comunidade teúrgica portuguesa
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Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola
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FIAT LUX ROBERTO LUCOLA
CADERNO 33 OS TEMPLRIOS E A SINARQUIA NOVEMBRO 2002 Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 2
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PREFCIO O presente estudo o resultado de anos de pesquisas em trabalhos
consagrados de luminares que se destacaram por seu imenso saber
em todos os Tempos. Limitei-me a fazer estudos em obras que h
muito vieram a lume. Nenhum mrito me cabe seno o tempo
empregado, a pacincia e a vontade em fazer as coisas bem feitas.
A prpria Doutrina Secreta foi inspirada por Mahatms. Dentre
eles, convm destacar os Mestres Kut-Humi, Morya e Djwal
Khul, que por sua vez trouxeram o tesouro do Saber Arcano
cujas fontes se perdem no Tempo. Este Saber no propriedade
de ningum, pois tem a sua origem no prprio Logos que preside
nossa Evoluo.
Foi nesta fonte que procurei beber. Espero poder continuar
servindo, pois tenciono, se os Deuses ajudarem, prosseguir os
esforos no sentido de divulgar, dentro do meu limitado campo de
aco, a Cincia dos Deuses. O Conhecimento Sagrado
inesgotvel, devendo ser objecto de considerao por todos
aqueles que realmente desejam transcender a inspida vida do
homem comum.
Dentre os luminares onde vislumbrei a Sabedoria Inicitica das
Idades brilhar com mais intensidade, destacarei o insigne
Professor Henrique Jos de Souza, fundador da Sociedade
Teosfica Brasileira, mais conhecido pela sigla J.H.S. Tal foi a
monta dos valores espirituais que proporcionou aos seus
discpulos, que os mesmos j vislumbram horizontes de Ciclos
futuros. Ressaltarei tambm o que foi realizado pelos ilustres Dr.
Antnio Castao Ferreira e Professor Sebastio Vieira Vidal.
Jamais poderia esquecer esse extraordinrio Ser mais conhecido
pela sigla H.P.B., Helena Petrovna Blavatsky, que ousou,
vencendo inmeros obstculos, trazer para os filhos do Ocidente a
Sabedoria Secreta que era guardada a sete chaves pelos sbios Brahmanes. Pagou caro por sua ousadia e coragem. O polgrafo
espanhol Dr. Mrio Roso de Luna, autor de inmeras e valiosas
obras, com o seu portentoso intelecto e idealismo sem par
tambm contribuiu de maneira magistral para a construo de
uma nova Humanidade. O Coronel Arthur Powell, com a sua
inestimvel srie de livros teosficos, ajudou-me muito na
elucidao de complexos problemas filosficos. Alice Ann
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Bailey, tesofa inglesa que viveu nos Estados Unidos da Amrica
do Norte, sob a inspirao do Mestre Djwal Khul, Mahatma
membro da Grande Fraternidade Branca, tambm contribuiu
muito para a divulgao das Verdades Eternas aqui no Ocidente.
E muitos outros, que com o seu Saber e Amor tudo fizeram para
aliviar o peso krmico que pesa sobre os destinos da Humanidade.
Junho de 1995
Azagadir Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 3
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OS TEMPLRIOS E A SINARQUIA NDICE PREFCIO
..... 2 A CINCIA ANTIGA
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..... 5 CONHECIMENTOS CIENTFICOS NO PASSADO
.. 6 USO DOS PODERES DIVINOS
...... 7 AS CONQUISTAS CIENTFICAS DOS NOSSOS
ANCESTRAIS ....... 7 USO DE ARMAS NA SINARQUIA
........... 8 OS ANTIGOS J CONHECIAM A BSSOLA
....... 9 FABRICAO ARTIFICIAL DE PEDRAS PRECIOSAS
................... 10 PIRMIDE, PORTAL ENTRE DOIS MUNDOS
................. 11 A OBRA DE DEUS INDESTRUTVEL
....... 13 MISTRIOS DO VELHO DA MONTANHA ......... 14 CRIAO DOS ESTADOS UNIDOS DA EUROPA
......... 15 RESTAURAO DA TRADIO PRIMORDIAL
.......... 16 FUSO DO BUDISMO COM O CRISTIANISMO
....... 18 OS TEMPLRIOS, ELO DE LIGAO ENTRE O
ORIENTE E O OCIDENTE . 19 O TRPLICE PODER SINRQUICO
..... 20
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A DUPLA COROA DO REI DO MUNDO
....... 21 O REINO DO PRESTE JOO E MELKI-TSEDEK
................................... 22 OS NESTORIANOS E O ITINERRIO DE IO
..... 23 O PODER DA ME DIVINA
....... 24 A CHAVE NUMRICA E A ECONOMIA
.. 25 O HOMEM ECONMICO
.......... 26 O VALOR SUBJECTIVO DA MOEDA
......... 27 O FIM DE UMA FALSA SITUAO
......... 29 O LUGAR QUE O DINHEIRO DEVE OCUPAR
.... 29 OS PODERES OCULTOS QUE GOVERNAM O MUNDO
.......... 30 COMO OS ANRQUICOS ASSUMIRAM O CONTROLE
DA EUROPA .............. 31 AS DUZENTAS FAMLIAS ......... 32 HIPTESES SOBRE A SINARQUIA
......... 33 Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 4
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A GRANDE CONSPIRAO
.......... 34
OS PROTOCOLOS DOS SBIOS DE SIO E A SINARQUIA .. 35 OS TEMPOS SO CHEGADOS
...... 36 Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 5
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OS TEMPLRIOS E A SINARQUIA A CINCIA ANTIGA Como sabem todos aqueles que se dedicam ao estudo da Histria
Oculta, a Evoluo no se faz linearmente mas por Ciclos bem
definidos. Horas h em que o Gnio Humano alcana altos nveis
de conscincia e saber que se reflectem em todos os sectores do
Conhecimento. Quando isso acontece, a Cincia avana abrindo
novos horizontes para todos. O mesmo acontece com as demais
Tnicas que impulsionam a Evoluo, tais como a Arte, Filosofia,
Poltica, Arquitectura, Teurgia, etc., sem falarmos daquilo que
toca mais de perto a todos os seres e que o seu mundo interior
relacionado Alquimia Interna, em outras palavras, Iniciao.
Contudo, tambm em determinado momento descamba-se na
decadncia advindo o crepsculo da civilizao. Quando isso
acontece, todos os Ramos do Saber degeneram e perdem-se, ou
melhor, so esquecidos pelos menos dignos e depois lhes negado.
RELIGIO-SABEDORIA Os antigos no viam a Divindade como uma abstraco fora do alcance do Homem, que apenas
podia ador-la sem poder entend-la. Os nossos antepassados
tinham uma noo cientfica da Unidade de Deus Vivo, como um
Poder Omnipresente que a tudo preside com Sua imensa
Sabedoria ou Omniscincia. Da falar-se na perdida Religio-
Sabedoria, que nada tem de comum com as religies da
actualidade onde Deus algo inacessvel ao Homem, resultando
dessa crena religiosa o florescer de um misticismo nada tendo de
cientfico por acariciar mais o Afectivo-Emocional dos crentes do
que a sua Conscincia Mondica. O fruto disso uma ignorncia
secular sempre tendente a gerar fanatismo e intolerncia como
anttese da verdadeira Sabedoria, e os quais tantos males tm
causado evoluo da Humanidade em todos os sectores,
inclusive o da prpria Cincia. Segundo Saint-Yves dAlveydre,
essa decadncia comeou h mais de trs mil anos antes da nossa
Era. Contudo, algo muito esparso dessa Cincia perdida ainda
chegou ao conhecimento dos eruditos greco-latinos e at ao incio
do Cristianismo.
Na poca em imperava a Sinarquia na Face da Terra, o que
imperava era a Unidade no apenas social mas tambm
intelectual, e daqueles Colgios politestas representantes da
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mesma hoje s resta o fraccionamento universitrio que tanto
prejudica a viso geral da Suprema Unidade que preside a toda a
Criao. Unidade que era denominada pelas iniciais IHVE pelos
sacerdotes daqueles Colgios Iniciticos, no existindo separao
entre os magistrios sacerdotal e cientfico e igualmente jamais
traindo os seus juramentos, pois as frmulas que depois se
vulgarizaram de modo algum saram dos Santurios na sua
prstina pureza mas antes revestidas daquilo que os Iniciados
hindus chamam de Maya.
O Egipto e a ndia foram os herdeiros directos da Sabedoria
Atlante, que foi mantida em segredo nos Santurios tendo em
vista os antecedentes ocorridos no continente submerso pelo mal
uso do Saber pelos descendentes da Hierarquia Assrica, como j
vimos. At aos dias de hoje, esses Mistrios ainda continuam sob
custdia nos Lugares Jinas no aguardo da vinda do Supremo
Instrutor do Mundo para a sua propagao num Mundo j ento
purificado dos seus males.
O Egipto, durante os quatro mil anos que precederam a nossa Era,
foi o depositrio de todas as cincias, e por isso destacou-se tanto
dos seus vizinhos ainda em estado de semi-barbrie. Como a
Cincia estava casada com o Sacerdcio, todos os Graus
Iniciticos detidos representavam tambm graus cientficos
adquiridos, porque s assim se podiam manter os princpios ticos
em sua prstina pureza. Comunidade Tergica Portuguesa
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CONHECIMENTOS CIENTFICOS NO PASSADO
Sobre o alto nvel atingido pelo desenvolvimento cientfico
naquelas recuadas Eras, assim se expressou Saint-Yves
dAlveydre:
Filiado aos antigos grupos de eruditos ou sacerdotes, como todos os seus colegas da Antiguidade, o arquitecto de Santa
Sofia de Constantinopla, Anthme de Tralle, serviu-se da
electricidade com uma potncia que ainda desconhecemos
inteiramente. Em Agarthias, de Rebus Justin, Livro V, cap. 4, pode-se v-lo projectar sobre a casa de Zenon clares e raios, e
usar o vapor como fora motora para deslocar um telhado
inteiro.
Na Histria Eclesistica de Sosomne, Livro IX, cap. 6, pode-se ver ainda a corporao sacerdotal dos etruscos defendendo
contra Alarico, a golpes de raios, a cidade de Narnia, que no
foi tomada. Alm disso, esses mesmos sacerdotes ofereceram-se
aos cristos de Roma para salvarem a sua metrpole, mas os
padres, muito ignorantes j pondo a Cincia por conta do
Diabo, recusaram e Roma foi tomada. No fica por a o registo da capacidade tecnolgica dos nossos
antepassados. Citamos uma srie de eventos selecionados por
Saint-Yves dAlveydre, que no ficam a dever nada orgulhosa
Cincia contempornea:
Tito Lvio e Plnio, ao tratarem da Histria Natural, fazem
referncias Cincia Etrusca.
O romano Tlio Hostilio, de posse de um manuscrito do sacerdote
Numa, deparou-se com fragmentos de informaes sobre
electrodinmica. Quis aplic-la por conta prpria sem ter os
conhecimentos necessrios. Provocou uma enorme exploso que
incendiou o seu palcio e morreu fulminado.
