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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MANUTENÇÃO INDUSTRIAL MANUTENÇÃO PREDITIVA EM MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA POR ANÁLISE DO ÓLEO LUBRIFICANTE JÉSSICA BORGES RIBEIRO MAYARA CARDOSO GOMES CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ 2016

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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

MANUTENÇÃO PREDITIVA EM MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA POR

ANÁLISE DO ÓLEO LUBRIFICANTE

JÉSSICA BORGES RIBEIRO

MAYARA CARDOSO GOMES

CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ

2016

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JÉSSICA BORGES RIBEIRO

MAYARA CARDOSO GOMES

MANUTENÇÃO PREDITIVA EM MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA POR

ANÁLISE DO ÓLEO LUBIFICANTE

Monografia apresentada ao Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, como parte

dos requisitos para conclusão do Curso Superior de

Tecnologia em Manutenção Industrial.

Orientador: prof. Alberto Luiz de Luna Arruda

Campos dos Goytacazes/RJ

2016

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III

JÉSSICA BORGES RIBEIRO

MAYARA CARDOSO GOMES

MANUTENÇÃO PREDITIVA EM MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA POR

ANÁLISE DO ÓLEO LUBIFICANTE

Monografia apresentada ao Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, como parte

dos requisitos para conclusão do Curso Superior de

Tecnologia em Manutenção Industrial.

Aprovada em 24 de junho de 2016

Banca Avaliadora:

__________________________________________________________________________

Prof. Alberto Luiz de Luna Arruda (orientador)

Especialização em Manutenção Industrial - IFF

__________________________________________________________________________

Prof. Carlan Ribeiro Rodrigues

Graduado em Tecnologia em Manutenção Industrial, Mestre em Engenharia e Ciência

dos Materiais - IFF

__________________________________________________________________________

Prof. Lúcio José Terra Petrucci

Eng. Civil, Mestre em Engenharia e Ciência dos Materiais, Doutor em Engenharia e

Ciência dos Materiais - IFF

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IV

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus porque sem Ele não chegaríamos a lugar algum. Aos nossos

pais, pela dedicação e apoio aos nossos estudos, aos professores que passaram por

nossas vidas ao longo dessa caminhada, aos amigos que fizemos e que tornaram

essa jornada mais leve e agradável mesmo nos piores momentos. Ao professor e

nosso orientador Alberto Luiz de Luna Arruda, por ter dedicado parte do seu tempo a

nos ajudar a concluir mais uma etapa das nossas vidas. Ao meu amor pelo apoio e

incentivo. A todos aqueles que direta ou indiretamente passaram por nossas vidas e

contribuíram para a nossa formação, do maior ao menor, mas não menos importantes.

Aqueles que nos deixaram sorrisos, que nos deixaram abraços e boas lições, enfim a

todos aqueles que nos deixaram saudades e a sensação de que se fosse preciso

faríamos tudo de novo….

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V

“ A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de

resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo”.

Albert Einsten

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VI

RESUMO

Este trabalho monográfico visa apresentar técnicas de manutenção preditiva

aplicadas a motores de combustão interna, com ênfase na técnica de análise do óleo

lubrificante. Apresentando a manutenção preditiva como uma ferramenta adequada,

eficaz e econômica para diagnosticar falhas ou desempenhos abaixo do esperado em

equipamentos, buscando aumentar o tempo de confiabilidade e disponibilidade do

equipamento, para que este apresente seu melhor desempenho. Para tanto,

destacaremos a análise do óleo lubrificante, mostrando suas várias técnicas e método

de análise do óleo, para se obter diagnósticos finos e precisos de problemas em

motores de combustão interna.

Palavras-chave: Manutenção preditiva. Motor de combustão interna. Análise de óleo.

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VII

ABSTRACT

This monograph aims to present predictive maintenance techniques applied to internal

combustion engines, emphasizing the lubricating oil analysis technique. Introducing

the predictive maintenance as an appropriate, effective and economical tool for

diagnosing faults or performance below expectations in equipment, seeking to

increase the time of reliability and availability of equipment, so that it shows its best

performance. To do so, we highlight the lubricating oil analysis, showing its various

techniques and oil analysis method, to obtain fine and accurate diagnosis of problems

in internal combustion engines. .

Key-words: Predictive maintenance. Internal combustion engine. Analysis oil.

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VIII

SUMÁRIO

CAPÍTULO I

1.INTRODUÇÃO..............................................................................................16

1.1 APRESENTAÇÃO......................................................................................16

1.2 OBJETIVO.................................................................................................16

1.3 JUSTIFICATIVA..........................................................................................17

1.4 METODOLOGIA........................................................................................17

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO...................................................................17

CAPÍTULO II

2 FUNDAMENTOS DA MANUTENÇÃO...........................................................18

2.1 MANUTENÇÃO INDUSTRIAL...................................................................18

2.1.1 COMO TUDO COMEÇOU......................................................................18

2.2 CONCEITO DE MANUTENÇÃO................................................................19

2.3 TIPOS DE MANUTENÇÃO........................................................................19

2.3.1 MANUTENÇÃO CORRETIVA.................................................................20

2.3.1.1 MANUTENÇÃO CORRETIVA NÃO PROGRAMADA...........................20

2.3.1.2 MANUTENÇÃO CORRETIVA PROGRAMADA....................................20

2.3.2 MANUTENÇÃO PREVENTIVA...............................................................20

2.3.3 MANUTENÇÃO PREDITIVA...................................................................21

2.3.3.1 TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO PREDITIVA.......................................22

2.3.3.2 TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO PREDITIVA APLICADAS EM

MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA.........................................................25

2.3.3.3 VANTAGENS DA MANUTENÇÃO PREDITIVA....................................25

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IX

2.3.4 MANUTENÇÃO DETECTIVA..................................................................26

2.3.5 ENGENHARIA DA MANUTENÇÃO.........................................................26

CAPÍTULO III

3 O MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA.......................................................28

3.1 HISTÓRIA DO MOTOR..............................................................................28

3.2 DEFINIÇÃO................................................................................................31

3.3 CLASSIFICAÇÃO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA.............31

3.4 PRINCIPAIS COMPONENTES DO MOTOR...............................................32

3.4.1 BLOCO DO MOTOR...............................................................................33

3.4.2 CABEÇOTE............................................................................................34

3.4.3 CÁRTER.................................................................................................35

3.4.4 PISTÃO OU ÊMBOLO.............................................................................35

3.4.5 BIELA......................................................................................................36

3.4.6 VIRABREQUIM.......................................................................................37

3.4.7 VELA DE IGNIÇÃO.................................................................................38

3.4.8 BICO INJETOR.......................................................................................38

3.4.9 BRONZINA OU CASQUILHO..................................................................39

3.4.10 VOLANTE.............................................................................................39

3.4.11 EIXO COMANDO DE VÁLVULAS.........................................................40

3.4.12 VÁLVULAS............................................................................................40

3.4.12.1 VÁLVULA DE ADMISSÃO..................................................................40

3.4.12.2 VÁLVULAS DE ESCAPE....................................................................40

3.4.13 PARTES COMPLEMENTARES............................................................41

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X

3.5 MOTOR OTTO...........................................................................................41

3.6 MOTOR DIESEL........................................................................................ 42

3.7 MOTOR QUATRO TEMPOS......................................................................42

3.7.1 MOTOR OTTO DE QUATRO TEMPOS...................................................42

3.7.2 MOTOR DIESEL DE QUATRO TEMPOS................................................43

3.8 MOTORES DOIS TEMPOS........................................................................44

3.8.1 CICLO DE DOIS TEMPOS DO MOTOR OTTO.......................................45

3.8.2 CICLO DE DOIS TEMPOS DO MOTOR DISEL.......................................46

CAPÍTULO IV

4 ANÁLISE DO ÓLEO LUBRIFICANTE...........................................................48

4.1 INTRODUÇÃO...........................................................................................48

4.2 CLASSIFICAÇÃO DOS LUBRIFICANTE..................................................49

4.2.1 CLASSIFICAÇÕES SAE DE VISCOSIDADE..........................................49

4.2.2 CLASSIFICAÇÃO API.............................................................................50

4.3 A LUBRIFICAÇÃO AUTOMOTIVA..............................................................51

4.4 TIPOS DE SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO.................................................52

4.5 COMPONENTES DO SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO...............................53

4.6 ADITIVOS...................................................................................................54

4.7 A ANÁLISE DO ÓLEO LUBRIFICANTE......................................................55

4.7.1 AMOSTRA...............................................................................................57

4.8 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE ÓLEO...........................................................58

4.8.1 TEOR DE ÁGUA......................................................................................58

4.8.2 ESPECTROMETRIA...............................................................................59

4.8.3 FERROGRAFIA......................................................................................60

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XI

4.8.3.1 FERROGRAFIA ANALÍTICA................................................................61

4.8.3.2 FERROGRAFIA QUANTITATIVA.........................................................63

4.8.4 ÍNDICE DE NEUTRALIZAÇÃO (TBN E TAN)..........................................65

4.8.4.1 TBN......................................................................................................66

4.8.4.2 TAN......................................................................................................66

4.8.5 INSOLÚVEIS...........................................................................................67

4.8.6 VISCOSIDADE........................................................................................67

4.8.7 PONTO DE FULGOR..............................................................................68

4.9 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ANÁLISE DE ÓLEO

LUBRIFICANTE...............................................................................................69

CAPÍTULO V

CONCLUSÕES................................................................................................74

CAPÍTULO VI

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................75

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XII

FIGURAS

Figura 1 - Gráfico Manutenção corretiva & Manutenção preventiva............................21

Figura 2 - O gráfico de gastos provenientes dos tipos de Manutenção de um

determinado equipamento..........................................................................................27

Figura 3 - Gráfico de custos versus nível de manutenção...........................................27

Figura 4 – Esquema de uma locomotiva a vapor.........................................................28

Figura 5 – Funcionamento de uma locomotiva............................................................29

Figura 6 - Motor Otto fabricado em 1894, para usos estacionários que pertence Escola

de Engenharia da UFRGS, e hoje faz parte do acervo do Museu do motor.................30

Figura 7 - Primeiro motor diesel de 1897.....................................................................30

Figura 8 – Motor explodido..........................................................................................33

Figura 9 – Bloco do motor...........................................................................................33

Figura 10 – Cabeçote inteiriço e individual..................................................................34

Figura 11 – Partes do cabeçote...................................................................................34

Figura 12 – Cárter.......................................................................................................35

Figura 13 – Pistões.....................................................................................................35

Figura 14- Bielas.........................................................................................................36

Figura 15 – Conjunto Biela- pistão..............................................................................36

Figura 16 –Virabrequim..............................................................................................37

Figura 17 – Conjunto virabrequim, bielas e pistões montados....................................37

Figura 18 – Velas de ignição.......................................................................................38

Figura 19 – Bicos injetores..........................................................................................38

Figura 20 – Bronzinas ou casquilhos...........................................................................39

Figura 21 – Volante.....................................................................................................39

Figura 22 – Eixo comando de válvulas........................................................................40

Figura 23- Válvulas.....................................................................................................40

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XIII

Figura 24– Válvulas montadas no eixo de comando de válvulas.................................41

