conheça a história do estudante de medicina da ufs ... · na grade curricular pre-vistas para...
TRANSCRIPT
1
Universidade Federal de Sergipe - UFS | Centro Acadêmico de Medicina Dr. Augusto César Leite - CAMED | Ano 1 - Edição 1 - Abr/Mai/Jun 2011
A nova medida provisória (MP 520) e de que
forma ela poderá interferir na vida dos estu-
dantes, professores e trabalhadores do Hospi-
tal Universitário da UFS. Você tem tudo a ver
com isso!
(página 06)
Conheça a história do estudante de
medicina da UFS Alexandre Mendes.
(página 07)
As últimas novidades
sobre a tradicionalíssi-
ma Super Copamed de
Futsal.
(página 12)
Conheça as principais
Ligas acadêmicas em
atividade na UFS, além
dos próximos eventos e
congressos científicos
do ano. (páginas 5 e
14)
Tradição de 11 anos na
UFBA, vem aí o I Está-
gio Local de Vivência
de Sergipe.
(página 11)
Será o fim do mundo?
Confira as alterações
na grade curricular pre-
vistas para 2012.
(página 4)
2
Diagramação: Filipe Emanuel
e Jean Prestes
Tiragem: 600 exemplares
Contatos: (79) 9848-9887: Jean
Editorial
É com muita satisfação que
nós, da gestão "De estudantes
para estudantes" do Centro Aca-
dêmico de Medicina "Dr. Augusto
César Leite" - CAMED - viemos
entregar a todos os estudantes a
primeira edição do jornal "O Ma-
la". Aliás, eu disse "primeira edi-
ção"? Na verdade trata-se da se-
gunda edição do jornal O Mala. A
primeira edição foi um jornal es-
pecial em homenagem a Alexan-
dre Mendes, que era conhecido
como "o mala", na época estudan-
te de medicina da UFS, e que
faleceu num acidente de trânsito
quando estava a caminho de uma
reunião da Coordenação Regional
Nordeste I, representando o Ca-
med, em 1995 (vocês saberão
mais sobre a história dele na pági-
na 07). Como estamos em plena
comemoração pelo jubileu de
ouro do curso de medicina da
UFS e, consequentemente, tam-
bém do nosso centro acadêmico,
nada mais justo do que homena-
gear essa figura histórica do Mo-
vimento Estudantil de Medicina
da UFS. Sem mais delongas, gos-
taríamos de desejar boa leitura e
esperamos que as informações
contidas no jornal possam ser
úteis. Ele foi elaborado com bas-
tante carinho, sempre pensando
nos estudantes de medicina da
UFS. Saudações estudantis!
- Divagando (pág 02)
- Camed em Movimento (pág 03)
- EREM / ECEM 2011 (pág 03)
- Reforma curricular (pág 04)
- Ligas acadêmicas (pág 05)
- Mudanças no HU (pág 06)
- O “Mala” (pág 07)
- Recepção dos Calouros (pág 08)
- Festa da Calourada (pág 08)
- Camed 50 anos (pág 09)
- Estágios Internacionais (pág 10)
- I ELV/SE (pág 11)
- Copamed (pág 12)
- Entretenimento (pág 13)
- Próximos Congressos (pág 14)
Índice
O MALAO MALA
Divagando...
Sobre o ato contra os Planos de Saúde
“Para marcar o Dia Mundial da
Saúde, celebrado nesta quarta, 7,
os médicos do Estado de Sergipe
aderiram à paralisação nacional em
protesto à relação da categoria
com os planos de saúde e suspen-
deram suas atividades durante todo
o dia. Após caminhada iniciada na
sede do Sindicato dos Médicos de
Sergipe (Sindimed), os manifes-
tantes estiveram na Câmara Muni-
cipal de Aracaju (CMA), onde o
vereador Dr. Emerson (PT) fez um
pronunciamento em favor da cate-
goria.” (Fonte: Infonet)
Bom. É sempre bom quando
pessoas, independentemente da
ocupação profissional, ou mesmo
quando não há ocupação profissio-
nal (no caso dos estudantes e de
pessoas que participam de diversos
movimentos populares), se reú-
nem, se organizam, para lutar por
alguma melhoria em algum aspec-
to. As grandes conquistas, e isso é
um ensinamento histórico, não
vieram de reuniões departamen-
tais, de negociações ou de qual-
quer outra instância burocrática,
mas sim de grandes manifestações,
grandes lutas, grandes pressões
sociais em prol de algo. Como
exemplo bem próximo basta citar a
criação do SUS, processo de um
longo período de lutas, conhecido
como “Movimento Pela Reforma
Sanitária” que revolucionou as
concepções sobre saúde no Brasil
e criou um sistema universal de
saúde. Não estou com isso queren-
do desvalorizar a importância de
instâncias burocráticas, reuniões,
negociações. São importantes, em
diversos momentos pontuais. Po-
rém, em uma luta contra os gigan-
tes dos Planos de Saúde, é preciso
manifestação, é preciso ir às ruas,
é preciso chamar a atenção e dialo-
gar com a sociedade. É preciso
pressão e força social. Por isso
bom, muito bom que os médicos
se organizaram e reivindicaram
melhorias para a classe.
Bom de um lado, ruim de ou-
tro. Infelizmente, o debate não foi
a fundo, não foi à raiz da influên-
cia dos Planos de Saúde na socie-
dade. Criticou-se as péssimas con-
dições de trabalho às quais os mé-
dicos são submetidos – e isso é de
fato uma realidade cruel – mas
faltou ir além. Se os Planos de
Saúde precarizam o trabalho dos
médicos, eles também precarizam
algo ainda mais importante: a vida
do povo.
É sabido que no Brasil existem
dois sistemas de saúde. Sim, em-
bora o nome de um
deles seja “Sistema
Único de Saúde”, ele
não é único. O siste-
ma SUS convive com
o Sistema Privado,
comandado pelos
Planos de Saúde e
pela Indústria Farma-
cêutica (que é a se-
gunda indústria que
mais acumula riqueza
no mundo, perdendo apenas para a
Indústria Bélica). A princípio, não
se percebe mal algum nisso. Ora,
quem tem condições financeiras e
pode pagar um plano de saúde usa
o sistema privado, quem não tem
tantas condições usa o SUS, discu-
tir mais o quê? Amigos, não seja-
mos ingênuos. O SUS, em sua
teoria, em seus princípios, em suas
diretrizes, é um sistema de saúde
extremamente eficiente. Permite a
participação popular nas decisões
sobre políticas de saúde, garante
acesso à saúde para todos – eu
disse todos! – e tem uma organiza-
ção fabulosa, com a divisão dos
níveis primários, secundários e
terciários de atendimento. Fora os
conselhos e as conferências em
níveis local, estadual e nacional.
Mas todos nós sabemos que tudo
isso não tem funcionado muito
bem. A pergunta que fica é: por
quê?
Simples. Temos dois sistemas
de saúde. Um que tenta garantir
uma saúde pública de qualidade
para todos e um outro sistema que
utiliza da saúde como um mero
meio de lucro (afirmo isso enfati-
camente sem medo que algum
leitor acredite que o objetivo dos
planos de saúde seja de fato a me-
lhora da saúde da população). Os
dois sistemas atuam no “nicho” da
saúde. Qualquer instituição priva-
da vive da concorrência, da com-
petição, todos sabemos. Então, há
uma clara competição Sistema
Privado x SUS, puxada justamente
pelo sistema privado, que é quem
vive, em sua essência, de competi-
ção. Já pensou se o SUS funcio-
nasse direitinho, se não houvesse
filas, se o atendimento fosse da
melhor qualidade, se a teoria fun-
cionasse na prática? Como os pla-
nos de saúde sobreviveriam? Onde
eles explorariam para lucrar? Onde
os grandes empresários, grandes
ambiciosos, grandes egoístas e
gananciosos, onde todos esses ver-
dadeiros exploradores da saúde do
povo iriam enriquecer? Que o SUS
se exploda, que o povo tenha que
gastar o dinheiro do arroz e do
feijão, do leite da criança, dos gas-
tos escolares, que o povo se lasque
e seja obrigado a desembolsar altas
quantias para um atendimento (de
qualidade duvidosa) com planos de
saúde. São essas grande empresas
do setor saúde que muitas vezes
também estão no controle, direto
ou indireto, dos grandes meios de
comunicação. Por que a TV só
mostra as filas, o lado ruim do
SUS? Alguém já viu na TV algum
elogio sobre os princípios, as dire-
trizes do SUS, estimulando as pes-
soas a participarem dos conselhos,
a participarem das decisões da
saúde no Brasil? Essa atitude míni-
ma já daria um caldo pra melhorar
nosso Sistema Único de Saúde. No
entanto, existe esse vazio na gran-
de mídia.
Os Planos de Saúde exploram,
sim, o trabalho dos médicos. Pre-
carizam o trabalhador da área da
saúde. Utilizam também da explo-
ração dos profissionais para gerar
lucro. Isso tem que ser combatido,
denunciado, como fizeram muito
bem os médicos no dia 07 de abril.
Porém, mais grave ainda, e que
mais ainda precisa de denúncias, é
a exploração que os Planos de Saú-
de exercem sobre a vida e a saúde
do povo, a partir do momento em
que atuam claramente como inimi-
gos do Sistema Único de Saúde.
