da escola pÚblica paranaense 2009 - … · conteúdo de física pelo desenvolvimento de uma...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
GOVERNO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL
A FÍSICA NO COTIDIANO, APRESENTADA
ATRAVÉS DE TEXTOS E EXPERIMENTOS.
AUTORA: PROFª MARIA BEATRIZ PINHEIRO MODOS
ORIENTADORA IES: DRA. HIROMI IWAMOTO
LONDRINA – PARANÁ
2010
1
“Em matéria de física, as primeiras lições devem conter
apenas o que é experimental e interessante de se ver.
Um experimento atraente é, em si, muitas vezes mais
valioso do que vinte fórmulas extraídas de nossas
mentes.”
Albert Einstein
IDENTIFICAÇÃO
ÁREA PDE: FÍSICA
AUTORA: PROFª MARIA BEATRIZ PINHEIRO MODOS
ORIENTADORA IES: DRA. HIROMI IWAMOTO
IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL
NRE: JACAREZINHO
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA – E.M.
PÚBLICO ALVO: ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DIURNO E NOTURNO
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO:.............................................................................................4
Unidade 1: Grandezas Fundamentais da Cinemática........................................6
Unidade 2: Aceleração da Gravidade...............................................................10
Unidade 3: Energia – Usinas Hidrelétricas.......................................................14
Unidade 4: Inércia - O Uso do Cinto de segurança e a Física Uma Maneira
Simples de Salvar vidas....................................................................................18
Unidade 5: Fluidos - Distribuição de Água.......................................................24
Unidade 6: Efeito Joule....................................................................................29
Unidade 7: Calor Específico, Capacidade Térmica e Temperatura.................35
Unidade 8: Aspectos Gerais da Ondulatória, Pêndulo Simples e MHS...........42
Unidade 9: Reflexão da Luz.............................................................................46
Unidade 10: Motor Elétrico...............................................................................50
3
APRESENTAÇÃO
A Física deve ser apresentada como instrumento para a
compreensão do mundo em que vivemos. Essa disciplina possui uma beleza
conceitual ou teórica que por si só poderia tornar seu aprendizado agradável.
Esta beleza, no entanto é comprometida pelos tropeços num instrumental
matemático com o qual a Física é frequentemente confundida, pois os alunos
têm sido expostos ao aparato matemático-formal, antes mesmo de terem
compreendido os conceitos de Física.
Uma maneira de evitar esta distorção pedagógica é começar cada
conteúdo de Física pelo desenvolvimento de uma temática e de uma linguagem
comuns ao professor e a seu aluno, contidas no universo de vivência de ambos,
e que só o transcenda à medida que se amplie a área comum de compreensão
e domínio. Segundo as Diretrizes Curriculares Da Educação Básica – Física:
“ainda que a linguagem matemática seja, por excelência, uma ferramenta para
essa disciplina, saber Matemática não pode ser considerado um pré-requisito
para aprender Física. É preciso que os estudantes se apropriem do
conhecimento físico, daí a ênfase aos aspectos conceituais sem, no entanto,
descartar o formalismo matemático.”
De acordo com as opções de material didático – pedagógico,
decidimos pela elaboração de um Caderno Pedagógico. O Caderno Pedagógico
é um material composto por várias unidades que visa propiciar aos professores
subsídios para a sua prática pedagógica e aos alunos a oportunidade de refletir
sobre o conhecimento historicamente produzido. Esse material contem textos
de fundamentação teórica com, obrigatoriamente as respectivas sugestões de
atividades a serem desenvolvidas. As unidades têm correlação com o tema do
Caderno Pedagógico. Portanto esse Material Didático visa contribuir para a
melhoria das aulas de Física e constitui-se como um instrumento para que os
professores de Física façam uso em suas aulas dos textos e atividades
4
propostas, relacionadas com os conteúdos estruturantes de física: movimento,
termodinâmica e eletromagnetismo.
O objetivo principal desse material didático é através dos textos que
propõe experimentos simples, com materiais acessíveis, despertar o interesse
do aluno para a Física e relacionar com o cotidiano. Busca- se assim,
apresentar aos professores de Física uma metodologia para enriquecer suas
aulas com experimentos que proporcionem a compreensão dos conceitos de
Física, assim como a construção de seu conhecimento.
O presente Caderno Pedagógico está organizado através de dez
unidades que foram escritas pelas professoras: Maria Beatriz Pinheiro Modos e
Sônia Regina Alves dos Anjos, do PDE (Programa de Desenvolvimento
Educacional). As unidades contemplam textos, sugestões de questões que
podem ser usadas no trabalho de vários conteúdos, análise de questões do
ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), relacionadas com os conteúdos das
unidades, para que os alunos fiquem atualizados sobre os temas de Física
abordados e atividades experimentais com as devidas instruções de como
realizar os experimentos.
Referências:
GREEF – Grupo de Reestruturação e Elaboração do Ensino de Física – EDUSP
PARANÁ/SEED. Diretrizes curriculares para a Educação Básica: Física. Curitiba, SEED, 2008.
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Unidade 1: Grandezas Fundamentais da Cinemática Imagem: WWW.google.com.br 1ª Série do Ensino Médio
Objetivo:
Os conteúdos apresentados nesta unidade serão essenciais para
que os alunos conheçam expressões comuns do linguajar da Física e também
para que possam entender assuntos futuros, tendo como estratégia exemplos
cotidianos.
Contexto:
Algumas grandezas físicas são fundamentais para a descrição do
movimento de um corpo qualquer. Qual a diferença entre um conceito e uma
grandeza? De maneira simplificada, podemos dizer que conceito é
simplesmente a noção, a explicação ou a expressão por intermédio de palavras
de algo que desejamos definir, enquanto grandeza é tudo aquilo que pode ser
medido. Obviamente, a toda grandeza está associada o seu respectivo
conceito, mas não podemos dizer que a todo conceito está associada uma
grandeza.
Espaço e deslocamento escalar são as duas grandezas mais básicas
de toda a Cinemática e, por isso devem ser vistas antes de quaisquer outras.
Espaço
Espaço é um número que indica a posição de um corpo dentro de
uma trajetória. O número de sua casa indica qual a posição que ela ocupa em
relação ao início da rua. De maneira parecida, na Física, quando desenhamos a
trajetória descrita por um corpo, se precisar indicar a posição que ele ocupa a
qualquer instante, devemos também utilizar um número. Esse número, uma
6
grandeza importante da Cinemática, é denominado espaço, sendo, geralmente,
representado pela letra S.
Para tirarmos algumas conclusões importantes, vamos fazer uma
analogia entre exemplo do dia-a-dia e situações comumente usadas na Física:
passeando por uma rua qualquer, você passa em frente a uma casa com
número 187. Depois de andar um pouco, passa pela casa de número 73. Sem
fazer meia-volta em momento algum, após mais 50m, percebe estar em frente a
uma casa de número 13. Se percorrer mais 10m passará por um imóvel com
número 3, Chegará a uma casa, prédio ou loja com o número 0? É lógico que
não!!!
Teoricamente, não haveria qualquer problema uma casa apresentar
essa numeração, mas, na prática, não costumamos adotá-la em nosso
cotidiano. Apesar disso, você pode ter certeza que estará exatamente no início
da rua.
Na Física, o ponto de uma trajetória marcado com o número 0 recebe
o nome de origem, podemos escrever S = 0.
Nas trajetórias representadas na Física, ocorre que se você andar
para um determinado lado passará por espaços representados por números
cada vez maiores e, se andar para o outro lado, passará por espaços
representados por números cada vez menores. Na Física, quando queremos
falar das posições marcadas sobre uma trajetória podemos usar espaços
positivos ou negativos.
-3 m -2 m -1 m 0 1 m 2 m 3 m
Podemos, portanto, dar uma definição mais precisa dessa grandeza:
Espaço é um número que indica a posição de um determinado
ponto de uma trajetória, e seu módulo corresponde à distância desse ponto
até a origem.
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Numa trajetória, espaço de um corpo é o número que indica onde ele
está. Não indica quanto ele andou, nem para onde ele vai.
Atividade Tecnológica Sobre o Assunto Acima:
Objetivo: Visualização das rodovias através de mapas, na sala de informática.
Conforme vimos, espaço é um número associado à posição de um
corpo, ou seja, é um número que indica onde o corpo está. Nas rodovias, os
espaços são chamados de marcos quilométricos. Você sabe onde fica o marco
quilométrico zero (origem) de uma rodovia? Se for uma rodovia federal radial, a
origem estará na cidade de Brasília – DF. No caso de rodovias estaduais radial,
a origem estará na capital do estado. Para São Paulo, usa-se a famosa Praça
da Sé como marco quilométrico zero.
