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NELSON HENRIQUE JUNIOR
CORRELAÇÕES ENTRE PERCEPÇÃO DA PASSAGEM DO
TEMPO, ATENÇÃO DIFUSA E ANSIEDADE.
Dissertação apresentada em cumprimento parcial às exigências do Programa de Pós-graduação em Psicologia de Saúde da Universidade Metodista de São Paulo para obtenção do grau de Mestre em Psicologia da Saúde.
Área de concentração: Psicologia da saúde
Orientador: Profo. Dro. Renato Teodoro Ramos
SÃO BERNARDO DO CAMPO
2011
1
FICHA CATALOGRÁFICA
H395c
Henrique Junior, Nelson Correlações entre percepção da passagem do tempo, atenção difusa e ansiedade / Nelson Henrique Junior. 2011. 77 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia da Saúde) –Faculdade de Saúde da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2011. Orientação de: Renato Teodoro Ramos. 1. Percepção do tempo 2. Atenção difusa 3. Ansiedade I. Título CDD 157.9
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NELSON HENRIQUE JUNIOR
CORRELAÇÕES ENTRE PERCEPÇÃO DA PASSAGEM DO
TEMPO, ATENÇÃO DIFUSA E ANSIEDADE
Dissertação apresentada à Universidade Metodista de São Paulo – UMESP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Psicologia da Saúde.
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: PSICOLOGIA DA SAÚDE
DATA DA DEFESA: _____/__________/_____.
RESULTADO: APROVADO( )REPROVADO( )
BANCA EXAMINADORA:
Prof.: Dr. Renato Teodoro Ramos _______________________.
Universidade Metodista de São Paulo – UMESP
Prof. Dr. Luis Fernando Hinde Basile _______________________.
Universidade Metodista de São Paulo – UMESP
Prof. Dr. Ronald D. Ranvaud _______________________.
Universidade de São Paulo
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AGRADECIMENTOS
Mais do que agradecer é ter a oportunidade de estudar e aprender com profissionais de
altíssimo nível, professores voltados exclusivamente á pesquisa cientifica realizada com ética
e a precisão de um estudo experimental.
Tudo se iniciou em meados de 2008 quando procurei o professor Renato para
elaboração do projeto, logo em seguida fui a USP onde prof Ronald Ranvaud, me recebeu e
abriu as portas do laboratório de fisiologia do comportamento para estudar, foi quando
conheci a Thenille que me treinou e me ajudou no capitulo de percepção do tempo, também
conheci a Adriana que me ajudou no capitulo de atenção difusa, o Thalles interpretou os
dados do e- prime. Realmente o prof Ranvaud tem uma bela equipe altamente capacitada e de
uma grande simplicidade. Ele é um sábio, obrigado prof Ranvaud.
Durante as aulas de Mestrado conheci o prof Basile que ministra a matéria de
Anatomia do comportamento humano, e entusiasmado com a disciplina fui levado ao
laboratório de neuropsicofisiologia do comportamento onde o professor estuda EEG de alta
resolução e atenção. Comecei a freqüentar o laboratório e aprender junto com o professor
Basile, atualmente estamos estudando e realizando experimentos, é simplesmente fantástico,
pretendo continuar estudando e aprendendo com o senhor, obrigado prof Basile.
Quanto ao prof Renato não tenho palavras... nesse momento meus olhos enchem de
lágrimas acho que são essas as palavras. Ao senhor dedico todo esse estudo e todo o meu
mestrado, vou continuar tentando compreender a essência. É um grande pesquisador e
pensador, um gênio.
Agradeço a todos meus familiares, meu pai, um exemplo a ser seguido, um campeão
na vida, minha mãe, (Leni) meu irmão (Flavio), meu primo Alexandre o ex-gordo, meu
cunhado Aleandro.
Termino o mestrado, casado com a Cleiti, minha companheira e confidente de todos os
dias. Vou ser pai, fantástica a sensação, que venha o Thiago, é a plenitude da espécie e da
evolução.
ETERNO APRENDIZ.
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RESUMO
O presente estudo teve como objetivo avaliar aspectos psicofisiológicos da ansiedade em particular a atenção e a percepção da passagem do tempo. Foi aplicada a escala psicométrica de ansiedade do IDATE em 180 alunos do curso de Educação Física da Universidade de São Paulo em sala de aula. Foram selecionados 15 voluntários mais ansiosos e 15 menos ansiosos foi considerado o IDATE –traço por apresentar características mais constantes da ansiedade. O experimento 1 foi a tarefa de Tempo Espontâneo onde os participantes deviam bater o dedo no botão A do joystick da forma mais regular e precisa possível por um minuto. Já no experimento 2 os participantes foram orientados a responder o mais rápido possível ao surgimento do estimulo (ponto branco 0,4 grau) com uma luminância de 80 cd/m contra um fundo cinza pressionando o botão A do joystick com qualquer dedo da mão dominante (TRS). Os estímulos eram apresentados randomicamente por 82 posições diferentes na tela do computador. Após tratamento dos dados e analise estatística, o estudo de caráter geral e exploratório apresentado aqui mostra tendências, mas não correlações significativas entre as medidas. Alguns dados, no entanto, chamam a atenção e devem ser considerados no planejamento de experimentos futuros. Palavras-chave: Percepção do tempo; Atenção difusa; Ansiedade.
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ABSTRACT The goal of the present study was to evaluate the psychophysiological aspects of anxiety, especially attention and the perception of the passage of time. The IDATE psychometric scale was used in 180 students of the Physical Education course at the Universidade de São Paulo in the classroom. 15 more anxious and 15 less anxious volunteers were selected. The IDATE - trace was used due to the fact that it presents the more constant characteristics of anxiety. Experiment l was the task of Spontaneous Time, where participants were asked to hit button A of the joystick with their finger in the most regular and accurate way possible for one minute. In experiment 2 participants were asked to respond, as quickly as possible, to the stimulus (white dot 0,4 degree) with a luminescence of 80 cd/m against a grey background by pressing the A button of the joystick with any finger of the dominant hand (SRT). The stimuli were presented randomly at 82 different positions of the computer screen. After data processing and statistical analysis, the general and exploratory study presented here do show trends, but not meaningful correlations between the measurements. Some data, however, seem to stand out and should be considered in the planning of future experiments. Key-words: Time perception; Diffuse attention; Anxiety.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7
2 ANSIEDADE ................................................................................................................... 8
2.1 SINTOMAS DA ANSIEDADE NORMAL ...................................................................... 10
2.2 SINTOMAS COMPORTAMENTAIS ............................................................................. 11
2.3 TRANSTORNOS ANSIOSOS ...................................................................................... 11
2.4 TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA .................................................... 12
2.5 TRANSTORNO DO PÂNICO ....................................................................................... 13
2.6 TOC (TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO ................................................... 14
2.7 TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO ................................................ 14
2.8 NEUROBIOLOGIA DA ANSIEDADE ........................................................................... 14
2.9 ETIOLOGIA DOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE ................................................. 15
2.10 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS NA ANSIEDADE ........................................................ 17
2.11 ANSIEDADE TRAÇO E ANSIEDADE ESTADO ........................................................ 18
2.12 PERCEPÇÃO DA PASSAGEM DO TEMPO ............................................................. 19
2.12.1 Tempo espontâneo ................................................................................................. 20
2.12.2 Geração de ritmo interno (Relógio interno) ............................................................. 22
2.12.3 Mecanismos atencionais ......................................................................................... 23
2.12.4 Atenção difusa ......................................................................................................... 25
2.13 FISIOLOGIA DA ATENÇÃO VISUAL ......................................................................... 25
3 OBJETIVOS .................................................................................................................... 29
3.1 GERAL ......................................................................................................................... 29
3.2 ESPECÍFICO ................................................................................................................ 29
4 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 30
5 MÉTODOS ...................................................................................................................... 31
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 58
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 59
ANEXOS ............................................................................................................................ 64
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1 INTRODUÇÃO
Os avanços científicos e tecnológicos nas últimas décadas são responsáveis por
importantes mudanças na sociedade, particularmente na vida das pessoas, gerando
transformações biopsicosociais. Como conseqüência, ocorre um aumento de fatores
emocionais, dentre eles, a ansiedade.
Sabe-se que o tempo é uma dimensão fundamental presente em nossa vida. A todo o
momento estamos expostos a inúmeros estímulos de todas as modalidades sensoriais. A
atenção é mais comumente observada pelo deslocamento do individuo no espaço.
Este estudo procurou investigar dois aspectos psicofisiológicos que modulam a
ansiedade: a atenção difusa e a percepção da passagem do tempo espontâneo.
Estes experimentos foram a primeira tentativa de se avaliar de forma simultânea o que
ocorre com a geração espontânea de ritmos em relação ao desempenho em testes de atenção
visual, considerando os traços de ansiedade dos indivíduos.
Estes aspectos são relevantes para o entendimento da gênese dos sintomas de
ansiedade em pessoas normais ou portadoras de doenças psiquiátricas.
Esse estudo foi uma pesquisa básica de caráter exploratório no estudo da fisiopatologia da
ansiedade.
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2 ANSIEDADE
Em latim, os termos correlatos anxietas e anxietatis indicam aflição, angústia, desejo
veemente e desconforto (GRAEFF, 1996), denotando, portanto, algo ruim, dispensável para o
homem. Porém, ao longo da história tem-se visto a ansiedade como uma resposta emocional
normal, ocorrendo, principalmente, diante da expectativa ou antecipação de estímulos ou
situações presentes no ambiente (RODGERS et al., 1997). Neste contexto, a ansiedade
constitui uma emoção normal, advertindo sobre perigos de dano físico, dor, impotência,
possíveis punições, separação social, entre outros. (SANDFORD et al., 2000). Desta forma,
ela estimula o organismo a tomar as medidas necessárias para impedir a ameaça ou, no
mínimo, reduzir suas consequências (BRANDÃO, 2001). Ademais, a ansiedade parece estar
intimamente associada ao medo, uma resposta emocional básica frente a um estímulo
ameaçador no ambiente, estando o seu circuito neural envolvido em alguns tipos de ansiedade
(LEDOUX, 1996, 1998).
Desta forma, o medo e a ansiedade fazem parte das primeiras linhas de defesa na
natureza particularmente em mamíferos compreendendo a habilidade de prever o perigo antes
que ele ocorra de fato (KIM; GORMAN, 2005). Portanto, neste contexto, e considerando que
foram moldados ao longo da evolução pelo processo de seleção natural, o medo e a ansiedade
tem um importante significado adaptativo e evolutivo, sendo emoções para a vida (DARWIN,
1872; MCNAUGHTON, 1997, 1999).
A ansiedade pode ser observada em duas importantes formas, a saber: ansiedade traço
e ansiedade estado, segundo (SPIELBERG, 1979). A primeira corresponde a uma resposta
persistente e duradoura, inerente á personalidade do indivíduo, indicando a forma com que ele
interage com seu ambiente físico e social,esta ansiedade que será considerada neste estudo . A
ansiedade estado, por sua vez, é a resposta de um determinado indivíduo a uma situação
específica. Essa resposta pode mudar, ao longo do tempo, em decorrência do nível de estresse
e de acordo com o modo com que este é percebido pelo indivíduo (SANDFORD et al., 2000).
Apesar de ser uma resposta emocional normal, a ansiedade pode adquirir
características patológicas no homem, ocorrendo em momentos inapropriados ou de forma
exacerbada (SANDFORD et al., 2000). Neste estado a resposta emocional toma-se
inadequada a um determinado estímulo, em virtude de sua intensidade e/ou duração. Pode
provocar confusão e distorções da percepção temporal e espacial em relação a pessoas e ao
significado dos acontecimentos. Estas distorções podem interferir no aprendizado pela
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diminuição da concentração, redução da memória e prejuízo da capacidade de associação
(BRANDÃO, 2001).
A ansiedade varia em tanto termos quantitativos (i.e., duração e intensidade), como
qualitativos. Uma simples preocupação diária persistente é diferente de uma expectativa a um
desafio, que por sua vez também é diferente de uma crise súbita, rápida, imprevisível e
irracional de medo intenso. Essas respostas podem ser normais em condições apropriadas,
porém, patológicas e mal adaptadas quando em situações inapropriadas. Essas diferenças
fenomenológicas também podem ser acompanhadas por diferenças em termos das respostas
fisiológicas, autonômicas e farmacológicas, o que levou à necessidade de se estudar e
entender melhor os aspectos psicofisiológicos da ansiedade, dentre eles a percepção da
passagem do tempo e a atenção.
Os distúrbios associados á ansiedade podem ser classificados com base nos seus
fenômenos (intensidade, duração, qualidade, curso natural do distúrbio, sintomas e histórico
familiar), respondendo de maneira diferenciada aos tratamentos farmacológicos disponíveis
atualmente. A ansiedade patológica necessita de intervenção terapêutica e podem ocorrer em
decorrência de outras patologias, psicológicas e/ou fisiológicas, sendo considerada, nesses
casos, uma manifestação secundária. Quando é a principal ou única manifestação observada, a
ansiedade se enquadra nos distúrbios ou transtornos de ansiedade primária (Graeff, 1996).
Independente de ser uma manifestação primária ou ocorrer em comorbidade com outras
patologias, um quadro clínico de ansiedade patológica tem se tornado cada vez mais frequente
em nossa sociedade, acometendo aproximadamente 25% da população (KIM; GORMAN,
2005).
Pela classificação do DSM-IV (Diagnostic and Statisticat Manual of Mental Disorders,
elaborado pela Associação Psiquiátrica Americana - APA), em vigor desde 1994, os vários
tipos de ansiedade patológica passam a ser classificados como ansiedade generalizada, pânico
- com ou sem agorafobia, distúrbio obsessivo-compulsivo, distúrbio do estresse pós-
traumático, distúrbio de ansiedade atípica e as fobias (agorafobia, social e simples). Mais
especificamente, o distúrbio do pânico é caracterizado pela recorrência de ataques de pânico,
um episódio súbito e inesperado de medo intenso, acompanhado por manifestações somáticas
ou cognitivas, incluindo palpitações, falta de ar, tremores, tonturas, náuseas, e medo de perder
o controle, enlouquecer ou morrer. Os distúrbios de pânico vêm sendo tratados
farmacologicamente com antidepressivos tricíclicos, inibidores seletivos da recaptação de
serotonina e inibidores da enzima monoaminoxidas .Por outro lado, o distúrbio da ansiedade
generalizada é uma perturbação crônica caracterizada por uma tensão ou apreensão excessiva,
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sem causa aparente, com relação a diversos aspectos da vida cotidiana, acompanhado dos
seguintes sintomas: inquietação, fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão
muscular e distúrbios do sono.