Segundo Diodoro Sculo e outros, Arramulius Slvio, 11. rei de
Alba, lanou raios e relmpagos mas no observou as regras do
rito, no se isolou, no se preveniu do choque de retorno,
morrendo em consequncia.
Em todos os Templos consagrados a Jpiter ou IHVE, cultivava-
se cientificamente a fora elctrica, as faculdades morais e o
princpio intelectual que se relacionavam com a Vida no Cosmos.
Servius, no seu Livro II, diz: Os antigos no acendiam fogo nos
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altares, as suas frmulas sagradas faziam aparecer o Fogo do
Cu. Os Templos de Juno na Itlia, e de Hera na Grcia, eram dotados
de para-raios. O Templo de Jerusalm, construdo segundo a
tcnica egpcia e caldaica por sacerdotes-construtores de Mnfis e
de Tiro, tambm era dotado de armadura metlica com pontas de
ouro; possua vinte e quatro para-raios que se comunicavam com
poos.
So Joo Crisstomo, So Clemente de Alexandria e outros
atribuem aos diversos Zoroastros e aos Magos da Caldeia os
mesmos conhecimentos cientficos. Comunidade Tergica
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USO DOS PODERES DIVINOS
Nos Santurios Ocultos foi sempre mantida a sntese de todas as
Cincias e Artes. Foi assim que Sinarquia sob feio teocrtica
reinou durante milhares de anos sobre a Terra antes de Moiss,
mantendo-se no recesso sagrado dos Santurios os Grandes
Mistrios destinados a proteger a verdadeira Cincia da anarquia
poltica e consequente decadncia social que surgiu aps a queda
das Hierarquias Divinas. Desses Refgios da Primitiva
Espiritualidade que se originou a Luz do Saber Tradicional, que
como um facho luminoso veio passando de mo em mo at
chegar aos Santurios Ocultos dos nossos dias, que nunca
deixaram de existir por maior que fosse a degradao do sistema
poltico-social.
Naquela esplendorosa civilizao sinrquica, a instruo
elementar e a formao do carcter eram ministrados pela famlia.
A queda de qualquer civilizao caracteriza-se sempre pela
decadncia generalizada dos lares. A famlia era constituda a
partir da praxis religiosa do antigo rito de culto aos ancestrais.
Foi, pois, a partir dos recessos dos Santurios, onde se refugiara a
Sabedoria dos maiores portentos da intelectualidade iluminada,
que se originaram as civilizaes atravs das idades histricas.
PEQUENOS MISTRIOS Estudos mais completos eram ministrados pelos Templos sob o ttulo de Pequenos Mistrios. Os
povos antigos que habitavam a Itlia chamavam aos seus
Instrutores Iniciados de Jins ou Jinas. Aps longos anos de
estudo, era conferido aos que completavam o curso o ttulo de
Terapeutas, Magistrados Arbitrais, Filhos do Homem, etc.
Acreditamos que devido a essa tradio que Jesus, quando ainda
estava passando pela fase de Chrestus (Cresto), que a do
Iniciado em Provao ou de Homem da Dor cuja coroa de
espinhos, se intitulava de Filho do Homem. Aps esse Grau
Inicitico, quando alcanou a Suprema Iluminao passando
pertencer Hierarquia de Christos (Cristo), cuja fronte no mais
era cingida por uma coroa de espinhos mas por um halo de luz,
passou a intitular-se de Filho de Deus.
GRANDES MISTRIOS Aps a fase dos Pequenos Mistrios, os ensinamentos completavam-se num nvel mais elevado
abrangendo todos os ramos da Cincia e da Arte, cuja posse dava
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aos Iniciados o direito ao ttulo de Filhos de Deus, ou Senhores
dos Grandes Mistrios. Isso implicava em responsabilidades
Sacerdotais e Reais.
Segundo a Tradio, nunca houve o caso de qualquer Iniciado nos
Grandes Mistrios ter trado o juramento feito quando
consagrado, divulgando ou fazendo uso indevido de qualquer
poder inerente Alta Iniciao. S se fazia uso dos Poderes
Internos quando a Providncia o exigia e permitia, mesmo assim
exclusivamente para atenuar os males pblicos, como foi o caso
dos males causados pelo cisma na poltica arbitrria e personalista
que se apossou do governo central no chamado Imprio de
Nemrod, que outro no era seno o Poder Anrquico instaurado.
Da a razo porque permitiu-se o uso do Poder Divino somente
para a destruio dos Senhores das Faces Negras, quando chegou
a autorizao expressa de Shamballah que atendeu ao apelo do
povo sofredor, a despeito do Imprio Maldito j durar h muito
tempo e o Templo das Portas de Ouro h muito ter sido
profanado, tendo sido a Tradio Solar banida dos Templos e o
culto lunar Personalidade ter-se imposto eclipsando o culto
impessoal do Deus nico, sem falar-se nos sacrifcios sangrentos
de animais e de criaturas humanas.
AS CONQUISTAS CIENTFICAS DOS NOSSOS
ANCESTRAIS Os mitos de Prometeu e de Tntalo so uma advertncia dos
perigos a que esto sujeitos os imprudentes pelo uso indevido dos
Poderes Divinos. Muitas descobertas contemporneas j existiram
no Passado, o que demonstra o alto grau de cultura cientfica a
que chegaram os nossos Comunidade Tergica Portuguesa
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ancestrais. A diferena est em que eles agiam sempre norteados
por severos princpios ticos, o que nem sempre acontece com os
nossos polticos, cientistas, tcnicos e homens de negcios. O
manuscrito de um monge grego do Monte Athos, Alexis
Panselinos, revela a aplicao da qumica na imagem e a
sensibilizao de placas metlicas, empregando no documento
palavras de uma lngua erudita desconhecida. Sobre os
conhecimentos dos nossos ancestrais, disse Saint-Yves
dAlveydre:
A mineralogia, a sondagem e a explorao de pedreiras e de minas, o tratamento dos minerais, a reduo dos xidos, a
metalurgia reduzida ao mximo de simplicidade, a cermica, a
reproduo artificial das pedras preciosas, a vidraria, com todos
os vidros que conhecemos e mais o vidro flexvel, malevel, o
fabrico das cores, o tingimento dos tecidos, todas essas artes
industriais cujas noes eram dadas pelos Templos aos chefes
das corporaes profissionais, fazem supor a existncia
inorgnica de uma qumica completa, tanto sob o ponto de vista
terico como prtico. No Egipto, o uso do ferro foi constatado graas a uma barra de
metal encontrada na alvenaria da Grande Pirmide de Giz.
Graas existncia de um ao de qualidade que o duro granito
das pedreiras de Hammmat, na Tunsia, foi talhado, sem o qual
no se teria essas construes em pedra que duram at aos dias de
hoje. Diz Saint-Yves dAlveydre na sua monumental obra literria
Misso dos Judeus, a respeito das construes do Antigo Egipto:
Oh! So passados quatro mil, cento e trinta anos antes de nossa Era desde que Khou-Wou, o Queops de Herdoto,
ordenou a construo dessa Pirmide, bem como a
reconstruo do Templo de Dendera e fundou a Quarta
Dinastia Menfita.
As minas do Sinai, da Etipia, da Sria, do Cucaso, da Grcia,
de Turida, da Itlia, da Espanha, etc., estiveram em plena
atividade h milhares de anos. A civilizao egpcia, de acordo
com Diodoro, remonta a cento e oitenta sculos antes de Mens
que reinou cerca do ano 5.000 antes da nossa Era. Autores dos mais respeitveis como Plnio, Tito, Diodoro e
muitos outros, atestam a aplicao da alta tecnologia nas
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civilizaes colossais de sociedades completamente organizadas
que floresceram milhares de anos antes da nossa Era crist.
Fulcanelli deixou entrever claramente a Jacques Bergier, autor da
famosa obra O Despertar dos Mgicos, que os nossos
antepassados j haviam usado a energia atmica para fins blicos
num Passado remoto cuja memria se perde.
USO DE ARMAS NA SINARQUIA Devido ao alto nvel de desenvolvimento atingido pelas cincias e
pelas artes na Antiguidade, e aos perigos que implicavam a sua
aplicao indevida, tal levou a Grande Fraternidade Branca a
tomar medidas acauteladoras. Encontra-se no antiqussimo
Cdigo de Irshu uma lei proibindo o uso de armas, quer de raios e
quer de fogo, que matassem mais de cem homens ao mesmo
tempo.
H quatro mil anos antes de Cristo, aps uma srie de tumultos
provocados por alguns segmentos colegiais que se estenderam a
toda a populao civil, foram adoptadas medidas no sentido de
manter inalcanveis certos segredos da Cincia Sagrada que se
tornou mais fechada e limitada, ficando sob a guarda do Templo
em obedincia aos altos ideais da antiga Aliana Universal
instituda pelos Sinarcas.
Filstrato de Lemnos relata que os Magos defendiam as cidades
persas dos ataques inimigos usando raios e fogo. O mesmo
aconteceu quando os sacerdotes de Delfos defenderam o
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seu territrio do ataque dos gauleses e dos prprios persas, onde
tambm foram usados meios de destruio s conhecidos deles,
como esses dos raios mortferos. Herdoto, Justino e Pausnias
fazem referncias a exploses de minas que subterraram persas e
gauleses sob chuva de pedras e projcteis de chamas, o que
denota que os antigos no ficavam nada a dever, em termo de
violncia e destruio, aos homens de hoje.
Plutarco era Gro-Sacerdote da sua Ordem, e como tal era senhor
de muitos conhecimentos velados ao pblico. Ele afirmava que de
Delfos s Termpilas a elite grega pertencia Ordem Drica,
afiliada nos Mistrios de seus Templos que eram os fiis
guardies da Sabedoria Sagrada. A Sabedoria que traz em seu
bojo o poder de Vida e de Morte.
O Papa Jlio, o Africano, Ser muito relacionado Histria da
nossa Obra, fez referncia ao uso da plvora, sendo que Marco
Crasso chegou mesmo a descrever as propores das substncias
para a sua fabricao. O imperador Cludio descreve na sua obra
o uso de fogos de artifcios usados para fins de diverso no
Egipto, na China e na sia em geral.
CONTROLE SOBRE AS ARMAS Actualmente, o uso de armas de destruio massiva est sob o controle dos governos
anrquicos que dominam os povos. Frequentemente so usadas
indiscriminadamente em guerras de conquistas, causando danos
enormes s populaes indefesas. A iniciativa privada
transformou as armas em objecto de grandes negcios com a sua
venda comercial, incluindo as mais mortferas. Revolues e
guerras so fomentadas engenhosamente visando obter-se grandes
lucros com a venda de armas aos contendores. Trata-se de um
multimilionrio negcio armamentista ligado ao complexo
militar-industrial que domina as potncias hegemnicas. As armas
tambm so usadas pelos anrquicos para fins repressivos. Gastos
expressivos em armamento pesam nos oramentos das naes
penalizando os contribuintes, mormente as camadas mais
humildes da sociedade.
