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1 “É evidente que nem todo mundo busca a carreira apenas pelo charme às vezes exagerado que se costuma atribuir à vida do publicitário. Boa parte dos jovens que optam pelo curso o faz por pura vocação. Alguns porque têm talento para desenhar; outros porque gostam de escrever; muitos porque percebem que possuem facilidade de comunicação. É possível ser criativo em qualquer área da carreira. Trata-se apenas de descobrir onde o talento de cada um será bem aproveitado”. Comunicação Visual . Módulo 2010/01 Fonte: texto extraído do livro da Série Profissões - publicitário PubliFolha. Site: www.publifolha.com.br

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“É evidente que nem todo mundo busca a carreira apenas pelo charme às vezes exagerado

que se costuma atribuir à vida do publicitário. Boa parte dos jovens que optam pelo curso o faz

por pura vocação. Alguns porque têm talento para desenhar; outros porque gostam de escrever;

muitos porque percebem que possuem facilidade de comunicação. É possível ser criativo em

qualquer área da carreira. Trata-se apenas de descobrir onde o talento de cada um será bem

aproveitado”.

Comunicação Visual

. Módulo 2010/01

Fonte: texto extraído do livro da Série Profissões - publicitário – PubliFolha.

Site: www.publifolha.com.br

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Comunicação Visual: é todo o meio de comunicação expresso com a utilização de componentes

visuais, como: signos, imagens, desenhos, gráficos, ou seja, tudo o que pode ser visto. Eventualmente a

expressão é usada como sinônimo de design gráfico, mas esta é apenas uma das várias manifestações

da comunicação visual.

Design... O que é?

O design é uma ideia, um projeto ou um plano para a solução de um problema determinado. O

design consistiria então na corporificação dessa ideia para permitir a sua transmissão aos outros.

Assim, o conceito de design compreende a solução de um problema em forma de projetos ou de

modelos, mediante a construção e a configuração resultando em um produto industrial passível de

produção em série.

O design em nosso ambiente atual é o resultado da soma de múltiplos fatores, que se

estabeleceram por meio dos processos de planejamento, de configuração e de produção, independentes

uns dos outros. Em cada projeto devemos questionar em primeiro lugar a importância que ele terá para

a sociedade, se o resultado do processo de planejamento e de configuração é sensato, e se há aspectos

negativos a considerar.

O design é capaz de criar emoções, experiências sensoriais e, finalmente, gerar vendas. Nestes

anos de grande efervescência tecnológica que traz consigo a frieza deste mundo, surge a necessidade

de um toque humanista nos objetos que facilite as conexões afetivas com os consumidores.

Formas mais orgânicas e arredondadas têm sido a tônica na área de desenvolvimento de

produtos, desde automóveis, escovas de dente, máquinas de lavar roupa, computadores e produtos de

limpeza até na arquitetura, em que construções mudam completamente as paisagens das cidades

imprimindo valores distintivos.

O design como *mídia de massa deve ser imediatamente compreendida pelo público. A sua

mensagem visual deve ser recebida e entendida inteiramente e sem possibilidade de falsas

interpretações. A ciência das comunicações visuais ajuda na escolha das formas, das cores e dos movimentos que, objetivamente, transmitem certas mensagens e não outras.

mídia,1. Veículo ou meio de divulgação da ação publicitária. 2. Seção ou departamento de uma

agência de propaganda que faz as recomendações, estudos, distribuições de anúncios e contatos

com os veículos, (jornais, revistas, rádio, televisão, etc.). 3. Numa agência de propaganda

pessoa encarregada da ligação com os veículos e da compra de espaço (eventualmente de um

tempo) para inserção ou transmissão de anúncios.

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Designer... Quem é?

O designer é o profissional habilitado a efetuar atividades relacionadas ao design. Normalmente

o termo se refere ao desenhista industrial, habilitado em programação visual e projeto de produto.

Refere-se ainda a qualquer indivíduo que esteja ligado a alguma atividade criativa ou de projeto:

design visual, design de moda, design de interiores.

O que é Identidade Visual?

Trabalho que reúne toda a referência visual que leva a identificar uma empresa, ou um produto,

ou um evento, ou uma edição (revista, jornal, livro, website) em suas diversas variações, vinculando-

os.

Reúne informações visuais como: logomarcas, tipos, cores, disposições e arranjos gráficos que

devem se manter dentro de um padrão para estabelecer a consolidação de uma marca ou edição.

As pesquisas comprovam que a maior vantagem competitiva de empresas bem sucedidas é a

imagem da marca e sua solidez.

O que é Manual de Marca ou Guia de Identidade *Corporativa ou Visual?

Manual que reúne os elementos de identidade visual de uma empresa, produto ou publicação.

Os manuais não significam rigidez ou excesso de detalhes. Na verdade devem ser sintéticos e

expressar um conceito previamente estabelecido para que a flexibilidade (indispensável para se evitar

o desgaste ou cansaço de leitura da identidade visual) não implique na perda da identidade.

Corporativa, adj. Relativo a corporações

Corporação,s.f.1.Grupo de pessoas submetidas às mesmas regras ou estatutos. 2.Associa;cão,

agremiação.

Fonte: extraído da apostila “Projeto gráfico de sites” – Unisinos

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História do design: embora o homem sempre tenha produzido artesanalmente produtos para

seu uso e comunicação, costuma-se traçar as origens do design moderno junto ao apogeu da Revolução

Industrial. A produção em série de produtos para o consumo das massas necessitou de um rigor de

projeto e raciocínio inédito, fazendo com que surgissem novos profissionais que, apesar de não

executarem os produtos, os projetavam.