Além das rodovias radiais, existem outros tipos de estradas, cuja
nomenclatura obedece a um conjunto de normas. Conhecer as regras que dão
nomes as diversas estradas do país pode até auxiliar um motorista a se
deslocar mais facilmente por todo nosso território. Veja as regras:
Rodovias Federais – iniciam-se com a sigla BR:
a) Radiais: chegam à Capital Federal ou saem dela e possuem
numerações que se inicia com 0. Exemplo BR-040.
b) Longitudinais: cortam o país no sentido norte-sul ou sul-norte e
possuem numerações que se inicia com 1. Exemplo: BR-116.
c) Transversais: cortam o país sentido leste-oeste ou oeste-leste
e possuem numeração que se inicia com 2. Exemplo: BR-277.
d) Diagonais: cortam o país de forma inclinada em nosso mapa e
possuem numeração que se inicia com 3. Exemplo: BR-307.
e) De ligação: ligam duas outras rodovias e possuem numeração
que se inicia com 4. Exemplo: BR-401.
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Rodovias Estaduais – iniciam-se com a sigla do estado a que pertencem
(Exemplo: MG, BA, AM, RS, PR, etc.).
a) Radiais: chegam à capital ou saem dela e possuem numeração
par, que representa aproximadamente o ângulo da estrada em relação à
posição da capital. Exemplo: SP-330.
b) Transversais: não passam pela capital estadual e possuem
numeração ímpar, que representa aproximadamente a distância do ponto mais
próximo dessa estrada em relação à capital. Exemplo: SP-55.
Referências:www.portalpositivo.com.br acesso em: 02/07/2010
Imagem: http://www.antt.gov.br acesso em: 02/07/2010
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Unidade 2: Aceleração da Gravidade
Imagem: WWW.google.com.br
1ª Série do Ensino Médio
Objetivo:
O objetivo do experimento é mostrar que dois objetos de formas
iguais, quando soltos de uma mesma altura, levam o mesmo tempo para tocar o
solo, independentemente de suas massas.
Contexto:
Normalmente quando perguntamos a alguma pessoa sobre o tempo
de queda de dois objetos soltos de uma mesma altura, ela nos responderá que
o mais pesado será mais rápido. Além de esta ser uma concepção espontânea,
a física de Aristóteles (384-322 a.C) também afirmava que objetos mais
pesados caíam mais rápidos com relação aos mais leves. Mas Galileu Galilei
(1564-1642) provou experimentalmente que isso não era verdade. Através de
seus experimentos, ele mostrou que os objetos que apresentam o mesmo grau
de resistência ao movimento através do ar, independentemente de seu peso,
em movimento de queda livre, quando soltos de uma mesma altura o tempo
gasto era o mesmo. O fato é que todos os objetos na superfície da Terra sofrem
uma atração em direção ao centro gravitacional do planeta, ou seja, próximo ao
centro da Terra. Na verdade, possuem a mesma aceleração de queda
(aceleração gravitacional). Todos os objetos que iniciam o movimento a partir
do repouso e sujeitos a mesma aceleração quando soltos da mesma altura
devem chegar ao solo com a mesma velocidade. Assim se percorrem o mesmo
intervalo com o mesmo tempo, adquirem a mesma velocidade. Com
velocidades iguais, devem chegar juntos ao solo, se soltos da mesma altura.
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Apesar das pessoas terem a concepção espontânea de que objetos
mais pesados caem mais rápidos com relação aos mais leves, se soltos de uma
mesma altura, através deste experimento mostraremos que isso não é verdade.
Variando as massas de dois objetos iguais, os quais por serem idênticos
apresentam o mesmo grau de resistência ao movimento através do ar,
verificamos que eles chegam ao solo ao mesmo tempo, independentemente de
suas massas. Na realidade, o atrito com o ar é o responsável pelo fato de que
objetos diferentes tenham diferentes tempos de queda. A forma do objeto é que
determina quanto atrito vai existir quando ele for movimentado através do ar.
Assim, por exemplo, duas folhas iguais de mesmo material (portanto, de mesma
massa) possuem tempos de quedas completamente diferentes se uma delas for
amassada em forma de uma bolinha.
Experimento:
A idéia é a de permitir que, dois objetos idênticos, com a mesma
distância em relação ao solo, iniciem uma queda ao mesmo tempo. Então,
mesmo variando as massas dos objetos, poderemos observar se eles têm o
mesmo tempo de queda ou não. O experimento consiste em girar um pedaço
de cabo de vassoura, com duas garrafas idênticas presas por dois pedaços de
barbantes iguais; em cada extremidade livre dos barbantes, é feito um laço e
encaixado a cada prego fixo no cabo a certa distância.
Materiais:
• Garrafas plásticas: que sejam idênticas
• Pregos: dê preferência aos pregos pequenos e sem cabeça (para
melhor deslizamento do barbante)
• Barbante: para cada garrafa utilize 30 cm
• Areia
• Cabo de vassoura: corte o cabo de vassoura ao meio.
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Montagem:
• Fixe os pregos no cabo de vassoura de modo que fiquem
alinhados.
•
• Amarre o barbante na tampa da garrafa e com a outra
extremidade faça um laço e coloque no prego.
• Repita o procedimento para a outra garrafa, deixando o
mesmo comprimento de barbante.
• Coloque certa quantidade de areia em uma das garrafas e o
dobro na outra.
• Levante o cabo de vassoura, horizontalmente, até certa
altura.
• Gire o cabo de vassoura fazendo com que as garrafas se
desprendam ao mesmo tempo.
• Faça com as garrafas vazias ou com a mesma quantidade
de areia.
Esquema Geral de Montagem:
Projeto Experimentos de Física com Materiais do Dia-a-Dia - UNESP/Bauru
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Comentários:
Se o experimento falhar verifique os seguintes aspectos: os
tamanhos do barbante de cada garrafa devem ser iguais; os pregos devem
estar alinhados e com o mesmo relevo (referente à sua altura); o giro do cabo
de vassoura no momento de soltar as garrafas deve ser rápido; observe se a
altura entre o fundo das garrafas e o solo é igual; para realizar o experimento
para diferentes massas é aconselhável que uma das garrafas esteja completa
de areia e a outra esteja com aproximadamente a metade do conteúdo da
outra.
Conclusão:
O que se pode observar neste experimento é um único som
produzido pelo choque das garrafas com o solo, para qualquer quantidade de
massa em cada garrafa. Conclui-se, que dois objetos de formas iguais, quando
soltos de uma mesma altura, tocam o solo ao mesmo tempo,
independentemente de suas massas.
Referência:
UNESP. Experimentos de Física para o Ensino Médio e fundamental com materiais do dia-a-dia. Disponível em: http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/ acesso em: 02/02/2010.
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Unidade 3: Energia – Usinas Hidrelétricas
1ª série – Ensino Médio imagem: WWW.google.com.br Objetivos:
Explicar o princípio de funcionamento de usinas para geração de
energia elétrica, com a utilização de conceitos de Física.
Analisar características de questões de provas do ENEM envolvendo
processos de geração de energia elétrica.
Montar um protótipo para ilustração do princípio de funcionamento de
usinas para geração de energia elétrica.
Contexto:
As usinas hidrelétricas, ao final da década de 90, representavam
cerca de 90% da potência elétrica instalada no país (REIS, 2003). Agregam-se
à defesa da utilização de usinas hidrelétricas: o baixo custo de geração de
energia elétrica e a minimização de resíduos poluentes. Entretanto, o
alagamento de grandes áreas impacta, abruptamente, animais e vegetais
existentes na região e modifica aspectos sociais e culturais das populações
locais.
A geração de energia elétrica deve-se ao aproveitamento do
potencial hidráulico de rios. A energia potencial gravitacional armazenada pela
diferença de potencial entre níveis de água é transformada em energia cinética
de rotação em turbinas. A rotação dessas turbinas ocasiona uma variação de
fluxo magnético em espiras. A Lei de Faraday estabelece que a variação de
fluxo magnético em uma espira ocasiona a indução de uma força eletromotriz
em seus terminais. A Lei de Lenz estabelece que essa corrente elétrica
induzida gera um campo magnético em oposição à variação de fluxo magnético
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que a induziu. Dessa forma, obtém-se energia elétrica a partir da energia
mecânica, associada à rotação das turbinas.
Atividades:
Nestas atividades, você deverá analisar questões sociais, culturais e
ambientais associadas à ciência e tecnologia, considerando geração de energia
elétrica, com a utilização de conceitos físicos relacionados à mecânica e ao
eletromagnetismo. Para isso agende uma visita com seus alunos a uma Usina
Hidrelétrica mais próxima.
1)Analise questões do ENEM e do novo ENEM relacionadas à
geração de energia elétrica.
2)Em atividade experimental, envolvendo princípios de
funcionamento de usina hidrelétrica, identifique os conhecimentos de Física
associados.
Experimento: Usina Hidrelétrica
Objetivo:
Neste experimento, você poderá verificar o princípio de funcionamento de uma usina hidrelétrica.
Materiais:
• Garrafa plástica de 2 litros
• Suporte metálico
• Arame fino flexível
• Cola para metais
• Mangueira plástica flexível com diâmetro de 5 mm
• Hélice
• Arame para eixo (20 cm)
• Envoltório de caneta esferográfica
• Régua plástica
• 10 m de fio de cobre esmaltado
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• Prego de 7 a 8 cm de comprimento
• Ímã de barra
• Bandeja plástica
• Multímetro e cabos
Montagem do Protótipo imagem: Noemi Sutil
1) Faça um furo no fundo da garrafa plástica e
cole nele a mangueira com cola de silicone.