Outrora, na Era Sinrquica, os soberanos que tambm eram
Iniciados, sofriam a punio e a deposio pelo Templo e o
Colgio de Iniciados se ousassem fazer uso das armas sem o
consentimento de quem de direito, cuja propagao era proibida e
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o seu uso limitado pela Hierrquica Sinrquica, em obedincia
aos compromissos assumidos pela Aliana Universal.
OS ANTIGOS J CONHECIAM A BSSOLA Quando a Religio perdeu a sua essncia inicitica no Passado
remoto, foi providenciado por quem de direito que a verdadeira
Cincia dos Deuses fosse retirada para o recesso das Criptas
Ocultas (Cryptas Ferratas), pois no havia mais ambiente para
ela se manter exteriorizada devido implantao do Poder da
Arbitrariedade, que uma caracterstica do domnio anrquico.
Dion Cassius, para caracterizar essa decadncia, relata que o
anrquico imperador Calgula chegou mesmo a comprar de um
fugitivo caldeu o segredo da manipulao da plvora e dos raios,
bem como da arte de provocar relmpagos e troves.
Segundo Saint-Yves dAlveydre, o lexiclogo grego Suidas
assinalou a esttua do deus Serapis que levitava no Templo de
Alexandria, e Casemiro indicou a esttua de Cpido que tambm
pairava no ar no Templo de Diana, na Grcia. Na sua Odisseia,
Homero indica claramente a existncia da bssola que orientava
os navios fecios sem ser necessrio o concurso das estrelas.
Alm Homero, tambm fizeram referncia bssola Pitgoras,
que foi discpulo dos Colgios Iniciticos egpcios, Diodoro da
Siclia e Jmblico, sendo que os fecios eram afiliados Escola
dos Ciclopes, por sua vez ligados aos Santurios da Lcia. No
Antigo Testamento, Isaas diz que os navegadores fencios de
Sdon e de Tiro eram tambm sbios afiliados aos Mistrios
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O PAPEL DOS FENCIOS NA NAVEGAO Segundo JHS, os navegadores fencios estavam relacionados com a Ordem dos
Crios e dos Piagas, cuja ramificao estendia-se desde a sia
Menor at ao Brasil, tendo desempenhado papel importante na
migrao dos ancestrais tupis que se salvaram do que sobrou da
Atlntida, as Antilhas ou Atlante-ilhas, tendo sido transportados
por navios fencios para o Norte do Brasil. No episdio do rei
fencio Badezir, fica configurado que os fencios dominavam os
mares e que as terras do que seria futuramente o Brasil j eram
conhecidas deles milhares de anos antes de Cristo, conforme
configuram as inscries na Pedra da Gvea localizada no Rio de
Janeiro. Entre os fencios, como entre os antigos chineses, a
bssola j era conhecida. O m natural que era usado na sua
confeco era chamado de pedra indiana ou lapis indicus.
Os Mistrios de Sabedoria dos Templos antigos no ficam por a,
eles abrangem todos os sectores do Conhecimento Humano.
Acreditamos que com a chegada da Nova Era os mesmos
volvero Face da Terra, conforme as vrias Promessas. Os
autores clssicos greco-latinos Plutarco, Herdoto, Sneca, Plnio,
Pausnias, etc., falam claramente dos cidos, das bases qumicas,
do lcool, do ter, cuja chave para sua produo esses autores no
tinham ou no queriam revelar Diz Plnio sobre a pintura dos tecidos, praticada pelos egpcios desde h milhares de anos atrs:
Uma vez desenhado o motivo em tecido branco, cada parte do traado untada de composio gomosa variada, de maneira a
absorver cores diferentes. Aps a passagem numa caldeira, as
tintas desejadas apareciam indestrutveis. Eles fixavam-nas de
um modo to perfeito que o tempo no as alterava, e que a
lixvia, mesmo concentrada, no as ataca. FABRICAO ARTIFICIAL DE PEDRAS PRECIOSAS A ptica, a acstica, a lei da vibrao da luz e do som, foram
estudadas, investigadas e experimentadas de tal maneira que ainda
hoje a nossa Cincia e Tecnologia no igualaram. Na ptica, os
nossos ancestrais j conheciam as lentes, os prismas, os espelhos
e at o que se pode igualar aos actuais microscpios e telescpios.
A acstica era cientificamente aplicada na construo dos teatros
e dos templos, cuja arquitectura obedecia s medidas cannicas,
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tcnica Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux
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ainda muito distante do limitado conhecimento actual da cincia
materialista. A acstica era matematicamente aplicada na
arquitetura com uma preciso e uma potncia prodigiosas.
Sobre a elaborao de pedras preciosas pelo Homem, diz Saint-
Yves dAlveydre:
A Indstria e a Arte, no Egipto, aplicavam informaes fornecidas pela Cincia Sacerdotal na arte de fabricao de
pedras preciosas artificialmente. Demcrito, o primeiro
experimentador exotrico, leigo, que residiu no Egipto durante
longos anos, relatou conhecimentos abrangendo os Reinos
Vegetal e Mineral, as suas experincias fsicas e qumicas, os
seus belos trabalhos no forno de luz solar na recomposio
artificial das pedras preciosas, e muitos outros segredos que
tomariam demasiado espao a enumer-los.
A ptica, a acstica, o estudo da leis da luz e do som, tinham
sido aprofundados de um tal modo que a nossa cincia actual
ainda no alcanou.
Quanto Msica, ser-me-ia impossvel, sem um volume
especial, levar a compreender at que ponto foi levada, no
somente como arte mas como cincia absoluta de mtodo, de
analogia e de chave universal. A Astronomia e a Arquitectura
bastam para demonstrar os conhecimentos matemticos e
mecnicos dos sacerdotes que foram os mestres de Pitgoras,
Plato, Arquimedes, etc. Mas as maravilhas exotricas desses
gnios no podem dar sequer uma plida ideia dos milagres da
Cincia e da Arte guardadas nos Santurios.
Emprego, ento, toda a minha discrio quanto ao lado
esotrico da Primitiva Sntese, pelo menos no que diz respeito ao
pleno exerccio das faculdades intelectuais, morais e biolgicas,
atrofiadas ou adormecidas nos meus contemporneos. Sabemos que a ndia e o Egipto foram herdeiros universais dos
valores da Religio-Sabedoria da antiga Atlntida, na poca de
seu maior esplendor. Mas devido ao emprego indevido dos
conhecimentos, o tesouro da Sabedoria foi resguardado nos
Santurios para evitar novas profanaes, como as que levaram
aquela civilizao sua autodestruio. Da a razo dos Iniciados
egpcios resguardarem nos seus Santurios esses tesouros do
Saber Divino. Na realidade, segundo as Revelaes, todos os
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valores espirituais e mesmo materiais foram resguardados, com a
devida antecedncia, nos Mundos Interditos de Agharta, que o
Repositrio de todas as experincias j vividas. Outrossim, os
verdadeiros detentores da Verdade j sabiam o que aguardava aos
profanadores, em virtude de a ningum ser dado o direito de
violar ou profanar as coisas divinas PIRMIDE, PORTAL ENTRE DOIS MUNDOS O alto Sacerdcio egpcio tinha acesso ao Mundo misterioso por
ele chamado Duat ou Amenti, para onde os mortos eram levados
na Barca de Osris a fim de serem julgados.
Segundo as Revelaes, as Pirmides no eram s Tmulos mas
tambm Templos ou Escolas Iniciticas que tinham acesso directo
aos Mundos Subterrneos. As Pirmides tm o mesmo formato
arquitectnico externamente, ou seja, a parte que est acima do
nvel do solo, do formato que est abaixo do solo, como se fosse
duas Pirmides justapostas pelas bases. O vrtice de cima da
Pirmide externa era guarnecido por um imenso cristal que servia
de captador da Energia Csmica chamada Fohat, enquanto o seu
vrtice inferior, ou subterrneo, formava o Portal que dava acesso
ao Mundo de Duat, relacionado Energia Planetria Kundalini.
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Parte externa
Nvel do solo
Parte interna COMBATE ALIANA UNIVERSAL OU SINARQUIA A Verdade constitui um srio empecilho mentira, e por isso ela
to combatida pelos Anrquicos. Sobre o assunto, assim se
expressou Saint-Yves dAlveydre na sua preciosa obra Misso
dos Judeus:
No presente livro, ver-se- que no falei de mim mesmo, que nada inventei e que o Reino de Deus, a Sinarquia Trinria e a
sua Aliana Universal no so somente a Promessa do Judaico-
Cristianismo, mas que de facto existiram no Estado Social
numa civilizao anterior fundao do Imprio da
Arbitrariedade, caracterizado pelo nome Nemrod.
Voltemos antiguidade dessa civilizao cuja existncia hoje
posta em dvida e mesmo negada. Existem sempre as excepes
honrosas, mas no geral a conduta dos telogos cristos a
respeito de todas as sociedades religiosas e de todos os
monumentos teocrticos, aparentemente estranhos a Moiss e a
Jesus, foi sempre to sectria, to pag e to brbara quanto
possvel. Se tivessem podido, teriam anulado todas as
evidncias. Esse furor de destruio no , de modo algum,
religioso, como se disse, mas exatamente o contrrio: o
prprio esprito da ignorncia e do seu fruto, a poltica da
Arbitrariedade.
Esse esprito de domnio sectrio inspirou quase todos os novos
povos desde o novo Imprio babilnico simbolizado pelo nome
de Nemrod.
Roma, o ltimo rebento desse Imprio arbitrrio, passou o seu
tempo a demarcar a Histria religiosa e social das naes
anteriores.
Em 51 a. C., vemos ainda queimar o Bruckion que continha
700.000 volumes, na maioria egpcios. Foi esse mesmo esprito,
e no o Cristianismo, que inspirou a destruio das
enciclopdias dos gnsticos. Foi essa mesma mania de domnio
ignaro e brutal que Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 13
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acendeu a tocha dos monges na Irlanda e os fez queimar dez mil
manuscritos em caracteres rnicos sobre cascas de btula, que
continham as tradies e os anais da Raa Celta, autctones do
nosso continente. Na Espanha, na Frana, na Alemanha e na
Itlia foram levados fogueira s carradas os manuscritos
rabes e hebraicos. No final do ltimo sculo, o mesmo furor de
queimar tudo ainda atingiu uma biblioteca hierogrfica,
contendo, talvez, os augustos monumentos da antiga Cincia
Egpcia e da antiga Aliana Universal.
