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Coordenador Executivo do AfroReggae

José Júnior

Coordenadora Executiva do Consórcio Social Travessia

Naira Pereira

Técnicos do Consórcio Social Travessia

Ana Cristina Silva

Ana Pinheiro

Bruna Cruz

Ellen Barroso

Isabelle Feitosa

Luciano Marques

Mariana Uchôa

Naira Pereira

Rodrigo Salgueiro

Diagramação

Luiz Adrien

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SUMÁRIO

1 – APRESENTAÇÃO

2 – FEVEREIRO/MARÇO

• Envio da carta convite às cidades pré-selecionadas

• Primeira Oficina de Trabalho na cidade do Rio de Janeiro

3 – ABRIL

• Primeira visita à cidade

• Assinatura do Termo de Adesão ao Consórcio Social Travessia

• Seleção das escolas e Centros de Referência da Assistência Social (CRAS)

• Roda de conversa com trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social

(SUAS)

• Primeiras auto-avaliações

4 – MAIO

• Primeira reunião integrada por meio de estudos de casos. “Sou professora mas

não aguento mais dar aulas. Posso parar de ensinar?”

• Indicação de equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nas

escolas/CRAS

• Devolutiva das primeiras auto-avaliações com professores e trabalhadores do

SUAS

• Preenchimento do Plano Individual de Capacitação (PIC)

• Segunda reunião integrada por meio de estudo de casos. “A escola tá um saco.

Posso largar os estudos?”

5 – JUNHO

• Segunda oficina de trabalho na cidade do Rio de Janeiro

• Preenchimento dos instrumentos para mapeamento da rede socioassistencial

• Terceira reunião integrada por meio de estudos de casos. “Posso fazer justiça

com as próprias mãos?”

• Capacitação para aplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar

• Oficinas Culturais do Grupo Cultural AfroReggae

5

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• Preenchimento do Papo Reto com professores, trabalhadores do SUAS,

articuladores/facilitadores municipais, técnicos e coordenadores do Consórcio

Social Travessia

• Entrega dos equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nas

escolas/CRAS

6 – JULHO

• Aplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar

• Avaliação dos técnicos do Consórcio Social Travessia

7 – AGOSTO

• Aplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar

• Entrega de equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nas

escolas/CRAS

8 – SETEMBRO

9 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

10 – LISTA DE ANEXOS

40

43

46

61

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APRESENTAÇÃO

O Consórcio Social Travessia (ANEXO I), parceria entre o Grupo Cultural AfroReggae e a

Construtora Norberto Odebrecht, surgiu com o objetivo de auxiliar na organização da gestão

social de dez municípios de Pequeno Porte I, ou seja, com até 20.000 habitantes, do Estado do

Rio de Janeiro, com IDHM-Educação (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal –

componente Educação) baixo (inferior a 0,6), por meio da promoção da articulação entre

Educação, Assistência Social e demais políticas públicas de atendimento à população.

As dez cidades fluminenses selecionadas pelo Consórcio Social Travessia foram:

O Consórcio Social Travessia parte do princípio de que a situação educacional do estudante

também é influenciada por fatores sociais que interferem em seu rendimento. Por isso, a

necessidade da escola em se aproximar da realidade dos estudantes e suas famílias,

compreendendo-os como sujeitos diversos e multidimensionais, possibilitando assim a

construção conjunta de alternativas geradoras de impacto nos indicadores educacionais. Nessa

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perspectiva e por meio dos eixos e formas de atuação descritas a seguir, o Consórcio tem como

objetivo a proposição de investimentos em formação continuada, capacitação e oferta de

equipamentos para que os educadores elaborem novas práticas pedagógicas e provoquem a

melhoria dos processos de ensino-aprendizagem, bem como a aplicação de metodologias

inovadoras que possibilitarão o aumento da frequência escolar e o interesse dos estudantes pelo

processo educacional formal.

Eixos de atuação do Consórcio Social Travessia:

a) Aperfeiçoamento, melhoria e articulação da gestão social nos municípios;

b) Aperfeiçoamento e melhoria do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) nos

municípios;

c) Aperfeiçoamento e melhoria do Sistema de Vigilância Social dos municípios;

d) Aperfeiçoamento dos serviços destinados aos cidadãos por meio de capacitações dos

técnicos públicos responsáveis;

e) Apoio e elaboração de novas práticas pedagógicas para a melhoria dos processos de

ensino-aprendizagem;

f) Apoio e elaboração de metodologias inovadoras para o aumento da frequência escolar;

g) Apoio ao processo de captação de parcerias e recursos para o projeto;

h) Apoio a pequenas melhorias nas condições físicas de escolas e CRAS;

i) Mobilização comunitária.

Formas de atuação:

a) Produção de diagnóstico dos serviços e equipamentos sociais existentes no município;

b) Identificação das privações sociais vivenciadas pelas famílias por meio do Risco Social

Familiar;

c) Elaboração de matriz cruzando as demandas (privações) das famílias e os serviços

existentes nos municípios de forma a identificar: (1) os serviços que a rede é capaz de

atender e (2) os serviços que a rede não é capaz de atender;

d) Ativação, articulação e apoio dos Conselhos de Acompanhamento de Resultados com a

participação de atores estratégicos, como: equipamentos da rede local, escolas,

famílias, associações de moradores, Ministério Público e Defensoria Pública;

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e) Acompanhamento de forma prioritária das famílias em Risco Social 4 e 5;

f) Implantação de metodologia de avaliação social para aferição dos resultados dos

serviços na vida das famílias;

g) Apoio aos municípios na captação, aplicação e prestação de contas (transparência) do

uso de recursos por meio de capacitações;

h) Elaboração de diagnóstico dos indicadores educacionais das escolas;

i) Elaboração e organização de processos e práticas pedagógicas em parceria com os

professores;

j) Realização de acompanhamento sistemático das taxas de frequência nas escolas;

k) Realização de simulados da “Prova Brasil” ou similares em comum acordo com o

município e a Odebrecht para aferição da aprendizagem dos alunos;

l) Garantia de que as escolas e CRAS tenham conectividade à internet;

m) Produção de materiais informativos para a capacitação dos trabalhadores e

sensibilização comunitária de temas como evasão escolar, abuso e exploração sexual,

saúde, preconceito e discriminação sexual;

n) Garantia de que os professores tenham equipamento individual para acesso à internet

(notebook);

o) Realização de seminários de capacitação e integração com trabalhadores do CRAS e

professores;

p) Ativação, articulação e apoio a grupos integrados de estudos entre os trabalhadores do

CRAS e professores dos municípios;

q) Integração do Projeto “Na Realidade” ao Consórcio Social Travessia para a realização de

capacitações on-line;

r) Construção dos Planos Individuais de Capacitação de professores e técnicos do CRAS.

Os planos serão elaborados pelos trabalhadores com o apoio dos técnicos de referência

dos municípios e avaliados pelo Consórcio em conjunto com os municípios;

s) Realização de avaliações sistemáticas e periódicas das ações e dos técnicos de referência

dos municípios.

Este relatório sistematiza e registra a memória do Consórcio Social Travessia na cidade

fluminense de Rio das Flôres, por meio da descrição das atividades correspondentes aos meses

de março a setembro de 2015; disponibilizando à cidade os instrumentos utilizados para o

levantamento de informações e o banco de dados coletado, bem como materiais utilizados no

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decorrer do trabalho realizado pela técnica de referência em conjunto com as equipes locais.

Cabe ressaltar que a técnica de referência manteve rotina semanal de visitas, sem rotatividade,

como forma de estabelecer vínculo longevo com os profissionais participantes e fortalecer a

rotina das atividades propostas. Este apresenta ainda os resultados das atividades desenvolvidas

e propõe recomendações a partir da análise destas inferências.

Município População IDH-M Educação (2010) % de extremamente

pobres (2010)

Rio das Flôres 8.529 0,575 2,32%

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 (PNUD / FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO / IPEA)

O município, ao observar esta memória, poderá avaliar o legado e as contribuições do Consórcio

Social Travessia localmente e elaborar estratégias para o aperfeiçoamento do trabalho já

desenvolvido, principalmente, pelas redes de educação e assistência social, focos prioritários

desta iniciativa.

Como forma de organização e de acordo com a tabela de atividades descrita a seguir,

dividiremos o relatório por meses e anexaremos ao final os instrumentos e demais documentos

correspondentes às atividades realizadas. Também apresentaremos um quadro com a

sistematização das atividades realizadas pelo Consórcio com a respectiva carga horária e

número de participantes.

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Atividades Mar

ço

Abr

il

Mai

o

Junh

o

Julh

o

Ago

sto

Sete

mbr

o

Out

ubro

Nov

embr

o

Envio da carta convite às cidades pré – selecionadas (ANEXO II)

Primeira oficina de trabalho na cidade do Rio de Janeiro (ANEXO III)

Primeira visita à cidade

Apresentação do Termo de Adesão ao Consórcio Social Travessia (ANEXO IV)

Seleção das Escolas e CRAS beneficiários

Roda de conversa com professores e trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social (SUAS)

Primeiras auto-avaliações (ANEXO V)

Primeira reunião integrada por meio de estudos de casos (ANEXO VI)

Identificação dos equipamentos necessários para melhoria do trabalho desenvolvido nas escolas/CRAS

Devolutiva das primeiras avaliações com professores e trabalhadores do SUAS

Preenchimento do Plano Individual de Capacitação – PIC (ANEXO VII)

Segunda reunião integrada por meio de estudos de casos (ANEXO VIII)

Segunda oficina de trabalho na cidade do Rio de Janeiro (ANEXO IX)

Preenchimento dos instrumentos para mapeamento da rede socioassistencial (ANEXO X)

Terceira reunião integrada por meio de estudos de casos (ANEXO XI)

Capacitação para aplicação do Índice de Pobreza Multidimensional –IPM (ANEXO XII) e classificação do Risco Social Familiar (ANEXO XIII)

Oficinas culturais do Grupo Cultural AfroReggae

Preenchimento do “Papo Reto” com professores, trabalhadores do SUAS, articuladores/facilitadores municipais, técnicos das cidades e coordenadores do Consórcio Social Travessia (ANEXO XIV, XV, XVI, XVII, XVIII)

Entrega de equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nas escolas/CRAS (ANEXO XIX)

Aplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar

Avaliação dos técnicos do Consórcio Social Travessia (ANEXO XX)

Entrega de equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nas escolas/CRAS

Elaboração dos relatórios finais

Devolutiva das atividades do Consórcio Social Travessia e entrega do Relatório Final

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FEVEREIRO / MARÇO

Atividades desenvolvidas:

• Envio da carta convite às cidades pré-selecionadas (ANEXO II);

• Primeira Oficina de Trabalho na cidade do Rio de Janeiro (ANEXO III).

Na Primeira Oficina de Trabalho, os gestores das cidades pré-selecionadas contextualizaram as

características e estruturas de seus municípios e conheceram os objetivos e a proposta do

Consórcio Social Travessia. Os participantes debateram e tiraram dúvidas acerca das etapas

seguintes do encontro, com foco na interação entre os técnicos de referência das cidades e

agendamento das primeiras visitas.