Além disso, sabe-se que os diversos tipos de ansiedade afetam diferentemente as
estruturas cerebrais (SANDFORD et al., 2000). Neste sentido, os sistemas neurais envolvidos
na ansiedade normal e patológica vêm sendo intensamente investigados, podendo sua
elucidação contribuir significativamente para uma melhor compreensão.
Funções específicas dentro do complexo circuito neural responsáveis pelas emoções
de medo e ansiedade (SANDFORD et al., 2000, KIM; GORMAN, 2005), assim como para o
desenvolvimento de novos tratamentos farmacológicos para os distúrbios a eles associados.
Ansiedade também é uma emoção, voltada para o futuro, portanto normal em certas
condições, tem a ver com antecipação de ameaças, dependendo do contexto, se tornando
subjetiva.
A certeza de algo não gera ansiedade, quanto mais rotineira a vida, isto é, previsível,
menor são os níveis de ansiedade.
2.1 SINTOMAS DA ANSIEDADE NORMAL
Existem palpitações, sentimento do coração batendo mais rápido, não significando
aumento da freqüência cardíaca. Os tremores, ás vezes as pessoas sentem, de forma intensa,
mas não correspondem objetivamente a eles. A ansiedade é avaliada pelo relato do paciente.
Existe uma definição com o que a pessoa sente, e o aspecto físico apresentado. A ansiedade
pode ampliar os sintomas físicos.
A falta de ar na ansiedade é diferente da falta de ar na asma, na ansiedade a sensação é
que a respiração não completa. A oxigenação é normal o sentimento é de respiração curta com
opressão no peito. A tontura freqüentemente acompanha a ansiedade, mas não é uma tontura
verdadeira, na ansiedade é uma sensação de flutuação.
Apreensão, tensão, preocupação, onde algo traz a certeza dificultando o relaxamento,
ocorrendo ruminação, circulação sobre o mesmo tema o tempo todo, são importantes
características da ansiedade. O estado de ansiedade é um estado de variação, onde você não
consegue manter-se o tempo todo, pois consome muita energia, oscilando ao longo do dia.
Ocorre pensamento catastrófico, tendência a imaginar ou antecipar catástrofes, onde
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tudo tem que estar sob controle. Na técnica cognitiva o objetivo é desviar o pensamento do
futuro e trazer o pensamento para o presente, é fazer o que está fazendo no presente (ação no
presente), organizar a vida, focar no presente.
2.2 SINTOMAS COMPORTAMENTAIS
O medo exagerado é um sintoma comportamental ligado á ansiedade, atrapalhando a
vida das pessoas.
A obsessão, os rituais, é utilizada para buscar a ansiedade, pois a repetição ajuda a
baixar a ansiedade, os rituais religiosos são exemplos, pois ocorre o relaxamento, é trazer os
pensamentos do futuro para o presente.
2.3 TRANSTORNOS ANSIOSOS
A ansiedade a nível patológico regendo o DSM IV é caracterizando por transtorno de
ansiedade generalizada, temperamento muito ansioso, onde é uma pessoa muito tensa com
muito sofrimento.
O transtorno de pânico a pessoa tem umas crises agudas de ansiedade, sensação que
vai morrer naquela hora apresentando sintomas físicos. É visto muito mais como uma doença
orgânica do que psicodinâmica. O que define o transtorno de pânico, é o medo do lugar onde
pode desencadear um ataque do pânico.
A fobia social é o medo de achar que estou sendo julgado a todo o momento, um
desconforto em fila, em público, ter amigos, trabalhar, comer, mas existe o conhecimento da
intenção, desse medo.
Fobias específicas, medos exagerados por fobias específicas, onde exista ansiedade -
medo ações muito limitadas, onde a técnica cognitiva consiste em expor o individuo a
situação causadora de forma gradual e sistemática.
O medo esta relacionado à situação primitiva da espécie humana, herança biológica,
nos preparando a reagir perante ameaças. Os primatas eram inimigos naturais dos répteis.
O transtorno obsessivo compulsivo possui características como pensamentos intrusos,
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rituais compulsivos para se livrar dos pensamentos. O transtorno de estresse pós-traumático,
acidentes traumáticos gravíssimos, donde a pessoa fica revivendo os eventos.
A ansiedade tem várias manifestações em termos de diagnósticos, existindo vários
possíveis regendo DSM IV muitas características são comuns. A ansiedade patológica ou
medo incompreensível caracteriza se quando levamos em conta a personalidade no contexto
biológico, social, familiar e cultural da pessoa, estado clínico é avaliado a partir da
intensidade e duração dos sintomas e a interação do individuo com o meio.
2.4 TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA
Os diagnósticos ligados à ansiedade são muito “quebrados”, por existirem vários
sintomas e conforme o sintoma o diagnóstico, entretanto não se podem rotular, alterações
ligadas ao temperamento, humor basal do indivíduo. É um diagnóstico com nível elevado de
ansiedade mais intensa e/ou duradoura a maior parte do tempo. Existe um impacto importante
sobre a vida, essas pessoas apresentam sintomas físicos, cognitivos, comportamentais, já
descritos acima.
Avaliar a ansiedade pelo estilo de vida da pessoa, levando em conta a cultura e o
contexto onde ocorre o fato e se a pessoa apresenta humor ansioso constantemente. O
problema não é o reconhecer o sintoma e sim quando realizar o tratamento. De forma geral
vivemos em uma cultura onde se estimula a ansiedade, e o desencadeamento dos sintomas, o
quanto o ambiente gera a ansiedade e somos influenciados por ele.
A ansiedade generalizada leva a um grau de adaptação. A expressão do sintoma
depende da interação entre o sintoma e o ambiente, técnicas cognitivas e medicamentos
(usados pelo sintoma físico) antidepressivos (doses baixas), evitar diazepinícos.
Técnicas cognitivas, verificando “estilo do pensamento”, o foco voltado para o
presente, atividades físicas e técnicas de relaxamento, caracterizam formas de tratamento para
o transtorno de ansiedade generalizada.
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2.5 TRANSTORNO DO PÂNICO
O diagnóstico para quem tem ataques de pânico, (susto, reação de defesa) é
caracterizado por uma crise súbita, onde não existe o desencadeante, apresentando falta de ar,
palpitações, tremores, sudorese, tontura e descontrole eminente, sensação de morte eminente.
O ataque de pânico tem dia e hora para iniciar, podendo ser desencadeado organicamente
(café, anfetamina, substancia usada para emagrecer).
O diagnóstico é dado somente quando se tem vários ataques de pânico segundo o
DSM IV, pelo menos três crises por mês. Maior freqüência em mulheres, duas mulheres para
cada homem, adultos e jovens.
2.6 TOC (TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO)
Caracterizado por obsessões, pensamentos ou imagens intrusivas, mesmo que o
individuo não queira (pequenos trechos de música), de caráter desagradável, onde os
pensamentos geram capacidade de resistência, exemplos idéias ligadas à contaminação /
verificação (dúvida).Causa intensa ansiedade, donde a pessoa vai ter necessidade para
contrabalançar.
O transtorno obsessivo-compulsivo, também é caracterizado por compulsões,
comportamentos repetitivos ou rituais, com objetivo de aliviar ansiedade causada pelas
obsessões. Existe uma tendência para expansão dos rituais, isto é a intensidade do ritual que é
patológico associado com o desconforto.
Rituais de limpeza e verificação são conseqüências das idéias obsessivas, entram
independente da razão. O transtorno obsessivo e compulsivo apresenta um forte caráter
orgânico em sua genética. Pessoas com febre reumática podem desencadear infecção na
garganta donde se formarão anticorpos antineuronais, levando essas pessoas a um quadro de
Coréia de sydoham, logo desenvolvendo transtorno obsessivo compulsivo quando adulto. O
tratamento consiste em antidepressivos com altas doses por tempo prolongado, objetivando
ações sobre a serotonina.
A terapia comportamental cognitiva consiste em uma exposição da pessoa ao
transtorno e prevenção de resposta, do mesmo.
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2.7 TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
Idéia de trauma, experiências que seriam traumáticas, grande sofrimento para qualquer
pessoa, exemplo: experiências de guerra, acidente, violência.
Sintomas do estresse através de imagens ou pensamentos, sonhos, originando muita
ansiedade, com humor depressivo. Sintomas técnicos, palpitação, falta de ar, exposição à
lembrança do ocorrido, sentimentos de culpa, abuso de álcool e drogas, risco de suicídio,
insônia, irritação, perda de concentração.
2.8 NEUROBIOLOGIA DA ANSIEDADE
No final século XIX já se sabia que expressão das emoções não dependia da
integridade de córtex cerebral. Segundo Goltz (1892), ocorria reação completa de raiva
evocada em caos mesmo após a remoção cirúrgica do córtex. Atividade simpática difusa,
sudorese, pilo ereção, aumento de secreção e de adrenalina.
A biologia da ansiedade aborda, reações de defesa e de atividade das pessoas, dentro
do contexto social e cultural, onde ocorra ameaça. Embora incorporada por teorias
psicodinâmicas, mantém relação com aspectos biológicos básicos. O estudo da biologia da
ansiedade visa: desenvolver modelos que façam sentidos biológicos, psicológicos e culturais.
Algumas variáveis fisiológicas como dilatação pupilar, pilo ereção, sudorese, aumento
da temperatura corporal, são mais percebíveis e caracterizam sintomas biológicos da
ansiedade, entretanto não se pode afirmar ser ansiedade. A ansiedade territorial existe,
espécies que defendem seus territórios, isto é quando você atravessa um território você já sabe
que terá problemas, o mesmo ocorre quando alguém entra em seu espaço. Ansiedade ligada
territorialidade. Espécies inferiores possuem uma menor resposta emocional.
Situações que normalmente evocam o medo e a ansiedade não são aleatórias, mudando
a condição cultural, mas a fisiologia do contexto é a mesma.
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2.9 ETIOLOGIA DOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
• Genético
Conforme um conjunto de traços geneticamente determinados ocorre maior
probabilidade do indivíduo selecionar situações que envolvam um alto risco para se tornarem
eventos de vida estressores. Portanto, a variabilidade individual para identificar como
negativo o evento, talvez se deva a uma suscetibilidade genética (MARGIS et al., 2003).
• Sexo
Conforme pesquisas epidemiológicas realizadas junto à população geral dos EUA, as
mulheres possuem duas vezes maior probabilidade de desenvolver transtornos de ansiedade
generalizada ao longo de suas vida do que os homens (WITTCHEN apud KINRYS;
WYGANT, 2005).
As mulheres com transtornos de ansiedade além de geralmente apresentarem
diferenças clínicas na manifestação do quadro quando comparadas aos homens, também
desenvolvem maior número de comorbidades (transtornos psiquiátricos) como, por exemplo,
a depressão (WITTCHEN et al. apud KINRYS; WYGANT, 2005). Segundo Pigott (2003),
estas diferenças podem ser causadas, segundos alguns estudos na área, em função de fatores
genéticos e hormonais (hormônios sexuais femininos).
Vários estudos demonstraram que as mulheres apresentam alterações nos níveis de
ansiedade conforme curva de progesterona, elevando-se no período pré-menstrual e
diminuindo no pós-menstrual (ANTUNES; RICO; GOUVEIA JÚNIOR, 2004). No estudo de
Antunes, Rico e Gouveia Júnior (2004), os autores identificaram a presença de variações
maiores da ansiedade traço do que a ansiedade estado, ao longo do ciclo menstrual. Este
achado foi atribuído às alterações de autopercepção gerados petas oscilações hormonais.
Silove et al. (1995), corroboram com este pressuposto propondo que as mulheres em
função de fatores genéticos e pelo fato de definirem sua personalidade muita mais voltada
para preservação da integridade da vida e das relações interpessoais, na fase adulta estão mais
expostas a agentes estressores ambientais pela necessidade de competitividade no mercado de
trabalho.
Lembrando principalmente que é necessário a mulher desdobrar-se em várias outras,
considerando sua inserção em outras posições sociais como etnia, raça, classe, religião,
sexualidade, necessidades humanas básicas, concepção, anticoncepção, gravidez, a dor, o
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prazer e a lactação, fatores que por si só complicam seu processo de adaptação (MEYER,
1999).
• Conceitos sobre si mesmo
A auto-estima desempenha importante papel na proteção do self (identidade pessoal),
é um dos recursos para o processo do enfrentamento, e consegue influenciar a avaliação de
eventos e comportamentos elaborados como resposta aos agentes estressores (TAMAYO,
2001).
Portanto, ela age como filtro selecionando informações pertinentes ao indivíduo, e
caso ela se apresente baixa, pode fazer com a resposta frente ao estressor manifeste-se de
forma mais passiva, tornando-o mais susceptível ao estresse (JEX; ELACQUA apud
PASCHOAL; TAMAYO, 2005).
• Idade
Alterações nos níveis de ansiedade ocorrem com maior frequência no final da
adolescência e no início da idade adulta (KAPLAN; SADOCK, 1998), mais precisamente
entre 20 e 30 anos de idade (DRATCU; LADER, 1993).
Durante a adolescência o indivíduo possui constantes desafios, que permeiam de
problemas reais a situações imaginárias, situação que o torna mais vulnerável a alterações no
nível de ansiedade, o medo gerado frente a estes eventos é direcionado a perigos subjetivos
atribuídos a chamada "crise de identidade" (SERRA et al apud BAT1STA, 2005).
• Nível sócio-econômico
Vários estudos sobre ansiedade mostram que indivíduo de nível sócio-econômico mais
baixo tem maiores níveis de ansiedade tanto traço como estado, a maioria dos autores atribui
este achado ao fato destes sujeitos enfrentarem jornadas de trabalho extenuantes e baixa
remuneração que não permite satisfazer as necessidades básicas de sobrevivência (moradia,
alimentação, saúde, educação) e por estarem diante de um horizonte incerto (LA ROSA,
1998).
• Prioridade axiológica
Alguns estudos, como de Tamayo (2001), demonstraram que quanto maior valor
atribuído a realização pessoal e ao hedonismo, mais suscetível torna-se o indivíduo ao
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estresse. Nesta pesquisa o autor identificou maior nível de desgaste nos sujeitos com estes
tipos de prioridade axiológica.