Os Planos de saúde fazem mal
para a saúde a partir do momento
em que existem. Então, se deseja-
mos que o nosso povo seja saudá-
vel, devemos todos gritar: “Por
uma saúde universal, de qualidade
e 100% pública!”.
JEAN PRESTES
Acadêmico do 5º período
3
Por Alisson Sampaio
(Turma 2009/1)
CAMED em Movimento...
O ano de 2011 é central para a
saúde e para a medicina: a proposta
do Exame de Ordem voltou a tra-
mitar no congresso, uma empresa
pública de caráter privado estará
gerindo os HU‟s e teremos a 14ª
Conferência Nacional de Saúde,
onde serão tiradas as diretrizes para
os próximos 4 anos na saúde do
país. E a Direção Executiva Nacio-
nal dos Estudantes de Medicina
(DENEM) está mais ativa do que
nunca. Durante o ano, os
estudantes de medicina es-
tarão organizando diversos
debates e congressos pelo
país (EREM‟S, ECEM, CE-
NEPES) sobre temas do coti-
diano do estudante, além de
uma campanha nacional contra
a privatização da saúde e pela
defesa do SUS, junto a outros
movimentos de estudantes e de
trabalhadores. Confira o que está
acontecendo e o que acontecerá
na DENEM em 2011!
Nos dias 23 a 29 de janeiro de
2011, em Maceió-AL, aconteceu o
XXIII COBREM - Congresso
Brasileiro dos Estudantes de Me-
dicina. O COBREM é um pouco
diferente dos outros congressos da
DENEM: além dos espaços de
formação com mesas, painéis, ofi-
cinas e Grupos de Discussão, o
COBREM é também um espaço
e m
q u e
e s t u -
dantes do Brasil inteiro
reúnem-se para eleger a Coordena-
ção Nacional da executiva e o pla-
nejamento que o Movimento Estu-
dantil de Medicina irá seguir du-
rante o ano. O CAMED não pode-
ria ficar fora dessa e enviou 6 dele-
gados (Alisson Sampaio, Ana Ca-
rolina, “Furão”, Luís Filipe, Níris
Stéfany e Rafaela Gomes) eleitos
para representar a UFS no congres-
so.
Durante o encontro, foram dis-
cutidos diver-
sos temas refe-
rentes às de-
mandas da
formação mé-
dica e da popu-
lação em geral,
d e f e s a
do
S U S
contra as privatiza- ções
e aliança do movimento estudantil
a diversos movimentos sociais.
Foram essas as discussões que de-
ram base para a construção do pla-
nejamento da executiva em 2011 e
que guiarão as ações do Movimen-
to Estudantil durante o ano. Após a
aprovação do planejamento, foi
eleita a Coordenação Nacional. Na
regional nordeste I (Bahia, Sergipe
e Alagoas), foram eleitos 4 coorde-
nadores: 2 da UFAL e 2 da UFS -
Alisson Sampaio (5ºP) e Luís Fili-
pe “Polinômios”(4ºP).
Mas o congresso não é só dis-
cussão. Como ninguém é de ferro,
às noites todo mundo se reunia
para se divertir: um funk com a
animada galera da UERJ, um trio
pé-de-serra pra dançar um forrózi-
nho, além de rock, música popular
e umas rodinhas de violão que vi-
raram a noite.
São esses momentos de apren-
dizado e de integração em que se
fazem diversos amigos que tornam
os encontros da DENEM tão praze-
rosos. Aprender coisas tão impor-
tantes para nossa formação que não
são vistas em sala de aula e perce-
ber o poder que os estudantes uni-
dos têm para transformar a realida-
de ao seu redor, fazem os estudan-
tes perceberem que o movimento
estudantil realmente vale a pena.
Acontece na medicina, acontece na DENEM em 2011
Arrumando as Malas
Este ano o Encontro Regio-
nal dos Estudantes de Medici-
na será sediado em Salvador
pelos Centros Acadêmicos de
Medicina da UFBA e da Baia-
na. O tema do encontro é “A
Comédia da Saúde Privada” e
discutirá um pouco em mesas
redondas, painéis, oficinas e
GD‟s sobre questões de interes-
se dos estudantes de medicina:
Educação médica, Hospitais
Universitários, privatizações,
políticas de saúde, saúde suple-
mentar, ligas acadêmicas, abor-
to e muito mais. Imperdível!
Vários EREM‟s estarão
acontecendo na mesmo época
no Brasil, em diversas regio-
nais. O nosso EREM abrange
os estudantes das escolas mé-
dicas da regional Nordeste 1
(Bahia, Sergipe e Alagoas), o
que promove uma ótima opor-
tunidade de troca de experiên-
cias e de integração. Além
disso, a galera de Salvador está
organizando momentos cultu-
rais inesquecíveis, com muita
mística e animação!
O EREM será realizado
de 02 a 05 de junho, por isso já
vá arrumando as malas, que
esse EREM promete! Pergunte
a quem já foi a outros encon-
tros
Em breve divulgaremos
mais informações sobre o en-
contro, como programação e
preços e prazos de inscrição.
EREM - Salvador ECEM—Uberlândia
O Encontro Científico dos
Estudantes de Medicina
(ECEM) é um encontro nacio-
nal em que estudantes de Medi-
cina de várias universidades do
país trocam experiências e dis-
cutem acerca de temas impor-
tantíssimos para a formação de
um profissional médico consci-
ente e transformador da realida-
de. O evento conta com cerca
de 1000 estudantes e duração
de 8 dias.
O ECEM deste ano será rea-
lizado na cidade de Uberlândia-
MG nos dias 17 a 24 de julho e
terá como tema: “Saúde: Di-
reito ou Mercadoria?”. A pro-
gramação está muito boa, vale a
pena dar uma olhada no site do
encontro e no blog do CAMED.
Inscrições no encontro e inscri-
ções de trabalhos de pesquisa e
extensão já estão abertas no
site:
http://www.eventos.ufu.br/
index.php/ecem/41ecem
4
Por Vanessa Argôlo
(Turma 2009/2)
No próximo ano, a grade
curricular do curso de Medici-
na da UFS passará por uma
reforma. Esta não se trata de
um evento isolado, mas que
faz parte de um processo pelo
qual a maioria das Escolas
Médicas do Brasil vem pas-
sando nos últimos anos. Esses
acontecimentos se devem a
identificação de que o ensino
da medicina que se pautava no
modelo biomédico e hospita-
locêntrico, os chamados ensi-
nos tradicionais não forma-
vam profissionais preparados
para atenderem as reais neces-
sidades da população e que
estivessem habilitados para
atuar conforme a nova organi-
zação dos serviços de saúde,
posta em prática após a cria-
ção do Sistema Único de Saú-
de.
A educação médica na
UFS ainda é fundamentada no
modelo biomédico. Esse mé-
todo de ensino baseia-se num
relatório feito por Flexner em
1910, o qual objetivava expor
a situação das escolas médicas
dos EUA, que se apresenta-
vam de maneira caótica devi-
do a facilidade de criação e a
falta de padronização dessas
escolas. As recomendações de
reformulação do ensino médi-
co propostas por Flexner in-
fluenciaram todo o mundo,
atingindo as universidades
brasileiras que passaram a
adotar o modelo flexneriano
de ensino ou modelo tradicio-
nal.
As principais característi-
cas desse modelo são: divisão
do currículo em ciclo básico e
ciclo clínico, centrado no hos-
pital; estudo centrado na doen-
ça, e não na pessoa; modelo
de saúde-doença unicausal,
biologicista; fragmentação do
ensino e grande tendência a
especialização. O profissional
formado nesse modelo tem o
seguinte perfil: Pouco conhecimento e com-
promisso com a organização do
Sistema Único de Saúde;
Pouca compreensão da impor-
tância do trabalho em equipe
multiprofissional, com integração
de conhecimentos interdisciplina-
res, para uma assistência focada
na pessoa e em suas necessidades;
Fraca formação humanística,
psicológica, sociológica e filosó-
fica necessária a um profissional
médico;
Despreparado para o atendi-
mento das patologias prevalentes
segundo a epidemiologia das
diferentes regiões do país;
Pouco preparado psicologica-
mente para o exercício de sua
profissão;
Não comprometido com as-
pectos políticos e sociais que
propiciem a busca de soluções
para os problemas de saúde da
população;
As críticas recorrentes ao
setor da saúde, que acontece-
ram com maior intensidade e
freqüência a partir da década
de 1960 em todo o mundo,
pelo que se denominou a
“crise da medicina”, evidenci-
aram o descompromisso com
a realidade e as necessidades
da população. Estas constata-
ções provocaram intensa mo-
vimentação nos meios acadê-
micos, instituições internacio-
nais de saúde (Organização
Mundial da Saúde, Organiza-
ção Pan-Americana de Saúde
e outras), governos, institui-
ções representativas de classe
e na sociedade em geral.
No Brasil, estas discussões
culminaram com a criação do
Sistema Único de Saúde, que
reorganizava os serviços de
saúde e que concebia esta,
como um estado que não de-
pendia apenas da ausência de
doenças, mas também de di-
versos outros fatores, como o
bem estar psicológico, social,
econômico, cultural e político.
