cristiane domingos de aquino teixeira€¦ · gestÃo da comunicaÇÃo na seara acadÊmica...

GESTÃO DA COMUNICAÇÃO NA SEARA ACADÊMICA

Cristiane Domingos de Aquino Teixeira

Faculdade de Olinda (FOCCA)[email protected]

DOI: 10.25768/20.04.01.031

RESUMO: O presente trabalho apresenta a experiência da utilização de técnicas e ferramen-tas de gestão do conhecimento para auxiliar na eficácia dos processos e compartilhamento deinformações em um ambiente organizacional voltado a seara acadêmica. Para tanto, foram uti-lizados as três etapas do ciclo de gestão de conhecimento (Ciclo KM): atividades de captura,compartilhamento e aplicação do conhecimento. Nesse sentido, a metodologia de pesquisautilizada para realização do estudo foi a qualitativa e empírico descritiva, tendo como resul-tado principal o desenvolvimento de uma solução eficiente de KM para a gestão acadêmicade campi avançados de uma universidade federal pública brasileira, podendo contribuir paraa efetividade e dinamismo do trabalho em equipe. Conclui-se que a pesquisa contribuiu parapropor uma gestão eficiente das atividades acadêmicas desenvolvidas nesses campi, especial-mente quanto a padronização de relatórios através de um sistema de informações.PALAVRAS-CHAVE: gestão do conhecimento; universidade; ambiente organizacional; sis-tema de informação; ciclo KM.

ABSTRACT: The present work presents the experience of the use of knowledge managementtechniques and tools to assist in the efficiency of processes and information sharing in an or-ganizational environment geared towards the academic field. For this, the three stages of theknowledge management cycle (KM Cycle) were used: activities of capture, sharing and appli-cation of knowledge. In this sense, the research methodology used to conduct the study wasqualitative and empirical descriptive, with the main result being the development of an effi-cient KM solution for the academic management of advanced campuses of a brazilian publicfederal university, which could contribute to the effectiveness and dynamism of teamwork. Itis concluded that the research contributed to propose an efficient management of the academicactivities developed in these campuses, especially regarding the standardization of reports th-rough an information system.KEYWORDS: knowledge management; university; organizational environment; informationsystem; KM cicle.

Índice

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1 Fundamentação teórica e metodoló-gica . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 Execução do ciclo KM . . . . . . . . 5

3 Captura e criação do conhecimento . 54 Compartilhamento do conhecimento 75 Aplicação do conhecimento . . . . . 86 Resultados obtidos . . . . . . . . . 9Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . 10Referências bibliográficas . . . . . . . . 10

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Introdução

NA perspectiva do espaço físico para o vir-tual, face a uma inesgotável produção de

informações e geração de saberes de maneiraubíqua, urge a Gestão do Conhecimento (doinglês Knowledge Management – KM) comocampo de estudos multidisciplinar dedicadoao processo de criação, captura, armazena-mento, disseminação, uso e proteção do co-nhecimento importante para empresas de dife-rentes segmentos, especialmente nas áreas deAdministração de Empresas, Sistemas de In-formação, Ciências da Informação, Saúde Pú-blica, Políticas Públicas e Ciência da Compu-tação, de acordo com (Di Virgilio, s.d.). Naprática, a KM se preocupa com a criação, com-partilhamento, uso e gerenciamento do conhe-cimento e das informações de uma organiza-ção. Por isso, refere-se a uma abordagemmultidisciplinar para atingir os objetivos or-ganizacionais, fazendo o melhor uso do co-nhecimento para benefício da sociedade con-temporânea, ratificam (Dalkir & Liebowitz,2011) tal assertiva. Consequentemente, gran-des empresas, instituições públicas e organi-zações sem fins lucrativos possuem recursosdedicados aos esforços internos de KM, mui-tas vezes como parte de seus departamentosde negócios, gerenciamento de TI ou de recur-sos humanos.

Quanto ao campo de pesquisa, se faz no-tório na literatura de (Di Virgilio, s.d.) que aGestão do Conhecimento, enquanto objeto deestudo, é de fundamental importância comoum recurso estratégico na disseminação dasinformações nas organizações, de modo a es-truturar as atividades institucionais no ambi-ente interno e externo, que na realidade se

trata de um gerenciamento corporativo por ex-celência que é inserido nas empresas de diver-sos segmentos e no cotidiano das pessoas quelá trabalham de forma direta e indireta.