ATIVIDADES CAPACITAÇÃO PARTICIPAÇÕES

Primeira oficina de trabalho na cidade do Rio de Janeiro 8 2

Primeira visita à cidade

Apresentação do Termo de Adesão ao Consórcio Social Travessia

Seleção das Escolas e CRAS 6 2Roda de conversa com professores e trabalhadores do Sistema Único daAssistência Social (SUAS)Primeiras avaliações

Primeira reunião integrada por meio de estudos de casos 3Identificação dos equipamentos necessários para melhoria do trabalhodesenvolvido nas escolas/CRAS

1

Devolutiva das primeiras avaliações com professores e trabalhadores do SUAS 4 9

Preenchimento do Plano Individual de Capacitação – PIC 4 18

Segunda reunião integrada por meio de estudos de casos 4 7

Segunda oficina de trabalho na cidade do Rio de Janeiro 8 4

Preenchimento dos instrumentos para mapeamento da rede socioassistencial 4 10

Terceira reunião integrada por meio de estudos de casos 4 15Capacitação para aplicação do Índice de Pobreza Multidimensional – IPM eclassificação do Risco Social Familiar Oficinas culturais do Grupo Cultural AfroReggaePreenchimento do “Papo Reto” com professores, trabalhadores do SUAS earticuladores/facilitadores municipais, técnicos das cidades e coordenadores doConsórcio Social Travessia Entrega dos equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nasescolas/CRASAplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar 52 10

Avaliação dos técnicos do Consórcio Social Travessia 2 20Entrega dos equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nasescolas/CRAS

4 17

Classificação do Risco Social Familiar e estudo de caso 4 13

Classificação do Risco Social Familiar e visita domiciliar 4 10Devolutiva das atividades do Consórcio Social Travessia e entrega do RelatórioFinal

4

TOTAL 111 23

TOTAL GERAL234

134

4 30

4 16

4 31

14

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDASHORAS

6 6

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Mesa de abertura da Primeira Oficina de Trabalho do Consórcio Social Travessia na cidade do Rio de Janeiro. Maria Lúcia Cautieiro

(Primeira Dama do Estado do Rio de Janeiro), Danilo Costa (Secretário Executivo Adjunto do Grupo Cultural AfroReggae) e

Michelle Muhringer Shayer (representante da ODEBRECHT).

Apresentação dos objetivos do Consórcio Social Travessia. Marcelo Reis Garcia, Coordenador Geral.

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ABRIL

• Primeira visita à cidade;

• Assinatura do Termo de Adesão ao Consórcio Social Travessia (ANEXO IV);

• Seleção das Escolas e Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) ;

• Roda de conversa com professores e trabalhadores do Sistema Único da Assistência

Social (SUAS);

• Primeiras-auto avaliações (ANEXO V).

No mês de abril a técnica de referência Bruna Cruz visitou a cidade de Rio das Flôres e

estabeleceu o primeiro contato com as equipes das redes de educação, assistência social,

escolas e CRAS. O objetivo foi conhecer in loco a realidade do município e analisar as unidades

que seriam selecionadas para participar do Consórcio Social Travessia. Na primeira visita, o

Termo de Adesão, onde estão descritas as responsabilidades do Consórcio e do município, foi

assinado pelas partes.

Os critérios pré-estabelecidos para a definição das escolas foram: 01 (uma) ou 02 (duas) escolas

situadas na zona rural ou que atendessem aos alunos destas localidades, com um limite de 30

(trinta) profissionais participantes, incluindo professores, diretores e assistentes pedagógicos. O

critério de seleção do Centro de Referência de Assistência Social - CRAS seguiu a lógica de

atendimento ao território das escolas selecionadas. A seguir serão apresentadas informações

sobre as escolas e CRAS selecionados.

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ESCOLA MUNICIPAL MANUEL DUARTE Total de Alunos 178 Professores (16) Alexsandra Ramos Moreira

André Camilo do Nascimento Aparecida de Fátima F. Espindola Bruno Sampaio de Oliveira Danúbia Myrrha Pinheiro Denise Prado Durço Eleane de Almeida e Silva Eliana Aparecida de Souza e Silva Elizabete de Barros Eny Diniz Lemos Guiomar Maria Machado Araújo Lopes Isabela Cristina de LIma e Silva Ludmila Cruz da Silveira Maria Aparecida de Oliveira Maria Tereza Valim Conceição Taynã Jorgea Gonçalves Teixeira

ESCOLA MUNICIPAL TANGARÁ Total de Alunos 48 Professores (11) Daniele Lopes da Rocha

Graziele Corrêa de Lima Jacksilane Souza Leila Basílio Luciana Alvim Pessoa Luciana Cruz Micheli Alves Natalie Conceição Pedro Lemos Wagner Souza Simas Walkyria dos Santos Machado

CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS CENTRO Bairros de Abrangência

Abarracamento; Bairro de Fátima; Centro; Cachoeira do Funil; Elizabeth; Formoso; Ingleses; José Dutra Navarro; Manoel Duarte; Santa Rosa; Sossego; Três Ilhas.

Famílias Abrangidas 457 Técnicos Sociais (4) Bruna Rocha

Denise Farias (Assistente Social) Karinna Almeida (Coordenadora) Márcio Rodrigues (Assistente Social)

Facilitador (1) Eliane Aparecida da Silva Ferreira *Das 457 famílias abrangidas pelo CRAS Centro, 144 foram atendidas pelo Consórcio Social Travessia. Este universo representa um total de 659 pessoas beneficiadas.

A “Roda de Conversas com Professores e Trabalhadores do SUAS” consistiu em uma reunião

com todos os profissionais envolvidos no Consórcio para uma explicação mais abrangente da

proposta e da agenda de trabalho. A atividade possibilitou o esclarecimento de dúvidas,

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discussão de questões levantadas pelos participantes, explicação detalhada das atividades,

compromissos da equipe do Consórcio e do município, etc.

Também foi o momento das primeiras auto-avaliações, quando os participantes preencheram

um instrumento apresentando questões relacionadas ao dia-a-dia de trabalho, tais como:

estrutura física das escolas, gestão municipal da educação, avaliações formais, investimento,

motivação, características dos alunos e familiares, formação, equipe, entre outras questões que

possibilitou a compreensão das percepções dos profissionais da educação e do SUAS

relacionadas ao seu ofício. A síntese das auto-avaliações será apresentada e comentada adiante,

na descrição das atividades do mês de maio.

Essa atividade reuniu pela primeira vez, na perspectiva do Consórcio Social Travessia, os

profissionais da educação e da assistência social. Foi possível perceber que esses profissionais

pouco dialogavam, ficando clara a não fluidez das relações, apontando para a ausência de um

sistema de troca de informações, discussões de casos, referência e contra referência, fazendo-

se necessário, inclusive, uma explicação por parte dos profissionais do CRAS sobre a Política

Nacional de Assistência Social (PNAS), o Sistema Único da Assistência Social (SUAS),

procedimentos, responsabilidades, estrutura, etc.

MAIO

• Primeira reunião integrada por meio de estudos de casos. "Sou professora mas não

aguento mais dar aulas. Posso parar de ensinar?" (ANEXO VI);

• Identificação dos equipamentos necessários para melhoria do trabalho desenvolvido

nas escolas/CRAS;

• Devolutiva das primeiras auto-avaliações com professores e trabalhadores do SUAS;

• Preenchimento do Plano Individual de Capacitação – PIC (ANEXO VII);

• Segunda reunião integrada por meio de estudos de casos. "A escola tá um saco. Posso

largar os estudos?" (ANEXO VIII).

A primeira reunião integrada por meio de estudos de casos baseou-se na discussão da cartilha

da Coleção Conversas do Grupo Cultural AfroReggae, cujo tema foi: “Sou professora mas não

aguento mais dar aulas. Posso parar de ensinar?”. Esta atividade discutiu um tema relacionado

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ao dia-a-dia dos profissionais envolvidos no Consórcio tendo como referência a história de um

personagem fictício.

Sinopse da cartilha: “Angélica acabou de fazer 40 anos. Desde os 22 anos é professora de

Matemática de dois colégios públicos. Já viu muita coisa em sala de aula e não aguenta mais

lecionar. Se diz exausta e quer uma outra função na escola que não seja ensinar. Ela não quer

mais encontrar com alunos”.

Muitos professores se identificaram com a personagem Angélica e as questões apontadas por

ela. Foram recorrentes os relatos sobre dificuldades na rotina de trabalho e falta de estímulo

decorrente, principalmente, da não participação dos pais na vida escolar dos estudantes e do

desinteresse destes com a escola. Também foi apontada a falta de inovações tecnológicas e

pedagógicas, quando os professores comentaram a desconexão da atual educação com estas

novas ferramentas, fazendo com que os alunos percam o interesse pela escola, fato que,

associado aos baixos salários, causa impactos negativos na auto estima dos professores

enquanto profissionais e consequentemente nos resultados do trabalho, percebidos tanto no

cotidiano quanto nos resultados das avaliações internas e externas. Por outro lado,

independente dessa avaliação que pode parecer desoladora e apontar um cenário de apatia

frente às dificuldades enfrentadas, os professores se diziam perseverantes, valorizando os

esforços dos profissionais da educação e a ideia de que, apesar dos problemas, a escola ainda é

percebida como um importante espaço de formação e transformação das realidades individuais

e coletivas.

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Primeira reunião integrada por meio de estudos de casos na E.M. Manuel Duarte em Rio das Flôres com a participação de

diretores e professores.

Também foi o momento dos profissionais da educação e da assistência social identificarem que

equipamentos seriam prioritários para a melhoria do trabalho desenvolvido com os alunos e

usuários do CRAS. Estes foram adquiridos e entregues pelo Consórcio em Rio das Flôres. As

escolas de Rio das Flôres demandaram a aquisição de 1 (um) aparelho projetor multimídia e 1

(um) notebook, totalizando um investimento de R$ 2.455,94, de acordo com as tabelas a seguir,

notas fiscais e termos de doação em anexo (ANEXO XIX).

UNIDADES APARELHO PROJETOR MULTIMÍDIA NOTEBOOKS

E.M. MANUEL DUARTE 1 0

E.M. TANGARÁ 0 1

TOTAL 1 1

EQUIPAMENTOS VALOR UNITÁRIO

1 APARELHO PROJETOR MULTIMÍDIA R$ 1.556,94

1 NOTEBOOK R$ 899,00

TOTAL R$ 2.455,94

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Neste período a técnica de referência fez a devolutiva do resultado das primeiras auto-

avaliações, respondidas por 27 (vinte e sete) professores das duas escolas selecionadas e 4

(quatro) técnicos do CRAS, de acordo com os gráficos a seguir:

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Este momento serviu para aprofundar a discussão em relação aos pontos levantados nas auto-

avaliações. As duas escolas selecionadas em Rio das Flôres possuem características diferentes.

A E.M. Manuel Duarte, maior e com 178 alunos, segundo relatos, enfrenta problemas

relacionados à violência entre os alunos, ao contrário da E.M. Tangará, que segundo relatos não

enfrenta problemas de violência. Em comum destacamos alguns pontos que já haviam sido

abordados e discutidos na primeira roda de conversas com os professores e trabalhadores do

SUAS, como o relacionado à falta de articulação entre educação e assistência. Neste aspecto

80% dos profissionais da educação dizem não existir qualquer articulação.