Para a efetivação desse siste-
ma e atendimento das necessi-
dades das populações, tornou-
se impreterível a reorientação
na formação dos profissionais
de saúde para que estes adé-
quem suas práticas ao novo
modo de entender saúde e
atuem em consonância com os
princípios e diretrizes do SUS.
Com o intuito de promover
essas mudanças, as Diretrizes
Curriculares Nacionais (DCN)
do Curso de Graduação em
Medicina definiram os princí-
pios, fundamentos, condições
e procedimentos da formação
de médicos e o perfil do médi-
co egresso como um profissio-
nal com formação generalista,
humanista, crítica e reflexiva,
capacitado a atuar, pautado em
princípios éticos, no processo
de saúde-doença em seus dife-
rentes níveis de atenção. De-
sempenhando ações de promo-
ção, prevenção, recuperação e
reabilitação à saúde, na pers-
pectiva da assistência, com
senso de responsabilidade soci-
al e compromisso com a cida-
dania, como promotor da saúde
integral do ser humano.
É nesse contexto que se
insere a Reforma Curricular
da Medicina na UFS, que foi
fruto de 10 anos de discussão
entre o Colegiado do Curso,
juntamente com gestões ante-
riores do CAMED. Apesar de
representar um avanço, a re-
forma ainda não altera profun-
damente o ensino, como ocor-
reu em diversas Universidades
do Brasil, a exemplo da cente-
nária UFBA. A principal mu-
dança é o aumento do interna-
to para dois anos, visto que as
outras alterações foram basi-
camente o agrupamento das
matérias em módulos, conti-
nuando com as mesmas emen-
tas e os mesmo professores.
Os alunos que já estão no
curso não serão afetados pela
reforma, que valerá apenas
para os ingressantes a partir de
2012. Porém, faz-se necessá-
rio que continuemos as dis-
cussões sobre o tema, para que
as gerações futuras recebam
uma formação que os prepare
de maneira mais efetiva para o
propósito de salvar vidas, pre-
venir doenças e promover
saúde, de acordo com as ne-
cessidades das populações no
mundo atual.
Reforma Curricular 2012 Do Básico ao Internato. O antes, o agora e o depois.
Veja agora o que mudará e se você será afetado.
CICLO BÁSICO
Período Disciplinas Créditos
1º
Anatomia I
Bioquímica
Psicologia Geral
Saúde e Sociedade
Prática Prim. Socorros
12 5 4 4 4
2º
Anatomia II
Biofísica
Biologia Celular
Embriologia
Medicina Social
Microbiologia Médica
6
5
5
3
6
5
3º
Fisiologia
Histologia
Imunologia Médica
Parasitologia
Interação Comunitária
10 5 4 5 6
4º
Medicina Comunitária I
Farmacologia
Proc. Patolog. Gerais
Atenção Básica em
Pediatria
Saúde Mental I
Metodologia Cientifica
5
5
6
4
5
4
INTERNATO
Período Disciplinas Créditos
9º
e
10º
Internato C. Médica
Internato Cirúrgica
Internato Pediatria
Internato G/O
Internato Med. Social
24
24
24
24
24
11º
e
12º
Internato C. Médica
Internato Cirúrgica
Internato Pediatria
Internato G/O
Internato Med. Social
24
24
24
24
24
CICLO CLÍNICO
Períod. Disciplinas Créditos
5º
Propedêutica Médica
Bases da Tec. Cirúrgica
Saúde Mental II
Epidemiologia
Medicina Legal e Deon-
tologia médica
10
10
4
5
5
6º
Medicina do Adulto I
(C+P+H+R)
Clínica Cirúrgica
Patologia Especial
Anestesiologia
12
10
5
4
7º
Saúde Mental III
Medicina da Criança e
do Adolescente
Medicina do Adulto II
(E+N+Ne+)
Saúde da Mulher I
5
12
10
5
8º
Saúde do Adulto III
(D. Ap.Dig + Ap.Ur)
Saúde da Mulher II
Imaginologia
Medicina Comunitária II
(DIP)
10
10
5
5
Nova Grade Curricular
5
O número de ligas acadêmicas
atuantes nos cursos de graduação
de medicina vem aumentando con-
sideravelmente. Esse fenômeno, no
entanto, não vem sendo acompa-
nhado de adequada reflexão sobre
seus determinantes, o papel das
ligas dentro das instituições ou
mesmo sua função pedagógica. É
de fundamental importância conhe-
cer um pouco a respeito do papel
destas ligas na formação médica,
na tentativa de suprir um pouco
essa lacuna e contribuir para esta
importante discussão.
Há ligas das mais variadas es-
pecialidades possíveis. Podemos
citar como exemplo: Liga do Trau-
ma, Liga de Cirurgia, Liga de Car-
diologia, Liga de Oftalmologia,
Liga de Medicina Intensiva, Liga
de Pediatria, Liga de Neurociên-
cias, Liga do Diabetes Mellitus,
Liga de Hepatite, dentre outras.
As Ligas Acadêmi-
cas surgem do interes-
se dos estudantes em
quererem se aprofundar mais sobre
uma determinada especialização ou
tema. Muitas são reconhecidas pelo
meio acadêmico e o seu desenvol-
vimento se dá através de atividades
teóricas e
práticas de
acordo com o
perfil da liga.
P ro fesso res
são convida-
dos a partici-
parem das
ligas como
orientadores
ou colabora-
dores. As
atividades teóricas podem ser au-
las, seminários, discussões de arti-
gos, apresentações de casos clíni-
cos. Já as atividades práticas con-
sistem em atendimento a pacientes,
participação de grupos, acompa-
nhamento de cirurgias etc. Na liga
também podem ser desenvolvidos
projetos de iniciação científica e
programas de assistência e de pre-
venção, atendendo aos três pilares
da universidade: ensino, pesquisa e
extensão, devendo ser de maneira
equilibrada.
A entrada de um estudante da
liga é regula-
da pelo esta-
tuto desta. A
maioria tem
como pré-
requisito que
o aluno esteja
cursando no
mínimo um
determinado
período para
que possa
aproveitar melhor as atividades e
sua entrada se dá por meio de um
processo seletivo e/ou entrevista,
muitas vezes antecedidos por um
curso preparatório.
Antes de decidir participar de
uma liga, o estudante deve ter em
mente que elas não são apenas um
grupo de estudo, teste vocacional
para a futura especialização ou
algo que veio pra suprir falha no
currículo. Deve-se procurar saber o
que ela tem a oferecer para você
como estudante e para sua futura
formação profissional.
Não é desejável que as ligas se
tornem simplesmente estágios ex-
tracurriculares, com algumas aulas,
atividades de ambulatório ou plan-
tões em determinada especialidade.
Nem tampouco que a atuação nelas
seja apenas mais uma forma de
aumentar os curriculum vitae dos
alunos com certificados de partici-
pação ou que sirvam simplesmente
para preencher lacunas curricula-
res, diminuindo o envolvimento e o
interesse - tanto de discentes quan-
to de docentes - na discussão sobre
mudanças curriculares necessárias.
Ligas Acadêmicas
Por Larissa Tiziane e Filipe
Emanuel
(Turmas 2008/1 e 2009/2)
LIGATI - Liga de Anestesiologia e Terapia
Intensiva de Sergipe
Contato: [email protected]
Períodos: A partir do 7°
LINESE - Liga de Nefrologia de Sergipe
Contato: [email protected]
Períodos: A partir do 7°
LACS - Liga Acadêmica de Cirurgia de SE
Contato: [email protected]
Períodos: A partir do 6°
LICARDIO - Liga de Cardiologia de SE
Site: http://licardio-sergipe.blogspot.com/
Contato: [email protected]
Períodos: A partir do 7°
LARAS - Liga de Alergias Respiratórias e
Afecções de Vias Aéreas Superiores
Contato: [email protected]
Períodos: A partit do 5°
LIAR-SE - Liga de Reumatologia de Sergipe
Site: http://liarufs.blog.com/
Contato: [email protected]
Períodos: A partit do 5°
LIHOP-SE - Liga de Hematologia e Oncolo-
gia Pediátrica de Sergipe Contato: Professora Rosana
LAPED - Liga Acadêmica de Pediatria UFS
Conheça as Ligas: LIGA-SE - Liga de Trauma
Site: http://liga-sergipe.blogspot.com/
Contato: [email protected]
Períodos: Qualquer período
LigaOs - Liga de Oftalmologia Site: http://www.ligaos.com.br/
Contato: [email protected]
Períodos: Qualquer período
LITRAUMA - Liga Acadêmica do Trauma
Site: http://litraumaufs.blogspot.com/
Contato: [email protected]
Períodos: Qualquer Período
LAD-SE - Liga de Diabetes de Sergipe
Contato: [email protected]
Períodos: Qualquer Período
LEOS - Liga Estudantil de Oncologia de SE
Site: http://www.ligadeoncologia.com
Contato: [email protected]
Períodos: Qualquer Período - Acesso Livre
LAMFAC - Liga de Medicina de Família e
Comunidade
Período: Qualquer período;
LISEQ - Liga Sergipana de Queimaduras
Site: http://sites.google.com/site/
lisequeimaduras/
Contato: [email protected]
LICESE - Liga de Cefaléia de Sergipe Períodos: A partit do 5°
NEUROLIGA-SE - Liga de Neurociências de
Sergipe
Site: http://neuroligase.blogspot.com/
Contato: [email protected]
Períodos: A partir do 5°
LIOTS - Liga de Ortopedia e Traumatologia
de Sergipe
Site: http://www.liots-blog.blogspot.com/
Contato: [email protected]
Períodos: A partir do 5°
LICASE - Liga de Cirurgia vascular e angio-
logia
Site: http://licase.med.br/blog/
Contato: [email protected]
Períodos: Não definido
LIOSE - Liga de Otorrinolaringologia de SE
Site: http://liose.blogspot.com/
Contato: [email protected]
Períodos: A partir do 6°
LATIS - Liga Acadêmica de Terapia intensi-
va de Sergipe
Site: http://latisufs.blogspot.com/
Contato: [email protected]
Períodos: A partir do 6°
Liga de Hepatite de Sergipe Site: http://ligadehepatitesdesergipe.webnode.
com.br/
Contato: [email protected]
Períodos: A partir do 6°
O Papel das Ligas
6
Mudanças no HU estão por vir
De que forma essas mudanças podem intervir no seu funcionamento e no cotidiano dos estudantes?