A confecção de um objeto, principalmente antes da passagem do século XX, era função do

artesão. Com suas mãos hábeis, e com a influência do design que passava de pai para filho, cabia a ele

confeccionar um objeto único. Com isso, o mundo era povoado por objetos únicos como uma cadeira,

uma mesa, uma tina d’água, ou seja, objetos que eram feitos um a um, tendo seu design refletido pelo

estilo que cada artesão desempenhava conforme os objetos que fazia – muitas vezes objetos

personalizados feitos para famílias importantes.

Com o surgimento da indústria houve uma preocupação em aproximar as atividades do artesão

e da máquina, e isto pode ser fácil de entender levando em conta que a atividade do artesão não

poderia ser dispensada de um dia para outro – todas as transformações sociais são lentas,

principalmente quando falamos numa época de profundas mudanças como foi a Revolução Industrial.

Muitos começam a pensar na possibilidade dessa integração, mesmo que para isso prevalecesse

ainda o estilo do artesão sobre a máquina. O homem dessa época tinha muito medo de uma possível

escravidão sua pela máquina.

Diante do mundo que começa a se mecanizar, o homem vai contribuir definitivamente para

uma grande revolução estética e social que é a das formas dos objetos que usamos no dia a dia – elas

passam a ser diferentes de um dado instante para outro. A ideia dessa revolução mecânica era poder

atingir o grande crescimento das populações. Para o futuro já se pensava em produzir artigos baratos

em menor período de tempo em relação ao produto artesanal, não restringindo mais a arte do design às

elites, mas levando em conta a possibilidade de reproduzir um objeto em série, para que a grande

população pudesse adquiri-lo. Partindo então da ideia de o design estar ligado a um projeto

intencional, é fácil de compreender que a própria indústria ia criar uma necessidade com relação ao

conceito de funcionalidade. Ao objeto não caberia apenas ser bonito, mas tinha que adequar-se a uma

função, designada pelo artesão, futuro designer.

Não havia apenas interesse em que a arte fosse do povo, mas que fosse também para o povo.

Era necessário que as fases da construção de um objeto fossem democratizadas e popularizado para

que atingissem uma finalidade social de uso. O desenho finalmente passou a ser entendido como

design, ou seja, compreendido como desenho industrial. A necessidade de se pesquisar a simplicidade

das formas para que sua popularidade pudesse ser atingida não estava restrita à aquisição do objeto da

população, mas interessava também na medida em que facilitasse sua execução pela máquina.

Deveríamos então perguntar: por que a ideia de simplicidade está diretamente ligada à

produção em série? Porque, sem as mãos do homem seria impossível que a máquina fizesse tantas

formas ornamentais. Surge então a idéia de adequar o design – ou projeto – a uma concepção de

indústria mecânica, para que daí por diante pudessem obter objetos em série: jarros, cadeiras, vasos, ou

seja, objetos úteis. É importante lembrar que nessa época surge a indústria automobilística, e seria

impossível fabricar os automóveis um a um. O automóvel, na realidade, surge na sociedade

mecanizada com a proposta de ser um objeto seriado. É daí que se criam as linhas de montagem, onde

cada grupo de operários tem uma função. Um coloca o pára-lama, outro os pneus, os vidros, as calotas,

e o carro vai ficando pronto. É como pedir um sanduíche no balcão do MacDonald’s: eles são

produzidos através da concepção de linha de montagem.

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É por isso que a atividade do designer hoje se manifesta através do trabalho em grupo. São

arquitetos, desenhistas industriais, publicitários, na confecção de embalagens ou catálogos, tudo isso

para produzir um objeto para a massa, e de baixo custo.

É na linha de frente artesão-máquina que surge a escola Bauhaus, fundada em 1919, na

Alemanha, por Walter Gropius que seria um marco na história do design moderno, tornando-se a base

para o ensino do design e da arquitetura no século XX. Seria impossível entender hoje o que é design

sem entender o que foi a Bauhaus.

Para compreender melhor a atividade de um designer é necessário observar, ao passar do

tempo, alguns movimentos que surgiram para incentivar a procura do homem por novas formas e com

isso descobrir novos materiais. A Revolução Industrial trouxe mudanças profundas em nossa vida, e

era necessário, com o surgimento de uma sociedade industrializada, que essas manifestações

passassem a ser mais uma possibilidade para o homem entender a era mecanizada.

As marcas modernas tiveram sua origem na Revolução Industrial, a partir da segunda metade

do século XVIII, quando o uso de técnicas de promoção de vendas determinou a importância da

seleção de nomes e marcas reconhecidos. Desenvolveram-se as técnicas promocionais como

alternativa de atrair a atenção, pois os mercados começaram a se tornar mais competitivos.

A história do design

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Design, um padrão de estilo: a palavra design vem do inglês e quer dizer projetar, compor

visualmente ou colocar em prática um plano intencional.

O design está em tudo. Qualquer coisa tridimensional tem design – não importa se bonito ou

feio. Carros, eletrodomésticos, aviões, barcos, máquinas, produtos, móveis, computadores, brinquedos,

roupas e tantos outros representam a história do design. É a fotografia do mundo em todas as suas

cores e formas. Presente, passado e futuro.

Em 1920, dez anos após a formação histórica do design moderno, após o cataclismo da guerra e

da Revolução, ficara para trás o período crítico da formação do movimento. Neste ano, o Bauhaus

existia apenas há um ano, mas os artistas, arquitetos e designers que haviam fundado esse movimento

irradiador de tendências já podiam reunir as idéias desenvolvidas na década anterior e sintetizá-las para

formar o que viria a ser conhecido como estilo moderno.

O que é estilo? O dicionário define a palavra como o “conjunto das qualidades de expressão

característico de um autor na execução de um trabalho”. Quando um layout é bem realizado, o que

consideramos seu estilo é uma mistura da experiência acumulada, do gosto pessoal e do talento criador

do designer. É necessário, porém, cuidadosa distinção entre o estilo resultante do trabalho conjunto de

designers que buscam um objetivo comum e as soluções superficiais de moda, que não passam de

imitação.