2) Prenda a garrafa ao suporte metálico.
3) Coloque o eixo da hélice por dentro do envoltório da caneta.
4) Em uma das pontas do eixo, coloque a hélice; na outra, um ímã de
barra.
5) No prego, enrole o fio de cobre esmaltado, até cobrir todo o prego,
deixando sobra de 10 cm em cada ponta.
6) Na régua plástica, fixe o conjunto formado pela hélice, pelo eixo e pelo
ímã e o prego enrolado em fio de cobre esmaltado.
7) Fixe a régua plástica na bandeja.
8) Conecte as extremidades do fio de cobre esmaltado ao multímetro.
Procedimento:
1) Com a utilização da mangueira, coloque água na hélice, de forma que
ela passe a rotacionar.
2) Verifique a existência de corrente elétrica no conjunto com a utilização
do multímetro.
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Pesquisa na Internet:
imagem: WWW.google.com.br
1) Para começar Assista ao vídeo “Usinas Hidrelétricas” do Portal dia a dia Educação do estado do Paraná.
2) Como funciona uma usina hidrelétrica?
3) O que diferencia uma usina hidrelétrica de outras formas de geração de energia elétrica, como a utilização de ventos, marés, ondas, geotermas ou ainda das usinas termelétricas e nucleares?
4) A geração de energia elétrica com a utilização de energia solar se baseia no mesmo princípio da usina hidrelétrica?
Referências Comentadas:FURUKAWA, Claudio. Miniusina hidrelétrica. Ciência hoje na escola, v. 12:
eletricidade, p. 48-50, 2001.
Nesse artigo, o autor apresenta uma sugestão de montagem de uma
miniusina hidrelétrica.
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/genre.php?genreid=40 acesso em: 15/07/2010
REIS, Lineu Belico dos. Geração de energia elétrica: tecnologia, inserção
ambiental, planejamento, operação e análise de viabilidade. 3. ed. Barueri:
Manole, 2003.
Nesse livro, o autor apresenta diversas formas de geração de energia
elétrica, destacando características, aspectos benéficos e impactos ambientais.
Entre as formas de geração de energia abordadas estão: centrais hidrelétricas e
termelétricas, sistemas solares e eólicos, células a combustível.
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Unidade 4: Inércia - O Uso do Cinto de Segurança e a Física Uma Maneira Simples de Salvar vidas
1ª série do Ensino Médio
imagem:WWW.google.com.br Introdução:
A Física tem como objeto de estudo o Universo em toda a sua
complexidade e, por isso, como disciplina escolar propõe aos estudantes o
estudo da natureza entendida segundo Menezes (2005), como realidade
material sensível. Ressalta-se que os conhecimentos de Física apresentados
aos estudantes do Ensino Médio não são coisas da natureza ou a própria
natureza, mas modelos elaborados pelo Homem no intuito de explicar e
entender essa natureza. Nesse contexto vamos refletir sobre a forte cultura
automobilística na qual estamos inseridos, e que destaca o automóvel como
bem indispensável. Os jovens, principalmente, costumam estar expostos aos
apelos dessa mesma cultura, muito cedo, estando envolvidos em discursos que
associam o estar dirigindo um automóvel à potência, competitividade e prazer.
De acordo com essa forte cultura automobilística, o indivíduo que
possui o último modelo do ano, ou mesmo aquele que recém adquiriu seu
primeiro automóvel, muitas vezes sente-se tão superior ao sentar-se atrás do
volante que pode criar situações arriscadas a si mesmo e aos outros que
participam do mesmo espaço. Os jovens condutores apresentam uma taxa de
acidentes quatro vezes maior que os condutores experientes. Geralmente eles
têm tendência para gostar de conduzir, consideram-se invulneráveis e gostam
de impressionar os amigos, adotando, por exemplo, um estilo de condução
desportiva. Em algumas situações ao esquecerem de utilizar o cinto de
segurança, que é um acessório presente em todos os veículos e com uso
obrigatório desde vinte e três de setembro de 1997 com a Lei 9503, o pior
acontece. Com isso sentimos na escola a necessidade de conscientizar nossos
jovens sobre a verdadeira função do cinto de segurança, que seu uso
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obrigatório não é apenas para não levarem multas, mas sim para proteger
passageiros e condutores de possíveis colisões. Nesse trabalho de estudo e
conscientização vale lembrar que o cinto de segurança é um dos equipamentos
mais importantes existentes nos veículos automotores, porém só se torna
eficiente se utilizado corretamente por todos os ocupantes do veículo. A
utilização incorreta do cinto de segurança pode acarretar sérias lesões e
constitui infração de trânsito, conforme previsto na resolução 15/98 do
CONTRAN (conselho nacional de trânsito). O uso do cinto de segurança de
forma correta reduz drasticamente a severidade das lesões ocasionadas e
influencia diretamente na redução das mortes no trânsito.
O cinto de segurança está relacionado ao conteúdo de Física:
Inércia. A ideia básica de um cinto de segurança é bastante simples: ele impede
que a pessoa voe pelo pára-brisa ou vá de encontro ao painel quando o carro
para abruptamente. Mas por que isso acontece? Em síntese, é devido à inércia.
Inércia é a tendência de um objeto em continuar se movendo até que
encontre algo que interrompa seu deslocamento. Em outras palavras, inércia é
a resistência do objeto à mudança do seu estado de movimento ou repouso. Os
objetos tendem a continuar seu movimento naturalmente. Em um veículo a 80
km/h, os corpos dentro dele permanecem a 80 km/h. A este estado dos corpos
permanecerem com a mesma velocidade denomina-se inércia. A resistência do
ar e o atrito com a estrada reduzem constantemente a velocidade, mas o motor
compensa essa perda de energia.
Tudo que está dentro do carro, inclusive o motorista e os
passageiros, possuem sua própria inércia, que é independente da inércia do
veículo. Imagine que você está dirigindo um carro a uma velocidade constante
de 80 km/h. Sua velocidade e a do veículo são exatamente a mesma. Logo, a
sensação é que você e o veículo se movimentam como se fossem um único
objeto. Se o carro colidir com um poste, entretanto é óbvio que a sua inércia e a
do carro seriam completamente independentes. A força do poste induziria o
carro a uma parada brusca, enquanto a inércia manteria sua velocidade
lançando você para frente. Se você estiver sem o cinto de segurança, você se
chocaria com o volante a 80 km/h, ou atravessaria o pára – brisa a essa mesma
19
velocidade. Assim como o poste conteve o carro, o painel, o pára – brisa ou a
estrada conteriam você, exercendo grande força, no entanto se você estivesse
com o cinto de segurança, o cinto o manteria junto com o banco evitando ser
lançado para frente.
A utilização do cinto de segurança não pode ser considerada um fator
determinante para a redução da quantidade de acidentes ocorridos na via
pública. Mesmo usando cintos pode haver lesões graves ou mortes, mas as
estatísticas mostram que o uso do cinto de segurança, sempre aumenta a
chance de sobrevivência.
Atividades:
1- Para conhecer mais sobre o cinto de segurança vamos fazer uma pesquisa
na internet utilizando o roteiro:
• Por que o cinto de segurança salva?
• Quais são os tipos de cintos de segurança?
• Atualmente, quais são os dados estatísticos de vítimas no trânsito
por não estarem usando o cinto de segurança?
• Analise questões do ENEM e do novo ENEM relacionadas com o
conteúdo Inércia.
2- Atividade Experimental - TROMBADA
Objetivo:
Demonstrar que objetos em movimento, quando não há ação de
forças externas, tendem a continuar em movimento.
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Contexto:
O Princípio da Inércia, ou Primeira Lei de Newton, diz que "um objeto
tende sempre a manter o seu estado de movimento, este podendo também ser
o de repouso, se não houver a ação de forças externas".
Este experimento serve para mostrar que um objeto em movimento
tende a continuar em movimento.
Experimento:
O experimento consiste em deixar um carrinho, com uma bolinha
colocada na parte superior frontal, deslocar sobre uma rampa e chocar-se com
um obstáculo (veja a figura logo abaixo da lista de materiais).
O carrinho é colocado na parte superior da rampa com velocidade
nula e percorrerá a rampa para adquirir velocidade, depois da rampa ele
percorrerá um plano curto até chocar-se com o obstáculo (lápis), no choque o
carrinho pára; a bolinha de aço, porém, estando apenas levemente presa ao
carrinho, tende a continuar seu movimento, sendo lançada para frente.
A idéia é mostrar que o carrinho e a bolinha se movimentam com a
mesma velocidade, e mesmo que o carrinho pára devido à ação de uma força
externa (aplicada pelo obstáculo), a bolinha não sofrendo nenhuma força
externa continua o seu movimento pelo fato de estar fracamente ligada ao
carrinho.
Materiais:
• Miniatura de carrinho: é essencial que as rodas do carrinho
rodem muito bem (menos atrito possível).
