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Curso Gratuito
Análise de Demonstrações
Financeiras
Carga horária: 20hs
ÍNDICE
INTRODUÇÃO................................................................................................... 2
1 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS............................................................... 3
1.1 O Que Mostram as Demonstrações Financeiras.................................................. 3
1.2 Balanço Patrimonial............................................................................................. 3
1.3 Demonstração do Resultado do Exercício........................................................... 7
1.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.......................................... 9
1.5 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR......................... 11
2 ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES.................................................................. 13
2.1 O Papel dos Índices de Balanço........................................................................... 13
2.1.1 Quantos Índices são Necessários Para uma Boa Análise?................................... 13
2.1.2 Aspactos da Empresa Revelados Pelos Índices................................................... 13
2.1.3 Principais Índices................................................................................................. 14
2.2 Descrição Detalhada dos Índices.......................................................................... 15
2.2.1 Estrutura de Capitais............................................................................................ 15
2.2.1.1 Participação de Capitais de Terceiros.................................................................. 15
2.2.1.2 Composição do Endividamento........................................................................... 15
2.2.1.3 Imobilização do Patrimônio Líquido................................................................... 16
2.2.1.4 Imobilização dos Recursos não Correntes........................................................... 16
2.2.2 Liquidez............................................................................................................... 17
2.2.2.1 Liquidez Geral..................................................................................................... 17
2.2.2.2 Liquidez Corrente................................................................................................ 17
2.2.2.3 Liquidez Seca....................................................................................................... 18
2.2.3 Rentabilidadde..................................................................................................... 19
2.2.3.1 Giro do Ativo...................................................................................................... 19
2.2.3.2 Margem Líquida.................................................................................................. 19
2.2.3.3 Rentabilidade do Ativo........................................................................................ 20
2.2.3.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido.................................................................. 20
3 PREVISÃO DE FALÊNCIA............................................................................... 28
3.1 Análise Discriminante.......................................................................................... 28
CONCLUSÃO...................................................................................................... 38
BIBLIOGRAFIA................................................................................................... 39
INTRODUÇÃO
O objetivo deste Curso é mostrar que a Análise das
Demonstrações é um importante instrumento que os administradores devem utilizar,
visando otimizar os resultados e criar novas situações para a empresa.
No capítulo 1 são apresentados os conceitos básicos e os tipos de
Demonstrações Contábeis.
No capitulo 2 são apresentados os índices de Estrutura de Capitais, de
Liquidez e Rentabilidade, de maneira detalhada.
No capitulo 3 são abordados os Índices de Previsão de Falência, pelo
método de Análise Discriminante, onde foram detalhados seis métodos.
Finalizando, destacamos que nos capítulos 2 e 3, os índices também foram
abordados com um caso prático, para melhor compreensão dos índices aqui
analisados.
2
1 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
1.1 O QUE MOSTRAM AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
A Lei das Sociedades por Ações (Lei n° 6.404) determina a estrutura básica das
quatro demonstrações financeiras.
A legislação fiscal tornou essas determinações obrigatórias também para os demais
tipos de sociedades. Por essa razão, todas as empresas, no Brasil, divulgam suas
demonstrações financeiras sob a forma prevista na Lei das S.A.
Essa lei trouxe consideráveis aperfeiçoamentos contábeis em relação às práticas
anteriormente vigentes e tornou-se um marco na história da Contabilidade no Brasil, apesar de
ainda não incorporar todos os aperfeiçoamentos que seriam possíveis.
Para efeito de Análise de Balanços, a Lei das S.A. representou notável avanço. O
conteúdo e a forma de apresentação das demonstrações financeiras atendem perfeitamente às
necessidades da Análise de Balanços.
1.2 BALANÇO PATRIMONIAL
É a demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa – Ativo -, assim
como as obrigações – Passivo Exigível – em determinada data. A diferença é chamada
Patrimônio Líquido e representa o capital investido pelos proprietários da empresa, quer
através de recursos trazidos de for a da empresa, quer gerados por esta em suas operações e
retidos internamente.
Robert N. Anthony* conceituado autor americano, afirma que o balanço mostra :
1. As fontes de onde provieram os recursos utilizados para a empresa operar –
Passivo e Patrimônio Líquido – e;
* ANTHONY, Rober Newton. Contabilidade gerencial; introdução à Contabilidade. São Paulo, Atlas, 1981
3
2. Os bens e direitos em que esses recursos se acham investidos.
Essa definição põe em evidência os termos fontes e investimentos de recursos, o que é
altamente desejável do ângulo da Análise de Balanços, visto que analisar balanços é, em
grande parte, avaliar a adequação entre as diversas fontes e os investimentos efetuados.