Até o final da década de 80, os
estudantes da área da saúde na U-
niversidade Federal de Sergipe
desempenhavam as suas práticas
no Hospital de Cirurgia, pois não
possuíam um Hospital Universitá-
rio para atender às suas demandas
da graduação de forma adequada.
Longe de o Cirurgia atender a es-
sas demandas, a cada ano que pas-
sava a situação dos estudantes fica-
va cada vez mais insustentável.
Esse quadro mudou quando os
estudantes, ao tomarem consciên-
cia do seu protagonismo nas trans-
formações e decisões da Universi-
dade, mobilizaram-se, junto a pro-
fessores e profissionais da saúde
para reivindicar o que lhes era de
direito: um Hospital-escola.
Com muito esforço e muita
luta, os estudantes da UFS daquela
época conseguiram mobilizar vá-
rios setores da sociedade e con-
quistaram o nosso HU, o qual foi
instalado num prédio onde antes
funcionava o sanatório da cidade.
O esforço valeu a pena. E não foi
só em Aracaju que o processo se
deu dessa maneira. Em várias Uni-
versidades do país, estudantes tam-
bém recorreram à mobilização e
conquistaram um hospital-escola.
Infelizmente, ainda existem muitos
cursos de medicina no país sem um
HU próprio, apenas com hospitais
conveniados.
A conquista do HU foi sem
dúvida um fato muito importante
na saúde do estado. Já pensou co-
mo seria cursar medicina sem um
Hospital Universitário para os estu-
dantes realizarem suas práticas?
Difícil de imaginar tal situação,
não é? Afinal, já estamos todos
acostumados com ele. Por mais
que o nosso HU tenha as suas defi-
ciências, é ele quem garante o a-
prendizado dos estudantes e o aces-
so da população desde consultas
até procedimentos de alta comple-
xidade e com tecnologia de ponta.
Mas e se lhe dissessem que o nosso
HU está correndo um sério perigo
que pode afetar estudantes, traba-
lhadores e a população em geral
assistida pelo hospital? Com a a-
provação da MP 520 muita coisa
pode mudar em nosso Hospital
Universitário. Não está sabendo de
nada disso? Muita gente também
não e tenha certeza de que isso não
é por acaso.
No dia 31 de dezembro de
2010, foi assinada uma Medida
Provisória (MP 520) que autoriza a
criação de uma empresa pública de
direito privado para gerir os HU‟s
do país. É a Empresa Brasileira
de Serviços Hospitalares S.A.
(EBSERH). Segundo o governo, a
medida é necessária para regulari-
zar a situação de mais de 26 mil
trabalhadores dos hospitais, pois o
Tribunal de Contas da União já
vinha há algum tempo encontrando
ilegalidades nessas contratações e
deu o prazo até 31 de dezembro
para que as coisas normalizassem.
Mas o que pode mudar em nosso
HU com a criação dessa empresa?
Primeiramente, deve-se com-
preender que, por mais que seja
uma empresa considerada pública,
ela tem caráter privado. Então, por
mais que a empresa não tenha fins
diretamente lucrativos, ela abre
espaço para que a lógica do lucro
chegue ao Hospital Universitário.
Mas como isso poderia acontecer
dentro de um hospital PÚBLICO,
isso não seria um contra-senso?
Pois saiba que isso já acontece em
vários hospitais públicos do país
administrados por empresas priva-
das (as chamadas Fundações Esta-
tais de Direito Privado ou as Orga-
nizações Sociais). Como exemplo,
temos os Hospitais das Clínicas de
São Paulo e Porto Alegre. Nesses
hospitais públicos, existem alas
distintas para pacientes convenia-
dos com planos de saúde e pacien-
tes sem convênio. Dentro de um
mesmo hospital, de um lado, entra-
da de mármore, leitos grandes,
arrumadinhos, cheirosos e com ar-
condicionado para quem pode pa-
gar por um plano de saúde e do
outro, leitos comuns para pacientes
que dependem apenas do SUS para
ter assistência à saúde. Um sistema
de “dupla porta”. Com a MP 520
isso pode acontecer com o nosso
HU também. É para esse tipo de
lógica que nós, estudantes de medi-
cina, queremos ser formados? A-
credito que não.
A possibilidade de dupla porta
nos HU‟s existe, pois a Medida
Provisória prevê a possibilidade de
que os recursos da EBSERH sejam
advindos de “convênios”, além de
recursos de pessoas jurídicas de
direito privado, como diz o Art. 9º,
incisos I e II da MP: “Constituem
recursos da EBSERH: I - as recei-
tas decorrentes dos acordos e con-
vênios que realizar com entidades
nacionais e internacionais; II -
doações, legados, subvenções e
outros recursos que lhe forem des-
tinados por pessoas físicas ou jurí-
dicas de direito público ou priva-
do;”. Esses investimentos, com
certeza, teriam que dar um retorno
aos investidores para valer a pena:
planos de saúde poderiam investir
na empresa para tirar proveito do
hospital e atender aos interesses de
grandes empresários. E se uma
Universidade particular injetasse
dinheiro nessa empresa? Podería-
mos perder espaço para nossas
práticas? Afinal, toda empresa fe-
cha contrato com a melhor pro-
po$ta.
Além disso, com a MP 520, os
trabalhadores do HU serão terceiri-
zados, tendo suas condições de
trabalho precarizadas e a estabili-
dade no emprego comprometida,
pois o regime de trabalho seria o
CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho) em detrimento ao regime
estatutário (funcionários concursa-
dos). Com isso, esses mesmos tra-
balhadores que um dia lutaram pela
conquista do HU, qualquer mani-
festaçãozinha que eles fizerem para
melhorar nosso querido hospital,
seriam facilmente demitidos pela
flexibilização do regime CLT. A-
lém disso, a terceirização acaba
gerando a rotatividade típica do
setor privado no serviço público,
comprometendo a continuidade e a
qualidade do atendimento. Será
que mais concursos públicos ao
invés de terceirização do quadro de
servidores não seria uma melhor
alternativa?
O HU está visceralmente ligado
à Universidade, portanto, é uma
instituição que deve servir às de-
mandas da população através do
famoso tripé: ensino, pesquisa e
extensão. Para desenvolver essas
ações, a Universidade dispõe cons-
titucionalmente de autonomia fren-
te a outras entidades, inclusive às
esferas de governo. Passando a
gestão dos HU‟s para a empresa,
essa autonomia estaria sendo que-
brada. Com a empresa gerindo o
hospital, ela estabeleceria metas de (Continua na página 7)
“Eu tô sem segurança, sem transporte, sem trabalho, sem
lazer
Eu num tenho educação, mas saúde eu quero ter
Já paguei minha promessa, não sei o que fazer!
Já paguei os meus impostos, não sei pra quê?
Eles sempre dão a mesma desculpa esfarrapada:
‘A saúde pública está sem verba’
E eu num tenho condições de correr pra privada
Eu já tô na merda.”
Sem saúde – Gabriel, o Pensador
7
Queria, inicialmente, pedir aos estudantes
mais desatentos do HU que reparassem na pla-
ca de entrada do nosso Ambulatório. Quem
olhar, perceberá que em tal placa estará escrito
“Ambulatório Alexandre Mendes de Oliveira”.
Não é à toa. Alexandre Mendes, Xande, ou
apenas “o mala”, como era carinhosamente
conhecido, foi um estudante de medicina da
UFS que marcou a História. Atuou ativamente
no Camed e também na DENEM (Direção Exe-
cutiva Nacional dos Estudantes de Medicina)
em busca de melhorias no nosso curso e de uma
saúde pública de qualidade. Faleceu precoce-
mente num acidente de trânsito, a caminho de
uma reunião da Coordenação Regional Nordes-
te I. Merece ser relembrado e homenageado.
Infelizmente é bem verdade, os bons morrem
jovens.
Nada melhor para conhecer “o mala” do
que através de um texto escrito por quem con-
viveu com tal ator histórico do nosso Camed.