A falta de pessoal, estrutura física, bem como a falta de tempo, condições e estímulo para os

estudos, foram pontos destacados como principais fatores para a avaliação negativa e

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desmotivação dos alunos. Apesar desse panorama, a maioria dos profissionais da educação

(88%) disse continuar motivados a dar aulas em 2015, sem vontade de parar (80%), o que os faz,

mesmo diante das dificuldades, conseguir sucesso na aprendizagem dos alunos (79,2%).

Outro ponto de destaque foi o relacionado à participação dos pais no processo de aprendizagem

dos filhos. Um quantitativo elevado (92%) diz não perceber o empenho dos pais. Uma das

atividades propostas pelo Consórcio Social Travessia foi a aplicação do instrumento que avalia o

Índice de Pobreza Multidimensional - IPM, descrito mais adiante, com algumas explicações para

essa percepção.

Já em relação aos profissionais do CRAS, um dado que chama a atenção é o relacionado ao

número de profissionais. 100% dos entrevistados acreditam que a equipe disponível é

insufuciente para o êxito trabalho. Este dado reflete no resultado da pergunta referente à

vigilância socioassistencial do território, em que 75% da amostra diz não conseguir realiza-lo

como deveria. Apesar dos dados que podem ser avaliados como negativos, 100% dos

profissionais da assistência seguem motivados a trabalhar no CRAS e os mesmos 100%

acreditam que o trabalho desenvolvido pelo CRAS gera resultados na mobilidade social das

famílias.

Neste mês os participantes do Consórcio também preencheram o Plano Individual de

Capacitação – PIC, que teve como objetivo a construção de um diagnóstico do perfil dos

profissionais inseridos no Consórcio por meio do levantamento de questões como: dados

pessoais, tempo de trabalho, existência de outros vínculos trabalhistas, formação, hábitos de

leitura, conectividade, áreas temáticas de interesse, metas relacionadas à formação, etc. A

proposta é que a análise individual do resultado do PIC subsidie a elaboração de um conjunto

de possibilidades para o aperfeiçoamento de seus ofícios. Os dados consolidados do PIC serão

apresentados e comentados na descrição das atividades de junho, adiante deste relatório.

A Segunda Reunião integrada por meio de estudos de casos baseou-se na discussão da cartilha

da Coleção Conversas, cujo tema foi: “A Escola tá um saco. Posso largar os estudos?”

Sinopse da cartilha: “Zé tem 15 anos. Estuda em um colégio público e é fissurado em internet e

mídias sociais. Está cursando o primeiro ano do Ensino Médio. Nunca tirou as melhores notas,

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mas também nunca repetiu de ano. Só estudava o suficiente para passar de ano. Ele tem achado

a escola um "saco" e não quer continuar a estudar. Tudo que ele gosta de fazer não tem na

escola e tudo que a escola mostra para ele na sala de aula, ele acha que não serve pra nada. Já

não vai à escola faz uma semana. Quando a escola ou os estudos em si parecem não fazer mais

sentido muitos são os questionamentos que podem passar na cabeça de um estudante. Antes

da decisão em largar os estudos é preciso considerar os motivos deste desânimo e avaliar o que

pode ser feito para mudar a situação”.

A discussão possibilitou o aprofundamento de temas já levantados pelos profissionais na rodada

de conversas entre professores e trabalhadores do SUAS e primeiras auto-avaliações. Os

professores reconhecem a existência de personagens como “Zé”, perfil identificado em

“noventa por cento dos alunos”, que, segundo relatos, desejam abandonar a escola. Na visão

dos profissionais, uma grande dificuldade identificada é a falta de perspectiva dos seus alunos,

que “se acomodam com a ideia de repetirem a trajetória dos pais”, trabalhadores rurais. Cabe

ressltar que Rio das Flôres localiza-se numa região conhecida como Vale do Café, que já passou

por um período promissor, porém, a cultura cafeeira sofreu um declínio, fato que impactou na

economia da região e no padrão de vida das famílias. Os professores relataram a tentativa de

passar aos alunos a noção de que, mesmo no meio rural, a tecnologia é uma realidade, dado

que demanda formação e capacitação, no entanto, mencionam que ainda assim não obtêm

êxito em estimular nos alunos o desejo pela busca de conhecimento neste sentido.

JUNHO

• Segunda oficina de trabalho na cidade do Rio de Janeiro (ANEXO IX);

• Preenchimento dos instrumentos para mapeamento da rede socioassistencial (ANEXO X);

• Terceira reunião integrada por meio de estudos de casos. "Posso fazer justiça com as

próprias mãos?" (ANEXO XI)

• Capacitação para aplicação do IPM (ANEXO XII) e classificação do risco social familiar

(ANEXO XIII);

• Oficinas culturais do Grupo Cultural AfroReggae;

• Preenchimento do “Papo Reto” com professores, trabalhadores do SUAS,

articuladores/facilitadores municipais, técnicos e coordenadores do Consórcio Social

Travessia (ANEXO XIV, XV, XVI, XVII E XVIII);

• Entrega dos equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nas escolas/CRAS.

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A segunda oficina na cidade do Rio de Janeiro reuniu os diretores das escolas e CRAS, gestores,

articuladores/facilitadores e técnicos das dez cidades selecionadas para intercâmbio de

experiências, avaliação dos dois primeiros meses de atividades do Consórcio, apresentação do

resultado do Plano Individual de Capacitação - PIC, do instrumento do IPM - Índice de Pobreza

Multidimensional, a ser aplicado em todas as famílias dos alunos e a apresentação da tabela

para classificação do Risco Social Familiar.

A segunda oficina de trabalho também possibilitou a apresentação individualizada dos

participantes, das cidades e do que mudou com a consolidação da rotina de trabalho dos

técnicos. Foi uma oportunidade de falarem das características e dinâmicas das escolas e CRAS,

de relatarem e avaliarem o que mudou com o Consórcio, bem como expressarem as

expectativas com as propostas apresentadas. No geral a avaliação foi positiva e proporcionou a

troca de experiências e de boas práticas entre as dez cidades participantes do Consórcio.

No caso de Rio das Flôres, o PIC foi respondido por 32 (trinta e dois) profissionais envolvidos no

Consórcio Social Travessia, 16 (dezesseis) da E.M. Manuel Duarte, 11 (onze) da E.M. Tangará, 4

(quatro) do CRAS Centro e 1 (uma) facilitadora. A seguir seguem os resultados:

6,3%

12,5%

6,3%

71,9%

3,1%

0,0%

Assistente Social

Diretor

Pedagoga

Professor

Psicóloga

Supervisora

PROFISSIONAIS SEGUNDO A FUNÇÃO

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22

12,5%

75,0%

12,5%

Celetista

Concursado

Contratado

PROFISSIONAIS SEGUNDO O TIPO DE CONTRATO

12,5%

6,3%

28,1%

46,9%

6,3%

Nível Médio

Superior Incompleto

Superior Completo

Pós-graduação

Mestrado

PROFISSIONAIS SEGUNDO O NÍVEL DE ESTUDO

68,8%

31,3%

Sim

Não

PROFISSIONAIS SEGUNDO A REALIZAÇÃO DE CURSOS ON-LINE

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23

90,6%

9,4%

0,0%

Sim

Não

Não declarado

PROFISSIONAIS SEGUNDO O DESEJO DE CONTINUAR ESTUDANDO

3,1%

31,3%

56,3%

3,1%

6,3%

Por semana

Por mês

Por ano

Nunca comprou pois está muito caro

Não declarado

PROFISSIONAIS SEGUNDO A FREQUÊNCIA DE COMPRA DE LIVROS

75,0%

25,0%

Sim

Não

PROFISSIONAIS SEGUNDO A EXISTÊNCIA DE INTERNET EM CASA

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24

100,0%

0,0%

Sim

Não

PROFISSIONAIS SEGUNDO A IDEIA DE QUE CURSOS DE CAPACITAÇÃO COLABORAM NA MELHORIA DO TRABALHO

96,9%

3,1%

Sim

Não

PROFISSIONAIS SEGUNDO O DESEJO DE RECEBER EMAIL COM DICAS/ORIENTAÇOES PARA COMPLEMENTAÇÃO DA

FORMAÇÃO

100,0%

0,0%

Sim

Não

PROFISSIONAIS SEGUNDO A IDEIA DE QUE O USO DE NOTEBOOKS PODEM CONTRIBUIR COM O TRABALHO

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25

O número de concursados em Rio das Flôres corresponde a grande maioria (75%), apontando

para a estabilidade dos profissionais, dado que oferece à cidade a possibilidade de

investimentos em capacitação, o que pode gerar em médio e longo prazo resultados positivos

no trabalho desenvolvido. Quanto ao nível de estudo, apesar de quase a metade ter feito alguma

pós-graduação (46,9%), apenas 6,3% possuem mestrado, apontando para uma estagnação no

processo de formação continuada, dado que associado à frequência de livros comprados, onde

-

1

2

2

3

4

5

6

8

10

10

11

11

11

13

15

21

25

Diversidade Sexual

Segundo PNE

Gênero

Intersetorialidade

Voluntariado

Escolas Livres

Trabalho em Rede

Trabalho Comunitário

Política

Diversidade étnico-racial

Juventude

Assistência Social

Não respondeu

Violência

Infância

Educação Inclusiva

Família

Educação

TEMAS POR MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE

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26

56,3%, declaram comprar apenas um livro anualmente, dado considerado preocupante tendo

em vista tratar-se de profissionais da educação, indica a necessidade de um planejamento

focado na produção de conhecimento. Apesar deste panorama, 90,6% declaram desejar

continuar estudando.

Outro dado que chama a atenção é o uso da internet como estratégia de acesso à informação.

96,9% dos profissionais declaram desejar receber por e-mail dicas e orientações para a

complementação da formação, indicando uma possibilidade pouco explorada pela gestão

municipal, que poderia organizar um processo de orientação pedagógica tendo como eixo

pesquisas e indicações periódicas, por meio de mala direta, de bibliografia, filmes,

documentários, textos, entre outros instrumentos de produção de conhecimento tendo como

base as áreas de interesse prioritárias identificadas neste levantamento, nomeadamente:

educação, família, educação inclusiva, infância, violência, assistência social e juventude.

O fato dos temas “Educação” e “Educação Inclusiva’ terem aparecido como áreas de maior

manifestação de interesse, em primeiro e terceiro lugares respectivamente, reforça a ideia de

que os profissionais da área acreditam que a capacitação profissional e formação continuada

são importantes para o aperfeiçoamento das técnicas e metodologias de ensino-aprendizagem,

bem como o desejo de acesso às teorias recentes.

O tema Família aparece como segunda área de maior manifestação de interesse, que associado

ao resultado das primeiras auto-avaliações, onde 92% dos profissionais escutados dizem achar

que os pais não participam do processo de aprendizagem dos filhos - ou seja, a grande maioria;

sugere a vontade de entendimento sobre o papel da família no processo educacional. O tema

juventude também merece destaque, que associado à discussão sobre o personagem “Zé”

durante a Segunda Reunião Integrada (já abordada neste relatório dentre as atividades do mês

de maio), sugere o desejo dos profissionais da educação em aprofundar a discussão de questões

relacionadas à desmotivação dos jovens diante de um modelo de educação tradicional e falta

de perspectiva profissional.