No pequeno porto egpcio de Uardan, o Reverendo Padre Sicard
fez um auto-de-f com um monto de papiros antigos, sob o
pretexto de que, desde que ele no os compreendia, eram
evidentemente livros de magia inspirados pelo Diabo. Savary
relata o facto nas suas Cartas sobre o Egipto, mas deixemos falar o prprio Reverendo Padre Sicard:
Contaram-me que havia nesta aldeia um pombal cheio de papiros cobertos com caracteres mgicos, comprados a alguns
religiosos coptas e cismticos. Fiz deles, sem resistncia, o uso
devido, e plantei em seu lugar uma Cruz de Jerusalm, que os
coptas reverenciam com muita devoo. Seriam Livros Sagrados indianos?
Os nossos idlatras cristos crem-se piedosamente obrigados a
desfigurar a antiguidade venervel dos documentos, a
enxovalh-los com subterfgios infantis, para se furtarem a
esse Passado que, sozinho, poderia dar ao pensamento de
Moiss e sua misso grandeza cientfica, e a Jesus os seus
motivos nniversais.
Tratar-se-ia do Egipto?
Plato, Iniciado nos seus Mistrios, pode bem dizer-nos que dez
mil anos antes de Mens existiu uma civilizao completa, da
qual teve provas diante dos olhos.
Herdoto afirmou-nos muito bem o mesmo facto,
acrescentando, ao tratar de Osris, o Deus da antiga Sntese e da
antiga Aliana Universal, que os seus lbios esto selados por
juramentos de que nada dir a respeito.
Diodoro afirmou-nos muito bem ter ouvido dos sacerdotes do
Egipto que muito antes de Mens houve um Estado Social
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completo que durou at Horus, portanto, durante dezoito mil
anos. A OBRA DE DEUS INDESTRUTVEL Apesar de sempre perseguidos pelos perversos, os verdadeiros
Filhos da Lei sempre lutaram para cumprir com o seu dever
perante a sua Conscincia e para com a Divindade, o que faz com
que a Obra de Deus seja indestrutvel. Desaparecem de um
determinado lugar para surgirem em outro, a fim de que o
Trabalho no sofra falta de soluo de continuidade. Quem se der
ao trabalho de uma pesquisa profunda, verificar existir um eterno
caminhar em busca de um grande objectivo que a Fraternidade
Universal. Luta que tem custado a vida de inmeros Yokanans, ou
daqueles que sacrificam os seus interesses pessoais em prol de um
Ideal maior.
No meado do sculo XI apareceu na Face da Terra um Ser
conhecido por Hassan Ibn Sabbah (1034-1124), na regio norte
do Iro. Esse personagem era na realidade uma expresso do Rei
do Mundo. Na Histria Secreta da Humanidade, ele ficou ficou
conhecido como o Velho da Montanha, de quem j nos temos
ocupado. Mas penetremos mais a fundo na vida desse misterioso
Ser.
Aps ter viajado por muitos lugares, ele retorna cidade de Qom,
no Norte do Iro, que passa por ser o seu bero natal. Chegando
a, actuou firmemente no seio do Movimento Xiita, que partilhava
da ideia filosfica da sociedade ser composta de duas classes de
homens: os Livres ou Comunidade Tergica Portuguesa
Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 14
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Libertos, que em ltima instncia so aqueles que pelos seus
prprios esforos fizeram-se Adeptos ou Homens Sbios, libertos
de todas as servides materiais e psquicas, podendo por isso
mesmo ostentar na fronte o simblico barrete frgio do Adeptado
mas a em forma de turbante. A outra classe de seres humanos
seria a daqueles que esto presos Roda das Necessidades, por
serem escravos das suas paixes e desejos, portanto, presos s
coisas mundanas da matria.
O Xiismo remonta aos meados do sculo VII, e no sculo VIII
assumiu-se como Ismaelismo organizado pelo stimo Iman
Ismael, e como este como fundador tivesse desaparecido
misteriosamente dando aso a um movimento messinico e
proftico de Advento, at hoje os ismaelitas esto aguardando o
seu retorno como Iman Mahdi, o Grande Lder, chegando no sculo XII a ser identificado a Ibn Sabbah.
Mas seria Abu Imra Musa Ben Maimun IbnAbd Allah (Crdova,
30.3.11435 Cairo, 13.12.1204) quem juntaria religio ismaelita a vertente militar, unindo a F Espada. A sua filosofia
era bastante ecltica, assimilando os valores da Filosofia Grega,
da Tradio Hebraica, do Cristianismo Primitivo e dos princpios
esotricos da Gnose. Todos esses valores foram agregados num
Islo heterodoxo muito harmonioso chamado Livre (Xiita). Na
realidade, no se tratava de mais uma religio e sim de uma
Ordem Oculta, onde se estimulava entre os seus membros o
princpio do livre-arbtrio independente de quem quer que fosse,
orientando-se sempre pelas suas inclinaes pessoais mesmo no
contrariando a Regra do Movimento. Sobre os ismaelitas, assim
se expressou Jean-Michel Angebert na sua interessante obra O
Livro da Tradio:
necessrio explicarmos que a doutrina ismaelita dava um Messias aos judeus, um Esprito Santo aos cristos, um Madhi
aos muulmanos, enfim, uma Teogonia persa e sria aos
partidrios do Paganismo. Um amplo leque de crenas era,
portanto, reservado aos seus futuros adeptos, como se pode
perceber!
O nmero de fiis aceites foi consideravelmente contido pelo
filtro inicitico, cuja Ordem comportava nada menos que nove Graus.
-
MISTRIOS DO VELHO DA MONTANHA Os nove Graus da Ordem de Hassan Ibn Sabbah, o Velho ou o
Ancio da Montanha (Alborj) no eram fceis de serem
percorridos, raramente um postulante alcanava os nveis mais
altos da Iniciao. Por exemplo, no 4. Grau o candidato
renunciava s suas origens raciais, deixando assim de ser um
muulmano, facto intolervel para um simples crente, e no 5.
Grau aprofundava-se no estudo das Cincias Sagradas.
Acrescenta o Livro da Tradio:
No 7. e 8. Graus eram irreversivelmente rejeitados todos os dogmas das religies chamadas reveladas, enquanto no 9. Grau
fazia-se com que o Iniciado voltasse ao incio da escala
inicitica que to penosamente havia subido! Era-lhe
aconselhado, nesse estgio terminal, que esquecesse tudo o que
pudera aprender e s confiasse na sua prpria razo Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 15
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medida que as vitrias religiosas e militares sucediam-se, esse
ramo ismaelita foi tomando o nome de Assacis, Guardies, neste caso, da Tradio e dos Lugares Santos consignados pela
mesma, e no que o nome provenha de Ashashins ou Assassins,
consumidores de haxixe e assassinos como pretende a exegtica catlica romana. A Ordem dos Assacis tinha como
princpio a divisa de que Nada imperecvel, tudo perecvel. No sculo XII surgiram no cenrio da Palestina os cruzados e
com eles os templrios. Estes procuraram os assacis a fim dos
mesmos darem cobertura ao trabalho oculto que estavam
pretendendo realizar. O Velho da Montanha, um aspecto do Rei
do Mundo segundo JHS, ciente dos mistrios que envolviam a
misso dos templrios, imediatamente concordou em auxiliar a
sua obra. Tratava-se, em ltima instncia, da consolidao do
Itinerrio de Io para que os valores do Santo Graal fossem
transladados para o Ocidente, e o antigo Pacto Social de que nos
fala Saint-Yves dAlveydre, consequentemente a Sinarquia, fosse
restaurado no Mundo como determinava a Lei. Sem a
participao dos Iniciados ismaelitas dificilmente se poderia
vencer os adversrios que no eram poucos e conheciam bem o
terreno. Sobre o assunto, diz o Livro da Tradio:
De qualquer modo, o que nos admira nesta Ordem dos Assacis, e que no deixa de lembrar-nos a Ordem do Templo, o sucesso
de uma organizao secreta que se apoiava sobre um esoterismo
e uma rede de relaes mltiplas obedecendo a palavras de
ordem ocultas.
O seu relacionamento histrico com os templrios foi logo
estabelecido. At mesmo as cores dessas duas Ordens so
idnticas. Os Cavaleiros cristos traziam uma cruz vermelha
sobre o manto branco, e os Assacis tambm usavam faixas
vermelhas sobre o hbito branco. Encontramos, bem mais tarde,
uma lembrana disso na Ordem dos Jesutas e em certos
aspectos da Poltica do Vaticano. Do mesmo modo, a
organizao em Graus e a lembrana de um Ritual Inicitico
no deixam de fazer-nos pensar que templrios e assacis
buscavam uma finalidade similar. A rejeio dos dogmas e a
implantao de uma verdadeira Gnose na qual se uniam Plato,
-
Pitgoras e os grandes alexandrinos, tudo num cadinho
alqumico que dava parte bastante restrita ao Islo. CRIAO DOS ESTADOS UNIDOS DA EUROPA Os funestos acontecimentos posteriores no fizeram desaparecer o
elo entre a Ordem dos Templrios e a Ordem dos Assacis.
Segundo Ren Gunon, aps a destruio da Ordem Templria
ordenada pelo monarca francs Filipe, o Belo, os templrios
reorganizaram-se na clandestinidade mantendo a relao com os
Iniciados islmicos cuja expresso mxima era a Ordem dos
Assacis, que s aparentemente desapareceu no incio do sculo
XIV. Apesar de serem diferentes na aparncia ambas as Ordens
perseguiam a mesma finalidade, que era a instaurao do Reino de
Deus na Face da Terra. Reino ao qual Jesus fez muita referncia,
inclusive afirmando que Ele provinda dele ao dizer: O meu Reino no pertence a este Mundo. Reino tambm conhecido por Agharta no Alto Esoterismo.
A TRADIO PRIMORDIAL E OS TEMPLRIOS Os templrios eram os fiis guardies da Tradio Primordial,
expressa pelo Culto ao Santo Graal. Tradio que vem desde a
velha Atlntida e preservada durante milhares de anos nos
Templos e Confrarias do Egipto, da Comunidade Tergica
Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 16
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ndia, do Tibete, etc. Os templrios tinham as suas razes na Igreja
de Roma, por isso mesmo conheciam bem os segredos e
fraquezas dessa instituio, talvez estando nisso a origem da sua
supresso com a anuncia do papa Clemente V.
Os templrios, como defensores da Tradio Primordial ou do
Pacto Universal, visavam a restaurao da Sinarquia, e eram
tambm, segundo alguns Iniciados, os fiis depositrios da Arca
da Aliana, firmemente vigiada pelo Rei do Mundo ou o Velho da
Montanha e os seus assacis. Arca que continha em seu bojo as
medidas ureas que possibilitaram a construo das catedrais
cannicas que capitalizaram para o Ocidente as Energias
Csmicas de natureza construtiva, o que possibilitou o grande
salto evolucional da Europa a ponto de ali se estabelecerem as
bases onde a 5. Raa-Me Ariana pde florescer e cumprir a sua
misso.
Segundo alguns autores ilustres, tambm os ctaros participaram
do processo evolucional como os ltimos guardies europeus dos
Mistrios do Graal. Os templrios, por certo, foram bafejados
pela Proteco Divina, mesmo no terreno temporal, e da
tornarem-se praticamente os senhores dos tesouros materiais do
Mundo Ocidental, chegando a possuir a frota europeia de navios,
a construrem estradas em todo o continente e desempenharem o
papel de banqueiros escala internacional. Tudo isso despertou
muita inveja.