Segue abaixo então uma homenagem feita, à
época do falecimento de Xande, por Cláudio de
Almeida Quadros, então Coordenador Geral da
DENEM. Como disse o próprio Cláudio no
texto, “Um grande abraço companheiro, você
vive.”
-
“Alexandre Mendes de Oliveira – „O
MALA‟
A Humanidade perdeu um de seus filhos queri-
dos na tarde de sábado, dia 03 de junho de
1995. Alexandre Mendes de Oliveira, 22 anos,
cabelos castanhos, olhos azuis, fala mansa e
pausada.
Nosso querido Alexandre, Xande, o “mala”
de Aracaju. Não recordo uma só vez de ter en-
contrado esse nosso amigo irritado, zangado
com alguém, falando alto ou desiludido. Diante
dos problemas, ele vinha, botava o braço sobre
os ombros, fazia um gracejo irreverente e abria
aquela risada. Risada simples, espontânea, fácil
e verdadeira. Risada do nosso Xande, o “mala”.
Passou em primeiro lugar no vestibular de me-
dicina da Universidade Federal de Sergipe, mas
garanto que poucos sabiam. A simplicidade
desde nosso Sergipano o transformava em fer-
mento, ele realizava, concretizava, fazia o mo-
vimento crescer e não aparecia. Dava aquele
sorriso irônico e vamos em frente... Pintava,
fazia poesia, esse nosso “Poeta Político”.
Homem de poucas palavras, invés de gostar
de falar em público, preferia os grupos meno-
res, o contato com os amigos.
Companheiro de verdade, “sem medo de ser
feliz”, estava em todas, não recusava empreita-
da. Era, como o povo fala em nossa terra, “Pau
pra toda obra”.
Coordenador do Centro Acadêmico de Me-
dicina da Universidade Federal de Sergipe,
Coordenador da Regional Nordeste I da DE-
NEM e atualmente Assessor de Políticas de
Saúde. Você nos deixa o coração apertado,
Xande, como ficarão nossos Encontros e Reu-
niões sem você. Quem vai alegrar quando a
“barra engrossa”?
No sábado a tarde, esperando o início da
reunião da Regional Nordeste I, estava o nosso
companheiro comendo carangueijo e tomando
cerveja, quando ao pagar a conta notou que não
tinha dinheiro. Pra que dinheiro NE Xande, na
sua vida você não dava importância a esses
detalhes.
Foi dirigindo sozinho buscar a grana quan-
do o acidente ocorreu. Ficou desacordado e o
socorro demorou. Xande, nossa fraternidade em
pessoa a espera de um filho de Deus para levá-
lo ao Hospital. Chegando no Pronto Socorro,
deparou-se com a ineficiência, descompromis-
so, debilidade de um sistema de saúde que tanto
procurava transformar.
É companheiro Xande, você era tão bom
que a vida só nos previlegiou alguns anos de
convívio contigo. Onde você estiver sabemos
que estará bem. Talvez conscientizando as es-
trelas, sindicalizando os anjos ou defendendo a
luz do sol. Você estará bem, nós é que ficare-
mos com aquele aperto no peito e muitas sauda-
des.
A vida que sua lembrança nos transmite nos
dá força para continuar seguindo o caminho
que nos sempre uniu, A Defesa da Vida. O de-
sejo de universalizarmos a saúde, a felicidade,
o prazer, a vida.
Um grande abraço companheiro, você vive.
Cláudio de Almeida Quadros
Coordenador Geral da DENEM”
desempenho para os atendimentos
dentro do HU (segundo o texto da
própria MP). Ora, como pode se
estabelecer metas para isso? A
lógica da produtividade é incompa-
tível com uma instituição de ensi-
no, já que deve ser priorizada a
qualidade da formação, e não a
quantidade de atendimentos. Para
que os estudantes possam atender
aos pacientes e aprender com eles,
é necessário tempo e reflexão para
que o aprendizado seja realizado
com qualidade. Já pensou você ter
meta para atender “X” pacientes
numa manhã?
Com tantos ônus para trabalhado-
res, estudantes e usuários, como a
população está reagindo à essa
medida?
No Brasil inteiro, estudantes, ser-
vidores, profissionais da saúde,
sindicatos e entidades estão se mo-
bilizando contra essa medida. No
dia 7 de abril, Dia Mundial da Saú-
de, ocorreram mobilizações em
todo o país contra as formas de
privatização da saúde, incluindo a
MP 520. Na UFPB, o Conselho
Universitário aprovou posiciona-
mento contrário à medida; Na
UFC, estudantes paralisaram as
atividades do HU e foram às ruas
em protesto. Na UFS, ocorreram
diversas paralisações com indicati-
vo de greve dos servidores, além
de atos públicos em frente ao hos-
pital e no Campus São Cristovão.
Entretanto, as manifestações tem
tido pouca expressividade, pois os
estudantes ainda não aderiram a
elas. As entidades representativas
dos estudantes da área da saúde no
país assinaram um manifesto em
repúdio a tal medida. A DENEM
(Direção Executiva Nacional dos
Estudantes de Medicina), inclusive,
está organizando uma campanha
nacional contra a MP 520. Deu pra
ter idéia da repercussão que isso
vem tendo?
E aí, será que é isso que nós que-
remos para o nosso Hospital Uni-
versitário? Educação, saúde e con-
dições de trabalho cada vez mais
precarizadas? Vamos ficar parados
ou relembrar as mobilizações do
final da década de 80 que permiti-
ram aos estudantes ter acesso a
uma educação médica de melhor
qualidade? Será que as lutas de
outrora vão acabar sendo em vão?
Por Alisson Sampaio
(Turma 2009/1)
O Mala, eternamente...
Alexandre Mendes, Xande, o “Mala”
8
Semana de Recepção dos Calouros 2011/1
Acolhimento, Integração,
Conscientização e Descontração.
Essas foram as características mar-
cantes da 6ª edição da Semana de
Recepção dos Calouros. Como de
praxe, os calouros tiveram suas
aulas canceladas na primeira sema-
na do período e participaram em
número expressivo das atividades
preparadas com toda a dedicação
pelos integrantes do CAMED.
A semana foi recheada de dinâ-
micas, que foram utilizadas para
apresentação, descontração e para
suscitar discussões, a exemplo da
dinâmica da bexiga com a qual foi
iniciada a conversa sobre a grande
competitividade que existe entre os
vestibulandos e que deve ser deixa-
da de lado na vida universitária.
Além disso, tivemos a tradição da
“Caça ao Tesouro” que permite a
integração entre calouros e vetera-
nos, e auxilia no conhecimento de
locais importantes da UFS.
Temas como Sistemas Públicos
de Saúde, do Brasil e de outros
países do mundo; doação de Medu-
la Óssea; Valores que devem per-
mear a conduta dos estudantes e
dos futuros médicos; e organização
estudantil, tiveram presença garan-
tida na SRC. Eles foram abordados
através de palestras e oficinas, que
tinham o intuito de estimular o
olhar crítico acerca de assuntos de
grande relevância para nós, en-
quanto estudantes de medicina e
futuros profissionais da saúde.
A SRC contou ainda com outras
atividades como Happy Hour, co-
nhecendo o HU, piquenique no
Parque da Sementeira e a Noite de
Jaleco. Esta última é um dos mo-
mentos mais emocionantes, pois
relembramos todos os dias da Se-
mana de Recepção e contamos com
a presença dos pais, que se sentem
muito realizados por poderem par-
ticipar do evento que marca a en-
trada de seus filhos na Universida-
de.
Em suma, a SRC foi um suces-
so! Ela cumpriu o seu objetivo de
acolher os nossos novos colegas de
curso e de mostrar um pouco desse
novo mundo que é a Universidade.
Frase de Impacto: A tradição da SRC mais uma vez foi um sucesso de solidariedade a aprendizado!
Festa de Calourada
Ao som de “Glu-Glu!! Ie-Ié!!”
e regada ao tradicional sorinho, os
nossos calouros passaram definiti-
vamente a fazer parte do grupo tão
seleto do estado: Estudantes de
Medicina da Universidade Federal
de Sergipe.
No ano do Jubileu de Ouro da
Faculdade, o CAMED, mais uma
vez junto com o Suburbia, prepa-
rou uma festa de calourada com a
intenção de que os calouros e os
veteranos relaxassem um pouco,
depois de mais de um mês de aula.
A festa teve início com o sambinha
mais que animado da banda “Nossa
Versão”, sobre o comando do ex-
professor de embriologia Silvio
Santos todos sambaram e cantaram
músicas antigas e novas. A casa
ainda estava começando a encher
quando o “DJ Marcos Mad” entrou
e fez do Suburbia uma grande boa-
te. Logo veio “Forró Brasil” e fez
com que todos batessem coxa, to-
dos roçassem mijador com mija-
dor. Então veio a tão esperada du-
pla dinâmica. Thales, nosso colega
de curso, junto com seu parceiro
Léo, de odontologia, fizeram a
multidão colocar a mãozinha para
frente, cinturinha para trás, rebolar
para o lado e cantar o “Glu-Glu!!
Ié-Ié!!”, dando o “zig nas mulhé”.
O sucesso do You Tube com mais
de 23 mil acessos fez sucesso e
deixou todos muito mais animados
do que já estavam.