Figura 25– Ciclo do motor Otto de quatro tempos.......................................................43

Figura 26 – Ciclo do motor Diesel de quatro tempos...................................................44

Figura 27 – Corte de um motor dois tempos................................................................45

Figura 28 – Ciclo do motor dois tempos do motor Otto................................................46

Figura 29 – Ciclo de dois tempos do motor Diesel.....................................................47

Figura 30 – Atrito sem lubrificação..............................................................................48

Figura 31 – Película lubrificante..................................................................................48

Figura 32 - Classificação API série S...........................................................................50

Figura 33 – Classificação API série C..........................................................................51

Figura 34 – Partículas encontradas no óleo................................................................62

Figura 35 - Exemplo de um gráfico de resultado de ferrografica analítica típico..........62

Figura 36 – Ferrograma..............................................................................................63

Figura 37 - Gráfico de ferrografia quantitativa.............................................................64

Figura 38 - Gráfico de ferrografia quantitativa.............................................................64

Figura 39 - Titulador automático TBN e TAN..............................................................66

Figura 40 – Viscosímetro............................................................................................68

Figura 41 – Equipamento para determinar ponto de fulgor..........................................69

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XIV

TABELAS

Tabela 1 – Técnicas de manutenção preditiva.............................................................23

Tabela 2 - Alguns dos elementos mais importantes detectados, em motores de

combustão interna......................................................................................................60

Tabela 3 – Classificação das partículas.......................................................................61

Tabela 4 - Interpretação dos resultados das análises do óleo lubrificante...................71

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XV

LISTA DE ABREVIAÇÕES

TAN- Total Acid Number - Número ácido total

TBN- Total Basic Number - Número básico total

END- Ensaio não destrutivo

GNV- Gás Natural Veicular

PMI- Ponto Morto Inferior

PMS- Ponto Morto Superior

SAE- Sociedade dos Engenheiros Automotivos

W-Winter, em inglês, significa inverno

API- Instituto Americano do Petróleo

MAX- Máximo

MIN- Mínimo

EP- Extrema Pressão

μm – Mícrons

IS- Índice de Severidade

pH- Potencial hidrogeniônico

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16

CAPÍTULO I

1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

Devido ao mercado competitivo as empresas necessitam cada vez mais de

técnicas apuradas para se manter sempre à frente de sua concorrente, por isso ocorre

a incansável procura por maior eficiência dos seus sistemas produtivos. Dessa

necessidade foram surgindo os tipos de manutenção, que ao longo do tempo

apresentaram uma evolução nos métodos e técnicas utilizados até surgir a

manutenção preditiva. Essa Manutenção que tem como principal objetivo a prevenção

de falhas por meio do acompanhamento de alguns parâmetros, permitindo que o

equipamento continue funcionando por maior intervalo de tempo, aumentando assim

a disponibilidade do mesmo.

A manutenção representa lucro para as organizações, através da redução de

falhas e da redução de paradas de produção, buscando sempre o melhor

desempenho e a garantia da segurança dos trabalhadores e do meio ambiente.

Para verificar o estado dos equipamentos, para que seja predito qual o futuro

imediato, é essencial à utilização da atividade de manutenção preditiva –

Nepomuceno (1989).

Hoje em dia, estão disponíveis várias técnicas que nos permitem aplicar a

Manutenção Preditiva em máquinas e equipamentos. Entre as muitas técnicas de

Manutenção preditiva, uma que apresenta os melhores resultados em motores de

combustão interna será apresentada neste trabalho monográfico, a análise do óleo

lubrificante.

1.2 OBJETIVO

Este trabalho monográfico busca cumprir da exigência acadêmica para a

conclusão do curso Superior de Tecnologia em Manutenção Industrial. Assim sendo,

o objetivo deste trabalho é apresentar técnicas de manutenção preditiva aplicadas em

motores de combustão interna, com ênfase na técnica de análise do óleo lubrificante.

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17

1.3 JUSTIFICATIVA

Este trabalho tem para o meio industrial e a para o meio acadêmico a

importância de mostrar o quanto as técnicas de manutenção preditivas são relevantes

quando aplicadas a motores de combustão interna.

Buscamos, com este trabalho, contribuir com alunos e profissionais, que atuam

ou pretendem atuar na área de manutenção industrial, especialmente para aqueles

que buscam maior conhecimento sobre a manutenção preditiva e sobre o motor de

combustão interna.

1.4 METODOLOGIA

A metodologia escolhida para a realização deste trabalho monográfico foi a

pesquisa bibliográfica no que se refere a fundamentação teórica para dar sustentação

ao desenvolvimento do trabalho.

Para a realização deste trabalho foram executadas as seguintes etapas:

A primeira etapa foi a realização de uma pesquisa geral sobre a manutenção

preditiva.

A segunda foi à análise dos dados pesquisados.

A terceira etapa foi a divisão do trabalho em capítulos.

A quarta etapa foi a pesquisa bibliográfica de cada capítulo.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado da seguinte maneira:

No primeiro capítulo é feita a apresentação e também são apresentados o

objetivo, a justificativa e a metodologia do trabalho.

No segundo capítulo são apresentados o histórico e alguns conceitos sobre

manutenção industrial.

No terceiro capítulo são apresentados a história, conceitos e o funcionamento

dos motores de combustão interna.

No quarto capítulo são apresentados um pouco do histórico, conceitos e as

principais técnicas de análise do óleo lubrificante.

No quinto capítulo são apresentadas as conclusões do trabalho.

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18

CAPÍTULO II

2 FUNDAMENTOS DA MANUTENÇÃO

2.1 MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

2.1.1 COMO TUDO COMEÇOU

A Manutenção Industrial passou por grandes modificações ao longo de mais ou

menos 20 anos. E essas mudanças foram provenientes de alguns aspectos, como por

exemplo: o aumento da quantidade e diversidade de itens, da complexidade dos

projetos, do surgimento de novas técnicas e etc. Todas essas alterações exigiram das

empresas, um novo comportamento, uma mudança de hábito e atitude do homem da

manutenção. A partir daí começa a surgir novos nomes e conceitos como,

disponibilidade, confiabilidade, segurança, entre outros. Mas, até se chegar no atual

quadro da manutenção, vamos voltar ao início e detalhar um breve histórico da

Manutenção.

Desde os anos 30, a manutenção passou por três gerações:

1° Geração: Compreende o período que antecede a Segunda Guerra Mundial,

onde a característica mais evidente da indústria nesta época era de equipamentos

simples, pouco mecanizado e quase todos muito robustos. Nesta época não se via a

produtividade como questão prioritária, pois, o que se produzia na maior parte das

vezes era para consumo próprio.

2° Geração: Compreende o período que vai da Segunda Guerra Mundial até os

anos 60. No auge da Segunda Guerra Mundial, onde ocorre um aumento significativo

na procura por todos os tipos de produtos e uma diminuição considerável no

contingente de mão de obra industrial. Trazendo como resultado o aumento da

mecanização e de instalações mais complexas, o que leva ao início da comprovação

do real entendimento e da necessidade, dos termos como: maior disponibilidade e

confiabilidade, aliados a maior produtividade. Pois neste período era evidente a

dependência do funcionamento das máquinas. Neste período houve também

mudanças no modo de intervenção dos equipamentos que passaram a ser fixas, o

custo da manutenção quando comparado a outros serviços, sofreu acréscimos. O que

fez surgir a necessidade de aumentar os sistemas de planejamento e controle da

manutenção. Por fim com o capital investido e o aumento do custo deste capital em

itens físicos, começou a aguçar o interesse das pessoas para aumentar a vida útil dos

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19

seus itens físicos.

3° Geração: Compreende o período posterior a década de 70. Ocorreu uma

aceleração no processo de mudanças industriais. O período de paralisação diminui a

produção, aumentando o custo e afetando a qualidade dos produtos, o que provocou

uma preocupação generalizada. Em diversos setores foi diagnosticada a importância

da confiabilidade e disponibilidade provenientes do crescimento da automação e da

mecanização. Com maior automação, surgiram falhas cada vez mais frequentes o que

afeta diretamente a qualidade do produto, o meio ambiente e a segurança. Setor onde

o nível de exigências tem sido cada vez maior. Foi na terceira geração, diante de todos

esses impasses que foi reforçado o conceito de Manutenção Preditiva. A correlação

entre a implantação de um sistema (projetos, manutenção, etc) e a

disponibilidade/confiabilidade torna-se um marco cada vez mais evidente.

2.2 CONCEITO DE MANUTENÇÃO

O dicionário escolar Silveira Bueno, define manutenção como sendo “ato ou

efeito de manter (-se). Gerência; administração e conservação. Medidas e

providências que garantam o bom funcionamento de um aparelho ou o bom estado

de um objeto ou material”.

Porém, o mais comum é definir manutenção como “o conjunto de atividades e

recursos aplicados aos sistemas e equipamentos, visando garantir a continuidade de

sua função dentro de parâmetros de disponibilidade, de qualidade, de prazo, de custos

e de vida útil adequados”. Essa definição caracteriza a manutenção como um

processo. Processo esse que se inicia antes da aquisição e tem como função principal

o prolongamento da vida útil do equipamento ou sistema.

2.3 TIPOS DE MANUTENÇÃO

Os vários tipos de Manutenção surgiram devido a maneira como é feita a

intervenção em cada sistema, equipamentos ou instalações. A partir daí foram

definidos alguns tipos principais de manutenção:

Manutenção corretiva não-planejada

Manutenção corretiva planejada

Manutenção preventiva

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20

Manutenção preditiva

Manutenção detectiva

Engenharia da manutenção

2.3.1 MANUTENÇÃO CORRETIVA

Manutenção corretiva é a intervenção para a correção da falha ou do

desempenho abaixo do esperado.

Segundo Kardec, podemos ter duas condições específicas que levam à

manutenção corretiva:

O equipamento apresenta desempenho deficiente apontado pelo

acompanhamento das variáveis operacionais.

Ocorrência de falha.

A manutenção corretiva divide-se em duas:

Manutenção corretiva não programada

Manutenção corretiva programada

2.3.1.1 MANUTENÇÃO CORRETIVA NÃO PROGRAMADA

É quando já ocorreu a quebra inesperada do equipamento, sem que haja tempo

para o planejamento ou a previsão.

2.3.1.2 MANUTENÇÃO CORRETIVA PROGRAMADA

Esse tipo de manutenção é a correção do desempenho menor do que o

esperado ou da falha do equipamento, decidida pelo Gerente.

2.3.2 MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Esse tipo de manutenção é feito com base nos históricos, dados de

confiabilidade e experiência no uso do equipamento. A manutenção preventiva está

baseada em dados que nem sempre remetem a verdadeira condição do equipamento

em questão, podendo assim ocasionar erro. Mas há casos, e só nesses casos que

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21

esse tipo de manutenção é necessária: quando não é possível aplicar a manutenção

preditiva; aspectos de segurança da instalação ou ainda pessoal; equipamentos

críticos de difícil liberação operacional; afeta o meio ambiente ou ainda sistemas bem

complexos ou operação contínua. A manutenção corretiva atua na quebra, enquanto

a manutenção preditiva visa evitar que a quebra aconteça, no entanto, os dois tipos

de manutenção apresentam alto custo de aplicação, conforme mostra o gráfico da

figura 1.