A supresso dos templrios e dos ctaros, que eram quem
mantinham a paz entre os povos do Ocidente, gerou uma srie de
conflitos que perdurou durante duzentos anos prejudicando
sobremodo a evoluo que deveria transcorrer em paz e harmonia,
pois Lei bem certa os valores espirituais no poderem florescer
em ambiente de dios e guerras. Enquanto perdurarem esses
estados caticos entre os povos, por certo o dito Reino de Deus
no passar de um mito inatingvel.
As Ordens Iniciticas tinham como meta principal a criao dos
Estados Unidos da Europa. Esse objetivo era um dos maiores
segredos da Idade Mdia, onde ainda no existiam os Estados
Nacionais como hoje os conhecemos. Cada feudo tinha por
dignitrio um senhor baro todo-poderoso. Assim, tinha-se que
comear por criar os Estados Nacionais para depois reuni-los
-
numa Confederao Internacional, o que teria evitado mil anos
de guerras fratricidas e a Histria teria dado um salto gigantesco
em termos de progresso material e espiritual. Contudo, a Natureza
no d saltos
RESTAURAO DA TRADIO PRIMORDIAL O que os templrios visavam, bem assim como os Iniciados de
todas as pocas, era restaurar a verdadeira Religio-Sabedoria,
entretanto sepultada por dogmas irracionais e anti-cientficos que
obscureciam a Mente do Homem retardando-lhe a sua evoluo
espiritual.
Manethon de Sebennytos, sacerdote egpcio do sculo III a. C., j
em seu tempo dera-se ao trabalho de realizar o levantamento da
Histria Egpcia a partir de Mens, indo constatar que h quase
sete mil anos atrs existiu uma poderosa civilizao onde imperou
a Sinarquia. Os livros das bibliotecas da antiga ndia, do Tibete e
da China milenar, falam-nos de uma Era de Comunidade
Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 17
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Ouro com o Poder Divino actuando directamente na vida dos
povos. Para restaurar essa condio, os templrios e todos aqueles
que lutavam pela reconquista da liberdade no deixaram de
enfrentar o deplorvel estado de sectarismo religioso cujo pesado
obscurantismo, escondido atrs da mscara teolgica, cerceava
feroz qualquer movimento no sentido do progresso em que campo
social fosse.
Para que a verdadeira Sabedoria Divina no prevalecesse, uma
campanha sistemtica, que j durava h sculos, era alimentada
por mentes doentias para que as trevas anulassem as luzes do
Passado com isso afectando, por consequncia, o Futuro.
Bibliotecas inteiras foram incendiadas, papiros queimados,
monumentos arqueolgicos destrudos. Contudo, para apagar
completamente o rasto luminoso da Sabedoria dos Deuses,
tambm ter-se-ia que acabar com as escrituras sagradas dos
Vedas, dos Puranas, das escrituras esotricas de todo o Oriente e
do que sobrou da antiga Grcia e mesmo de Roma.
Para Saint-Yves dAlveydre, no se pode esconder a Verdade
para sempre. Diz ele:
No se pode mais ensinar que o Universo tem seis mil anos, no se pode mais atribuir essa infantilidade primria ao activo
de Moiss, quando se encontra reportado nos livros sagrados da
ndia que o stimo Perodo Mansico, o stimo Ciclo
Interdiluviano aconteceu quarenta sculos antes dessa data.
Vinte sculo antes desses seis mil anos, reinou o ltimo
soberano negro da ndia, o Rawhon Daaratha, imperador
indiano de quem os Pha Rawhons do Egipto, da Prsia, da
Fencia e da Taurida no eram mais do que vice-reis.
Daaratha foi destronado pelo Manu Rama, o lder da
emigrao celta vinda da Europa Ocidental. Daaratha era o
quinquagsimo quinto monarca solar desde Ikshakou, o
primeiro colonizador vermelho da ndia.
Nessa poca, esse soberano encontrava-se frente de uma
imensa civilizao remontando a quase seiscentos sculos antes
da data pretendida pela Bblia para a Criao, vendo-se
coroados os chefes das duas Ordens Sociais instalados, oito mil
e quinhentos anos antes do momento em que escrevo estas
linhas, em duas cidade colossais: Ayodia, metrpole da Dinastia
-
Solar, cujo dimetro era de sessenta quilmetros, e Pratishtana,
sede da Dinastia Lunar, construda na mesma proporo.
O nome do Deus Supremo desse Ciclo, Ishwara, Esposo da
Sabedoria Viva, da Natureza Naturante, Prakriti, era o mesmo
que Moiss inferia, quase cinquenta sculos depois, da tradio
caldaica dos Abramidas e dos Santurios de Tebas, para dele
fazer o smbolo cclico do seu movimento: Ishwara-El ou Israel,
isto , o Esprito Real de Deus.
Como fogo sob cinzas, as centelhas da grande lareira da antiga
Aliana Universitria da antiga civilizao ante-abramida e pr-
mosaica ainda subsistem, mais ou menos obliteradas, no
pensamento dos sacerdotes brahmanes, tibetanos e budistas,
como no dos guebres dos letrados chineses, dos sacerdotes
japoneses, dos xams trtaros, etc. Das duas uma, ou o Cristianismo capaz de suportar e
sintetizar cientificamente esses tesouros da antiga
intelectualidade, ou forosamente se afogar. Mas at agora a
nossa civilizao, longe de estar em sintonia com a inteligncia
e a alma dos seus irmo mais antigos, pelo contrrio, tenta
destru-los e sombre-los continuamente.
Mais bem informados do que os europeus sobre a Cincia das
coisas divinas e menos ignorantes que eles sobre a Histria Real
do Mundo, os sbios asiticos, ligados de um modo mais ou
menos consciente ao antigo Ciclo, jamais admitiro o nosso
exoterismo judaico-cristo tal como os nossos missionrios lhes
apresentam, nem, dentre outras coisas, a sua cronologia, que
Jesus teria destrudo com um sorriso, Moiss com um franzir do
cenho e os Abramidas com um desdenhoso movimento dos
ombros. Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 18
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Ora, o nosso esprito cientfico actual parece-lhes marcado com
um carcter bestial e no humano, muito menos divino. Sim,
essa Besta que eles vem blasfemando, dissociando com dio e
com loucura os membros da Humanidade, usando e destruindo
com diletantismo todas as energias dos povos, todas as foras do
planeta.
o destino mais brbaro, e no a Providncia, que lhes aparece
sobre o trono dos nossos soberanos, sob a palma dos nossos
sbios oficiais, sob o fraque da nossa diplomacia, atrs da
espada dos nossos homens de guerra e do balco de nossos
financeiros, no papel dos nossos acordos de Estado e no Moloch
industrial servido pelos nossos engenheiros.
A Europa, por sua constituio diplomtico-militar com a qual
est armada, elabora a sua prpria destruio e a de todos,
assim como toda a sua organizao aponta ao planeta inteiro os
smbolos da aniquilao universal. FUSO DO BUDISMO COM O CRISTIANISMO As Ordens Iniciticas Secretas sempre preconizaram a unio do
Oriente com o Ocidente, que seria consubstanciada pela fuso do
Budismo com o Cristianismo. Naturalmente elas referiam-se aos
aspectos esotricos dessas duas doutrinas. J no seu tempo,
Alexandre o Grande com as suas conquistas tambm j visava
esse mesmo objectivo. Essa unio de crenas no deixaria de
preservar as caractersticas tnicas das mesmas.
Sculos depois, essa inteno voltou novamente a tona com o
chamado Projecto Turpino defendido por Carlos Magno, que
preconizava o estabelecimento no Ocidente de trs centros
devocionais, sendo que um teria como centro Roma sob a gide
de S. Pedro, outro em Santiago de Compostela sob a evocao de
S. Tiago Maior, e o terceiro centro estabelecido em feso, sob o
padroado de S. Joo. Tratava-se de um projecto muito avanado
para a poca, mas que se tivesse sido posto em prtica teria
livrado a Humanidade de sangrentos conflitos de natureza
religiosa, mantendo a unidade das crenas e respeitando a
liberdade dos fiis de escolherem a sua inclinao confessional.
Por sua vez, os templrios alm dos objectivos polticos tambm
perseguiam o aspecto mstico, como j vimos. Eles eram joanitas,
ou seja, eram partidrios do Evangelho de S. Joo que
-
acreditavam transcender a doutrina de S. Pedro. Consideravam o
Evangelho defendido por Roma, o de Pedro, de carter exotrico
sem a profundidade esotrica daquele do centro de feso.
Pressentindo esses objetivos ocultos pancontinentais dos
cavaleiros do Templo, o rei francs Filipe o Belo, como estratgia
poltica, achou por bem pedir a sua filiao Ordem, que lhe foi
recusada diversas vezes por saberem da prepotncia que animava
o seu carcter desptico. Isso feriu profundamente o proverbial
orgulho do monarca atiando o seu desejo de vingana, a que se
juntava a sua ambio de apoderar-se da grande fortuna dos
cavaleiros de Cristo. Ento, Filipe encarregou Guilherme de
Nogaret, famigerado chanceler e chefe da guarda real, da infame
tarefa de acender a fogueira que quebrou a hegemonia daqueles
que sonhavam com a unidade dos europeus, no obstante a
diversidade das suas crenas, raas e filosofia de vida. Contra o
rei de Frana, contra o papa Clemente V e contra o chanceler
Nogaret, foi proferida uma maldio pelo 22. Gro-Mestre da
Ordem do Templo, Jacques de Molay, enquanto ardia na fogueira,
que foi mais ou menos a seguinte:
Rei Felipe, papa Clemente e chanceler Nogaret, juzes inquos e cruis carrascos, eu vos convoco a comparecerdes dentro de um
ano no Tribunal de Deus.
Conta a lenda que o monarca, ao ouvir a maldio, comentou: A nica coisa que me arrependo a de no ter mandado arrancar a
lngua desse indivduo. Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 19
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Maldio, conspirao templria, acaso, coincidncia ou l o que
fosse, o facto que o Filipe IV em primeiro lugar no ano de 1314,
o papa Clemente V no mesmo ano, e por ltimo o chanceler
Nogaret, todos eles antes de um ano passado j no pertenciam
mais ao mundo dos vivos. O eco dessa maldio ainda ecoava
quatro sculo aps a tragdia, por ocasio da Revoluo Francesa
contra a linhagem dos Capetos, qual pertenciam Felipe, o Belo,
e o seu longnquo descendente Lus XVI que foi guilhotinado, e
da qual, dizem as crnicas, os Rosa+Cruzes e os Francos-Maons
afirmam-se fiis testamentrios executantes
OS TEMPLRIOS, ELO DE LIGAO ENTRE O
ORIENTE E O OCIDENTE O dio ancestral que acompanha toda essa tragdia humana na
qual esto envolvidos papas, reis, homens oblicos, Ordens, etc.,
s tem uma explicao racional: a existncia de uma Organizao
de contra-Poder que actua alm dos tempos perseguindo uma Misso que precisa ser levada a cabo, leve o tempo que levar.
