cuidado de enfermagem no transtorno de personalidade
TRANSCRIPT
Cuidado de Enfermagem no transtorno de Personalidade
Profa. Sandra de Souza Pereira
Desenvolvimento da personalidade
→ Os estágios de desenvolvimento são identificados pela idade→ Os comportamento podem ser avaliados conforme serem ou não reconhecidos
como adequados para a idade→ O meio também pode influenciar o padrão de desenvolvimento da pessoa→ Indivíduos criados em sistema familiar disfuncional, com frequência apresentam
retardo no desenvolvimento do ego→ Permanecer fixa num nível mais baixo de desenvolvimento, com
comportamentos inapropriados para a idade, torna evidente uma psicopatologia→ Traços inflexíveis e mal adaptativos que provocam comprometimento
funcional ou angústia subjetiva importantes (TP)
Teoria psicanalítica
→ Os cinco primeiros anos da vida como os mais importantes para a formação do caráter básico (Freud)
→ Estrutura da personalidade em três componentes principais: id, ego e superego (Freud)
• Id: local dos impulsos instintivos – o princípio do prazer – presente ao nascimento/satisfação das necessidades imediatas – podem ser irracionais
• Ego: eu racional – o princípio da realidade – 4 a 6 meses – vivencia a realidade do mundo externo, adapta-se e responde a ela – é mediadora entre o mundo externo, o id e o superego
• Superego: o princípio da perfeição – 3 a 6 anos – internaliza valores e aspectos morais estabelecidos pelos cuidados primários – derivado do sistema recompensas/punições – compõem-se de dois aspectos principais (ego-ideal e a consciência)
Topografia da mente
→ Freud classificou todos os conteúdos e as operações mental em três categorias:
• Consciente: inclui todas as lembranças que permanecem dentro da consciência do indivíduo – é a menor – lembranças facilmente lembradas ficam aqui (Ex.: próprio aniversário e de pessoas próximas, algum número de telefone... ) – mente consciente esteja no controle do ego
• Pré-consciente: inclui lembranças que podem ter sido esquecidas, mas com atenção podem ser relembradas (Ex.: endereços e telefones já memorizados mas pouco usados) – parcialmente sob o controle do superego, que ajuda a ocultar pensamentos e comportamentos inaceitáveis
• Inconsciente: inclui todas as lembranças que não são acessadas – é o maior dos 3 níveis – o material inconsciente consiste em lembranças desagradáveis ou não essenciais que foram reprimidas e que podem ser recuperadas por meio de terapia ou hipnose – o material inconsciente pode também emergir em sonhos e em comportamentos incompreensíveis
Estágios do desenvolvimento da personalidade (Freud)
→ Características desenvolvidas durante os primeiros 5 anos pesam sobre os padrões de adaptação e os traços de personalidade na vida adulta
Idade Estágio Principais tarefas de desenvolvimento
0 a 18 meses Oral Alívio da ansiedade através da gratificação oral das necessidades
18 meses a 3 anos Anal Aprendizagem da independência e do controle, com foco na função excretora
3 a 6 anos Fálico Identificação com genitor do mesmo sexo; desenvolvimento de identidade sexual; foco em órgãos genitais
6 a 12 anos Latência Sexualmente reprimido; foco em relacionamento com companheiros do mesmo sexo
13 a 20 anos Genital Lidido reestimulada conforme os órgãos genitais amadurecem; foco nas relações com membros do sexo oposto
Teoria interpessoal (Sullivan)
→ Comportamento e desenvolvimento da personalidade de um indivíduo resultam diretamente dos relacionamentos interpessoais
Idade Estágio Principais tarefas de desenvolvimento
0 a 18 meses Infância Aliviar a ansiedade por meio da gratificação oral das necessidades
18 meses a 6 anos Pré-escolar Aprender a enfrentar uma demora na gratificação pessoal em ansiedade demasiada
6 a 9 anos Juvenil Aprender a formar relacionamentos satisfatórios com pares
9 a 12 anos Pré-adolescência
Aprender a formar relacionamentos satisfatórios com pessoa do mesmo gênero; iniciar sentimentos de afeição por outra pessoa
12 a 14 anos Adolescência inicial
Aprender a formar relacionamentos satisfatórios com pessoas do gênero oposto; desenvolver senso de identidade
14 a 21 anos Fase tardia da adolescência
Estabelecer autoidentidade; vivenciar relacionamentos satisfatórios; trabalhar para desenvolver um relacionamento íntimo duradouro com o gênero oposto
Teoria do desenvolvimento psicossocial (Erikson)
→ Influências dos processos sociais sobre o desenvolvimento da personalidade – oito estágios do ciclo da vida em que o indivíduo luta com “crises” de desenvolvimento
Idade Estágio Principais tarefas de desenvolvimento
0 a 18 meses Confiança vsdesconfiança
Desenvolver uma confiança básica na figura do cuidador e aprender a generalizá-la para outras pessoas
18 meses a 3 anos Autonomia vsvergonha e
dúvida
Obter algum autocontrole e independência dentro do meio
3 a 6 anos Iniciativa vsculpa
Desenvolver um sentido de propósito e habilidade de iniciar e direcionar as próprias atividades
6 a 12 anos Construtividadevs inferioridade
Alcançar um sentido de autoconfiança por meio do aprendizado, competição, realizar com sucesso, e receber reconhecimento de outras pessoas importantes, pares e conhecidos