Importante observar que “Diversidade Sexual” não apreceu como tema de interesse, embora

nos encontros com os profissionais da educação o tema tenha sido apontado como de interesse

de alguns estudantes. Neste caso, tanto a presença como a ausência merecem ser analisadas.

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Por Rio das Flôres ser uma cidade pequena, uma hipótese para o tema “Diversidade Sexual” não

aparecer como manifestação de interesse mesmo sendo uma demanda dos estudantes pode ser

atribuída à dificuldade dos educadores em trabalhar de forma aberta temas considerados tabus,

como “orientção sexual” e “identidade de gênero”.

Outro ponto importante da Segunda Oficina de Trabalho foi a apresentação às cidades do Índice

de Pobreza Multidimensional -IPM, instrumento criado pelo Programa das Nações Unidas para

o Desenvolvimento (PNUD) para medir as privações em educação, saúde, renda e padrões de

vida.

Durante muitos anos a renda familiar foi o único indicador para identificar se uma família estava

em vulnerabilidade. Nesta abordagem unidimensional e segundo as metas do milênio, uma

família é considerada pobre se tiver entre US$ 1,25 e US$ 2,50 de renda diária. Já segundo os

programas federais brasileiros, uma família é considerada pobre se tiver renda entre R$ 77,00 e

R$ 154,00 por mês. Com o passar do tempo o debate foi aprofundado e surgiram novas formas

de se entender o que é pobreza.

O Índice de Pobreza Multidimensional propõe a ampliação do retrato das pessoas que vivem em

situação de vulnerabilidade, englobando as dimensões saúde, educação e padrões de vida,

igualmente avaliadas pelo Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, como componentes a

serem medidos. Na dimensão Educação são levantadas informações sobre anos de estudo dos

componentes da família e número de crianças matriculadas no ensino formal; na dimensão

Saúde são levantadas informações sobre mortalidade e nutrição; já na dimensão Padrão de Vida

são levantadas informações como acesso à eletricidade, água, presença de sanitários e tipo de

revistimento do piso do imóvel de residência, tipo do combustível utilizado para cozinhar e bens

domésticos. Reunidos, esses indicadores possibilitam um retrato mais amplo do que apenas a

aferição do padrão de renda.

Um dos grandes desafios da Política de Assistência Social é garantir, de fato, urgência em seus

atendimentos e, sobretudo, estruturar mobilidade social e mobilidade do Risco Social que uma

família está submetida.

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Tendo como base o IPM, o AfroReggae elaborou uma tabela para classificar o Risco Social

Familiar, que varia do nível 1 ao 5 +. Os níveis de risco direcionam a estratégia de

acompanhamento social que deverá ser realizado pelas equipes da rede socioassistencial das

cidades. A rede será responsável por estabelecer meios para que as privações identificadas no

instrumento sejam superadas pelas familias. Cada nível de risco é determinado por um conjunto

de vulnerabilidades comumente identificadas pelas equipes socioassistenciais. Quanto mais alto

o risco, mais vulneráveis são as famílias, necessitando assim de planos de ação direcionados a

partir do que é identificado pela equipe responsável pelo levantamento dessas informações. Os

nives de risco são estabelecidos como se descreve a seguir.

Risco 1: Família com alguma renda, mas sem benefício do Bolsa Família.

Risco 2: Família com jovens com escolaridade, mas desempregados.

Risco 3: Moradores com mais de 16 anos que não terminaram ensino fundamental; jovens que

abandonaram o ensino médio; adultos desempregados; situação de habitação precária; mulher

chefe de família com escolaridade mas desempregada.

Risco 4: Criança em idade escolar evadida da escola; idosos e pessoas com deficiência sem

cuidados e Benefício de Prestação Continuada (BPC); adolescente gestante (12 a 17 anos)

mesmo fazendo pré-natal; mulher chefe de família sem escolaridade e desempregada.

Risco 5: Criança em idade escolar (6 a 15 anos) fora da escola; gestante sem pré-natal; famílias

sem renda (desempregados e sem benefícios – bolsa família ou BPC); situação de violência e/ou

abuso sexual na família.

Risco 5+: quando ocorrer 3 problemas do Risco 5 concomitantemente.

Entre o Risco 1 e o Risco 4 as famílias podem ganhar um + quando:

• Algum membro da família (pai, mãe, filhos) se encontrar cumprindo pena no sistema

penitenciário.

• Algum adolescente da família se encontrar cumprindo medida socioeducativa em meio

aberto ou fechado.

As famílias classificadas com risco 4, 5 ou com o sinal de positivo (+), que indica um agravante

no risco, devem ser priorizadas no acompanhamento socioassistencial, preferencialmente com

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um plano personalizado e sistemático de visitas domiciliares para o monitoramento in loco da

situação de vulnerabilidade.

Segunda Oficina de Trabalho do Consórcio Social Travessia na cidade do Rio de Janeiro – Rodada de Apresentações.

Segunda Oficina de Trabalho do Consórcio Social Travessia na cidade do Rio de Janeiro – Maria Aparecida Simões de Oliveira

(Diretora da E.M. Elídio Valentim de Moraes/Varre-sai)

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Segunda Oficina de Trabalho do Consórcio Social Travessia na cidade do Rio de Janeiro – Apresentação do Índice de Pobreza

Multidimensional (IPM) e metodologia de Classificação de Risco Social Familiar (Danilo Costa/Secretário Executivo Adjunto do

Grupo Cultural AfroReggae).

Ainda no mês de junho e como parte do processo de construção do diagnóstico das cidades e

mapeamento da rede socioassistencial, foram distribuídos dois instrumentos: um direcionado

aos professores e outro aos trabalhadores do SUAS, com perguntas objetivas e linguagem

simples, a partir de situações concretas identificadas no dia-a-dia do trabalho. O resultado deste

levantamento possibilitou o início da construção do Mapa da Rede Socioassistencial.

Abaixo apresentaremos o resultado desse levantamento e consideraremos dois cenários: o

primeiro com as respostas apontadas pelos profissionais da educação e da assistência social,

onde são indicadas as possibilidades de encaminhamentos, tendo como base a realidade da rede

socioassistencial local e a partir das situações colocadas no instrumento e o segundo com base

no que é preconizado pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), pela Política Nacional de

Assistência Social (PNAS) e o Sistema Único da Assistência Social (SUAS). Na cidade de Rio das

Flôres o instrumento para mapeamento da rede socioassistencial foi respondido por 14

(quatorze) professores das duas escolas municipais selecionadas e 1 (uma) técnica do CRAS.

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ESCOLA RIO DAS FLORES

SITUAÇÃO ÓRGÃO SERVIÇOS INDICADOS Quando uma criança apresenta problemas de aprendizagem você encaminha e pede apoio para qual instituição?

Centro de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (CAPNEE).

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Escola.

Quando as mães e estudantes têm dúvidas sobre questões de saúde vocês buscam apoio em qual instituição?

Secretaria Municipal de Saúde; Unidade Básica de Saúde.

Unidade Básica de Saúde (UBS).

Quando você percebe algum problema relacionado a abuso sexual você busca apoio e informação em qual instituição?

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Escola; Conselho Tutelar.

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Quando você percebe que pode estar ocorrendo violência familiar você busca apoio e informação em qual instituição?

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Conselho Tutelar.

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Seus alunos no contraturno escolar fazem atividades culturais e esportivas em quais instituições?

Prefeitura; Secretaria Municipal de Educação; Secretaria Municipal de Cultura; Secretaria Municipal de Esporte e Lazer.

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Programa Mais Educação.

Se algum aluno tem deficiência física ou mental você procura apoio, informação e atendimento em qual instituição?

Centro de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (CAPNEE).

Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência ; Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE); Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Se você percebe que algum aluno está passando fome ou vivendo insegurança alimentar você procura apoioe informação em qual instituição?

Secretaria Municipal de Assistência Social. Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Escola.

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Programa de Segurança Alimentar.

Qual o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) mantém relacionamento direto com sua escola?

Nossa escola não tem relacionamento com o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Em qual entidade de defesa e de direitos humanos você procura apoio e informação para seu trabalho?

Conselho Tutelar. Conselhos e Forúns Municipais de Defesa de Direitos Humanos.

Se uma mãe te procura pedindo ajuda para arrumar emprego você encaminha para qual instituição?

Prefeitura; Secretaria Municipal de Assistência Social; Secretaria Municipal de Educação.

Sistema Nacional de Emprego (SINE); Secretaria Municipal de Trabalho (SMT); Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).

Se uma mãe te procura pedindo ajuda para sair de casa com os filhos por questões de violência doméstica você busca apoio em qual instituição?

Secretaria Municipal de Assistência Social; Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Centro de Referência da Assistência Social (CRAS); Delegacia; Escola; Conselho Tutelar.

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

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ESCOLA RIO DAS FLORES

SITUAÇÃO ÓRGÃO SERVIÇOS INDICADOS

Se uma adolescente te procura e diz que está grávida e com medo da família você busca informação e apoio em qual instituição?

Centro de Referência da Assistência Social (CRAS); Unidade Básica de Saúde; Família.

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Centro de Referência da Assistência Social (CRAS); Conselho Tutelar.

Se algum aluno te procura para falar que descobriu que tem HIV você busca apoio , informação e encaminhamento para qual instituição

Secretaria Municipal de Saúde; Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Unidade Básica de Saúde.

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Unidade Básica de Saúde.

Se algum aluno ou aluna te procura para falar que é homossexual você busca apoio e informação em que instituição?

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Centro de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (CAPNEE); Escola; Unidade Básica de Saúde.

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Se uma família te procura para dizer que a casa em que moram está com risco de ruir você busca apoio em qual instituição?

Secreatria Municipal de Assistência Social; Secretaria Municipal de Obras; Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Defesa Civil.

Defesa Civil; Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Se um adolescente é expulsa de casa porque está grávida, ou um adolescente é expulso de casa por se definir homosexual você busca apoio, informação e acolhimento em qual instituição?

Secretria Municipal de Assistência Social; Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Centro de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (CAPNEE).

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Quando uma família te procura pedindo ajuda, pois está com medo de continuar vivendo na comunidade em que tem casa qual situação você procura para apoiar esta família?

Secretria Municipal de Assistência Social; Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Centro de Referência de Assistência Social (CRAS);

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Você trabalha com alguma instituição que faça prevenção ao uso de drogas e álcool?

Secretria Municipal de Assistência Social; Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD).

Secretaria de Prevenção anti-drogas; Centro de Atendimento Psicosocial Álcool e Drogas (CAPS AD).

Se uma mãe te procurar pedindo ajuda para tratar o filho e filha que está viciada em drogas qual instituição você busca apoio e informação?

Secretria Municipal de Assistência Social; Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Unidade Básica de Saúde; Alcóolicos Anônimos (AA).

Centro de Atendimento Psicosocial Álcool e Drogas (CAPS AD).

Quando um aluno levanta um tema polêmico em sala de aula que você não domina qual instituição você busca apoio para se preparar para a resposta?