Figura 1 - Gráfico Manutenção corretiva & Manutenção preventiva

Fonte: http://www.edcentaurus.com.br/

2.3.3 MANUTENÇÃO PREDITIVA

Este trabalho em questão se baseia no método de manutenção preditiva,

detalharemos adiante esse processo:

A manutenção preditiva, também chamada de Manutenção Sob Condição ou

ainda Manutenção com Base no estado do Equipamento, pode ser definida como

sendo, a manutenção que é feita com dados previamente analisados, através do

acompanhamento dos parâmetros ou condição de desempenho do equipamento ou

instalação. O principal objetivo dessa manutenção é a prevenção de falhas, através

do acompanhamento de alguns parâmetros, permitindo que o equipamento continue

em funcionando pelo maior período de tempo possível, ou seja, ela consegue mostrar

o nível de disponibilidade e confiabilidade do equipamento ou instalação, sem

promover a intervenção, porque todos esses dados são obtidos com o equipamento

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22

produzindo. A partir daí à medida que, a disponibilidade de determinado item vai

baixando, faz-se a intervenção.

Pode-se através desse tipo de manutenção planejar a intervenção da melhor

forma possível, podendo estimar a melhor data para ser feita, qual material será

utilizado, o contingente de mão de obra, existência de sobressalentes, assim faz-se a

parada do equipamento sem prejudicar a produção. É claro que alguns aspectos

devem ser levados em consideração, para que se alcance o sucesso nesse tipo de

manutenção, como: a mão de obra da manutenção responsável pela coleta de dados

e diagnósticos deve ser bem treinada e não é suficiente apenas a medição, mas é

preciso analisar os resultados e formular diagnósticos. Enfim, a manutenção preditiva,

ela prediz a falha antes dela ocorrer e assim quando se chega próximo a esses dados

obtidos, resolve-se fazer a manutenção corretiva programada. Deve-se levar em

consideração três condições básicas, para que seja aplicada a um sistema a

manutenção preditiva, são eles:

a) o equipamento, instalação ou sistema devem permitir algum tipo de

acompanhamento ou monitoramento;

b) o equipamento, instalação ou sistema, deve ter como opção esse tipo de

manutenção através da análise de custo envolvido;

c) as falhas devem ser provenientes de causas monitoráveis e ter sua progressão

acompanhada.

2.3.3.1 TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO PREDITIVA

As técnicas de manutenção preditiva devem atender as seguintes condições:

Permitir a coleta de dados com o equipamento em funcionamento, interferindo,

o mínimo possível no processo de produção.

Permitir a coleta dos dados que possibilitem a análise de tendência.

A seguir na tabela 1 são citadas as principais técnicas de manutenção preditiva.

Neste trabalho monográfico iremos falar sobre a análise de óleo lubrificante e seus

métodos.

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Tabela 1 – Técnicas de manutenção preditiva

Fonte: NASCIF, J., Manutenção Preditiva: Caminho para a excelência. TECÉM

TECNOLOGIA EMPRESARIAL LTDA. Belo Horizonte.

Análise do óleos lubrificantes

Viscosidade;

Número de neutralização (TAN e TBN);

Teor de água;

Insolúveis;

Espectrometria;

Cromatografia gasosa;

Tensão interfacial;

Rigidez dielétrica;

Ponto de fulgor.

Ferrografia

Ferrografia quantitativa;

Ferrografia analítica.

Ensaios elétricos

Corrente;

Tensão;

Isolação;

Perdas dielétricas;

Rigidez dielétrica;

Espectro de corrente ou tensão.

Análise de temperatura –

termometria

Termometria convencional;

Indicadores de temperatura;

Pirometria de radiação;

Termografia.

Fenômenos de viscosidade

Líquidos penetrantes

Análise de vibrações

Nível global;

Espectro de vibração;

Pulso de choque.

Forças

Células de carga;

Teste de pressão;

Teste hidrostático;

Teste de vácuo;

Detecção de trincas.

Detecção de vazamentos Inspeção visual

Endoscopia ou boroscopia

Energia Acústica

Ultrassom;

Emissão acústica.

Radiação ionizantes

Raios X;

Gamagrafia.

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Energia eletromagnética

Partículas magnéticas;

Correntes parasíticas.

Verificação de geometria

Metrologia convencional;

Alinhamento de máquinas rotativas.

Podemos classificar as técnicas de manutenção preditiva como END – Ensaios

não destrutivos, pois não destroem a máquina, só medem os parâmetros. Na tabela

acima, algumas técnicas de END apresentadas, são aplicadas somente com o

equipamento fora de operação, o que invalidaria a condição das técnicas preditivas,

por definição, serem aplicáveis ao equipamento em funcionamento.

Entre as técnicas citadas na tabela acima, energia acústica, energia

eletromagnética, fenômeno de viscosidade, forças, inspeção visual, radiação

ionizantes e verificações de geometria, geralmente, dependem da retirada do

equipamento de operação para sua realização.

As técnicas apresentadas têm a capacidade de detectar eventuais defeitos ou

falhas de funcionamento, proporcionando benefícios como:

Aumento da disponibilidade e da segurança dos equipamentos, reduzindo os

riscos de acidentes e paradas inesperadas da produção.

Eliminação da troca prematura de componentes.

Redução dos prazos e custos das intervenções, pelo conhecimento antecipado

dos defeitos a serem corrigidos.

Aumento da vida útil das máquinas e componentes pela melhoria das

condições de instalação e operação.

A análise estatística dos dados coletados pela manutenção preditiva permite

também:

A identificação de equipamentos com problemas crônicos e orientar a sua

correção.

Avaliar a eficácia dos serviços corretivos e também a quantidade de serviços e

propor programas de treinamento e a adoção de novas tecnologias, visando,

sempre a sua melhora.

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2.3.3.2 TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO PREDITIVA APLICADAS EM MOTORES DE

COMBUSTÃO INTERNA

Como vimos anteriormente, existem várias técnicas de manutenção preditivas

que permitem a analisa de máquinas e equipamentos. Entre todas estas técnicas, as

mais apropriadas aos motores de combustão interna são a análise acústica, a análise

de óleo lubrificante, a análise de vibrações e a inspeção visual.

Análise acústica - A análise consiste no monitoramento das condições de

funcionamento do motor através das medições e do processamento dos sinais

acústicos emitidos pelo motor.

Análise do óleo lubrificante – A análise consiste no levantamento das principais

características físico-químicas do óleo lubrificante do motor, como por exemplo:

viscosidade, TAN e TBN, a concentração de partículas presentes no óleo, entre

outras.

Análise de vibrações – A análise permite detectar e diagnosticar vários tipos de

problemas nos motores, como desbalanceamento, desalinhamento, desgaste

em engrenagens e mancais, defeitos nos calços, deficiências nos injetores de

combustível, entre outros.

Inspeção visual – A técnica permite a avaliação direta das partes móveis, como

os pistões e as camisas de cilindros.

2.3.3.3 VANTAGENS DA MANUTENÇÃO PREDITIVA

Entre as vantagens apresentadas pela manutenção preditiva, podemos citar:

Aperfeiçoamento da manutenção, de modo a diminuir, e as vezes até eliminar,

a necessidade de equipamentos reservas e estoque de peças sobressalentes.

Diminuição de problemas, pois as máquinas e equipamentos são mantidos

dentro de suas conformidades e parâmetros recomendados.

Intervenções corretivas programadas que custam menos e evitando perdas de

produção.

No geral, a prática da manutenção preditiva proporciona uma redução de 15%

a 20% do custo, quando comparada com outros tipos de manutenção.

Detecção de defeitos intermediários e orientar na tomada de decisão e as

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ações, antes que o processo degenerativo leve o equipamento a falha.

Com o conhecimento periódico da situação das máquinas e equipamentos

reduz-se “as surpresas” em consequência de reparos de urgência de baixa

qualidade.

2.3.4 MANUTENÇÃO DETECTIVA

Apesar de ser um nome novo no Brasil, e por algumas vezes também

confundida com a Manutenção corretiva planejada, esse tipo de manutenção tem

como objetivo detectar falhas ocultas ou imperceptível em equipamentos e/ou

sistemas de proteção e de comandos, durante os períodos de inspeção em que é

realizado por pessoal qualificado. Essa manutenção é específica para sistemas

automatizados, onde seu controle é feito com base em comandos de sistemas e

circuitos (ex: geradores). Podemos entender que quanto maior o emprego da

automação e dos instrumentos de comando, maior será a necessidade de se utilizar

das ações da manutenção detectiva.

2.3.5 ENGENHARIA DA MANUTENÇÃO

É o ramo da engenharia voltado estritamente para a aplicação dos conceitos

para otimizar os equipamentos, os processos e orçamentos, a fim de alcançar maior

e melhor manutenibilidade, confiabilidade e disponibilidade dos mesmos.

Conforme gráficos das figuras 2 e 3, podemos verificar o impacto que

determinado tipo de manutenção pode causar. Verificamos também as vantagens da

aplicação da manutenção preditiva quando comparado com os demais tipos de

manutenção.

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Figura 2 - O gráfico de gastos provenientes dos tipos de Manutenção de um

determinado equipamento

Fonte: adaptado de http://engeman.com.br/pt-br/caracteristicas/

Figura 3 - Gráfico de custos versus nível de manutenção

Fonte: pcmusina.wordpress.com

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CAPÍTULO III

3 O MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA

3.1 HISTÓRIA DO MOTOR

No século XVIII, surgiram os primeiros motores, a combustão externa, que

utilizavam como combustível a lenha.

Um exemplo, apresentado na figura 4, da máquina a vapor mostra o

funcionamento de uma locomotiva a vapor.

Figura 4 – Esquema de uma locomotiva a vapor

Fonte: vfco.brazilia.jor.br

No motor de combustão externa, o calor produzido pela fornalha é utilizado para

aquecer a água em uma caldeira, transformando a água em vapor que se expande,

criando uma pressão que movimenta o êmbolo; que por sua vez, aciona a roda motriz.

Um exemplo desse funcionamento se dá em uma locomotiva, conforme ilustrado

abaixo na figura 5.

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Figura 5 – Funcionamento de uma locomotiva

Fonte: www.oficinadanet.com.br

Os primeiros motores de combustão interna surgiram no século XIX. O

aparecimento desse tipo de motor, onde a queima do combustível se dá dentro do

motor, marcou um grande avanço e um rápido desenvolvimento mecânico. Estes

motores por terem um funcionamento inicial rápido, maior versatilidade e eficiência, e

ainda a possibilidade de se adaptarem a diversos tipos de máquinas levaram grande

vantagem sobre os motores a vapor.

Em 1860, o belga Lenoir construiu o primeiro motor de combustão interna, que

trabalhava com gás de iluminação e possuía potência de 1 cv.

Com base na máquina de Lenoir, Otto e Langen construíram, em 1861, um

motor que comprimia a mistura de ar e gás de iluminação, e sua ignição era feita por

uma centelha elétrica.