No âmbito acadêmico, a sociedade da in-formação e do conhecimento (ou sociedadeem rede), coloca a universidade como espaçoprivilegiado para a geração, disseminação eutilização do conhecimento produzido nos di-ferentes departamentos, núcleos, centros deensino e campi avançados. Sobre o assunto,(Mendes, Trevizan & Cunha, 1978) explicamque o Campus (ou campi, no plural) é diri-gido por uma universidade ou por um grupode instituições de ensino superior e as ativi-dades desenvolvidas contam com a participa-ção da comunidade e de instituições públicase privadas atuantes na região. Já os CampiAvançados referem-se a um conjunto universi-tário que agrupa unidades de ensino e residên-cia. Nos campi da Universidade Federal Ruralde Pernambuco (no Estado de Pernambuco –Brasil) não há unidades de ensino, são insta-lações para desenvolvimento de atividades deensino (ex: aulas práticas), pesquisa (ex: ex-perimentos); e extensão (ex: desenvolvimentoda comunidade ao entorno). Caracterizam-sepela presença de estudantes universitários degraduação e de pós-graduação, e professoresna região onde se encontra instalada a sededo campus acadêmico, executando atividadesque visam o desenvolvimento daquela região,atividades estas vinculadas aos currículos dasuniversidades e supervisionadas por seus res-pectivos departamentos. Neste cenário, a ges-tão do conhecimento surge como uma das pos-sibilidades de inovação no processo gestão dasatividades acadêmicas, principalmente quantoaos problemas de comunicação entre os dife-rentes atores envolvidos no ambiente acadê-mico.

c© 2020, Cristiane Domingos de Aquino Teixeira.c© 2020, Universidade da Beira Interior.

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rece de expressa autorização do editor e do(s) seu(s) au-tor(es). O artigo, bem como a autorização de publicaçãodas imagens, são da exclusiva responsabilidade do(s) au-tor(es).

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Gestão da Comunicação na Seara Acadêmica

Justamente, o que ocorre no discurso emepígrafe se faz presente nos campi avançadosda Universidade Federal Rural de Pernambuco(localizada na Região Nordeste Brasileira), euma das soluções encontradas foi recorrer agestão do conhecimento. Nesse caso, vemosque um processo comunicacional eficiente éimprescindível em qualquer organização, jun-tamente com a transmissão, padronização etransparência das informações, sendo resul-tado de uma interação constante e dinâmicado conhecimento que acontece de forma tácitae explícita. Para tanto, de acordo com (San-tos, Machado, Mesquita, Domingues & Ko-valeski, 2017), o conhecimento tácito tem suanatureza na sua condição original, a ação, epossui uma destreza informal de difícil espe-cificação. Quanto ao explícito, é um conheci-mento transmitido em linguagem formal, ob-jetiva e sistemática. “A influência recíprocaentre o conhecimento tácito e explícito, levaà criação do conhecimento, demonstrando umprocesso espiral de interação, em diferentesníveis que são chamados de conversão do co-nhecimento” (Ibidem, p.3).

Assente nesta problemática, apresenta-mos, neste trabalho, uma pesquisa empíricodescritiva de vertente qualitativa, utilizando agestão do conhecimento como estratégia paraa resolução do problema de gestão das infor-mações em voga entre os campi avançados daUFRPE. Deste modo, formulamos uma per-gunta de investigação para nortear o trabalhode pesquisa: “como a KM pode otimizar o pro-cesso de registro de atividades desenvolvidasnos campi avançados de uma universidade fe-deral pública brasileira”? Daí, o objetivo ful-cral do estudo, que ora se descreve, era rea-lizar o desenvolvimento de uma solução KM

para auxiliar o registro de atividades desenvol-vidas nos campi avançados da UFRPE, com oapoio de uma Comunidade de Prática. Con-forme o pensamento de (Wenger, McDermott& Snyder 2002), as comunidades de práticase caracterizam como grupos de pessoas quecompartilham uma preocupação, um conjuntode problemas ou uma paixão sobre um tema

e que aprofundam seu conhecimento e expe-riência nesta área, interagindo em uma basecontínua.

Assim, o artigo está organizado nos se-guintes tópicos: o primeiro esboça as opçõesmetodológicas para o estudo ser realizado; osegundo descreve a fundação teórica; a ter-ceira, metodologia de pesquisa e a execuçãodo ciclo da gestão do conhecimento; o quarto,os resultados obtidos; e o quinto, as conside-rações finais.