• Uma bolinha de aço: Essa bolinha pode ser encontrada em
bicicletarias ou oficinas mecânicas. São retiradas de várias
peças, na sua maioria de rolamentos.
• Duas réguas: qualquer régua ou objeto similar deve servir
para fazer o papel de rampa.
• Um lápis.
• Um pedaço de massa de modelar: serve de adesivo entre a
bolinha de aço e o carrinho.
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• Alguns livros.
• Fita adesiva.
Montagem:
• Junte as duas réguas lado a lado com fita adesiva, de forma que o lado
numerado de uma, coincida com a outra.
• Empilhe um ou mais livros sobre uma mesa reta e lisa.
• Apóie o começo das réguas, já coladas, no topo da pilha de livros.
• Fixe as extremidades das réguas com fita adesiva (na mesa e na pilha
de livros) para que não haja escorregamento, formando assim uma
rampa.
• Fixe um lápis com fita adesiva, a mais ou menos 20 cm da base da
rampa, perpendicularmente a esta.
• Coloque um pedaço de massa de modelar no capô do carrinho e sobre a
massa de modelar, levemente presa, a bolinha de aço.
• Posicione o conjunto carro+massa+bolinha no alto da rampa.
Esquema Geral de Montagem:
Projeto Experimentos de Física com Materiais do Dia-a-Dia - UNESP/Bauru
Comentários:
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• A massa de modelar no início gruda mais do que o desejado; por
isto, prenda e solte a bolinha algumas vezes, antes de começar o experimento.
• A limpeza da bolinha e do carrinho faz-se necessária
periodicamente, sendo inclusive aconselhável a troca da massa.
Conclusão:
Foi possível observar a Lei da Inércia num simples experimento. A
Inércia da bolinha fez com que ela fosse lançada para frente, por manter a
velocidade do carrinho quando este foi interrompido por um obstáculo.
Referências:
DOTTA, A.; DOTTA, R. Acidentes de Trânsito: Como Evitá-los! 4. Ed. Especial – Porto Alegre: DETRAN-PR, 2002.
UNESP. Experimentos de Física para o Ensino Médio e fundamental com materiais do dia-a-dia. Disponível em: http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/ acesso em: 02/02/2010.
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Unidade 5: Fluidos - Distribuição de Água
imagem: WWW.google.com.br
2ª série do Ensino Médio
Objetivos:
Explicar a estrutura de distribuição de água, com a utilização de
conhecimentos de Física.
Analisar questões do ENEM, envolvendo a utilização da água.
Montar protótipo para ilustração de estrutura de distribuição de água.
Contexto:
Estima-se que a quantidade de água na Terra corresponda a cerca
de 1.370.000.000 km3. Entretanto, a quantidade concernente à água doce seria
cerca de 8.200.000 km3. Da água doce disponível, aproximadamente 4.050.800
km3 corresponderia a rios, lagos e água subterrânea acessível. Isso significa
que de todo o volume de água disponível no planeta, 97% seria de águas
salgadas e apenas 3% de águas doces. Desses 3% de águas doces, 2,3%
estariam congeladas, 0,2% estariam associadas aos processos de evaporação
e transpiração e apenas 0,5% representaria o volume disponível para utilização
pelos seres humanos (CAMPOS, 2003).
Mudanças de hábito, demandas oriundas dos processos de
industrialização e do aumento da população, entre outros, colocaram em dúvida
a capacidade do planeta em suprir a necessidade de água. A água poderá estar
no centro, inclusive, de guerras entre países em um futuro próximo. A
preocupação se refere tanto ao aspecto quantitativo quanto qualitativo. Nesse
quadro, destacam-se a preocupação com o uso e manejo das águas,
gerenciamento de recursos hídricos e uso racional da água.
24
De acordo com Campos (2003, p. 22-23), o moderno ciclo da água
compreende:
• Captação das águas brutas em rios, poços, lagos, reservatórios, etc.
• Adução das águas brutas da fonte de captação aos pontos de consumo,
através de canais, adutoras, túneis, etc.
• Tratamento da água bruta para melhorar as características das águas
nos aspectos físico, químico, bacteriológico e organoléptico, para torná-
las próprias para o consumo.
• Distribuição das águas tratadas nos locais de consumo, através de um
sistema de tubulações de distribuição.
• Coleta das águas usadas, esgotos, através de uma rede de tubulações,
para afastá-las para um local seguro.
• Tratamento das águas usadas para atingir o padrão assimilável pelo
corpo receptor final.
Campos (2003), em relação às funções de uso da água, ressalta um
aspecto consuntivo, representando perdas, derivação ou consumo:
abastecimento, irrigação, abastecimento industrial, aquicultura, abastecimento
urbano; é possível, também, o reconhecimento de um aspecto não consuntivo,
que se relaciona à ausência de consumo, derivação ou desperdício de água:
geração hidrelétrica, navegação fluvial, lazer, pesca e piscicultura extensiva,
assimilação de esgotos.
Nessa perspectiva, é possível associar esses elementos referentes à
gestão das águas ao ensino de Física. Características desse ciclo distributivo
da água podem ser abordados no desenvolvimento de conhecimentos de Física
relacionados, principalmente, à Hidrostática/Hidrodinâmica e Termodinâmica.
Atividades:
Nestas atividades, você deverá analisar questões sociais, culturais e
ambientais associadas à ciência e à tecnologia, considerando o uso da água,
com a utilização de conceitos físicos relacionados à Hidrostática. Para isso,
adote os seguintes procedimentos:
25
1) Analise questões do ENEM relacionadas ao uso da água, com a
utilização de conceitos envolvendo Hidrostática.
2) Analise e identifique os principais elementos envolvidos em vídeos e
reportagens em jornais/revistas envolvendo questões sociais, culturais e
ambientais, sobre o uso da água.
3) Em atividade experimental, envolvendo estrutura de distribuição de
água, identifique os conhecimentos de Física associados.
4) Analise a composição de uma conta de água. Realize a exposição dos
conhecimentos de Física e sobre a água, discutidos, utilizando recursos, tais
como: artigos de jornais/revistas; histórias em quadrinhos; vídeos; histórias;
poesia; desenhos, entre outros.
Experimento:
Nesse experimento, você vai verificar o processo de distribuição de água.
Materiais:
• Suportes (dois com alturas iguais e um com altura superior aos
demais)
• Recipientes de plástico
• Mangueiras
• Cola de silicone
Montagem do protótipo:
Imagem: Noemi Sutil
1) Faça um furo nos recipientes e fixe em cada furo uma das pontas da
mangueira.
26
Sugestão de procedimento:
1) Coloque os recipientes nos suportes de mesma altura.
2) Coloque água em um dos recipientes.
3) Verifique o que ocorre.
4) Coloque os recipientes em alturas diferentes.
5) Coloque água em um dos recipientes.
6) Verifique o que ocorre.
Pesquisa na internet:
imagem: WWW.google.com.br
1) Como a água chega até à caixa de água de nossas residências?
2) Que conceitos físicos possibilitam compreender como a água chega à caixa-de água?
Referências Comentadas:CAMPOS, N.; STUDART, Ticiana. Gestão das águas: princípios e práticas.
2. ed. Porto Alegre: ABRH, 2003.
Nesse livro, os autores especificam características de gestão de
águas, com a análise de políticas, modelos, características geográficas,
demanda, cobrança pelo uso, risco, qualidade, mercado. Destacam aspectos
27
ambientais envolvendo a gestão de águas e as questões de direito e conflitos
que circunscrevem o tema.
D’ AGOSTÍN, Aline; LEITE, Álvaro Emílio Leite; HIGA, Ivanilda; DALRI,
Jackelini. Conservação da água: espaço para aprender Física. In: XVII
SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE FÍSICA, 17., 2007, São Luís do
Maranhão. Anais... São Luís do Maranhão, 2007. 1 CD-ROM.
Nesse artigo, os autores apresentam atividades de ensino de Física
envolvendo a água.
FERREIRA, Arthur Roberto; ANDRADE, Caroline Elise Waculicz; PORTELA,
Caroline Dorada Pereira; HIGA, Ivanilda; JASINSKI, Marcelo; CAVALCANTE,
Neiva Samara Mendes; OLIVEIRA, Odisséa Boaventura de. Proposta para o
ensino do tema água, numa perspectiva histórica e social. In: XVII
SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE FÍSICA, 17., 2007, São Luís do
Maranhão. Anais... São Luís do Maranhão, 2007. 1 CD-ROM.
Nesse artigo, os autores apresentam atividades de ensino de Física
envolvendo a água. Entre os conhecimentos envolvidos, adquirem destaque:
vazão, pressão, energia mecânica, distribuição da água, uso da água em
hidrelétricas, vasos comunicantes.
WATANABE, G. & KAWAMURA, M. R. D. Uma abordagem temática para a
questão da água. In: ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA,
10., 2006, Londrina. Anais... Londrina: SBF, 2006. 1 CD-ROM.
Nesse artigo, as autoras analisam possibilidades de abordagem do
tema água no ensino de aprendizagem de Física com destaque para
termodinâmica, hidrostática/hidrodinâmica.
