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Comunicação pública via facebook: estudo de caso da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás Dezembro/2018 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018 Comunicação pública via facebook: estudo de caso da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás Samiha Salahdino Sarhan - [email protected] Comunicação Empresarial e Gestão de Conteúdo Transmídia Instituto de Pós-Graduação IPOG Resumo Este artigo na área de Comunicação Empresarial e gestão de Conteúdo Transmídia buscou analisar como se dá o processo de comunicação dentro da página do facebook da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). A metodologia utilizada envolveu a pesquisa bibliográfica baseada em material científico (livros, artigos, revistas e teses) para compreender profundamente os conceitos de comunicação pública, redes sociais e internet e, dessa forma, poder averiguar com mais precisão o trabalho realizado dentro da rede social de um órgão público. Após essa pesquisa, foi realizado um Estudo de Caso para analisar publicações dos meses de outubro, novembro e dezembro de 2016 e 2017. Observou-se que no primeiro ano (2016) não havia planejamento de comunicação e no segundo ano (2017) as publicações eram planejadas e havia um padrão editorial. Concluiu-se que, após um planejamento estratégico, o que antes eram publicações engessadas e sem informação, passaram a ser posts levando informação ao cidadão e, assim, a Alego, como órgão público, atingiu seu principal objetivo que é servir o povo. Palavras-chave: Novas Tecnologias. Mídias Sociais. Facebook. Poder Legislativo. Cidadania. 1. Introdução As redes sociais possibilitaram a publicação de conteúdos por qualquer pessoa e também por intermédio de instituições representadas por perfis oficiais, reduzindo o custo de distribuição da cadeia de informações que, até pouco tempo, estava restrita aos grandes grupos econômicos. “A difusão do acesso à banda larga e a facilidade de uso das ferramentas colaborativas da web também podem ser consideradas alguns dos grandes incentivadores da participação do usuário de internet na geração de conteúdos”. (COLNAGO, 2015:12). O fato das redes sociais terem surgido como um meio de comunicação barato e acessível a grande parcela da população, fez com que várias empresas e instituições começassem a investir nessa área. Entretanto, na visão de Gonçalves e Silva (2016:71) “o cidadão encontrou ali um espaço para garantir sua voz e passou a participar ativamente, como aquele que não só recebe, mas também influencia na criação e na produção”.

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Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Comunicação pública via facebook: estudo de caso da Assembleia

Legislativa do Estado de Goiás

Samiha Salahdino Sarhan - [email protected]

Comunicação Empresarial e Gestão de Conteúdo Transmídia

Instituto de Pós-Graduação – IPOG

Resumo

Este artigo na área de Comunicação Empresarial e gestão de Conteúdo Transmídia buscou

analisar como se dá o processo de comunicação dentro da página do facebook da Assembleia

Legislativa do Estado de Goiás (Alego). A metodologia utilizada envolveu a pesquisa

bibliográfica baseada em material científico (livros, artigos, revistas e teses) para

compreender profundamente os conceitos de comunicação pública, redes sociais e internet e,

dessa forma, poder averiguar com mais precisão o trabalho realizado dentro da rede social de

um órgão público. Após essa pesquisa, foi realizado um Estudo de Caso para analisar

publicações dos meses de outubro, novembro e dezembro de 2016 e 2017. Observou-se que

no primeiro ano (2016) não havia planejamento de comunicação e no segundo ano (2017) as

publicações eram planejadas e havia um padrão editorial. Concluiu-se que, após um

planejamento estratégico, o que antes eram publicações engessadas e sem informação,

passaram a ser posts levando informação ao cidadão e, assim, a Alego, como órgão público,

atingiu seu principal objetivo que é servir o povo.

Palavras-chave: Novas Tecnologias. Mídias Sociais. Facebook. Poder Legislativo.

Cidadania.