Em 1862, o francês Beau de Rochas, publicou estudos teóricos que

estabeleceram alguns princípios termodinâmicos baseado no motor de Otto. Usando

como base esses estudos, Otto desenvolveu um motor, denominado motor de ciclo

Otto, apresentado em 1872. Este tipo de motor, ilustrado na figura 6, utilizava como

combustível o gás de carvão ou o gasogênio, tendo sua ignição feita por centelha

elétrica.

Mas só em 1889, fez-se a primeira aplicação do motor de ciclo Otto em

veículos, utilizando a gasolina como combustível.

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Figura 6 - Motor Otto fabricado em 1894, para usos estacionários que pertence

Escola de Engenharia da UFRGS, e hoje faz parte do acervo do Museu do motor

Fonte: www.mecanica.ufrgs.br

Em 1893, o alemão Rudolf Diesel desenvolveu um novo tipo de motor, no qual

a ignição da mistura ar/combustível se dava por compressão. Em 1892/93 e 1894

foram desenvolvidos dois motores por Diesel, porém não funcionaram

satisfatoriamente. Após diversas modificações, em 1897, teste confirmaram a

eficiência do motor Diesel. Rudolf Diesel deu a esse motor o nome de “motor térmico

racional”, mas o motor ficou mesmo conhecido como motor Diesel. Na figura 7, vemos

o motor diesel, que foi construído em 1897 e é considerado como sendo o primeiro

motor diesel.

Figura 7 - Primeiro motor diesel de 1897

Fonte: www.deutsches-museum.de

Os motores utilizados atualmente são derivados dos criados por Otto e Diesel.

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3.2 DEFINIÇÃO

O motor é definido como uma máquina que converte qualquer forma de energia

em trabalho mecânico. O motor de combustão interna é uma máquina térmica, que

converte a energia gerada pela reação química, reação essa gerada pela combustão

da mistura combustível/comburente, em energia mecânica.

3.3 CLASSIFICAÇÃO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO

Os motores de combustão podem ser classificados:

1) Quanto ao tipo de combustão

De combustão externa

De combustão interna

2) Quanto a ignição

Por centelha

Por compressão

3) Quanto ao movimento do pistão

Alternativo

Rotativo

4) Quanto ao número de tempos

2 tempos

4 tempos

5) Quanto ao número de cilindros

Monocilíndrico

Policilíndricos

6) Quanto a disposição dos cilindros

Em linha

Em “V”

Horizontais opostos

7) Quanto ao ciclo de trabalho

Ciclo Otto

Ciclo Diesel

8) Quanto à utilização

Estacionários

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Industriais

Veiculares

Marítimos

9) Quanto ao tipo de combustível

a gasolina

a álcool

a diesel

a GNV (gás natural veicular)

10) Quanto ao tipo de arrefecimento

a ar

a água

3.4 PRINCIPAIS COMPONENTES DO MOTOR

Peças fixas:

1. bloco do motor

2. cabeçote

3. cárter

Peças móveis:

1. pistão (êmbolo)

2. biela

3. árvore de manivelas (virabrequim)

4. válvulas de admissão e escape

5. árvore de comando de válvulas

Podemos verificar detalhadamente, as partes do motor conforme ilustrado na

figura 8.

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Figura 8 – Motor explodido

Fonte: www.como-limpiar.com

3.4.1 BLOCO DO MOTOR

O bloco do motor representado na figura 9, é a maior parte do motor, feito em

ferro fundido é responsável pela sustentação de todas as outras partes.

É no bloco que são usinados os furos onde serão colocados os cilindros. Na

parte inferior do bloco estão os alojamentos dos mancais centrais, onde se apoia o

eixo de manivelas (virabrequim).

Figura 9 – Bloco do motor

Fonte: www.mrautomotivo.com.br

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3.4.2 CABEÇOTE

Cabeçote, ilustrado na figura 10 é a parte superior do motor, uma espécie de

tampa que fecha o bloco, essa união entre o cabeçote e o bloco é feita por parafusos,

havendo entre eles uma junta de vedação. É contra o cabeçote que os pistões

comprimem a mistura, no ciclo Otto, ou o ar, no ciclo Diesel.

O cabeçote possui furos roscados onde são instaladas as velas de ignição ou

os bicos injetores e onde estão instaladas as válvulas de admissão e escape com

seus dutos.

Os cabeçotes podem ser divididos em:

Inteiriço – um só cabeçote cobre todos os cilindros.

Individual – cada cilindro ou grupo de cilindros possui seu cabeçote.

Os dois tipos de cabeçotes são ilustrados na figura 10.

Figura 10 – Cabeçote inteiriço e individual

Fonte: www.brasilcaminhoneiro.com.br

Na figura 11 podemos identificar as partes do cabeçote.

1 – Face de assento

2 – Dutos para óleo lubrificante

3 – Dutos para líquido de arrefecimento

4 – Corpo

5 – Câmara de combustão

6 – Sedes de válvulas

Figura 11 – Partes do cabeçote

Fonte: www.lionmotors.com.br

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3.4.3 CÁRTER

O cárter representado na figura 12 é a parte inferior do motor, é a parte que

fecha o bloco, cobrindo as partes inferiores do motor. É no cárter que fica depositado

o óleo lubrificante do motor.

Figura 12 – Cárter

Fonte: www.automotive.arcelormittal.com

3.4.4 PISTÃO OU ÊMBOLO

Normalmente fabricado em liga de alumínio e com um formato cilíndrico, o

pistão é a parte móvel da câmara de combustão. É o pistão, ilustrado na figura 13,

que recebe a força da expansão dos gases queimados, transmitindo essa força para

a biela, por meio de um pino de aço, chamado de pino do pistão.

.

Figura 13 – Pistões

Fonte: www.dragsterturbo.com.br

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3.4.5 BIELA

Fabricado em aço forjado, a biela ilustrada na figura 14, é a ligação entre o

pistão e o virabrequim, ilustrado na figura 15, recebendo o impulso do pistão e

transmitindo-o ao virabrequim. Esse conjunto biela/virabrequim transforma o

movimento retilíneo do pistão em movimento rotativo do virabrequim.

A biela divide-se em três partes: cabeça, corpo e pé.

Figura 14- Bielas

Fonte: www.centralpress.com.br

Figura 15 – Conjunto Biela- pistão

Fonte: www.insidemotors.com.br

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3.4.6 VIRABREQUIM

Fabricado em aço forjado ou fundido, o virabrequim mostrado na figura 18, fica

na parte inferior do motor e recebe as bielas que são responsáveis por lhe transmitir

movimento, é o eixo do motor propriamente dito.

O virabrequim é o componente principal na transmissão de força de rotação

para os outros componentes móveis do conjunto.

Apresenta dois tipos de mancais:

Excêntricos - ligados às cabeças das bielas.

De centro - que sustentam o virabrequim ao bloco.

Na figura 19 podemos ver o conjunto desses componentes montados

Figura 16 – Virabrequim

Fonte: www.solucoesindustriais.com.br

Figura 17 – Conjunto virabrequim, bielas e pistões montados

Fonte: dfretificademotores.blogspot.com.br

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3.4.7 VELA DE IGNIÇÃO

As velas de ignição, ilustradas na figura 16, são dispositivos elétricos, que ficam

enroscados na cabeça do cilindro do motor. A vela tem como função conduzir a alta

tensão elétrica para dentro da câmara de combustão, convertendo-a em faísca para

inflamar a mistura ar/combustível.

Figura 18 – Velas de ignição

Fonte: prochaskarcentroautomotivo.com.br

3.4.8 BICO INJETOR

Os bicos injetores, ilustrados na figura 17, são dispositivos com pequenos

orifícios, responsáveis por injetar, de forma pulverizada e mediante grandes pressões

e/ou pulso elétrico o combustível na câmara de combustão.

Figura 19 – Bicos injetores

Fonte: www.cardieselmg.com.br

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3.4.9 BRONZINA OU CASQUILHO

Fabricados com uma liga com grande quantidade de Cobre, Manganês e Zinco,

os casquilhos que são peças bipartidas, são colocados entre a biela e o virabrequim

para diminuir o desgaste entre as partes em atrito. Os casquilhos possuem um rebaixo

longitudinal que possibilita a lubrificação da superfície de contato. Elementos

representados na figura 20.

Figura 20 – Bronzinas ou casquilhos

Fonte: www.infomotor.com.br

3.4.10 VOLANTE

Fabricado em ferro fundido, o volante ilustrado na figura 21, é fixado no

virabrequim, e tem como função principal o armazenamento de energia mecânica nos

tempos de combustão e a transferência de torque do motor para caixa de transmissão,

através do disco de embreagem.

Figura 21 – Volante

Fonte: embreagem.wordpress.com

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3.4.11 EIXO DE COMANDO DE VÁLVULAS

O eixo de comando de válvulas (Figura 22) é responsável pela abertura das

válvulas, nos tempos de admissão e escapamento. É acionado pelo virabrequim, por

meio de engrenagem, corrente ou correia dentada.

O eixo de comando de válvulas apresenta ressaltos que elevam o conjunto:

tucho, haste, balancim, para abrir as válvulas no momento certo.

Figura 22 – Eixo comando de válvulas

Fonte: www.lionmotors.com.br

3.4.12 VÁLVULAS

São dispositivos que permitem a entrada da mistura ar/combustível ou ar, a

saída dos gases queimados e vedam o cilindro quando estão fechadas.

As válvulas, ilustradas na figura 23, estão divididas em dois tipos: de admissão

e de escape.

3.4.12.1 VÁLVULA DE ADMISSÃO - abre-se para a entrada da mistura,

ar/combustível, ou apenas ar, para dentro dos cilindros.

3.4.12.2 VÁLVULAS DE ESCAPE - abre-se após a combustão, para a saída dos

gases queimados.

Figura 23- Válvulas

Fonte: www.infomotor.com.br

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Motores mais modernos, utilizam mais de duas válvulas por cilindro, (figura 24)

para melhorar sua alimentação, o que resulta em aumento de rendimento.

Figura 24– Válvulas montadas no eixo de comando de válvulas

Fonte: economia.terra.com.br

3.4.13 PARTES COMPLEMENTARES

As partes complementares são os sistemas auxiliares indispensáveis ao

funcionamento do motor:

Sistema de alimentação de combustível

Sistema de alimentação de ar

Sistema de arrefecimento

Sistema de lubrificação e

Sistema elétrico.

3.5 MOTOR OTTO

Como citado anteriormente, em 1876 Nikolaus August Otto, inspirado nos

estudos de Beau de Rochas, construiu um motor com uma sequência de operação

em 4 tempos e ignição por centelha. O motor Otto utiliza a energia elétrica para dar

início a reação química. A vela de ignição é responsável por produzir a centelha ou

faísca elétrica.

No motor Otto o combustível é misturado ao ar fora da câmara de combustão.

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3.6 MOTOR DIESEL

Como já citado anteriormente, Rudolph Diesel idealizou, em 1892, um novo

modelo de motor com ignição espontânea e sequência de operação em quatro tempos

e que ficou conhecido como motor Diesel. O motor Diesel não há vela de ignição, e

sim um bico injetor. Nesse tipo de motor a mistura do combustível com o ar acorre

dentro da câmara de combustão. O ar admitido é comprimido dentro da câmara de

compressão, em seguida acontece a entrada do combustível, que ao entrar em

contato com o ar, que está quente devido a compressão, inflama-se.