• Eventos de vida estressores
Poucos dados são encontrados na literatura relacionados à exposição a eventos de vida
estressores e o surgimento de sintomas e transtorno de ansiedade. O estudo de Rueter e
colaboradores (1999) demonstraram existir associação positiva entre a alteração no padrão de
estresse e manifestação da sintomatologia, demonstrando que os eventos estressores estiveram
Belamente relacionados ao surgimento de transtornos de ansiedade.
São diversos os eventos potencialmente estressores na vida do indivíduo adulto, por
exemplo: criação dos filhos, perda de pessoas significativas ou do emprego, relacionamento
interpessoal, ameaça de separação, agressões físicas, envolvimento em situações ou relação
humilhante e a aposentadoria (MARG1S et al, 2003).
Frente a estes achados é pertinente imaginar que a interação de fatores ambientais
(eventos de vida estressores) com predisposição genética para transtornos de ansiedade
associada à forma como o indivíduo avalia e enfrenta os eventos de vida estressores, poderia
gerar transtornos de ansiedade.
2.10 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS NA ANSIEDADE
Os transtornos de ansiedade são o quadro mais comum entre os transtornos
psiquiátricos população geral, cuja prevalência é de 28,8% ao longo da vida, 12% ao ano
(KESSIER et al. apud KINRYS; WYGANT, 2005).
Vários estudos demonstram que os sintomas ansiosos estão entre os mais frequentes
motivos de procura de serviços primários de saúde, podendo ser encontrados em qualquer
pessoa em determinados períodos de sua existência, e a maioria dos casos de ansiedade não é
diagnosticada ou tratada adequadamente, fato que gera um elevado custo médico-social e
grande sofrimento para o indivíduo acometido (BERNIK; LOTUFO-NETO, 1994).
Em documento emitido pela Comissão das Comunidades Européias (2000) sobre
fatores responsáveis por afastamento do ambiente de trabalho, a ansiedade, o estresse, a
depressão, a violência no trabalho, o assédio e a intimidação aparecem como responsáveis por
18% (quinta parte) de todos os problemas de saúde que podem gerar este processo, o que
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implica em duas semanas ou mais de ausência laboral.
2.11 ANSIEDADE TRAÇO E ANSIEDADE ESTADO
Spielberger (1979) em estudo realizado com um grupo de voluntários, ele e
colaboradores conseguiram elaborar formas distintas de mensurar as duas formas de
ansiedade( SPIELBERGER; GORSUCH; LUSHENE, 1979). Formula, então, o Inventário de
Ansiedade Traço-Estado de Spielberger, integrando estudos anteriores de Carttell e Scheier,
assim como as concepções teóricas de Freud.
Essa diferenciação foi bastante relevante para o desenvolvimento de investigações
posteriores sobre ansiedade e pode ser utilizada em indivíduos normais e com doentes.
A diferenciação da ansiedade é definida da seguinte maneira (SPIELBERGER et ai,
1979):
• Estado de ansiedade
(A-estado) - estado ou condição emocional transitória e temporária do organismo
humano de intensidade variável e caracterizada por sentimentos subjetivos, conscientemente
percebidos, de: desagrado, apreensão e tensão acompanhados pela ativação do sistema
nervoso autônomo, perante uma situação que aparente ameaça. Os escores para este tipo de
ansiedade podem variar em intensidade conforme o perigo percebido.
• Traço de ansiedade
(A-traço) - refere-se a diferenças individuais na disposição de perceber uma ampla
escala de situações estimuladoras como perigosas ou ameaçadoras e na tendência a responder
a tais ameaças com reações de estado de ansiedade. Os indivíduos que possuem alto traço de
ansiedade tendem a perceber maior número de situações como perigosas, ou ameaçadoras em
relação aos que apresentam baixa ansiedade traço (ANASTASI; URBINA, 2000),
principalmente nas situações que envolvem as relações interpessoais e que apresentam
ameaça à auto-estima (SPIELBERGER; GORSUCH; LUSHENE, 1979). Os escores deste
tipo de ansiedade são menos sensíveis às mudanças decorrentes de situações ambientais e
permanecem relativamente constantes no tempo.
19
2.12 PERCEPÇAO DA PASSAGEM DO TEMPO
O tempo é uma dimensão fundamental presente em todos aspectos importantes da
vida. Nossa consciência, nossa sensação de unicidade e de continuidade como indivíduos,
depende de memória, e, nesse sentido, de um registro temporal, ou da nossa percepção de
tempo.
O tempo, enquanto elemento que permite a mensuração do quando, é fator essencial
para seqüencial e ordenar eventos, precisar durações, intervalos, e ainda, para quantificar o
movimento.
A capacidade de sincronizar uma ação de forma temporalmente coordenada com
estímulos externos é uma aptidão importante na história evolutiva da espécie humana. Essa
peculiar habilidade de sincronização sensitivo-motora é indispensável para diversas atividades
nas quais os movimentos são elementos particularmente importantes, como, o esporte, a
música, a dança, e o trânsito.
O estudo da percepção de tempo e da produção de ritmos teve início no final do século
XIX com Stevens (1886). Posteriormente, Miyake (1902) e Dunlap (1910) também
desenvolveram estudos em percepção de tempo (apud Repp, 2005). No entanto, as
investigações obtiveram resultados mais substanciais com as pesquisas realizadas por Paul
Fraisse, a partir das décadas de 1950 e 1970. Desde então, os estudos têm se multiplicado com
bastante rapidez, em especial, a partir do final da década de 1990 e V nos anos 2000.
Dentre as contribuições de Fraisse (1982), a concepção de presente psicológico, obtida
através do estudo do limiar de percepção de tempo, é particularmente importante. De acordo
com os seus resultados, o limiar de detectável idade do intervalo entre dois estímulos sonoros
é de 100 milissegundos. Por outro lado, se o intervalo entre estes eventos for maior do que 1,8
milissegundos, o sistema nervoso parece ter dificuldade em definir uma ordem contínua entre
estes eventos, já que a previsibilidade torna-se gradativamente mais difícil, o que, portanto,
gera a interpretação de que os eventos não possuem relação entre si.
Fraisse (1982) também apontou que a periodicidade de determinadas atividades, como
caminhar, falar e mastigar possuem um pulso periódico básico, ou seja, um tempo
espontâneo.
20
2.12.1 Tempo Espontâneo
Fraisse (1982) apontou que atividades motoras que envolvem movimentos rítmicos
possuem uma frequência de atuação que reflete uma periodicidade natural, ou, como Fraisse
denominou, um tempo espontâneo. Para chegar a esta conclusão, foram realizados
experimentos que mediram a periodicidade natural de atividades, como, por exemplo, bater
espontaneamente as mãos (palmas) ou finger tapping.
Os estudos de Fraisse indicaram que, por haver significativa variação entre os sujeitos
o período de realização da tarefa estava em torno de 380 e 880 milissegundos. Um resultado
que chama atenção é que, o valor de 600 milissegundos parecia ser o mais significativo nas
tarefas de tempo espontâneo em finger tapping (FRAISSE, 1982, p. 153).
Em pesquisa posterior Collyer, Broadbent e Church (1994) também investigaram o
tempo espontâneo em tarefas de finger tapping, e obtiveram resultados que apontam para uma
periodicidade média de 408,6 ms. Seus dados também demonstram uma variação entre os
sujeitos, com períodos de 252 ms a 494 ms (mínimo e máximo, respectivamente). A
conclusão proposta pelo trabalho é que a variabilidade presente nas tarefas de tempo
espontâneo seria uma assinatura do oscilador.
McAuley et al. (2006) desenvolveram uma pesquisa a fim de entender a faixa de
frequência espontânea em indivíduos de diferentes idades. Para isso, foi feito um estudo com
pessoas de 4 a 95 anos, cujos resultados apontaram que crianças de 4-5 anos apresentaram
média na tarefa de tempo espontâneo em 312 ms (desvio padrão de ± 16 ms) e a média
gradativamente aumentava com relação à idade. Isso porque pessoas de 18-38 anos realizaram
a tarefa com média de 630 ms (desvio padrão de ± 22 ms), enquanto os participantes com
mais de 75 anos tiveram média de 648 ms (desvio padrão de ± 43 ms).
Drake e Ben el Heni (2003), compararam o tempo espontâneo de indivíduos músicos e
não-músicos da França e Tunísia, e apontaram que não existe diferença significativa entre o
desempenho de músicos e não-músicos. A média dos participantes franceses foi de 707 ms,
enquanto os indivíduos da Tunísia tenderam a executar a tarefa com média de 851 ms. O
desvio padrão dos músicos franceses nesta tarefa foi de 187 ms, enquanto não-músicos
realizaram o finger tapping com variabilidade de 243 ms. Por outro lado, músicos e não-
músicos tunisianos obtiveram o mesmo desvio padrão, a saber, 286 ms.
Um estudo realizado por MacDougall e Moore (2005) buscou estudar a periodicidade
dos movimentos durante 10 horas de atividades rotineiras, como, caminhar, subir escadas,
21
andar de bicicleta, limpar o apartamento, fazer compras, dentre outras. Com isso, os
pesquisadores buscaram determinar o tempo espontâneo da locomoção humana. Os resultados
mostraram que a movimentação da cabeça, quadril, tornozelo, pulso, e todas as atividades que
envolviam movimento ocorrem em uma frequência de aproximadamente 2 Hz, com desvio
padrão de 0,13 Hz.
A consistência dessa frequência foi demonstrada em estudo recente realizado Bove et
al. (2009), que também mostrou que o tempo espontâneo de movimentos, como, em finger
tapping, ocorre em uma faixa predominante de 2,2 Hz (desvio padrão de ± 0,10 Hz). Além
disso, este trabalho também mostrou que a observação de ações rítmicas, como, assistir a
vídeos de outras pessoas executando a tarefa de finger tapping espontâneo, influencia a
frequência natural do tempo espontâneo, pois os participantes tendem a executar a tarefa na
mesma frequência das ações observadas.
Um aspecto relevante apontado por Fraisse (1982) e reafirmado por MacDougall e
Moore (2005) é que a predileção da frequência de 2 Hz no tempo espontâneo dos movimentos
possui uma ligação direta com a música. Isso porque, grande parte das obras musicais
ocidentais possui andamento na faixa entre 60 e 120 batimentos por minuto (bpm),
demonstrando um pico na faixa de 2 Hz (THOMPSON, 2009).
Os estudos de finger tapping em tempo espontâneo têm levantado dois apontamentos
importantes. O primeiro ponto, é que a predominância da frequência de 2 Hz tanto no tempo
espontâneo dos movimentos, bem como, do andamento mais frequente nas músicas
ocidentais, estaria relacionada com a existência de relógios internos que controlariam a
percepção e produção de ritmos (TREISMAN, 1962 apud MAUK; BUONOMANO, 2004;
COLLYER; BROADBENT; CHURCH, 1994; KURIYAMA et al., 2005; RÍJN; TAATGEN,
2008).
O segundo aspecto levantado está ligado à variabilidade observada nas atividades
motoras rítmicas. Tem sido sugerido que esta variação do desempenho dos participantes
estaria ligada tanto a aspectos centrais, relacionados ao relógio interno, quanto a fatores
periféricos, inerentes ao próprio sistema motor (REPP, 2005; IVRY et al., 2002).
Sendo assim, as próximas sessões deste capítulo têm o intuito de apresentar os
modelos de relógios internos, o funcionamento deste mecanismo, e as estruturas nervosas
envolvidas na percepção de tempo e produção de ritmos. Em um segundo momento,
destacam-se alguns aspectos inerentes ao sistema motor envolvidos com a variabilidade nas
tarefas de sincronização sensório-motora.
22
2.12.2 Geração de ritmo interno (relógio interno)
Um dos modelos de relógio interno mais aceitos para explicar os processos internos
subjacentes à percepção de tempo e sincronização sensório-motora é o modelo de Treisman
(1963). Esse modelo de relógio interno prevê três estágios de processamento da informação
temporal: estágio de relógio, estágio de memória e, finalmente, estágio de decisão ou
comparação.
Tem sido indicado que o funcionamento deste relógio interno seria influenciado por
diversos fatores psicológicos e fisiológicos. Um estudo realizado por Wearden e Penton-Voak
(1995) revelou que a percepção de tempo é influenciada pela temperatura corporal.
Temperatura elevada acima do normal provoca uma rápida passagem do tempo subjetivo.
Kuriyama et al. (2005) também mostraram que a produção de tempo. Exibe uma variação
diurna e está fortemente correlacionada às variações circadianas da temperatura corporal e aos
níveis de melatonina. Estes estudos sugerem, portanto, que a percepção de tempo de curta
duração em humanos estaria sob a influência de marca-passos circadianos.
Pesquisas também apontaram que stress, drogas, emoções e depressão modificam a
percepção de tempo (MURATA et al., 1999; STETSON; FIESTA; EAGLEMAN, 2007;
DROIT-VOLET; MECK, 2007; GIL; DROIT-VOLET, 2009). Gil e Droit-Volet (2009)
demonstraram, por exemplo, que o relógio interno de pacientes com depressão corre mais
devagar. Stetson, Fiesta e Eagleman (2007) desenvolveram um estudo, cujos resultados
sugerem que a percepção da passagem do tempo é superestimada em 36 % em situações
amedrontadoras e assustadoras, gerando assim a sensação de que estes eventos seriam mais
longos do que realmente são.
A partir da observação de que alguns aspectos fisiológicos e psicológicos influenciam
diretamente a percepção de tempo, diferentes teorias têm emergido na tentativa de
compreender, por exemplo, o papel da atenção, emoção, stress e temperatura corporal no
funcionamento do relógio interno. Meck e Church (1983) sugeriram que processos
atencionais atuam como um interruptor, que permite ou impede o fluxo de pulsos do marca-
passo para o acumulador. A atuação desse mecanismo seria, portanto, baseada na relevância
da informação temporal.
Essa hipótese predominante nos trabalhos de percepção de tempo e sincronização
sensório-motora tem sido questionada por recentes estudos psicofísicos e de neuroimagem
(JANTZEN et al., 2007; MAUK; BUONOMANO, 2004; LEWIS et al., 2004). Dados
23
empíricos revelam que é possível perceber e estimar a duração de eventos de diferentes
períodos apresentados simultaneamente, o que tem dado suporte à idéia de que o
processamento de informações temporais é mediado por várias estruturas neurais. Resultados
como estes levantam a proposta de que não haveria uma única estrutura responsável pela
geração e emissão de pulsos, e também não haveria apenas uma estrutura responsável pela
acumulação e integração desses pulsos (RIJN; TAATGEN, 2008; JANTZEN et al., 2007).