Fala-se que as Potncias Ocultas que serviram de escudo ao papa
Clemente V e ao rei Filipe IV, foram as mesmas que destruram
Joana dArc e Henrique IV, estes envolvidos no grande projecto
de implantao da Sinarquia Universal e da Tradio Primordial.
Na poca em que Napoleo Bonaparte ainda mantinha vnculos
com a Maonaria e orientava-se pelas suas directrizes, ter
ordenou que se resgatasse da Biblioteca do Vaticano a pea
relativa ao processo movido contra os templrios que consistia
num rolo medindo 22 metros de comprimento. At hoje paira um
mistrio sobre o fim que levou o documento.
Jean-Michel Angebert, na sua interessante obra O Livro da
Tradio, aborda o assunto dos documentos desaparecidos
relativos ao julgamento dos templrios, retirados dos Arquivos do
Vaticano, com as seguintes palavras:
Trata-se simplesmente de refazer a Histria com documentos
verdadeiros e no com peas truncadas ou falsificadas!
Ordem Monstica e Ordem Militar, o Templo estava bem
situado para restabelecer o elo entre os dois plos de uma
Tradio originalmente comum ao Oriente e ao Ocidente.
Submetidos Autoridade Espiritual de Roma e sujeitos ao
Poder Temporal dos reis de Frana, no de admirar que os
-
templrios tivessem conservado em depsito a Tradio Solar da
primeira Cavalaria que era, ao mesmo tempo, Espiritual e
Temporal, antes de se tornar, por efeito das circunstncias,
unicamente material.
No nosso propsito estabelecer um debate entre Cavalaria
Terrestre e Cavalaria Celeste. Limitamo-nos apenas a constatar
que os templrios estavam igualmente bem colocados para
reunir na sua Ordem as qualidades inerentes a essas duas
modalidades de Cavalaria. Comunidade Tergica Portuguesa
Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 20
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O retorno s origens da Cavalaria fascinava-os, desejavam a
reposio dessa unio entre os dois Poderes, que quando postos
em confronto conduziram ao fosso que actualmente separa os
espiritualistas dos materialistas, e esse retorno ao Passado, na
poca em que a instituio bancria comeou a aparecer, tinha
um nome: Sinarquia.
Qual era, portanto, esse sistema poltico que os templrios
desejavam implantar em substituio monarquia francesa?
Pelos seus elos com os assacis, os drusos, os monges-
construtores ou primitivos maons operativos, os odinistas e os
sbios cabalistas, os templrios estavam, como devemos
reconhecer, bem situados para criar e enquadrar um Estado
Supranacional Sinrquico, que teria possibilitado um
entendimento durvel entre o Ocidente e o Oriente.
Saint-Yves dAlveydre, ardoroso defensor do Princpio Sinrquico, pde escrever no sculo XIX que essa viso poltica
dos templrios havia dominado todo o continente europeu,
Mdio-Oriente e chegando at sia, possibilitando uma unio
estreita entre as tradies nrdica, judaico-crist, islmica,
budista e brahmnica. O TRPLICE PODER SINRQUICO No ano de 1302, em Frana e por iniciativa da Ordem do Templo,
foram convocados os primeiros Estados Gerais, consistindo na
convocao dos lderes das vrias regies do reino representando
os diversos segmentos sociais com direito a opinarem sobre os
negcios e coisas demais pblicas, por sinal tendo a convocao
sido feita pelo prprio rei Filipe IV, o que no agradou aos bares
e outros nobres feudais que eram os nicos com direito a opinar
sobre os interesses pblicos da colectividade sob a sua
responsabilidade. Com a queda dos templrios, esse sistema foi
relegado ao esquecimento.
Segundo Saint-Yves dAlveydre, a instituio dos Estados Gerais
numa poca to recuada correspondia aos anseios dos templrios
sinarquistas. Ficaram definidos os trs Poderes correspondentes s
classes sociais de ento, constituindo-se o Poder de acordo com a
hierarquia das classes:
a) O Ensino, sob a gide da Igreja;
b) A Justia, representada pela Nobreza;
-
c) A Economia descentralizada pela Burguesia.
Observa-se o adiantamento do sistema poltico-econmico de
ento em relao ao actual. Os templrios, obedecendo aos
princpios sinrquicos, j naquela poca preconizavam a
Economia descentralizada, cujos representantes eram os
chamados cnsules, magistrados municipais e prebostes dos
mercadores.
Isso revela-se em franco contraste com o que ocorre actualmente
com a chamada globalizao, que instaurou uma fantstica
centralizao das riquezas nas mos de uns poucos plutocratas
anrquicos, os quais manipulam as finanas mundiais atravs do
famigerado Fundo Monetrio Internacional (F.M.I.).
Por ironia do destino, em 1789 a instituio dos Estados Gerais
convocados por Lus XVI, instado a isso por influncia de
maons, serviu de estopa para detonar a Revoluo Francesa, com
trgicas consequncias para a famlia real, que terminou os seus
dias na guilhotina No resta dvida que a Histria est cheia de coincidncias curiosas que fazem pensar Sobre o sufrgio universal, que muitos pensam ser uma conquista
da modernidade, diz Jean-Michel Angebert: Comunidade
Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 21
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Ora, ainda que correndo o risco de surpreender alguns
leitores, devemos observar que a mulher votava como o marido
seis sculos e meio antes da 4. Repblica!
Com efeito, a mulher que no fosse menor podia votar, como o
seu marido, para a eleio de trs candidatos por profisso e
para cada corporao. A reunio desses candidatos formava um
Primeiro Conselho que agrupava as trs funes: Ensino,
Justia e Economia. Escolhia no seu seio os membros de um
Segundo Conselho igualmente trplice, do qual saa um
Conselho de Estado Legislativo composto por trs
departamentos: Autoridade Espiritual, Poder Temporal e
Economia. Se desejarmos penetrar mais detalhadamente nesse
Conselho de Estado, veremos que primeira dessas seces
correspondiam o Culto e o Ensino; segunda eram atribudas a
Justia, a Guerra, a Marinha e a Diplomacia; por fim, a
terceira era encarregada mais especialmente da Economia e das
Finanas, da Agricultura, da Indstria e do Comrcio. A DUPLA COROA DO REI DO MUNDO PODER EXECUTIVO Era o Conselho de Estado que nomeava os ministros que iriam desempenhar a funo de Poder Executivo.
Um ministro cuidava da justia social e defesa respeitante ao
povo; outro ministro era responsvel pelo Poder Espiritual, no
referente aos assuntos de cultura e religiosidade; finalmente, um
terceiro ministro era responsvel pela Economia.
Esse Poder tripartido no interessava a Filipe, o Belo, acostumado
a exercer o domnio absoluto sem contestao. Nisto explica-se o
golpe mortal por ele desferido no Poder Sinrquico representado
pela Ordem dos Templrios, sendo obrigados a recolher-se na
clandestinidade por ousarem desafiar o Poder Anrquico que
predomina at aos dias de hoje. Diz O Livro da Tradio:
Ainda que para os Capetos, linhagem a que pertenciam Filipe o Belo e Lus XVI, o perigo no residisse nessa falsa
interpretao da trplice essncia do Poder Sinrquico,
necessrio dizer que, como todos os Iniciados, os templrios
acreditavam na reencarnao e, como por acaso, a Sinarquia
no admite a hereditariedade arbitrria.
Tambm como por acaso, as trs cores da Bandeira Nacional de
Frana apresentam a caracterstica dessa triplicidade: o
-
Vermelho da Nobreza e do Clero, o Branco dos Camponeses e o
Azul dos Burgueses, todas as trs colocadas em estrito p de
igualdade. AGHARTA E OS TEMPLRIOS Fala-se que aps a supresso da Ordem do Templo o seu Gro-Prior, o Cavaleiro de
Gonneville, partiu em demanda do lendrio Reino do Preste Joo,
muito relacionado misteriosa Agharta. Segundo velhas
tradies, trata-se de um Reino existente no seio da Terra interdito
aos profanos. Segundo O Livro da Tradio, esse misterioso
Mundo Subterrneo chamado simbolicamente de Reino de So
Joo, sendo por isso que os templrios se assumiam joaninos por
esse mistrio no ser estanho para eles, pelo menos para a sua
elite iniciada.
MAITREYA E O ANTI-CRISTO O Preste Joo, segundo a Tradio, governava como Pontfice e como Rei, ou seja, tal qual
o Rei do Mundo que ostenta sobre a sua cabea dupla Coroa de
Senhor dos dois Poderes, ou seja, a Autoridade Espiritual e o
Poder Temporal. A Igreja e outros prncipes poderosos sempre
almejaram exercer essa dupla funo, mas fracassaram sempre,
porque s ao verdadeiro Rei do Mundo concedido esse
privilgio. Os anrquicos tambm aspiram to alto Comunidade
Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 22
-
galardo, contudo, at agora s conseguiram um Poder Temporal
precrio, sempre abalado por profundas crises que tm levado a
Humanidade a conflitos e sofrimentos inauditos. Quanto ao Poder
Espiritual to almejado por eles, o mximo que podero lograr
ser forjar um Anti-Cristo que, segundo a Tradio, ter uma
catica vida efmera, para dar lugar ao verdadeiro Cristo, ao
Avatara que Maitreya, o Messias esperado por todos os
verdadeiros Filhos de Deus ao longo dos tempos, o qual vir
implantar o Reino de Deus antecipado pela Hierarquia dos
Cavaleiros Celestes comandados pelo Excelso Akdorge, o
Cavaleiro das Idades, segundo ensina a Sabedoria Eterna hoje
conhecida no Ocidente como Teosofia.
O REINO DO PRESTE JOO E MELKI-TSEDEK Ainda sobre o misterioso Reino do Preste Joo, motivo central da
Gesta Henriquina que o Infante Henrique de Sagres, ocupando
posio destacada na Hierarquia do Governo Oculto do Mundo,
ordenou aos seus capites de mar que o demandassem navegando
para Ocidente, com conhecimento exacto do que ele era e
significava realmente, muito mais depois das campanhas africanas
na tomada de Ceuta que lhe serviu de pretexto para aproximar-se
dos saberes arbigos atravs dos sbios mauritanos ou mouros,
muitos deles vindos para Portugal para ingressar a famosa Escola
de Navegao de Sagres.