O que é design moderno? A definição é difícil, por causa da amplitude das características

visuais e dos tipos de trabalhos que nele se incluem. Talvez seja possível detectar-lhe a essência em

alguns de seus clichês: o lema de Louis Sullivan , de que a forma obedece a função; ou a expressão

atribuída a Mies van der Rohe, o último diretor da Bauhaus, de que “o menos é o mais”.

Além dessas engenhosas perífrases da palavra “simplicidade” contribuiu para conceituar o

movimento moderno, a revitalização de uma série de fatores hoje considerados fundamentais: as cores

primárias, vermelho, amarelo e azul; as formas primárias, quadrado, círculo e triângulo; as

correspondentes destas em três dimensões, ou seja, o cubo, a esfera, a pirâmide, o cone, a barra.

Há outra razão que exemplifica a ausência precisa do que seja o design moderno. Numa época

de aceleradas transformações, essa indefinição acaba por amoldar-se a cada novo desenvolvimento

tecnológico – cada nova ideia que acaba de sair de uma prancheta é imediatamente comunicada ao

mundo inteiro.

Ao estudar o desenvolvimento do estilo moderno, relacionamos nove movimentos que

contribuíram para a sua formação: Art Nouveau, Cubismo, Futurismo, Dadaísmo, Surrealismo,

Construtivismo, Art Déco, De Stijl e Bauhaus.

Apresentamos em um diagrama, de forma resumida, os movimentos formadores do design

moderno, desde o início do século XX até meados da década de 30. Há poucas informações precisas

sobre as datas de início e fim de alguns movimentos, mas a Primeira Guerra Mundial teve variados

efeitos sobre cada um dos estilos. O ressurgimento de algumas influências, particularmente do Art

Nouveau, Art Déco e Dadaísmo tornou indistintos os limites de alguns movimentos; mesmo assim, o

quadro proporciona a oportunidade de estudar as relações e as mútuas influências dos estilos, nos

primeiros e decisivos anos do design moderno.

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DIAGRAMA

De que maneira cada um desses movimentos contribuiu para o estilo

moderno do design gráfico?

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Art Nouveau: (1899) O Art Nouveau foi o prelúdio ou, como querem alguns, o alarme falso do

movimento moderno. Além da ênfase que em geral atribuía à decoração superficial, ao mero

ornamento, esse movimento exerceu certa influência mais direta sobre o design gráfico; marcou o

início dos posters como forma de expressão artística, com os trabalhos de Beardsley, Bonnard e

Toulouse-Lautrec. Os posters acabaram por representar uma força importante na formação e transição

do estilo artístico para outras formas de arte aplicada. Na maioria das publicações desse período, o

layout da página ainda obedece aos padrões tradicionais, clássicos, mas os ornamentos tipográficos, os

formatos das letras e das ilustrações já indicam um modelo para as realizações gráficas do futuro.

O rótulo da loção Edista e o pôster de Toulouse-Lautrec, refletem as linhas sinuosas e desenho

das letras da litografia Art Nouveau.

Cubismo: (1907) O Cubismo explode em cena com sua própria e criativa forma e embora

sucedendo ao Art Nouveau, deve pouquíssimo àquele estilo.

Influenciou o design gráfico com a utilização da colagem e da montagem; com o livre uso das

letras como elemento plástico; e principalmente com o rompimento das regras tradicionais de

representação e de forma.

Ao grudar nas suas telas fragmentos impressos e rótulos, Picasso e Braque sugeriram novas

maneiras de combinar imagens e comunicar ideias. Além disso, o uso de letras estampadas ou

gravadas, em suas pinturas, abria novas possibilidades para a tipografia.

O movimento cubista foi iniciado com a exposição de Les demoiselles d’Avignon, no estúdio

de Picasso em 1907. No breve período de 1907 a 1909, Picasso e Braque completaram uma série de

pinturas que firmaram solidamente o estilo cubista. Dois outros importantes pintores desse período que

sofreram influência do Cubismo foram o alemão Piet Mondrian e o russo Kasimir Malevich.

“Les demoiselles d Avignon” - 1907 Piet Mondrian – 1921 Kasimir Malevich - 1926

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Passados poucos anos da sua introdução, em 1907, o cubismo já havia dado novos

rumos a concepção de design dos movimentos De Stijl, Futurismo e Construtivismo e de toda uma

geração de pintores de todas as partes do mundo.

Nenhum acontecimento artístico verificado no século XX foi mais revolucionário nem

produziu efeitos mais duradouros no desenvolvimento visual da comunicação do que o Cubismo.

Futurismo: (1909) O movimento futurista, como o dadaísmo, foi iniciado no período entre a

primeira pintura cubista e a Primeira Guerra Mundial. A ideia começou a tomar forma por volta de

1909, quando um grupo de jovens artistas e escritores italianos criou o estilo para expressar sua visão

dinâmica do futuro.

A estreita ponte entre os movimentos cubista e futurista foi estabelecida por Marcel Duchamp,

com seu hoje clássico Nu Descendo uma Escada executado em 1911 onde aplica formas cubistas ao

movimento. Também é de Duchamp, a introdução dos meios mecânicos como elemento de design. Na

preocupação dos futuristas com o movimento da máquina reside sua contribuição mais expressiva para

o design gráfico.

“Nu descendo uma escada” “Pássaro Madrugador”- E. McKnight Kauffer

O movimento futurista encontrou um trágico fim nas cinzas da Primeira Guerra Mundial (1914

– 1918).

Dadaísmo: (1912) Inspirado pela irreverência e pela imaginação sem limites de Duchamp, o

movimento dadaísta derrubou toda a estrutura da representação racional e expandiu-se por todo o meio

artístico. Muito mais do que criar um novo estilo, o objetivo dos dadaístas era reduzir a cacos todos os

conceitos tradicionais. Manifestação de protesto que rejeitava todos os valores respeitados pelas artes e

pela sociedade, o Dadaísmo está relacionado com o movimento anarquista, em voga à época da

Primeira Guerra Mundial.