Teoria do desenvolvimento psicossocial (Erikson)
Idade Estágio Principais tarefas de desenvolvimento
12 a 20 anos Identidade vsconfusão de
papéis
Integrar as tarefas dominadas nos estágios anteriores em uma sensação de segurança do self
20 a 30 anos Intimidade vsisolamento
Formar um relacionamento intenso e duradouro ou um compromisso com outra pessoa, ou uma causa, instituição ou esforço criativo
30 a 65 anos Criação vsestagnação
Alcançar os objetivos de vida estabelecidos para si próprio, ao mesmo tempo também considerando o bem-estar de gerações futuras
65 anos até a morte
Integridade vsdesesperança
Rever a própria vida e derivar significado dos eventos tanto positivos quanto negativos, ao mesmo tempo alcançando um sentido positivo de autovalorização
Teoria das relações objetais (Mahler)
→ Descreve o processo de separação-individualização pelo qual o lactente se destaca da figura materna – evolução ao longo de três fases principais e quatro subfases
Idade Fase/subfase Principais marcos de desenvolvimento
0 a 1 mês I. Autismo normal Satisfação das necessidades básicas para sobrevivência e conforto
1 a 5 meses II. Simbiose Desenvolvimento da consciência quanto à fonte externa de satisfação de necessidades
III. Separação-individualização
5 a 10 meses a. Diferenciação Começo de um reconhecimento básico da separação da figura materna
10 a 16 meses b. Prática Aumento da independência por meio de funcionamento locomotor; aumento do senso de separação do self
16 a 24 meses c. Reaproximação Conscientização aguda da separação do self; aprendizado de procurar “recarga emocional” a partir da figura materna a fim de manter sentimento de proteção
24 a 36 meses d. Consolidação Senso de separação estabelecido; a caminho da constância objetal; resolução da ansiedade da separação
Teoria do desenvolvimento cognitivo (Piaget)
→ A inteligência humana é uma extensão da adaptação biológica, ou a habilidade de uma pessoa de se adaptar psicologicamente ao meio – cada estágio é pré-requisito para o próximo
Idade Estágio Principais tarefas de desenvolvimento
0 a 2 anos Sensório-motor Com o aumento da mobilidade e da consciência, o desenvolvimento de um senso de si como separado do meio externo; o conceito de permanência objetal emerge conforme a habilidade de formar imagens mentais evolui
2 a 6 anos Pré-operatório Aprender a se expressar com a linguagem; desenvolvimento de compreensão de gestos simbólicos; alcance de permanência objetal
6 a 12 anos Operações concretas
Aprender a aplicar lógica ao raciocínio; desenvolvimento da compreensão da reversibilidade e espacialidade; aprender a diferenciar e classificar; aumento da socialização e aplicação de regras
12 a 15+ anos Operação formais Aprender a pensar e considerar em termos abstratos; elaborar e testar hipóteses; a capacidade de raciocínio lógico e de explicação de motivos se expande e é refinada; a maturidade cognitiva é alcançada
Teoria do desenvolvimento moral (Kolhberg)
→ Estágios não estão ligados a grupos etários específicos; cada estágio é necessário e básico para o próximo e que todos os indivíduos precisam progredir ao longo dos estágios
Nível/Idade Fase/subfase Foco do desenvolvimento
I. Pré-convencional (a partir de 4 a 10 anos)
1. Punição o orientação à obediência
Comportamento motivado por medo de punição
2. Orientação relativista instrumental
Comportamento motivado por egocentrismo e preocupação consigo próprio
II. Convencional (a partir de 10 a 13 anos até vida adulta)
3. Orientação de concordância interpessoal
Comportamento motivado por expectativas de outras pessoas; forte desejo de aprovação e aceitação
4. Orientação pela lei e pela ordem
Comportamento motivado por respeito pela autoridade
III. Pós-convencional (a partir da adolescência em diante)
5. Orientação de contrato social e legal
Comportamento motivado por respeito a leis e princípios morais e universais; guiado por conjunto interno de valores
6. Orientação de princípios éticos universais
Comportamento motivado por princípios internalizados de honra, justiça e respeito pela dignidade humana; guiado pela consciência
Relevância para a prática de enfermagem
Teoria Psicanalítica
- Conhecer a estrutura da personalidade pode auxiliar os profissionais enfermeiros;
- Ter habilidade de reconhecer comportamento associados ao id, ego e superego (avaliação do nível de desenvolvimento);
- Compreender o uso de mecanismos de defesa do ego para determinar comportamento mal adaptativos;
- Planejar os cuidados para auxiliar o cliente em mudanças;
Teoria Interpessoal
- O relacionamento é uma intervenção de enfermagem psiquiátrica;
- Relações terapêuticas são desenvolvidas entre o profissional enfermeiro e o cliente;
- Conhecer os comportamentos associados a todos os níveis de ansiedade e métodos de alívio;
- Auxiliar os clientes a alcançarem um grau mais elevado de independência e de funcionamento interpessoal;
Relevância para a prática de enfermagem
Teoria Psicossocial
- Incorpora conceitos socioculturais no desenvolvimento da personalidade;