Sendo assim, modelos atuais tomam como base a existência de múltiplos marca-
passos, ou ainda, múltiplos acumuladores. Outras hipóteses sugerem ainda marca-passos ou
osciladores dinâmicos (RÍJN; TAATGEN, 2008; MAUK; BUONOMAMO, 2004). Mauk e
Buonomano (2004) propõem ainda que a percepção de tempo não provém de relógios ou
sistemas corticais especialmente dedicados ao processamento de tempo.
2.12.3 Mecanismos atencionais
A atenção é um dos processos psicológicos mais importantes na regulação da
experiência temporal. Diferentes níveis atencionais podem provocar experiências temporais
radicalmente diferentes. Alocar menos atenção para eventos temporais provoca a percepção
de que "o tempo voa", pois há uma redução na computação da duração dos eventos temporais.
Por outro lado, prestar atenção à passagem do tempo provoca a sensação de que o tempo
passa significativamente mais devagar (BROWN, BOLTZ, 2002; POUTHAS e PERBAL,
2004).
Através de estudos sobre julgamento da ordem e duração de eventos temporais, e em
tarefas de finger tapping, Jones e colaboradores desenvolveram um modelo que procura
explicar os mecanismos atencionais envolvidos na percepção de tempo e sincronização
sensório-motora a estímulos rítmicos externos. Essa teoria foi denominada Teoria da Atenção
Dinâmica (The Dynamic Attending Theory) (JONES, 1976, 1987, 1990; JONES; BOLTZ,
1989 apud DRAKE; JONES; BARUCH, 2000).
Segundo esta proposta, o sistema nervoso seria dotado de um oscilador que teria uma
faixa de funcionamento natural, que poderia ser identificada através de tarefas, como, finger
tapping espontâneo. O modelo propõe que esse estágio basal de funcionamento do relógio
interno seria um período de referência para o processamento das informações temporais
externas, passível de modulação pela atenção (DRAKE; JONES; BARUCH, 2000).
24
Um segundo estágio do modelo de Jones aponta que, na presença de estímulos
rítmicos externos, o oscilador interno ajustaria o seu funcionamento em relação a frequência
mais 'saliente' do estímulo externo. São esses pulsos mais fortemente percebidos geram
expectativas que direcionariam a atenção antes voltada somente a frequência natural do
oscilador interno. A mudança do foco atencional da frequência interna natural do oscilador
para a frequência induzida pelo estímulo externo seria a mediada sintonização (attunement) -
processo que envolveria uma sincronização do oscilador interno no período dos estímulos
atendidos.
Jones também afirma que a habilidade de responder a níveis temporais
hierarquicamente diferentes dependeria da atividade de múltiplos osciladores que formam um
esquema de expectativas. Essa organização seria o mecanismo que permitiria a alocação
atencional para níveis rítmicos diferentes (DRAKE; JONES; BARUCH, 2000). Portanto, o
modelo proposto por Jones e colegas sugere a existência de múltiplos osciladores internos
responsáveis pelo processamento de tempo através do acúmulo de pulsos.
Outro modelo que incorporar os mecanismos atencionais ao processamento de tempo
foi proposto por Block e Zakay (1998). Esse modelo sugere que há um portão atencional, no
qual os pulsos emitidos pelo marca-passo são canalizados através de um portão atencional
para o acumulador, que seria então responsável pela integração e acúmulo dos pulsos. Num
momento seguinte, os pulsos seriam transferidos para os sistemas de memória e de tomada de
decisão (DRAKE; JONES; BARUCH, 2000). Sendo assim, o que fundamenta esse modelo é
que a atenção abriria o portão e controlaria o tamanho da abertura desse mecanismo para a
passagem dos pulsos. Tarefas não-temporais deslocariam a atenção do tempo, fazendo com
que este portão se estreite ou se feche completamente de forma descontínua. Assim, um
número menor de pulsos passaria através do portão atencional, provocando um encurtamento
da percepção da duração do tempo.
Pesquisas em neuroimagem têm revelado que quanto maior a alocação de recursos
atencionais para eventos temporais, maior é a ativação da área motora (COULL et al., 2004;
MAÇAR; COULL; VIDAL, 2006). Gross et al. (2006) mostraram também que o processo
atencional em tarefas de percepção de tempo é acompanhado por um aumento da
sincronização da atividade em redes neurais específicas, o que levaram a concluir que a
atenção representa um importante meio de regulação do processamento de informações
temporais, já que eventos relevantes provocam uma maior sincronização dos circuitos neurais.
.
25
2.12.4 Atenção difusa
A atenção visual é considerada um mecanismo neural onde recursos visuais são
direcionados, de forma voluntária ou espontânea, privilegiando um determinado local ou
objeto em detrimento de outros, vividos simultaneamente. O local, ou objeto, focado pela
atenção têm um processamento nas áreas corticais visuais mais eficaz do que os não focados.
(MULLER et al., 2003; SERENCES et al., 2004).
A atenção voluntária geralmente é mobilizada de maneira consciente e é utilizada com
tarefas que exigem maior concentração, e de maior complexidade para o indivíduo
(STEINMAN; STEINMAN, 1998). Em contrapartida, a atenção automática pode ser
desencadeada por um evento sensorial abrupto, sem que haja necessidade de um controle
prévio e consciente (RUZ; LUPIANEZ, 2002), acontecendo um acionamento automático dos
mecanismos atencionais. Acredita-se que o processo de modulação da atenção é diferente
dependendo da tarefa a ser realizada, ou seja, é empregada mais atenção em tarefas mais
complexas e menos atenção em tarefas menos complexas (LUPIANEZ et al., 2001).
Estudos psicofísicos têm demonstrado anisotropia da atenção, ou seja, diferença na
distribuição do foco da atenção visual nas direções horizontal e vertical (ROVAMO; VIESU,
1979; REGAN; BEVERLEY, 1983; KRÕSE; JULESZ, 1989). Estudos anatômicos e
fisiológicos em macacos demonstraram um possível correlato neural desta anisotropia com a
baixa densidade de células ganglionares na região foveal (CURCIO; AUCN, 1990) e o
declínio rápido da densidade dos cones afastando-se da fóvea (CURCIO et al., 1987) ao longo
das direções vertical e horizontal.
2.13 FISIOLOGIA DA ATENÇÃO VISUAL
De todas as fibras cerebroaferentes trinta e oito por cento pertencem ao sistema visual
que, portanto, se configura como a principal via de entrada de informações para a espécie
humana. Embora todos os elementos estruturais do olho humano participem da percepção da
informação visual, a retina tem um papel central neste processo.
A retina é a mais importante porque é nela que se inicia a percepção visual. A luz entra
pela córnea, é projetada no fundo do olho e é convertida em informação etetro-química pela
26
retina. Em seguida estes sinais, através do nervo óptico, chegam aos centros superiores no
cérebro, são processados para a geração do fenômeno perceptual, que é a construção mental
de uma informação tridimensional estável (KANDEL et al., 2000).
A maior parte das informações visuais captadas pelo olho segue pelo nervo óptico até
o córtex occipital, antes passando pelo tálamo. Parte destes sinais toma outros caminhos que
nem sempre estão envolvidos com o processamento da informação visual, podendo estar
envolvidos no controle do movimento da pupila e no acompanhamento de objetos no campo
visual.
Na retina a informação visual é segregada entre células ganglionares que têm dois
tamanhos (células grandes - magnocelulares ou tipo M e células pequenas - parvocelulares ou
tipo P). As informações chegam ao Núcleo Geniculado Lateral do tálamo e depois a diferentes
regiões do córtex.
Os axônios das células ganglionares são conectados ao corpo geniculado lateral,
definindo três vias principais de processamento: Magnocelular, Parvocelular e Koniocelular.
As camadas magnocelulares são responsáveis por responder a movimentos rápidos e de curta
duração, fornecendo a informação sobre a localização do objeto no espaço e também sobre a
profundidade. É através das camadas magnocelulares que se projetam para o cérebro
formando o tronco cerebral, que se obtém o controle reflexo dos olhos.
As camadas parvocelulares vão da área visual primária até o córtex temporal inferior e
aí são processadas as informações sobre cor, forma e a textura e esta é uma via de
processamento mais lento.
Tanto nas camadas parvocelulares quanto nas magnocelulares são encontradas células
tipo konio. As funções dos dois caminhos são preservadas no córtex visual, embora a
separação não seja completa (MAEHARA et al., 2004). Aproximadamente 80% das células
ganglionares conectam-se à via parvocelular, 10% à via magnocelular e 9% à via
koniocelular.
O núcleo geniculado lateral é formado por seis camadas: duas magnocelulares, quatro
parvocelulares e além destas existem ainda camadas intermediárias koniocelulares.
Basicamente as informações após chegarem ao córtex seguem por duas vias: dorsal e
ventral. A via dorsal segue para cima até o lobo parietal e o lobo frontal e a ventral segue para
baixo até a parte inferior do lobo temporal.
No fluxo dorsal a informação dominante é magnocelular e no fluxo ventral é
parvocelular. No fluxo dorsal é que se observa a coordenação mão-olho e interferem na
localização dos objetos e também são importantes para o controle do movimento do olho
27
durante uma busca visual. No fluxo ventral encontramos as funções de reconhecimento.
Para Pashler (1994) tarefas visuais dependem de um mesmo sistema de entrada da
atenção e sugere que a atenção sobre um objeto ocasionará sua representação na memória de
curto prazo visual, possibilitando a execução de várias tarefas consideradas mais fáceis ao
mesmo tempo, porém o mesmo não acontece caso as tarefas sejam consideradas mais
complexas, isto em uma. São diversos sons, odores, objetos visuais, estímulos táteis,
gustativos, entre outros. Nosso sistema nervoso não processa todos eles até estágios que
tornam sua detecção um processo consciente. Há uma seleção dos estímulos que receberão
processamento adicional e dos que serão ignorados.
A atenção é mais comumente observada pela alteração do comportamento do
indivíduo. Assim, quando queremos examinar com mais eficiência um estímulo
movimentamos o respectivo órgão sensorial em sua direção. O movimento dos olhos, por
exemplo, permite que uma imagem recaia em nossa fóvea, aumentando s eficiência de seu
processamento. Entretanto é possível orientar a atenção sem que haja movimentação das
superfícies sensoriais. Por exemplo, quando num ambiente repleto de pessoas, com diversas
conversas paralelas, conseguimos alternar nossa atenção entre uma conversa e outra; ou
quando acompanhamos o movimento de ume pessoa interessante "pelo canto dos olhos".
O que determina o engajamento da nossa atenção? A atenção pode ser atraída por um
estímulo bastante saliente (uma porta batendo) ou podemos voluntariamente procurar por
algum estímulo em particular (um livro numa estante). Assim, há uma diferenciação entre
orientação exógena (automática) e endógena (voluntária) da atenção, ao mesmo tempo em que
há uma interação entre elas. Dessa forma, um indivíduo é melhor na detecção de um objeto
numa cena visual se ele conhece diante mão algumas de suas características. Esta facilitação
depende da habilidade de representar esta informação prévia ("set" perceptual) e usá-la
para induzir processamento da informação que chega.
De acordo com Cortese et al. (1999) alguns fatores, nas modalidades da atenção são:
1. Capacidade de selecionar e focar os estímulos;
2. Amplitude: quantidade de estímulos que durante a realização da tarefa;
3. Tracking: rastreamento do material em foco envolvendo processos de memória de
curto prazo;
4. Tempo de reação: tempo necessário para a realização da tarefa (este foi especialmente
observado em nosso trabalho);
5. Alternância: flexibilidade e velocidade no deslocamento da atenção de um foco para
outro.
28
Uma fonte de informação sobre o funcionamento da atenção e seu substrato neural é o
estudo de humanos que sofreram danos no sistema nervoso, por exemplo, por acidentes,
doenças ou isquemia. Lesões em diferentes regiões encefálicas como lobo parietal, campos
oculares frontais, córtex cingulado, gânglios basais, tálamo ou mesencéfalo causa deficiências
atencionais. Um exemplo é o problema clínico conhecido como negligência unilateral. Os
pacientes acometidos por esta disfunção têm dificuldade de orientar a atenção para o
hemicampo contralateral a sua lesão. Assim, um paciente com lesão no hemisfério esquerdo,
conversando com seu médico posicionado no hemicampo esquerdo, é incapaz de notar a
aproximação de outra pessoa a sua direita. Este paciente também só comerá o que estiver na
metade esquerda de seu prato, só vestirá o lado esquerdo de seu corpo e assim por diante.
Diversos experimentos envolvendo atenção, principalmente na modalidade visual,
vêm sendo desenvolvidos. Por exemplo, foi desenvolvida uma tarefa comportamental que
permite evidenciar a orientação da atenção sem que os olhos se movam. Esta tarefa permite
observar que um mesmo estímulo é processado mais rapidamente se a atenção for orientada
anteriormente para o local de seu aparecimento. Com estes estudos em laboratório foi possível
desenvolver modelos do funcionamento atencional; o uso concomitante de técnica de registro
da atividade elétrica e de imageamento do sistema nervoso central permite vislumbrar os
correlates neurais do processamento atencional.
O sistema visual é organizado em campos receptivos, desde as células da retina até as
regiões visuais corticais. É possível observar a ação de mecanismos atencionais na maioria
dos estágios do processamento visual. Em estudos evolvendo registro celular unitário em
macacos, a diminuição no tempo de reação em função da presença da atenção é acompanhada
pelo aumento na frequência de disparo da célula estudada.
Todas as evidências convergem para o fato de que a atenção envolve uma rede
formada por áreas distribuídas por todo o encéfalo. A atenção, como processo fisiológico, tem
papel importante na sobrevivência dos indivíduos de qualquer espécie e, particularmente na
espécie humana, este fator fica evidente quando observados os casos de deficiências
atencionais. Justifica-se, assim, o estudo da atenção em seus aspectos anatômicos e funcionais
por meio das técnicas clínicas e da fisiologia comparativa.
29
3 OBJETIVOS
3.1 GERAL
Avaliar aspectos psicofisiológicos na ansiedade: percepção da passagem do tempo e
atenção difusa.
