contextualizaÇÃo camÕes
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Material de apoio ao estudo da contextualização da obra de Camões: Renascimento, Humanismo, Classicismo.TRANSCRIPT
VIDA E OBRA DE CAMÕES
• Sumariamente, neste trabalho, pretende-se contextualizar a vida e obra de Camões.
rsn2006/07
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� Contextualização
• O Homem, medida de todas as coisas
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� Contextualização
• A Idade Média foi considerada uma época de trevas, de ignorância e de barbárie.
• À Idade Média , no entanto, deve reconhecer-se-lhe uma grande vitalidade intelectual já que, durante esse longo período, se sucederam os “renascimentos ” e os esforços para reelaborar a sabedoria clássica.
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� Contextualização
� A Idade Média preparou, pouco a pouco, o Renascimento…
� O Renascimento, designação ainda que imperfeita…, indica uma época dotada de individualidade própria, caracterizada por um novo espírito crítico , um escrupuloso desejo de restituir os textos à pureza original , uma confiança nova nas forças naturais do homem –medida de todas as coisas.
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� Contextualização
� A grande contribuição portuguesa para o Renascimento foi a expansão pelos Descobrimentos.
• Os Descobrimentos desvendaram novos mundos, alargando assim o conhecimento do Mundo e do Homem, ostentando a primazia da observação e da experiência sobre o saber livresco
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� Contextualização
� Em Portugal, é com Sá de Miranda, que passara anos estudando na Itália, que as inovações dos poetas do Renascimento italiano, como o verso decassílabo e as posturas amorosas do Doce stil nouvo são conhecidos.
� É Sá de Miranda que introduz em Portugal a medida nova. Medida caracterizada pelo verso decassílabo (clássico ou heróico) e pelos novos subgéneros de origem greco-latina ou italiana: a ode, o soneto , a canção, a epopeia , a tragédia, etc
� À medida nova opõe-se a medida velha , caracterizada por estruturas como a esparsa, o vilancete, em redondilha menor ou maior.
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� Contextualização
� A ideia de tomar os antigos como padrãoveio com o Renascimento, mas ao conceito de literatura, expresso ou implícito, que tem raízes nessa Antiguidade greco-latina, chamamos Classicismo.
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� Contextualização
� É nesta época que, associado ao Renascimento e ao Classicismo , impera o humanista .
• Humanista - estudioso e cultor das artes humanitatis, e litterae humaniores, expressões ciceronianas cujo sentido indica que o conhecimento das letras torna o homem mais humano por aquilo que elas revelam sobre a sua natureza e condição.
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� Contextualização
� O Humanismo é um vigoroso movimento de descoberta e reabilitação da literatura e do pensamento da Antiguidade clássica e de afirmação das potencialidades do Homem.
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� ContextualizaçãoMovimentos / Quadro
- “Movimento cultural que, baseado no conhecimento e na imitação dos clássicos (latinos e gregos), trouxe uma nova concepção de homem , encarado na sua integridade, e veio abrir novos horizontes àHumanidade e rasgar os caminhos da Idade Moderna.” –Buescu
Renascimento
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� ContextualizaçãoMovimentos / Quadro
- “…a harmoniosa arquitectura da composição, a subordinação dos pormenores à ideia do todo, a clara simplicidade estrutural, a nítida e equilibrada perfeição das formas.” – António Sérgio- São tais qualidades artísticas que, existindo nas obras dos Antigos, os nosso escritores procuram imitar.
Classicismo
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� ContextualizaçãoMovimentos / Quadro
- “Não designa apenas uma tendência literária, uma escola de filólogos, mas também uma direcção de vida, caracterizada pelo interesse que se confere ao elemento humano, objecto de observação e como fundamento da acção.” – Hoffding- Pode sintetizar-se na famosa frase de Terêncio: “Nada do que é humano me é estranho .”