- Proporciona uma abordagem gradual sistemática e delineia tarefas específicas que devem ser completadas durante cada estágio;
- Indivíduos com problemas de saúde mental lutam para alcançar feitos nos diversos estágios de desenvolvimento;
- Planejar assistência para auxiliar o indivíduo nestas tarefas;
Teoria das Relações Objetais
- Avaliar o nível de individualização do cliente e de cuidadores primários;
- Rastreamento de problemas emocionais e a não realização das tarefas de separação/individuação;
- Individuo com T. P. Borderline provavelmente se encontra fixado na fase de desenvolvimento reaproximação, abrigando temores de abandono e raiva subjacente;
Relevância para a prática de enfermagem
Teoria do Desenvolvimento Cognitivo
- Uso de técnicas cognitivas ajuda nos cuidados aos pacientes deprimidos;
- A terapia concentra-se em mudar pensamentos automáticos e contribuem para o afeto distorcido;
- Importante conhecer como a cognição se desenvolve;
Teoria do Desenvolvimento Moral
- Tem relevância por afetar o raciocínio crítico acerca de como os indivíduos devem se comportar e tratar os outros;
- Reflete o modo como uma pessoa interpreta respeito básico por outros (vida humana, liberdade, justiça ou confidencialidade);
- Auxiliar no esforço de avançar progressivamente em direção a um nível mais elevado de maturidade de desenvolvimento;
Modelo de Enfermagem (Peplau)
→ Aplicou a teoria interpessoal ao desenvolvimento da relação enfermeira-cliente;→ Arcabouço da Enfermagem Psicodinâmica (envolvimento interpessoal da enfermeira com um
cliente em uma determinada situação de enfermagem)→ Papéis: conjunto de valores e comportamentos específicos para posições funcionais dentro de
estruturas sociais• Pessoa de recursos: proporciona informações necessárias específicas• Conselheira: ouve o que o cliente relata sobre os sentimentos relacionados as dificuldades que está
enfrentando• Professora: identifica as necessidades de aprendizagem e dá informações ao cliente ou família• Líder: direciona a interação enfermeira-cliente e assegura ações apropriadas• Especialista técnica: possui habilidades para realização intervenções que são do melhor interesse
para o cliente• Substituta: figura representante de outra pessoa
Modelo de Enfermagem (Peplau)
Fases do relacionamento enfermeiro-cliente
Orientação Fase em que cliente, enfermeiro e família trabalham juntos para
reconhecer, esclarecer e definir o problema existente
Identificação Fase em que o cliente começa a responder seletivamente àqueles que
parecem oferecer ajuda
Exploração Fase em que o cliente continua a tirar vantagem plena dos serviços
oferecidos a ele
Resolução Ocorre quando o cliente torna-se livre da identificação com as pessoas que
o auxiliam e junta força para assumir independência
Modelo de Enfermagem (Peplau)
Idade Estágio Principais feitos de desenvolvimento
Lactância Aprender a contar com os outros
Aprender a se comunicar de diversos modos com o cuidador primário a fim de ter as necessidades de conforto satisfeitas
Pré-escolaridade inicial
Aprender a postergar a satisfação
Aprender a satisfação de agradar aos outros ao postergar a autogratificação de pequenas maneiras
Pré-escolaridade tardia
Identificar a si próprio
Aprender os papéis e comportamentos apropriados ao adquirir a habilidade de perceber as expectativas de outrem
Idade escolar Desenvolver habilidades na participação
Aprender as habilidades de comprometimento, competição e cooperação com outrem; estabelecimento de uma visão mais realista do mundo e um sentimento de seu lugar nesse mundo
Relevância para prática de Enfermagem
→ Confere aos enfermeiros um arcabouço para interagir com clientes
→ Sugeriu papéis que os enfermeiros podem assumir para auxiliar os clientes a evoluir
→ Facilitar o aprendizado do que não foi aprendido em experiências anteriores
O que é personalidade?
→ Derivada do termo grego persona
→ Usada para descrever a máscara teatral da época
→ Passou a representar a pessoa por trás da máscara – a pessoa real
→ Totalidade das características emocionais e comportamentais que são particulares de uma pessoa específica e que permanecem de certa maneira estáveis e previsíveis ao longo do tempo
Traços de personalidade x Transtornos de personalidade
→ Traços de personalidade são padrões duradouros de percepção, relacionamento e pensamento acerca do ambiente e de si que são exibidos em uma grande variedade de contextos sociais e pessoais (APA, 2000).
→ Transtornos de personalidade esses traços tornam-se inflexíveis e mal adaptativos e causam prejuízo funcional significativo ou distressesubjetivo (APA, 2000).
Exemplos: reservado, aberto, introvertido, extrovertido, hesitante, submisso, dominante...
Traços de personalidade x Transtornos de personalidade
→ Todos apresentam alguns comportamentos associados aos vários TPde tempos em tempos
→ Quando o comprometimento funcional é significativo se acredita que o indivíduo tem um TP
→ Há inúmeras influências biológicas e psicológicas nodesenvolvimento da personalidade: hereditariedade, temperamento, aprendizagem experimental e interação social...
