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1 ALINE APARECIDA DA COSTA CONTROLE DE INFECÇÕES NO LABORATÓRIO DE PRÓTESE DENTÁRIA SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 2009

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ALINE APARECIDA DA COSTA

CONTROLE DE INFECÇÕES NO LABORATÓRIO DE

PRÓTESE DENTÁRIA

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

2009

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ALINE APARECIDA DA COSTA

CONTROLE DE INFECÇÕES NO LABORATÓRIO

DE PRÓTESE DENTÁRIA

Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao Centro Paula Souza - ETEC Philadelpho Gouvêa Netto, como requisito básico para a conclusão do Curso Técnico de Prótese Dentária.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

2009

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Dedico este TCC

aos meus pais Ângela e Antonio Costa,

e meu irmão José Luiz da Costa.

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AGRADECIMENTO

Agradeço a todos que incentivaram para a conclusão deste trabalho e pelo carinho

de todos

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5

“Se alguém procura a saúde, pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no

futuro as causas da doença; em caso contrário, abstém-te de ajudá-lo. ’’

(Sócrates)

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RESUMO

As infecções estão presentes diariamente no laboratório de prótese e em

outros locais, mas na década de 1980 a AIDS surgiu, assustando muitas pessoas.

Após estudos teve o aparecimento do Sistema de proteção chamado BEDAC; ou

seja; procedimentos de controle de infecção que são o uso de EPIs, esterilização,

desinfecção, anti-sepsia e conservantes.

Pode-se constatar que em nosso campo de atuação estamos freqüente e

inevitavelmente expostos a organismos patogênicos, o que ocorre quando os

procedimentos de biossegurança não são executados adequadamente.

Palavras chaves: Controle de Infecção, Biossegurança, Desinfecção, Laboratório de

Prótese Dentária.

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ABSTRACT

Infections are daily seen in Prosthesis laboratories and in wherelse, but

around 80´s, Sida has appeared, scaring many people. After researches, the BEDAC

system was created with infection controls procedures, such as EPI´s devices,

sterilization, disinfection, antisepsis, and quimical control materials.

In our professional field, we are often inevitably exposed to pathogenic

microorganisms, when the procedures failed.

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Lista de Abreviaturas e Siglas

1- EPIs: Equipamentos de Proteção Individuais.

2- TPD: Técnico em Prótese Dental.

3- IH: Infecção Hospitalar.

4- UTIs: Unidade de Terapia Intensiva.

5- JCAH: Joint Comission on Accreditation of Hospitals.

6- OMS: Organização Mundial da Saúde.

7- UNESCO: Organização das Nações Unidas para Educação de Ciência e Cultura.

8- C.C.D: Centro de Controle de Doenças, ou, C.D.C: Center of Diseasy Control.

9- Sistema BEDAC: Sistema de Barreiras, Esterilização, Desinfecção, Anti-Sepsia,

Conservantes.

10- PVP-l: Polivinilpirrolidona - Iodo

11- AIDS: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

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Sumário

Introdução 09

1-Barreiras 16

1.1-Físicas 16

1.2-Imunológicas 19

2-Esterilização 21

3-Desinfecção 21

4-Anti-sepsia 28

5-Conservantes 31

Conclusão 32

Bibliografia 34

Lista de figuras 36

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INTRODUÇÃO

A história da ocorrência de infecções hospitalares e de suas práticas de

controle mantém uma relação estreita com a própria história das concepções

dominantes do processo saúde-doença.

A infecção hospitalar (IH), é considerada como toda infecção adquirida ou

transmitida no espaço hospitalar, surgiu no período medieval, época em que foram

criadas instituições para alojar pessoas doentes, peregrinos, pobres e inválidos

constituindo, inclusive, locais de separação e de exclusão3. Evidentemente, a

reunião indiscriminada de pessoas em um ambiente confinado facilitava a

transmissão de doenças contagiosas, podendo-se situar a origem da infecção

hospitalar nesse período. Tais infecções, na ausência de procedimentos

terapêuticos, apresentavam a mesma forma de transmissão que aquelas nas

comunidades: vias aéreas, água, alimentos, sangue etc., caracterizando e

reproduzindo as mesmas epidemias que assolavam a Idade Média: cólera, pestes,

dentre outras, de caráter eminentemente exógeno e específico.

As práticas de controle de transmissão dessas infecções, nessa época, ainda

não haviam aparecido e esses locais não se tratavam de instituições médicas. A

medicina era uma prática não hospitalar, exercida sob moldes liberais e

individualizados e coerentes com a concepção de mundo que predominava na

Idade Média - eminentemente religiosa - cujas causas das doenças eram buscadas

no sobrenatural3.

