirista, aquele que define o cenário, figurantes, ambiente e tudo mais. Por isso

mesmo, o narrador é aquele que deve conhecer as regras mais profundamente, e deve

ser o mais experiente do grupo, normalmente seguindo um sistema de regras pré-

determinado que o ajudará com os eventuais problemas e dúvidas que venham a surgir.

Apesar do narrador seguir as regras de um sistema, ele pode quebrá-las, ignorá-las ou

mudá-las em prol de uma fluidez no andamento da partida, baseando-se para isso no

seu bom senso. Conhecer o máximo possível sobre o sistema facilita esse processo e

evita arbitrariedades.

Cada sessão de RPG pode ser chamada de uma aventura. [...]

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Role-playing_game#Conceito ( acessado em 25/07/2010)

Trazer sabor ao saber através do lúdico.

(Explicar aos alunos que o jogo de fichas que eles construíram será utilizado

no jogo “RPG das Fadas” que eles irão jogar e que , todo jogo, possui regras.)

Atividade com os alunos

- Falem o que vocês entenderam sobre o RPG.

Regras do RPG das Fadas:

- Serão sorteados 4 (quatro) jogadores:

- serão sorteados 4 ( quatro) personagens destinados aos quatro jogadores;

- cada jogador terá um tempo determinado para estudar o personagem que

coube a ele no sorteio.

- o professor fará o papel do mestre, comparado com um narrador, costurando

as falas, mas não interferirá nas falas;

- o jogador deverá ser fiel as características constantes na ficha por eles criada;

(ou seja, as ações e reações de cada personagens deverão estar em

consonância com o que cada personagem é, baseado na ficha). Exemplo: uma

pessoa de boa índole não fará mal a outra deliberadamente, etc;

- os participantes contruírão uma história cooperativamente, com tema definido

anteriormente pela turma, respeitando a sequência lógica e o mestre,

representado pelo professor, representando o personagem sorteado, fazendo

com que o mesmo interaja com os outros, criando diálogos sucessivos, em voz

alta até que o mestre determine o fim da história;

- Por ordem de sorteio e sequência jogador terá dois minutos para representar

seu personagem e o seguinte continuará a história inserindo o personagem, a

ele destinado no sorteio, e depois um minuto para que o mestre narre algo para

que o próximo possa interajir com o outro, criando uma só história e assim

com o terceiro e o quarto sorteados por três ou quatro vezes. (Explicar aos

mesmos que ação e reação dos personagens criam história.)

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5º Momento

Professor, leia texto, a seguir, que descreve alguns benefícios dos jogos de RPG

na escola.

RPG é uma forma de ressignificar o mundo

Como conceito, o RPG possui três princípios básicos: contar história, cooperativismo, e interatividade

O que é exatamente RPG? Primeiro é importante que se esclareça que não é um jogo no sentido estrito da palavra, jogo aqui está empregado no sentido de (como nos coloca o Dicionário) brinquedo, passatempo ou divertimento. RPG é um conceito. Fazendo

Como conceito, o RPG possui três princípios básicos: contar história, cooperativismo, e interatividade. O jogo consiste em contar historias e esta pode se passar em qualquer época, e ter qualquer tema: ficção científica, medieval, história do Brasil etc...

Contar Histórias: contar histórias é uma das mais antigas atividades do homem, desde a época em que o homem se constituiu como homem (ou seja, que passou a viver em sociedade) ele precisou de uma forma de se organizar, de se fazer entender. No início quando não existia a escrita as tradições, leis e demais aspectos culturais eram transmitidos oralmente. Ainda podemos ver isso em cidades do interior, uma característica que vem se perdendo nas cidades maiores.

O RPG se utiliza desse conceito, nele uma história é contada e criada por várias pessoas de forma interativa e cooperativa; nesse processo são distintos dois tipos de posição: a do jogador e a do narrador (ou mestre), os jogadores criam e interpretam um único personagem, o narrador interpreta todos os outros personagens de uma cena, descreve as situações, etc.; seria o equivalente a dizer que os jogadores são atores e o narrador faz o papel de diretor, contra-regra, palco, coxia, platéia e cenário, entretanto o narrador não interfere nas falas e nterpretações dos jogadores, como um diretor faria.

Cooperativismo: Imagine uma equipe de revezamento: você torceria para seus

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companheiros irem mal na prova?Certamente que não! Agora retire desse quadro outras equipes e que você e sua equipe praticam o revezamento porque gostam da atividade e tentam correr cada vez mais rápido: você incentivaria ou retardaria os outros membros da equipe? Certamente você ajudaria.