É interessante notar que o Ativo mostra o que existe concretamente na empresa. Todos
os bens e direitos podem ser comprovados por documentos, tocados ou vistos. As únicas
exceções são as despesas antecipadas e as diferidas, as quais representam investimentos que
beneficiarão exercícios seguintes e, por isso, se acham no balanço (é algo que aumenta o valor
da empresa sem ter um valor objetivo ou de mercado). O Passivo Exigível e o Patrimônio
Líquido mostram a origem dos recursos que se acham investidos no Ativo. Especificamente, o
Patrimônio Líquido não representa nada de concreto. Quando a empresa é constituída, os
sócios entregam-lhe determinado Capital representado por dinheiro ou bens. Nesse momento,
a empresa possui apenas esses bens e o numerário que recebeu dos sócios. O Capital mostra
apenas a origem desses bens e dinheiro. É apenas um elemento informativo e não algo de
concreto.
Em conformidade com a Lei n° 6.404/76, o Balanço Patrimonial deve conter os
seguintes grupos de contas :
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ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
Disponibilidades
Direitos realizáveis no curso do exercício social seguinte
Aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Direitos realizáveis após o término do exercício seguinte
Direitos derivados de adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não
constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia
ATIVO PERMANENTE
Investimentos
Participações permanentes em outras sociedades e direitos de qualquer natureza,
não classificáveis no Ativo Circulante, ou Realizável a Longo Prazo que não se
destinem à manutenção da atividade da companhia ou empresa
Imobilizado
Direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da
companhia ou empresa, ou exercidos com esta finalidade, inclusive os de
propriedade comercial ou industrial
Diferido
Aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado
de mais um exercício social, inclusive juros pagos ou creditados aos acionistas
durante o período que anteceder o início das operações sociais
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PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
Obrigações da companhia, inclusive financiamentos para a aquisição de direitos do
Ativo Permanente quando vencerem no exercício seguinte
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Obrigações vencíveis em prazo maior do que o exercício seguinte
RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS
Receitas de exercícios futuros diminuídas dos custos e despesas correspondentes
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
Montante do capital subscrito e, por dedução, parcela não realizada
Reservas de Capital
Ágio na emissão de ações ou conversão de debêntures e partes beneficiárias
Produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição
Prêmios recebidos na emissão de debêntures, doações e subvenções para investimentos
Correção monetária do capital realizado, enquanto não capitalizada
Reservas de Reavaliações
Contrapartida do aumento de elementos do Ativo em virtude de novas avaliações, documentadas por laudo técnico.
Reservas de Lucros
Contas constituídas a partir de lucros gerados pela companhia
Lucros ou Prejuízos Acumulados
Lucros gerados pela companhia, que ainda não receberam destinação específica
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1.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Trata-se de uma demonstração dos aumentos e reduções causados no Patrimônio
Líquido pelas operações da empresa. As receitas representam normalmente aumento do
Ativo, através do ingresso de novos elementos, como duplicatas a receber ou dinheiro
proveniente das transações. Aumentando o Ativo, aumenta o Patrimônio Líquido. As
despesas representam redução do Patrimônio Líquido, através da redução do Ativo ou
aumento do Passivo Exigível.
Enfim, todas as receitas e despesas se acham compreendidas na Demonstração do
Resultado, segundo uma forma de apresentação que as ordena de acordo com a sua natureza;
fornecendo informações significativas sobre a empresa.
A Demonstração do Resultado é, pois, o resumo do movimento de certas entradas e
saídas no balanço, entre duas datas.
A Demonstração do Resultado retrata apenas o fluxo econômico e não o fluxo de
dinheiro. Para a Demonstração do Resultado não importa se uma receita ou despesa tem
reflexos em dinheiro, basta apenas que afete o Patrimônio Líquido.