→ O profissional enfermeiro deve compreender o desenvolvimento normal antes de aprender o que é considerado mal adaptativo
Aspectos históricos
→ Reconhecimento de que o indivíduo pode se comportar irracionalmente mesmo quando os poderes do intelecto apresentam-se íntegros
→ Insanidade moral (termo utilizado no século XIX)
→ Os transtornos de personalidade estão reunidos em três grandes agrupamentos (DSM-IV-TR)
Aspectos históricos
Agrupamento AComportamentos descritos
como estranhos ou excêntricos
Agrupamento BComportamentos descritos
como dramáticos, emocionais ou irregulares
Agrupamento CComportamentos descritos
como ansiosos ou com medo
a. Transtorno de Personalidade Paranóide
a. Transtorno de Personalidade Antissocial
a. Transtorno de Personalidade de Esquiva
b. Transtorno de Personalidade Esquizoide
b. Transtorno de Personalidade Borderline
b. Transtorno de Personalidade Dependente
c. Transtorno de Personalidade Esquizotípica
c. Transtorno de Personalidade Histriônica
c. Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo
d. Transtorno de Personalidade Narcisista
d. Transtorno de Personalidade Passivo-Agressivo
Transtorno de Personalidade Paranóide
→ Definido como “uma desconfiança generalizada e suspeita de outros, de tal maneira que os motivos desses são interpretados como malévolos, que começam no início da vida adulta e apresentam-se em uma variedade de contextos” (DSM-IV-TR)
→ A característica típica é a suspeita de longa duração e desconfiança em relação às pessoas em geral
→ Raramente buscam ajuda ou exigem hospitalização
→ Capazes de se compor bem, de forma que ocomportamento não parecerá mal adaptativo
→ Mais comumente diagnosticado em homens
Transtorno de Personalidade Paranóide
QUADRO CLÍNICO
→ Estão constantemente em guarda, vigilantes e prontos→ Parecem tensos e irritáveis e desenvolvem um exterior inflexível→ Tornam-se imunes e insensíveis aos sentimentos dos outros→ Evitam interações e sempre acham que os outros querem tirar proveito→ São extremamente emocionais→ Não confiam em ninguém e estão constantemente testando a honestidade dos outros→ Mantém sua autoestima atribuindo suas deficiências a outros→ Não aceitam a responsabilidade por seus próprios comportamento e sentimentos e projetam essa
responsabilidade nos outros→ São invejosos e hostis→ São extremamente vulneráveis e estão constantemente na defensiva→ O desejo de represália e vingança é intenso e pode resultar em agressões e violência→ As explosões são breves e logo recupera o controle externo
Transtorno de Personalidade Paranóide
FATORES PREDISPONENTES
→ Possível ligação hereditária
→ Maior incidência entre parentes com esquizofrenia
→ Podem ter sido submetidas a antagonismo e assédio parental
→ Provavelmente serviram de bodes expiatórios para a agressão parental deslocada e gradualmente
abandonaram toda a esperança de carinho e aprovação
→ Aprenderam a perceber o mundo como duro e cruel, lugar que pedia vigilância de proteção e
desconfiança
→ Pela atitude “brigona” e receberam muitas recusas e rejeições
→ Prevendo humilhação e traição aprendeu a atacar primeiro
Transtorno de Personalidade Esquizoide
→ Caracterizado principalmente por um defeito profundo na capacidade de formar relações pessoais ou de responder a outros de maneira significativa, emocional
→ Padrão ao longo da vida de isolamento social e aparente desconforto com a interação humana
→ Prevalência na população geral entre 3 a 7,5%
→ Proporção da doença entre os sexos é desconhecida, porém mais frequentemente diagnosticada em homens
Transtorno de Personalidade Esquizoide
QUADRO CLÍNICO
→ Parecem frias, distantes e indiferentes aos outros
→ Preferem trabalhar em isolamento e são antissociais, com pouca necessidade ou desejo de laços
emocionais
→ Capazes de investir energia afetiva em atividades intelectuais
→ Na presença de outras pessoas parecem tímidas, ansiosas ou desconfortáveis
→ São inadequadamente sérias sobre tudo e tem dificuldade em agir de maneira alegre
→ Comportamento e conversa com pouca ou nenhuma espontaneidade
→ Incapazes de sentir prazer e sua afeição geralmente é branda e restrita
Transtorno de Personalidade Esquizoide
FATORES PREDISPONENTES
→ Hereditariedade evidente
→ Característica de introversão altamente hereditária
→ Provavelmente é influenciado pelos primeiros padrões de interação que a pessoa encontrou
como frios e insatisfatórios
→ Infância caracterizada como sombria e fria, sem carinho e empatia
→ Criança criada com este tipo de parentalidade pode se tornar um adulto esquizoide se possuir
uma disposição temperamental tímida, ansiosa e introvertida
→ Ocorre com adultos que tiveram relações frias, negligentes e não gratificantes na primeira infância
Transtorno de Personalidade Esquizotípica
→ Indivíduos já foram descritos como “esquizofrênicos latentes”
→ Comportamento estranho e excêntrico, mas não descompensa ao nível da esquizofrenia
→ Prevalência de 3% da população
Transtorno de Personalidade Esquizotípica
QUADRO CLÍNICO
→ São arredios e isolados e comportam-se de maneira branda e apática
→ Pensamento mágico, ideias de referência, ilusões e despersonalização (ex.: superstição, crença de
clarividência, telepatia, sexto sentido...)