Humanismo
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� O Renascimento em Portugal
texto de apoio, excerto de Os LusíadasOrganização, introdução e notas de Amélia Pinto Pais
����“O nosso século XVI vai ser marcado, ao nível do desenvolvimento socioeconómico, por:
- grande riqueza proveniente dos Descobrimentos e conquistas;
- reforço do poder real (centralização do poder) acompanhado pela decadência da velha nobreza e o aumento do poder económico e político da burguesia;
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� O Renascimento em Portugal
- abandono da agricultura, por uma vida mais fácil em Lisboa, onde se enriquecia rapidamente;
- decadência moral de costumes, denunciada por Gil Vicente e Sá de Miranda.
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� O Renascimento em Portugal
� A nível cultural , este século [XVI] vai ser marcado por duas grandes linhas de força :
- uma, de influência estrangeira (contributo do Renascimento europeu, através de viajantes, muitos deles bolseiros);
- outra, oriunda do nosso contacto privilegiado com as novas realidades ultramarinas …
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� O Renascimento em Portugal
� A assimilação do Humanismo e Classicismo vai ser, nos dois casos, realizada sob a égide e protecção da Coroa, tornando-se o Paço o principal foco de cultura .
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� O Renascimento em Portugal
� O nosso principal contributo para a cultura europeia está ligado à actividade de humanistas portugueses no estrangeiro(André de Resende, por exemplo) e com a actividade marítima dos Descobrimentos(Garcia de Orta, por exemplo, com os seus Colóquios
dos Simples e outras Drogas da Índia ).
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� O Renascimento em Portugal
� [...] A assimilação das doutrinas literárias do classicismo será feita primeiramente através de Sá de Miranda , que delas tomou conhecimento aquando duma sua viagem a Itália; depois, António Ferreira procederá àdifusão dessas doutrinas.
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� O Renascimento em Portugal
� Do ponto de vista da literatura marcada pelos Descobrimentos, vamos encontrar toda uma literatura de viagens :
- relatos de naufrágios e expedições (História Trágico-Marítima , Carta do Achamento do Brasil );
- desenvolvimento da historiografia: Ásia de João de Barros; História do Descobrimento e Conquista da Índia pelos Portugueses de Fernão Lopes de Castanheda;
- obras destinadas à formação específica: O Soldado Prático de Diogo do Couto; obras de carácter picaresco Peregrinação , de Fernão Mendes Pinto. [...]
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� O Renascimento em Portugal
� Entre os grandes os poetas do nosso Renascimento convém ainda destacar Diogo Bernardes e, naturalmente, Luís de Camões .
� A este último se deve a obra máxima da nossa literatura resultante da confluência de duas linhas: a vontade de fazer renascer o género épico e a literatura ligada a viagens – justamente Os Lusíadas , publicada em 1572.”
VIDA E OBRA DE CAMÕES���� Datas importantes da época, em Portugal…
Cortes de Évora. A fortaleza de Diu é entregue aos portugueses.
1535
Estabelecimento da Inquisição. Fernão de Oliveira publica a primeira Gramática .
1536
Crise financeira. 1532
Terramoto em Lisboa. D.João III requer ao Papa o estabelecimento da Inquisição em Portugal.
1531
Data provável do nascimento de Camões. 1525
VIDA E OBRA DE CAMÕES
O Santo Ofício inicia a censura. Primeiros autos-de-fé. Chegada dos Jesuítas a Portugal. João de Barros publica Gramática .
1540
O Santo Ofício inicia a sua actividade em Lisboa, sendo o Cardeal D. Henrique o primeiro Inquisidor-mor. Damião Góis publica, em Lovaina, Comentarirerum gestarum in India.
1539
Pedro Nunes ocupa-se, pela primeira vez em bases científicas, da carta de marear. Tradução do Tratado de Esfera por Pedro Nunes.
1537
VIDA E OBRA DE CAMÕES
Abandono de Arzila (Marrocos). Primeiros contactos com Macau.
1550
D. João III funda o Colégio das Artes em Coimbra. 1548
Nascimento de D. Sebastião, neto de D. João III; futuro rei.
1554
Fundação do Colégio da Companhia de Jesus em Lisboa.