As primeiras práticas de controle dessas infecções só foram surgir com a

transformação do hospital, de um local de assistência aos pobres, onde as pessoas

eram internadas inclusive para morrer, para um local de cura e de medicalização, a

partir do século XVIII, na emergência do capitalismo, quando se começou a

valorizar o corpo como objeto potencial de trabalho.

A sociedade disciplinar teve seu surgimento por volta do século XVIII, dando

lugar ao nascimento de determinados saberes (o das chamadas ciências humanas),

onde o modelo prioritário de estabelecimento da verdade era o exame; pelo exame

instaurou-se igualmente, um modo de poder onde a sujeição não se fazia apenas

na forma negativa da repressão, mas, sobretudo, ao modo mais sutil de

adestramento, da produção positiva de comportamento que definem o indivíduo (ou

o que ele deve ser) segundo o padrão da "normalidade". Concomitantemente ao

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surgimento desses saberes e ao exercício do poder disciplinar, instalaram-se

segundo MUCHAIL (1985)8, as instituições a eles articuladas (prisões, hospitais,

escolas e fábricas).

Foi essa nova organização hospitalar disciplinadora que possibilitou a sua

medicalização. Mas, se este poder disciplinador foi confiado ao médico, isto se

deveu também à transformação do saber médico. A formação de uma medicina

hospitalar deu-se por um lado, à disciplinarização do espaço hospitalar e por outro,

à transformação, nesta época, do saber e das práticas médicas.

Conforme já mencionado, se pode configurar a origem da IH nos hospitais da

sociedade medieval, as primeiras práticas para o seu controle só vieram ocorrer

com a transformação do hospital, a partir do século XVIII, com a instituição da

disciplina e da medicalização. Tratava-se de práticas de controle do meio, coerentes

com o modelo interpretativo de doença que predominava na medicina do século

XVIII. Conforme FOUCAULT (1985)3, esse modelo tinha como grandes vertentes a

observação sistemática, ordenatória e empírica e o modo de pensar as doenças a

partir dos estudos da Botânica e, posteriormente, da História Natural. Isto

significava a exigência da doença ser compreendida como um fenômeno natural.

Ela teria espécies, características observáveis, curso e desenvolvimento como toda

planta. A doença é a natureza, mas uma natureza devida a uma ação particular do

meio sobre o indivíduo. O indivíduo sadio, quando submetido a certas ações do

meio, é o suporte da doença, fenômeno limite da natureza. "A água, o ar, a

alimentação, o regime geral constituem o solo sobre o qual se desenvolvem em um

indivíduo as diferentes espécies de doenças. De modo que a cura é, nessa

perspectiva, dirigida para uma intervenção médica que se endereça não mais à

doença propriamente dita, como na medicina da crise, mas ao que a circunda: o ar,

a água, a temperatura ambiental, o regime, a alimentação, etc."

Os resultados mais efetivos e revolucionários no controle e na cura das

doenças não aconteceram no hospital, mas no laboratório; nem no conhecimento

cada vez mais aprofundado do corpo biológico, mas a partir da química e da

experimentação em animais e nem sempre por médicos, Louis Pasteur (1822-

1895)1,14 era químico. "Não foi no ser vivo que Pasteur encontrou a solução dos

problemas patológicos do ser vivo. Encontrou-a sim, no cristal, forma geométrica do

mineral quimicamente puro”.

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Fig.1. Louis Pasteur (1822-1895)

As teorias médicas tiveram que esperar mais algum tempo para oferecer

resultados concretos, quando foram incorporando as descobertas desse outro

trajeto nas práticas médicas, ou seja, "a medicina prática, a mesma que no fim do

século XIX começaria a apresentar as primeiras realizações prometidas desde

sempre pela medicina, encontrou os fundamentos da sua eficácia numa

investigação cujas bases são tão afastadas da prática quanto é possível"1. No caso

da assistência hospitalar, os cirurgiões foram os mais beneficiados pelas

descobertas que se seguiriam a partir dos trabalhos de Pasteur. Até o início do

século XX, as cirurgias apresentavam três ordens de dificuldades: a dor, a

hemorragia e a infecção. Fortificada pela invenção dos anestésicos, a cirurgia foi

transformada pelas práticas de assepsia e anti-sepsia, quando Joseph Lister (1827-

1912) preconizou com sucesso, em 1867, o uso sistemático do ácido fênico para

anti-sepsia e isso14, vinte anos depois que o médico húngaro Ignácio Semmelweis

(1818-1865), antes da era bacteriológica e do reconhecimento do microorganismo,

havia estabelecido a necessidade de lavar as mãos14.