→ Padrão da fala é bizarro
→ Não conseguem orientar seus pensamentos de maneira lógica e perdem-se em irrelevâncias
pessoais e em parte tangenciais (essa característica afasta as pessoas)
→ Sob estresse, podem descompensar e demonstrar sintomas psicóticos
→ Costumam falar ou gesticular para si mesmos
→ Afeição branda e inadequada, como rir em situações consideradas tristes ou de si mesmo
Transtorno de Personalidade Esquizotípica
FATORES PREDISPONENTES
→ É mais comum entre os parentes biológicos de primeiro grau com esquizofrenia
→ Fatores biogêncios podem contribuir como déficits anatômicos ou disfunções neuroquímicas
(redução na ativação, mínima sensibilidade prazer-dor)
→ A dinâmica familiar inicial pode ter sido caracterizada por indiferença, impassibilidade ou
formalidade, levando a um padrão de desconforto com afeição e proximidade pessoal
→ Provavelmente foram evitados, negligenciados, rejeitados e humilhados por outros, o que resultou
em baixa autoestima e desconfiança acentuada nas relações interpessoais
→ Se afastam e reduzem situações que evocam tristeza e humilhações
Transtorno de Personalidade Antissocial
→ É um padrão de comportamento socialmente irresponsável, explorador e sem culpa
→ Reação sociopata ou psicopata
→ Reflete um descaso geral pelos direitos do outros
→ Exploram e manipulam os outros para ganho pessoal e não se preocupam em obedecer a lei
→ Dificuldade para manter um emprego consistente e desenvolver relações estáveis
→ É um dos transtornos mais pesquisados
→ É mais comum entre as classes socioeconômicas mais baixas
→ Raramente vistos nos ambientes clínicos (ordem judicial)
→ Frequentemente encontrados em prisões, cadeias e serviços
de reabilitação
Transtorno de Personalidade Antissocial
QUADRO CLÍNICO
→ Parecem frios e insensíveis – intimidação de maneira brusca e deliberante
→ Argumentativos e as vezes cruéis e maliciosos
→ Carecem de carinho e compaixão – desconfiam dessas qualidades nos outros
→ Tolerância baixa a frustração, inquietos e entediam facilmente – assumindo riscos
→ Se conseguem o que querem agem com alegria; se não, fúria e vingança
→ Desprezo pelos fracos e desfavorecidos
→ Exploram sem sinal de vergonha ou culpa
→ Confiança em si mesmo
→ Ignora regras e autoridade convencional – flagrados desrespeitando a lei e direito do outro
Transtorno de Personalidade Antissocial
FATORES PREDISPONENTES
→ Influências biológicas: filhos de pais antissociais são mais propensos (mesmo se criados
separados) – crianças com atitude de bullying – não tem medo de castigo – incontroláveis – TDAH
e de conduta
→ Dinâmica familiar: ausência de disciplina parental; pobreza extrema; remoção da casa; crescer
sem figuras parenterais; métodos erráticos de disciplina; ser resgatado dos apuros e privação
materna
Transtorno de Personalidade Borderline
→ Caracterizado por um padrão de relacionamentos intensos e caóticos
→ Instabilidade afetiva e atitudes flutuantes em direção a outras pessoas
→ São impulsivos, são direta e indiretamente autodestrutivos
→ Não tem um claro sentido de identidade
→ A prevalência é de 1%
→ É mais comum em mulheres (4 para 1)
Transtorno de Personalidade Borderline
QUADRO CLÍNICO
→ Sempre parecem estar em estado de crise
→ Comportamento reflete mutabilidade frequente (tom afetivo dominante, único, depressão,
agitação ansiosa ou explosões de raiva)
Depressão crônica:- Comum- Em resposta a sentimentos de abandono da
mãe na 1ª infância- Sentimento de raiva voltado para si e
externamente sobre o ambiente
Incapacidade de estar sozinho:- Medo crônico de abandono- Pouca tolerância de estar sozinhos
Transtorno de Personalidade Borderline
Padrões de interação
Apego e distanciamento (padrão)- Idealizam excessivamente um indivíduo- Necessidade frequente de conversar- Encenação e mutilação quando não conseguem
estar com a pessoa- Desconforto pela proximidade leva a
hostilidade, raiva e desvalorização da pessoa- Distanciamento em resposta a separações
Cisão- Mecanismo de defesa do ego primário- Incapacidade de integrar e aceitar tanto
sentimentos positivos como negativos
Manipulação- Para evitar separação que receiam (medo de
abandono)
Comportamentos autodestrutíveis- Repetitivos e automutiladores (manifestação
clássica)- Gestos manipulativos- Tentativas de suicídio são comuns e resultam de
sentimentos de abandono- Cortar, arranhar e queimar- Dor como validação da existência
Impulsividade- Controle precário do impulso (abuso de drogas, jogos de azar, promiscuidade, condução imprudente
e compulsão e purgação).