1547
Damião de Góis é denunciado à Inquisição. D. João de Castro é nomeado Vice-Rei da Índia.
1545
Estabelecimento, no Porto, do tribunal da Inquisição. 1541
VIDA E OBRA DE CAMÕES
Alvarás contra a mendicidade. Luís de Camões regressa a Lisboa, vindo do Oriente.
1570
Surto da Peste Negra no país. 1569
D. Sebastião atinge a maioridade e assume o Governo.
1568
O cardeal D. Henrique, que assume a regência, institui o Conselho de Estado.
1562
Morte de D. João III. Regência de D. Catarina de Ataíde.
1557
VIDA E OBRA DE CAMÕES
Batalha de Alcácer-Quibir; derrota portuguesa; morte de D. Sebastião.
1578
Primeira expedição de D. Sebastião ao Norte de África. 1574
Cortes de Almeirim. Invasão de Portugal pelo exército espanhol. Fernão Mendes Pinto conclui a Peregrinação . Morte de Luís de Camões.
1580
Damião de Góis é condenado pela Inquisição. Publicam-se Os Lusíadas , de Luís de Camões.
1572
Processo de Damião de Góis, instaurado pela Inquisição.
1571
IMAGEM DE FUNDO…
• A Capela Sistina é uma capela situada no Palácio Apostólico, residência oficial do Papa na Cidade do Vaticano, erigida entre os anos 1475 e 1483, durante o pontificado do Papa Sisto IV. A Celebração Eucarística de inauguração ocorreu em 15 de Agosto de 1483.
IMAGEM DE FUNDO…
• Era um projecto relativamente simples e despretensioso, no início, destinado ao culto particular dos papas e da alta hierarquia eclesiástica, contudo, fruto de uma época de expansão política e territorial da Santa Sé, viria a tornar-se num dos símbolos desta, tamanha magnificência adquiriu.
IMAGEM DE FUNDO…
• A celebridade da capela deve-se, também, ao fato de que nela se realizam os conclaves para a eleição do Sumo Pontífice da Igreja Católica Romana
IMAGEM DE FUNDO…
Contexto histórico �A virada do Quattrocento para o Cinquecento foi
um dos momentos mais marcantes para aHistória da Arte Ocidental, quiçá mundial. AItália, com epicentro em Florença, deu ao mundo uma tal gama de geniais artistas que parece milagrosa. “Não há como explicar a existência do génio. É preferível apreciá-lo”, dizGombrich, tentando entender por que tantos grandes mestres nasceram no mesmo período.
IMAGEM DE FUNDO…
�A Capela Sistina é um dos locais mais propícios para aquilatar a dimensão desta explosão criativa.
� Para a sua feitura concorreram os maiores nomes de que dispunha a Itália no momento.
Vista externa da Capela Sistina do alto da Basílica de São Pedro .
IMAGEM DE FUNDO…
� Baccio Pontelli foi o autor do projecto arquitectónico para a construção da capela. Este florentino era um dos responsáveis pela reformulação e revitalização urbanística que Sisto IV efectuava em Roma, tendo realizado dezenas de obras públicas.
IMAGEM DE FUNDO…
� No projecto, construído com a supervisão de Giovannino de Dolci entre 1473 e 1484, emprestaram seus dons: Perugino,Botticelli, Ghirlandaio, Rosselli, Signorelli, Pinturicchio, Piero di Cosimo, Bartolomeodella Gatta, Rafael e outros. Coroando este festival, alguns anos depois, um dos maiores génios artísticos de todos ostempos: Michelangelo Buonarroti.
IMAGEM DE FUNDO…
� As dimensões do projecto de Baccio Pontellitiveram como inspiração as descrições contidas no Antigo Testamento relativas ao Templo de Salomão. A sua forma é rectangular medindo 40,93 m de longitude, 13,41 m e largura e 20,70 m de altura. Os numerosos artistas vestiram o seu interior, esculpindo e pintando as suas paredes, transformando-a em um estupendo e célebre lugar conhecido em todo o mundo pelas maravilhosas obras de arte que encerra.