1 Fundamentação teórica emetodológica

No decorrer dos anos, o avanço tecnológicovem proporcionando profundas mudanças nasociedade contemporânea, especialmente nasformas de produção da informação e constru-ção do conhecimento. É nesse sentido que(Albagli & Maciel, 2004) defendem que nasúltimas décadas se destaca a importância e ovalor estratégico da informação e do conheci-mento uma vez que são cruciais em qualquerambiente para a solução de problemas, alémde gerar diferenciais e inovação.

A criação de conhecimento tem origemna informação. A informação é um conjuntode dados contextualizados com relações entreeles e dotados de relevância criando um signi-ficado. Somente ao utilizar a capacidade cog-nitiva para processar a informação o ser hu-mano adquire conhecimento e, assim que uti-liza na prática, o transforma em competência,afirmam (Davila, Fraga, Diana J. & Spanhol,2014). Tendo em vista que dentro das orga-nizações, diariamente, os colaboradores pro-duzem diversas informações enquanto reali-zam suas atividades nas organizações, existe anecessidade de gerenciá-las a fim de facilitarseu acesso, organização e tratamento. É nessecontexto que a KM vem ganhando espaço nacontemporaneidade, uma vez que traz proces-sos dinâmicos para gerenciar essas informa-ções produzidas (Nonaka & Takeuchi, 1997).

Já a gestão universitária passa por trans-formações para incorporar ganhos de desem-penho e competência, agilidade e velocidade



de resposta às demandas da sociedade local,melhorando a relação custo/benefício e a pro-dutividade, a efetividade do ensino e dos ser-viços prestados àquela comunidade (Santos,Machado, Mesquita, Domingues & Kovaleski,2017). Em função da complexidade existenteno processo de gerência dos campi de umauniversidade, constata-se a necessidade de efi-cientes sistemas de gestão do conhecimentoque tratem a informação como recurso chavepara que os gestores se sintam seguros so-bre a gerência das mudanças e suas inova-ções, visando manter processos de informaçãoefetivos, transparentes e padronizados. As-sim, a gestão do conhecimento reflete no con-junto de tecnologias e processos cujo objetivoé apoiar a criação, a transferência e a aplica-ção do conhecimento nas organizações (Alavi& Leidner, 2001). Dessa forma, (Davenport,

1994) propõe um Ciclo Integrado de Gestãodo Conhecimento que pode ser visto na figura1. Suas etapas envolvem três pilares que se-rão brevemente abordados a seguir. A cria-ção e/ou captura do conhecimento refere-se àidentificação e codificação do conhecimentointerno e/ou conhecimento a partir do ambi-ente externo.

O compartilhamento e a disseminaçãodar-se quando ocorre uma avaliação do conhe-cimento capturado, ou seja, diz respeito à exis-tência de uma ligação entre o conhecimento equem o detém para contribuir entre os mem-bros da organização. A internalização e uti-lização do conhecimento ocorrem após a vali-dação e avaliação do conhecimento como rele-vante, ele é então, inserido no armazenamentoe prática das ações pessoais e organizacionais.Observemos a figura 1:

Figura 1. Ciclo Integrado do ConhecimentoFonte: Dalkir (2005)

A pesquisa qualitativa e empírica descri-tiva aqui apresentada se apoiou na revisão deliteratura e no estudo de caso enquanto méto-dos científicos, com objetivo de conceber umarcabouço teórico sobre a gestão do conheci-mento e sua aplicabilidade na gestão estraté-gica em campi avançados de uma universidadefederal pública brasileira. Sabe-se que a ges-tão do conhecimento abrange um conjunto de

modelos teóricos, dentre eles o ciclo KM pro-posto por (Davenport, 1994) com a propostade criar, disseminar e utilizar o conhecimentocomo fator estratégico para as organizações.As etapas do estudo podem observadas na ta-bela 1. Onde a captura ocorreu através da aná-lise de documentos e entrevistas para identi-ficação do problema, o compartilhamento doconhecimento foi feito através da contextua-



lização de conteúdo utilizando comunidadespráticas e por fim a aplicação por meio daprototipação de uma solução de gestão da in-formação e conhecimento. Nessa perspectiva,recorreu-se às pesquisas de (Di Virgilio, s.d.)relacionadas à gestão do conhecimento comoferramenta para a melhoria do trabalho cole-tivo e colaborativo. Nas próximas seções se-rão detalhados as técnicas e os artefatos utili-zados durante a investigação.