Essa analogia ajuda a entender como funciona o RPG, o narrador eqüivaleria a alguém que marca o tempo de sua equipe e que assegura que todos corram dentro da área correta, ele não tem interesse em vitórias ou derrotas, ele ajuda na promoção do divertimento, assim como os jogadores (que devem agir em conjunto) não têm interesse nos outros jogadores irem mal.

Interatividade: Durante a partida de RPG todos os jogadores são incentivados a interagir com os outros jogadores e o narrador, sendo um jogo de cooperação todos devem ajudar na formulação da história (que pode passar por situações-problema ou descrições de pessoas e lugares), os jogadores descrevem cenas e atitudes de seus personagens e interpretam suas falas e o narrador de todos os outros personagens e cenário envolvido. É uma atividade de alto teor imaginativo.

Nesse momento já deve estar claro ao leitor a potencialidade pedagógica e de sociabilização que o RPG traz. Ele é utilizado como ferramenta pedagógica (contar uma história onde os participantes precisam de conhecimentos de física, por exemplo) e de auxílio na socialização (pela necessidade de interatividade) por pedagogos e outros estudiosos que já produziram bons trabalhos sobre o tema.

Na contramão disso tudo existe, em alguns casos, uma associação do RPG com crimes e violência, sobre isso é necessário, antes de tudo, ponderar que uma ferramenta não deve ser culpada por seu mau uso. E que o RPG em si não tem qualquer vinculação com violência ou crime, como citado antes ele é um conceito, que tem tema livre.

Antes a arte, os esportes e o trabalho eram vias de elaboração de conteúdos que preferíamos deixar na ignorância (ou mesmo que nem existissem) da consciência. Entretanto hoje, ao que parece, o deslocamento para o consumo vem trazendo uma nova forma de ´bem viver´. O ´bem viver´ estava ligado ao pensamento, à arte, enfim todas passavam pelo sujeito que elaborava algo; hoje o ´bem viver´ é consumir; estamos inundados por uma cultura da compra da completude e da aquisição da felicidade (quando sabemos que isso é impossível).

A compra pela compra deve gerar felicidade, o ´bem viver´ saiu das mãos do sujeito e passou para o objeto. O trabalho se tornou um mero meio de obter subsídio para o consumo e a sublimação e o deslocamento escoam pelo ralo junto com a falta de elaboração do sujeito (que já não cria, pensa ou se angustia; apenas consome para tentar tampar o buraco que não pode ser obturado: a falta). O sujeito passa a ver outros sujeitos como objetos, uma analogia seria o mesmo que dizer “para praticar esporte é preciso de uma

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bola”, essa afirmação é falsa. Natação é um esporte e não precisa de uma bola.“esticáveis”, “alongáveis”, descartáveis... neste ponto vem surgindo uma cultura de banalização da violência. E a pergunta que fica não é sobre as ferramentas em si, mas sim sobre as pessoas que se utilizam dessas ferramentas.

Iratan Bezerra de Sabóia é psicólogo clínico e responsável técnico pela

Revista Mal-estar e Subjetividade, do Mestrado em Psicologia da Universidade

de Fortaleza (Unifor)

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=265791 (acessado em 25/07/2010

6º Momento

Atividades com alunos

Vamos jogar o RPG das fadas

Utilizar o registro objetivando a prática da escrita significativa.

Atividade com alunos

Agora, todos os alunos, em forma de história em quadrinhos ou texto

narrativo, registrarão a história criada, pelos alunos sorteados, durante a

realização do jogo, RPG das Fadas. Os textos serão expostos no mural

da sala e posteriormente será realizada uma dramatização do mesmo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Rubem. Caindo na Real - Cinderela e Chapéuzinho Vermelho para o

tempo atual/ Rubem Alves. 2ª Edicão. São paulo, 2007, s/p.

ANTUNES, Irandé. Aula de português, encontro e interação/ Maria Irandé

Antunes, São Paulo: Parábola Editorial, 2003 – ( Série Aula;1)

BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Bruno Bettelheim.

Rio de janeiro: Paz e Terra, 198º, p. 151.

COLASSANTI, Marina. A Moça Tecelã. Marina Colassanti. São Paulo, Global

Editota, 2004, s/p.

COLASSANTI, Marina. Entre a espada e a rosa/ Marina Colassanti. Editora

Melhoramentos, São Paulo, 2009, s/p.

CORSO, Diana Lichtenstein. Fadas no divã: psicanálise nas histórias

infantis/ Diana Lichtenstein Corso, Mário Corso. – Porto Alegre : Artmed,

2006328 p. ; 25 cm

COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática/ Rido Cosson – 1.

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