Segundo a Lei n.° 6.404/76, a Demonstração do Resultado do Exercício discriminará
os seguintes elementos :
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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Receita Bruta de Vendas e Serviços
(-) Devoluções
(-) Abatimentos
(-) Impostos
(=) Receita Líquida das Vendas e Serviços
(-) Custo das Mercadorias e Serviços Vendidos
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas com Vendas
(-) Despesas Financeiras (deduzidas das Receitas Financeiras)
(-) Despesas Gerais e Administrativas
(-) Outras Despesas Operacionais
(+) Outras Receitas Operacionais
(=) Lucro ou Prejuízo Operacional
(+) Receitas não Operacionais
(-) Despesas não Operacionais
(+) Saldo da Correção Monetária
(=) Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda
(-) Provisão para o Imposto de Renda
(-) Participações de Debêntures
(-) Participação dos Empregados
(-) Participação dos Administradores e Partes Beneficiárias
(-) Contribuições p/ Instituições, Fundo de Assist. ou Previdência de Empregados
(=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício
(=) Lucro ou Prejuízo por Ação
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1.4 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido apresenta as variações de todas
as contas do Patrimônio Líquido ocorridas entre dois balanços, independentemente da origem
da variação, seja ela proveniente da correção monetária, de aumento de capital, de reavaliação
de elementos do ativo, de lucro ou de simples transferência entre contas, dentro do próprio
Patrimônio Líquido.
Enquanto a Demonstração do Resultado evidencia como se chegou ao total do
aumento ou diminuição do Patrimônio Líquido em decorrência de transações efetuadas pela
empresa, expurgando o inchaço causado pela inflação, a Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido mostra toda e qualquer variação em qualquer conta.
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido não costuma ser analisada no
sentido tradicional em que o são o Balanço e a Demonstração do Resultado do Exercício.
O conteúdo básico da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é
representado na página seguinte.
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1.5 DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS - DOAR
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos mostra as novas origens e
aplicações verificadas durante o exercício, ocorridas nos itens não Circulantes do Balanço, ou
seja, no Exigível a Longo Prazo, Patrimônio Líquido, Ativo Permanente e Realizável a Longo
Prazo.
A diferença entre as novas origens não circulantes e as novas aplicações não
circulantes será igual ao Capital Circulante Líquido. Dessa maneira, a DOAR é uma
demonstração que evidencia a variação do Capital Circulante Líquido.
Através da DOAR é possível conhecer como fluíram os recursos ao longo de um
exercício: quais foram os recursos obtidos, qual a participação das transações comerciais no
total de recursos gerados, como foram aplicados os novos recursos etc. Enfim, a DOAR visa
permitir a análise do aspecto financeiro da empresa, tanto no que diz respeito ao movimento
de investimentos e financiamentos quanto relativamente à administração da empresa sob
ângulo de obter e aplicar compativelmente os recursos.
Apresenta-se a seguir o modelo básico da DOAR.
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2. ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES
2.1 O PAPEL DOS ÍNDICES DE BALANÇO
Os índices constituem a técnica de análise mais empregada, sua característica
fundamental é fornecer uma visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa.
“ Um índice é como uma vela acesa num quadro escuro” 1
2.1.1 QUANTOS ÍNDICES SÃO NECESSÁRIOS PARA UMA BOA ANÁLISE?
O importante não é o cálculo de grande número de índices, mas de um conjunto de
índices que permita conhecer a situação da empresa, segundo o grau de profundidade desejada
da análise.
“ ... , a quantidade de índices que deve ser utilizada na análise depende exclusivamente da
profundidade que se deseja da análise.” 2
2.1.2 ASPECTOS DA EMPRESA REVELADOS PELO ÍNDICE
PRINCIPAIS ASPECTOS REVELADOS PELOS ÍNDICES
FINANCEIROS
ESTRUTURA
Situação Financeira
LIQUIDEZ
Situação Econômica RENTABILIDADE
1 Dante C. Matarazzo – Análise Financeira de Balanços Vol. 1, Pg. 96 2 Dante C. Matarazzo – Análise Financeira de Balanços Vol. 1, Pg. 97
14
2.2 DESCRIÇÃO DETALHADA DOS ÍNDICES
2.2.1 ESTRUTURA DE CAPITAIS
Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em termos
de obtenção e aplicação de recursos.
2.2.1.1 Participação de Capitais de Terceiros: CT
PL
Fórmula: Capitais de Terceiros
X 100
Patrimônio Líquido
Indica: quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada R$ 100 de capital
próprio investido.
Interpretação: quanto menor, melhor.
Obs.: o índice de Participação de Capitais de Terceiros relaciona, portanto, as duas
grandes fontes de recursos da empresa, ou seja, Capitais Próprios e Capitais de Terceiros.
Também pode ser chamado de índice de Grau de Endividamento.