Sua constante atitude de negação e de desafio em relação aos monstros sagrados da arte teve

dois principais resultados em relação ao moderno design: primeiro, ele ensinou aos designers o valor

do humor e do chocante como forma de despertar a atenção do observador e anular sua apatia; depois,

com as desenfreadas experiências do Dadaísmo na comunicação impressa, os designers aprenderam a

reavaliar suas próprias formas tipográficas.

Além de Duchamp e Arp, artistas como Picabia e Max Ernst, o fotógrafo Man Ray, o poeta

Guillaume Apollinaire – todos deram importante contribuição ao Dadaísmo.

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O Dadaísmo influiu nos designers gráficos de duas maneiras igualmente importantes: ajudou-os

a se libertarem das restrições retilíneas e reforçou a idéia cubista do uso da letra em si mesma como

uma experiência visual. Despertou também os designers para o fato de que o chocante e o

surpreendente podem representar um importante papel na superação da apatia visual.

O movimento teve uma vida relativamente curta – iniciado em 1912, foi declarado morto em

Weimar, Alemanha, na famosa Bauhausfest, em 1922, dando lugar ao Surrealismo.

“Roda de bicicleta” Poster - Marius de Zayas

Marcel Duchamp - 1913

Surrealismo: (1924) Com a crescente influência das idéias de Sigmund Freud, muitos dos

primeiros artistas do Dadaísmo evoluíram, na década de 20, para a nova expressão da arte da

ilustração, inspirada no inconsciente. Esta mudança estabeleceu nova concepção das imagens gráficas,

dos desenhos como ilustração e mesmo da fotografia, fornecendo inesgotável fonte de idéias para a

comunicação visual.

Os designers gráficos auferiram grandes benefícios dos pintores surrealistas. Entre eles,

Salvador Dali, Joan Miró e Hans Arp, contribuíram para enriquecer as formas gráficas, embora por

caminhos diferentes.

Salvador Dali sustentava os pesadelos surrealistas de suas pinturas usando como fundo um

permanente estilo acadêmico. René Magritte usou um estilo realista para retratar objetos num contexto

insólito. Joan Miro e Hans Arp exploraram um nível de criação ainda mais abstrato, usando formas e

figuras que influenciaram o design.

Em virtude da estreita relação do Surrealismo com as reações emocionais e os estímulos do

inconsciente, este movimento teve influência particularmente decisiva na comunicação visual e na

ilustração contemporânea.

“Persistência da memória”- Salvador Dali “Filho do Homem”- Renné Magritte

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De Stijl (Neoplasticismo): movimento estético que teve profunda influência sobre o design e

artes plásticas.

A revista De Stijl foi uma publicação iniciada em 1917 por Theo van Doesburg e alguns

colegas que viriam a compor o movimento artístico conhecido pos Neoplasticismo. Entre seus

colaboradores estariam o pintor Piet Mondrian e o designer de produto Gerrit Rietvield, entre outros.

Em virtude da influência dos textos da revista, que muitas vezes assumiam um aspecto de

manifesto, o próprio movimento neoplástico é confundido com o nome da revista.

Um dos mais idealistas movimentos do século XX, o De Stijl, foi um dos grandes marcos da

arte moderna, arrancando a pintura do campo de representação e abraçando o abstracionismo total,

objetivando a síntese das formas de arte.

Na pintura, Mondrian, permanece no campo dos grandes pintores do século XX, influenciando

múltiplas gerações e correntes abstratas contemporâneas. Suas composições únicas, imediatamente

reconhecíveis, entraram no imaginário popular e foram apropriadas pela indústria cultural.

Na arquitetura e desenho industrial, a influência do De Stijl é marcante. Com o intercâmbio

entre o movimento e a Bauhaus, o ideal neoplástico tornou-se imensamente popular, com produção e

consumo em escala industrial de infindáveis peças que adquiriram um caráter moderno, voltado para o

futuro. Obras como a Poltrona de Rietveld são associadas a uma atitude voltada para o futuro, sendo

comum ver em filmes de ficção científica, cenários recheados de elementos neoplásticos como forma

de realçar o aspecto “futurista” do ambiente.

Cadeira desenhada por Gerrit Rietveld, Primeira capa da revista De Stijl

Legitimamente, o movimento De Stijl é considerado um dos protagonistas do moderno cenário

artístico.

A revista De Stijl, publicada de 1917 a 1932, dedicou seu último número à memória de Van

Doesburg, que fora seu editor até a morte, em 1931.

Construtivismo: Uma das metas do Construtivismo era combinar palavras e imagens numa

experiência simultânea, tanto na página impressa quanto no filme.

Com a utilização da fotomontagem, da colagem e da tipografia livre nas artes aplicadas, o

Construtivismo ajudou a criar uma nova proposta para a comunicação visual, que ganharia expressão

final com os grupos de Stijl e Bauhaus.

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Entre os artistas de vanguarda da revolução russa incluíam-se Marc Chagall e Wassily

Kandinski. Todavia, talvez o mais importante deles tenha sido El Lissitzky.

Pôster - El Lissitzky – 1929 Alexander Rodchenko

Fotomontagem

Bauhaus - (1919 – 1933) é na Bauhaus que a ideia de design começa a ficar clara. Nas bases de

sua ideologia, a Bauhaus pregava a integração da produção artística com a industrial. Sua meta

principal era desenvolver de uma vez por todas o que poderíamos chamar de design moderno. Um

estilo de design que haveria de estar em constante contato com as relações do homem e seu espaço.

Provavelmente nenhum movimento do design moderno tenha sido tão mal compreendido

quanto o Bauhaus.