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Fig.2. Joseph Lister (1827-1912)

Não há como negar que as práticas de controle de IH no final do século XIX

e continuando neste, foram fortemente subsidiadas pelo saber oriundo da

bacteriologia. Presenciamos a criação de um "mundo asséptico", a fim de

possibilitar o sucesso das intervenções crescentemente invasivas e cada vez mais

especializadas sobre o corpo. Assim, multiplicaram-se os procedimentos de controle

sobre o meio. Já não bastava, portanto, isolar e ventilar o ambiente, foi preciso

desinfetar todos os equipamentos, as paredes, o chão e o próprio ar, inclusive, com

a nebulização de produtos químicos. As áreas hospitalares e os artigos utilizados

nos procedimentos receberam a classificação de críticos, semi-críticos e não

críticos conforme o risco de transmissão de infecção e estabeleceu-se o uso de

luvas e de uniformes privativos, como a paramentação cirúrgica (gorro, máscara,

propé e avental), atingindo um alto nível de sofisticação em alguns hospitais, como

aventais impermeáveis e escafandros, que evitam a respiração direta durante o

procedimento cirúrgico. Em áreas críticas, como as salas de operações e UTIs, as

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janelas foram eliminadas e o ar ambiente foi controlado com ar condicionado, filtros

respiratórios, pressão positiva e até o fluxo laminar.

Como se não bastassem às tentativas de se esterilizar o ambiente era

necessário "esterilizar o homem" através da anti-sepsia, da degermação e dos

antibióticos, estes últimos, já não sendo utilizados somente de forma terapêutica,

mas como profilaxia de infecções que porventura poderiam ocorrer.

Uma variedade de técnicas de assepsia, anti-sepsia, desinfecção e

esterilização foram sendo desenvolvidas e, muitas delas, constituindo uma série de

procedimentos-rituais anacrônicos, ainda sem comprovação científica15.

Curiosamente, a lavagem das mãos, recomendada por Semmelweiss antes da era

bacteriológica e cuja importância foi epidemiologicamente comprovada nos últimos

anos, não foi adotada de maneira criteriosa e sistemática nos períodos

subseqüentes, conforme é facilmente observável no dia a dia da prática hospitalar.

Ao contrário, o procedimento de nebulização com produto químico desinfetante na

sala de operações após cirurgias contaminadas, apesar de largamente reconhecido

como ritual desnecessário e tóxico, ainda encontra resistência em ser abandonado5.

Fig.3. Ignácio Semmelweis (1818-1865)

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Em meados deste século, as taxas de infecções hospitalares aumentaram

rapidamente devido às estafilococcias de alta transmissibilidade e elevada

mortalidade, resistentes à penicilina. A partir de 1960, as infecções causadas por

pseudomonas e enterobactérias multi-resistentes aos antibióticos disponíveis

mostraram que o êxito obtido no controle das infecções provocadas por patógenos

primários (microorganismos que não pertencem à flora normal e, portanto,

exógenos) foi praticamente anulado pelo aumento das infecções causadas por

microorganismos que habitam normalmente a pele e as mucosas do homem

(endógenos).

Assim, a ocorrência das infecções hospitalares sob essa forma, mostrou que

todo o avanço tecnológico até aí alcançado para as intervenções clínicas no

tratamento de doenças, subsidiado principalmente pelo saber bacteriológico, não se

mostrou suficiente para superar o problema das IH, conforme se acreditava, a partir

do início do século. Elas voltaram em meados deste século, sendo

predominantemente endógenas e multi-resistentes e, em muitos casos e,

paradoxalmente, decorrentes dessa própria tecnologia gerada para combatê-las15.

Até onde é possível registrar a origem desse movimento, as publicações

científicas disponíveis mostram meados da década de 40, na Inglaterra, através da

sugestão de organização de comissões multiprofissionais para investigar e adotar

medidas preventivas contra essas infecções. Esta sugestão foi reiterada em 1959,

durante a pandemia de infecções hospitalares por Staphylococcus aureus nos

hospitais ingleses4.

Já em 1958, a Associação Americana de Hospitais também recomendou a

criação de comissões de controle de infecção hospitalar nos Estados Unidos que,

em seguida, passaram a ser obrigatórias para se obter o certificado da Comissão

Conjunta de Credenciamento de Hospitais (JCAH), ao mesmo tempo em que foram

adotadas normas, regulamentos e manuais para o controle de infecções

hospitalares.