Historicamente, comeou a falar-se em Preste Joo e no seu
Reino mtico quando o bispo armnio de Jabala assinalou em
1145 a existncia desse personagem misterioso, que apesar de to
falado era ainda menos conhecido passando a ingressar o grosso
das lendas medievais. Com a morte do Papa Adriano IV, o seu
sucessor, o Papa Alexandre III (1100-1181), que foi quem deu o
reconhecimento da fundao e independncia de Portugal, teve a
grata surpresa de receber vrias cartas assinada pelo Preste Joo,
Senhor da Tartria, que lhe trouxe o dito bispo armnio. Essa
correspondncia era dirigida no somente ao Papa mas tambm ao
Imperador Frederico I do Sacro Imprio Romano-Germnico e a
Lus VII, Rei de Frana. A partir da, o que era um mito ou lenda
passou a configurar algo mais ou menos real e histrico.
Provavelmente, nos Arquivos do Vaticano devero existir
documentos mais comprobatrios da existncia histrica desse
-
poderoso Imperador da frica, sia e Amrica que se intitulava
Rei dos Reis.
OS QUATRO MONARCAS CELESTIAIS Os Iniciados da Ordem do Templo por certo no ignoravam a existncia do
Supremo Monarca Universal, e por isso na sua ritualstica interna
prestavam homenagens aos Quatro Reis que adejam em torno do
Supremo Monarca, que com o ttulo de Melki-Tsedek, Rei de
Salm e Sacerdote do Altssimo, sem genealogia terrena, detm
na sua cabea a dupla coroa do Poder Temporal e da Autoridade
Espiritual. Essas Quatro Potestades em torno da Quinta mais no
so que os Quatro Maha-Rajas da Tradio Inicitica hindu-
europeia, os quais, segundo as Revelaes do Novo Ciclo, so
chamados de Reis Divinos do Segundo Trono ou Monarcas
Celestiais, os Senhores dos quatro Pontos Cardeais.
O mistrio do Rei do Mundo sempre esteve relacionado ao Santo
Graal, e da Saint-Yves dAlveydre falar-nos dos Templrios de Agharta guardies da Taa Sagrada. Templrios profundamente relacionados Maonaria dos Traishus-Marutas pertencentes
Corte do Traishu-Lama, quando esta Coluna Viva do Rei do
Mundo ainda residia em Tjigad-J, no Oeste do Tibete, at ao ano
de 1924, quando a Trade Oculta Governadora do Mundo
transferiu-se para o Brasil por exigncia da Lei, cumprindo-se as
profecias e augrios de todas as mais venerandas tradies.
Contudo, o mais extraordinrio de tudo isso que tais factos so
tomados como inusitados at pelos mais ilustres autores da
literatura esotrica mundial, como Ren Gunon, por exemplo,
revestindo-os com uma aura de mitologia fantasista, certamente
por ignorarem a profundidade deste mistrio que alavanca a
evoluo do Mundo, pois que de facto trata-se de Comunidade
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uma transcendente e gloriosa realidade conhecida por alguns
poucos mas que um dia, possivelmente, vir a lume aqui nas
terras sagradas do Brasil, por ser a Ptria do Avatara do Ciclo de
Aquarius.
Os templrios historicamente conhecidos nada mais eram do que
a ramificao externa de uma outra Ordem muito mais secreta, e
por isso mesmo que puderam ser atingidos pelas mos
impiedosas dos senhores anrquicos do Mundo. Portanto, eram
uma cobertura exterior dos verdadeiros Templrios Aghartinos
que so intocveis, como o so os seus 33 Templos Jinas
relacionados Tradio do Santo Graal, e pela qual se deram em
holocausto.
OS NESTORIANOS E O ITINERRIO DE IO Os templrios eram considerados na Europa os Guardies da Terra Santa. Contudo, para os Iniciados nos Grandes Mistrios essa Terra Santa referia-se Jerusalm Celeste ou o Paraso Terreal da Tradio Primordial que Agharta. Talvez por isso
Jerusalm tenha sido escolhida para ser a Oitava Cidade ou o
Centro do Sistema Geogrfico que deu cobertura ao trabalho de
Jesus, o Cristo.
O Livro da Tradio afirma que os nestorianos actuando na sia
tinham conexes com Agharta, e que no Turquesto foram
descobertas cruzes nestorianas em cujo centro aparece o smbolo
da Sustica ou Swstika, smbolo do Rei do Mundo que
venerado em toda sia Central desde os tempos mais remotos.
Ferdinand Ossendowsky faz referncia a um anel ornado com
uma Sustica que se encontrava no Museu de Urga, capital da
Monglia, hoje chamada de Ulan Bator. Segundo a tradio, esse
anel teria sido oferecido a Gengis-Khan pelo prprio Rei do
Mundo. Os nestorianos mantinham relaes coma Ordem dos
Templrios e com o Clero Lamasta do Tibete, estabelecendo uma
tessitura entre a Cristandade ocidental e a Espiritualidade oriental.
Tratava-se de um trabalho transcendental no sentido de firmar-se
o Itinerrio de Io. Sobre a tentativa de se reatar o elo quebrado
entre a Tradio Primordial, conservada em Agharta, e a
implantao da Sinarquia na Face da Terra, pela Ordem do
Templo, assim se expressou Andr Gauthier-Walter:
-
Aps a sua destruio, a Ordem do Templo continua tambm
se metamorfoseando de vrios outros modos. Em 1318, uma
grande Conveno reuniu na Dalmcia, em Spalato (Salnica)
um grande nmero de Cavaleiros Tributrios de todos os pases
onde a Ordem tinha Comendadorias. O Grande Prior (ou
Grande Pontfice) de Gonneville transmitiu uma mensagem de
Jacques de Molay e acrescentou mesma as suas prprias
instrues.
Anunciou a futura ressurreio da Ordem aps de mais de seis
sculos. Para acalmar a clera dos cavaleiros, principalmente
dos Cavaleiros Tributrios, contra o Papado e a Monarquia
francesa, Gonneville foi obrigado a usar de toda a sua
autoridade, sustentado pelo Conselho Supremo. Ele fez vrias
profecias, e revelou que os responsveis pela Ordem haviam
sabido, com vrios anos de antecedncia, que esta iria
desaparecer e que no deveria resistir, apesar de ser mais forte,
por diversas razes que ele indicou.
Aps essa importante Conveno que durou uma semana, todos
voltaram aos seus pases de origem enquanto o Supremo
Conselho embarcava para uma ilha do Adritico, que
Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 24
-
sem dvida era a antiga Cocria (a actual Corfu), a ilha em que
Ulisses encontrou Ulissipa (Nausica...) e onde Jaso viveu com
Medeia. O Supremo Conselho ali permaneceram por mais de
trs anos em grande trabalho, antes de se dispersar.
Alguns comentadores so de opinio que foi l que se previu o
que deveria vir a ser, mais tarde, a Ordem da Rosa+Cruz e os
Graus Cavaleirescos da Franco-Maonaria Escocesa. O certo
que Gonneville partiu em seguida para a Prsia de onde passou
para a sia Central, onde desapareceu O PODER DA ME DIVINA As bases de uma sociedade realmente livre, prspera, feliz e
espiritualizada apoiam-se, segundo os Grandes Iniciados de todos
os tempos, no equilbrio do Poder Temporal com a Autoridade
Espiritual. Quando esse equilbrio quebrado sobrevm,
inexoravelmente, o caos social e a desarmonia entre os seres e a
decadncia das civilizaes. Por isso, o Poder Sinrquico tem por
misso restabelecer a Harmonia Universal que algum dia j foi
apangio da Humanidade. Esses valores esto presentes na vida
de todos. Para se poder optar pelo caminho da espiritualidade no
preciso necessariamente desligar-se do mundo material, porque
os dois mundos completam-se. Segundo ensina a Sabedoria
Inicitica das Idades, para chegar-se ao pinculo da vida espiritual
o primeiro patamar a ser transposto o de ter de vencer as provas
que so prprias do mundo material, o que em si mesmo j uma
Iniciao, porque enfrentar a vida no mundo o mesmo que
enfrentar o mestre mais rigoroso que exista.
O mundo material est relacionado, antropogenicamente falando,
ao veculo fsico do ser humano. Ningum alcana os mais altos
nveis de conscincia sem antes superar a sua personalidade, que
est mais relacionada s coisas materiais do que s espirituais.
Por isso que a grande Sabedoria dos Iniciados da Antiguidade
procurou resolver esse dilema atravs da Meditao e das Yogas.
O Caminho a ser percorrido est bem patente, por exemplo, nos
conhecidos Passos da Yoga de Patanjali. Segundo essa Yoga, a
primeira postura direcciona-se para o domnio do Corpo Fsico,
denominada Asana, pela qual o aspirante exercita o domnio
completo do seu veculo mais denso. O segundo Passo
destinado ao corpo mais acima do fsico em termos de subtileza,
-
ou seja, o Corpo Vital, cujo equilbrio est relacionado
directamente prtica da respirao inicitica denominada
Pranayama. A prtica desta Yoga vai sucessivamente trabalhando
os demais veculos at ao domnio de Kama-Manas, atravs do
Passo chamado Pratyhara. Finalmente, logra-se alcanar os
Princpios Superiores Mondicos, Atm-Budhi-Manas,
relacionados aos Passos chamados respectivamente Dhran,
Dhyana e Samadhi. Assim se realiza o trabalho integral do ser
humano.
DINHEIRO, SEXO E PODER A Sabedoria dos Deuses ensina que a Divindade manifesta-se nos Planos mais densos da
Manifestao atravs da Me Divina, que o seu Aspecto Criador
no Mundo das Formas. Por sua vez, os valores mais imediatos e
grosseiros da Grande Me expressam-se na vida diria dos seres
humanos como trs potncias: dinheiro, sexo e poder. So
potncias naturais que em si nada tm de mal. Contudo, so
foras que se forem mal dirigidas podem prejudicar a evoluo
das pessoas, gerando um karma negativo que ter de ser resgatado
custa de sacrifcios e sofrimentos, mas que se forem operadas
com sabedoria podero ajudar os seres humanos na Senda
Espiritual.
Essas trs vertentes esto presentes na vida de todas as pessoas.
Trata-se de desafios que precisam ser vencidos. Embora esses
desafios revistam-se de carcter sacrificial, no entanto conduzem
o discpulo libertao das teias mayvicas que o prendem ao
mundo das iluses e o libertam daquilo que as Estncias de
Dzyan chamam de Mundo das Necessidades. Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 25
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A CHAVE NUMRICA E A ECONOMIA
A respeito da trade dinheiro-sexo-poder como potncias
inferiores da Natureza, daremos nfase ao aspecto monetrio por
estar to presente no nosso dia-a-dia. O dinheiro devia ter, como
antigamente, a sua expresso na moeda, que alm da sua
conotao puramente material tem razes nas energias espirituais.
Segundo pode-se constatar nos Arcanos Aghartinos nmeros 1,
12 e 21, a Moeda valor tendo os seus fundamentos na Moneda
ou Mnada. Por a pode-se aquilatar dos valores no fsicos que
deveriam secundar um s Padro Monetrio que foi aviltado
pelos Anrquicos, mas que ser restaurado quando voltar a
imperar a Sinarquia.