28
Unidade 6: Efeito Joule 2ª Série do Ensino Médio imagem: WWW.google.com.br
Objetivo:
O objetivo desse experimento é mostrar uma propriedade física de
determinados materiais: a transformação de energia elétrica em energia
térmica, conhecida como Efeito Joule.
Contexto:
A energia é a capacidade de realizar trabalho, existem várias formas
de energia, como energia potencial, energia cinética, energia mecânica, energia
elétrica, etc.
A energia possui a característica de poder existir sob várias formas e
ser transformada de uma forma para outra. Por exemplo, a energia mecânica
em queda livre que transforma a energia potencial gravitacional em energia
cinética. A energia mecânica que se transforma em energia elétrica numa usina
hidrelétrica ou a transformação de energia elétrica em energia térmica através
de uma resistência de chuveiro.
A transformação de energia pode ser em alguns casos bem aceita, e
em outros não. Por exemplo: para um automóvel em movimento, a
transformação da energia cinética em atrito, em função da resistência do ar não
é bem vinda. Já a transformação de energia elétrica em calor na resistência de
um chuveiro num dia de frio, é muito bem vinda.
Este último fenômeno denomina-se Efeito Joule: é a transformação
de energia elétrica em calor num material por onde passa uma corrente elétrica.
29
O Efeito Joule
Quando um condutor é aquecido ao ser percorrido por uma corrente
elétrica, ocorre uma transformação de Energia Elétrica em Energia Térmica.
Este fenômeno é conhecido como Efeito Joule, em homenagem ao Físico
Britânico James Prescott Joule (1818-1889).
Esse fenômeno ocorre devido o encontro dos elétrons livres da
corrente elétrica com as partículas do condutor. Os elétrons sofrem colisões
com átomos do condutor, parte da energia cinética (energia de movimento) do
elétron é transferida para o átomo aumentando seu estado de agitação,
consequentemente sua temperatura. Assim, a energia elétrica é transformada
em energia térmica (calor).
Por que será que um fio esquenta quando é percorrido por uma
corrente elétrica?
Quando um fio é conectado aos terminais de uma pilha, um campo
elétrico atua nos prótons e elétrons que o compõem.
Os elétrons livres são acelerados e começam a deslocar-se no
interior do fio. Quando se aproxima de um íon da rede cristalina, um elétron livre
sofre uma mudança repentina de sua trajetória, que pode ser interpretada como
um choque. Com isso parte da energia que o elétron recebeu da fonte é
transferida para a rede cristalina.
Antes do choque, o elétron transforma energia potencial elétrica em
cinética e sua velocidade cresce. Com a colisão, essa energia é parcialmente
transferida para a rede cristalina, que passa a vibrar mais intensamente,
resultando em um aumento de temperatura do metal. O metal aquecido, por sua
vez, transfere parte dessa energia térmica para o ambiente, que está a uma
temperatura mais baixa. O resultado final é a transformação da energia
potencial elétrica da fonte em térmica (o efeito joule).
A transformação de energia potencial elétrica em energia térmica
será maior quanto maior a tensão nos terminais da fonte.
30
A descoberta da relação entre eletricidade e calor trouxe ao homem
vários benefícios. Muitos aparelhos que utilizamos no nosso dia-a-dia têm seus
funcionamentos baseados no Efeito Joule, alguns exemplos são:
Lâmpada: um filamento de tungstênio no interior da lâmpada é
aquecido com a passagem da corrente elétrica tornando-se incandescente,
emitindo luz.
Chuveiro: um resistor aquece por Efeito Joule a água que o envolve.
São vários os aparelhos que possuem resistores e trabalham por
Efeito Joule, como por exemplo, o secador de cabelo, o ferro elétrico e a
torradeira.
Outra aplicação que utiliza esta teoria é a proteção de circuitos
elétricos por fusíveis. Os fusíveis são dispositivos que têm como objetivo
proteger circuitos elétricos de possíveis incêndios, explosões e outros
acidentes. O fusível é percorrido pela corrente elétrica do circuito. Caso esta
corrente tenha uma intensidade muito alta, a ponto de danificar o circuito, o
calor gerado por ela derrete o filamento do fusível interrompendo o
fornecimento de energia, protegendo o circuito.
Experimento: Efeito Quente
Uma das maneiras que temos para a verificação do Efeito Joule é
usando o sentido do tato. Para isso basta construir um circuito elétrico muito
simples, composto de uma fita de papel alumínio e uma pilha comum de 1,5
volts.
Ao ligar as duas extremidades da fita de papel alumínio nos pólos da
pilha, estabelece-se uma corrente elétrica. Depois de certo tempo a fita se
aquece devido à passagem da corrente elétrica. Este aquecimento é pequeno e
só é possível verificá-lo usando o sentido do tato, numa região do corpo
sensível a pequenas temperaturas. Como por exemplo, as costas da mão, o
pulso, etc.
31
Outra maneira de se demonstrar o Efeito Joule é, ligando-se dois fios
às extremidades de uma pilha. Ao se encostar as extremidades livres dos fios
em um pedaço de palha de aço fina, a palha de aço é aquecida, pelo efeito
Joule, e incandesce, queimando toda.
A corrente elétrica em um filamento de palha de aço o aquece. Por
ele ser muito fino, ele então queima. Como a palha de aço é um emaranhado
de filamentos, um queima o outro sucessivamente até que todo o pedaço de
palha esteja queimado.
Materiais:
• Palha de aço: quanto mais fina for a espessura dos fios da palha de aço,
melhor. Os usados para lavar louça de cozinha são bons.
• Pilha: Uma pilha comum de 1,5 volts será suficiente.
• Papel alumínio: papel alumínio comum, usado na cozinha.
• Fios para conexões: o fio deve ser fino e condutor de eletricidade. Esses
fios podem ser encontrados em aparelhos elétricos velhos. Ou podem
ser comprados em casa de material elétrico ou eletrônicos.
• Porta pilhas e fios de conexão (jacaré): esses equipamentos são
opcionais, o funcionamento do experimento não será prejudicado, na
falta deles.
Montagem:
• Para a verificação do Efeito Joule com o papel alumínio (veja Figura A):
• Recorte uma fita de papel alumínio de aproximadamente 3 mm por 10
cm (comprimento suficiente para ligar os pólos da pilha);
• Ligue as extremidades da fita de alumínio e aguarde uns dois minutos;
• Sinta pelo tato se houve aquecimento da tira de papel alumínio.
• Para a verificação do Efeito Joule com palha de aço (veja Figura B):
• Ligue um pedaço de fio numa extremidade de uma pilha;
• Pegue um pedaço pequeno de palha de aço e coloque-o no chão;
• Encoste as extremidades livres do fio na palha de aço, próximos um do
outro.
32
Esquema Geral de Montagem:
Projeto Experimentos de Física com Materiais do Dia-a-Dia - UNESP/Bauru
Comentários:
Para fazer com que a palha de aço se queime, é preciso que ao
encostar os fios na palha de aço os fios estejam bem próximos e, caso a palha
de aço não se queime com apenas uma encostada, faça pequenos movimentos
com os fios, mantendo sempre uma distância pequena entre eles.
Na montagem da palha de aço, tome o cuidado de não apoiá-la em
algum lugar que possa pegar fogo como tapetes, carpetes, madeira,
compensados, plásticos etc. ou tampouco próximo a inflamáveis como álcool,
querosene, gasolina, bebida destilada, óleo, perfumes, desodorantes etc.
Recomenda-se que se faça sobre um piso (ou mesa) de cimento ou pedra, ou
sobre pia de granito ou mármore. Verifique sempre se não há algo que possa
queimar por perto.
33
Não queime a palha de aço onde haja corrente de vento forte, ou
algum ventilador ligado. O vento pode fazer com que a palha de aço voe, por
ser muito leve.
Nas duas montagens o consumo da pilha é alto, pois a corrente
elétrica não tem resistência no percurso, ou seja, o circuito está em curto. Por
isso, é aconselhável não deixar o circuito fechado por muito tempo desligando-o
a cada demonstração. Outra maneira de resolver este problema é colocar uma
resistência no circuito. Uma lâmpada de lanterna seria um bom resistor, mas
então serão necessárias duas pilhas, visto que uma lâmpada necessita de no
mínimo 1,5 volts.
Referências:
FILHO, G. A.; TOSCANO, C.; Física volume único: Ensino Médio. São Paulo: Editora Scipione, p. 335, 336, 2005.
UNESP. Experimentos de Física para o Ensino Médio e fundamental com materiais do dia-a-dia. Disponível em: http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/ acesso em: 02/02/2010.
34
Unidade 7: Calor Específico, Capacidade Térmica e Temperatura
imagem: WWW.google.com.br
2ª Série do Ensino Médio
Objetivo:
Demonstrar através de experimentos que o calor específico também
caracteriza a variação de temperatura das substâncias.