3.7 MOTOR DE QUATRO TEMPOS

São chamados de motores de quatro tempos aqueles que realizam seu ciclo

em quatro cursos do pistão, ou duas rotações do virabrequim. O ciclo do motor é

composto por quatro fases: admissão, compressão, expansão e escape.

3.7.1 MOTOR OTTO DE QUATRO TEMPOS

A seguir é descrita a sequência do ciclo Otto, ilustrado na figura 25:

Admissão

Com a válvula de admissão aberta e a válvula de escape fechada. O pistão vai

do PMS para o PMI, admitindo a mistura ar/combustível para dentro do cilindro.

Compressão

Com as válvulas de admissão e escape fechadas, o pistão vai do PMI para o

PMS, comprimindo a mistura. Antes do pistão atingir o PMS, a vela libera uma faísca,

iniciando a combustão.

Expansão

Ainda com ambas as válvulas fechadas, ocorre a expansão dos gases

provocada pela combustão. Essa expansão empurra o pistão do PMS para o PMI.

Escape

Com a válvula de admissão fechada, a válvula de escape se abre e o pistão vai

do PMI para o PMS empurrando os gases da combustão para fora do cilindro.

Esse tipo de motor é utilizado em: veículos de passeio, pequenos veículos de

carga, pequenos aviões e pequenas embarcações.

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Figura 25– Ciclo do motor Otto de quatro tempos

Fonte: crv.sistti.com.br

3.7.2 MOTOR DIESEL DE QUATRO TEMPOS

A sequência de operação do motor Diesel, ilustrado na figura 26 é descrita a

seguir:

Admissão

Como a válvula de escape fechada, a válvula de admissão se abre admitindo

para dentro do cilindro apenas ar, então o pistão desloca-se do PMS para o PMI.

Compressão

Com ambas as válvulas fechadas, o pistão vai do PMI para o PMS comprimindo

o ar. Antes que o pistão chegue ao PMS, acontece a injeção do combustível, que se

mistura com o ar, que está aquecido por conta da compressão, iniciando a combustão.

Expansão

Ainda com ambas as válvulas fechadas, ocorre a expansão dos gases

provocada pela combustão. Essa expansão empurra o pistão do PMS para o PMI.

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Escape

Com a válvula de admissão fechada, a válvula de escape se abre e o pistão vai

do PMI para o PMS empurrando os gases da combustão para fora do cilindro.

Esse tipo de motor é utilizado em: veículos para transporte terrestre,

embarcações de médio e pequeno porte e instalações industriais.

Figura 26 – Ciclo do motor Diesel de quatro tempos

Fonte: www.dosaltoproasfalto.com

3.8 MOTORES DE DOIS TEMPOS

Para o ciclo de quatro tempos exige-se duas rotações do virabrequim. Dugald

Clerk arquitetou, em 1878, o ciclo motor em dois tempos, seu objetivo era aumentar a

potência de motores do mesmo porte e simplificar o sistema de válvulas. O ciclo de

dois tempos ocorre em dois cursos do êmbolo; uma volta do virabrequim. Esse ciclo

pode ser utilizado para motores Otto e motores Diesel.

Os motores de dois tempos têm seu peso reduzido e apresentam uma

construção mais simples, porque não possuem válvula da admissão e escape, nem

comando de válvulas. O fato do motor de dois tempos concluir seu ciclo com apenas

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uma volta do virabrequim, dá ao motor um ganho significativo de potência. Os motores

dois tempos funcionam em qualquer direção, por isso são empregados em

equipamentos como as motosserras.

Os motores de quatro tempos apresentam maior durabilidade do que os de dois

tempos, pois a lubrificação nos motores de dois tempos é menos eficiente, o que faz

com que as partes do motor se desgastem mais rápido. Partes de um motor ilustrado

na figura 27 a seguir;

Figura 27 – Corte de um motor dois tempos

Fonte: ciencia.hsw.uol.com.br

3.8.1 CICLO DE DOIS TEMPOS DO MOTOR OTTO

O ciclo de dois tempos do motor Otto acontece em dois movimentos do pistão:

um ascendente e o outro descendente.

No primeiro tempo, o pistão cria no cárter uma depressão, admitindo a mistura

ar/combustível/lubrificante, que entra pela janela de admissão e dirige-se para o

cárter, ao mesmo tempo o pistão comprime a mistura na câmara de combustão,

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conforme na figura 28.

Antes do pistão atingir o PMS, acontece a faísca e a combustão. Os gases

produzidos expandem-se e empurram o pistão para baixo, dando início ao movimento

descendente.

Nesse movimento do pistão, os gases saem pela janela de escape. Em

seguida, a janela de transferência abre-se e a mistura, que está no cárter é forçada a

ir para o dentro do cilindro.

Figura 28 – Ciclo do motor Otto dois tempos

Fonte: www.motonline.com.br

3.8.2 CICLO DE DOIS TEMPOS DO MOTOR DIESEL

O ciclo de dois tempos do motor Diesel, representado na figura 29, assim como

no motor Otto, ocorre em dois movimentos do pistão: um ascendente e o outro

descendente.

Este tipo de motor possui um sobrealimentador, chamado de blower, que

empurra o ar para dentro do cilindro. Este motor tem grande aplicação nos ramos

industriais, offshore, marítimos e ferroviários.

No primeiro tempo, com o pistão no PMI, e os orifícios de admissão estão

descobertos e no cabeçote as válvulas de escape estão abertas. Então o ar é

empurrado pelo blower através dos orifícios de admissão. O ar que entra expulsa os

gases queimados, que saem pela válvula de escape que está aberta, fazendo assim

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a limpeza do cilindro.

No segundo tempo, o pistão inicia seu deslocamento para o PMS, e na altura

de um ¼ do curso, o pistão obstrui os orifícios de admissão e as válvulas de escape

são fechadas. Nesse momento o cilindro fica cheio de ar limpo e então o pistão

continua seu curso ascendente rumo ao PMS, comprimindo o ar.

Antes do pistão atingir o PMS com o ar comprimido, à pressão e temperatura

ideais, uma determinada quantidade de diesel é pulverizada, realizando a combustão

e a expansão dos gases deslocando o pistão para o PMI. Ao chega a ¾ do curso as

válvulas de escape são abertas permitindo a saída dos gases queimados. Seguindo

seu curso o pistão descobre o orifício de admissão, permitindo a entrada de ar e

expulsando o restante dos gases queimados, fazendo a limpeza do cilindro, e

iniciando assim um novo ciclo.

Figura 29 – Ciclo de dois tempos do motor Diesel

Fonte: www.autoentusiastas.com.br

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CAPÍTULO IV

4 ANÁLISE DO ÓLEO LUBRIFICANTE

4.1 INTRODUÇÃO

Ao longo da história, sempre buscou-se a redução do atrito entre peças em

movimento. Até os dias de hoje, o fenômeno do atrito é estudado, devido sua

complexidade. O atrito gera nos componentes um estado de tensão e deformação

difícil de ser solucionado, devido a não existência de uma boa modelagem para esse

fenômeno. Na figura 30, podemos ver a representação de um atrito sem lubrificação.

Figura 30 – Atrito sem lubrificação

Fonte:www.vestibular1.com.br

Porém é possível reduzir, e muito o atrito utilizando lubrificantes. Parte-se do

princípio de que o atrito fluido é sempre menor que o atrito sólido, assim sendo a

lubrificação consiste na interposição de uma substância fluida entre duas superfícies

atritantes. A película lubrificante é ilustrada na figura 31.

Figura 31 – Película lubrificante

Fonte: tecmecanico.blogspot.com.br

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4.2 CLASSIFICAÇÃO DOS LUBRIFICANTE

Os lubrificantes podem ser classificados como gasosos, líquidos, sólidos ou

semissólidos.

Lubrificantes gasosos: de uso restrito, são aplicados quando não se pode

utilizar outro tipo de lubrificante. São exemplos desse tipo de lubrificante o ar,

nitrogênio e gases halogenados.

Lubrificantes líquidos: de forma geral, são os mais aplicados na indústria. Um

líquido para ser considerado um lubrificante de boa qualidade deve ser capaz

de formar uma película fluida de boa espessura entre as superfícies atritantes,

sendo esta película capaz de absorver os choques causados pelos esforços

externos, manter separadas as superfícies sólidas, e ter características

aderentes de forma a manter-se sempre em contato íntimo com as superfícies

a serem lubrificadas.

Lubrificantes sólidos: apresentam características como baixa resistência ao

cisalhamento, estabilidade a temperaturas elevadas, alto índice de transmissão

de calor, alto índice de adesividade, ausência de impurezas abrasivas, são

alguns dos fatores que determinam a escolha de alguns sólidos como

lubrificantes. Carbonos cristalinos (grafita) apresentam todas estas

características, sendo assim, é o lubrificante sólido mais utilizado.

Lubrificantes semissólidos: mais conhecidos como graxas, são utilizados

quando o emprego dos líquidos não é recomendado. As graxas apresentam

alta viscosidade, são compostas de misturas de óleos lubrificantes (mineral ou

sintético) com um produto sólido ou semissólido e aditivos, chamados de

sabão.

4.2.1 CLASSIFICAÇÕES SAE DE VISCOSIDADE

A SAE (Sociedade dos Engenheiros Automotivos), classifica os óleos segundo

sua viscosidade. Quanto maior é o número, mais viscoso é o óleo lubrificante.

Os óleos lubrificantes são subdivididos pela SAE em três grupos:

Óleos de verão: São óleos que trabalham em alta temperatura sem que haja o

rompimento da película lubrificante. Este tipo de óleo tem sua viscosidade

medida em altas temperaturas; os testes feitos nos óleos de grau de verão

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conferem a operabilidade do lubrificante em altas temperaturas, garantindo

assim proteção em regimes extremos. Óleos de verão: SAE 20, 30, 40, 50, 60;

Óleos de inverno: são óleos que permitem uma fácil e rápida movimentação

das partes móveis do motor e do próprio óleo em baixas temperaturas ou na

partida a frio do motor. A viscosidade é medida a baixas temperaturas e

acompanhando o número de classificação tem uma letra W de winter que, em

inglês, significa inverno. Óleos de inverno: SAE 0W, 5W, 10W, 15W, 20W, 25W;

Óleos multiviscosos: são óleos que atendem a ambas exigências desta forma

um óleo multigrau SAE 20W40 se comporta a baixa temperatura como um óleo

20W reduzindo o desgaste na partida do motor ainda frio e em alta temperatura

se comporta como um óleo SAE 40, tendo uma ampla faixa de utilização. Óleos

multiviscosos (inverno e verão): SAE 20W-40, 20W-50, 15W-50.

4.2.2 CLASSIFICAÇÃO API

A API, Instituto Americano de Petróleo, estabelece um sistema de classificação

para óleos, baseando-se em níveis de desempenho dos óleos lubrificantes. As

classificações são simbolizadas pela série S, para motores a gasolina apresentada na

figura 32, e série C, para motores diesel, apresentada na figura33, acompanhados da

sequência crescente das letras do alfabeto.