2.2.1.2 Composição do Endividamento: PC
CT
Passivo Circulante
Fórmula:
Capitais de Terceiros
X 100
Indica: qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais.
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Interpretação: quanto menor, melhor.
Obs.: este índice indica qual e a composição da dívida, já que, uma coisa é ter dívidas de
curto prazo que precisam ser pagas com recursos gerados a curto prazo, e outra, é ter
dívidas de longo prazo, onde se dispõe de tempo para se gerar recursos.
2.2.1.3 Imobilização do Patrimônio Líquido: AP
PL
Ativo Permanente
Fórmula:
Patrimônio Liquido
X 100
Indica: quantos reais a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada R$ 100 de
Patrimônio Liquido.
Interpretação: quanto menor, melhor.
Obs.: as aplicações dos recursos do Patrimônio Liquido são mutuamente exclusivas do
Ativo Permanente e do Ativo Circulante. Quanto mais a empresa investir no Ativo
Permanente, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante e, em
conseqüência , maior será a dependência a capitais de terceiros para o financiamento do
Ativo Circulante.
2.2.1.4 Imobilização dos Recursos não Correntes: AP
PL + ELP
Fórmula:
Ativo Permanente
X 100
Patrimônio Liquido + Exigível a Longo Prazo
Indica: que percentual de recursos não correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente.
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Interpretação: quanto menor, melhor.
Obs.: este índice não deve em regra ser superior a 100%.
2.2.2 LIQUIDEZ
Os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa. São índices
que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, procuram medir quão sólida
é a base financeira da empresa.
2.2.2.1 Liquidez Geral: AC + RLP
PC + ELP
Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo
Fórmula:
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
Indica: quanto a empresa possui no Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para
cada R$ 1,00 de dívida total.
Interpretação: quanto maior, melhor.
Obs.: o índice de Liquidez Geral indica se a empresa tem condições de pagar suas dívidas
totais, mesmo aquelas de longo prazo, com os recursos que possui no seu Ativo
Circulante.
2.2.2.2 Liquidez Corrente: AC
PC
Fórmula: Ativo Circulante
Passivo Circulante
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Indica: quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de Passivo
Circulante.
Interpretação: quanto maio, melhor.
Obs.: o índice de Liquidez Corrente indica se o Ativo Circulante é suficiente para cobrir
as dívidas de curto prazo.
2.2.2.3 Liquidez Seca: D + DR + ODRCD
PC
Disponível + Duplicatas a Receber + Outros Direitos
de Rápida Conversibilidade em Dinheiro
Fórmula:
Passivo Circulante
Indica: quanto a empresa possui de Ativo Líquido para cada R$ 1,00 de passivo
Circulante (dívidas a curto prazo).
Interpretação: quanto maior, melhor.
Obs.: este índice é um teste de força aplicado à empresa; visa medir o grau de excelência
da sua situação financeira.
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2.2.3 RENTABILIDADE
Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é,
quanto rendem os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa.
2.2.3.1 Giro do Ativo: V
AT
Fórmula: 1
Lucro Líquido
X 100
Ativo Médio ¹
Indica: quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 de investimento total.
Interpretação: quanto maior, melhor.
Obs.: esse índice mede o volume de vendas da empresa em relação ao capital total
investido. Não se pode dizer que uma empresa está vendendo pouco ou muito olhando
apenas para o valor absoluto de suas vendas.
2.2.3.2 Margem Líquida: LL
V
Lucro Líquido
Fórmula:
Vendas Líquidas
X 100
1 Ativo Médio = Ativo Inicial + Ativo Final
---------------------------------- 2
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Indica: quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 100 vendidos.
Interpretação: quanto maior, melhor.
Obs.: esse índice mostra qual a margem de lucro que a empresa alcança em relação ao
valor de suas vendas líquidas.
2.2.3.3 Rentabilidade do Ativo: LL
AT
Fórmula:1
Lucro Líquido
X 100
Ativo Médio ¹
Indica: quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 100 de investimento total médio.
Interpretação: quanto maior, melhor.
Obs.: esse índice mostra quanto a empresa obteve de lucro líquido em relação ao Ativo, é a
medida da capacidade de gerar lucro líquido e pode ser usado como medida de desempenho
comparativo ano a ano.
2.2.3.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido: LL
PL
Fórmula:2
Lucro Líquido
X 100
Patrimônio Líquido Médio ²
1 ídem ao da página anterior.