Na modernidade fala-se muito de Cincia Econmica. Mas que
haver de errado na Economia com as suas crises cclicas que
afectam to profundamente a vida dos povos? Do ponto de vista
sinrquico, a Economia moderna peca por dois motivos bem
distintos: como pretensa Cincia exacta tem falhado nas suas
previses e conceitos por ignorar como se opera com a Chave
Numrica, que uma das sete Chaves que abrem as portas dos
Grandes Arcanos, alis, uma Chave muito conhecida dos
cabalistas e que constitua uma das exigncias para pertencer-se
Escola Pitagrica. A outra falha fatal da Economia estar
desvinculada dos princpios ticos e espirituais, por estar ao
servio dos exclusivos interesses de banqueiros aptridas onde a
imoralidade campeia e a espiritualidade inexiste na quase
totalidade deles.
Um outro elo causador do fracasso da Economia contempornea
que ela se funda num acerbado individualismo sem nenhuma
conotao com o Estado Social, estimulando ao mximo a cobia
e expandindo-se custa dos mais fracos e desprovidos. Os
senhores do Poder Econmico para alcanarem os seus objectivos
egostas no medem as consequncias, pois s visam, como disse
Gorbachov, o lucro mximo. Isso puro imperialismo
psicossocial na sua expresso mxima, onde qualquer sentimento
de compaixo e fraternidade varrido da convivncia humana,
tornando-se assim a Economia uma Cincia Satnica ao servio
dos Anrquicos. Como consequncia deste estado anmalo de
coisas, o que se verifica uma ausncia total de solidariedade e o
-
florescer de um individualismo feroz que corri e corrompe os
laos da sociabilidade humana, espezinhando uma vocao
natural da natureza ntima dos seres.
O que denuncia com maior clareza a debilidade da falsa
Economia exotrica, so os seus fracassos contnuos manifestados
como a persistncia da inflao, s vezes escamoteada para
enganar os desprevenidos, o crescimento do desemprego, o
aumento da disparidade de rendas e taxas de que resulta o
crescente acmulo de bens nas mos de pequena minoria, mas
diminuindo o poder aquisitivo da maioria do povo, aumentando
assim a misria que se generaliza. No sector da Economia
relacionada produo industrial, observa-se a flagrante
incapacidade de lidar com os avanos tecnolgicos que so uma
conquista do gnio criador humano, deixando assim de ser uma
ddiva no sentido de aliviar a carga de trabalhos pesados e
montonos para se tornar um dos maiores flagelos da
Humanidade como pretexto para gerar de desemprego em massa,
provocando a desocupao de um nmero crescente de cidados
com suas letais consequncias Comunidade Tergica
Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 26
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sociais e morais, mormente para os jovens que se defrontam com
uma vida sem expectativa. Por isso, dizia Thomas Carlyle:
A Economia uma Cincia Sombria. Porque o Homem Econmico o agente econmico ideal no livre nem responsvel. Ele dominado por uma ideia fixa: os seus
prprios ganhos individuais. um fantico, um desvairado, o
egosmo em forma de pessoa. Ele o modelo contraditrio em si
mesmo. O HOMEM ECONMICO Como vimos, o chamado Homem Econmico pura e simplesmente, do ponto de vista esotrico, uma Egrgora
humanizada gerada pelas vibraes psicomentais do egosmo que
germina no corao do Homem. O Dicionrio Internacional
Webster foi muito feliz no verbete seguinte:
Homem Econmico. Homem Hipottico, supostamente desprovido de sentimentos e motivos altrustas que interfeririam
na sua busca puramente egosta de auferir lucros e de desfrut-
los individualmente. Di-nos o corao constatar que so esses indivduos de mentes
doentias que governam o Brasil e as suas finanas neste final de
sculo XX e dealbar do sculo XXI. Brasil que a Ptria do
Avatara, anttese completa da nossa realidade presente.
Um autor, preocupado com os rumos das coisas neste fim de Ciclo apodrecido e gasto, num momento de grande exaltao exclamou: Quando a Idade da tica terminou, surgiram na plancie desolada os economistas, os comunicadores de
encomenda e os tecnoburocratas. No livro A Morte do Homem Econmico de George P. Brockway,
editado pela Livraria Nobel, encontramos o seguinte conceito
sobre os Homens Econmicos: tpico dos monomanacos tratarem as suas obsesses como se fossem coisas concretas. Assim, em vez de se interessar por
pessoas reais a Economia tem-se ocupado com coisas como os
recursos naturais, o produto nacional bruto, o lucro que as
empresas auferem, etc. Em qualquer Economia do futuro, isso
deve ser invertido: os seres humanos sero considerados mais
importantes do que as coisas e os lucros, e a Cincia que Carlyle
-
apropriadamente denominou de Sombria assumir um aspecto
novo e humanizado. De modo que a Economia, que deveria ser a Cincia mais
avanada por estar relacionada directamente evoluo social do
Homem, foi transformada pelos Anrquicos decadentes numa
Cincia Sombria e atrasada, incapaz de solucionar os problemas
que se apresentam a todo o momento. Isto porque se abstraiu das
condies sociais, histricas, polticas, psicolgicas e ecolgicas
que so condies inseparveis das actividades econmicas.
Os economistas tm-se mostrado cada vez mais incapazes de ver
as causas e as consequncias das perturbaes financeiras das
Bolsas de Valores e de prever e predizer a evoluo econmica,
mesmo a curto prazo. Em vista disso, talvez se repita a crise que
abalou as Bolsas de todo mundo a partir da de Nova-Iorque em
1929, promovida pela sbia interveno do Venervel Ralph
Moore, Adepto pertencente Linha dos Moryas que evitou um
mal maior que era a hegemonia da Monopol.
O processo que se opera actualmente escala mundial no sentido
de substituir a moeda por papis simblicos sem nenhum valor
real, cujo valor oscila consoante os interesses escuros que se
escondem no anonimato, sabemos que ele feito a partir de um
ncleo altamente centralizado do Poder Anrquico que detm as
finanas internacionais e as manipula a seu favor em detrimento
da sociedade geral. Comunidade Tergica Portuguesa
Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 27
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O VALOR SUBJECTIVO DA MOEDA
O esvaziamento do valor intrnseco da moeda, que uma
instituio que se perde na memria da Histria, implica num
processo de dissoluo da vida em sociedade realmente civilizada.
A estabilidade do Estado est estreitamente vinculada
estabilidade da moeda que o espelho de uma nao governada
sabiamente. Sem uma moeda estvel torna-se impraticvel o
Estado manter em boa condies de funcionamento os servios
que cabe a ele prover, tais como a segurana social, os servios de
sade pblica, a educao e cultura, o lazer, a segurana do
cidado, os transportes colectivo dignos, a moralidade
administrativa e a eficincia na prestao de servios, etc. A
estabilidade poltica e a manuteno do regime democrtico
depende directamente da estabilidade econmica reflectida numa
moeda forte e confivel. Sem uma moeda estvel no h
credibilidade nas instituies com reflexos at na segurana e
integridade nacional, baluarte que est sofrendo rudes golpes dos
aptridas de planto no nosso pas. Escudados no Poder
Econmico aliengena, tentam promover a desagregao nacional
onde os sos princpios da nacionalidade e do patriotismo sofrem
os mais srdidos ataques.
O conhecido cabalista Ren Gunon, falando do valor subjectivo
da moeda, teve ocasio de dizer:
De qualquer modo, a concepo puramente quantitativa da moeda marca evidentemente o esquecimento do simbolismo da
emblemtica tradicional das suas efgies.
O caso da moeda tal como ela existe actualmente, pode mais
uma vez servir aqui de exemplo caracterstico. Ao contrrio das
civilizaes tradicionais que faziam dela um veculo das
influncias espirituais, na actualidade, despojada de todos os seus valores qualitativos, ela foi reduzida a no ser mais do que
um signo material e quantitativo em si mesmo.
Nesta questo da moeda, se nos limitarmos s ao ponto de vista
econmico, tal como entendido hoje, ficaremos presos ao
reino da quantidade, que na sociedade moderna tem papel preponderante que conhecemos bem e sobre o qual seria
suprfluo insistir. Mas a verdade que o ponto de vista
econmico e a concepo exclusivamente quantitativa da moeda
-
que lhe inerente, no so mais do que o produto de uma
degenerao bastante recente, porque a moeda teve na sua
origem um carcter totalmente diferente preponderantemente
qualitativo que conservou durante muito tempo, embora isso
possa parecer espantoso para a generalidade dos nossos
contemporneos.
As moedas antigas, literalmente cobertas de smbolos
tradicionais, apresentavam um sentido particularmente
profundo, nomeadamente as moedas celtas. Os smbolos que a
figuram esto ligados a conhecimentos doutrinais que eram
prprios dos druidas, o que alis implica numa interveno
deles neste domnio.
Outrora, a moeda era coisa profana como que se tornou mais
tarde. No fosse assim, como se explicaria a interveno de uma
Autoridade Espiritual que evidentemente no tem nada em
comum com isso, e como se poderia compreender que vrias
tradies falem da Comunidade Tergica Portuguesa Caderno Fiat Lux n. 33 Roberto Lucola 28
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moeda como alguma coisa verdadeiramente carregada da
influncia espiritual, cuja aco podia efetivamente manifestar-se por meio dos smbolos nela impressos que
constituam o seu suporte normal? O controle da Autoridade Espiritual sobre a moeda, sob
qualquer forma que seja exercida, no alis um facto limitado
exclusivamente Antiguidade, e sem sair do Mundo Ocidental
h indcios mostrando que esse controle deve ter-se perptuado
at ao final da Idade Mdia, ou seja, enquanto esse mesmo
Mundo possuiu uma civilizao tradicional. Com respeito ao
facto de alguns soberanos terem sido acusados pelos seus
contemporneos imputando-lhes o crime de alterar as moedas, leva-nos a concluir que os reis no dispunham livremente do
ttulo da moeda, e que ao mud-lo por sua prpria iniciativa
ultrapassavam os direitos reconhecidos ao Poder Temporal.
O ttulo cunhado na moeda teria desse modo uma importncia
meramente convencional e varivel ou substituvel por um
simples papel-moeda. Contudo, existia uma outra ordem
superior, porque s assim se explica o facto de que qualquer
alterao arbitrria na moeda podia revestir-se de carcter de
tamanha gravidade que podia at comprometer a prpria
estabilidade do Poder Real. A Ordem dos Templrios, na poca do seu apogeu, possua uma
moeda prpria de circulao internacional, que valia mais que
qualquer outra de carcter puramente quantitativo. Alguns autores
menos avisados atribuem que o mal uso do poder econmico
pelos cavaleiros de Cristo foi a causa da sua queda. Todavia,
ainda nos dias de hoje, principalmente na Frana e em Portugal,
alimenta-se a crena de que o verdadeiro tesouro dos templrios
jamais foi tocado por mos profanas por estar impregnado de
valores espirituais, e como tal s podia ser aplicado para
objectivos nobres. Da a Tradio afirmar que desse tesouro
templrio foi utilizado pelo Infante Henrique de Sagres, o seu
guardio oculto como