Secretaria Municipal de Educação; Escola. Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

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CRAS

RIO DAS FLORES SITUAÇÃO ÓRGÃO APONTADO PELA EQUIPE SERVIÇOS INDICADOS

Quando a escola encaminha uma criança que está apresentando problemas de aprendizagem você encaminha e pede apoio para qual instituição?

Secretaria Municipal de Saúde; Centro de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (CAPNEE).

Escola; Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Quando as mães não conseguem atendimento médico ou estão em dúvidas sobre questões de saúde vocês buscam apoio em qual instituição?

Secretaria Municipal de Saúde; Ministério Público.

Unidade Básica de Saúde (UBS).

Quando você atende alguma demanda relacionada a abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes você busca apoio e informação em qual instituição?

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Conselho Tutelar.

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Quando você atende demanda relacionada a violência familiar você busca apoio e informação em qual instituição?

Secretaria Municipal de Assistência Social; Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Qual relação de instituições que vocês trabalham para o contra turno escolar das crianças no território do CRAS?

Não existe. Programa Mais Educação; Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Qual a instituição é parceira do CRAS para atendimento à pessoas com deficiência?

Ministério Público; Instituto Nacional de Serviço Social (INSS); Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Centro de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (CAPNEE).

Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência ; Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE ); Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Como vocês procedem em relação ao benefício de prestação continuada (BPC) para idosos e pessoas com deficiência?

Instituto Nacional de Serviço Social(INSS).

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Previdência Social.

Quando uma família procura o CRAS pedindo abrigamento para um idoso da família qual o procedimento adotado pelo cras?

Orienta a família sobre a importância da convivência familiar.

Centro de Referência Especializado de Assistência social (CREAS).

Quais as instituições de atendimento dia para idoso que trabalham em parceria com o CRAS?

Conselho Municipal do Idoso. Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

Se você recebe uma demanda de família ou usuário passando fome ou vivendo insegurança alimentar vocês procuram apoio, informação e atendimento em qual instituição

Secretaria Municipal de Assisntência Social.

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Programa de Segurança Alimentar.

Quando uma família procura o cras e vocês identificam que crianças e adolescentes não estão estudando qual escola vocês procuram para matricular as crianças e adolescentes?

Secretaria Municipal de Educação. Secretaria Municipal de Educação (SME).

Qual entidade de defesa de Direitos Humanos você procura apoio e informação para seu trabalho?

ONGs Conselhos e Fóruns Municipais de Defesa de Direitos Humanos.

Se uma mãe te procura pedindo ajuda para arrumar emprego você encaminha para qual instituição?

Departamento de Emprego e Renda.

Sistema Nacional de Emprego (SINE); Secretaria Municipal de Trabalho (SMT); Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

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CRAS

RIO DAS FLORES

SITUAÇÃO ÓRGÃO APONTADO PELA

EQUIPE SERVIÇOS INDICADOS

Se uma mãe te procura pedindo ajuda para sair de casa com os filhos por questões de violência doméstica você busca apoio e atendimento em que instituição?

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); Conselho Tutelar.

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Se uma mãe, jovem ou adolescente te procura para fazer cursos de capacitação profissional você encaminha para onde?

Departamento de Emprego e Renda; Cursos profissionalizantes.

Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC); Programa Nacional de Inclusão de Jovens (PRO JOVEM); Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC).

Se uma família ou usuário procura você para receber o bolsa família o que faz?

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Se uma adolescente procura você e diz que esta grávida e com medo da família, você busca apoio, informação em qual instituição?

Secretaria Municipal de Assistência; Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Centro de Referência da Assistência Social (CRAS); Conselho Tutelar.

Se algum morador da comunidade procura você para falar que descobriu que tem HIV, você busca apoio, informação e encaminhamento para qual instituição?

Secretaria Municipal de Saúde.

Unidade Básica de Saúde (UBS).

Se algum morador da comunidade procura vocês para falar que é homossexual e que quer apoio psicológico vocês buscam apoio e informação em que instituição?

Centro de Defesa Direitos Humanos e LGBTS; Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).

Centro de Referência da Assistência Social (CRAS); Unidade Básica de Saúde (UBS).

Se uma família te procura para dizer que a casa em que moram está prestes a cair vocês buscam apoio aonde?

Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).

Centro de Referência da Assistência Social (CRAS); Defesa Civil.

Se uma adolescente é expulsa de casa porque está grávida ou um adolescente é expulso de casa por se definir homossexual estes procuram vocês, qual instituição?

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Abrigo; Conselho Tutelar.

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS); Conselho Tutelar.

Quando uma família te procura pedindo ajuda, pois está com medo de continuar vivendo na comunidade em que tem casa, qual instituição você procura para apoiar a família?

Ministério Público; Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).

Vocês trabalham com alguma instituição que faça prevenção ao uso de drogas e álcool?

Não existe. Secretaria Municipal Antidrogas; Programa Educacional de Resistência as Drogas (PROERD).

Se uma mãe te procura pedindo ajuda para tratar o filho ou filha que está viciado em drogas qual instituição você busca apoio?

Secretaria Municipal de Saúde.

Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD); Conselho Tutelar.

Quando um usuário levanta um tema polêmico em que grupo de apoio ou atendimento individual que vocês não dominam qual instituição buscam apoio para se preparar para a resposta?

Centro de Defesa dos Direitos Humanos.

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

Vocês encaminham usuários para culto ou missas se avaliarem que o problema da família é muito grave?

Não Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

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35

Como descrito na apresentação deste relatório, um dos principais objetivos do Consórcio Social

Travessia é a articulação entre educação, assistência social e demais políticas públicas de

atendimento à população. O Consórcio considera que a situação educacional do aluno também

é influenciada por fatores sociais que interferem em seu rendimento, por isso a necessidade da

escola em se aproximar da realidade dos estudantes e suas famílias para que estes sejam

compreendidos como sujeitos diversos e multidimensionais, possibilitando assim a construção

conjunta de alternativas geradoras de impacto nos indicadores educacionais oficiais. O

mapeamento da rede socioassistencial caminha nesse sentido, ou seja, ao identificar a rede local

de atendimento, permite a identificação das lacunas existentes que dificultam o suporte às

eventuais demandas identificadas nas escolas e comprometem futuras articulações entre os

profissionais para o alinhamento dos encaminhamentos na lógica de referência e contra

referência.

Também foi o período da terceira reunião integrada por meio de estudos de casos, cujo tema

foi: ”Eu posso fazer justiça com as próprias mãos?” (ANEXO XI)

Sinopse da cartilha: “Tânia tem 44 anos. Mãe de 2 filhos adolescentes. Tem construído sua vida

e de seus filhos com muito trabalho. Conseguiu comprar seu apartamento próprio. Teve seu

carro roubado ano passado mas conseguiu comprar outro. Seus filhos já foram roubados 2 vezes

no bairro onde moram. Na semana passada teve sua bolsa e seu celular roubados com violência.

Hoje, quando chegou em casa, soube que sua mãe, ao visitar os netos, foi roubada com

violência. Tânia está cansada de ser roubada e viver com medo. Não acredita na justiça”.

A violência urbana não foi apontada como uma realidade presente no contexto de Rio das

Flôres. Embora questões relacionadas à violência entre os alunos da E.M. Manuel Duarte

tenham aparecido no resultado das primeiras auto-avaliações, neste momento não foram

consideradas. A discussão caminhou para questões cotidianas destes profissionais, como a

percepção de problemas familiares dos alunos com os pais, padrastos, amigos, namorados (as)

e até mesmo com responsabilidades domésticas. Tomar conta de irmãos mais novos, arrumar a

casa, cuidar da agricultura familiar, entre outras responsabilidades, segundo relatos,

comprometem o desempenho dos jovens na escola.

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Dando continuidade ao que foi iniciado na segunda oficina de trabalho na cidade do Rio de

Janeiro, foi realizada a capacitação do IPM e a classificação do Risco Social Familiar da amostra

pesquisada. Nesta capacitação foram exibidos os vídeos das aulas do curso “NA REALIDADE”

oferecido pelo Grupo Cultural AfroReggae como forma de introduzir o conceito de Pobreza

Multidimensional. A capacitação abordou os seguintes temas e conteúdos: “O que é pobreza”;

“Na Realidade com a Família Rocha”; “O IPM e o Risco Social Familiar”. O “NA REALIDADE”

consiste em um curso de formação a distância que objetiva aprimorar a prática do trabalho

social. As aulas são divididas em módulos, sendo apresentadas por meio de vídeos e textos

disponibilizados no site do AfroReggae (www.afroreggae.org).

Após a exibição dos vídeos, o instrumento para levantamento do IPM e a tabela para

classificação do Risco Social Familiar foram discutidos de forma detalhada para que os

profissionais pensassem estratégias para sua aplicação. Foi colocada a proposta e consensuado

que os instrumentos poderiam ser aplicados através do agendamento de encontros com as

famílias nas escolas ou por meio de visitas domiciliares, preferencialmente acompanhadas por

um técnico do CRAS. Foi igualmente acordado que toda família classificada com Risco Social 4

ou 5 terá o atendimento priorizado pelo CRAS por meio de visitas domiciliares.

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37

Capacitação do IPM na E.M. Manuel Duarte / Rio das Flôres.

Em paralelo à capacitação do IPM e como estratégia para permitir a reunião dos profissionais

da educação, trabalhadores do SUAS e gestores participantes do Consórcio, foram realizadas

oficinas culturais para que os alunos não ficassem sem atividades no turno das aulas. Foram

levadas às cidades oficinas de dança, percussão e circo.

As oficinas culturais do Grupo AfroReggae são realizadas de forma continuada, oferecendo aos

alunos um espaço sistemático de aprendizagem de diversas linguagens artísticas. Na cidade de

Rio das Flôres, por ter-se realizado uma atividade pontual, só foi possível trabalhar as oficinas

de forma introdutória, tendo como base os objetivos gerais, que são:

Dança

Esta oficina tem como objetivo trabalhar a variedade de estilos capazes de ampliar as

possibilidades de expressão. Essa variedade está inserida na prática de ensinar a dança de forma

prazerosa, visando o desenvolvimento da linguagem corporal nos alunos. O curso de dança,

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38

ministrado por diretores, dançarinos e profissionais reconhecidos do universo da dança, compõe

um panorama abrangente sobre a história da dança, os diversos aspectos estéticos da dança

contemporânea (incluindo diferentes visões sobre a dança afro) e as trajetórias e projetos de

grupos e dançarinos de referência no Rio de Janeiro e de fora dele.

Percussão

Esta oficina tem como objetivo oferecer atividades musicais por meio de instrumentos

percussivos presentes na cultura popular brasileira, tais como: surdo, repique e caixa;

contribuindo para o desenvolvimento musical e a coordenação motora dos participantes. Além

disso, busca-se trabalhar a musicalidade e as heranças rítmicas afro-brasileiras, valorizando os

componentes culturais e históricos étnicos presentes no Brasil.

Circo

Tem como objetivo a divulgação do potencial educativo, formativo e lúdico das atividades

circenses, mostrando a importância do Circo enquanto parte relevante da cultura popular e

como instrumento para a melhora da qualidade de vida de crianças, adolescentes e adultos das

localidades em que o AfroReggae atua. Por meio dos conhecimentos, atitudes, habilidades

artísticas e culturais, pretendemos estimular o desbloqueio de movimentos corporais,

ampliando as possibilidades de expressão, com a incorporação de novos gestos, ativando o

desenvolvimento físico, psicológico e social.