2 Execução do ciclo KM

Sabe-se que a gestão do conhecimento abran-ge um conjunto de modelos teóricos, dentreeles o ciclo KM com a proposta de criar, dis-

seminar e utilizar o conhecimento como fa-tor estratégico para as organizações. Cada umdos ciclos propostos por (Davenport, 1994) écomposto por etapas, e o presente estudo en-volveu as três etapas do ciclo KM que podemser observadas na tabela 1. A captura ocorreuatravés da análise de documentos e entrevistaspara identificação do problema, o comparti-lhamento do conhecimento foi feito através dacontextualização de conteúdo utilizando co-munidades práticas e, por fim, a aplicação pormeio da prototipação de uma solução de ges-tão da informação e conhecimento. A seguir,se pode observar as etapas e ferramentas natabela 1:

Tabela 1. Ciclo KM – Etapas e FerramentasEtapa Ferramenta Propósito

Captura do conhecimento Bases de conhecimento Analisar documentos para diagnose do proble-

ma

Entrevista com o cliente Entender como são realizados os trabalhos na

organização-alvo

Mapa mental Estruturar o organograma da organização para

melhor entendimento de suas atividades

Socialização organizacional Definir junto a organização de que maneira o

problema pode ser minimizado

Storytelling Conscientizar sobre os benefícios de um pro-

cesso de KM

Compartilhamento do conhe-

cimento

Comunidade de Prática Melhorar o compartilhamento de informações e

a comunicação na organização-alvo.

Aplicação do conhecimento Protótipo Padronizar os processos através de uma pro-

posta de solução para gerenciamento de infor-

mações.Fonte: Elaboração própria

3 Captura e criação do conhecimento

A primeira etapa do presente estudo foi arealização de uma sessão de brainstormingpela equipe do projeto de pesquisa, consti-tuída por três discentes de pós-graduação eminformática aplicada, para discutir os princi-pais problemas de KM enfrentados pelas or-ganizações. Em seguida, para diagnosticaros principais fatores, foram realizadas entre-vistas semi-estruturadas e questionários comperguntas abertas previamente estabelecidas,tais como: Que tipo de informação e conhe-

cimento são necessários para desenvolver otrabalho em tempo real no qual auxilia na to-mada de decisão em cada campus?; Comosão realizadas e registradas às atividades deensino, pesquisa e extensão?; De que formasão coletadas as informações que são repas-sadas para o relatório anual de atividades queposteriormente são transmitidas para o cam-pus sede? Sobre o assunto, a figura 2 apre-senta um mapa mental com base na estrutura-ção do organograma da Universidade FederalRural de Pernambuco com sua sede, os campie suas respectivas atividades:



Figura 2. Mapa MentalFonte: Elaboração própria

O mapa mental é considerado por (Tei-xeira & Ferreira, 2015) como um recurso di-gital (ou físico) para organizar ideias/pensa-mentos através de termos e/ou palavras-chave,cores e imagens em uma estrutura que se ex-pande a partir de um ponto discursivo princi-pal. Na visão de (Hartman, Reis & Kovaleski,2004), vive-se hoje a era do conhecimento eda inovação nas organizações que aprendem,onde se tornou fundamental para as empresasa permuta deste conhecimento entre seus inte-grantes, pois esta transferência pode criar umefeito sinergético no que diz respeito à cria-tividade das pessoas, que pode ser extrema-mente importante para as estratégias das or-ganizações diante deste ambiente de mutabili-dade.

A partir desses dados e através de umareunião com um dos gestores do campus e agestora da sede, identificamos a necessidadede uma ferramenta tecnológica que pudesseauxiliar na elaboração da padronização da in-formação e conhecimento no cadastramentodas atividades de ensino, pesquisa e exten-são através do relatório que é solicitado aoscampis anualmente, atualmente realizado deforma manual e sem padronização nos pro-cessos, acarretando diferentes tipos de trans-tornos. Desta maneira, inicialmente elabora-mos um protótipo para que os gestores pudes-sem avaliar se o conteúdo atenderia de formarelevante as reais demandas da organização(abaixo apresentado na figura 3):



Figura 3. Versão beta do protótipo

Nesta etapa, foi utilizada uma Storytel-ling para ilustrar como resolver o problemade centralização do conhecimento e o valor deutilizar a solução KM proposta. O vocábulostorytelling significa a capacidade de contarhistórias relevantes. É uma ferramenta pode-rosa que utiliza palavras ou recursos audiovi-suais para transmitir uma história. Esta his-tória pode ser contada de improviso ou podeser uma história polida e trabalhada. Tambémé muito usado no contexto da aprendizagem,sendo uma importante forma de transmissãode elementos culturais como regras e valoreséticos.