Em muitos sentidos, o Bauhaus, menos do que um movimento foi um centro de estudos que

reuniu, em uma escola dedicada a testar novas concepções artísticas, as ideias acumuladas nas duas

primeiras décadas do século.

Walter Gropius já tinha alcançado preeminência, como arquiteto e como diretor do Werkbundn

na Alemanha, quando foi convidado a estabelecer o Bauhaus, em Weimar, em 1919. Seus primeiros

anos ali foram dedicados a reunir o excelente grupo de profissionais que estava destinado a conferir à

instituição sua celebridade. O objetivo original da Bauhaus era formar arquitetos, pintores e escultores

num ambiente de oficina onde Gropius introduziu processos de materiais tecnológicos.

A Bauhaus foi uma das primeiras escolas a ministrar aulas com a intenção de transformar o

artesão em produtor industrial. Mesmo existindo as diferenças entre o artesão e o trabalho mecanizado,

essa escola alemã se preocupou com que seus alunos experimentassem qualquer tipo de material para

que mais tarde, qualquer que fosse a opção do aluno entre arquitetura, escultura, tapeçaria, pintura,

artes gráficas, sua experiência pudesse levá-lo à concepção de design (para tudo isso ele já era um

designer). Cada um de seus professores desenvolvia uma atividade dentro da Bauhaus. Havia cursos de

estudos de geometria e a integração ao design, estudos de matemática, entre outros, deixando claro ao

designer que surgia nessa escola a ideia de que a arte era uma ciência exata.

A produção em série era sua especialidade. Cadeiras de tubo de aço niquelado eram projetadas

de maneira que a máquina pudesse executá-las em série.

A Bauhaus pesquisa a fundo arquitetura e escultura, além de cenários para teatro e dança, e,

através dos estudos que desenvolveu nessa área, pode aplicar esses conceitos na tipografia e alfabetos.

A arquitetura começa a projetar prédios altos com a utilização de vidro, e um dos países que

mais iria se beneficiar com essa nova tecnologia seria os Estados Unidos (especialmente a cidade de

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Chicago), refúgio de muitos professores quando do fechamento da Bauhaus pelos nazistas no começo

da década de 30.

A Bauhaus criou uma consciência dentro da era industrial que foi de suma importância para a

criação de um design moderno. É dela que surge a ideia de módulo, ou seja, estruturas modulares

padrão que permitiam realizar o mesmo objeto em qualquer parte do mundo.

Desenvolvendo um design que poderia ser produzido em série, internacionalmente, a própria

Bauhaus já teria com isso criado a necessidade de impedir a escravização do homem pela máquina.

Quando a Escola Bauhaus abriu suas portas, em 1919, Piet Mondrian já evoluíra do Cubismo

para o Neoplasticismo dos seus primeiros trabalhos, simplificando a pintura assimétrica, e Theo van

Doesburg já havia refinado a apresentação tipográfica e o layout de página assimétrico no grupo De

Stijl. No começo da década de 30, à época em que o Bauhaus deixou de existir, essas idéias haviam se

expandido, incluindo todas as formas de material impresso – capas de revistas, anúncios, comunicados,

livros e folhetos. Embora grande parte desse trabalho fosse experimental, muitas das obras produzidas

permanecem tão modernas e funcionais, quanto o eram naquele estágio crítico para o desenvolvimento

do design gráfico.

Cadeira tubular, Capa de Herbert Bayer Escola Bauhaus

1928 por Marcel Breuer Weimar – Alemanha

Art Déco: Embora deva muito da sua formação ao Art Nouveau, o Art Déco abandonou as

curvaturas livres e a espontaneidade em favor de um design mais ordenado geometricamente. Este

movimento, que em muitos sentidos corre em direção contrária à tendência da simplicidade do design

moderno, trouxe de volta a decoração superficial às artes aplicadas. Sob sua influência, grande parte do

material impresso na década de 20 tocou de relance nas formas delicadas e aerodinâmicas que abririam

caminho para as criações mais diretas dos tipógrafos do Bauhaus, em meados da década de 30.

Como o Art Nouveau, este estilo com freqüência obtém popularidade entre os estudantes de

arte, atraídos pelo seu ar nostálgico e pela variedade de opções. Todavia, como qualquer estilo

puramente superficial, seu perigo reside em criar um tipo de comunicação visual que na verdade não

comunica nada. Na arquitetura, particularmente em Nova York, o movimento estabeleceu o estilo arranha-céu.

Na arquitetura de interior, o Art Déco exerceu influência no design de móveis e correlatos.

Art Déco foi um estilo que chegou até nossos dias e brilha nas noites entre coloridos tubos de

neon

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Fonte bifur – 1920 – A. M. Cassandre Edifício Chrysler - Nova York

Depois do Bauhaus: à época em que a escola Bauhaus encerrou suas atividades, em 1933, o

design moderno era uma ideia plenamente desenvolvida. A arquitetura evoluiu para o Estilo

Internacional e o design industrial tornou-se uma nova forma artística, baseada nas estruturas

estabelecidas nas oficinas Bauhaus. No design gráfico, a assimetria estava firmemente instituída; a

tipografia havia encontrado novas expressões, diretas e simples; e a crescente importância da

publicidade era um fato incontestável, a partir da criação dos cursos de propaganda do Bauhaus, ao

final da década de 20. O movimento moderno colocou uma nova ênfase nas cores primárias –

vermelho, amarelo e azul – bem como nas formas primárias – quadrado, círculo e triângulo. E os

designs dos tipógrafos do Bauhaus, além dos trabalhos de Van Doesburg, El Lissitzky e Jan

Tschichold, haviam trazido para o layout da página uma nova e requintada emoção.

