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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência Dia Internacional para a Redução de Desastres Naturais V Conferência 13 de Outubro de 2009 Mário Lopes, IST [email protected]

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Page 1: Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência Dia Internacional para a Redução de Desastres Naturais V Conferência 13 de Outubro de 2009 Mário Lopes,

Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Dia Internacional para a Redução de Desastres Naturais

V Conferência

13 de Outubro de 2009

Mário Lopes, IST [email protected]

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

1 – Origem do problema

2 – Potenciais consequências

3 – Como evitar essas consequências

4 – Acções concretas

5 - Responsabilidades

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Rotura + propagação de ondas

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Mapa de epicentros

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Epicentros em Portugal continental ou próximo

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Efeitos na superfície terrestre:

- Movimentos entre bordos de falhas

- Vibrações do solo (causam 80% dos danos)

- Efeitos nos solos: deslizamentos de encostas, liquefacção, subsidiência

- Tsunamis

- Incêndios e contaminações

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Movimentos entre bordos de falhas

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

VIBRAÇÕES

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

VIBRAÇÕES: efeitos em edifícios

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

VIBRAÇÕES : efeitos em infraestruturas

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Efeitos nos solos: DESLIZAMENTOS

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Efeitos nos solos: LIQUEFACÇÃO

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Efeitos nos solos: SUBSIDIÊNCIA

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

TSUNAMIS

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Consequências de futuros sismos em Portugal

1 – Comparações com sismos recentes e sismos históricos (Lisboa, 1755 e Turquia,

1999)

2 - Simuladores

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

A maior parte das potenciais consequências dos

sismos são evitáveis através de políticas preventivas

- Os edifícios podem ser construídos para resistir a sismos

- Os edifícios existentes podem ser reforçados

- As redes de infraestruturas e instalações industriais podem

ser projectadas e construídas para resistir a sismos

-Até os monumentos podem ser reforçados

-A população pode ser informada para escapar aos tsunamis e

exigir garantias na compra de habitação

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

As construções podem ser calculadas e construídas (ou reforçadas) para resistir a sismos violentos

Sismo de 1998, Açores

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Sismo de 1998, Açores – construções próximas na freguesia de Pedro Miguel

Igreja: construção antiga em alvenaria

Escola: construção recente em betão armado

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

- informação prévia à população

- não albergar pessoas sem mobilidade (creches, hospitais, lares de idosos) em zonas inundáveis

TSUNAMIS

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

- Seccionamento automático de redes de gás- Localização de depósitos de gás

FOGOS

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Protecção Civil

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

O que faz o Estado português:

-Investigação (LNEC, LREC, Universidades)

-Regulamentação (RSA, REBAP, EC8)

-Protecção Civil (ANPC, Serviços de Protecção Civil Regionais e Municipais)

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

O que o Estado português tem a obrigação de fazer (só ou em

parceria), pode fazer e não faz (salvo raras excepções):

NEGLIGÊNCIA-Promover a fiscalização da construção

-Reabilitação estrutural

-Avaliação e reforço de:

Infraestruturas (energia, comunicações, água, esgotos, gás,

instalações críticas)

Indústria

Monumentos

- Informação, debate público e preparação da população (ex: tsunami, compra de habitação)

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Exemplo: regime jurídico da urbanização e da edificação (Decreto-Lei 555/99,

de 16 de Dezembro com a redacção do Decreto-Lei nº177/2001, de 4 de Junho

Artigo 20º Apreciação dos projectos de obras de edificação

8 – As declarações da responsabilidade dos autores dos projectos das especialidades que estejam inscritos em associação pública constituem garantia bastante do cumprimento das normas legais e regulamentares aplicáveis aos projectos, excluindo a sua apreciação prévia pelos serviços municipais.

Conclusões:

- O Estado disponibiliza os meios que tornam possível a protecção de pessoas e bens contra os efeitos dos sismos

- O Estado não assume as suas responsabilidades, pois, além das omissões, não se esforça para que os meios que disponibiliza sejam aplicados

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Agentes do sector da construção são estimulados a prevaricar (o que não

os iliba de fortes responsabilidades) pelo efeito simultâneo de 2 factores:

1- poupar na resistência sísmica reduz custos

2 – ausência de fiscalização cria sentimento de impunidade

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Há danos que não se podem evitar FATALIDADE:

-É impossível reabilitar tudo o que deveria ser reabilitado

-Garantir a qualidade da construção passa pelo empenho dos interessados, que é toda a população. Muitas vezes as

pessoas não se preocupam com a sua própria segurança INCÚRIA

-Mesmo que os edifícios estejam bem construídos vibram e sofrem danos Feridos e prejuizos materiais são inevitáveis

-- A tecnologia não é infalível, os recursos são limitados o risco zero não existe

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

SPES(Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica)

http://www.spes-sismica.org

Contacta com o poder político (Governos e autarquias) desde Janeiro de 2000, transmitindo informações e sugestões concretas (verbalmente e por escrito) para enfrentar o problema sismico, sem resultados concretos.

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

Documentos dos orgãos de soberania:

Mensagem do Presidente da República (2003)

1º Projecto de Resolução na Assembleia da República (2004)

2º Projecto de Resolução na Assembleia da República (2006, votado em 2008)

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

2º Projecto de Resolução……….

Assim, a Assembleia da República recomenda ao Governo:

1. Que desenvolva, sempre que se justifique, em articulação com a Associação Nacional de Municípios e a breve prazo, as seguintes iniciativas:

a) controlo de qualidade dos edifícios novos, de forma a garantir que a execução dos projectos é levada a cabo de acordo com a legislação e que o projecto é efectivamente cumprido quando executado;

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Consequências dos Sismos: Fatalidade ou Negligência

b) avaliação da vulnerabilidade sísmica das redes de infraestruturas industriais, hospitalares, escolares, governamentais e de outros pontos críticos, bem como as de

património histórico; intervindo onde se considere tecnicamente

necessário . c) que leve a cabo programas de informação e preparação da população

d) que promova a investigação científica nesta área.

2. A criação de um Grupo de Trabalho para que, em curto espaço de tempo, possa ser definida a implementação de medidas de curto, médio e longo prazos, no quadro de um programa de redução da vulnerabilidade sísmica, a iniciar quanto antes, definindo prioridades junto da comunidade científica.