2 Patrimônio Líquido Médio = Patrimônio Líquido Inicial Corrigido + Patrimônio Líquido Final
------------------------------------------------------------------------------- 2
onde: Patrimônio Líquido Inicial Corrigido = Patrimônio Líquido Inicial x (1 + £ ) , sendo £ a taxa de inflação do período.
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Indica: quanto a empresa obteve de lucro para cada R$ 100 de Capital Próprio investido.
Interpretação: quanto maior, melhor.
Obs.: o papel do índice de rentabilidade do Patrimônio Líquido é mostrar qual a taxa de
rendimento do Capital Próprio. Essa taxa pode ser comparada com outros rendimentos
alternativos do mercado, como: CDB, ações, letras de cambio e com outras empresas; com
isso se pode avaliar se a empresa oferece uma boa rentabilidade.
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3 PREVISÃO DE FALÊNCIA
3.1 ANÁLISE DISCRIMINANTE
A análise discriminante constituí-se numa poderosa técnica estatística capaz de dizer
se determinado elemento pertence a uma população X ou a uma população Y. Aplicado à
Análise de Balanços, isto significa indicar se uma empresa pertence à população de solventes
ou à população de insolventes.
O mecanismo de análise discriminante pode ser assim resumido:
a) Escolhem-se dois grupos (população), como, por exemplo, empresas insol-
ventes e empresas solventes
b) Coletam-se os dados (índices) das empresas de cada grupo. A análise discri-
minante busca encontrar uma função matemática, baseada em vários índices,
que melhor discrime (separe) os dois grupos. Isto é, uma função capaz de
informar se uma empresa se enquadra no grupo das solventes ou das
insolventes. Nessa função, a variável dependente é comparada a um número
fixo – chamado ponto crítico – predeterminado pelo modelo. Se o valor da
variável dependente ficar acima do ponto crítico, a empresa estará entre as
solventes; se ficar abaixo, estará entre as insolventes.
onde: Y = a1x1 + a2x2 + a3x3 + a4x4
Y = variável dependente; reflete o total de pontos alcançado pela empresa.
a1 a2 a3 a4 . . . = pesos: indicam a importância relativa de cada índice.
x1 x2 x3 x4 . . . = variáveis independentes: são os índices de balanço.
Essa função pode ser testada quanto à sua capacidade de discriminar (separar)
eficazmente as empresas em insolventes e solventes. O próprio modelo matemático indica
qual a margem de acertos e de erros da fórmula. Através dela também se pode testar se a
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inclusão de mais variáveis independentes (mais índices) melhora subtancialmente ou não o
seu poder de discriminar; assim , decide-se quantas variáveis independentes devem ser
compreendidas na fórmula.
Em resumo, a análise discriminante aplicada à Análise de Balanços, através de índices
financeiros, indica simultaneamente:
quais índices utilizar;
que peso devem ter esses índices;
qual o poder de discriminação da função, ou seja, qual a probabilidade de acertos
nas previsões de insolvência do modelo.
Diversos estudiosos efetuaram, no Brasil, testes estatísticos sobre a previsão de
insolvência com base na análise discriminante. Os diversos trabalhos e respectivas fórmulas
são:
KANITZ:
FI = 0,05x1 + 1,65x2 + 3,55x3 - 1,06x4 - 0,33x6
onde:
FI = Fator de Insolvência = total de pontos obtidos
x1 = Lucro Líquido/Patrimônio Líquido
x2 = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo/Exigível Total
x3 = Ativo Circulante - Estoques/Passivos Circulante
x4 = Ativo Circulante/Passivo Circulante
x5 = Exigível Total/Patrimônio Líquido
Segundo esse modelo, a empresa estará insolvente se FI for inferior a –3; a sua
classificação estará indefinida entre –3 e 0 e acima de 0 estará na faixa de solvência. (Nesse
modelo há uma região crítica, em vez de um ponto crítico).
ALTMAN (dois modelos):
Z1 = - 1,44 + 4,03x2 + 2,25x3 + 0,14x4 + 0,42x5
Z2 = - 1,84 - 0,51x1 + 6,32x3 + 0,71x4 + 0,52x5
onde:
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Z1 ou Z2 = Total de pontos obtidos
x1 = Ativo Circulante - Passivo Circulante/Ativo Total
x2 = Reservas e Lucros Suspensos/Ativo Total
Lucro Líquido + Despesas Financeiras + Imposto de Renda
x3 = Ativo Total
x4 = Patrimônio Líquido/Exigível Total
x5 = Vendas/Ativo Total
Nesses modelos, o ponto crítico é o 0 (zero).