O problema das décadas seguintes ao Bauhaus foi incorporar essas idéias dinâmicas a uma

estrutura de comunicação comercial, nem sempre propensa à cooperação. De início, os movimentos

que antes pretendiam uma organização mais livre e informal da página cederam gradualmente lugar a

um design mais ordenado e estruturado. Depois, já na década de 60, alguns designs gráficos voltaram-

se para o passado. Por um curto período, o design deixou-se ofuscar pela cintilante caixa de surpresas

do Art Nouveau e, mais tarde, do Art Déco.

No total, esses esforços produziram apenas soluções superficiais e de “bom tom”. As poucas

obras de valor resultantes dessa onda de nostalgia continuaram a seguir as regras da simplicidade e das

formas claramente definidas, proposta fundamental dos designers e tipógrafos iniciadores do

movimento moderno.

Enquanto isso, o vistoso movimento artístico que viria a ser designado como “POP” somou o

espírito dadaísta com as imagens mais comerciais do design gráfico e encontrou aplicação

especialmente na publicidade e na indústria de embalagem.

O Pop Art foi um movimento principalmente americano e britânico e sua denominação foi

empregada pela primeira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway para designar os

produtos da cultura popular da civilização ocidental, sobretudo os que eram provenientes dos Estados

Unidos.

Com raízes no Dadaísmo de Marcel Duchamp, o Pop Art começou a tomar forma no final da

década de 1950, quando alguns artistas, após estudar os símbolos e produtos do mundo da propaganda

nos Estados Unidos passaram a transformá-los em tema de suas obras. O movimento usava figuras e

ícones populares como tema de suas pinturas com o objetivo da crítica ironica do bombardeamento da

sociedade capitalista pelos objetos de consumo. Operava com signos estéticos de cores inusitadas,

massificados da publicidade e do consumo, usando como materiais principais, gesso, tinta acrílica,

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poliéster, látex, produtos com cores intensas, fluorescentes, brilhantes e vibrantes, reproduzindo

objetos do cotidiano em tamanho consideravelmente grande, como de uma escala de um para

cinquenta, transformando o real em hiper-real.

Representavam assim os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa

influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em

oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da segunda guerra.

Sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da publicidade.

Principais artistas: Robert Rauschenberg (1925), Andy Warhol (1927-1987), Roy Lichtenstein (1923-1997).

A estética do final do século passou a ser uma ferramenta que tenta lapidar tudo que já foi

discutido e realizado pelo homem. O design surge no mundo quando o homem começa a fazer suas

primeiras ferramentas, e o designer continua a lidar com ferramentas. A diferença é que sua ferramenta

hoje é o próprio ato de gerar informação.

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Design gráfico: quando se cria um projeto gráfico onde todos os elementos de um conjunto

estão combinados e tratados de maneira que fiquem bem distribuídos e tenham sentido, se está fazendo

design gráfico. Diagramação, fotos, ilustrações, tipografias e efeitos computadorizados fazem parte da

elaboração desse projeto. Criar num espaço bidimensional – nesse caso o papel ou a tela do

computador – e dar sentido aos elementos que vão ocupar esse espaço é fazer design gráfico. Trabalho

que, via de regra, é desenvolvido pelo profissional chamado designer gráfico.

O designer gráfico cria logotipos, embalagens, projetos editoriais – capas de livros, revistas -,

programação visual – envelope, papel carta, cartão -, manual de identidade visual, folhetos, cartazes,

páginas para internet e mais uma série de materiais gráficos que não são campanhas publicitárias.

Conhecem diagramação, layout, tipografia, fotografia e grande parte de tudo o que você já leu até

agora.

“O Design Gráfico surgiu como disciplina autônoma em meados do século XIX, tendo na

figura de Henri de Toulouse-Lautrec um artista plástico que rompe a barreira da pintura tradicional e

que introduz a questão da comunicação visual.”

Design de produto: ou design industrial é uma atividade criativa voltada para o projeto e a

produção industrial, ou em série, ou até mesmo manufatura. Trabalha com a produção de objetos e

produtos tridimensionais para usufruto humano. Um designer de produto lidará com o projeto e

produção de bens de consumo ligados à vida quotidiana (como mobiliário doméstico e urbano,

automóveis) e com a produção de bens de capital (como máquinas e motores). Tem pouca ligação com

o dia a dia do design gráfico.

O Design Gráfico se tornou uma disciplina acadêmica, juntamente do Design de Produto,

principalmente com os estudos e pesquisas realizadas na Bauhaus.

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Tipografia / Tipologia - a tipografia é conhecida como a impressão dos tipos e está

desaparecendo com o desenvolvimento do computador. Tipologia é o estudo da formação dos tipos.

O termo tipo é o desenho de uma determinada família de letras como exemplo: verdana, futura,

arial, etc.

As variações dessas letras (light, itálico e negrito, por exemplo) de uma determinada família

são as fontes desenhadas para a elaboração de um conjunto completo de caracteres que consta do

alfabeto em caixa alta e caixa baixa, sinais de pontuação, acentos e numerais números, símbolos e

pontuação.

Os tipos constituem a principal ferramenta de comunicação. As faces alternativas de tipos

permitem que você dê expressão ao documento, para transmitir instantaneamente, e não verbalmente,

atmosfera e imagem.

Tipologia e Design - o maior de todos os objetivos do designer gráfico é o bom senso e a

criatividade bem aplicada. Ele precisa comunicar algo a alguém, e tem que chamar a atenção. A parte

escrita é muito importante num projeto gráfico e saber utilizar de forma correta os tipos e fontes é

fundamental.

As fontes têm muitas funções de modo a propiciar formas de letras para a leitura. Assim como

outros elementos visuais, as fontes organizam a informação ou criam uma disposição particular.

Variando o tamanho e o peso de uma fonte, nós vemos um texto como sendo mais ou menos

importante e, também, percebemos a ordem em que ele deve ser lido. Pela própria natureza da tela do

computador, as fontes são geralmente menos legíveis na tela do que quando impressas.