Contexto:
Quanto maior o calor específico de uma substância, menos ela se
aquece ao receber certa quantidade de calor. A água é uma das substâncias
que apresenta calor específico de valor mais elevado. Por essa razão certa
massa de água (lago, rio, piscina etc.), ao receber calor do sol, sofre pequenas
variações em sua temperatura, em comparação com outros objetos situados em
sua vizinhança. Ainda pelo mesmo motivo, quando o sol se põe, isto é, quando
a água e os outros objetos liberam calor para o ambiente, o resfriamento da
água é muito mais lento que o daqueles objetos. Assim, é fácil entender por que
é tão agradável mergulhar na água em um dia muito quente.
Por outro lado, como a areia tem um calor específico muito pequeno,
ela se aquece e se resfria com facilidade. Por isso, nos desertos, embora os
dias sejam excessivamente quentes, as noites costumam apresentar
temperaturas muito baixas.
Experimento 1 – Calor Específico
Objetivo:
O objetivo desse experimento é mostrar que o calor específico da
água é maior que o da areia.
35
Materiais:
Dois recipientes de plástico pequenos, 1/2 xícara de água, 1/2 xícara
de areia, um termômetro.
Procedimento:
• Coloque a água em um recipiente e a areia em outro.
• Deixe os dois na geladeira até esfriar.
• Depois leve os dois recipientes para o sol por 15 minutos.
• Meça, com o termômetro, a temperatura de cada um deles.
O que acontece?
A temperatura da areia fica maior que a temperatura da água.
Por que acontece?
O calor específico da água é maior que o da areia. Isso explica
porque, pela manhã, em regiões litorâneas a areia está mais quente que a
água, pois a água necessita de maior quantidade de calor para sofrer a mesma
variação de temperatura.
Experimento 2 - Construção de Um Calorímetro
Objetivo:
36
O objetivo deste experimento é a construção de um calorímetro pelos
alunos, para determinar a sua Capacidade Térmica e o Calor Específico de
alguns materiais.
O calorímetro é um instrumento utilizado para medir a quantidade de
calor, fazer análises das trocas de calor que acontecem entre dois
corpos localizados em seu interior, e ainda determinar o calor específico
de um determinado elemento, que pode ser, por exemplo, o cobre.
Esse equipamento é muito utilizado nos laboratórios de ensino. Ele
pode ser comprado, como também confeccionado. Com materiais
simples e do cotidiano dos alunos o professor de física pode instruir os
alunos na confecção desse instrumento, a fim de fazer análises das
quantidades de calor trocadas neste sistema isolado termicamente, ou
seja, livre de trocas de calor com o meio ambiente.
Materiais:
• uma lata de refrigerante, ou de cerveja, vazia;
• 2 portas-lata de isopor usadas para latas de refrigerante ou cerveja;
• 1 termômetro químico ou industrial;
• 1 estilete;
• 1 vasilha medidora de volume (em ml) de vidro, ou becker de 300ml;
• 1 panela para ferver água;
• Pedaços de ferro, cobre, alumínio, etc. de massas conhecidas (ou
medidas com balança).
Construção:
Com o abridor, retire a parte superior da lata (vá com calma, para
não se machucar!)
Os portas-lata de isopor deverão envolver a lata, formando o
calorímetro. Para tanto, corte, com o estilete, uma faixa de 2 cm, a partir do
nível da boca (parte aberta) de um dos portas-lata, e corte uma faixa de 5
cm a partir do fundo (parte fechada) do outro portas-lata (o portas-lata aqui
37
considerados tem altura de 11,5 cm. Se o seu tiver altura menor, faça os
cortes de forma que as partes encaixadas, boca a boca, envolvam a latinha
perfeitamente).
Procure fazer os cortes bem alinhados, para que o encaixe das
partes de isopor vedem de forma justa quando o calorímetro for fechado.
Veja a figura abaixo:
fonte:crv.educacao.mg.gov.br
Com o termômetro químico (que é encontrado nos laboratórios
escolares), faça um furo na parte superior, enfiando-o para dentro da latinha.
Pronto! O seu calorímetro já pode ser usado.
Procedimento:
Faça a leitura da temperatura ambiente com o uso do termômetro
(que deverá estar em equilíbrio com o ambiente). Anote a temperatura ambiente
(t0c), em graus Celsius.
Retire a parte de cima do calorímetro (tampa), e deixe o calorímetro ficar sob a
temperatura ambiente.
Coloque água para ferver (meio litro é suficiente). Quando estiver fervendo,
coloque a água fervente na vasilha medidora de volume até atingir 300 ml, que
corresponde a uma massa de 300 gramas (ma).
Com o termômetro meça a temperatura da água e anote-a (t0a). Coloque
imediatamente a água dentro do calorímetro, fechando a tampa e colocando o
termômetro no orifício, de forma que fique mergulhado na água, a fim de
38
observar a redução da temperatura. Espere alguns segundos (a redução será
baixa, em torno de 3 a 4 graus, dependendo da temperatura ambiente) até
atingir a temperatura de equilíbrio (teq).
Cálculo da capacidade térmica do calorímetro:
Como este calorímetro não tem capacidade térmica desprezível, ele
troca calor com a água. Assim, conhecendo-se o princípio da igualdade das
trocas de calor, e desprezando-se a troca de calor com o meio, podemos
afirmar que a soma algébrica das quantidades de calor do calorímetro e da
água é igual a zero, daí:
Cc.(teq - t0c) + ma.ca.( teq - t0a) = 0
onde: ca = 1 cal/(g.0C), ma = 300 g
Se possível, refaça mais duas ou três vezes o experimento, despreze
algum resultado muito discrepante dos demais e tire a média aritmética dos
valores das capacidades térmicas do calorímetro (Cc). Este valor final deverá
ser considerado como a capacidade térmica do calorímetro que você construiu.
Obs.: a capacidade térmica do calorímetro deverá girar em torno de 10 a 18
cal/0C. Esta capacidade térmica tem valor numérico igual ao equivalente em
água do calorímetro, por exemplo, se a capacidade térmica do calorímetro for
11 cal/0C, seu equivalente em água será 11g, o que significaria que o
calorímetro teria capacidade térmica igual à capacidade térmica de 11 gramas
de água.
Utilização do calorímetro
Com o valor da capacidade térmica do calorímetro conhecida, você
poderá determinar o calor específico de outros materiais que você coloque junto
39
com a água, como pedaço de ferro, alumínio, cobre, etc.
A dica é que você coloque uns 250 g de água na temperatura ambiente dentro
do calorímetro, e coloque, por exemplo um pedaço de um metal de uns 50 g a
100 g para ferver junto com a água da panela. Após a água ferver, coloque o
pedaço de metal dentro do calorímetro e espere até atingir a temperatura de
equilíbrio. Aí considere que a soma algébrica das quantidades de calor do
calorímetro, da água do calorímetro e do pedaço de metal totalizam zero. Daí é
só calcular o calor específico deste metal, e descobrir, usando uma tabela de
calores específicos, se o valor está dentro do esperado (considerando margens
de erro, é claro) ou qual deve ser, provavelmente, o metal.
A tabela abaixo apresenta o calor específico de algumas substâncias
à pressão constante de 1 atm.
Substância Calor Específico (cal/g.°C)água 1,0álcool 0,6
alumínio 0,22ar 0,24
carbono 0,12chumbo 0,031cobre 0,094ferro 0,11gelo 0,5hélio 1,25
hidrogênio 3,4latão 0,092
madeira 0,42mercúrio 0,033nitrogênio 0,25
ouro 0,032oxigênio 0,22
prata 0,056rochas 0,21vidro 0,16zinco 0,093
40
Referências: MÁXIMO, A.; ALVARENGA, B. Física Ensino Médio. São Paulo: Editora Scipione, v.2, p. 114, 2008.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Calor_específico / acesso em: 10/06/2010.
http://fisica-com-quimica.blogspot.com/2008/03/calor-especfico.html/ acesso em: 10/06/2010.
41
Unidade 8: Aspectos Gerais da Ondulatória, Pêndulo Simples e MHS3ª série do Ensino Médio
Objetivos:
Identificar movimentos periódicos (movimentos que se repetem em
intervalos de tempos iguais), que podem ser monitorados em função do tempo
e do espaço, recordar os conceitos de período (T), frequência (f), velocidade
escalar, trajetória percorrida, aceleração escalar e aceleração centrípeta e
velocidade angular.
Identificar movimento oscilatório ou vibratório que serão
chamados de movimentos harmônicos.
Contexto:
Classificando os movimentos ondulatórios
Em nosso dia-a-dia, temos movimentos periódicos (movimentos
que se repetem em intervalos de tempos iguais), que podem ser monitorados
em função do tempo e do espaço ocupados. O pêndulo do relógio mecânico
também apresenta um movimento periódico, entretanto, se comparado ao das
ondas do mar, tem o sentido invertido regularmente e, nesse caso, é chamado
de movimento oscilatório (ou vibratório).
O estudo dos movimentos oscilatórios ou vibratórios, podem ser
descritos por funções seno e cosseno, chamadas pela matemática de funções
harmônicas. Por esse motivo, os movimentos oscilatórios ou vibratórios serão
chamados de movimentos harmônicos.