Essa atividade cultural, apesar de pontual, gerou um impacto bastante positivo nos alunos. Não

foram raros os comentários de professores e diretores das escolas nas semanas seguintes

relatando a alegria dos alunos com as oficinas, sempre acompanhados do desejo de repetição

da atividade ou da proposição de oficinas sistemáticas no âmbito do Consórcio, como parte das

estratégias de transformação da escola num local mais atrativo e prazeroso.

Em Rio das Flôres houve a participação de 100% dos alunos da E.M. Manuel Duarte e da E.M

Tangará.

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39

Abertura conjunta das oficinas na E.M. Tangará / Rio das Flôres.

O “PAPO RETO”, publicação pensada no contexto do Consórcio Social Travessia, consistiu em

entrevistas direcionadas aos professores, técnicos do CRAS, articuladores/facilitadores, técnicos

das cidades e coordenadores do Consórcio. A íntegra das entrevistas, disponibilizadas neste

relatório nos anexos XIV,XV,XVI,XII e XVIII, gerou edições do “INFOREGGAE”, publicação

periódica do AfroReggae criada para promover debates contextualizados aos projetos

desenvolvidos pela instituição. O “INFOREGGAE” é publicado toda sexta-feira no site da

instituição, sempre com um tema diferente e com o objetivo de produzir conteúdo relevante

para a discussão nos projetos. Educação, juventude e saúde são algumas das pautas. O conteúdo

das edições do “PAPO RETO” específicas do Consórcio Social Travessia, bem como das demais

publicações disponibilizadas pela Editora AfroReggae está disponível no site do Grupo Cultural

AfroReggae (www.afroreggae.org).

Também foi o período de entrega dos equipamentos indicados pelos professores e técnicos do

CRAS identificados na página 16 deste relatório, de acordo com notas fiscais e recibos de doação

entregues as instituições e disponibilizadas (cópias) no Anexo XIX deste documento.

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Entrega do equipamento indicado pelos professores na E.M. Manuel Duarte em Rio das Flôres.

JULHO

• Aplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar;

• Avaliação dos técnicos do Consórcio Social Travessia (ANEXO XX);

Outra importante fase do Consórcio foi o início da aplicação do IPM com as famílias. A partir da

proposta consensuada no momento da capacitação do IPM no mês de junho, os professores das

duas escolas selecionadas de Rio das Flôres em conjunto com a equipe técnica do CRAS

planejaram o agendamento nas escolas para a aplicação do instrumento. A agenda das famílias

nas escolas foi organizada para que os professores aplicassem o IPM com os responsáveis dos

seus alunos, sempre com a participação de um técnico do CRAS. Algumas famílias que já eram

acompanhadas pelo CRAS e identificadas previamente como vulneráveis, bem como as que não

compareceram nas escolas a partir da convocatória, foram visitadas em suas casas para que os

profissionais tivessem uma visão mais ampla da realidade dos seus alunos.

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41

Os dias de visita da técnica Bruna Cruz no Múnicípio de Rio das Flôres eram intercalados entre a

aplicação do IPM nas escolas e os estudos de casos para a classificação do Risco Social Familiar.

Nos momentos de avaliação conjunta foi possível perceber que esta ação do Consórcio Social

Travessia mostrou-se uma importante ferramenta de reconhecimento da vida dos alunos e de

aproximação com suas famílias. Foram muitos os relatos de professores que acreditavam

conhecer a realidade dos seus alunos, porém, segundo relatos, somente com o IPM puderam

ter uma visão mais ampla dos contextos sociais e familiares. Preconceitos com base em

informações superficiais e incompletas eram comuns. A troca de informações, os estudos de

casos e as visitas domiciliares foram fundamentais neste processo que também proporcionou,

efetivamente, o estreitamento das relações da educação com a assistência social, pois a

participação dos técnicos do CRAS mostrou-se fundamental no planejamento das ações

baseadas nas informações do IPM.

Um dado que exemplifica a nova perspectiva dos professores, que verificaram a importância da

aproximação com as famílias dos seus alunos, se relaciona com um dado apontado na devolutiva

das primeiras auto-avaliações realizadas no mês de maio. O instrumento apontou que 92% dos

professores afirmaram que os pais dos alunos não estão presentes no processo de

aprendizagem dos seus filhos. Nas conversas sobre a aplicação do IPM os professores disseram

estar surpresos com o baixo nível de escolaridade dos responsáveis, apontando este dado como

a possível causa, por exemplo, para o não acompanhamento das tarefas de casa. Esta

constatação qualifica a discussão neste sentido, ou seja, de que o rendimento dos alunos não

está dissociado de seus contextos sociais e familiares.

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Visita domiciliar com as técnicas do CRAS Centro para a aplicação do IPM em Rio das Flôres.

Em paralelo à aplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar, tendo como base um dos

movimentos do Consórcio Social Travessia, que é a constante avaliação das atividades do

Consórcio, os professores e trabalhadores do SUAS realizaram a avaliação da técnica de

referência Bruna Cruz, profissional que tinha a atribuição de atuar no campo, promovendo a

articulação sistemática entre os gestores dos municípios, articuladores/facilitadores, alunos e

famílias. Em Rio das Flôres, a técnica recebeu a média 9,78 na avaliação, em um total de 10,0

pontos, confirmando a boa relação entre equipe do Consórcio Social Travessia e profissionais da

rede local participantes.

Outra forma de registro e avaliação, esta mais focada no desenvolvimento da agenda proposta,

é o relatório semanal de atividades que os técnicos preenchiam em conjunto com seus

articuladores ou facilitadores locais. Este instrumento possibilitou o registro das atividades,

levantamento das dificuldades encontradas para a execução da agenda, propostas para que

eventuais problemas encontrados fossem solucionados, bem como considerações dos técnicos

e articuladores/facilitadores.

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43

AGOSTO

• Aplicação do IPM e classificação do Risco Social Familiar;

• Entrega de equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido nas escolas/CRAS.

No mês de agosto as cidades continuaram o processo de aplicação do IPM e classificação do

Risco Social Familiar. Também foi o período em que os professores, facilitadores, orientadores

pedagógicos e técnicos do CRAS receberam do Consórcio Social Travessia um notebook para o

aperfeiçoamento do trabalho desenvolvido. A proposta é a de que esse equipamento os auxilie

e facilite no planejamento de aulas, pesquisas, troca de informações, etc, partindo do princípio

de que a comunicação é fundamental para o processo de formação continuada, atualização das

discussões em educação, participação em fóruns virtuais, inserção em cursos de ensino a

distância, entre outras atividades possibilitadas pela conectividade.

Os 32 (trinta e dois) profissionais participantes do Consórcio listados a seguir receberam um

computador POSITIVO STILO XR 2995 no valor de R$ 959,00 cada, totalizando um investimento

de R$ 30.688,00, de acordo com notas fiscais e recibos de doação (ANEXO XIX).

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E.M. TANGARÁ 1 Daniele Lopes da Rocha Professora 2 Graziele Corrêa de Lima Professora 3 Jacksilane Souza Professora 4 Leila Basílio Diretora 5 Luciana Alvim Pessoa Professora/Articuladora 6 Luciana Cruz Professora 7 Micheli Alves Diretora 8 Natalie Conceição Professora 9 Pedro Lemos Professor 10 Wagner Souza Simas Professor 11 Walkyria dos Santos Machado Professora

E.M. MANUEL DUARTE 12 Alexsandra Ramos Moreira Diretora 13 André Camilo do Nascimento Diretor 14 Aparecida de Fátima F. Espindola Professora 15 Bruno Sampaio de Oliveira Professor 16 Danúbia Myrrha Pinheiro Professora 17 Denise Prado Durço Professora 18 Eleane de Almeida e Silva Diretora 19 Eliana Aparecida de Souza e Silva Professora 20 Elizabete de Barros Orientadora 21 Eny Diniz Lemos Professora 22 Guiomar Maria Machado Araújo Lopes Professora 23 Isabela Cristina de LIma e Silva Professora 24 Ludmila Cruz da Silveira Professora 25 Maria Aparecida de Oliveira Professora 26 Maria Tereza Valim Conceição Professora 27 Taynã Jorgea Gonçalves Teixeira Professora

CRAS CENTRO 28 Bruna Rocha Psicóloga 29 Denise Farias Assistente Social 30 Karinna Almeida Coordenadora 31 Márcio Rodrigues Assistente Social

OUTROS 32 Eliane Aparecida da Silva Ferreira Facilitadora

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Entrega dos notebooks aos técnicos do CRAS Centro / Rio das Flôres.

Entrega dos notebooks aos professores da E.M. Tangará / Rio das Flôres.

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46

Entrega dos notebooks aos professores da E.M. Manuel Duarte / Rio das Flôres.

SETEMBRO

Com o término do processo de aplicação dos IPMs foi iniciado o processo de tabulação das

informações para a posterior avaliação e acompanhamento socioassistencial das famílias. A

seguir apresentamos o resultado consolidado de Rio das Flôres. Dos 144 IPMs aplicados com as

famílias das duas escolas selecionadas pelo Consórcio Social Travessia, 118 foram da E.M.

Manuel Duarte e 26 da E.M. Tangará.

86,8%

13,2%

Não possui analfabeto

Possui analfabeto

DOMICÍLIOS SEGUNDO A EXISTÊNCIA DE ANALFABETOS

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47

Um dado que chama a atenção é o relativo a coleta de lixo, onde 13,9% das famílias declaram

não contar com o serviço. Apesar de ser um quantitativo relativamente baixo tendo em vista a

totalidade da amostra, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os municípios

devem cobrir 100% de sua população com coleta de lixo, bem como garantir destino adequado

aos resíduos, apontando para a necessidade de atenção por parte da gestão municipal para esta

situação nas regiões de moradia dessas famílias.