3.2 ESPECÍFICOS
• Verificar a correlação entre atenção difusa e ansiedade;
• Verificar a correlação entre percepção do tempo e ansiedade;
• Observar a correlação entre o tempo espontâneo e atenção difusa;
• Identificar a faixa de freqüência espontaneamente escolhida pelos participantes para
realização da tarefa de bater o dedo de forma mais regular possível durante 01 (um)
minuto
30
4 JUSTIFICATIVA
Este estudo visou avaliar aspectos psicofisiologicos da ansiedade, em particular dois
deles; percepção da passagem do tempo e atenção difusa.
Sabe-se que o tempo é uma dimensão fundamental presente em diversos aspectos
importantes da vida. Nossa consciência, nossa sensação de unicidade e de continuidade como
indivíduos, depende de memória e um registro temporal.
A todo momento estamos expostos a inúmeros estímulos de todas as modalidades
sensórias. A atenção é mais comumente observada pela alteração do comportamento do individuo
e seu deslocamento no espaço. Por exemplo, quando num ambiente repleto de pessoas com
diversas conversas paralelas, conseguimos alternar nossa atenção entre uma conversa e outra, ou
quando acompanhamos o movimento de uma pessoa interessante “pelo canto dos olhos”.
Essas duas variáveis são moduladas por aspectos psicofisiologicos da ansiedade, dentro de
uma dinâmica dos processos biopsicossociais, isto é a interação do individuo com o meio. Trata-
se de um projeto original onde visa buscar a correlação entre a ansiedade e percepção do tempo e
ansiedade e atenção difusa.
Este estudo esta em conjunto com a Universidade de São Paulo, departamento de
Fisiologia do Comportamento, coordenada pelo Prof. Dr. Ronald Ranvaud,e Thenile Braun.
31
5 MÉTODO
• Participantes
Os voluntários que participarão dos experimentos deste estudo se encontraram na faixa
etária de 18 a 25 anos, alunos do curso de educação física e esporte da USP, sendo 180
voluntários onde responderam à escala de ansiedade do IDATE em sala de aula, após serem
convidados a participar do estudo 30 voluntários, sendo 15 muito ansiosos e 15 pouco ansiosos,
de acordo com a avaliação da escala realizada pela psicóloga.
• Local e coleta dos dados
Os experimentos foram realizados no laboratório de fisiologia do comportamento, sala
127, do prédio I do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. A sala de
experimentação e composta por uma cabine de testes com isolamento visual e atenuação acústica
aos estímulos externos, o que favoreceu a padronização das condições experimentais e
concentração dos participantes durante a realização dos experimentos.
Os voluntários foram posicionados à frente dos equipamentos de coleta de dados, a 57 cm
de distância e na linha media da tela do computador. Esta distancia foi garantida através de um
apoio de fixação do queixo e testa dos participantes, bem como, uma cadeira que permita a
regulagem da altura, o que assegura o posicionamento da cabeça no apoio em uma postura
confortável. (figura 01).
Figura 1: Sala de experimento Fonte: Acervo pessoal
32
• Equipamentos
Dentre os equipamentos utilizados para a realização desta pesquisa estão um
Microcomputador Athlon XP 2400/512, com sistema operacional Windows 2000, placa de som
Encore Crystal SoundFusion CS4281, com um monitor de vídeo de 19’ Samsung modelo
Syncmaster 997 DF suprido por uma placa de vídeo 10 bits Matrox Millennium P-650, com taxa
de renovação de tela de 100 Hz e resolução de 800 x 600.
A aquisição das respostas foi feita através de um joystick Leadership – Computer
Acessors, conectado ao computador pela porta gameport com resolução e precisão da ordem de
um milisegundo.
Figura 2: Equipamento da sala de experimento Fonte: Acervo pessoal
Figura 3: Joystick
Fonte: Acervo pessoal
33
• Equipamentos utilizados na pesquisa
Escala de avaliação psicométrica de ansiedade IDATE .
• Inventário de Ansiedade Traco-Estado (IDATE):
Foi projetado por Spielberger em 1970, sendo a tradução e adaptação língua portuguesa
realizada por Biaggio e Natalício, para ser auto-aplicável podendo ser aplicado individualmente
ou em grupo.
Em levantamento realizado por Keedwell e Snaith (1996) o IDATE é uma das escalas de
ansiedade de auto-avaliação mais utilizadas. Consegue-se com ela medidas de tendências gerais
de resposta emocional (ANDRADE, 1998).
O IDATE é composto de duas escalas distintas, estruturadas para mensurar dois conceitos
de ansiedade: estado ansiedade (A-estado) e traço de ansiedade (E-traço) SPIELBERGER,1979).
Traço de Ansiedade representa dados da personalidade do indivíduo, os escores de
ansiedade-traço são menos sensíveis a mudanças decorrentes de situações ambientais. Este
inventário possui 20 afirmações onde se pede que o sujeito da pesquisa descreva como
geralmente se sente (Anexo l).
Estado de Ansiedade refere-se ao estado emocional transitório, podendo variar seus
escores em intensidade quando ocorrerem alterações no ambiente, Geralmente caracteriza-se por
sentimentos de tensão e apreensão, conscientemente percebidos e aumento na atividade do
sistema nervoso autônomo (ANDRADE, 1998). Já na avaliação do estado de ansiedade pretende-
se avaliar como o indivíduo se sente em determinada situação. Também possui 20 afirmações
(SPIELBERGER, 1979).
As opções de resposta para escala A-estado são: 1. Absolutamente não; 2. Um pouco; 3.
Bastante e 4. Muitíssimo. Para a escala A-traço são: l. quase nunca; 2. Às vezes; 3.
frequentemente. 4. quase sempre.
Constituí-se em escala de auto-avaliação. Foi aplicado em primeiro lugar a escala de A-
estado e posteriormente A-traço para não ocorrer influência nas respostas em função de um
"clima" gerado pelo procedimento (BIAGGIO; NATALÍCIO, 1979), mesmo sendo realizado de
forma coletiva,em sala de aula.
Pensando, também, em não possibilitar vício de resposta foi aplicado sistema de
pontuação invertida, conforme o sentido da frase. Portanto, para a correção, foram invertidos os
34
valores (1=4, 2=3, 3=2 e 4=1) de acordo com a padronização do IDATE e o tipo de ansiedade
(BIAGGIO; NATALÍCIO, 1979).
As alterações foram efetuadas nas respostas das seguintes afirmações:
IDATE Traço 01 06 07 10 13 16 19
IDATE Estado 01 02 05 08 10 11 15 16 19 20
Para a classificação dos níveis de ansiedade, os valores atribuídos a cada item das escalas
foram somados e definidos como se segue (DELA COLETA; DELA COLETA, 1996; STUART;
LARAIA, 2002):
CLASSIFICAÇÃO - NÍVEL ESCORES
Baixa 20-34
Moderada 35-49
Alta 50-64
Altíssima 65-80
A realização da somatória dos pontos deve encontrar-se entre vinte e oitenta pontos.
Ansiedade baixa ou branda: situação de alerta, aumenta percepção. Quando presente é
capaz de motivar o aprendizado e a criatividade, e produzir crescimento.
Ansiedade moderada: foco nas preocupações imediatas e bloqueio das periféricas ocorrem
estreitamento do campo de visão aumentando a capacidade de focalização de áreas necessárias,
gerando desatenção seletiva.
Ansiedade alta: importante redução do campo de percepção, foco em área específica, sem
atentar para outros fatos, procura obtenção de alívio, necessita de muita atenção para chamar sua
atenção.
Ansiedade altíssima: presença de pavor, terror e medo, ocorrem perda do controle, sendo
incapaz de desenvolver atividades mesmo com orientação direta. Com o pânico aparece a
desorganização da personalidade, aumento da atividade motora, diminuição da capacidade de
comunicação, distorção da percepção e perda do pensamento racional, o que resulta em exaustão.
35
• Procedimentos
Foi aplicada a escala psicométrica de ansiedade, do IDATE, em 180 alunos do curso de
educação física e esportes da Universidade de São Paulo em sala de aula. Após a avaliação das
escalas realizada pela psicóloga, foram convidadas a participar da pesquisa 15 voluntários mais
ansiosos e 15 menos ansiosos através de carta convite e mediante conhecimento prévio da
temática e etapas do estudo.
Foi levado em conta o IDATE – TRAÇO de ansiedade (como geralmente se sente), pois
se trata de ser mais constante. Não desprezando a soma total do IDATE (estado + traço) e
somente o estado, onde os dados obtidos poderão ser utilizados em outros estudos correlacionais,
(já descritos no item equipamentos).
Após o preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, os voluntários
foram submetidos aos experimentos de tempo espontâneo e atenção difusa.
Esta pesquisa propôs a realização de dois experimentos, cuja à organização esquemática,
encontra se a seguir.
• Experimento 1
O experimento 1 consistiu se na tarefa de Tempo Espontâneo, no qual a tarefa dos
participantes foi bater o dedo da forma mais regular e precisa possível durante um minuto. Os
objetivos gerais deste experimento foram determinar qual a freqüência mais natural escolhida
pelos participantes para a realização da tarefa e verificar a precisão com a qual os participantes
executam este teste.
Iniciado o experimento, uma tela de introdução ao experimento foi apresentada durante
dez segundos. Durante este tempo, os participantes tiveram a oportunidade de se concentrarem
para a realização da tarefa. Em seguida, uma tela de instruções foi apresentada, sendo que, o
participante poderia ler as recomendações com o tempo que achar necessário. A coleta de dados
foi iniciada quando o sujeito apertou o botão A do joystick, autorizando o início da realização da
tarefa. A aquisição das respostas ocorreu através de um joystick, no qual os participantes
apertaram o botão A com qualquer dedo de qualquer mão. Durante a aquisição das respostas, a
tela do monitor permaneceu em branco (fundo cinza).
Depois de transcorridos um minuto, uma tela de agradecimentos permaneceu na tela por
dez segundos, quando então, o experimento foi encerrado. A seguir, destaca-se a representação
esquemática do experimento 1.
36
Figura 4: Diagrama do experimento 1 Fonte: Acervo pessoal
• Experimento 2
Os voluntários foram instruídos a sempre manter o olhar fixo em uma cruz negra (de 0,5º)
apresentada no centro da tela do computador contra um fundo cinza. A resposta aos estímulos
deveria se dar com qualquer dedo de sua mão dominante. Em todos os experimentos a duração do
estímulo é de 150ms. Esta breve duração será utilizada para evitar a movimentação dos olhos,
assim como a possibilidade de desvios atencionais entre diferentes regiões do espaço. A cada 20
estímulos apresentados no teste, foi apresentada uma tela de descanso com duração de 10
segundos que instruiu o voluntário a descansar o olhar. O intervalo entre os estímulos foram
randomizado entre 750 e 1500 ms. Os tempos de reação abaixo de 100 ms foram considerados
antecipações, acima de 1500 ms foram considerados como não-resposta assim como as tentativas
com desvio do olhar, sendo todos excluídos da análise.
Figura 5: Controle de movimento dos olhos Fonte: Acervo pessoal
Introdução
Instruções
Agradecimentos
Aquisição dos dados durante 1
37
O estímulo ao qual os voluntários tiveram que responder neste experimento 2 foi um
ponto branco, subtendendo 0,4º do ângulo visual, com uma luminância de 80 cd/m2, contra um
fundo cinza, apresentado randomicamente por 82 posições diferentes na tela do computador,
sendo propostas 82 tentativas.
A grade destes estímulos apresenta posições de mesma densidade, ou seja, igualmente
distribuídos na tela do monitor, não havendo, portanto, um foco atencional preferencial, estando à
atenção distribuída de forma difusa.
Os voluntários foram instados a responder o mais rápido possível ao surgimento do
estímulo (ponto branco) pressionando o botão do joystick A com o qualquer dedo da mão
dominante (TRSimples).
Figura 6: Diagrama do experimento 2 Fonte: Acervo pessoal
Os experimentos I e II foram desenvolvidos no programa de computador E-Prime
(EPrime v. 1.1.4 – Psychology Software Tools Inc.) (SCHNEIDER et al., 2002). Este programa
foi utilizado para a apresentação dos estímulos, bem como, para a coleta das respostas dos
voluntários que por sua vez foram transcritas para planilhas da Microsoft Excel 2007.
Os procedimentos realizados nas pesquisas obedeceram às recomendações éticas da
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP, resolução n° 196) e foram aprovados pelo
Comitê de Ética e Pesquisa com seres humanos da Universidade Metodista de São Paulo.
+
+
+
1. Cruz Fixação
3. Respostas válidas:
100 – 1500 ms
2. Alvo Duração: 150ms
Randomizado entre 750 – 1500 ms
38
• Análises de risco e benefícios
Não verificou se riscos na pesquisa. Há benefícios de ordem científica para um melhor
conhecimento do assunto estudado.
A participação no estudo respondendo a escala do IDATE e aos experimentos I e II, não
acarretou nenhum desconforto, represálias ou algum tipo de risco, seja ele físico, moral, mental
ou financeiro. Dessa forma, não foram previstos acompanhamentos ou assistência, remotos
financeiros, benefícios ou outras formas de ressarcimento ou indenização. A participação na
pesquisa não implicou em custos, despesas, danos ou represálias para o voluntário. Por se tratar
de cunho acadêmico, não foram previstos retornos em forma de benefícios para os mesmos.
• Utilização do TCLE
A Resolução CNS 196/96 afirma que o modelo do TCLE - que assegura os direitos dos
sujeitos ao participar da pesquisa - se apresenta como um documento fundamental para ser
apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa. “O respeito devido à dignidade humana exige que
toda pesquisa se processe após consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, indivíduos ou
grupos que por si e/ou por seus representantes legais manifestem a sua anuência à participação na
pesquisa”, (Res. CNS 196/96, IV) A Resolução apresenta os itens que devem constar no modelo
do TCLE e as preocupações que devem ser consideradas na sua redação.
Assim se expressa a Resolução 196/96 no que diz respeito aos elementos que devem
constar no texto do TCLE.
Desta forma os voluntários deveriam assinar o termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, no momento em que foi solicitada a sua colaboração para a pesquisa.
• Resultados
Os resultados foram obtidos a partir de 30 indivíduos normais, estudantes universitários.