1. Introdução

As redes sociais possibilitaram a publicação de conteúdos por qualquer pessoa e também por

intermédio de instituições representadas por perfis oficiais, reduzindo o custo de distribuição

da cadeia de informações que, até pouco tempo, estava restrita aos grandes grupos

econômicos. “A difusão do acesso à banda larga e a facilidade de uso das ferramentas

colaborativas da web também podem ser consideradas alguns dos grandes incentivadores da

participação do usuário de internet na geração de conteúdos”. (COLNAGO, 2015:12).

O fato das redes sociais terem surgido como um meio de comunicação barato e acessível a

grande parcela da população, fez com que várias empresas e instituições começassem a

investir nessa área. Entretanto, na visão de Gonçalves e Silva (2016:71) “o cidadão encontrou

ali um espaço para garantir sua voz e passou a participar ativamente, como aquele que não só

recebe, mas também influencia na criação e na produção”.

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Dentro do contexto exposto acima, é possível afirmar que as organizações só se destacam e

cumprem com seus objetivos via internet se tiverem capacidade de fazer esse fluxo

informacional constante trabalhar a seu favor.

Diante disso, o presente artigo buscou analisar o desenvolvimento da comunicação pública de

uma instituição pública, no caso, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), a fim

de conhecer as práticas dessa comunicação via Facebook. De modo a compreender as

estratégias que são usadas para cumprimento do direito à informação, garantia complexa que

envolve o direito do cidadão a ser informado; a informar-se e; a informar.

Dessa forma, a pretensão da pesquisa foi entender como o Poder Legislativo de Goiás utiliza

da rede social Facebook para disseminar informações ao cidadão, promovendo a comunicação

pública no ambiente online. Observou-se o trabalho realizado pela instituição no intuito de

promover o fortalecimento do direito do cidadão à informação, impulsionando o diálogo com

e entre os goianos sobre as atividades e decisões da instituição.

O objetivo deste artigo é identificar por meio de um estudo de caso como era o trabalho

desenvolvido na página do Facebook entre os meses de outubro, novembro e dezembro de

2016 e comparar com o trabalho que foi desenvolvido no outro ano, ou seja, nos mesmos

meses só que em 2017.

Assim, é possível observar quais são os objetivos que levam a Alego estar presente através de

seu perfil oficial na rede social Facebook; analisar e descrever o planejamento e as

estratégias; verificar quais objetivos e características determinam a seleção do conteúdo das

publicações feitas na página.

Também se buscou através desta pesquisa analisar como os conteúdos foram abordados na

página do Facebook da Alego em 2016 e como foram retratados em 2017; sugerir melhorias

no processo comunicacional da rede social citada; e avaliar e relatar os meios propostos para a

garantia do direito à informação do cidadão através da mídia social.

Para tal utilizou-se da metodologia de análise bibliográfica a fim de debruçar sobre os

conceitos da internet e redes sociais. Com esta metodologia também se buscou um

aprofundamento sobre Comunicação Pública e seu poder de melhorar a imagem de um órgão

público como a Alego.

Também foi usada a metodologia de pesquisa conhecida como Estudo de Caso para coletar e

analisar informações sobre as práticas de Comunicação Pública desenvolvidas pela

Assembleia Legislativa de Goiás, por meio de seu perfil oficial no Facebook. Essa

metodologia foi utilizada para poder comparar o trabalho realizado sem planejamento em

2016 e o trabalho feito em 2017 já com um planejamento de comunicação nas redes.

Foram analisados três meses de postagens na página do Facebook (outubro, novembro e

dezembro) do ano de 2016 e também os mesmos meses do ano de 2017. Nesses meses

observaram-se alguns indicadores como, por exemplo, quantas publicações foram feitas; quais

foram os critérios de postagens; qual o padrão editorial; e qual a periodicidade do conteúdo

postado. Após essa análise foi feita uma comparação do trabalho realizado entre os anos de

2016 e 2017.

A escolha e interesse por estudar tal temática se deu, pois, na comunicação pública, pensando

em como se dá a transmissão de informações de um órgão público à população, leva-se em

consideração a essência do serviço público que é servir ao povo. O Poder Legislativo tem esse

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papel na sociedade. Ele está presente no dia-a-dia das pessoas porque é o responsável pela

elaboração e discussão das leis que regem o país, o estado e o município.