63,2%

27,8%

9,0%

Possui filtro

Não possui filtro

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO EXISTÊNCIA DE FILTRO D'ÁGUA

75,7%

13,9%

10,4%

Possui coleta de lixo

Não possui coleta

Não declarou

DOMICÍLIOS SEGUNDO A COLETA DE LIXO

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48

36,8%

42,4%

8,3%

2,8%

0,7%

0,7%

8,3%

Até R$ 787,00

De R$ 788,00 até R$ 1.575,00

De R$ 1.576,00 até R$ 2.363,00

De R$ 2.364,00 até R$ 3.151,00

De R$ 3.152,00 até R$ 3.939,00

R$ 3.940 ou mais

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO A RENDA DOMICILIAR

0,0%

2,1%

21,5%

26,4%

23,6%

11,8%

6,3%

2,1%

0,0%

1,4%

0,7%

0,0%

0,0%

4,2%

Domicílios com 1 pessoa

Domicílios com 2 pessoas

Domicílios com 3 pessoas

Domicílios com 4 pessoas

Domicílios com 5 pessoas

Domicílios com 6 pessoas

Domicílios com 7 pessoas

Domicílios com 8 pessoas

Domicílios com 9 pessoas

Domicílios com 10 pessoas

Domicílios com 11 pessoas

Domicílios com 12 pessoas

Domicílios com 13 pessoas

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O NÚMERO DE PESSOAS RESIDENTES

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49

9,0%

38,9%

34,7%

4,2%

2,1%

11,1%

Até R$ 99,00

De R$ 100,00 até R$ 199,00

De R$ 200,00 até R$ 499,00

De R$ 500,00 até R$ 999,00

R$ 1.000,00 ou mais

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO A RENDA DOMICILIAR PER CAPITA

64,6%

24,3%

7,6%

2,8%

0,0%

0,7%

Domicílios com 1 pessoa entre 6 e 14 anos

Domicílios com 2 pessoas entre 6 e 14 anos

Domicílios com 3 pessoas entre 6 e 14 anos

Domicílios com 4 pessoas entre 6 e 14 anos

Domicílios com 5 pessoas entre 6 e 14 anos

Domicílios com 6 pessoas entre 6 e 14 anos

DOMICÍLIOS SEGUNDO O NÚMERO DE PESSOAS ENTRE 6 E 14 ANOS

18,1%

34,0%

5,6%

0,0%

0,7%

0,7%

41,0%

Domicílios sem mulheres com mais de 40 anos

Domicílios com 1 mulher com mais de 40 anos

Domicílios com 2 mulheres com mais de 40 anos

Domicílios com 3 mulheres com mais de 40 anos

Domicílios com 4 mulheres com mais de 40 anos

Domicílios com 5 mulheres com mais de 40 anos

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O NÚMERO DE MULHERES COM MAIS DE 40 ANOS

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50

25,7%

13,9%

3,5%

0,7%

56,3%

Domicílos sem pessoas com mais de 60 anos

Domicílios com 1 pessoa com mais de 60 anos

Domicílios com 2 pessoas com mais de 60 anos

Domicílios com 3 pessoas com mais de 60 anos

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O NÚMERO DE PESSOAS MAIS DE 60 ANOS

41,0%

41,0%

11,8%

4,2%

0,7%

0,0%

1,4%

Domicílios sem pessoas desempregadas

Domicílios com 1 pessoa desempregada

Domicílios com 2 pessoas desempregadas

Domicílios com 3 pessoas desempregadas

Domicílios com 4 pessoas desempregadas

Domicílios com mais de 4 pessoas desempregadas

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O NÚMERO DE PESSOAS DESEMPREGADAS

4,8%

68,7%

16,9%

3,6%

0,0%

6,0%

Domicílios em que nenhum desempregado desejase qualificar

Domicílios em que 1 desempregado deseja sequalificar

Domicílios em que 2 desempregados desejam sequalificar

Domicílios em que 3 desempregados desejam sequalificar

Domicílios em que 4 desempregados desejam sequalificar

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O NÚMERO DE PESSOAS DESEMPREGADAS E QUE DESEJAM

SE QUALIFICAR

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51

Na dimensão “Padrão de Vida”, em relação a renda domiciliar, 79,2 %, das famílias possuem

renda de até dois salários mínimos. Quando levantado o número de pessoas desempregadas,

57,7% das famílias possuem de 1 a 4 pessoas em idade economicamente ativa fora do mercado

formal de trabalho, que comparado ao percentual de famílias que possuem pessoas nesta

situação e que desejam se qualificar, ou seja, 89,2%, aponta para uma necessidade do poder

público ofertar programas de qualificação profissional para geração de trabalho e renda. Mais

da metade das famílias da amostra, ou seja, 51,4%, recebe o benefício do Bolsa Família.

Na dimensão“Educação” do IPM, um dado que chama a atenção é o relacionado ao número de

famílias que possuem analfabetos, 13,2%, que associado aos 26,4% de famílias que possuem

pessoas com mais de 15 anos sem 5 anos de estudos, aponta para um déficit educacional nas

gerações anteriores dos alunos das escolas selecionadas. De acordo com os dados do IBGE de

2010, o Brasil tem uma média de 9,6% de pessoas acima de 15 anos analfabetas e o Estado do

Rio de Janeiro possui uma média de 4,3% de pessoas acima de 15 anos analfabetas, onde

26,4%

73,6%

0,0%

Possui pessoas com 15 anos ou mais sem 5 anos deestudos

Não possui pessoas com 15 anos ou mais sem 5anos de estudos

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR ANOS DE ESTUDOS

2,1%

97,9%

0,0%

Possui pessoas entre 6 e 14 anos fora da escola

Não possui pessoas entre 6 e 14 anos fora daescola

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR PESSOAS ENTRE 6 E 14 ANOS FORA DA

ESCOLA

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conclui-se que a média de pessoas analfabetas das famílias entrevistadas em Rio das Flôres fica

acima das médias nacional e estadual.

Outro dado, apesar de baixo, relativo a escolaridade e que deve ser obervado com atenção pela

rede socioassistencial é o relacionado a pessoas entre 6 e 14 anos fora da escola, onde 2,1%, ou

seja, 3 (três) famílias possuem pessoas que não ingressaram ou evadiram da rede de ensino.

Identificar essas famílias e se debruçar sobre os casos é fundamental para a análise dos motivos

do não acesso à escola e construção de um plano de ação para a reversão do quadro

apresentado.

2,8%

95,1%

2,1%

Ao menos 1 pessoa (0 a 5 anos) faleceu nos últimos5 anos

Nenhuma pessoa (0 a 5 anos) faleceu nos últimos 5anos

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR MORTALIDADE INFANTIL

2,8%

97,2%

0,0%

Houve declaração de adulto desnutrido

Não houve declaração de adulto desnutrido

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR DESNUTRIÇÃO (ADULTO)

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53

Na dimensão “Saúde” os dados são bastante positivos, onde 95,1% das famílias não possuem

crianças de 0 a 5 anos que morreram nos últimos 5 anos e em 97,2% e 96,5% das famílias não

houve declarações de adultos ou crianças desnutridas, respectivamente, apontando para a

garantia no acesso aos serviços de saúde e boa vigilância socioassistencial feita pelo CRAS de

referência. Porém, foram identificadas 5 (cinco) famílias com crianças desnutridas e 4 (quatro)

famílias com adultos desnutridos, percentual que, apesar de baixo, aponta para uma situação

pontual grave de desproteção alimentar, devendo haver uma intervenção urgente por parte da

equipe socioassistencial do CRAS.

3,5%

96,5%

0,0%

Houve declaração de criança desnutrida

Não houve declaração de criança desnutrida

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR DESNUTRIÇÃO (CRIANÇA)

99,3%

0,0%

0,7%

Possui energia elétrica

Não possui energia elétrica

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR ENERGIA ELÉTRICA

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54

99,3%

0,7%

0,0%

Possui banheiro

Não possui banheiro

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BANHEIRO

97,9%

0,0%

2,1%

O banheiro possui pia

O banheiro não possui pia

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BANHEIRO/PIA

97,9%

0,7%

1,4%

O banheiro possui vaso

O banheiro não possui vaso

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BANHEIRO/VASO

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Na dimensão “Padrão de Vida” alguns dos dados obtidos se relacionam com os bons indicadores

na saúde. Se verifica que 99,3% das famílias declaram possuir banheiro. Em 97,9% da amostra

os banheiros possuem pia, em 97,9% possuem vaso sanitário, em 97,2% chuveiro e 92,4% dos

domícilios possuem acesso a água potável. Assim podemos assumir que em ambientes

domésticos sanos, há menor probabilidade de infecção cruzada, dados que se refletem nos

97,2%

0,7%

2,1%

O banheiro possui chuveiro

O banheiro não possui chuveiro

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BANHEIRO/CHUVEIRO

86,0%

10,5%

3,5%

O banheiro não é compartilhado

O banheiro é compartilhado

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BANHEIRO/COMPARTILHAMENTO

92,4%

4,9%

2,8%

Possui acesso a água potável

Não possui acesso a água potável

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR ÁGUA POTÁVEL

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baixíssimos índices de mortalidade infantil. Porém, ainda na análise do eixo padrão de vida, um

dado que merece atenção, apesar de baixo, pois representa 1 família, ou seja, 0,7% do universo

de entrevistados, é o relacionado a ausência de banheiro em casa. Identificar essa família para

uma visita domiciliar apresenta-se como importante estratégia de intervenção para o

conhecimento dessa realidade que pode interferir na condição de saúde de seus componentes.

95,8%

4,2%

0,0%

O piso é revestido

O piso não é revestido

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR REVESTIMENTO DO PISO

99,3%

0,7%

0,0%

Possui fogão a gás

Não possui fogão a gás

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR FOGÃO A GÁS

81,3%

18,1%

0,7%

Possui rádio

Não possui rádio

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BENS DOMÉSTICOS - RÁDIO

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57

100,0%

0,0%

0,0%

Possui televisão

Não possui televisão

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BENS DOMÉSTICOS - TELEVISÃO

45,8%

52,8%

1,4%

Possui telefone

Não possui telefone

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BENS DOMÉSTICOS - TELEFONE

99,3%

0,7%

0,0%

Possui geladeira

Não possui geladeira

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BENS DOMÉSTICOS - GELADEIRA

70,1%

29,2%

0,7%

Possui bicicleta ou moto

Não possui bicicleta nem moto

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BENS DOMÉSTICOS - BICICLETA OU MOTO

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58

41,7%

58,3%

0,0%

Possui carro ou trator

Não possui carro nem trator

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O INDICADOR BENS DOMÉSTICOS - CARRO OU TRATOR

47,2%

51,4%

0,0%

0,0%

1,4%

Próprio

Alugado

Cedido

Invadido

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO FORMA DE OCUPAÇÃO

51,4%

47,9%

0,7%

Possui Bolsa Família

Não possui Bolsa Família

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO O BOLSA FAMÍLIA

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Em relação ao Risco Social Familiar,46,6% das famílias apresentam riscos 4, 5 e 5+, ou seja, os

que devem ser priorizados no acompanhamento da rede socioassistencial, o que representa

aproximadamente 67 famílias com alguma desproteção social considerada urgente.

A grande maioria das famílias de Rio das Flôres foi classificada no risco 3. Nas reuniões de

estudos de casos onde os riscos foram classificados pelos profissionais que participaram das

entrevistas foi levantado que, de acordo com a tabela de classificação de risco (ANEXO XIII), as

maiores privações se relacionam a presença de adultos desempregados, com escolaridade ou

não.

1,4%

80,6%

18,1%

Possui BPC

Não possui BPC

Não declarado

DOMICÍLIOS SEGUNDO BENEFÍCIO DA PRESTAÇÃO CONTINUADA - BPC

22,2%

0,7%

0,0%

30,6%

0,0%

14,6%

26,4%

5,6%

Risco 0

Risco 1

Risco 2

Risco 3

Risco 3+

Risco 4

Risco 5

Risco 5+

DOMICÍLIOS SEGUNDO O RISCO SOCIAL FAMILIAR

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É importante ressaltar que a tabela de classificação de risco e o instrumento do IPM, associados,

configuram-se como um referencial para o levantamento da situação das famílias, servindo de

base para o planejamento das ações socioassistenciais elaboradas em conjunto entre os

profissionais da educação e da assistência social.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Vivemos um período de crise e transição do modelo educacional vigente. Ao mesmo tempo que

os educadores são criticados por não inovarem em sala de aula, são cobrados a seguir um

conteúdo oficial baseado em normatizações históricas, tendo que se prender a calendários

letivos, imposições didáticas, entre outras regras, muitas vezes focadas nas avaliações

governamentais formais. Avaliar, questionar e repensar esse modelo é fundamental para a

construção de uma escola viva, livre e transformadora.