A partir daí, deflagraram-se os eventos nacionais e internacionais

especificamente relacionados às infecções hospitalares e ao seu controle. Dentre

os de maior repercussão, destacaram-se a Conferência Nacional Sobre Doenças

Estafilocócicas de Aquisição Hospitalar, realizada em Atlanta nos Estados Unidos,

em 1958; o Simpósio Sobre Epidemiologia e Controle das Infecções Hospitalares,

em 1962, com a representação da OMS, da UNESCO e do Conselho das

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Organizações Internacionais de Ciências Médicas; a Conferência Internacional de

Infecções Hospitalares, em 1970, com a participação do Centro de Controle de

Doenças (C.C.D.) de Atlanta, da Associação Americana de Hospitais e da

Associação Americana de Saúde Pública10.

Foi a partir da historia do controle de infecção hospitalar que se teve o inicio

do Sistema BEDAC surgindo também o controle de infecção cruzada.

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CONTROLE DE INFECÇÕES NO LABORATÓRIO DE PRÓTESE DENTÁRIA

Sistema BEDAC

1-Barreiras

As barreiras físicas e imunológicas foram desenvolvidas exatamente para

evitar que os microorganismos veiculados de diferentes maneiras encontrem uma

porta de entrada para causar infecção e/ou doenças em toda a equipe do

laboratório7.

1.1 Físicas

Luvas

As luvas devem ser usadas em todos os procedimentos de desinfecção de

moldes e próteses.

As luvas recomendadas para os procedimentos gerais são aquelas

denominadas ‘luvas de procedimentos’, que consistem em luvas de látex, finas,

geralmente com punho pequeno e não esterilizadas.

Não é recomendado o reprocessamento de luvas, nem a lavagem e

reutilização das mesmas. A lavagem de luvas ou de mãos enluvadas não garante a

remoção de microrganismos patogênicos aderidos ao látex das luvas.

As mãos devem ser especialmente protegidas com luvas em situações de

contaminação extrema. Um estudo realizado por Kjölen e Andersen demonstrou que

quando as mãos de profissionais estavam pesadamente contaminadas com

microrganismos, nem sucessivas lavagens das mãos, nem fricção com diferentes

tipos de anti-sépticos foram suficientes para erradicar completamente estas

bactérias patogênicas das mãos.

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Fig. 4. Luvas látex

Máscara

As máscaras devem ser com filtro duplo, descartáveis e de tamanho

suficiente para cobrir completamente a boca e o nariz.

As máscaras representam uma barreira física de proteção de transmissão de

infecções, tanto do paciente para os profissionais, como dos profissionais para o

paciente. Devem ser usadas pelos profissionais durante o processo de limpeza de

materiais, em que haja possibilidade de espirrar secreções ou sangue, protegendo

também a boca e o nariz da aspiração das partículas durante o acabamento e

polimento de trabalhos protéticos, fundições e desinfecção de moldagens e modelos.

As trocas das máscaras devem ser freqüentes, evitando permanecer com as

mesmas durante muito tempo, especialmente quando umidade visível e excessiva.

O tempo ideal de uso das máscaras não tem sido largamente descrito.

Alguns materiais que quando manipulados deve-se usar a máscara:

Gesso (pó).

Alginato (pó).

Revestimentos (pó).

Monômero (liquido para manipulação de resina).

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Fig. 5. Máscara

Óculos de proteção

Os óculos, assim com as máscaras, têm por finalidade impedir que os olhos

sejam atingidos pelas secreções, sangue, projéteis gerados através de polimento de

peças, gesso, resina e substancias químicas usadas na desinfecção de instrumentos

e superfícies.

Devem possuir protetores laterais, devem ser confortáveis e de transparência

o mais absoluta possível e devem ser de material resistente a impactos da lavagem

e desinfecção/esterilização; quando contaminados com secreções ou sangue fazer

imersão em glutaraldeído por 30minutos.

Fig. 6. Óculos de Proteção

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Uso de jaleco e gorro

As vestimentas recomendadas para uso diário, durante procedimentos,

material de fácil lavagem e secagem, de cores claras, confortáveis e discretas.

Devem ser trocadas sempre que sujidade aparente. Devem ser usadas

exclusivamente no trabalho.

A utilização de gorros pelo profissional visa evitar queda de cabelos na área

do procedimento, além de oferecer uma barreira mecânica para a possibilidade de

contaminação dos cabelos através do espirramento de secreções e uso de

lamparinas ou motores.