Numa amostra inicial de 180 sujeitos, foram aplicadas escalas de ansiedade traço-estado de
Spielberger. A partir da apuração dos escores em cada uma delas, foram convidados para
participar dos experimentos os 15 sujeitos com escores maiores e os 15 com escores menores na
sub-escala de ansiedade traço. Este critério foi adotado para identificar aqueles indivíduos com
maior tendência para apresentar características como tensão, preocupação e intolerância a
situações de espera passiva, que definem o traço ansioso de personalidade e que podem modulara
a percepção individual de conforto.
Os experimentos realizados em seqüência, dentro da mesma seção de coleta de dados
forma:
39
• Medida de geração de ritmo espontâneo
Este procedimento foi escolhido após o estudo exploratório realizado no Laboratório de
Fisiologia do Comportamento Instituto de Ciências Biomédicas pelos pesquisadores Thenille
Braun e Ronald Ranvaud. Dentre os tipos de procedimentos estudados anteriormente (indução de
ritmos por via visual e auditiva), foi escolhido o teste de geração espontânea de ritmos por ser
mais fácil e rápido de ser aplicado e por não induzir fadiga nos sujeitos experimentais.
Usando um modelo geral de batidas com o dedo, foram investigados os padrões de
geração espontânea de ritmos. Neste procedimento, a tarefa dos participantes era apertar o botão
A do joystick com o polegar da mão direita durante 60 segundos, em um ritmo constante, sendo
informados de que deveriam ser muito precisos e regulares. Após a apresentação das instruções, a
tela do monitor permanecia com fundo branco, enquanto os participantes realizavam a tarefa. O
ritmo que cada participante adotou foi escolhido por ele mesmo, daí a denominação de tempo
espontâneo.
Os participantes foram acomodados confortavelmente em uma cabine de testes isolada
acusticamente e com baixa iluminação. No início de cada tarefa os procedimentos eram
explicados e quais dúvidas sanadas.
• Teste de atenção difusa
O objetivo deste experimento é mobilizar a atenção voluntária de forma difusa ao longo
do campo visual, por meio de tarefas de tempo de reação simples (figura 1).
40
Figura 7: Diagrama Temporal de apresentação dos estímulos do experimento I. Fonte: Acervo pessoal
O estímulo ao qual os voluntários tiveram que responder neste primeiro bloco, foi um
ponto branco, subtendendo 0,4º do ângulo visual, com uma luminância de 80 cd/m2, contra um
fundo cinza, apresentados randomicamente por 82 posições diferentes na tela do computador,
sendo propostas 82 tentativas.
A grade destes estímulos (figura 2) apresenta posições de mesma densidade, ou seja,
igualmente distribuídos na tela do monitor, não havendo, portanto, um foco atencional
preferencial, estando à atenção distribuída de forma difusa.
Os voluntários serão instados a responder o mais rápido possível ao surgimento do
estímulo (ponto branco) pressionando o botão do joystick com o dedo indicador da mão
dominante.
+
+
+
1. Cruz Fixação
3. Resposta válidas:
100 – 1500 ms
2. Alvo Duração: 150ms
Randomizado entre
750 – 1500 ms
41
0.00
120.00
240.00
360.00
480.00
600.00
0.00 160.00 320.00 480.00 640.00 800.00
Figura 8 - Grade das posições possíveis para o aparecimento dos estímulos Fonte: Acervo pessoal
• Equipamentos
O equipamento utilizado foi PC Athlon XP 2400/512, usando um monitor de 19’ Sansung
997 DF suprido por uma placa de vídeo 10-bit Matrox P650 com taxa de renovação de tela 100
Hz e resolução de 800 x 600.
Os dois experimentos foram realizados no mesmo set up experimental.
Figura 9 - Equipamentos para coleta de dados Fonte: Acervo pessoal
42
• Resultados
A figura 10 mostra a distribuição dos escores da escala de ansiedade-traço no grupo de trinta
indivíduos estudados.
Figura 10: Gráfico da escala de ansiedade-traço Fonte: Acervo pessoal
O anexo mostra os resultados do experimento de tempo espontâneo para cada individuo.
De maneira semelhante ao já observado no experimento piloto anterior, em muitos casos
foram registrados intervalos entre batidas sucessivas muito superiores ao padrão de cada
individuo. Estas medidas anômalas foram atribuídas posteriormente ao mau funcionamento da
interface de coleta de dados. Assim, cada série de dados (apresentada no anexo como valores não
corrigidos) foi analisada visualmente e os resultados espúrios foram eliminados da análise final
(apresentados como resultados corrigidos).
Os tempos médios de reação obtidos pela avaliação global de todos os pontos
apresentados em todas as regiões da tela são apresentados na tabela 1. Na mesma tabela são
apresentados os escores obtidos na escala de ansiedade traço e a idade dos participantes.
43
Tabela 1: Tempo médio de reação
SUJEITO
Tempo de reação médio
(todos os pontos)
Tempo de reação
(desvio padrão)
Escores da escala de
ansiedade traço
Idade
(anos)
1 146 50 49 21
2 252 81 49 19
3 306 52 31 20
4 240 63 28 21
5 236 69 55 18
6 215 37 31 19
7 266 81 52 18
8 242 63 29 26
9 176 36 23 18
10 232 46 58 20
11 198 45 57 18
12 264 44 32 18
13 179 54 49 18
14 216 50 30 19
15 258 36 50 22
16 269 30 38 20
17 176 42 34 23
18 142 25 53 25
19 189 39 51 20
20 286 95 31 19
21 239 40 30 18
22 226 88 48 18
23 285 89 59 23
24 206 66 54 19
25 217 40 50 19
26 236 51 52 20
27 249 50 30 19
28 270 62 31 18
29 256 55 36 18
30 192 26 32 19
44
• Análise conjunta dos resultados
A figura 11 mostra os dados globais do experimento de tempo espontâneo com os
resultados obtidos para cada individuo. Nesta figura, são mostrados os valores corrigidos dos
períodos apresentados pelos 30 participantes (ou seja batida de dedo com apenas o vínculo de ser
o mais regular possível). As caixas representam os valores dos primeiros 3 quartís (25% dos
intervalos apresentados são menores do que a borda inferior da caixa; 50% são menores do valor
indicado pela barra central, e 75% são menores da borda superior da caixa). As linhas verticais
indicam os limites de valores estatisticamente pertencentes à distribuição medida
experimentalmente, e asteriscos representam “outliers”, valores muito baixos ou muito altos em
relação aos demais, para o sujeito.
Figura 11: Tempo espontâneo Fonte: Acervo pessoal
Os quadrantes do campo visual podem ser separados pelos pontos marcados em vermelho.
Os tempos de resposta destes pontos podem ser eliminados.
45
0.00
120.00
240.00
360.00
480.00
600.00
0.00 160.00 320.00 480.00 640.00 800.00
Figura 12: Tempo de resposta no quadrante Fonte: Acervo pessoal
Assim, a média de cada quadrante é dada pela média dos TR para cada um de seus pontos.
Para identificar estes pontos vamos para a planilha Excel.
O eixo x (horizontal) que é o primeiro algarismo vai de 120 a 680 pixels. Assim, a metade
do eixo x cai sobre o valor 400. Os pontos com este valor devem ser esquecidos. Cada ponto cujo
primeiro valor é menor do que 400 pertencem ao quadrante 1 OU 3. Valores maiores que 400
pertencem ao quadrante 2 OU 4.
Em relação ao eixo y (vertical) os valores vão de 100 a 500 pixels. Os valores a serem
desprezados são aqueles iguais a 300 na Segunda coluna. Pontos com coordenadas acima de 300
pertencem ao quadrante 1 OU 2 e aqueles com valor menor que 300 aos quadrantes 3 OU 4.
Assim, podemos inserir uma coluna na planilha contendo o número do quadrante ao qual
cada ponto pertence:
Quadrante 1 Quadrante 2
Quadrante 3 Quadrante 4
Os pontos marcados não serão considerados
46
Figura 13: Tabela no Excel Fonte: Acervo pessoal
Os tempos de resposta foram analisados levando-se em conta os quadrantes do campo
visual. Os resultados obtidos para cada indivíduo são apresentados abaixo.
INDIVIDUO 1 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 17 0 142,8 13,6 56,2 85,0 111,0 134,0 151,5 2 18 0 145,83 8,77 37,22 93,00 115,75 144,00 168,75 3 18 0 147,9 11,9 50,4 106,0 119,8 136,5 158,0 4 18 0 154,4 15,2 64,7 64,0 109,0 142,0 161,5 * 10 0 134,60 9,78 30,93 93,00 106,75 132,50 164,00
INDIVIDUO 10 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 18 0 237,94 8,79 37,29 180,00 215,00 238,00 256,00 2 17 0 274,1 34,6 142,5 163,0 202,5 252,0 273,0 3 18 0 219,8 10,6 45,0 127,0 190,3 216,0 262,0 4 19 0 241,9 10,1 43,9 155,0 217,0 251,0 261,0 * 10 0 210,1 15,9 50,3 102,0 182,8 225,0 235,5
INDIVIDUO 11 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 18 0 207,2 10,6 44,8 137,0 182,8 200,5 215,5 2 18 0 186,61 9,10 38,61 94,00 166,50 190,50 214,75 3 19 0 192,2 11,6 50,7 94,0 169,0 189,0 212,0 4 17 0 212,2 12,5 51,7 145,0 182,0 196,0 235,0 * 9 0 190,44 7,34 22,01 165,00 167,50 190,00 205,50
47
INDIVIDUO 12 Variable 3 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 372 1 18 0 284,8 13,9 58,9 217,0 237,8 275,0 297,5 2 18 0 251,39 6,56 27,81 205,00 231,00 256,50 270,50 3 17 0 256,41 9,02 37,17 199,00 222,50 258,00 285,50 4 19 0 259,21 9,53 41,54 198,00 228,00 247,00 279,00 * 8 0 262,0 11,1 31,5 204,0 239,8 264,5 288,3
INDIVIDUO 13 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 16 0 175,8 15,9 63,8 97,0 146,5 169,5 192,8 2 18 0 180,8 11,6 49,2 118,0 146,0 173,5 207,8 3 20 0 185,6 10,2 45,6 104,0 143,8 188,0 229,8 4 17 0 224,4 59,7 246,0 81,0 135,5 154,0 215,5 * 10 0 308 113 357 110 141 200 282
INDIVIDUO 14 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 18 0 231,7 15,9 67,3 139,0 178,8 231,0 263,0 2 18 0 198,5 12,4 52,8 108,0 152,3 196,5 251,3 3 18 0 228,8 10,5 44,5 147,0 195,0 220,0 273,3 4 17 0 219,29 8,48 34,95 171,00 190,00 214,00 250,00 * 9 0 195,6 10,4 31,1 163,0 169,5 180,0 224,0
INDIVIDUO 15 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 16 0 260,69 7,11 28,43 216,00 249,50 255,50 271,50 2 18 0 262,67 9,17 38,93 216,00 239,25 258,50 271,00 3 20 0 264,40 8,15 36,44 194,00 238,25 266,50 290,25 4 18 0 258,44 9,85 41,79 168,00 241,50 265,50 286,50 * 10 0 239,20 8,50 26,89 200,00 211,50 245,50 263,75
INDIVIDUO 16 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 17 0 261,12 4,16 17,17 223,00 251,00 261,00 275,50 2 18 0 266,00 5,68 24,10 237,00 246,25 261,50 280,25 3 19 0 277,16 9,26 40,35 245,00 254,00 268,00 284,00 4 18 0 280,78 7,53 31,94 236,00 249,00 283,50 311,75 * 10 0 252,20 7,11 22,48 213,00 236,25 252,00 269,75
INDIVIDUO 17 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 17 0 180,8 12,1 49,9 76,0 154,0 178,0 202,0 2 18 0 161,89 7,10 30,12 119,00 138,75 154,50 190,50 3 17 0 181,24 7,61 31,38 130,00 155,50 176,00 202,50 4 17 0 192,6 13,4 55,1 134,0 149,0 187,0 210,0 * 10 0 159,8 11,6 36,7 113,0 128,8 159,0 186,5
INDIVIDUO 18 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 17 0 143,00 5,17 21,31 103,00 129,50 142,00 159,00 2 18 0 147,22 6,37 27,03 109,00 123,25 144,50 165,25 3 19 0 139,37 7,51 32,72 93,00 114,00 132,00 162,00 4 17 0 156,6 15,9 65,6 116,0 129,5 138,0 150,0 * 10 0 141,80 5,96 18,85 121,00 127,00 137,00 152,75
INDIVIDUO 19 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 18 0 188,7 10,7 45,6 111,0 159,8 191,0 204,3 2 16 0 201,94 7,60 30,42 139,00 190,75 201,50 230,25 3 18 0 182,06 8,09 34,31 125,00 154,50 181,00 209,25 4 18 0 185,6 11,1 47,2 109,0 148,8 182,0 211,8 * 10 0 192,1 11,3 35,8 114,0 177,5 192,0 218,5
48
INDIVIDUO 2 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 17 0 319,9 70,6 291,1 168,0 195,5 242,0 266,0 2 16 0 205,2 17,2 68,7 3,0 191,5 212,5 237,8 3 16 0 338,5 55,0 220,1 136,0 211,8 237,5 395,3 4 15 0 342,7 55,6 215,5 194,0 208,0 247,0 428,0 * 10 0 353,9 85,8 271,2 180,0 201,5 258,5 402,3
INDIVIDUO 20 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 17 0 276,4 23,8 98,3 63,0 222,0 271,0 329,0 2 17 0 260,3 21,9 90,4 178,0 196,5 232,0 286,0 3 18 0 306,8 25,4 107,7 182,0 211,8 286,0 404,8 4 18 0 286,3 17,8 75,6 166,0 240,8 266,5 336,3 * 10 0 315,4 32,4 102,4 189,0 233,0 304,5 380,8