Muitos são os desafios apresentados e apesar de não possuirmos uma fórmula definitiva para a

resolução dos problemas identificados podemos apontar alguns caminhos a partir da

experiência compartilhada com a cidade de Rio das Flôres.

Um dos pontos fortes da experiência do Consórcio Social Travessia, sem dúvida, foi o legado

proporcionado pela articulação efetiva entre educação e assistência social. A compreensão de

que o desempenho do aluno não está dissociado do meio em que vive, de sua família, história,

repertório cultural, entre outros elementos relacionados à sua existência enquanto indivíduos

multidimensionais, é fundamental para pensarmos que escola queremos. Atravessar os limites

dos muros dessa escola, ou melhor, derrubar esses muros, construindo pontes, travessias,

torna-se uma estratégia fundamental para se chegar a essas famílias. Os professores, diretores,

orientadores pedagógicos, vivenciam o dia-a-dia da escola, conhecem os alunos, identificam

alguns sintomas apresentados, algumas vezes de forma sutil, outras mais evidentes. Os

profissionais da educação possuem um olhar, os da assistência social outro, e associados, os

horizontes se ampliam.

A escuta dos professores também se apresentou como uma importante estratégia de reflexão

das práticas. Avaliar o dia-a-dia, dando espaço para a manifestação dos sentimentos, mostrou-

se fundamental para o surgimento de proposições inovadoras, muitas vezes simples, sem

necessidade de grandes investimentos, porém, se incentivadas, apoiadas, valorizadas e

sobretudo executadas, têm o poder de abalar essas estruturas sedimentadas que a história já

mostrou ineficientes.

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Outro ponto bastante valorizado pelos professores durante as atividades do Consórcio Social

Travessia em Rio das Flôres foi a realização de encontros para a discussão de temas do dia-a-dia,

nos moldes das publicações da “Coleção Conversas” do AfroReggae, que permitem o

aprofundamento de temas que perpassam a rotina de trabalho, mas que às vezes são

atropelados pelas demandas cotidianas.

O investimento em tecnologia, como a aquisição de notebooks para os professores e técnicos

do CRAS, aparelhos projetores e notebooks para os equipamentos, também apareceram como

importantes iniciativas proporcionadas pelo Consórcio à cidade de Rio das Flôres.

A realização de atividades de arte e cultura com os alunos das duas escolas selecionadas, como

as oficinas do AfroReggae de percussão, circo e dança, foram consideradas um dos pontos altos

do Consórcio, apontando para a importância de atividades que estimulem as dimensões

artísticas, esportivas e sociais, que façam com que os alunos saiam dos espaços fechados das

salas de aula.

Tendo como base essas considerações, os resultados do PIC e IPM, bem como o trabalho já

desenvolvido pelo CRAS, que tem a atribuição de garantir as pontes entre essas famílias e as

demais políticas públicas de atendimento à população, listamos a seguir algumas

recomendações para a Prefeitura de Rio das Flôres.

Apropriação do Plano Individual de Capacitação – PIC como estratégia para a

construção de um diagnóstico do perfil dos profissionais da educação e assistência social

e para a elaboração de estratégias e/ou políticas públicas de aperfeiçoamento da rede;

Ampliação do uso desses instrumentos às demais escolas e CRAS da cidade de Rio das

Flôres;

Criação de programas de incentivo à leitura, como “Vale Cultura” para aquisição de

livros tendo em vista que um número elevado dos profissionais (56,3%) compra em

média apenas 1 (um) livro por ano;

Criação de rotina, por parte da equipe de orientação pedagógica, de envio por mala

direta sugerindo bibliografia, filmes, documentários, textos, dicas de cursos de ensino a

distância ou presencial, entre outros meios de produção de conhecimento tendo em

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vista que96,9% dos profissionais participantes do Consórcio manifestaram o desejo de

receber por e-mail dicas para a complementação de sua formação;

Organização de encontros internos e externos para a discussão dos temas evidenciados

como prioritários no PIC, nomeadamente: Educação, Família, Educação Inclusiva,

Infância, Violência, Assistência Social eJuventude, entre outros considerados prioritários

para a comunidade escolar;

Apropriação do instrumento de levantamento do Índice de Pobreza Multidimensional

- IPM e da tabela de classificação de Risco Social Familiar como estratégia de

aproximação com as famílias;

Acompanhamento de forma prioritária das famílias em Risco Social 4, 5 e 5+ visando a

diminuição deste risco. É recomendado que este acompanhamento seja feito pela

equipe técnica do CRAS de abrangência e, por meio dos estudos de casos, garantido o

acesso às políticas públicas específicas para cada caso, necessárias à redução da situação

de risco;

Criação de cursos de alfabetização de jovens e adultos tendo em vista que 13,2% das

famílias entrevistadas possuem analfabetos;

Criação de cursos de aumento de escolaridade de jovens e adultos tendo em vista que

26,4% das famílias entrevistadas possuem pessoas com mais de 15 anos sem 5 anos de

estudos;

De acordo com informações do IPM, 2,1% das famílias entrevistadas possuem crianças

e adolescentes entre 6 e 14 anos fora da escola. Garantir o retorno destes indivíduos ao

processo educacional formal a partir da intervenção da equipe técnica do CRAS deve ser

uma prioridade;

Criação de programas de qualificação profissional e geração de trabalho e renda tendo

em vista que 57,7% das famílias entrevistadas possuem até 4 pessoas em idade

economicamente ativa fora do mercado formal de trabalho e que 89,2% das pessoas

nesta situação desejam se qualificar;

Manutenção dos encontros periódicos para articulação e discussão de casos entre os

profissionais da educação e assistência social, focos prioritários do Consórcio, bem como

das demais políticas públicas como saúde, direitos humanos e cultura, entre outras, para

a criação de uma rede intersetorial em Rio das Flôres;

Implantação de estratégias de consulta a professores, alunos, familiares e comunidade

para a elaboração de projetos inovadores por unidade de ensino;

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Elaboração e organização de processos e práticas pedagógicas em parceria com os

professores;

Estruturação de atividades sistemáticas de esporte, arte e cultura em cada unidade de

ensino nos moldes das oficinas do AfroReggae ou demais atividades sugeridas pelos

alunos e professores;

Organização de seminários locais para o conhecimento e discussão de experiências e

práticas pedagógicas inovadoras;

Organização de cineclubes para a discussão de temas como educação, assistência social,

saúde, entre outros sugeridos pelos alunos e professores (ANEXO XXII);

Promoção do uso dos equipamentos doados no processo de ensino pela garantia da

conectividade nas unidades de ensino e CRAS por meio de acesso facilitado à internet

por parte da gestão municipal.

Utilização das redes sociais e novas tecnologias de informação como estratégias para

troca de informações, aproximação com a comunidade escolar e divulgação de

atividades.

O contexto político e econômico atual influenciaram a avaliação e o reposicionamento das

atividades do Grupo AfroReggae e o apoio oferecido pela Construtora Norberto Odebrecht, que

acordaram pela interrupção das atividades do Consórcio Social Travessia. As ações realizadas no

âmbito deste Consórcio, considerando os objetivos propostos, permitiram a identificação dos

serviços e politicas públicas disponíveis na área de interferência; apresentaram a estrutura e

demandas do corpo técnico que compõe as unidades de ensino e assistência social identificadas

para estudo e; principalmente, detalharam as características sociais das famílias usuárias destes

equipamentos. As atividades provocaram a integração dos serviços de educação e assistência

social beneficiados pelo Consórcio, promoveram iniciativas de capacitação e a melhora da

infraestrutura disponível para a realização do trabalho técnico.

Os dados consolidados pelos instrumentos aplicados, o conhecimento compartilhado e a

sinergia estabelecida entre os serviços são benefícios tangíveis do trabalho realizado, que se

confirmam como insumos úteis para o planejamento da estratégia da gestão da educação e

assistência social em Rio das Flôres. O Consórcio Social Travessia promoveu as primeiras

conexões que permitirão abordar o aluno como um sujeito multidimensional, facilitarão a

integração da família à escola e assim ampliarão a qualidade do ensino no município. A

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replicação da metodologia testada e do conhecimento desenvolvido, a motivação renovada dos

educadores e técnicos sociais envolvidos e o apoio da gestão pública municipal poderão dar

seguimento ao trabalho, fortalecendo e ampliando estas conexões para o desenvolvimento de

um novo paradigma de educação e assistência social em Rio das Flôres.

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LISTA DE ANEXOS

• ANEXO I – Proposta Técnica do Consórcio Social Travessia.

• ANEXO II – Carta Convite.

• ANEXO III – Programação da Primeira Oficina de Trabalho do Consórcio Social Travessia.

• ANEXO IV – Termo de Adesão.

• ANEXO V – Instrumento para as primeiras auto avaliações (Escolas e CRAS).

• ANEXO VI – Cartilha para a reunião integrada por meio de estudo de casos. Tema: Sou

professora mas não aguento mais dar aulas. Posso parar de ensinar?

• ANEXO VII – Instrumento para o preenchimento do Plano Individual de Capacitação

(PIC).

• ANEXO VIII – Cartilha para a reunião integrada por meio de estudo de casos. Tema: A

escola tá um saco. Posso largar os estudos?

• ANEXO IX – Programação da Segunda Oficina de Trabalho do Consórcio Social Travessia.

• ANEXO X - Instrumento para mapeamento da rede socioassistencial (Escolas e CRAS).

• ANEXO XI – Cartilha para a reunião integrada por meio de estudo de casos. Tema: Eu

posso fazer justiça com as próprias mãos?

• ANEXO XII – Instrumento do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM).

• ANEXO XIII – Tabela para Classificação do Risco Social Familiar.

• ANEXO XIV – InfoReggae Edição 85: PAPO RETO com os professores do Consórcio Social

Travessia.

• ANEXO XV – InfoReggae Edição 86: PAPO RETO com os trabalhadores do SUAS do

Consórcio Social Travessia.

• ANEXO XVI – InfoReggae Edição 87: PAPO RETO com os facilitadores das cidades do

Consórcio Social Travessia.

• ANEXO XVII – InfoReggae Edição 88: PAPO RETO com os técnicos do Consórcio Social

Travessia.

• ANEXO XVIII – InfoReggae Edição 89: PAPO RETO com os coordenadores do Consórcio

Social Travessia.

• ANEXO XIX – Notas fiscais dos equipamentos para melhoria do trabalho desenvolvido

nas escolas e CRAS e Recibos de Doação.

• ANEXO XX – Instrumento para avaliação do técnico de referência.

• ANEXO XXI – Formulário para relatório semanal de visita aos municípios.

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• ANEXO XXII – Indicações de filmes para organização de cineclubes.

• ANEXO XXIII – Planilha dos PICs tabulados.

• ANEXO XXIV – Planilha dos IPMs tabulados.