Fig. 7. Gorro e Jaleco

1.2 Imunológicas

O Conselho Regional de Odontologia do Estado de São Paulo, com o apoio

da Secretaria da Saúde do Estado, desenvolve um programa de vacinação contra

difteria, tétano, caxumba, sarampo, rubéola e hepatite B para cirurgiões dentistas,

TPDs e todos os profissionais-satelites. São vacinas que devem ser tomadas para

proteger o ser humano6.

Adultos que já tiveram sarampo, caxumba e rubéola não precisam se vacinar.

Para aqueles que não tiveram essas doenças quando crianças, nem foram

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vacinados, recomenda-se a vacina tríplice viral que, com uma única dose, confere

imunidade permanente.

Hepatite B é uma doença que afeta o fígado. Ao se multiplicar esse vírus

interfere nas suas atividades, conforme demonstram os testes de função hepática

anormais, resultado clinicamente em doenças caracterizada por febre, dor

abdominal, hepatomegalia e icterícia (olhos e pele amarelados devido ao nível

elevado de bilirrubina no soro), fezes pálidas e urina escura.

A imunização contra a Hepatite B é realizada em três doses. A segunda dose

um mês após a primeira e a terceira, seis meses após a segunda. Deve-se fazer

teste sorológico para confirmação da imunização. Deve ser feito reforço da vacina a

cada cinco anos.

Além das doenças mencionadas, há outra vacina a ser considerada pelo

profissional da saúde, a vacina contra gripe. Esta vacina é indicada para pessoas

com alto risco de complicação, que são idosos e portadores de doenças crônicas, e

as pessoas que podem contaminá-las, os profissionais da área de saúde e os

contatos. A vacina contra a gripe pode beneficiar não apenas essas pessoas, mas

todos os indivíduos: crianças, gestantes e adultos. É constituída de vírus inativos e

fracionada, tendo eficácia de 80%13.

Fig. 8. Imunológicas

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2- Esterilização

É a higienização dos equipamentos para eliminar a sujeira, vida microbiana

sendo usados métodos físicos como estufa e autoclave e químicos como óxidos de

etileno, glutaraldeído e formaldeído2. (Mas esses procedimentos não são realizados

nos laboratórios de prótese dentaria).

Fig. 9 Autoclave

3- Desinfecção

De superfícies e instrumentais.

Tentativa de eliminação da maior carga microbiana de superfícies inanimadas,

empregando métodos físicos ou químicos. A maioria das formas vegetativas

microbianas é eliminada, mas não as formas esporuladas6.

Soluções usadas:

Álcool a 70%

Hipoclorito de sódio a 1% (corrosivo para metais)

Glutaraldeído a 2%

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Fig.10. Álcool Fig. 11. Hipoclorito de Sódio

PROCEDIMENTO

Proceder à limpeza.

Imergir na solução de escolha por 30 minutos.

Retirar e enxaguar com água corrente.

Secar com pano limpo.

Guardar em recipiente limpo e adequado.

ATENÇÃO

Recipientes com as soluções devem ser de plásticos e com tampa.

Conservar as soluções protegidas da luz.

A solução de hipoclorito de sódio deve ser utilizada por um período de 12 a

24 horas. A solução de glutaraldeido pode ser utilizada pelo tempo

determinado pelo fabricante (14 ou 28 dias).

Fig.12. Glutaraldeido

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A solução de álcool deve ser utilizada por um período de 12 horas.

Utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI), ao manusear produtos

químicos;

Não utilizar o instrumental desinfetado, sem o devido enxágüe.

DESINFECÇÃO DE MOLDEIRAS E MOLDAGENS

As impressões devem ser lavadas para remoção de depósito de placa

dental/biofilme dentário, saliva ou sangue, e depois desinfetadas antes do molde ser

vazado ou enviado ao laboratório9.

Silicone e polissulfetos

As impressões com polissulfetos, como as mercaptanas-permelastic, assim

como as de silicone como optosil-xantopren, podem ser desinfetadas pela técnica de

imersão em hipoclorito de sódio a 1%, iodóforos ou glutaraldeído a 2%, durante 10

minutos, sem afetar a precisão e detalhes da moldagem.

Fig.13. Optosil

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AIginato

Os procedimentos consistem de lavagem da impressão em água corrente e

remoção do excesso de água, sendo então a moldagem borrifada com desinfetante

de superfície, como os iodóforos, hipoclorito, de sódio a 1% ou fenóis sintéticos, sob

a forma de spray. O molde deve ser colocado no interior de um saco plástico e

removido após 10 minutos, para imediata vazagem do gesso.