INDIVIDUO 21 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 17 0 247,6 11,2 46,1 180,0 215,5 242,0 267,0 2 18 0 238,3 10,9 46,1 159,0 201,0 251,5 264,8 3 19 0 229,5 12,0 52,4 70,0 211,0 238,0 267,0 4 18 0 228,33 8,91 37,81 145,00 210,50 231,50 246,75 * 10 0 246,0 10,3 32,5 188,0 213,0 256,0 274,5
INDIVIDUO 22 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 18 0 249,2 21,6 91,7 133,0 162,3 264,5 324,5 2 18 0 194,8 10,9 46,3 103,0 163,3 201,0 235,5 3 18 0 242,2 29,7 125,9 82,0 170,3 206,5 273,3 4 18 0 223,9 21,1 89,3 103,0 167,8 213,5 244,3 * 10 0 208,1 19,7 62,3 126,0 150,5 209,0 254,0
INDIVIDUO 23 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 17 0 321,4 50,9 209,8 94,0 247,0 258,0 301,5 2 17 0 298,0 17,7 73,1 220,0 242,0 260,0 357,5 3 18 0 288,7 48,0 203,8 63,0 203,8 266,0 315,3 4 17 0 308,4 24,3 100,1 180,0 228,5 269,0 358,5 nulo 10 0 361,1 80,1 253,2 195,0 229,0 287,0 362,0
INDIVIDUO 24 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 18 0 212,8 16,6 70,6 133,0 155,0 201,0 251,3 2 17 0 225,1 22,8 93,9 144,0 166,5 198,0 251,0 3 17 0 210,7 10,7 44,0 131,0 187,0 204,0 249,0 4 16 0 193,50 9,83 39,31 96,00 168,75 196,50 213,50 * 10 0 178,6 20,8 65,7 79,0 131,8 159,0 241,3
INDIVIDUO 25 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 18 0 208,83 7,94 33,70 155,00 179,25 204,50 243,75 2 18 0 203,00 6,26 26,57 151,00 192,75 200,50 215,00 3 18 0 229,06 8,90 37,76 139,00 205,75 235,00 247,25 4 18 0 239,00 9,94 42,18 181,00 208,25 232,00 280,25 * 9 0 194,7 17,9 53,6 133,0 151,0 205,0 222,5
INDIVIDUO 26 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 17 0 242,9 11,6 48,0 167,0 221,5 236,0 262,5 2 18 0 254,6 17,4 74,0 182,0 205,3 228,0 292,5 3 18 0 245,39 8,06 34,21 180,00 223,75 238,50 268,50 4 18 0 210,89 9,61 40,75 145,00 185,75 200,00 241,00 * 9 0 221,8 11,5 34,4 178,0 188,0 217,0 251,5
49
INDIVIDUO 27 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 17 0 240,47 6,71 27,66 170,00 226,50 242,00 262,00 2 18 0 262,3 12,6 53,3 198,0 226,5 246,5 301,3 3 18 0 243,1 15,2 64,6 148,0 198,5 237,0 275,0 4 18 0 259,6 13,3 56,6 203,0 224,0 243,0 281,3 * 10 0 232,50 9,43 29,82 170,00 216,75 237,00 257,00
INDIVIDUO 28 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 17 0 275,0 14,7 60,7 160,0 244,5 274,0 324,0 2 17 0 269,3 16,9 69,7 169,0 224,5 268,0 289,5 3 19 0 299,3 50,3 219,4 156,0 220,0 247,0 281,0 4 18 0 273,0 13,7 58,1 173,0 227,5 275,0 326,3 * 10 0 297,1 20,8 65,7 204,0 260,8 279,5 332,8
INDIVIDUO 29 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 14 0 327,1 86,3 323,0 170,0 212,8 240,5 282,3 2 16 0 256,2 16,6 66,5 142,0 212,8 258,0 302,5 3 18 0 248,6 11,5 48,8 158,0 207,3 250,5 290,8 4 17 0 258,1 12,9 53,3 166,0 215,5 260,0 300,0
INDIVIDUO 3 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 18 0 290,33 6,22 26,39 247,00 269,50 286,50 314,50 2 18 0 321,9 15,7 66,6 242,0 277,0 305,5 354,3 3 18 0 313,0 17,6 74,8 241,0 261,5 278,5 377,3 4 18 0 301,89 7,38 31,30 244,00 280,50 300,50 319,50 * 10 0 304,7 11,6 36,8 230,0 283,3 303,5 336,3
INDIVIDUO 30 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 18 0 192,83 6,34 26,91 141,00 173,75 190,00 211,00 2 18 0 193,44 6,22 26,41 145,00 174,50 198,00 207,75 3 18 0 192,39 6,30 26,73 155,00 169,25 192,00 212,25 4 18 0 192,06 5,12 21,73 152,00 182,75 190,50 203,50 nulo 10 0 187,3 12,1 38,4 137,0 162,3 181,5 203,8
INDIVIDUO 4 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 16 0 237,3 14,9 59,7 183,0 200,8 212,0 260,3 2 19 0 236,1 10,4 45,2 145,0 213,0 231,0 256,0 3 19 0 249,9 12,2 53,1 190,0 207,0 232,0 270,0 4 18 0 247,9 24,0 101,7 161,0 202,3 219,0 270,8 * 10 0 218,90 7,85 24,81 185,00 194,75 220,50 241,75
INDIVIDUO 5 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 17 0 347,7 11,4 47,0 279,0 306,5 338,0 383,0 2 16 0 332,6 26,2 104,9 212,0 261,8 317,5 368,3 3 19 0 330,8 15,6 67,8 225,0 274,0 321,0 373,0 4 17 0 308,9 13,4 55,1 196,0 280,0 303,0 341,0 * 9 0 302,1 17,6 52,8 193,0 273,0 310,0 340,0
INDIVIDUO 6 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 15 0 227,1 10,8 41,7 158,0 202,0 215,0 233,0 2 18 0 211,11 8,02 34,04 148,00 187,75 210,50 239,25 3 18 0 212,28 9,13 38,73 151,00 178,00 209,50 241,50 4 17 0 218,88 9,63 39,69 166,00 192,00 207,00 253,00 * 10 0 208,8 10,4 32,9 170,0 175,8 202,5 241,3
50
INDIVIDUO 7 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 17 0 289,1 23,7 97,9 206,0 224,0 253,0 307,5 2 17 0 235,53 9,94 40,98 185,00 215,50 226,00 247,50 3 18 0 290,8 25,6 108,4 168,0 216,8 270,5 305,8 4 17 0 243,29 7,84 32,30 190,00 219,00 242,00 263,00 * 7 0 281,7 36,5 96,5 186,0 212,0 234,0 358,0
INDIVIDUO 8 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 18 0 260,3 13,1 55,5 175,0 214,3 247,5 306,0 2 17 0 230,82 8,24 33,97 178,00 204,50 224,00 251,00 3 18 0 231,83 8,53 36,17 183,00 205,25 227,00 246,00 4 18 0 250,3 25,2 106,9 154,0 211,8 223,0 257,5 * 10 0 237,1 16,8 53,0 191,0 201,3 209,5 269,8
INDIVIDUO 9 Variable C1 N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q3 C2 1 17 0 172,06 6,70 27,61 104,00 161,00 183,00 190,00 2 17 0 165,65 9,74 40,14 109,00 140,00 154,00 182,50 3 19 0 182,79 9,85 42,94 106,00 158,00 169,00 201,00 4 18 0 182,28 7,38 31,33 136,00 157,50 173,50 206,00 * 10 0 175,2 11,6 36,8 144,0 151,0 162,0 194,3
As médias de tempo de resposta obtidas para cada quadrante e levando com consideração
o grupo de estudo (grupo 1 = indivíduos com muita ansiedade e 2 = indivíduos com pouca
ansiedade) são apresentadas abaixo:
Descriptive Statistics: Q1; Q2; Q3; Q4 Variable GRUPO N N* Mean SE Mean StDev Minimum Q1 Median Q1 1 15 0 236,3 16,3 63,0 142,0 189,0 237,0 2 15 0 246,9 11,0 42,6 172,0 227,0 248,0 Q2 1 15 0 223,6 13,6 52,8 146,0 189,0 205,0 2 15 0 234,7 11,1 42,8 162,0 198,0 238,0 Q3 1 15 0 233,7 15,7 60,7 139,0 185,0 229,0 2 15 0 244,1 10,7 41,3 183,0 212,0 243,0 Q4 1 15 0 233,5 14,0 54,3 154,0 193,0 224,0 2 15 0 243,33 9,44 36,56 182,00 219,00 250,00
A figura abaixo apresenta estes mesmos dados mostrando média e desvio padrão para
cada grupo e cada quadrante:
51
GRUPO
Q4Q3Q2Q1
21212121
350
300
250
200
150
Data
Boxplot of Q1; Q2; Q3; Q4
Figura 14: Média e desvio padrão para cada e para cada quadrante Fonte: Acervo pessoal
A comparação entre os grupos através de análise de variância (ANOVA) não mostrou
diferença na comparação global de todas os quadrantes e grupos:
One-way ANOVA: Q1; Q2; Q3; Q4 Source DF SS MS F P Factor 3 2664 888 0,36 0,780 Error 116 284219 2450 Total 119 286883
A comparação entre as médias de cada grupo para cada quadrante isoladamente, também
não mostrou diferenças significativas entre os grupos.
two-Sample T-Test and CI: Q1; GRUPO
Two-sample T for Q1 SE GRUPO N Mean StDev Mean 1 15 236,3 63,0 16 2 15 246,9 42,6 11
52
Difference = mu (1) - mu (2) Estimate for difference: -10,6 95% CI for difference: (-51,1; 29,9) T-Test of difference = 0 (vs not =): T-Value = -0,54 P-Value = 0,594 DF = 24
Two-Sample T-Test and CI: Q2; GRUPO Two-sample T for Q2 SE GRUPO N Mean StDev Mean 1 15 223,6 52,8 14 2 15 234,7 42,8 11 Difference = mu (1) - mu (2) Estimate for difference: -11,1 95% CI for difference: (-47,1; 25,0) T-Test of difference = 0 (vs not =): T-Value = -0,63 P-Value = 0,534 DF = 26
Two-Sample T-Test and CI: Q3; GRUPO Two-sample T for Q3 SE GRUPO N Mean StDev Mean 1 15 233,7 60,7 16 2 15 244,1 41,3 11 Difference = mu (1) - mu (2) Estimate for difference: -10,4 95% CI for difference: (-49,5; 28,7) T-Test of difference = 0 (vs not =): T-Value = -0,55 P-Value = 0,588 DF = 24
Two-Sample T-Test and CI: Q4; GRUPO Two-sample T for Q4 GRUPO N Mean StDev SE Mean 1 15 233,5 54,3 14 2 15 243,3 36,6 9,4 Difference = mu (1) - mu (2) Estimate for difference: -9,9 95% CI for difference: (-44,7; 25,0) T-Test of difference = 0 (vs not =): T-Value = -0,58 P-Value = 0,565 DF = 24
53
TABELA 2: PARA ANÁLISE COM MÉDIAS POR QUADRANTE (1=MUITO) GRUPO Q1 Q2 Q3 Q4 1 146 146 148 154 1 205 205 338 343 2 322 322 313 302 2 236 236 250 248 1 332 332 331 309 2 211 211 212 219 1 235 235 291 243 2 231 231 232 250 2 165 165 183 182 1 274 274 220 242 1 186 186 192 212 2 251 251 256 259 1 189 189 185 224 2 198 198 229 219 1 263 263 264 258 2 266 266 277 281 2 162 162 191 193 1 147 147 139 157 1 202 202 182 186 2 260 260 307 286 2 238 238 229 228 1 195 195 242 223 1 298 298 288 308 1 225 225 211 193 1 203 203 229 239 1 254 254 245 211 2 262 262 243 260 2 269 269 299 273 2 256 256 248 258 2 193 193 192 192
54
A figura 15 mostra que a variabilidade dos ritmos gerados espontaneamente se
correlacionou positivamente com o período destes ritmos
Figura 15: Finger Tapping – Valores corrigidos Fonte: Acervo pessoal
55
A figura 16 correlaciona os escores obtidos na escala de ansiedade traço com as medidas de tempo espontâneo.
Figura 16: Finger Tapping Espont – Valores corrigidos Fonte: Acervo pessoal
A figura 17 mostra a correlação entre as medidas de tempo espontâneo e tempo de
resposta global não foi observada uma correlação significativa entre as medidas (p = 0,818).
A figura 18 explora a relação entre tempo espontâneo e ansiedade traço, enquanto a figura 19
mostra a correlação entre tempo de reação global e ansiedade traço.
56
tempo de reação
400300200100
tem
po e
spon
tane
o co
rrig
ido
3000
2000
1000
0
Figura 17: Tempo espontâneo corrigido X Tempo de reação Fonte: Acervo pessoal
ansiedade traço
6050403020
tem
po e
spon
tane
o co
rrig
ido
3000
2000
1000
0
Figura 18: Tempo espontâneo corrigido X Ansiedade traço Fonte: Acervo pessoal
57
ansiedade traço
6050403020
tem
po d
e re
ação
400
300
200
100
Figura 19: Tempo de reação X Ansiedade traço Fonte: Acervo pessoal
58
6 CONCLUSÃO
Estes experimentos são a primeira tentativa de se avaliar de forma simultânea o que
ocorre com a geração espontânea de ritmos em relação ao desempenho em testes de atenção
visual, levando-se em conta os traços de ansiedade dos indivíduos.
A análise de caráter geral e exploratória apresentada aqui mostra tendências, mas não
correlações significativas entre as medidas. Alguns dados, no entanto, chamam a atenção e
devem ser considerados no planejamento de experimentos futuros.
Em primeiro lugar, a geração de um ritmo espontâneo parece ser algo bastante estável
para cada pessoa e pode ser usado como uma medida confiável. A comparação entre
indivíduos, porém, mostrou uma variação grande que pode ter prejudicado as medidas de
correlação com outros experimentos. Esta freqüência espontânea estável apresentada nos
indivíduos para cada pessoa poderia justificar se pela instrução apresentada para cada
individuo “você deverá bater o dedo no botão A do joistick de forma precisa e constante por 1
minuto”, se apresentando um viés. Em futuros experimentos talvez seja necessário trabalhar
com um tipo de paradigma onde variações da geração de ritmos sejam estudadas em relação a
um valor basal individual. Medidas mais precisas do estado emocional, como a condutância
galvânica da pele, devem fornecer dados mais acurados para estas comparações.
Em segundo lugar, o uso de uma média geral de todos os tempos de resposta obtidos
com instruções para que a atenção mantenha-se difusa também não parece ter o nível de
sensibilidade desejado. Os dados aqui apresentados foram avaliados levando-se em conta a
localização espacial de cada estímulo apresentado, e o tempo de reação ao estímulo
apresentado, foi observado uma alta variabilidade entre os indivíduos, no experimento de
atenção difusa.