E enquanto todos curtiam as
bandas os veteranos, Larissa, Mi-
rella, Polinômios, Vanessa e Ro-
berto distribuíam o tradicional sori-
nho. Só uma observação, Roberto
não mais servirá, afinal ele bebe
mais do que serve, no caso de Mi-
rella temos que analisar isso tam-
bém. Willi e João, não se preocu-
pem que na
próxima terá
mais sori-
nho, será
enchendo e
derramando!
Agora fica
um recado,
2011.2 vem
aí e temos a
obrigação de
manter a
tradição de toda calourada ser me-
lhor do que as anteriores!
“Quem não foi perdeu e quem foi
quer ir de novo!!!”
Parabéns calouros e sejam bem
vindos!!
Mais uma vez o Suburbia tremeu com a Calourada de Medicina!
Depoimento de um Calouro!
"Desde o começo estávamos muito ansiosos para aproveitar a festa e com um pouco de receio de não
atender as nossas esperanças de ser uma das maiores calouradas de todos os tempos, mas felizmen-
te superou todas as expectativas. Foi tão imprevisível, quanto um terremoto, fez todo mundo balançar ao
som de bregma da paixão e convidados, a casa lotou, estremeceu tudo, literalmente. Aproximou muito o pes-
soal. Alegria foi o que não faltou, pelo contrário, sobrou até demais. Foi uma felicidade ver todos se diver-
tindo e dançando... Esses veteranos sabem como recepcionar um calouro, depois da maravilhosa semana de
recepção, eles aparecem com uma calourada tão legal e fascinante, que só aumenta orgulho de fazer parte
dessa família chamada Medicina UFS... Muito obrigado aos organizadores, em especial a Susana e Mota,
por alegrarem a nossa vida de calouro.
Próximo período se Deus quiser tem mais, É glu glu yé yé..."
João Manoel - Calouro 2011.1
Por Rodrigo Mota
Turma 2009/2
Depoimento de um
Calouro!
Como estudante, a
SRC foi fundamental na
minha entrada na Univer-
sidade. Com atividades e
palestras ao longo da se-
mana conhecemos um
pouco mais do que
significa ser médico e
como anda a saúde no Brasil. Mas é
claro que também não podia faltar
momentos de descontração, seja no
Happy Hour, na orla ou na tão es-
perada “caça ao tesouro”. E para
finalizar a semana, a Noite do Jale-
co, em que pudemos celebrar nos-
sas conquistas com aqueles que
foram fundamentais para alcançá-
las. De forma descontraída, sem
perder a seriedade, o CAMED nos
proporcionou umas verdadeiras
Boas-Vindas. Só nos resta, como
futuros veteranos, trabalhar para
que as próximas SRCs sejam me-
lhores ainda.
Marcel Andrade - Calouro 2011.1 Por Vanessa Argôlo
Turma 2009/2
9
Assim como a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de
Sergipe completa seus 50 anos de existência, o Centro Acadêmico de
Medicina da UFS também completa os seu jubileu de ouro, e para
contar um pouco da história do CAMED, decidimos publicar textos
que contam um pouco da sua história por décadas. Os textos foram
escritos baseados em depoimentos de pessoas que fizeram parte do
CAMED nas suas respectivas décadas em um projeto de pesquisa
realizado na disciplina de História da Medicina, ministrada pelo Pro-
fessor Henrique Batista, pelas alunas Flavianne Sobral Cardoso, Kari-
na Nunes dos Santos, Marcela Sampaio Lima e Marta Dória dos San-
tos.
Nesta edição trazemos o texto referente a década de 60.
Boa Leitura!
Década de 60
O centro acadêmico remota a fundação da Faculdade do curso de medicina
do Estado, com a primeira turma do curso. O C.A não surgiu com a Universida-
de, ele surgiu em 1961, e este ano completa 50 anos de existência. Naquele mo-
mento, teve um papel importante, porque a participação dos estudantes da pri-
meira turma contribuiu para o desenvolvimento do curso, já que era novo, com
uma série de preocupações, inclusive com a manutenção do ensino, que era par-
ticular (da Fundação do Ensino Médico ) até 1968. E apesar de ter apenas nove
estudantes na primeira turma, eles conseguiram organizar e desenvolver um Di-
retório Acadêmico.
O diretório acadêmico tomou mais corpo quando a Faculdade foi transferida
do Instituto Parreira Horta para o Hospital Cirurgia em 1963, devido a este pos-
suir uma estrutura mais adequada para o funcionamento do Diretório. N e s s a
época, discutia-se no Diretório não só os problemas do curso como também as
questões políticas, era um período de muita agitação. O funcionamento deste
órgão dependia do perfil das pessoas que o assumiam. Houve épocas em que a
questão política ficou esquecida, deva-se mais ênfase às questões sociais e co-
memorativas.
Com o golpe militar de 64, existiu uma grande restrição aos diretórios que passa-
ram a trabalhar de forma isolada sem poderem atuar politicamente.
Apesar de os estudante de medicina terem uma tendência à alienação, a eferves-
cência política da época criava um forte sentimento de participação. Alguns estudan-
tes foram presos, como Carlos Hardman Cortes ( estudante da primeira turma ), e
outros, que para não serem pre-
sos, saíram do país, só retornando
após a anistia.
Em 68, com a instituição do
AI-5, aumentou-se a repressão,
fato que mobilizou os estudantes
a organizarem a primeira greve do Estado, em agosto desse mesmo ano. Os mili-
tares, então mandaram uma ordem para expulsar da Universidade os estudantes
mais atuantes do Movimento. No entanto, essa ordem não foi cumprida, devido à
postura firme do primeiro reitor da Universidade, o Sr. João Cardoso.
Por fim, em relação às discussões do Centro sobre o curso em si, não se dife-
renciavam tanto das atuais, baseando-se em qualidade de ensino, espaço físico,
biblioteca, treinamento. Etc.
“ Eu não me arrependo da minha participação no Movimento Estudantil, por-
que ele me moldou dentro do pensamento socialista e, tenho certeza, não mudei
em nada de 68 para cá. As circunstâncias podem ter mudado, mas o meu pensa-
mento continua o mesmo.„‟
CAMED 50 Anos
Hospital Cirurgia. E Dr. Augusto César Leite,
que dá nome ao CAMED e o principal idealiza-
dor do Hospital.
Ajude-nos a construir, conhecer e divulgar o histórico do CAMED.Você possui fotos, notícias, material antigo sobre o CAMED e
sua história?! Envie-nos através do email: [email protected]
10
Estágios Internacionais em Prática e Pesquisa Médica! Você sempre quis fazer um intercâmbio na área médica, mas achava que era muito complicado?
A CLEV leva você para vários lugares do mundo!
Conhecer uma cultura diferente, aprender um novo idioma, fazer amizades, partilhar estilos de vida, tro-
car experiências profissionais, vivenciar realidade social, política e econômica distinta da habitual, adquirir
muito conhecimento prático, tornar-se cidadão do mundo. Não faltam motivos para o estudante embarcar na
inesquecível experiência de morar temporariamente em um outro país. Os estágios internacionais são, sem
dúvida, oportunidades únicas que permitem uma agregação de valores ímpar e um incrível crescimento pes-
soal, em todos os campos da vida, não só na carreira.
A CLEV (Coordenação Local de Estágios e Vivências), uma das coordenações do CAMED, em parceria
com a DENEM (Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina) e a IFMSA (Federação Internacio-
nal das Associações dos Estudantes de Medicina), promove os estágios internacionais de Prática e Pesquisa
Médica. Esses estágios são de extrema importância para que o estudante possa co-
nhecer como é o ensino médico e o sistema de saúde de outro país, incrementar sua
formação, e trazer as experiências para sua faculdade e país de origem. SAIBA MAIS!
Entre 2007 e janeiro de 2011, 16
alunos da UFS concluíram Está-
gio Internacional, em especiali-
dades e países diversos. A UFS já
recebeu 10 alunos pelos estágios
internacionais.
Entre 2005 e 2007, as CLEVs
realizavam Estágios Nacionais
pela DENEM, mas a nova lei dos
estágios forçou a paralisação
desse tipo de intercâmbio por
tempo indeterminado.
Quer viajar? Fique atento ao
edital, divulgado sempre no
segundo semestre, e confira as
dicas para acumular pontos:
- Ser Anfitrião/Padrinho;
- Atividades extracurriculares
(monitoria, extensão, ligas acadê-
micas, estágios extracurriculares,
projeto de pesquisa/iniciação cien-
tífica, cursos de ligas, jornadas,
simpósios e congressos);
- Participação no CA (gestão ou
rede de apoio);
- Representação estudantil em
departamentos, conselhos e colegi-
ado;
- Publicação de trabalho em revis-
ta científica;
- Publicação ou apresentação em
congressos, jornadas e simpósios
- Participação em fóruns e eventos
da DENEM e do CA, como EREM,
COBREM, ECEM, etc;
- Participar de eventos esportivos
do CA, como a COPAMED;
- E outros mais...
Custo inicial: 170 euros, além
das passagens de ida e volta. O
estágio dura em torno de 4 sema-
nas e o aluno tem direito à aco-
modação e uma refeição diária.
E sempre há um padrinho
(aluno) que atua como guia aca-
dêmico e turístico.