Figura 32 - Classificação API série S

Fonte: www.lubrichap.com.br

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Figura 33 – Classificação API série C

Fonte: www.lubrichap.com.br

4.3 A LUBRIFICAÇÃO AUTOMOTIVA

O sistema de lubrificação é de fundamental importância para o funcionamento

do motor. Este sistema é o responsável pela preservação e vida útil dos componentes

móveis do motor de combustão interna. O sistema de lubrificação tem as seguintes

funções no motor:

Lubrificar os componentes do motor e prevenir o desgaste

Reduzir o atrito

Proteger peças do motor contra ferrugem e corrosão

Manter limpas as peças do motor

Reduzir os depósitos na câmara de combustão

Resfriar as peças do motor

Proporcionar vedação contra as pressões da combustão

Ser antiespumante

Contribuir para a economia de combustível

Permitir uma partida fácil

Para completar estas funções, o lubrificante deve ter:

Uma viscosidade adequada, de preferência constante.

Oleosidade, para assegurar aderência aos rolamentos.

Alta resistência de filme, a fim de evitar o contato metal a metal quando sob

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carga pesada.

Não tendência à corrosão ou a atacar qualquer parte do motor.

Um ponto de fluidez baixo, para permitir o fluxo do óleo até a bomba, nas baixas

temperaturas.

Não tendência para a formação de depósitos, quando em contato com o ar,

água, combustível ou os produtos da combustão.

Capacidade de limpeza, para remover depósitos do motor.

Propriedades dispersora para desmanchar e carregar materiais estranhos no

óleo.

Característica antiespumante, que permite ao óleo expulsar o oxigênio que irá

provocar a oxidação.

Segurança, não sendo tóxico, inflamável ou explosivo.

4.4 TIPOS DE SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO

Por salpico: geralmente utilizada como parte da lubrificação principal no motor.

Devido ao movimento da árvore de manivelas e a biela, o lubrificante que está

no cárter é borrifado nas paredes do cilindro.

Por mistura de óleo e combustível: sistema utilizado em alguns motores Otto

de dois tempos, o óleo lubrificante é misturado ao combustível em quantidades

preestabelecidas.

Por bomba a cárter seco: utilizado em carros de alto desempenho e de

competição ou motores que precisam trabalhar em qualquer posição. Neste

sistema, ao invés de ser armazenado no cárter, o óleo é enviado por uma ou

mais bombas a um reservatório, passando antes por radiadores de óleo para

que seja resfriado. Do reservatório o óleo é enviado sob pressão para locais

específicos no motor (por exemplo, na junção da cabeça do pistão com a biela).

Então o óleo escorre para o cárter por força da gravidade e é enviado, através

da bomba de circulação, novamente para o reservatório, reiniciando o ciclo.

Sistema convencional: este sistema usa a pressão da bomba de óleo para

alcançar as várias canalizações de óleo no motor. Os munhões e os moentes

do virabrequim dispõem de furos de lubrificação por onde o óleo sobre pressão

chega às bielas. Os canais de lubrificação também levam o óleo até as peças

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do cabeçote. As bielas possuem canalização interna, que vai da cabeça ao pé

da biela, chegando ao pino do pistão, despejando o óleo que resfria o pistão.

Frequentemente, neste tipo de sistema, usa-se jateadores de óleo, que

despejam jatos de óleo em direção aos pistões ou cilindros.

4.5 COMPONENTES DO SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO

O sistema de lubrificação é constituído, basicamente, pelos seguintes

componentes:

Bomba – a bomba de óleo é responsável por sugar o óleo lubrificante do cárter

e levá-lo, sob pressão, aos canais de lubrificação do motor. Existem vários tipos de

bombas de óleo, as mais comuns são as bombas de engrenagens e de rotor.

Filtro de óleo – devido ao funcionamento do motor, é comum que o óleo dissolva

e disperse uma certa quantidade de impurezas. Para garantir que óleo circule no motor

livre de partículas estranhas, que mesmo pequenas, podem causar danos e desgaste

aos componentes, utiliza-se o filtro de óleo. O óleo entra no filtro, e segue uma

trajetória circular de alta velocidade dentro do filtro, o papel cheio de resina retêm as

impurezas do óleo. Se a quantidade de impurezas for excessiva ao ponto de entupir

o filtro, o mesmo possui uma válvula de segurança que desvia o óleo do filtro quando

a pressão interna atinge um valor determinado, evitando o entupimento do sistema. O

filtro possui, também uma válvula de retenção que tem como função manter o filtro

cheio de óleo, mesmo que o motor esteja desligado.

Pescador de óleo – o pescador consiste em um tubo de material metálico ou

de plástico, com uma extremidade aparafusada ao bloco, e a outra mergulhada no

óleo contido no cárter. Esta extremidade possui uma pequena rede metálica que

funciona como um filtro, evitando que impurezas macroscópicas atinjam os canais de

lubrificação, causando desgaste ou entupimento.

Radiador de óleo – o radiador de óleo tem a função de resfriar o óleo

lubrificante, por meio de um fluxo de ar que passa através da sua colmeia.

Vareta do nível de óleo - A vareta mede o nível de óleo do motor, que deve

estar na marcação MAX, ou entre a marcação MAX e MIN, nunca deve estar em MIN

ou abaixo disso sob o risco de comprometer a lubrificação do motor.

Cárter – Conforme o item 3.3.3, o cárter é a parte que fecha o bloco, cobrindo

as partes inferiores do motor. É no cárter que fica depositado o óleo lubrificante.

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O sistema de lubrificação deve prover lubrificação para os seguintes

componentes:

Mancais da (s) árvore (s) de comando de válvulas;

Mancais da árvore de manivelas;

Paredes do cilindro;

Cabeça do pistão;

Pé da biela com pino do pistão;

Munhões e moentes da árvore de manivelas.

4.6 ADITIVOS

Os aditivos são produtos químicos específicos adicionados, em concentração

adequada, ao óleo lubrificante, afim de melhorar o rendimento de uma de suas

qualidades, ceder novas propriedades ou eliminar propriedades indesejáveis.

Segundo o manual de lubrificação automotiva do posto Ipiranga, os principais

aditivos utilizados nos óleos lubrificantes para motor e transmissão são:

• Antioxidante

• Detergente Inibidor

• Dispersante

• Inibidor de Ferrugem

• Antidesgaste / Extrema Pressão (EP)

• Antiespumante

• Abaixador do Ponto de Fluidez

• Modificador de Viscosidade

• Inibidor de Corrosão

• Desativador de Metais

O óleo lubrificante tem funções primordiais para o bom funcionamento do

motor, e a partir de sua análise é possível obter informações sobre as:

Condições do óleo lubrificante: avalia-se as propriedades físico-químicas do

óleo lubrificante para assegurar a eficiência da lubrificação.

Condições do motor: analisa-se as substâncias estranhas em suspensão no

óleo para avaliar as condições da máquina.

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4.7 A ANÁLISE DO ÓLEO LUBRIFICANTE

Segundo Galvani, uma lubrificação só poderá ser correta quando: um ponto de

lubrificação recebe o lubrificante correto, no volume certo e no momento exato.

A lubrificação correta e o monitoramento contínuo são um dos principais

responsáveis pela longa vida útil de veículos, máquinas ou equipamentos.

Segundo o manual da empresa Lubrikol, qualquer óleo lubrificante

independente de sua marca sofre inúmeras contaminações durante o uso, que o

colocam fora de condições técnicas de lubrificar adequadamente, expondo os

componentes mecânicos a elevados níveis de desgastes prematuros e altos riscos de

quebra.

É claro, que não há a possibilidade de se eliminar todas as contaminações as

quais o óleo lubrificante está exposto durante o seu uso. Porém, pode-se manter estas

contaminações, que são extremamente prejudiciais, dentro dos limites, para garantir

que o óleo que está em uso apresente uma lubrificação adequada e segura.

Para garantir está lubrificação adequada e segura, segundo o manual da

Lubrikol, é indispensável estabelecer e implantar um programa de análises de óleo

lubrificantes, pois para manter o óleo em uso dentro dos padrões técnicos aceitáveis

de uma boa lubrificação é necessário monitorá-lo frequentemente através de análises.

É fundamental que o monitoramento do óleo através das análises seja

frequente, pois as contaminações ao óleo podem ocorrer de maneira repentina e em

níveis críticos, muito antes do período determinado para a troca. Assim sendo, se não

houver um frequente monitoramento do óleo em uso, haverá um comprometimento

total da lubrificação resultando em desgastes e quebras prematuras, até que chegue

o período determinado para a troca, e o óleo seja substituído.

Porém, apenas a troca do óleo contaminado não resolve o problema, uma vez

que se a análise do óleo não for realizada, o novo óleo iniciará um novo ciclo e será

contaminado, já que a causa da contaminação não foi identificada, causando mais

desgastes. Também pode acontecer do óleo em uso chegar ao período estipulado

para a troca sem sofrer contaminações críticas, podendo seguir em uso por mais

algum tempo, neste caso jogaria-se fora um óleo ainda em condições, fato que não

ocorreria se uma análise do óleo lubrificante estivesse sendo feita frequentemente.

Assim sendo, para se atingir uma lubrificação tecnicamente adequada a única

maneira é a implantação de um programa de análises do óleo lubrificante, resultando

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na redução de gastos com reposição de peças, mão de obra, horas paradas e volume

de óleo lubrificante consumido.

A análise de óleo consiste em um estudo feito a partir da quantidade, da forma,

da composição e do tamanho das partículas encontradas no óleo. A partir deste

estudo é possível obter informações a respeito das condições das superfícies em

movimento, sem que haja a necessidade de desmontagem do motor. Essas partículas

são produzidas pelo atrito dinâmico entre as peças durante o funcionamento do motor.

Através da análise das partículas pode-se comparar as situações de desgaste do

motor e pode-se atribuí-las a condições físicas ou químicas, como viscosidade, acidez

total, basicidade total, e também a concentração de partículas metálicas que se

encontram no óleo.

Todas as peças que compõem um motor de combustão interna, apresentam

um tempo de vida útil, que varia de acordo com a função da peça. Através da análise

do óleo é possível analisar as condições dessas peças, essa análise, permite apontar

se há desgaste de alguma peça do motor.

Essas análises realizadas no óleo lubrificante são feitas em laboratório,

utilizando-se reagentes, instrumentos e equipamentos.

A ANÁLISE DO ÓLEO LUBRIFICANTE EM USO PODE DETECTAR:

Deficiência de operação ou mecânica

Deficiências no sistema de admissão

Deficiências no sistema de alimentação

Deficiências no sistema de refrigeração

Deficiência no manuseio do óleo

Aplicação inadequada do lubrificante

Desempenho do óleo em serviço

Sabotagem

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4.7.1 AMOSTRA

A amostragem correta é o início de um programa de manutenção preditiva bem-

sucedido.

Amostra é definida como sendo uma pequena porção de alguma coisa dada

para ver, provar ou analisar, a fim de que a qualidade do todo possa ser avaliada ou

julgada. Logo, uma determinada quantidade de um produto, como o lubrificante, só é

uma amostra se contiver as reais características e propriedades do todo.

Segundo Nepomuceno, para que os resultados das análises sejam válidos e

tenham utilidade, as amostras devem ser colhidas com o óleo fluindo no sistema, na

temperatura operacional, e depositadas em recipientes limpos.

