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FGV – Direito – 15/nov/2016

CPV O CursinhO que Mais aprOva na GV

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GEOGRAFIA

Questão 1

A capital paulista bateu um novo recorde de frio nessa segunda-feira (13), com temperatura mínima oficial de 3,5° C, registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia, na estação do Mirante de Santana, zona norte da cidade. A forte massa de ar polar que atua no Estado de São Paulo tem provocado muito frio durante as madrugadas. Por causa do resfriamento, diversos bairros estão amanhecendo com nevoeiro e há previsão de ocorrência do fenômeno da inversão térmica.

Adaptado de: Climatempo.com.br/noticia/2016/06/13.

A partir do texto,

a) relacione o fenômeno El Niño com as temperaturas registradas nas regiões Sul e Sudeste no mês de junho deste ano;b) apresente duas consequências dessas condições climáticas sobre as atividades econômicas;c) indique como a inversão térmica prejudica a saúde e o bem-estar da população paulistana.

Resolução:

a) O fenômeno El Niño ocorrido nos anos de 2015/2016 foi forte e provocou muitas chuvas no Sul, com acentuada queda das temperaturas, redução das chuvas no verão e em parte do outono de 2016, agravando as secas no Nordeste, e aumento das chuvas de outono em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Em maio deste ano de 2016, as temperaturas do Pacífico caíram e o El Niño teve fim, levando as massas frias de origem polar a avançar facilmente sobre São Paulo, causando a acentuada queda de temperatura descrita no texto.

b) As intensas chuvas no Sul do Brasil prejudicaram a produção de uvas viníferas de qualidade e dificultaram a colheita do feijão e da batata, além de afetar negativamente o turismo. O forte calor e a redução das precipitações reduziram e encareceram a produção agrícola e pecuária. Além disso, foi reduzida a geração de energia hidrelétrica, exigindo maior uso da energia termoelétrica, o que encareceu o custo geral da energia elétrica no Brasil.

c) A inversão térmica aumenta a concentração de poluentes na baixa atmosfera, onde habitamos, como material particulado fino (fuligem e chumbo, por exemplo) e concentra substâncias como o ozônio, que irrita a garganta e outras partes do sistema respiratório. Geralmente, a inversão ocorre no inverno, com baixa umidade do ar, aumentando problemas como rinite, tosse, dificuldade para respirar etc.

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15/11/2016 CPV O CursinhO que Mais aprOva na GV2

Questão 2

A globalização, apoiada nos três grandes centros de impulsão da economia mundial, não impede que os Estados, as redes ou os indivíduos se organizem em diferentes escalas regionais ou locais.

Com base no texto acima e no mapa,

a) indique duas medidas adotadas pelos países emergentes para se inserirem nos mercados globalizados;

b) analise a lógica de implantação das empresas transnacionais nos países em desenvolvimento;

c) avalie o papel da Organização Mundial do Comércio na regulação dos fluxos internacionais de comércio.

Resolução:a) Dentre as medidas adotadas pelos países emergentes para se inserirem no mundo globalizado, podemos destacar: — ampla abertura econômica para a atração de investimentos produtivos (empresas transnacionais); — oferta de incentivos aos investidores, como: – políticas de isenção fiscal; – ampliação e modernização da infraestrutura: – modais de transportes mais eficientes, comunicações integradas à rede global e ampliação da oferta de energia; – mão de obra de baixo custo e com certo grau de qualificação; – flexibilização de leis trabalhistas; – leis ambientais frágeis ou até inexistentes; – mercado consumidor existente e com potencial de expansão; – facilidade de remessa de lucros pelas transnacionais.b) A lógica do deslocamento das empresas transnacionais para os países em desenvolvimento baseia-se na elevação dos custos

de produção nos países desenvolvidos. Desde os anos 1980 e 1990, a produção industrial tem buscado novos locais onde seus custos de produção fossem minimizados e seu lucro maximizado. Dessa forma, intensos fluxos de investimentos produtivos foram se deslocando para o hemisfério sul e dinamizando a economia, principalmente dos países emergentes. Alguns deles, como a China e demais países do Sudeste Asiático, acabaram transformando-se em grandes centros de produção fabril do mundo. Além da redução dos custos, a ampliação do mercado consumidor interno dos países subdesenvolvidos também reforça o interesse dos investidores nesses novos atores da cena econômica mundial.