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Embora nos dias de hoje o número de fontes seja incontável, é possível, em sua maioria,

classificar os tipos por categoria. São eles:

1- Antigo

2- Moderno

3- Com serifa

4- Sem serifa

5- Manuscritos

6- Decorativos

Os tipos antigos são conhecidos especialmente por terem sido criados com base nos traços das

letras dos escrivães públicos, escritores judeus, letrados e todos que usavam a pena como ferramenta

de trabalho. Os tipos têm uma pequena variação entre traços grossos e finos que são características da

pena e é exatamente por isso que tornam-se mais elegantes ,clássicos, eternos.

Observe o tipo Garamond, criado em 1530, por Claude Garamond.

Tipos antigos sempre têm serifas E as serifas são inclinadas na caixa baixa. É importante saber

que os tipos antigos são os melhores pra a utilização em textos longos. Portanto, se quiser um leitor

que não se distraia utilize esses tipos. São mais confortáveis aos olhos.

Alguns exemplos de tipos antigos:

Os tipos modernos passaram a ter uma serifa mais delicada. Os traços das serifas são mais

finos. Retos. E as transições de traços finos e grossos são mais acentuadas. Para textos longos, devem

ser usados com moderação e cuidado. Podem prejudicar a leitura.

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Exemplos de tipos modernos:

Os tipos manuscritos imitam a escrita à mão das mais tradicionais às mais futuristas, mas não

estão, necessariamente, presas a esses padrões. Se parecem com tipologias escritas com caneta tinteiro,

penas, pincéis, lápis. Não são bem-vindos para a utilização de textos corridos.

Alguns tipos manuscritos:

Os tipos decorativos são fantasiosos, brincalhões, radicais. Por isso mesmo, o cuidado na

escolha e na combinação tem que ser o maior possível. Por outro lado, tipos decorativos têm a

vantagem de causar uma identidade visual ímpar na peça gráfica. Como, em sua maioria, são tratados

como arte e não como textos, são incorporados ao trabalho com a mesma importância que a imagem.

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Alguns tipos decorativos:

Resumindo:

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PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DESIGN GRÁFICO: São inter-relacionados, raramente apenas um dos princípios será utilizado num design.

Contraste - o objetivo do contraste é evitar elementos similares em uma composição. Se os

elementos (tipo, cor, tamanho, espessura de linha, forma, espaço, etc.) não forem os mesmos,

diferencie-os completamente.

O contraste é uma das maneiras mais eficazes de acrescentar algum atrativo visual, a uma

página (algo que realmente faça com que a pessoa queira olhar para ela), cria uma hierarquia

organizacional entre diferentes elementos. A regra importante que deve ser lembrada é a de que para o

contraste ser realmente eficaz, ele deve ser forte. Não seja tímido.

Cria-se o contraste quando dois elementos são diferentes. Se eles diferirem um pouco, mas não

muito, não acontecerá o contraste e sim um conflito.

Importante lembrar de algumas regras quando usar as fontes na composição: tamanho, peso,

estrutura, forma direção, cor.

- fontes com serifa facilitam a leitura, mas na tela do computador as serifas podem atrapalhar,

pois ficam serrilhadas nos pixels;

- fontes sem serifa são ideais para títulos, frases de cartaz, outdoor e textos de leitura rápida.

- o alinhamento à esquerda também facilita a leitura. Temos que tomar cuidado com o

contraste que forma a cor com o fundo:

- amarelo sobre o branco tem uma leitura difícil;

- vermelho sobre o verde vibra muito;

- branco sobre o preto em texto longo cansa a leitura.

Repetição - é o que cria uma identidade visual com o leitor, estabelecendo uma hierarquia

como títulos, subtítulos e pontos estratégicos.

Repita elementos visuais do design e espalhe-os pelo material. Você pode repetir a cor, a

forma, a textura e as relações espaciais como a espessura, os tamanhos, os espaços vazios, etc. Isso

ajuda a criar uma organização e fortalece a unidade do projeto

Você utiliza a repetição no seu trabalho quando cria títulos com mesmo tamanho e mesmo

peso, quando coloca um fio a cinco milímetros do final de cada página, quando usa o mesmo sinal de

tópicos em cada listagem referente ao mesmo trabalho.

A repetição pode ser considerada como “consistência” ou como um esforço consciente para

unificar todos os elementos do design.

Alinhamento - nada deve ser colocado arbitrariamente em uma página. Cada elemento deve ter

uma ligação visual com outro elemento da página. Isso cria uma aparência limpa, sofisticada e suave.

Quando os itens são alinhados na página, há uma unidade coesa, mais forte. Mesmo quando os

elementos estiverem fisicamente separados uns dos outros, se estiverem alinhados, haverá uma linha

invisível conectando-os tanto em relação aos olhos, quanto a sua mente.

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Centralize ou justifique quando o tema de seu site e o texto for formal, caso contrário procure

utilizar o texto de forma mais livre e disponha conforme a sua criatividade e o bom senso permitirem.

Há cinco maneiras básicas de organizar as linhas de composição de uma página:

. justificada: todas as linhas têm o mesmo comprimento e são alinhadas tanto à esquerda

quanto à direita.

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. não justificada à direita: as linhas têm diferentes comprimentos e são alinhadas à esquerda e

irregulares à direita.

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. não justificada à esquerda: as linhas têm diferentes comprimentos e são alinhadas à direita e

irregulares à esquerda.

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. centralizada: as linhas têm tamanho desigual com ambos os lados irregulares.

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. assimétrica: um arranjo sem padrão previsível na colocação das linhas.

Proximidade - itens relacionados entre si deveriam ser agrupados. Quando vários itens estão

próximos, tornam-se uma Unidade Visual, e não várias unidades individualizadas. Isso ajuda a

organizar as informações e reduz a desordem.