Fig.14. Alginato Jeltrate

Óxido de zinco e eugenol

As impressões à base de óxido de zinco e eugenol, como a pasta lisanda,

devem ser desinfetadas imergindo-as em glutaraldeido a 2%, durante 10 minutos.

Fig.15. Pasta zinco enolica (lisanda)

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Próteses fixas

As próteses fixas contendo metal e porcelana, metal e resina, resinas ou

porcelanas, devem ser lavadas com água e sabão degermante e enxaguadas em

água corrente e friccionadas com álcool a 70% durante 30 segundos.

Fig.16. Prótese Fixa

Moldeiras de resina acrílica ou individuais

Devem ser imersas em hipoclorito de sódio a 1%, durante 10 minutos.

Fig.17. Moldeira individual

Moldeiras metálicas

Devem ser esterilizadas em forno de Pasteur (estufa) ou em autoclave,

seguindo a mesma orientação para instrumental.

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Fig.18. Moldeiras Metálicas

Planos oclusais/registros

Devem ser imersos em iodóforos ou em álcool 70%, durante 10 minutos.

a) registro da oclusão do paciente. (b) transferência do plano oclusal superior para o modelo inferior.

(c) recorte da base do modelo inferior.

Fig. 19. Registros Oclusais

Rebordos e mordidas em cera

Rebordos, usar a técnica do borrifar → esfregar → borrifar aguardar 10

minutos → enxaguar.

Mordidas em cera, enxaguar → borrifar → enxaguar → borrifar → colocar em

saquinho tipo zip por dez minutos → enxaguar.

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Fig.20. Mordida em Cera

Modelos de gesso

Podem ser desinfetados borrifando-os até que fiquem úmidos, ou por imersão

em hipoclorito de sódio a 0,5%. Para isso, devem ter completado totalmente a presa,

ou seja, terem sido estocados por no mínimo 24horas.

Fig.21. Modelos de Gesso

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Procedimento Indicado para Desinfecção de Modelos e Próteses

Material Desinfetante Técnica Tempo

Siliconas Glutaraldeído a 2% Imersão 10 min.

Mercaptanas Glutaraldeído a 2% Imersão 10 min.

Poliéster Hipoclorito de sódio a 1% Fricção 10 min.

Alginatos Hipoclorito de sódio a 1% ou

Glutaraldeído a 2%

Fricção ou

imersão 10 min.

Hidrocolóides

Reversíveis PVPI a 10% Spray 10 min.

Gesso Hipoclorito de sódio a 1% Fricção 10 min.

Prótese de Acrílico Hipoclorito de sódio a 1% Imersão 10 min.

Outras Próteses Glutaraldeído a 2% ou Fenol

sintético Imersão 10 min.

4- Anti sepsia

Procedimentos que visa o controle de infecção a partir do uso de substancias

microbicida ou mocrobiostáticas de uso tópico na pele ou mucosa, ou seja,

eliminação de formas microbianas em tecidos vivos12.

Meio para anti sepsia

Uso de anti-sépticos que, para uma ação efetiva:

Precisam ficar em contato com os microorganismos;

A concentração não pode ser muito diluída (diminui a ação germicida);

Sua ação é mais intensa quanto maior o tempo de contato.

Encontramos nas formulas de:

Segundo o C.D.C. são adequadas para a degermação, as formulações

anti-sépticas que contém 10% de polivinilpirrolidona-iodo (PVP-l) ou 4%

de clorohexidina ou 3% de hexaclorofeno.

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Fig.22. PVPI

LAVAGEM SIMPLES DAS MÃOS

Consiste na fricção das mãos com a água e sabão associado a um agente

anti-séptico com a finalidade de reduzir dá inativar temporariamente a microbiota

transitória e permanente das mãos, e constitui-se num dos procedimentos mais

importantes no controle de infecção.

Lavar as mãos

Após qualquer trabalho de limpeza;

Ao verificar sujeira visível nas mãos;

Antes e após utilizar o banheiro;

Após tossir, espirrar ou assuar o nariz;

Antes e após atender o paciente;

Após o término do dia de trabalho;

Ao chegar do refeitório;

Após o uso de aparelho telefônico;

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PROCEDIMENTO PARA LAVAGEM CORRETA

Retirar anéis, relógio e pulseira.

Prender os cabelos (gorro), posicionar corretamente a máscara e óculos,

deixando o avental para ser vestido após a escovação das mãos

Molhar as mãos (de preferência torneira acionada pelo pé, cotovelo ou

fotossensível), sem encostar-se a pia.

Despejar o sabão anti-séptico nas mãos em quantidade suficiente para as

mãos e antebraços, Iniciar a fricção das mãos em todas as suas faces,

espaços interdigitais e antebraços.