1. Para a coleta são utilizadas bombas manuais que sugam a amostra de

lubrificante do reservatório ou cárter, e envia diretamente ao frasco de

amostragem. Para evitar confusões, a amostra deve ser rotulada

imediatamente. Para que se possa avaliar e julgar a amostra, é necessário que

a amostra esteja acompanhada das seguintes informações:

Descrição do equipamento e tipo de serviço;

2. Identificação do lubrificante usado;

3. Tempo de serviço do óleo desde a última troca. Isto é primordial para uma

interpretação mais precisa dos resultados. E deve ser fornecida no documento

impresso de solicitação de coleta e envio de amostras e na etiqueta;

4. Volume de reposição no período;

5. Informação de reparos, mudanças, trocas, etc;

6. Série do compartimento (sempre que possível).

Então, a amostra é enviada ao laboratório, onde o analista selecionará os testes

a serem feitos, baseando-se no tipo e grau do óleo, equipamento de origem e,

frequentemente, mediante um exame sensorial.

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4.8 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE ÓLEO

Existem várias técnicas e métodos de análise de óleo para se obter

diagnósticos finos e precisos de problemas em motores.

Entre os principais métodos utilizados estão:

-Teor de água

-Espectrometria

-Ferrografia

-TBN e TAN

-Insolúveis

-Viscosidade

-Ponto de fulgor

4.8.1 TEOR DE ÁGUA

O teor de água é a quantidade de água em solução de óleo. Em grande parte

dos sistemas de lubrificação a contaminação do óleo por água é indesejada, pois

causa danos como:

Formação de emulsões;

Falha ou ineficiência de lubrificação em pontos críticos;

Impede a ação de aditivos;

Formação de borras, que pode entupir telas, filtros ou tubulações;

Contribuição para a corrosão das superfícies metálicas em certos casos.

Os métodos de ensaios mais utilizados para detecção de água no óleo são:

Crepitação – É o mais conveniente ensaio quantitativo para saber da presença

de água no óleo, segundo Nepomuceno. O ensaio consiste em pingar algumas

gotas de óleo em uma chapa aquecida a 120°C. Se o teor de água for maior

que 0,1% ouve-se ruído típico de crepitação.

Destilação – Destila-se parte da amostra do óleo e em seguida o volume de

água obtido é medido. O valor prático mínimo de detecção é 0,1%.

Karl Fisher – Este ensaio é feito através de um processo de titulação com

reagentes específicos. Segundo Nepomuceno, o método Karl Fisher tem a

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vantagem de poder determinar tanto a concentração de água livre quanto de

água dissolvida, na faixa de partes por milhões. Normalmente ele é apenas

empregado em óleos industriais relativamente limpos ou em óleo de motores

sem uso, pois os resíduos da combustão em óleos de motor usados podem

originar depósitos nos sensitivos eletrodos do aparelho.

4.8.2 ESPECTROMETRIA

Basicamente, a espectrometria é uma técnica que identifica todos os elementos

químicos presentes no lubrificante, fornecendo uma análise quantitativa das partículas

presentes no lubrificante. Essa técnica pode ser realizada pelo método da absorção

atômica ou de emissão ótica.

Os ensaios de espectrometria indicam o estado de desgaste do equipamento,

apresentando dados precisos sobre o conteúdo das substâncias metálicas, como

níquel, ferro, chumbo, alumínio, entre outras; e também fornece dados sobre

contaminações externas, por exemplo o silício. A espectrometria também pode avaliar

os aditivos encontrados no óleo lubrificante.

O ensaio consiste em introduzir a amostra colhida em uma câmara de

combustão, onde os materiais são fragmentados até seu nível atômico. A identificação

é possível porque cada elemento químico apresenta frequências particulares.

Através da identificação dos contaminantes metálicos é possível realizar as

correções para que não haja maiores danos ao equipamento. Para exemplificar essa

identificação, podemos citar a presença do cromo, que pode ser causado pelo

desgaste dos anéis ou camisas (caso os mesmos sejam cromados) ou pode ser

causado pelo vazamento para o cárter refrigerante inibido com cromatos.

Vantagens da espectrometria

- Identifica todas as partículas presentes: desgaste, componentes químicos,

contaminantes.

- Apresenta alta sensibilidade na identificação de partículas menores de 1 mícron.

Desvantagens da espectrometria

- Apresenta baixa sensibilidade na identificação de partículas superiores a 2 mícrons.

- Não diferencia as partículas quanto ao tamanho ou quanto à forma

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Tabela 2 - Alguns dos elementos mais importantes detectados, em motores de

combustão interna

Fonte: Malpica, Luis Gustavo Torquatro. Dissertação (mestrado) - Manutenção predi-

tiva de motores de combustão interna, à gasolina, através da técnica de análise de

lubrificantes.

Alumínio Pistão e espaçadores

Bário, magnésio Aditivos detergentes

Cálcio Poeira e aditivos detergentes

Cobre Metal do mancal anti-ficção e buchas

Cromo Anel e camisa do pistão

Estanho Mancais e buchas, anéis e selos

Ferro Engrenagens, rolamentos, paredes dos

cilindros, guias das válvulas, balancim,

anéis dos pistões, mancais de esferas

e de rolos, pistas dos mancais, pinos e

porcas de travamentos.

Fósforo Aditivos e refrigerantes

Silício Poeira e aditivos antiespumantes

Sódio Refrigerantes, água (em motores

marítimos)

4.8.3 FERROGRAFIA

A técnica de ferrografia, foi descoberta em 1971 por Vernon C. Westcott, um

tribologista de Massachusetts, Estados Unidos e desenvolvida com a colaboração de

Roderic Bowen e do “Naval Air Engineering Center dos EUA”, para fins militares, para

aumentar a confiabilidade no diagnóstico das condições das máquinas e para suprir

as limitações de outras análises. A partir de 1982 a ferrografia foi liberada para uso

civil, no Brasil a técnica só chegou em 1988.

A ferrografia consiste na análise das condições de desgaste dos componentes

de uma máquina, determinando a severidade, o tipo e o modo de desgaste através da

quantificação, da identificação da morfologia, acabamento superficial, coloração,

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natureza e tamanho das partículas encontradas em suspensão na amostra de

lubrificante. Essa técnica pode ser aplicada em óleos ou graxas de qualquer

viscosidade, consistência e opacidade. A técnica de ferrografia satisfaz os requisitos

exigidos pela manutenção preditiva e ainda pode ser empregada na análise de falhas

e na avaliação rápida do desempenho de lubrificantes.

Princípios da Ferrografia:

- Toda máquina sempre apresenta desgaste;

- O desgaste sempre gera partículas;

- O tamanho e quantidade das partículas indicam a severidade do desgaste;

- A morfologia e o acabamento superficial das partículas indicam o tipo de desgaste.

As Análises Ferrográficas dividem-se em: Analítica e Quantitativa

4.8.3.1 FERROGRAFIA ANALÍTICA

Esse tipo de análise ferrográfica permite a identificação das causas do

desgaste através de exame visual da morfologia, da cor das partículas, verificação de

tamanhos, distribuição e concentração no ferrograma.

Através da análise por ferrografia analítica, as partículas de desgaste

classificam-se em cinco grupos que podem ser vistos na tabela 3. Os resultados são

apresentados em gráficos, conforme o exemplo apresentado na figura 35.

Tabela 3 – Classificação das partículas

Fonte: TELECURSO 2000 PROFISSIONALIZANTE. Mecânica - Análise de lubrifican-

tes por meio da técnica ferrográfica. São Paulo.

Classificação das partículas Causas

Ferrosas Esfoliação; corte por abrasão; fadiga de

rolamento; arrastamento; desgaste

severo por deslizamento.

Não-ferrosas Metais brancos; ligas de cobre; ligas de

metal patente ou antifricção.

Óxidos de ferro Óxidos vermelhos; óxidos escuros;

metais oxidados escuros.

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Produtos da degradação do

lubrificante

Corrosão; polímeros de fricção.

Contaminantes Poeira de estrada; pó de carvão;

asbesto; material de filtro; flocos de

carbono.

As fotografias são a única maneira de mostrar, claramente, os aspectos dos

ferrogramas, a seguir, na figura 34, temos alguns exemplos de partículas:

Figura 34 – Partículas encontradas no óleo

Fonte: tecem.com.br

Figura 35 - Exemplo de um gráfico de resultado de ferrografia analítica típico

Fonte: tecem.com.br

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4.8.3.2 FERROGRAFIA QUANTITATIVA

Esse tipo de análise ferrográfica permite que se possa classificar as partículas

conforme o tamanho e a quantidade. Na ferrografia quantitativa determina-se a

concentração de partículas de desgaste maiores que 5μm e menores que 5μm. O

acompanhamento da evolução destes valores permite avaliar as condições de

desgaste do equipamento. As análises são feitas no equipamento chamado

ferrograma, ilustrado na figura 36.

Figura 36 – Ferrograma

Fonte: tecem.com.br

Classificação das Partículas:

Large = L: maiores do que 5 microns

Small = S: menores ou iguais a 5 mícrons

Interpretações:

L + S = concentração total de partículas.

PLP = (L-S)(L+S)*100 = modo de desgaste

IS = (L2-S2)/diluição2 = índice de severidade

Exemplos de um gráfico de ferrografia quantitativa, são ilustrados a seguir nas

figuras 37 e 38, onde o desgaste deste redutor foi diminuído sistematicamente devido

ao aprimoramento dos procedimentos de manutenção, melhores materiais e

lubrificantes.

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Figura 37 - Gráfico de ferrografia quantitativa

Fonte: tecem.com.br

Figura 38 - Gráfico de ferrografia quantitativa

Fonte: tecem.com.br

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Evolução da concentração total de partículas. Não tendo sido acatadas as

recomendações, o compressor acabou parando em emergência.

Vantagens da ferrografia

- Detecção de partículas em ampla faixa de tamanhos: de 2 a 50 mícrons.

- Distinção das partículas pelo tamanho e forma.

- Facilidade de análise das partículas segregadas.

Desvantagens da ferrografia

- Não detecta todos os elementos presentes na amostra.

- Baixa sensibilidade na detecção de partículas menores que 1 mícron

4.8.4 ÍNDICE DE NEUTRALIZAÇÃO (TBN E TAN)

Os testes dos índices de neutralização são técnicas que permitem determinar

a quantidade e o caráter ácido ou básico dos óleos lubrificantes.

Os aditivos antidesgaste de óleos industriais são normalmente ácidos. Já os

óleos utilizados em motores de combustão são básicos. A análise da evolução da

acidez ou da basicidade é uma maneira de acompanhar o consumo de aditivos.

Ao envelhecer, o óleo que está em trabalho apresenta ácidos orgânicos como

resultado de sua oxidação. Por exemplo, um óleo hidráulico, no decorrer de sua vida

útil, percebe-se que sua acidez diminui com o tempo, (pelo consumo de aditivos, para

depois subir novamente) pela oxidação do óleo.

Ao longo da vida, um óleo de um motor diesel, apresenta uma diminuição na

basicidade. Isto porque os aditivos básicos estão neutralizando os ácidos gerados

pela combustão.