Transtorno de Personalidade Borderline
FATORES PREDISPONENTES
→ Influências biológicas: bioquímicas e genéticas
→ Influências psicossociais: trauma infantil
→ Fatores de desenvolvimento: fixação na fase de reaproximação do desenvolvimento
Transtorno de Personalidade Histriônica
→ Caracteriza-se por um comportamento vívido, dramático e
extrovertido em indivíduos excitáveis, emocionais
→ Dificuldade em manter relacionamentos duradouros
→ Exijam afirmação constante de aprovação e aceitação de outros
→ Prevalência de cerca de 2 a 3%
→ Mais comum em mulheres
Transtorno de Personalidade Histriônica
QUADRO CLÍNICO
→ Tendem a se apresentar dramaticamente, buscar atenção, ser excessivamente sociáveis e
sedutoras
→ Usam comportamentos manipulativos e exibicionistas – ser o centro das atenções
→ Necessidade de aprovação e um desesperado esforço para ser notado e evocar afeto e atenção
→ A falha em evocar atenção e aprovação resulta em sentimentos de tristeza e ansiedade
→ São altamente distraídos e volúveis por natureza (dificuldade de prestar atenção em detalhes)
→ Despreocupados e sofisticados por um lado e ingênuos por outro
→ Altamente sugestionáveis, impressionáveis e facilmente influenciados (dependentes)
→ Relações interpessoais fugazes e superficiais – sem capacidade de oferecer afeição sustentada
Transtorno de Personalidade Histriônica
FATORES PREDISPONENTES
→ Hereditariedade pode ser um fator
→ Criança pode ter aprendido que o reforço positivo era condicionado à capacidade de executar
comportamentos aprovados e admirados pelos pais
→ Aceitação e aprovação dos pais vem de maneira inconsciente
→ A frustração em obter a atenção dos pais leva ao exagero dos comportamentos básicos
→ Entram na adolescência com sede insaciável por atenção e amor
Transtorno de Personalidade Narcisista
→ Sentido exagerado de autoestima
→ Não tem empatia, são hipersensíveis à avaliação de
outros
→ Acreditam que tem o direito inalienável de receber
consideração especial
→ Seu desejo é justificativa suficiente para possuir o
que quer que procurem
→ Na população clínica ocorre de 2 a 16%
→ Na população geral menos de 1%
Transtorno de Personalidade Narcisista
QUADRO CLÍNICO
→ Parecem não ter humildade
→ Excessivamente autocentrados/exploram os outros para cumprir os próprios desejos
→ Não veem seu comportamento como inadequado ou censurável
→ Se veem como seres superiores e acreditam que tem direitos e privilégios
→ Humor geralmente otimista, relaxado, alegre e despreocupado (mudança rápida pela baixa
autoestima)
→ Se não atendem suas auto expectativas, sem feedback positivo ou se criticados, respondem com
raiva, vergonha, humilhação e tristeza
→ Comprometimento das relação interpessoais devido a exploração pela autossatisfação
Transtorno de Personalidade Narcisista
FATORES PREDISPONENTES
→ É sugerido que quando crianças tiveram seus medos, falhas ou necessidades de dependência
respondidos com críticas, desprezo ou negligência
→ Os pais também eram narcisistas
→ Pais podem ter submetido a criança a abuso físico ou emocional ou negligência
→ Também pode desenvolver em ambientes em que os pais tentam viver suas vidas indiretamente
por meio de seus filhos
Transtorno de Personalidade Esquiva
→ Extremamente sensível à rejeição – vida socialmente muito retraída
→ Pode haver um forte desejo de companhia
→ Extrema timidez e o medo de rejeição criam necessidades de garantias de forte aceitação
incondicional
→ Prevalência entre 0,5 e 1%
→ Igualmente comum entre homens e mulheres
Transtorno de Personalidade Esquiva
QUADRO CLÍNICO
→ Estranhas e desconfortáveis em situações sociais
→ De longe podem parecer tímidos, retraídos ou frios, mas aqueles próximos conhecem sua
sensibilidade, melindre, evasivas e características não confiáveis
→ Discurso lento e limitado, com frequentes hesitações
→ Sequência de pensamento fragmentado e digressões confusas e irrelevantes ocasionais
→ Muitas vezes solitários e expressam sentimentos de não serem desejados
→ Veem os outros como críticos, traidores e humilhantes
→ Por não conseguir desenvolver relações sociais experimentam depressão, ansiedade e raiva de si
mesmo
Transtorno de Personalidade Esquiva
FATORES PREDISPONENTES
→ É possível uma influência hereditária (ocorre com mais frequência em determinadas famílias)
→ Lactentes com traços de exposição de hiperirritabilidade, mau humor, tensão e comportamentos
de retraimento podem possuir disposição temperamental para um padrão de esquiva
→ Influências psicossociais (rejeição parental e censura) – reforçada pelos pares
→ Crianças criadas em famílias que são desprezadas, abandonadas e criticadas (sentimentos de
baixa autoestima e alienação social) – suspeitar e ver o mundo como hostil e perigoso
Transtorno de Personalidade Dependente
→ Necessidade exagerada e excessiva de ser cuidado (comportamento submisso e aderente e a
temores de separação)
→ Tendência a permitir que outros tomem decisões
→ Tolera maus-tratos e humilha-se para ganhar aceitação
→ Não funciona em situações que exigem comportamento assertivo ou dominante
→ É mais comum em mulheres (crianças mais jovens de uma família)
Transtorno de Personalidade Dependente