Escovar muito bem as unhas, palmas das mãos e articulações por 1 minuto

(usar escova de cerdas macias, descartável ou que possa ser autoclavada).

Prosseguir com a fricção do restante da mão até completar 5 minutos.

Enxaguar as mãos e antebraços com água corrente.

Secar com toalha esterilizada.

Fig. 23. Lavagem das Mãos

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5-Conservantes

Estocagem, embalagem e acondicionamento do material esterilizado

Devem ser acondicionados em pacotes, tambores, caixas metálicas com furos

e vidros com tampão de algodão ou papel

O material esterilizado deve ser estocado em armário preferencialmente

fechado, limpo, seco e de acesso exclusivo da equipe de saúde bucal;

Os artigos devem ser acondicionados em caixas metálicas fechadas, ou papel

alumínio (se esterilizado em calor seco) e em embalagens de polietileno,

papel crepado, papel grau cirúrgico papel Kraft, ou campos de algodão cru

(se esterilizados em autoclave).

(Este procedimento não é feito no laboratório de prótese dentaria).

Fig.24. Artigos para acondicionamento de material esterilizado

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Conclusão

As considerações finais foram realizadas a partir de um estudo feito por Marcelo

Vilas Boas e Maria Roseli de Souza Quirino, do Departamento de Odontologia da

Universidade de Taubaté.

A desinfecção dos trabalhos protéticos é uma etapa importante para prevenção.

O objetivo deste estudo foi para obter informação sobre métodos utilizados nos

laboratórios de próteses para prevenir a transmissão de microorganismos durante a

confecção de próteses; 20 TPDs participaram deste estudo por meio de

questionários sobre a realização de procedimentos de biossegurança, como

desinfecção de moldes, modelos, troqueis e outras peças protéticas e, ainda, quanto

ao uso de EPIs. Os resultados obtidos demonstraram pouca preocupação pelos

protéticos e seus auxiliares.

A partir destes dados, observa-se a necessidade de alertá-los para a

obrigatoriedade da desinfecção dos moldes, modelos e outras peças protéticas para

prevenir possível infecção.

Dos 20 protéticos que participaram da pesquisa, 18 eram do sexo masculino e 2

do sexo feminino.

Em relação aos protéticos, 6 não tinham conhecimento sobre infecção e 3 não

sabiam qual doença poderiam adquirir na sua ocupação profissional; quanto ao uso

de EPIs, apenas 4 usavam luvas e 13 óculos de proteção; quando questionados

sobre a desinfecção e/ou esterilização de instrumentos no laboratório, 6 protéticos

responderam que realizavam a desinfecção e em relação a escova de polimento de

pedra pomes, apenas 1 fazia a desinfecção com hipoclorito, os demais não

realizavam qualquer tipo de desinfecção.

Questionados sobre acidentes de trabalho, 6 responderam que sofreram acidente

pérfuro-cortante na mão, provocado por discos e brocas, com sangramento visível.

Destes, apenas um procurou o hospital para saber que medida tomar. E, em relação

à informação se o paciente era de risco, 5 relataram que haviam sido informados,

sendo um caso de AIDS. A vacinação para hepatite B apresentava-se completa para

11 dos protéticos11.

Considerando os resultados obtidos no presente trabalho mostraram que os

técnicos de prótese dentária ainda não têm conhecimento suficiente sobre infecção

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e, são poucos os que realizam a desinfecção de moldes e modelos e, mesmo assim,

não se preocupam em se proteger e realizar a desinfecção.

É preocupante essa negligência com os profissionais. É necessária uma maior

fiscalização quanto a isso e também uma maior divulgação de trabalhos, em jornais

e revistas sobre o assunto para que incentivem e conscientizem todos os

profissionais e até mesmo, oferecimento de Cursos de Atualização sobre

Biossegurança destinados aos protéticos.

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Bibliografia 01. CANGUILHEM, G. Ideologia e racionalidade nas ciências da vida. Lisboa:

Edições 70, 1977.

02. Esterelização www.angelfire.com/nm/cirurgia/biosseg/biosseg.html

03. FOUCAULT, M. Microfísica do poder. 5. Ed. Rio de Janeiro. Graal, 1985.

04. GRAZEBROOK, J. Counting the cost of infection. Nurs. Times, v.82, n.6,

1986.

05. LACERDA, R.A. Infecções hospitalares no Brasil. Ações governamentais

para o seu controle enquanto expressão de políticas sociais na área de

saúde. São Paulo, 1995. Tese (Doutorado) - Escola de Enfermagem,

Universidade de São Paulo.