42
Um pêndulo simples é composto por um corpo de massa m preso a
um fio inextensível de comprimento L e massa desprezível. A outra extremidade
desse fio está fixa no ponto de pivô. Esse dispositivo pode oscilar num plano
vertical que, necessariamente, contém o ponto de pivô, conforme as ilustrações:
Um pêndulo parado (em repouso) está posicionado sobre a linha
tracejada vertical que passa pelo ponto de pivô. Nesse caso, dizemos que o
pêndulo está em sua posição de equilíbrio, e as forças que atuam sobre ele
são: Força de tração exercida pelo fio e força peso exercida pela Terra.
Quando uma pessoa desloca a massa de um pêndulo lateralmente
em relação a sua posição de equilíbrio, o sistema pêndulo-Terra passa a
armazenar energia potencial gravitacional. Abandonando-o, devido à ação da
força da gravidade, o pêndulo começa a oscilar em torno dessa posição de
equilíbrio, e se não houver atrito, ele oscilará para sempre. Isso só é possível
porque uma das componentes da força peso (a componente tangente ao
movimento) tenta restaurar a posição de equilíbrio.
Para que você entenda melhor o que está acontecendo, represente,
nos desenhos, as forças que atuam nesse pêndulo simples. No caso da força
peso, represente também as suas componentes radiais e tangenciais quando
isso for possível.
Observe que os desenhos ilustram o movimento de ida e volta do
pêndulo simples. Quando ele retorna a posição inicial realizou-se um ciclo
43
completo, e o intervalo de tempo gasto corresponde ao período de oscilação.
Matematicamente, ele pode ser calculado por:
T = 2 . . √L/g onde, no SI L comprimento do fio expresso em
metro (m);
g aceleração da gravidade local
expressa em m/s2;
T período de oscilação do
pêndulo simples expresso em segundo (s)
É importante ressaltar que essa equação só é valida quando o
pêndulo oscila com abertura pequena. Para que você compreenda o porquê
dessa condição realize o experimento descrito a seguir.
Objetivos:
• Conceituar e identificar um pêndulo simples.
• Observar um movimento harmônico simples.
• Determinar a aceleração da gravidade local.
Procedimento Experimental:
Amarra-se uma pedra do tamanho da palma da mão em um fio de
nylon, e prende-se este conjunto em um galho de árvore a uma altura que varia
entre 1,50m a 2,00m. Coloca-se o conjunto para oscilar a partir de um
deslocamento na horizontal de mais ou menos 20 cm, por 20 vezes, e
marcamos o tempo em um cronômetro. Repete-se o experimento por 5 vezes,
anotando os resultados.
Medimos o comprimento do fio até a pedra com uma trena (L1 = 1,64
cm), em seguida retornamos a sala e medimos novamente o fio com a régua e
obtivemos (L2 = 1,66 cm).
Resultados e discussões: Através dos dados encontrados temos:
44
Periodo Tempo20 51s20 50s20 51s20 51s20 51s
Logo T = 51/20 = 2,55s
L1 = 1,64 cm (árvore), L2 = 1,66 cm (sala)
Substituindo na fórmula do pêndulo simples teremos:
Para L1 = 1,64 cm encontraremos o valor de g aproximadamente
9,948 m/s2
Para L2 = 1,66 cm encontramos o valor de g aproximadamente 10,06
m/s2
Comprimento do Fio (m)
g (m/s2)
Árvore 1,64 9,94Sobre a Mesa (sala de aula) 1,66 10,06
Conclusão: concluimos que os resultados obtidos estão próximos do
valor gravitacional da Terra, tendo em vista como margem de erro: Eg = 0,3
logo g = 9,9 ± 0,3 m/s2.
Pedir aos alunos para fazerem um relatório sobre o experimento
realizado.
Referências: GREEF – Grupo de Reestruturação e Elaboração
do Ensino de Física – EDUSP
www.portalpositivo.com.br /acesso em: 08/06/2010.
45
Unidade 9: Reflexão da Luz
3ª Série do Ensino Médio imagem: WWW.google.com.br
Objetivo:
O objetivo deste experimento é observar a reflexão da luz e
comprovar a lei que rege este fenômeno.
Contexto:
Reflexão é o fenômeno pelo qual a luz ao encontrar um obstáculo é
rebatida. Para melhor compreender este fenômeno é preciso antes definir as
duas etapas da reflexão. Na primeira etapa (incidência) o raio de luz chega até
o espelho. Ao ângulo que este raio forma com a normal do espelho dá-se o
nome de ângulo de incidência. Já na segunda etapa, o raio de luz reflete do
espelho (reflexão). Ao ângulo que este raio forma com a normal do espelho dá-
se o nome de ângulo de reflexão.
A maior parte da luz que atinge os nossos olhos provém de reflexão.
Alguns corpos refletem a luz de forma desordenada e em todas as direções -
reflexão difusa. Outros refletem a luz de forma ordenada como um espelho -
reflexão regular ou especular. Alguns refletem uma parcela maior da luz que
recebem, outros absorvem a maior parte dessa radiação, refletindo muito
pouco.
A luz pode ser refletida de várias maneiras, mas segue as leis
simples:
Seja RI um raio que incide na superfície, I o ponto de incidência do
raio de luz, IR’ o correspondente raio de luz refletido e IN uma reta normal à
superfície no ponto de incidência.
46
As leis são:
O raio incidente (RI), o raio refletido (IR’) e a normal (IN) são
coplanares, isto é, pertencem ao mesmo plano.
Essa lei permite solucionar a maior parte dos problemas de óptica
geométrica usando geometria plana.
O ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão.
Essa lei fundamental vale para todos os tipos de reflexão, em todos
os tipos de superfícies. O ângulo i que o raio incidente (RI) forma com a normal
(NI) denomina-se ângulo de incidência. O ângulo r que o raio incidente (IR’)
forma com a normal (NI) denomina-se ângulo de reflexão.
É possível esquematizar a reflexão de um raio de luz, ao atingir uma superfície polida, da seguinte forma:
AB = raio de luz incidente
BC = raio de luz refletido
N = reta normal à superfície no ponto B
T = reta tangente à superfície no ponto B
i = ângulo de incidência, formado entre o raio incidente e a reta normal.
r = ângulo refletido, formado entre o raio refletido e a reta normal.
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Experimento: Pente Reflexivo
Um espelho é colocado na posição vertical em contato com a
superfície de uma mesa. Em sua frente, coloca-se um pente com os dentes
encostados na mesma superfície. Posiciona-se uma lanterna de modo que a
sombra produzida pelos dentes do pente atinjam o espelho fazendo sombra na
superfície, tanto quando incide no espelho, como quando refletem. Para conferir
a lei da reflexão coloque um papel na superfície da mesa, embaixo do espelho
e do pente. Risque o papel com um lápis na base do espelho. Risque a
trajetória de um dos raios que saem do pente e são refletidos pelo espelho.
Observe que no papel aparecerá a trajetória de um dos feixes de luz. É possível
medir com um transferidor os ângulos de incidência e reflexão e constatar que
eles são iguais.
Materiais:
• Pente.
• Espelho: desses pequenos com as bordas alaranjadas. São
encontrados em qualquer supermercado.
• Lanterna.
• Papel.
• Lápis ou caneta.
• Transferidor: esse instrumento só será utilizado para medir os
ângulos de incidência e reflexão. Por isso, sua ausência não
comprometerá o funcionamento do experimento, uma vez que
é possível observar a olho nu a semelhança dos ângulos.
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Esquema Geral de Montagem:
Projeto Experimentos de Física com Materiais do Dia-a-Dia - UNESP/Bauru
Referências:UNESP. Experimentos de Física para o Ensino Médio e fundamental com materiais do dia-a-dia. Disponível em: http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/ acesso em: 02/02/2010.
http://www.deltateta.com.br/2008/10/05/a-reflexao-da-luz-espelhos / acesso em: 06/07/2010
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Unidade 10 – Motor Elétrico
3ª série do Ensino Médio imagem: WWW.google.com.br
Objetivo:
Neste experimento vamos construir um sistema simplificado de motor
de corrente contínua e fazer uma aplicação de eletromagnetismo.
Contexto:
O princípio básico do funcionamento do motor elétrico é a variação
do fluxo magnético e consequente geração da corrente induzida. Os motores
elétricos possuem seu funcionamento baseado na existência de uma força
magnética, associada à corrente elétrica em campos magnéticos, com a
utilização de espiras
O motor elétrico proposto funciona com base na repulsão entre imãs,
um natural e outro não-natural.
Lei de Faraday
Em relação ao fenômeno da indução eletromagnética, podemos
afirmar que uma corrente elétrica será induzida em um circuito fechado quando
ele estiver sujeito a um campo magnético que varia com o tempo. Essa
afirmação é conhecida como Lei de Faraday.
O sentido da corrente induzida é tal que o campo magnético por ela
gerado “compensa” a variação do campo magnético que a gerou (Lei de Lenz).
Ou seja:
Se com o passar do tempo há um aumento das linhas de campo que
atravessam uma espira, aparecerá nela uma corrente induzida que criará um
campo magnético no sentido contrário ao do que induziu a corrente. Se com o
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passar do tempo há uma diminuição das linhas de campo que atravessam uma
espira, aparecerá nela uma corrente induzida que criará um campo magnético
no mesmo sentido do que já existe no seu interior.