Intercâmbios de
Prática Médica
O SCOPE é um
programa de in-
tercâmbios inter-
nacionais em prática médica pro-
movido pela IFMSA e pela DE-
NEM, que possui como objetivos
a aquisição de conhecimentos mé-
dicos, a troca de experiências cul-
turais e a participação em progra-
mas sociais em um país estrangei-
ro. Quando selecionado o estudan-
te participa de um estágio com
duração de um mês, clínico ou
cirúrgico, em um hospital de uma
das universidades participantes, no
país escolhido.
O programa de intercâmbio
oferece ao estudante a oportunida-
de única de uma experiência edu-
cacional e cultural. Além disso, há
também a contribuição para que
os estudantes ampliem sua visão
em relação à saúde e à sociedade.
As oportunidades podem ser em
todos os campos clínicos e pré-
clínicos em Medicina. A duração
do estágio é de quatro semanas e
ele acontece em Inglês ou na lín-
gua oficial do país de destino. A seleção do SCOPE é feita
junto com o SCORE. É realizada
uma seleção anual, por volta dos
meses de setembro e outubro ba-
seada em diversos critérios de
pontuação (Veja ao lado como
pontuar).
Intercâmbios de
Pesquisa Médica
O SCORE é um
programa de inter-
câmbios interna-
cionais em pes-
quisa científica, que proporciona
a experiência única de o estudan-
te se envolver e conhecer ativida-
des de pesquisa clínica e pré-
clínica em um país estrangeiro. O
intercambista passa a fazer parte
de um grupo de pesquisa existen-
te e é acompanhado por um tutor.
O estudante será orientado
pelos princípios básicos da pes-
quisa, tal como estudo de literatu-
ra, coleta de informações, elabo-
ração de artigo científico, traba-
lho em laboratório, aspectos esta-
tísticos e éticos.
O desenvolvimento do estágio
depende diretamente do conheci-
mento prévio do assunto que o
estudante tem e mais ainda do
interesse demonstrado. A possibi-
lidade de participar de uma pes-
quisa em outro país contribui para
ampliar o horizonte profissional e
humanístico do estudante; intro-
duz uma diferente abordagem à
pesquisa, educação médica, cui-
dados de saúde e ética. Através
deste programa esperamos contri-
buir para a cooperação internacio-
nal e para o entendimento pelos
estudantes que a pesquisa vai
além dos laboratórios e tem gran-
de importância na vida das pesso-
as.
Núcleo Brasil-Cuba
O NBC é um
programa de
intercâmbio
entre Brasil e
Cuba, com a
proposta de proporcionar aos aca-
dêmicos de medicina de ambos os
países a oportunidade de conhecer
os sistemas de saúde do país anfi-
trião em todos os seus níveis de
estruturação. É resultante de uma
parceria entre a DENEM e a FEU
(Federação Estudantil Universitá-
ria de Cuba).
O estudante tem a chance de
conhecer o sistema de saúde na
cidade de Havana onde são apre-
sentadas as realidades social, de
saúde, política e cultural, além de
conhecer a Universidade de Hava-
na e conversar com os estudantes
observando como se estrutura a
educação médica neste país. Tudo
isso acompanhado por um tutor e
de outros estudantes brasileiros de
medicina.
É realizada uma seleção anual,
em que são selecionados quinze
alunos em todo o Brasil. O inter-
cambista fica em Cuba por quinze
dias, com alimentação e hospeda-
gem incluídas.
SCOPE SCORE NBC
Fique por dentro! De 29 de abril a 1 de maio ocorrereu em Florianópolis-SC o ECEV 2011 – Encontro de Capacitação em
Estágios e Vivências, sediado pela UFSC e organizado pelo CALIMED e pela CEV/DENEM. O estudante
Filipe (Furão) esteve presente representando os estudantes de medicina da UFS e o CAMED. Este evento,
tem o intuito de capacitar e preparar as CLEVs para a organização dos estágios locais e internacionais. Pro-
porcionando mais qualidade na informação e melhor auxílio aos seus estudantes durante os processos seleti-
vos. Além do que ter representante do CA no ECEV também é um dos critérios que dá pontos a todos.
Para mais informações, en-
trem em contato com a CLEV
UFS pelo email:
Por Filipe Emanuel
(Furão) Turma 2009/2
11
De 20 a 26 de fevereiro, ocorreu o 22° ELV-SUS, construído pelo Di-
retório Acadêmico de Medicina da UFBA, o DAMED, e apoiado pela Fa-
culdade. Este ano o estágio foi realizado na cidade de Vitória da Conquis-
ta, sudoeste da Bahia, por ser uma cidade referência em saúde pública.
Mas o que é o ELV?
O ELV é um estágio em que estudantes, prioritariamente calouros,
passam quatro dias vivenciando a realidade do Sistema Único de Saúde
nos três níveis de atenção: primária, secundária e terciária, além de um dia
especial para conhecer a rede de saúde mental. O estágio do DAMED lem-
bra de longe a vivência realizada pelo CAMED durante as Semanas de
Recepção, em que os calouros vivenciam apenas Unidades Básicas de saú-
de (atenção primaria). A vivência é feita em grupos durante todo o dia e os
estagiários, sem interferência dos monitores, exploram o SUS, e a cada
noite há sempre uma discussão sobre temas pertinentes a saúde e a nossa
formação. Tudo isso pensado como bem escreveu Paulo Freire “Ninguém
educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si,
midiatizados pelo mundo.”
Mas porque eu escrevi sobre o ELV? É que nesse ELV, eu e Alisson
Sampaio fomos convidados a participar. E como experiência não se guar-
da, se compartilha, escrevi. E o que é bom é pra ser copiado, então, já faço
um convite àqueles que tiverem interesse a se juntarem com o CAMED para construir o nosso 1º ELV-SUS.
Estágio Local de Vivência no SUS (ELV-SUS)
Por Luís Filipe
(Polinômios) Turma 2009/2
Depoimento do Calouro Jon (UFBA / ELV)
Sempre tive essa relutância em acreditar no óbvio. Sou o último a ver a ficha cair e, às vezes, vejo até vantagens em curtir mais um pouco a
onda psicodélica de felicidade resultante de uma notícia extraordinariamente boa. Após a alegria do resultado do vestibular, a felicidade da come-
moração e dos infinitos abraços, a emoção da matrícula, a possibilidade de desfrutar de uma pseudo vida social da qual me abdiquei ano passado,
veio à grande surpresa, o ELV-SUS (Estágio Local de Vivência - SUS).
Cheguei meio que tímido e receoso sobre tudo. Inerte, na verdade. E voltei uma nova pessoa. Acho que cresci seis anos em seis dias e ainda
estou aqui, rememorando cada detalhe, cada gesto e cada olhar vivenciado. Incrível é descobrir o quanto estamos aptos a conhecer mais sobre nós
mesmos. Que uma palavra de afeto a qual, para muitos possa ser mera banalidade, para outros, pode ser um tudo. Que o tudo, muitas vezes, não é
o suficiente. Achei que ia me deparar com um Sistema de Saúde inoperante, inacessível, inválido, incapaz de ajudar alguém. Surpreso fiquei em
conhecer lugares como Cemerf, como o CAPS II e o CAPSad, e descobri que há esperanças. Esperança concretizada no olhar de Angélica, uma
das usuárias do CAPS II que, em uma inteligência e lucidez inacreditável, nos fez acreditar que vale a pena fazermos algo. Entrei sem conhecer o
SUS e, de perto, vi que escondido entre as falhas e críticas, há um SUS que funciona, ajuda as pessoas, não distingue raça, idade, deficiência e
p r o b l e m a . H o j e , a c r e d i t o e m u m S U S q u e p o d e d a r c e r t o . Q u e p o d e s a l v a r v i d a s .
Passei a maior parte da minha vida reclamando sobre desafetos, incoerências, hipocrisias. Não dava valor a detalhes que podiam fazer a dife-
rença. Sempre estive preocupado demais com meus problemas os quais, hoje, parecem tão pequenos, perto de olhares como o da Angélica. Nessa
semana, eu tive a certeza de estar no lugar certo, de me sentir em casa e disposto a mudar as imperfeições. Para mim, foi extremamente intenso e
válido conhecer as pessoas que conheci, de viver seis dias com pessoas inacreditáveis e sensacionais. Mas o estágio, para mim, foi mais do que a
integração e reconhecimento de potenciais amigos. O ELV foi sobre mudanças. Mudança de ideologia, mudança de mentalidade, mudança de o-
lhar. O estágio foi sobre mudar vidas e isso estava bem expresso nas lágrimas de muitos. Hoje, vejo minha ficha caindo, talvez ainda de forma
muito lenta. Mas, ao contrário de antes, já me sinto acostumado com esse amor, com essa inquietude e essa vontade de fazer mais. O ELV foi so-
bre mudar vidas. Mudou a minha.
Nota: aos que foram pro ELV,fica meu muito obrigado. Mantenham essa chama acesa. Somos o futuro, somos àqueles que podem – e irão-
fazer algo. Saudade, todo mundo.
Camedufs.com.br
Camed UFS
@Camedufs
12
@Copa_med
E começou mais uma COPAMED, a
22ª mais precisamente. Nesta edição a
competição conta com a participação de 12
times masculinos (Calouros, A.D. SemFi-
ança, RealMatismo, Só Alegria, Hipóxia,
Sobotto, MedDogs, MedPipu`s, Feras, Su-
per Pedra, CassetaMédicos e UNIT) dividi-
dos em 3 grupos na primeira fase.