06. LORENZO, José Luiz Microbiologia Para Estudante de Odontologia editora

Atheneu São Paulo,Rio de Janeiro,Ribeirão Preto e Belo Horizonte 2006.

07. LORIANE, Rita Konkewicz Controle de Infecção em Odontologia Disponível

em: www.cih.com.br/controle_de_infecção_em_odontolo.htm.

08. MUCHAIL, S.T. O lugar das instituições na sociedade disciplinar. In:

RIBEIRO, RJ Recordar Foucault - os textos do colóquio de Foucault. São

Paulo: Brasiliense, 1985.

09. Norma Técnica de Biossegurança em Estabelecimentos Odontológicos e

Laboratórios de Prótese Dentária no RS. Disponível em:

www.crors.org.br/legislacao/%5Bwww.crors.org.br%5Dportaria40.pdf

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10. OMS. Infecções hospitalares. Manual de recomendações da Organização

Mundial de Saúde. Sociedade Brasileira de Infectologia/UP John Produtos

Farmacêuticos, 1981. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

11691997000400003.

11. VILAS BOAS, Marcelo: QUIRINO, Maria Rozeli de Souza Controle de Infecção

Cruzada: Laboratório de Prótese Versus Consultório Odontológico

Dental Office Departamento de Odontologia da Universidade de Taubaté.

12. www.forp.usp.br/restauradora/biosseguranca/temas/temas_files/antisepsia.pdf.

13. Wikipédia, a enciclopédia livre Vacinas imunológicas. Disponível

em:www.wikipedia.org/wik/vacinas.

14. Wikipédia, a enciclopédia livre Infecção hospitalar Louis Pasteur (1822-1895),

Joseph Lister (1827-1912), Ignácio Semmelweis (1818-1865). Disponível em

www.google.com.

brhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Infec%C3%A7%C3%A3o_hospitalar

15. ZANON, U. Infecções hospitalares: mitos e fatos. Niterói, s.d.

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Lista de figuras

Fig.1. Louis Paster – www.library.thinkquest.org/26644/media/ImPasteur.gif.

Fig.2. Joseph Lister - www.universitystory.gla.ac.uk/biography/?id=W.

Fig.3. Ignácio Semmelweis - www.naturheilkundelexikon.de/images/semmelweis.

Fig.4. Luvas de latex - www.fisiostore.com.br/luvas-de-latex-p-proced.

Fig.5. Máscara - www.danny.com.br/.../mascaras-descartaveis.php.

Fig.6. Óculos - www.e-coyote.com.br/produtos/detalhes/oculos-proteção.

Fig.7. Gorro e Jaleco -

www.fop.unicamp.br/biosseguranca/imgs/imagens.htm.

Fig.8. Imunológicas - www.jornallivre.com.br/132817/sistema-imunologico.

Fig.9. Autoclave - www.cimed.com.br/autoclave.htm.

Fig.10. Álcool - www. multiterapias.com. br/álcool%20ilha.

Fig.11. Hipoclorito de Sódio - www.solostocks.com.br/hipoclorito-de-sodio.

Fig.12. Glutaraldeido -

www.miyako.com.br/.../6/1/GLUTARALDEIDO_1000.

Fig.13. Optosil – www.sitea.ro/files/image/KIT_Optosil_Xantopre.

Fig.14. Alginato - www.solostocks.com.br/alginato-jeltrate-plus-.

Fig.15. Pasta Lisanda - www.dentalcremer.com.br/.../prod/pastag.jpg.

Fig.16. Prótese Fixa - www.esteticapp.com/tratamentos_protese_fixa.htm.

Fig.17. Moldeira Individual - www.blueodonto.com.br/imagens_arquivo/353.JPG.

Fig.18. Moldeiras de alumínio - tecnodent. vila. bol.com. br.

Fig.19. Registros Oclusais - www.scielo.br/img/revistas/dpress/v12n3/15f6.jpg

Fig.20. Mordida em Cera - www.scielo.br/.../dpress/v14n3/a17fig23.gif.

Fig.21. Modelos de Gesso - www.wilcos.com.br/imagensshera/gesso_tipo_IV.jpg.

Fig.22. PVPI - www.realpurissimo.com.br/.../realdinetopico.jpg.

Fig.23. Lavagem das Mãos - www.funpar.ufpr.br:8080/funpar/boletim/novo2/lavagem

das mãos.

Fig.24. Artigos para Acondicionamento de materiais esterilizados -

www.atattoo.blogspot.com/2008_05_01_archive.html.