ELIZABETSKY:
Z = 1,93x32 - 0.20x33 + 1,02x35 + 1,33x36 - 1,12x37
onde:
Z = Total dos pontos obtidos
x32 = Lucro Líquido/Vendas
x33 = Disponível/Ativo Permanente
x35 = Contas a Receber/Ativo Total
x36 = Estoques/Ativo Total
x37 = Passivo Circulante/Ativo Total
Segundo esse modelo, o ponto crítico é 0,5. Acima desse valor a empresa estará
solvente; abaixo, insolvente.
MATIAS:
Z = 23,792x1 - 8,26x2 - 8,868x3 - 0,764x4 - 0,535x5 + 9,912x6
onde:
Z = Total dos pontos obtidos
x1 = Patrimônio Líquido/Ativo Total
x2 = Financiamento e Empréstimos Bancários/Ativo Circulante
x3 = Fornecedores/Ativo Total
x4 = Ativo Circulante/Passivo Circulante
x5 = Lucro Operacional/Lucro Bruto
x6 = Disponível/Ativo Total
O ponto crítico nesse modelo é zero.
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PEREIRA:
Z = 0,722 - 5,124E23 + 11,016L19 - 0,34L21 - 0,48L26 + 8,605R13 - 0,004R29
onde:
Z = Total de pontos obtidos
E23 = Duplicatas Descontadas/Duplicatas a Receber
L19 = Estoques (Final)/Custo das Mercadorias Vendidas
L21 = Fornecedores/vendas
L26 = Estoque Médio/Custo das Mercadorias Vendidas
R13 = (Lucro Operacional + Despesas Financeiras) / (Ativo Total - Investimento
Médio)
R29 = Exigível Total/(Lucro Líquido + 0,1 Imobilizado Médio + Saldo Devedor
da Correção Monetária).
Nesse modelo o ponto de separação é zero. Abaixo de zero a empresa estará
insolvente; acima de zero, solvente.
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CONCLUSÃO
As Demonstrações Financeiras são os instrumentos mais importantes para
análise de balanço, então estas demonstrações devem ser consistentes e
seguirem uma uniformidade, para quando de sua análise os índices espelhem
uma situação próxima da realidade.
Duas demosntrações financeiras são mais utilizadas para análise, são elas
(Balanço Patrimonial e DRE), onde podemos analisar a situação da estrutura de
capitais, da liquidez, da rentabilidade e previsão de falência.
Em nosso caso prático analisando, a estrutura de capitais, podemos
perceber que as empresas tem um alto grau de endividamento, trabalhando
bastante com capital de terceiros.
Na liquidez, verificamos que a situação é suficiente para honrar suas
obrigações, mas requer atenção para aumentar esta folga.
Com relação a rentabilidade, podemos verificar que as empresas possuem
rentabilidades diferentes, umas maiores e outras menores, sabemos que quanto
maior melhor, mas não podemos afirmar se é uma boa rentabilidade ou não. Só
podemos fazer isso, se possuír-mos uma média do setor.
Os indicadores de previsão de falência utilizados em nosso caso prático,
não conseguiram satisfatoriamente prever a insonvência de uma das empresas
analizadas, pois em alguns desses índices, não apresentou o menor sinal de
insolvência.
43
BIBLIOGRAFIA
GOMES, Adriano. A Empresa Ágil, Ed. Nobel, 1999.
MATARAZZO, Dante C.. Análise Financeira de Balanços: abordagem básica. Volume 1,
2ª edição. Ed. Atlas.
FRANCO, Hilário. Estrutura, Análise e Interpretação de Balanços. 15ª edição. Ed. Atlas.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 5ª edição. Ed. Atlas.
NETO, Alexandre Assaf. Estrutura de Análise de Balanço: um enfoque econômico
financeiro. 3ª edição. Ed. Atlas.
GAZETA MERCANTIL. Balanço Anual 1999. 30/06/99, nº 23.
DIÀRIO OFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, de 11/03/98 pag. 9, 28/03/98 pag. 32,
26/03/99 pag. 13.
BOLSA DE VALORES DO ESTADO DE SÃO PAULO – BOVESPA. ITR 3º trim/98.
INTERNET
SITE http://www//perdigão.com.br
SITE http://www//sadia.com.br
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