Michael Faraday (1791-1867) nasceu em Londres, na Inglaterra em
22/09/1791. Terceiro filho de um ferreiro de Newington, subúrbio de Londres, foi
obrigado a abandonar os estudos para se dedicar ao trabalho aos treze anos.
Trabalhou para o livreiro G. Ribeau. Neste intervalo de tempo, aproveitou o
contato com os livros para estudar.
Em algumas experiências, Faraday percebeu que ao introduzir um
ímã em uma bobina esta acusava a presença de uma corrente elétrica na
mesma. Este fenômeno foi caracterizado qualitativamente e quantitativamente e
deu origem à Lei da Indução de Faraday que é expressa matematicamente
como:
Ou seja, a intensidade da força eletromotriz induzida (ε) é igual à
variação do fluxo magnético no interior da espira. Esta é uma das quatro
equações de Maxwell para o Eletromagnetismo.
Lei de Lenz.
Lenz observou que a corrente elétrica induzida produzia efeitos
opostos as suas causas. Mais especificamente estabeleceu que o sentido da
corrente elétrica induzida é tal que o campo magnético criado por ela opõe-se à
variação do campo magnético que a produziu.
A lei de Faraday expressa somente a intensidade da força
eletromotriz induzida. Então em 1834 Heinrich E. Lenz (1804-1865) define que
a força eletromotriz é igual ao negativo da variação do fluxo magnético no
interior da espira, assumindo a forma:
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Ou seja, esta lei especifica o sentido da força eletromotriz induzida.
Neste caso, o sentido da corrente elétrica é anti-horário para quando o norte do
ímã se aproxima da espira ou conjunto de espiras.
Experimento 1
Materiais:
• Um pedaço de fio de cobre esmaltado: aproximadamente um
metro de fio (nº 26). Pode ser encontrado em casa de
materiais elétricos ou eletrônicos ou então retirado de
rolamentos elétricos velhos.
• Tiras de latas: Neste experimento foi utilizado presilhas de
lata das pastas de cartolina que são vendidas em papelarias.
• Pilhas: Acrescentar pilhas, ligadas em série, conforme
necessidade de montagem.
• Ímã: Quanto mais intenso for o campo magnético melhor.
Pode ser retirado de alto falantes velhos ou encontrado em
lojas de ferro velho.
• Pedaço de madeira: servirá como base para a montagem.
Montagem:
• Para fazer a bobina enrola-se o fio de cobre num cano ou qualquer
outro objeto cilíndrico, com cerca de 3 cm de diâmetro. Deve-se deixar livre
duas pontas de aproximadamente 2 cm de comprimento, em cada extremidade.
• A raspagem do esmalte do fio de cobre nas extremidades deve ser
feito da seguinte maneira: primeiro, deve-se raspar com uma lâmina todo o
esmalte de uma das extremidades, dando uma volta completa. A outra
extremidade, só é raspado o esmalte de meia volta do fio. Isso porque em um
plano ambas as extremidades estão raspadas, e em contato com as tiras,
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dando contato para a passagem de corrente elétrica. E consequentemente no
outro plano, somente uma das extremidades em contato com as tiras estará
raspada, não permitindo assim a passagem de corrente elétrica. E
consequentemente não gerando campo magnético em torno da bobina.
• Para fazer os suportes da bobina utiliza-se tiras de lata, dando-
lhes o formato indicado na figura a seguir e prendendo-as a uma base de
madeira;
• Coloque a bobina sobre o suporte, verificando se ela pode girar
livremente. Se isso não ocorrer, alinhe as extremidades da bobina de modo que
elas fiquem bem retas e opostas e veja se as depressões nos suportes estão
em linha reta, no mesmo nível e do mesmo tamanho;
• Ligue com fios de cobre cada uma das lâminas do suporte a uma
extremidade da(s) pilha(s), prestando atenção para não deixar a faixa
esmaltada das extremidades da bobina em contato com o suporte.
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• Posiciona-se um ímã sobre um suporte qualquer de forma que
fique aproximadamente na mesma altura da bobina. Se o contato com a pilha
for estabelecido e a bobina não girar, talvez seja preciso, no início, girar a
bobina manualmente (dar um empurrãozinho).
Explicação do experimento:
O ímã não-natural neste experimento é uma bobina.
O conveniente de se usar ímãs não naturais num motor elétrico é a
possibilidade de se manipular (inverter) os pólos magnéticos.
O funcionamento deste motor elétrico pode ser explicado em alguns
passos (acompanhe pela figura abaixo):
1) Num primeiro momento, os fios raspados estão em contato com as
tiras e a corrente elétrica cria um campo magnético na bobina. Esta bobina por
ter liberdade de rotação entra em movimento, para se livrar da repulsão do ímã
comum, que está fixo à sua frente.
2) Em um quarto de volta, a bobina está parcialmente em contato
com as tiras e o campo magnético começa a perder sua força. Não deixando
assim que a atração do pólo sul da bobina pelo pólo norte do imã comum seja
forte o suficiente para frear o movimento.
3) Quando a bobina completa meia volta, começaria o processo
inverso. Ou seja, deveria existir um campo atrativo entre a bobina e o ímã. Mas
isso só aconteceria se os contatos estivessem ligados. Este contato não é
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estabelecido, pois, esta atração frearia ou cessaria o movimento adquirido no
primeiro momento.
4) Completando-se mais um quarto de volta, o contato com as tiras
começa a se reestabelecer e o campo magnético a ganhar força. Neste
momento a bobina começa a ser repelida pelo ímã comum. Dado o movimento
que a bobina já possui, este ganha nova aceleração.
5) Volta-se à posição inicial e o ciclo recomeça.
Assim o processo continua periodicamente, enquanto existir corrente
elétrica passando pela bobina.
Comentários:
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• Dada a simplicidade do motor, para funcionar, ele é dependente
das dimensões e materiais usados. Portanto, algumas tentativas talvez sejam
necessárias até que o motor funcione adequadamente.
• Outra característica deste motor é que há determinadas
combinações de formas diferentes de se ligar os pólos da bateria às tiras e
mesmo da posição da espira sobre as tiras. Mas algumas poucas tentativas
devem levar a uma das combinações corretas.
Esquema Geral de Montagem:
Projeto Experimentos de Física com Materiais do Dia-a-Dia - UNESP/Bauru
Experimento 2
Motor de Faraday
Neste experimento, você vai montar um protótipo do Motor de Faraday.
Materiais:
• Suporte de madeira
• Suporte de arame
• Parafusos
• Fios de cobre
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• Arame (suspenso)
• Copo
• Ímã
• Bateria de celular e conectore
Sugestão de procedimento
1) Prenda os clipes nos terminais da pilha.
2) Apóie as pontas do fio de cobre enrolado na outra ponta dos clipes.
3) Aproxime do ímã e observe o que acontece com o enrolamento.
Montagem do protótipo
1) Fixe o suporte de arame no suporte de madeira.
2) Fixe 02 (dois) parafusos no suporte de madeira.
3) Conecte um dos parafusos ao suporte de arame, utilizando fios de
cobre.
4) Situe o ímã no copo e coloque o copo no suporte de madeira.
5) Suspenda um pedaço de arame no suporte de arame, de forma que
ele fique próximo ao ímã no copo.
6) Conecte o outro parafuso a um pedaço de fio de cobre; prenda esse
fio de cobre ao copo.
Sugestão de procedimento:
1) Conecte os 02 (dois) parafusos do suporte de madeira à bateria de
celular, utilizando fios de cobre.
2) Observe o que ocorre.
Questões para discussão:
1) Como funciona um motor de combustão interna? Que conhecimentos
de Física são necessários?
2) Como funciona um motor elétrico? Que conhecimentos de Física são
necessários?
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3) Que implicações sociais, culturais e ambientais podem ser associadas
à utilização de motores de combustão interna e motores elétricos?
Imagens: Noemi Sutil
Referências: FILHO, G. A.; TOSCANO, C.; Física volume único: Ensino Médio. São Paulo: Editora Scipione, p. 372, 373, 2005.
UNESP. Experimentos de Física para o Ensino Médio e Fundamental com materiais do dia-a-dia. Disponível em: http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/ acesso em: 02/02/2010.
http://www.feiradeciencias.com.br/sala13/13_41.asp acesso em: 10/07/2010
http://www.infoescola.com/fisica/lei-de-inducao-de-michael-faraday/ acesso em: 20/07/2010
Referências Comentadas:
MELLO, C.N.L; Luz e força movimentando a história. Rio de
Janeiro: Centro de Memória da Eletricidade no Brasil, 2003.
Nesse livro, são apresentados aspectos históricos da utilização da
energia elétrica no Brasil.
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Motores Elétricos. Disponível em:
http://www.feiradeciencias.com.br/sala12/12_00.asp. Acesso em: 04/01/2010
Esse site apresenta diversas opções de atividades experimentais
envolvendo motores.
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