Todos os objetivos desse estudo foram realizados: foram avaliados aspectos
psicofisiológicos da ansiedade, a percepção do tempo e a atenção, foi verificada a correlação
entre atenção difusa e ansiedade, a correlação entre percepção do tempo e ansiedade, foi
observado a correlação entre tempo espontâneo e atenção difusa, e identificado á faixa de
freqüência espontânea escolhida pelos participantes para a realização da tarefa de bater o dedo
de forma mais regular possível durante 01(minuto).
59
REFERÊNCIAS ANASTASI, A; URBINA, S. Testage m psicológica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. ANDRADE, M. P. M. As defesas psíquicas dos estudantes de medicina. 2000. 97 f.. Tese (Doutorado em Psiquiatria) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2000. ANDRADE, L. H. S. G; GORENSTEIN, C. Aspectos gerais das escalas de avaliação de ansiedade. Revista de Psiquiatria Clínica, v. 25, n. 6, p. 285-290, nov./dez. 1998. ANTUNES, G.; RICO, V. V.; GOUVEIA JÚNIOR, A. Variações da ansiedade relatada em função do ciclo menstrual e do uso de pílulas anticoncepcionais. Interação em Psicologia, v. 8, n. 1, p. 81-87, jan./jun. 2004. BASSO, E. W. Visão e cognição. 2006. 37 f. Trabalho (Pós-graduação em computação) – Instituto de Informática, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006. BATISTA, M. A. Sintomas de ansiedade mais comuns em adolescentes. Revista de Psicologia da Vetor Editora, v. 6, n. 2, p. 43-50, jul./dez. 2005. BERNIK, M. A.; LOTUFO-NETO, F. A importância médico-social dos transtornos ansiosos. In: GENTIL,V.; LOTUFO-NETO, F. (eds) Pânico, fobias e obsessões: a experiência do projeto AMBAN. São Paulo: EDUSP, 1994. BLOCK, R. A.; ZAKAY, D. Human aging and duration judgments: a meta-analytic review. Psychology and Aging, v. 13, n. 4, p. 584-596,1998. BOVE, M. et al. Spontaneous movement tempo is influenced by observation of rhythmical actions. Brain Research Bulletin, v. 80, n. 3, p. 122-127, Apr. 2009. CANTO-PEREIRA, L. H. M. et al. Inhibition or facilitation of return: does chromatic component count? Visual Neuroscience, v. 23, n. 3/4, p. 489-493, May./Aug. 2006. ______. Mapeamento espacial da atenção visual através de tempos de reação: um estudo psicofísico. 2006. 92 f. Tese (Doutorado em Neurociências e Comportamento) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paul, São Paulo, 2006.
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64
ANEXO 1 - RESULTADOS INDIVIDUAIS DO EXPERIMENTO DE GERAÇÃO RITMO ESPONTANEO
65
sujeito 1 não corrigido
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1 10 19 28 37 46 55 64 73 82 91 100 109 118 127 136
sujeito 1 corrigido
050
100150200250300350400450500
1 9 17 25 33 41 49 57 65 73 81 89 97 105 113 121 129
sujeito 2 não corrigido
0
500
1000
1500
2000
2500
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52
sujeito 2 corrigido
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49
sujeito 3 não corrigido
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1 9 17 25 33 41 49 57 65 73 81 89 97 105 113 121
sujeito 3 corrigido
0
100
200
300
400
500
600
1 8 15 22 29 36 43 50 57 64 71 78 85 92 99 106 113
sujeito 4 não corrigido
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
sujeito 4 corrigido
0200400600800
100012001400160018002000
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27
66
sujeito 5 não corrigido
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43
sujeito 5 corrigido
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39
sujeito 6 não corrigido
0200400600800
100012001400160018002000
1 9 17 25 33 41 49 57 65 73 81 89 97 105 113
sujeito 6 corrigido
0
100
200
300
400
500
600
1 8 15 22 29 36 43 50 57 64 71 78 85 92 99 106
sujeito 7 não corrigido
0100200300400500600700800900
1000
1 10 19 28 37 46 55 64 73 82 91 100 109 118 127 136 145
sujeito 7 corrigido
0
100
200
300
400
500
600
1 8 15 22 29 36 43 50 57 64 71 78 85 92 99
sujeito 8 não corrigido
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1 8 15 22 29 36 43 50 57 64 71 78 85 92 99 106 113
sujeito 8 corrigido
0
100
200
300
400
500
600
1 8 15 22 29 36 43 50 57 64 71 78 85 92 99
sujeito 9 não corrigido
0
100
200
300
400
500
600
700
800
sujeito 9 corrigido
0
50
100
150
200
250
300
67
sujeito 10 não corrigido
0
100
200
300
400
500
600
700
1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 131 144 157 170 183 196
sujeito 10 corrigido
0
50
100
150
200
250
300
350
1 13 25 37 49 61 73 85 97 109 121 133 145 157 169 181
68
69
70
71
72
73
Inventário de Ansiedade Estado
NOME:............................................................................................... Data: .... /..../....
Leia cada pergunta e faça um círculo em redor do número à direita que melhor indicar como você se sente agora, neste momento.
Não gaste muito tempo numa única afirmação, mas tente dar a resposta que mais se aproximar de como você se sente neste momento.
AVALIAÇÃO
Muitíssimo........ 4 Um pouco..........2 Bastante ........... 3 Absolutamente não......1
1 Sinto-me calmo(a) ..................................................................... .................... 1 2 3 4 2 Sinto-me seguro(a) .................................................................... .................... 1 2 3 4 3 Estou tenso(a) ........................................................................... .................... 1 2 3 4 4 Estou arrependido(a) ............................................................... ................... 1 2 3 4 5 Sinto-me à vontade ........................................................................................ 1 2 3 4 6 Sinto-me perturbado(a) .............................................................. .................... 1 2 3 4 7 Estou preocupado(a) com possíveis infortúnios ........................ .................... 1 2 3 4 8 Sinto-me descansado(a) ............................................................ .................... 1 2 3 4 9 Sinto-me ansioso(a) ................................................................................... 1 2 3 4 10 Sinto-me "em casa" ................................................................. ................... 1 2 3 4 11 Sinto-me confiante ........................................................................................
................................................................1 2 3 4
12 Sinto-me nervoso(a) ............................................................... ................... 1 2 3 4 13 Estou agitado(a) ......................................................................... .................... 1 2 3 4 14 Sinto-me uma pilha de nervos ....................................................................... 1 2 3 4 15 Estou descontraido(a) .................................................................................... 1 2 3 4 16 Sinto-me satisfeito(a) .............................................................. ................... 1 2 3 4 17 Estou preocupado(a) ................................................................. .................... 1 2 3 4 18 Sinto-me superexcitado(a) e confuso(a) .......................................................
....................................................................................................1 2 3 4
19 Sinto-me alegre .......................................................................... .................... 1 2 3 4 20 Sinto-me bem ....................................................................................................... 1 2 3 4
74
Inventário de Ansiedade Traço
NOME: ............................................................................................................... Data: ....../..../.....
Leia cada pergunta e faça um círculo em redor do número à direita que melhor indicar como você geralmente se sente.
Não gaste muito tempo numa única afirmação, mas tente dar a resposta que mais se aproximar de como você se sente geralmente.
AVALIAÇÃO
Quase sempre ....... 4 Ás vezes ...........2 Frequentemente ..... 3 Quase nunca ..... l
1 Sinto-me bem............................................................................................... 1 2 3 4 2 Canso-me facilmente.................................................................................. 1 2 3 4 3 Tenho vontade de chorar............................................................................ 1 2 3 4 4 Gostaria de poder ser tão feliz quanto os outros parecem ser .................... 1 2 3 4 5 Perco oportunidades porque não tomo decisões rapidamente.................... 1 2 3 4 6 Sinto-me descansado(a) .............................................................................. 1 2 3 4 7 Sinto-me calmo(a), ponderado(a) e senhor(a) de mim mesino(a)............... 1 2 3 4 8 Sinto que as dificuldades estão se acumulando de tal forma que não as
consigo resolver ........................................................................................... 1 2 3 4 9 Preocupo-me demais com coisas sem importância .................................... 1 2 3 4 10 Soufeliz........................................................................................................ 1 2 3 4 11 Deixo-me afetar muito pelas coisas ............................................................ 1 2 3 4 12 Não tenho muita confiança em mim mesmo(a) .......................................... 1 2 3 4 13 Sinto-me seguro(a) ....................................................................................... 1 2 3 4 14 Evito ter que enfrentar crises ou problemas................................................ 1 2 3 4 15 Sinto-me deprimido(a)................................................................................ 1 2 3 4 16 Estou satisfeito(a)........................................................................................ 1 2 3 4 17 As vezes ideias sem importância me entram na cabeça e ficam-me
preocupando .............................................................................................. 1 2 3 4 18 Levo os desapontamentos tão a sério que não consigo tirá-los da cabeça. 1 2 3 4 19 Sou uma pessoa estável ................................................................................ 1 2 3 4 20 Fico tenso(a) e perturbado(a) quando penso em meus problemas do
momento . 1 2 3 4
75
Universidade Metodista
Faculdade de Saúde Programa de Pós Graduação em
Psicologia da Saúde
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Estudo: Correlações entre percepção da passagem do tempo, atenção dividida e
ansiedade.
Você esta sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa "Correlações entre percepção da
passagem do tempo, atenção dividida e ansiedade", que tem por objetivo investigar as correlações
entre geração de tempo espontâneo atenção visual difusa e ansiedade. A tarefa neste experimento e
bater o dedo deforma regular e precisa, e responder estímulos visuais na tela do computador. Dados de
precisão e erros serão analisados estatisticamente para verificar a hipótese de que existe alteração na
precisão de tarefas na batida do dedo, na geração do tempo espontâneo e estímulos visuais.
Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se sinta à vontade para desistir
a qualquer momento, se assim desejar, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, (Inserir o nome, profissão, residente e domiciliado na) _____________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________, portador da cédula de identidade, RG ___________________, e inscritoe no CPF/MF, _________________, nascido(a) em ___/___/___, abaixo assinado(a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário(a) do estudo CORRELAÇÕES ENTRE PERCEPÇÃO DA PASSAGEM DO TEMPO, ATENÇÃO DIVIDIDA E ANSIEDADE Declaro que obtive todas a informações necessárias bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às duvidas por mim apresentadas.
Estou ciente que:
I - A participação neste projeto NÃO tem objetivo de me submeter a um tratamento médico-clinico- terapêutico, bem como não me acarretará qualquer despesa pecuniária com relação ao estudo;
II - Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessitar de qualquer explicação;
III - A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico. Não vira interferir no atendimento o tratamento médico, físioterapêutico, odontológico e psicológico;
IV - Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo, mas concordo que sejam divulgados em publicações científicas desde que os meus dados pessoais não sejam mencionados;
V - Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados ao final desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
( ) Não desejo conhecer os resultados desta
76
pesquisa.
VI - Concordo que o material poderá ser utilizado em outros projetos desde que autorizado pela comissão de ética do instituto e pelo responsável por esta pesquisa.
( )Sim. ou ( )Nâo.
VII - Qualquer dúvida a respeito da pesquisa o(a) Senhor(a) poderá entrar em contato com:
Pesquisadores: Nelson Henrique Júnior (crefito: 25781-3): Fones: (11)-9589.3420, (li)-5061.8410, ou comité de ética e pesquisa com seres humanos da Universidade Metodista.
São Paulo, ________ de ________________ 2010.
Ciente: ____________________________________.
77
Universidade
Metodista
de São Paulo
Comitê de Ética em Pesquisa - CEP- UMESP
Data: 24/06/2010 - Prot. N°326384- 10 CAEE: 0017.0.214.000-10
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP-UMESP Titulo do Proieto de Pesquisa: Correlação entre percepção da passagem do tempo, atenção dividida e ansiedade. Pesquisador Responsável: Nelson Henrique Júnior. Curso/Faculdade: Psicologia / Faculdade da Saúde
O Comitê de Ética em Pesquisa reunido em 24/06/2010 deliberou como segue sobre o
protocolo em questão:
O presente projeto de pesquisa tem como objetivo avaliar aspectos psicofisiológicos da ansiedade, estudando em particular dois moduladores da ansiedade: atenção dividida e percepção da passagem do tempo. Será aplicada a escala psicométrica de ansiedade, do IDATE, em 70 alunos do curso de Educação Física da Universidade de São Paulo em sala de aula. Após a avaliação das escalas realizada pela psicóloga, serão selecionados 15 voluntários mais ansiosos e 15 menos ansiosos. O experimento 0 consistirá na tarefa de Tempo Espontâneo, no qual os participantes deverão bater o dedo da forma mais regular e precisa possível durante um minuto. Já no experimento 2, os voluntários terão que reagir diante de um ponto branco, subtendendo 0,4° do ângulo visual, com uma luminância de 80 cd/m2, contra um fundo cinza, apresentados randomicamente por 82 posições diferentes na tela do computador, sendo propostas 82 tentativas. Os voluntários serão orientados a responder o mais rápido possível ao surgimento do estímulo (ponto branco) pressionando o botão do joystick A com qualquer dedo da mão dominante (TRSimples). Após leitura, análise do projeto e exame criterioso de todos os itens que compõem os documentos do Protocolo de Pesquisa, incluindo os itens presentes no Roteiro de Checagem para o parecerista e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE foi constatado que nada consta no processo que fira os princípios e normas da ética em pesquisa.
O CEP-UMESP considera o projeto de pesquisa APROVADO, lembrando que a condição de aprovação da pesquisa propriamente dita exige o que segue:
• Que sejam encaminhados ao CEP-UMESP relatórios anuais sobre o andamento da pesquisa (parciais e finais)
• Que sejam notificados ao CEP-UMESP eventos adversos que tenham ocorrido no curso da pesquisa e que sejam significativos do ponto de vista ético e metodológico;
• Que sejam notificadas eventuais emendas e modificações no protocolo de pesquisa
São Bernando do Campo, 24 de Junho de 2010. Prof. Dra. Fernanda Angelieri
Coordenadora do CEP-UMESP
Tel.: (11) 4366.5000 www. metodista.br
Campus Rudge Ramos Rua ao Sacramento, 230 Rudge Ramos 09640-000 * São Bernardo do Campo * SP
Campus Vergueiro Av. Senador Vergueiro. 1301 Jardim do Mar 09750-001 * São Bernardo do Campo * SP
Campus Planalto Rua Dom Jaime de Barros Câmara, 1000 Planalto
09895-400 * São Bernardo do Campo * SP
Campus São Paulo Rua Silva Bueno, 1660 Ipiranga 04208-050 * São Paulo * SP