Das inúmeras possibilidades que o estudo da comunicação na área pública pode trazer, foi

possível delimitar o objeto de análise – página oficial da Alego no Facebook – pela atualidade

do assunto, pois tais práticas no primeiro setor ainda não estão consolidadas e nascem todos

os dias novas formas inovadoras de se promover a comunicação “instituição para cidadão” via

redes sociais.

2. Poder Legislativo e Comunicação Pública

Desde a proclamação da República, em 1889, o Poder Legislativo, entre os poderes

constituídos, é o que melhor reflete os diferentes momentos da política brasileira. Também é

responsável pela apreciação da maioria dos atos do Poder Executivo. Isso significa que

passam pelos Parlamentos das diferentes esferas quase todas as iniciativas tomadas pelo

presidente da República, pelo governador do estado ou pelo prefeito municipal, cabendo a

senadores, deputados federais e estaduais, além de vereadores, a aprovação ou não das

questões em discussão.

As leis, hoje em vigor em Goiás, resultam dos debates travados nas comissões e plenário da

Alego, onde, cada um dos 41 deputados e deputadas, fieis às suas convicções político-

partidárias, trazem no contexto de seus mandatos os sonhos, as esperanças e expectativas dos

milhares de goianos que os elegeram representantes do povo no Governo do Estado.

Por ser legítima a representação da população, é o Poder Legislativo que dá posse ao chefe do

Poder Executivo, o governador. Além de legislar as leis estaduais, é esse poder que fiscaliza

as ações de governo, as contas e balanços do Estado. Assim, podemos afirmar que o Poder

Legislativo participa diretamente das ações do Estado e da vida de todo cidadão.

A partir disso é possível afirmar que o Poder Legislativo é o meio do cidadão, a partir de seus

representantes eleitos pelo voto direto, participar e intervir nos assuntos públicos. É nesse

contexto que entra a comunicação e suas funções primordiais de informar bem o cidadão com

transparência. Na comunicação de um órgão como a Alego, não deve ser diferente a busca por

efetividade e verdade para levar com transparência e credibilidade as informações que o

cidadão tem direito de receber e consequentemente participar.

Proporcionar acesso à informação está entre os serviços públicos essenciais à cidadania, em

especial no Poder Legislativo, que entre os três poderes republicanos é o “mais flexível, mais

aberto, mais permeável e profundamente afetado pelos elementos da política” (CINNANTI,

2011, p.86). Isso tudo se dá porque como citado anteriormente, a Alego é a Casa do debate e

dos representantes diretos da sociedade.

As Assembleias Legislativas, dentro da divisão de poderes que é a base dos Estados

republicanos, são as casas de debate e a estância de representação direta do cidadão, o elo

mais próximo desse com o Poder Público estadual dentro de um dos vinte e sete territórios da

federação brasileira.

Nesse contexto a comunicação pública torna-se ferramenta fundamental para que essas

instituições possam cumprir suas missões - representar politicamente os cidadãos de seu

estado - e atribuições, tais como proposição e deliberação de projetos de lei, fiscalização do

Poder Executivo e dar visibilidade aos temas de interesse coletivo em debate na esfera

pública.

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Jorge Duarte (2007) vem esclarecer que a comunicação pública engloba tudo que trata sobre a

interação e ao fluxo de informação relacionado a temas de interesse coletivo. Para ele, inclui

tudo que “diga respeito ao aparato estatal, às ações governamentais, partidos políticos,

terceiro setor e, em certas circunstâncias, às ações privadas. A existência de recursos públicos

ou interesse público caracteriza a necessidade de atendimento às exigências da comunicação

pública”. (DUARTE, 2007:48).