As páginas criadas pelos iniciantes costumam ter palavras, frases e imagens espalhadas,

preenchendo cantos e ocupando muito espaço, de maneira que não sobre espaço livre.

Itens relacionados entre si devem ser agrupados e aproximados uns dos outros, para que sejam

vistos como um conjunto coeso e não como um emaranhado de partes em ligação. Isso oferece ao

leitor uma pista visual imediata da organização e do conteúdo da página.

Legibilidade - é muito importante saber utilizar estilos de fontes em determinados casos:

. fontes descontraídas e modernas se encaixam bem em sites modernos e jovens.

. fontes clássicas e manuscritas se encaixam em sites clássicos e sérios

.

. fontes normais e sérias se encaixam em sites institucionais e moderados.

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Padrões para a web - o produtor de conteúdo e o designer devem se preocupar com a

padronização gráfica que adotará, respectivamente, na produção do texto e na solução gráfica da

aplicação web. É importante usar pouca variedade de tipos para não comprometer o trabalho.

Variações de tipos - utilizem tipos de letras para caracterizar diferentemente o título, o texto e

anotações. Ao adotar, por exemplo, três tipos, podem fazer uso de variações como o itálico, o bold e o

condensado que permitem boa margem de opções, sem descaracterizar o estilo da página.

A escolha do tipo de letra - embora subjetiva, deve considerar a facilidade que o leitor deve

ter para reconhecer as letras.

A fonte certa pode reforçar a mensagem em uma propaganda. O desenho das fontes tem

diversas inspirações.

Combinando e escolhendo fontes

A primeira coisa que você precisa saber é que a tipologia é como a moda: segue tendências. Só use

determinada fonte se estiver absolutamente certo de que está adequada. Como a fonte pode enriquecer

ou destruir um layout, vale a pena seguir algumas dicas:

1- Experimente. Aquela que parecer mais adequada já será uma fonte candidata.

2- Evite as fontes decorativas. Utilize-as apenas se realmente forem pertinentes.

3- Tipos serifados são bonitos e transmitem elegância e segurança. A porcentagem de erro é

quase nula quando se escolhe fontes serifadas. Só que é preciso tomar cuidado quando o texto

estiver num corpo muito pequeno sobre fundo colorido.

4- Tipos clássicos são perfeitos para anúncios de bancos, seguradoras ou empresas que são

ponderadas em sua comunicação.

5- Tipos modernos caem bem para automóveis, moda, alimentos, perfumes. A adequação é

imprescindível. A primeira coisa é a fonte representar o perfil do público consumidor. A

segunda, o da empresa anunciante. Basta analisar a fonte, observar os traços, o desenho da

letra. É fácil dizer se ela é comportada, jovem, espalhafatosa, séria, enfim. A melhor maneira

de vê-la é em caixa baixa.

6- Fontes sem serifa combinam com fontes serifadas. Normalmente título e text o têm fontes

diferentes. Mas não é uma regra.

7- De modo geral, fontes sem serifa são mais frias, mais pesadas. Combinam com anúncios

masculinos, carros, tratores, alguns tipos de bebidas, futebol, etc.

8- Fontes usadas para o público feminino são mais delicadas, elegantes. Normalmente têm serifa.

Muitas fontes não serifadas também são consideradas elegantes. Vale sua análise na hora da

escolha.

9- Faça a opção por fontes com famílias extensas. Às vezes, uma única fonte pode ser usada em

bold, italic, médium, light, extra bold. A impressão final é de que foram usadas várias fontes

no trabalho. A vantagem é que, por serem da mesma família, garantem harmonia.

10- Defina uma, no máximo duas fontes para um trabalho.

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11- Se precisar diagramar um texto muito longo dentro de um espaço pequeno, use o tipo Times.

Esse tipo ocupa menos espaço de composição.

12- Não use fontes serifadas itálicas em caixa alta. Fica péssimo de ler.

13- Se for criar uma peça gráfica que tenha vida longa, prefira os tipos serifados, usados desde a

época dos romanos. Anúncios feitos com tipologia Garamond, por exemplo, daqui a vinte anos,

parecerão atuais.

14- Os tipos preferidos dos diretores de arte são Garamond, Times, Bodoni, Frutiger, Helvética e

Univers. Usar esses tipos é acertar sempre.

Às vezes, ao pegar um livro ou um texto longo nas mãos, você tem vontade de abandonar,

simplesmente. Não pelo texto em si. O redator, afinal, fez um bom trabalho. Entretanto. A página ou o

bloco de texto incomoda. O tipo de letra até que está bom. Ainda assim, não está confortável para ser

lido. O problema está na entrelinha.

Entrelinha é o espaço entre uma linha e outra. Hoje, definir uma entrelinha é muito simples,

pois o computador facilitou tudo. Antigamente, no tempo da fotocomposição, ajustar um texto era

muito mais complicado e nem sempre bem resolvido. Os cálculos para definir o corpo da letra e a

entrelinha eram feitos pelo diagramador ou produtor gráfico, sem a ajuda do computador. Agora,

usando um programa gráfico, basta tomar pequenos cuidados e o texto fluirá e será agradével de ler.

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BIBLIOGRAFIA:

Peres, Clotilde. Signos da Marca: expressividade e sensorialidade / Clotilde Pres. – São Paulo:

Pioneira Thomson Learning, 2004

Azevedo, Wilton. O que é design / Wilton Azevedo. – São Paulo: Brasiliense, 2005 – (Coleção

primeiros passos; 211)

Martins, José S., 1953 – A natureza emocional da marca: construção de empresasa ricas / José Souza

Martins. – 6.ed. rev. e atualizada. – Rio de Janeiro : Elsevier, 2007

César, Newton. Direção de arte em propaganda / Newton César. – Brasília: Editora Senac - DF,2006

Barreto, Roberto Menna. Criatividade em propaganda / Roberto Menna Barreto. – 12. ed.- São Paulo :

Summus, 2004