QUADRO CLÍNICO
→ Notável falta de autoconfiança (postura, voz e maneirismos)
→ Tipicamente passivos e submissos aos desejos dos outros
→ Excessivamente generosos e pensativos (subestimam a própria atratividade e realizações)
→ Sozinhos podem se sentir pessimistas, desanimados e abatidos (sofrimento em silêncio)
→ Nas relações assumem o papel passivo e submisso (nos rompimentos sentem-se temerosos e
vulneráveis / apressam-se para iniciar outra relação)
→ Evitam posições de responsabilidade (se forçados a elas ficam ansiosos)
→ Baixa autoestima (facilmente magoados pela crítica e desaprovação)
Transtorno de Personalidade Dependente
FATORES PREDISPONENTES
→ Lactente pode ser geneticamente predispostos ao temperamento dependente
→ Dependência pode ser estimulada na lactância
→ Pais superprotetores, que desencorajam comportamentos independentes na criança
→ Pais que facilitam as novas experiências e se recusam a permitir que ela aprenda com as
experiências a incentivam a desistir da autonomia
→ Criança pode temer uma perda de amor ou apego da figura dos pais se comportamentos
independentes forem tentados
Transtorno de Personalidade Obsessivo-compulsiva
→ São muito sérios e formais - dificuldade em expressar emoções
→ Excessivamente disciplinados, perfeccionistas e preocupados com regras (inflexíveis)
→ Devoção à produtividade – exclusão de prazer pessoal
→ Intenso medo de errar – dificuldade de tomada de decisão
Transtorno de Personalidade Obsessivo-compulsiva
QUADRO CLÍNICO
→ São inflexíveis e não tem espontaneidade
→ Meticulosos e trabalham de maneira diligente – pacientes em tarefas de precisão e disciplina
→ Preocupados com questões de organização e eficiência
→ Comportamento social tende a ser educado e formal – conscientes da hierarquia – solícitos e
insinuantes com os superiores e autocráticos e condenatórios com os subordinados
→ Comportamento emocional imaturo e irresponsável
→ Superficialmente calmos e controlados
→ Defesas com isolamento, intelectualização, racionalização e invalidação
Transtorno de Personalidade Obsessivo-compulsiva
FATORES PREDISPONENTES
→ Visão psicanalítica, estilo parental com excesso de controle – filhos vivam seus padrões de
conduta
→ Elogios para comportamentos positivos / punições para os comportamentos indesejáveis
→ Aprendem a atender restrições e regras rígidas
Transtorno de Personalidade Passiva-agressiva
→ Padrão profundo de atitudes negativas e de
resistência passiva às exigências para o empenho
adequado na vida social e profissional
→ Começa no início da vida adulta
→ Base de expressão passiva de uma
agressão encoberta
Transtorno de Personalidade Passiva-agressiva
QUADRO CLÍNICO
→ Sentem-se enganados e desvalorizados
→ Acreditam que a vida tem sido cruel a eles – inveja pela “vida fácil” de outros
→ Sentem-se prejudicados e podem ir longe por vingança – de maneira sutil e passiva
→ Demonstram resistência passiva e obstrução geral em resposta as expectativas dos outros
→ Comportamento interpessoal: alternam papéis de mártir, do ofendido, do lesado, do
incompreendido, do contrito, de sentimento de culpa, do doentio e do que trabalha demais
→ Capazes de extravasar a raiva e ressentimento sutilmente enquanto ganham atenção, conforto e a
dependência que anseiam
Transtorno de Personalidade Passiva-agressiva
FATORES PREDISPONENTES
→ Atitudes e comportamentos parentais contraditórios
→ Dinâmica familiar nuclear – a qualquer momento as crianças podem receber carinho e apoio ou
hostilidade e rejeição
→ Crianças internalizam atitudes conflitantes
→ Aprendem a controlar a raiva por medo de provocar o afastamento dos pais
→ Abertamente a criança parece educada e exigente
→ Hostilidade e ineficiência são manifestadas secreta e indiretamente
Cuidados de enfermagem
TRATAMENTO
→ Difícil pelo não reconhecimento e não aderência
→ Hospitalizações geralmente por outros motivos
→ Abandono do tratamento pelo julgamento de não estar doente
→ Dificuldade em estabelecer vínculo
→ Exige paciência e tolerância por parte do profissional
Cuidados de enfermagem
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM (NANDA)
1. Percepção sensorial perturbada relacionada principalmente à presença marcante de
comportamento manipulativo, o qual propicia a interpretação ambiental segundo seus desejos
em detrimento das necessidades do outro.
2. Enfrentamento ineficaz relacionado ao nível inadequado de percepção, de controle e suporte
social inapropriado criado pelas características dos relacionamentos familiares e sociais
consequentes à resolução inadequada de problemas, do comportamento destrutivo em relação a
si e aos outros, das mudanças nos padrões habituais de comunicação e do uso abusivo de
substâncias psicoativas.
Cuidados de enfermagem
1. D
2. D
3. Risco de automutilação relacionado à manipulação para satisfazer suas necessidades por
deficiência nos padrões de enfrentamento.
4. Risco de violência direcionada a outros relacionado à intoxicação por substâncias psicoativas e
impulsividade, evidenciado por enfrentamento inadequado.
5. Processos familiares interrompidos relacionados ao uso de substância psicoativa e à falta de
habilidades para resolver problemas.