4 Compartilhamento doconhecimento

O advento das redes de computadores e, prin-cipalmente, a consolidação da Internet permi-tiram a proliferação da denominadas “Comu-nidades de Prática” (CoP), ou seja, comunida-des virtuais de colaboração voluntária, que, naverdade, nada mais são do que grupos de pes-

soas constituídos de maneira informal (isto é,independentemente das estruturas organizaci-onais às quais pertençam), em função da sa-tisfação de interesses ou da solução de proble-mas comuns, seja para a troca de ideias, infor-mações e experiências, seja para um tipo deaprendizado mais estruturado.

As CoP usam ferramentas especiais degroupware ou, mesmo, aquelas disponibiliza-das para os grupos de discussão e para as co-munidades virtuais gratuitas, como o compar-tilhamento de áreas de disco, o correio eletrô-nico, as salas de discussões, as votações ele-trônicas, os murais online, os blogs etc, para atroca de ideias, documentos, programas, infor-mações, conhecimentos e experiências. Justa-mente, foi criada a uma comunidade de prá-tica na plataforma Slack visando criar umadiscussão na comunidade acadêmica da Uni-versidade Federal Rural de Pernambuco, espe-cialmente, nos campi avançados, para a trocade informações e saberes relacionados às ati-vidades desenvolvidas nos diferentes centrosde ensino, como vemos na figura 4:



Figura 4. Ambiente virtual do Slack

Ao mesmo tempo, trata-se de um grupode pessoas ligadas à instituição de ensino quecompartilham um interesse, um problema queenfrentam regularmente, e que se unem paradesenvolver conhecimento de forma a desen-volver ou aprimorar uma prática em tornodesse tópico.

5 Aplicação do conhecimento

A última etapa consistiu na aplicação do co-nhecimento, baseado na prototipação de umasolução KM para o problema de gestão e pa-dronização das informações identificadas noinício do estudo. Nesse sentido, através dosrelatórios de prestação de contas emitidosanualmente dos campi da UFRPE das unidadesde Garanhuns e Carpina foi feita uma análisepara definir as atividades em comum e dá-seinício a construção do protótipo desta soluçãoKM com a função de registrar de forma padro-nizada todas as atividades de ensino, pesquisae extensão de cada campus. Bem como, facili-tar o acesso às informações de forma remota.

Um protótipo é uma representação da in-terface com a qual o usuário pode interagir vi-

sando mudanças e melhorias. Assim, o grupode pesquisa definiu que seria um sistema deinformação disponível em um servidor web,com acesso através de um navegador de In-ternet. A escolha se deu devido à facilidadeem multiplataformas por possibilitar o acessoem qualquer espaço geográfico, necessitandoapenas de acesso a rede, além de ser possívela integração com outros sistemas já disponí-veis na instituição através do framework dru-pal. Em relação ao seu desenvolvimento, oprotótipo contou com as seguintes linguagensde programação – JAVA, HTML 5, CSS.

O protótipo contou com acesso restritoatravés de autenticação e níveis hierárquicos.Além de permitir a inserção de diferentes ti-pos de dados, como por exemplo, a escolha docampus, o registro de atividades, a identifica-ção dos alunos, dos professores e de seus res-pectivos programas. Na figura 5 é possível vi-sualizar a tela de inserção dos dados das ativi-dades de pesquisa. Um dos benefícios da utili-zação desse sistema é a otimização ao acessoàs informações, pode-se destacar a possibili-dade da utilização de filtros que facilitam abusca por períodos específicos:



Figura 5. Tela de inserção das atividades de pesquisa

Se o conhecimento é um ativo que re-presenta valor, seja para as organizações oupara seus colaboradores, não é difícil entenderque seu compartilhamento possa ser analisadocomo uma relação de troca de interesses comoacontece num mercado qualquer, acreditamque exista um mercado do conhecimento naorganização funcionando como qualquer ou-tro mercado. Geralmente, as informações, osconhecimentos e as experiências estão disper-sas pela organização, quando não estão con-centradas em determinados indivíduos e gru-pos (Uriarte, 2008). A esse respeito, obser-vamos em (Di Virgilio, s.d.) que existem vá-rios relatos de empresas internacionais que ti-veram que “reinventar a roda” desnecessari-amente por não serem capazes de localizaro conhecimento especializado que existia emalgum lugar dentro da própria organização.Além da difusão interativa com os stakehol-ders, (Koening & Neveroski, 2008) reforçamque a criação do conhecimento não é uma ati-vidade circunscrita a determinados funcioná-rios da área de pesquisa e desenvolvimentoda organização, mas sim encarada como umaforma de comportamento, em que todos os tra-balhadores, pertencentes a quaisquer dos ní-veis organizacionais ou hierárquicos (estraté-gico, tático e operacional), podem e devemcontribuir.

6 Resultados obtidos

A presente pesquisa gerou um protótipo ba-seado em informações coletadas através dequestionários e entrevistas semi-estruturadascom gestores acadêmicos da UFRPE e respon-sáveis por alguns setores dos campi avança-dos. Foram realizadas duas etapas, a primeiraenvolveu coleta de dados e desenvolvimentodo primeiro protótipo. A segunda etapa envol-veu a apresentação do protótipo onde foramsolicitadas algumas modificações. Sendo as-sim, o principal resultado desta pesquisa foi àcriação deste protótipo de um sistema com ob-jetivo de automatizar a inserção e procura dedados acadêmicos relacionadas a ensino pes-quisa e extensão.

O protótipo contou com acesso restritode pessoas cadastradas e nível hierárquico deacesso, sendo necessária uma autenticação.Além disso, a proposta é que na tela princi-pal seja possível a escolha do tipo de atividadedesejada para gerar a análise de relatório porperíodo e também se selecione o tipo de ati-vidade (ensino, pesquisa, extensão) para pre-enchimento dos dados. Noutro sentido, outrodestaque é a possibilidade da utilização de fil-tros que facilitam a busca por períodos especí-ficos, como pode ser visto na figura 6:



Figura 6. Tela de busca baseada em filtros

Conclusões

A rede, impulsionada pelo aparecimento denovas tecnologias interativas e pelos serviçosna Web, tem vindo gradualmente a assumir-se como uma interface de conectividade, cola-boração, e acima de tudo, útil porque as pes-soas interessam-se realmente pela informação.Ou seja, essas tecnologias não param de nossurpreender com múltiplas interfaces e apli-cações cada vez mais interativas e fáceis deutilizar, tornando-se o meio de comunicaçãopor excelência desta sociedade global. Jus-tamente, é onde se destaca a importância dagestão do conhecimento para as organizaçõesde diversos segmentos para pessoas e paraas organizações quando diz que a concepçãoda gestão do conhecimento e de saberes nadamais é do que a coordenação deliberada e sis-temática de umas pessoas da organização, tec-nologia, processos e estrutura organizacionalem para agregar valor através da reutilização einovação. Essa coordenação é alcançada atra-vés, compartilhamento e aplicação de conhe-cimento, bem como através da alimentação asvaliosas lições aprendidas e as melhores práti-cas em memória corporativa para promover aaprendizagem organizacional contínua.

Deste modo, além de uma carente lite-ratura contemporânea sobre o assunto, embusca de resposta à pergunta de investiga-ção, observamos que uma comunidade acadê-mica de prática aliada ao desenvolvimento deum sistema de informação capaz de dinamizaros processos de comunicação entre diferentescampi de uma instituição de ensino superiorpública, outrora, realizado por meio de rela-

tórios físicos que não valorizavam as limita-ções de tempo dos funcionários da universi-dade, em meio a um grande volume de infor-mações produzidas, mas que no presente re-cebe uma proposta de desenvolver uma solu-ção de KM para auxiliar no registro de ativida-des promovidas naqueles campi. Consequen-temente, o estudo contribui para a comunidadeacadêmica da UFRPE ao propor uma padroni-zação e registro em tais relatórios com basena transparência nas informações disponibili-zadas e a dinamização do processo comunica-cional. Ou seja, é sobre tal premissa que oestudo realizado traz entre as suas principaiscontribuições um possível ineditismo literáriocientífico (face a limitada bibliografia encon-trada sobre o tema) apoiada numa propostade desenvolvimento de sistema de informaçãoeficiente que pode ser explorado em estudosfuturos na elaboração de requisitos funcionaise não funcionais.

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