A principal inovação desta edição da
COPAMED foi a transmissão ao vivo de
alguns jogos pelo twitter, no perfil
@copamed_ufs que tem agradado às pes-
soas que gostam da COPAMED mas que
não podem estar presentes nos locais dos
jogos! Neste período não contamos com a
competição feminina por falta de equipes,
esperamos que as meninas voltem a se ani-
mar e remontem seus times para abrilhan-
tar nossos domingos.
A competição masculina que já está nas
quartas de final pegou fogo na primeira
fase, em especial a 3ª rodada que aconteceu
no Clube do Banese, com jogos extrema-
mente disputados (exceto o jogo do Só A-
legria kkkkk) e com presença de uma gran-
de torcida nas arquibancadas (devido ao
fato de a rodada ter sido disputada em um
sá-
bado), pudemos ver o time dos calouros
quebrar um tabu que durava um certo tem-
po: derrotar os Feras. Pois é, com uma go-
leada por 5x1 os calouros acabaram com a
hegemonia de Waguinho e Cia. Waguinho
que, aliás, é o artilheiro isolado desta edi-
ção com 9 gols. O único tabu ainda perma-
nece (e está cada vez mais difícil de ser
quebrado) foi o Só Alegria pontuar, apesar
de notarmos uma melhora no poder ofensi-
vo da equipe que na COPAMED passada
fez apenas 2 gols e nessa fez 3. A defesa
piorou um pouco, tomou 26 gols na edição
passada e 27 na atual, mas pudemos perce-
ber uma constância no saldo de gols da
equipe -24 nas duas edições que partici-
pou!
Devido a um jogo atrasado ainda não
temos definidos os confrontos das quartas
de final, mas para mais informações
(classificação, comentários, confrontos,
tabelas, artilharia, horários e locais dos jo-
gos) entre na nossa comunidade no Orkut e
mantenha-se atualizado. Prestigiem a com-
petição, vá às quadras assistir aos jogos! E
viva a COPAMED!!!
ARTILHARIA
(Atualizado em 29/04/2011)
1º Waguinho Feras 9 gols
2º Carlinhos Sobotto 8 gols
3º Pitty Hipóxia 7 gols
Nynemberg Calouros
Paulo Med Dogs
6º Curt Hipóxia 6 gols
Danilo Sobotto
Henrique Med Dogs
Twitter.com/copa_med
Por Igor Lobão
Turma 2009/2
PRÓXIMOS CONFRONTOS
(SEMI-FINAIS)
*Atualizado em 05/05/11
Horário a Confirmar Sobboto x Feras
Horário a Confirmar Calouros x Cassetamedicos
13
Entretenimento
DICA DE FILME: THE DOCTOR: UM GOLPE DO DESTINO (1991)
Jack Mckee, interpretado por William Hurt, é um conceituado cirurgião, arrogante e egoísta. Além de
problemas familiares – afastamento de sua mulher e filho – a descoberta de um câncer causa uma revira-
volta em sua vida. Foi nessa hora que o médico se tornou o paciente. Mesmo abalado e fragilizado, Jack
inicia o tratamento ainda prepotente. No decorrer do tempo como paciente, ele percebe o descaso dos mé-
dicos, as dificuldades com as quais sofrem quaisquer pacientes e os trâmites burocráticos do hospital, re-
formulando sua personalidade e modificando seus conceitos. Sua amizade com June, outra paciente em
tratamento, dá a Jack uma nova perspectiva sobre a vida e o ajuda a enxergar a Medicina de uma outra
forma. The Doctor é, definitivamente, uma “matéria obrigatória” para todo estudante de Medicina cursar.
14
Próximos Congressos e Eventos Científicos
MAIO
16º Encontro Pernambucano de Angiologia,
Cirurgia Vascular e Endovascular
Data: 05 a 07 de maio
Local: Recife/PE
http://www.sbacv-pe.com.br/evento/
oEvento.php?lingua
VII Jornada do Hospital do Coração
Data: 06 de maio
Local: Aracaju/SE
E-mail: [email protected] / sbc-
XXI Jornada Norte-Nordeste de Reumatolo-
gia
Data: 12 a 14 de maio
Local: Aracaju/SE
http://www.reumatologia2011.com.br/
31º Congresso Brasileiro de Cirurgia da
Mão
Data: 12 a 14 de maio
Local: Sauípe Park/BA
http://www.mao2011.com.br/
JUNHO
18º Congresso Brasileiro de Medicina Estéti-
ca
Data: 01 a 04 de junho
Local: São Paulo/SP
www.sbme.org.br/portal/pagina/130/S/
congresso-2011.shtml
II Congresso Norte Nordeste de Genética
Médica Data: 15 a 17 de junho
Local: Campina Grande/PB
http://www.connegem.ccbs.ufcg.edu.br/
home.html
11° Congresso Brasileiro de Medicina de
Família e Comunidade
Data: 23 a 26 de junho
Local: Brasília/DF
http://www.eventoall.com.br/familia2011/
11º Simpósio Brasileiro de Vacinas
Data: 29 de junho a 02 de julho
Local: Aracaju/SE
www.vacinas2011.com.br
AGOSTO
I Simpósio Paraibano de Anatomia Data: 11 a 13 de agosto
Local: João Pessoa/PB
http://www.anatomia2011.com/
XXXI Congresso Norte-Nordeste de Cardio-
logia, XXIII Congresso Norte-Nordeste de
Cirurgia Vascular e X Congresso Sergipano
de Cardiologia Data: 18 a 20 de agosto
Local: Aracaju/SE
http://www.cardionortenordeste.com.br/
XXIX Congresso Brasileiro de Cirurgia Data: 21 a 25 de agosto
Local: Fortaleza/CE
http://www.cbc2011.com.br/
Local: Fortaleza/CE
http://www.cba2011.com.br/
Sabe de algum Congresso ou Evento?
Envie um email para:
[email protected] que divulgare-
mos pelos meios de comunicação do CA.
Ajude-nos a construir o Jornal „„O Mala‟‟
Gostou dos textos do jornal? Envie-nos comentários sobre eles. Críticas, sugestões, idéias novas, notí-
cias, envie a sua opinião ou um texto seu para o nosso email [email protected] Conte-nos também o que está acontecendo no curso, na medicina, na universidade, etc. Aqui a tribuna é livre e todos os alunos
têm espaço. Participe!
Nos dias 29 e 30 de abril foi realizado, como parte das come-
morações do Jubileu de Ouro do curso de medicina, o I Fórum de
Educação Médica da UFS. Sob o
tema “O Ensino Médico e os de-safios dos novos tempos”, o fó-
rum contou com a brilhante pre-
sença de estudantes do 1º ao 12º período e de um grande grupo de
professores, que participaram ativamente das atividades pro-
postas e encheram o auditório do
HU! Durante a programação, fo-
mos contagiados com as inovado-ras e ativas oficinas e palestras do
Prof. Dr. Henry Campos (Diretor
da FAIMER*- BR) e de mais dois membros integrantes da
FAIMER: o Prof. Dr. Paulo Mar-
condes (FAMEMA/SP) e o Prof. Dr. Jorge Guedes (UFBA/BA).
Ainda no primeiro dia do evento, pudemos prestigiar as excelentes
palestras acerca do “Diagnóstico
da educação médica na UFS”, apresentadas pela acadêmica A-
driana Freitas (CAMED) e pelos
professores Antônio Paixão
(Diretor do CCBS), Mário Adria-
no (Propedêutica), Ana Débora (Saúde Coletiva) e Edméa Oliva
(Psiquiatria). Em seguida, apren-demos de forma dinâmica, várias
dicas de como facilitar o aprendi-
zado transformando as aulas em espaços agradáveis e de alto a-
proveitamento intelectual.
No segundo dia de evento, na
oficina sobre “Metodologias ati-
vas de ensino”, pudemos perce-ber que ensinar de forma ativa
não significa exatamente ter o método PBL, mas, em resumo,
ter aulas onde a ênfase do apren-
dizado seja na reflexão, e não na memorização, onde buscar a in-
formação e transformá-la em sa-
ber seja mais importante do que a simples transferência de informa-
ção como saber e, principalmen-te, onde o centro do processo seja
o estudante, não o professor tido
como “o dono do saber”. Ainda no segundo dia, participamos de
uma oficina calorosa sobre avali-
ação do estudante, em que vimos, através das diversas divergências
de opiniões, o quanto é complexo o processo de “dar nota” e
“aprovar” ou “reprovar” um estu-
dante. Concluindo o evento, a-prendemos um pouco mais sobre
avaliação do nosso programa educacional e pudemos fazer re-
flexões sobre como podemos
melhorar a nossa realidade. Ao final do evento, os profes-
sores e estudantes saíram com
aquele “gostinho de quero mais” e assumimos o compromisso de
dar continuidade a trabalhos co-mo esse para que possamos tra-
balhar, em conjunto, por um cur-
so de medicina cada vez melhor!
I Fórum de Educação Médica da UFS: Quem não foi, perdeu!
Por Adriana Freitas
(Turma 2007/2)