Tais características, ácidas ou básicas dos óleos lubrificantes dependem do

conteúdo de aditivos, da natureza do produto, do processo de refinaria e da

deterioração em serviço. As análises são feitas através do equipamento chamado

titulador, ilustrado na figura 39.

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Figura 39 - Titulador automático TBN e TAN

Fonte: www.testoil.com.br

O índice de neutralização pode ser determinado através do método de

potenciométrico. Este método baseia-se no princípio eletrolítico: “ao colocarem-se

dois eletrodos de diferentes materiais em uma solução, é gerada uma diferença de

potencial entre eles”. Esta diferença potencial pode ser relacionada diretamente ao

valor de pH.

O valor do índice de neutralização, de acordo com o caráter ácido ou básico,

pode ser indicado da seguinte maneira:

4.8.4.1 TBN - Total basic number: é a medida da quantidade de ácido, em miligramas

de ácido clorídrico ou perclórico, que é expressa em termos de quantidade equivalente

de KOH (hidróxido de potássio), que se precisa para neutralizar as bases presentes

em um grama de óleo que reage com esses ácidos. O valor do teste de alcalinidade,

em óleos usados, comparados com resultados de ensaios realizados anteriormente

no mesmo óleo, o que permite a avaliação das transformações sofridas pelo óleo em

serviço.

4.8.4.2 TAN - Total acid number: é a medida de quantidade de base, em KOH, que se

precisa para neutralizar todos os componentes ácidos em um grama de óleo. TAN é

a medida de todas as substâncias presentes no óleo, com a capacidade de reagir com

o KOH. O valor deste teste de acidez, em óleos usados, comparado com valores de

testes realizados anteriormente no mesmo óleo, o que permite a avaliação das

transformações sofridas pelo óleo em serviço.

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4.8.5 INSOLÚVEIS

Os insolúveis são substâncias encontradas nos lubrificantes, particularmente,

produtos da oxidação do óleo (borras, vernizes, resinas, gomas), fuligem da

combustão, degradação do óleo entre outros, que não são solúveis no óleo.

Este ensaio consiste em colocar em uma ampola de vidro graduado, uma

determinada quantidade de óleo, na qual foi acrescentada um solvente (pentano ou

tolueno), essa mistura é centrifugada. Ao terminar a centrifugação, uma parte do

líquido é retirada e adiciona-se mais solvente. Novamente, centrifuga-se o líquido. O

processo é repetido até que não haja mais alteração de cor do solvente. Por fim, seca

o solvente e pesa a amostra. O resultado final é dado em porcentagem de insolúveis

em peso ou em mg/l.

Outra maneira de realizar este ensaio é pesando uma membrana de filtro antes

e depois da passagem de um óleo que tenha sido dissolvido.

Ao empregar o pentano como solvente, dizemos que a medição foi dos

insolúveis totais. Já o tolueno como solvente é capaz de dispersar a maioria das borras

e de outros produtos de oxidação. A diferença encontrada entre as leituras com o

pentano e as do tolueno apontam o quanto o óleo está oxidado.

Esse ensaio permite que se determine a quantidade de sedimentos em

suspensão no óleo, porém é de suma importância a interpretação correta dos

resultados levando em conta o histórico do equipamento: um índice de insolúveis

baixo pode significar uma boa condição do óleo, porém, também, pode significar o

resultado de supersaturação do dispersante. Nesse caso, o óleo é exposto a um

volume de contaminante tão alto, que ocorre o fenômeno de sedimentação acelerada

com resultado altamente prejudicial ao motor.

4.8.6 VISCOSIDADE

A viscosidade é a mais importante propriedade físico-química do óleo, está

relacionada à velocidade de fluxo do óleo e garante a formação correta do filme

lubrificante.

A viscosidade pode ser definida como a resistência do fluido ao escoamento.

Acompanhar a viscosidade do óleo e mantê-la dentro dos limites estabelecidos para

sua aplicação é extremamente importante. O aumento da viscosidade pode

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representar um empecilho à fluidez do óleo, com maior consumo de energia. Já a

viscosidade abaixo dos limites estabelecidos pode originar elevadas taxas de

desgaste.

Como já dito, a viscosidade é definida como a resistência do fluido ao

escoamento, esse ensaio consiste em medir o tempo que um fluido leva para escoar

por um tubo capilar, sob uma certa temperatura, entre duas marcas existentes em um

tubo aferido. A viscosidade cinemática é a resultante do produto entre esse tempo,

em segundos, e o fator do tubo. O ensaio é realizado em um viscosímetro,

equipamento ilustrado na figura 40.

Figura 40 – Viscosímetro

Fonte: www.pte.com.co

4.8.7 PONTO DE FULGOR

O ponto de fulgor é a temperatura, na qual o óleo, quando aquecido, desprende

os primeiros vapores que se inflamam rapidamente ao entrar em contato com um

chama.

Do ponto de vista da segurança, a determinação do ponto de fulgor de um óleo

é muito importante, a partir desse resultado é possível minimizar a ocorrência de

incêndios ou explosões.

O ensaio consiste em aquecer o óleo, em um aparelho adequado, que pode ser

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visto na figura 41, até a temperatura na qual se desprendem vapores que, na presença

de ar, provoca um lampejo ao se aproximar da superfície do óleo uma pequena chama

piloto.

Figura 41 – Equipamento para determinar ponto de fulgor

Fonte: www.pensalab.com.br

O ponto de fulgor é o teste mais indicado na análise de óleos lubrificantes

utilizados em motores de combustão interna, pois permite dizer se o óleo lubrificante

que está em uso foi ou não contaminado pelo combustível.

4.9 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ANÁLISE DE ÓLEO LUBRIFICANTE

Essa técnica, apresenta como vantagem o fornecimento de informações que

não podem ser encontradas por outras técnicas, como uma possível contaminação do

óleo lubrificante do motor por combustível ou por água, ou também um excesso do

número de horas de uso do óleo, encontrada através do aumento da acidez total (TAN)

e da redução da basicidade total (TBN), já que, com o motor em funcionamento, os

aditivos básicos vão sendo consumidos na neutralização dos ácidos gerados durante

a combustão.

Outra vantagem apresentada pela análise de óleo lubrificante em motores é a

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de permitir conhecermos a concentração de metais que estejam presentes no óleo,

tais como ferro, estanho, magnésio, silício, entre outros.

Entre as desvantagens apresentadas pela técnica de análises de óleo

lubrificante está a demora na obtenção dos resultados da análise das amostras de

óleo. Outra desvantagem encontrada nessa técnica é a não informação, por parte dos

fabricantes, dos valores máximos admissíveis da concentração de partículas

metálicas no óleo, o que acaba dificultando a implantação de um programa de

manutenção preditiva. A razão para essa não informação são comerciais, pois as

vendas de sobressalentes são uma das principais fontes de renda dos fabricantes, e

um programa de manutenção preditiva pode provocar na redução das vendas a médio

e longo prazo. Assim sendo, fica por conta do interessado criar, ao longo do tempo,

um banco de dados que permita determinar os valores máximos admissíveis, por meio

de diversas análises espectrométricas do óleo lubrificante.

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A seguir será apresentado um guia para interpretação de análise de óleo usado:

Tabela 4 - Interpretação dos resultados das análises do óleo lubrificante

Fonte: tabela adaptada do IFF – CAMPOS. Apostila de Lubrificação

RESULTADOS DA ANÁLISE POSSÍVEIS CAUSAS

REDUÇÃO DA VISCOSIDADE Passagem do combustível para

o óleo;

Complementação do nível do

óleo com óleo de menor

viscosidade.

AUMENTO DA VISCOSIDADE Oxidação;

Intervalos muito longos entre as

trocas de óleo;

Motor que trabalha com

superaquecimento;

Filtro de óleo saturado;

Anéis de seguimento em mal

estado;

Contaminação por água e/ou

fuligem;

Óleo de péssima qualidade;

Entrada falsa de ar não filtrado;

Complementação com óleo

mais viscoso.

CONTAMINAÇÃO POR ÁGUA Condensação;

trincas no cabeçote;

Junta do cabeçote defeituosa

ou queimada;

Radiador de óleo com

vazamento;

Motor trabalhando em baixa

temperatura;

Contaminação externa;

Vazamento do meio

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refrigerante;

Armazenamento incorreto;

Fonte externa.

ANÁLISE ESPECTROGRÁFICA

. Silício

. Cromo

. Alumínio

. Ferro

. Cobre

. Chumbo

. Níquil

. Boro

. Molibidênio

Problema no sistema de filtragem ou

entrada falsa de ar.

Desgaste dos anéis.

Desgaste dos pistões.

Desgaste das camisas.

Desgaste das bronzinas.

Desgaste dos mancais.

Desgaste das válvulas.

Vazamento d’água refrigerante

contendo anticongelante ou inibidor.

Desgaste de anéis de pistão

recobertos com camada de

molibdênio.

REDUÇÃO DO PONTO DE FULGOR Presença de combustível no

lubrificante.

AUMENTO DO PONTO DE FULGOR Mistura com outro tipo de lubrificante.

ALTO TEOR DE INSOLÚVEIS EM

PENTANO E TOLUENO

• Manutenção do filtro de ar

inadequada.

• Problemas na filtragem do óleo.

• Arrefecimento deficiente.

• Problemas na combustão.

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QUEDA DO VALOR DO TBN

(NÚMERO BÁSICO TOTAL) OU

AUMENTO DO NÚMERO DE

NEUTRALIZAÇÃO

• Óleo de baixa qualidade.

• Intervalo de troca muito longo.

• Filtragem inadequada.

• Vazamento de água.

• Arrefecimento deficiente.

• Combustível com alto teor de enxofre

(diesel).

• Temperatura das paredes dos

cilindros muito baixa.

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CAPÍTULO V

CONCLUSÃO

De acordo com o que foi apresentado no Capítulo I, o objetivo deste trabalho é

apresentar técnicas de manutenção preditiva aplicadas em motores de combustão

interna, com ênfase na técnica de análise do óleo lubrificante.

Estes objetivos foram alcançados, haja vista que, baseada em uma análise de

uma ampla bibliografia, este estudo identificou, descreveu e detalhou as técnicas de

análise do óleo lubrificante aplicadas em motores de combustão interna. Mostrando

que o óleo tem diferentes propriedades e através de sua análise conseguimos

identificar os diversos fatores que afetam a vida útil dos motores de combustão interna.

Concluímos através deste estudo, que vale a pena a implantação de um plano

Manutenção Preditiva, mesmo que no primeiro momento represente gastos com

investimentos e implantação. A médio e longo prazo haverá um redução de custos,

uma vez que a manutenção preditiva busca acompanhar, periodicamente, o estado

do equipamento, visando mantê-lo dentro de um conformidade, busca sempre uma

maior e melhor disponibilidade e confiabilidade

Como sugestões para trabalhos futuros, poderiam ser feitos estudos a respeito

de outras técnicas de manutenção preditiva aplicadas em motores de combustão in-

terna, como por exemplo a técnica de análise de vibração em motores, que devido a

sua complexidade apresenta poucos estudos a respeito, produzindo, assim, mais da-

dos estatísticos para comprovar a eficácia da aplicação da manutenção preditiva em

motores.

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CAPÍTULO VI

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

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