O autor completa dizendo que tratar de comunicação pública é mergulhar em conceitos como

cidadania, democratização, participação, diálogo, interesse público. “Mais poder para a

sociedade, menos para os governos; mais comunicação, menos divulgação; mais diálogo e

participação, menos dirigismo, são algumas das premissas” (DUARTE, 2007:48).

Segundo ele, a ideia-chave talvez seja a de espírito público, o compromisso de colocar o

interesse da sociedade antes da conveniência da empresa, da entidade, do governante, do ator

político. Ele ainda ressalta que o objetivo central é fazer com que a sociedade ajude a

melhorar a própria sociedade. E diz que a comunicação pública pode ser fundamental para:

a) Identificar demandas sociais; b) definir conceitos e eixos para uma ação

pública coerente e integrada; c) promover e valorizar o interesse público; d)

qualificar a formulação e implementação de políticas públicas; e) orientar os

administradores em direção a uma gestão mais eficiente; f) garantir a participação

coletiva na definição, implementação, monitoramento, controle e viabilização,

avaliação e revisão das políticas e ações públicas; g) atender as necessidades do

cidadão e dos diferentes atores sociais por obter e disseminar informações e

opiniões, garantindo a pluralidade no debate público; h) estimular uma cidadania

consciente, ativa e solidária; i) melhorar a compreensão sobre o funcionamento do

setor público; j) induzir e qualificar a interação com a gestão e a execução dos

serviços públicos; e k) avaliar a execução das ações de interesse coletivo.

(DUARTE, Jorge, 2007:50).

Pensando na comunicação exercida pelo Poder Legislativo – o objeto dessa pesquisa –, que é

inerente à comunicação pública, Heloiza Matos (1999) confirma que essa comunicação, para

realizar-se plenamente, necessita de uma relação íntima com a prática da cidadania. “Os

debates e as decisões do Legislativo são objetos de cobertura da mídia e de pressões advindas

da sociedade civil, representada em suas múltiplas facetas em cada debate parlamentar”.

(MATOS, 1999:32).

A pesquisadora explica que sem essa representação e a consequente intervenção de amplas

camadas e setores da sociedade, “o regime democrático só se realiza institucionalmente,

enquanto que o funcionamento dos seus mecanismos democráticos e a própria administração

acabam entregues aos interesses economicamente mais fortes”. (MATOS, 1999:32).

Assim, o incremento crescente da consciência política e do debate público tem uma

importância vital para a independência do Legislativo e para o bem-estar democrático. Nesse

quadro, a comunicação do Legislativo acaba tendo dois papeis preponderantes, pois se liga

não somente à informação bruta e simples, mas também à formação de atitudes cidadãs,

participativas e conscientes.

3. Análise da Página do Facebook da Alego

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Pode-se considerar a rede social digital, nos dias atuais, como um canal por onde os cidadãos

consomem informações. Eles emitem e compartilham opiniões tornando as redes sociais um

importante canal de comunicação entre povo e instituição pública ou vice-versa. Mas, antes de

partir para a análise do nosso objeto de estudo – Página do Facebook da Alego – é preciso

compreender o conceito da expressão “rede social”.

Segundo Recuero (2009:38), as “redes sociais na internet são constituídas de representações

dos atores sociais e de suas conexões”, sendo que “essas representações são, geralmente,

individualizadas e personalizadas”.

Colnago (2015) vem afirmar que a expressão “rede social” refere-se basicamente ao

relacionamento de pessoas que se comunicam em função de alguma afinidade de interesses,

dentro de um grupo socialmente organizado.

O uso da palavra rede seria metafórico, e denotaria a forma figurativa capaz de

definir um grupo de pessoas interligadas a partir de um ou vários pontos. Já o uso da

palavra social estaria ligado ao relacionamento de pessoas criado a partir da troca de

informações em grupos exclusivos e inclusivos, que se assemelhariam a sociedades

restritas. (2015:8).