6. Isolamento social relacionado à incapacidade de engajar-se em relacionamentos pessoais
satisfatórios, valores e comportamento sociais inaceitáveis, recursos pessoais inadequados e
interesses imaturos.
7. Processo de pensamento perturbado relacionado à interpretação não acurada do ambiente.
Cuidados de enfermagem
1. D
2. D
3. G
4. G
5. G
6. G
7. G
8. Enfrentamento defensivo relacionado à hipersensibilidade ao menosprezo ou crítica e projeção
de culpa ou responsabilidade, ambos caracterizados pela racionalização de falhas e sentimento
de superioridade em relação aos outros, às vezes evidenciados por riso hostil ou ridivularização
dos demais.
9. Risco de solidão relacionado ao isolamento social.
10.Desesperança relacionada ao isolamento social.
11.Risco de suicídio relacionado à depressão, quando presente.
12.Interação social prejudicada em decorrência da interação disfuncional com o grupo familiar e
social.
Cuidados de enfermagem
1. D
2. D
3. G
4. G
5. G
6. G
7. G
8. D
9. D
10. D
11. D
12. d
13.Manutenção ineficaz da saúde relacionada à não percepção de si mesmo como pessoa com
transtorno de personalidade incapaz de controlar-se, identificar ou buscar ajuda para manutenção
da saúde.
14.Não adesão ao tratamento relacionada à não aceitação da necessidade de tratamento decorrente
da falta de percepção de seu estado de saúde.
15.Tensão de papel do cuidador (profissional ou familiar) relacionada a expectativas não realistas de
si mesmo e em relação aos membros da equipe; comportamentos inadequados em decorrência
do comportamento manipulativo e de outros não aceitos socialmente.
Cuidados de enfermagem
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM (NIC)
▪ Ter em mente que o cliente apresenta um comportamento que dificulta o desenvolvimento de
interações interpessoais adequada com familiares e outros.
▪ Todos os membros da equipe devem analisar os próprios sentimentos, atitudes e reações em
relação ao comportamento do cliente (atitude positiva é essencial para o cuidado).
▪ Oferecer supervisão ou orientação quando perceber que o comportamento e os sentimentos dos
membros da equipe estão interferindo na atuação terapêutica.
▪ Buscar supervisão quando necessário.
Cuidados de enfermagem
▪ Estabelecer um contrato terapêutico com o cliente, deixando claro o contexto de limites e
liberdade.
▪ Planejar a assistência em consonância com a equipe, incluindo a família e cliente.
▪ Analisar com o cliente os objetivos para o futuro, se condizem com a realidade e orientar a família.
▪ Tentar criar vínculo, estimular expressão de sentimentos relacionados à rejeição, ao medo da
solidão e do abandono.
▪ Analisar as mudanças necessárias de acordo com a real necessidade do cliente.
▪ Ser autêntico diante das manifestações de comportamento que chocam os demais.
▪ Expressar-se com segurança, firmeza, sem conotação de julgamento.
▪ Manter o cliente em observação para prevenção da auto ou heteroagressão.
Cuidados de enfermagem
▪ Estar atento ao suicídio, identificando ideias e manifestações de comportamento indicativos de
sua presença.
▪ Estabelecer limites de modo claro quando o cliente violar normas e regras do local.
▪ Assegurar coesão da equipe no seguimento do limite preestabelecido.
▪ Explicar ao cliente o limite que está sendo imposto e a razão para isso.
▪ Informar sobre o comportamento esperado e oferecer reforço positivo.
▪ Falar de maneira clara, simples e segura que trata-se de medida terapêutica e não punitiva.
▪ Tentar ocupar o cliente em alguma atividade produtiva para estimulá-lo a assumir
responsabilidade.
▪ Estar alerta às manifestações de comportamento manipulativo, sedução e agressão (limite)
Cuidados de enfermagem
▪ As normas e rotinas do serviço devem ser explicadas ao cliente.
▪ Realizar o controle do comportamento impulsivo e autodestrutivo para evitar danos, observando o
que pode desencadear (lembrar do contrato estabelecido).
▪ Prestar cuidados relativos ao tratamento que ele está recebendo.
▪ Não adesão ao tratamento pela falta de seguimento das orientações recebidas (não se julgar
doente).
▪ Oferecer apoio para incentivar o cliente a testar novos padrões de comportamento.
▪ Utilizar estratégias de comunicação terapêutica.
▪ Observar e adotar as ações necessárias para suprir as necessidades de alimentação, higiene, sono
e eliminações.
Cuidados de enfermagem
▪ Desenvolver atividades ocupacionais e recreacionais.
▪ Envolver o cliente em medidas de reabilitação para atender suas preferências.
▪ Estabelecer relacionamento com o grupo familiar (discutir e encontrar soluções).
▪ Orientar a família a procurar recursos existentes na rede para seu atendimento.
Referências
▪ TOWNSEND, M. C. Enfermagem psiquiátrica: conceitos de cuidados. 7. Ed. São Paulo: Guanabara, 2017.
▪ DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.
▪ STEFANELLI, M. C.; FUKUDA, I. M. L.; ARANTES, E. C. Enfermagem psiquiátrica em suas dimensões assistenciais. Barueri:
Manole, 2008.