c) Com a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC - 1995), os fluxos comerciais tenderiam a se ampliar e se aprofundar, pois os acordos multilaterais entre seus membros possibilitariam certo “equilíbrio” na disputa dos mercados mundiais de consumidores. A Direção Geral da OMC exerceria o papel de regulador dos termos da organização e de futuros acordos regionais, padronizando as regras e fiscalizando o cumprimento delas, podendo julgar (após denúncias comprovadas) e punir com sanções os eventuais membros que não cumprissem os termos dos acordos firmados. Porém, a realidade do desequilíbrio econômico e político entre seus membros tornou-se um entrave aos avanços dos acordos, culminando com o impasse nas negociações da Rodada de Doha, onde a disputa polarizou-se entre os emergentes exportadores de commodities, os Estados Unidos e a União Europeia, sendo que os primeiros acusavam os demais de prática ilegal de subsídios no setor agrícola. Essa crise só teve um desfecho no ano de 2013, quando um novo Diretor Geral foi eleito (Roberto Azevedo, brasileiro) e perspectivas para a retomada das negociações comerciais acontecem e salvam a própria razão de ser da organização.

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3CPV O CursinhO que Mais aprOva na GV 15/11/2016

Questão 3

Durante três décadas a economia chinesa cresceu a uma taxa média de 10% ao ano. Embora este crescimento tenha desacelerado na última década, a China continua em expansão a uma taxa anual em torno de 7%, superior à das maiores economias mundiais. Diversos fatores foram responsáveis pelo sucesso da economia chinesa, embora nenhum deles, isoladamente, possa ser apontado como o principal.

Com base no texto acima, no gráfico e na foto;

a) cite e explique dois fatores responsáveis pelo crescimento da economia chinesa;b) avalie os custos sociais e ambientais do crescimento econômico para a sociedade chinesa;c) indique duas consequências da diminuição do ritmo de crescimento da China para a economia mundial.

Resolução:

a) Desde a abertura econômica chinesa, ocorrida há mais de 30 anos, o país apresentou um forte crescimento econômico, baseado em alguns fatores, dentre os quais destacam-se: os investimentos diretos externos, na maioria das vezes voltados para exportação, transferindo tecnologia e fornecendo capital para o país, além do baixo custo da mão-de-obra associado ao alto nível de qualificação; enfatizam-se também as medidas de política industrial, como os incentivos fiscais concedidos a setores determinados; a obrigação de as empresas multinacionais se associarem a um parceiro doméstico, bem como a manutenção de uma taxa de câmbio fixa e desvalorizada, estimulando as exportações e os monumentais investimentos governamentais para a implantação de infraestrutura (aeroportos, rodovias, ferrovias, metrôs etc.).

b) Devido ao grande crescimento econômico chinês nas últimas décadas, começaram a aparecer alguns problemas ambientais/sociais. O país apresenta um processo de urbanização descontrolado, com aumento populacional, fluxos migratórios intensos e índices altíssimos de devastação ambiental. As metrópoles do país, como Pequim e Xangai, estão entre as mais poluídas do mundo, além do aumento da violência doméstica. Outro problema grave no país é a desigualdade social, agravada pela dificuldade de mobilidade social na sociedade chinesa. Apenas as famílias urbanas com recursos usufruem da capacidade tecnológica existente no país e são capazes de mandar seus filhos para a faculdade, com chances de melhorar suas condições de vida. Caso contrário, escapar da situação de miséria é bastante difícil.

c) As notícias da diminuição do crescimento chinês tornaram-se mais presentes a partir do segundo semestre de 2015 e causaram grande temor no mundo. Com o crescimento menor, a demanda por commodities (petróleo, minério de ferro, soja, açúcar) da China caiu, afetando todos os países, especialmente os que têm o país asiático como principal destino de suas mercadorias. Além do impacto no preço de commodities e também do volume exportado para a China, um menor crescimento pode ocasionar uma fuga maior de recursos de investidores internacionais em países emergentes. Há também a possibilidade de que a instabilidade financeira da China se espalhe pelo mundo (desde a crise financeira, a dívida do país tem crescido rapidamente). Certamente, a menor atividade econômica chinesa será um fator-chave no cenário global por muitos anos e afetará a todos nós.