Para COMM (2009:2) “talvez a melhor definição para mídia social seja o conteúdo que foi

criado por seu público”. Esse termo “mídia social” é muito abrangente, e é possível produzi-la

em todos os tipos e maneiras diferentes. O autor ainda explica que:

Alguém que use com sucesso a mídia social não apenas cria conteúdo; cria

conversações. E essas conversas criam comunidades. Essa é a real beleza da mídia

social, e sendo ou não o objetivo – dependendo do site -, a mídia social sempre

poderá ter como resultado firmes conexões entre os participantes. (COMM, 2009:3).

Pensando no nosso objeto de estudo: página do Facebook da Alego, é interessante tratarmos

sobre tal rede social e suas origens. De acordo com Silveira (2014), o Facebook – rede social

objeto desse estudo – foi criado por Mark Zuckerberg e outros estudantes da Universidade de

Harvard, EUA, visando a interação social, hospedagem de fotos e vídeos, troca de mensagens,

além de disponibilizar uma série de aplicativos para seus usuários. “A expressividade de

expansão e usos (inclusive político) do Facebook vem sendo surpreendente”. (SILVEIRA

2014:29).

Talvez os próprios criadores da rede não tivessem noção disso, dessa repercussão tão grande.

É o site de relacionamento mais popular do mundo na atualidade. O autor cita ainda uma

pesquisa realizada pelo site Socialbakers, especializado em estatísticas de redes sociais:

O Facebook tinha em junho de 2011, perto de 750 milhões de usuários ativos. No

fim de 2011, o Brasil tinha 35,1 milhões de usuários. Um ano depois, o número

chegou perto de dobrar e foi para 64,8 milhões. Isso significa que a abrangência do

Facebook no Brasil se aproxima a um terço (32,4%) da população de 201,1 milhões

de pessoas. Com isso, o país se tornou o segundo em número de perfis, atrás dos

Estados Unidos em primeiro, e seguido pela Índia que aparece em terceiro lugar.

(SILVEIRA, 2014:29).

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Dentro deste contexto, é possível observar ainda que as mídias sociais detêm um potencial

informacional plural, pois são meios de propagação de conteúdo textual e audiovisual

produzidos pelos participantes nas redes sociais, como no caso do Facebook.

Dessa forma, mídias sociais digitais constituem lugares onde cidadãos se informam. Nota-se o

crescimento da webcidadania ou ciberativismo no mundo inteiro. Esses termos são usados

para definir o engajamento de cidadãos por meio de ferramentas online. O grande diferencial,

segundo SILVEIRA (2014:30), entre os meios midiáticos digitais e os meios de comunicação

de massa tradicionais está, principalmente, “na gratuidade e no barateamento dos recursos

digitais, o que possibilitou à classe que antes participara menos do contexto político a

participar e ter facilidade para isso”.

Diante do crescimento dos usuários de redes sociais digitais, nota-se que surge uma

inquietude nos profissionais que lidam com a comunicação organizacional, já que, ao

possibilitarem oportunidades para visibilidade e visualidade institucional, ao mesmo tempo,

essas redes deixam as organizações mais vulneráveis em termos de imagem corporativa.

(GONÇALVES e SILVA, 2015:80).

É dentro deste contexto de interação que causa vulnerabilidade que se faz importante a análise

proposta por este artigo. Como anteriormente citado foram analisadas e posteriormente

comparadas as publicações da página do Facebook da Alego feitas durante os meses de

outubro, novembro e dezembro de 2016 e 2017. A comparação foi primordial para observar a

mudança ocorrida após um planejamento estratégico ter sido implantado pela legislatura do

biênio 2017/2018 na Casa de Leis.

Em 2016, sem planejamento, a página publicou entre os três meses supracitados 36 postagens.

No mês de outubro foi publicada uma vez nos dias 3, 5, 14, 19, 21 e duas vezes no dia 18.

Nos dias 8, 10, 11, 25, 29 e 30 de novembro de 2016 foram feitas apenas uma publicação por

dia. Já no dia 17 foram feitas duas, assim como no dia 24 do mesmo mês. Já no dia 22 e

também no dia 23 foram feitas 3 postagens.

No dia 1º de dezembro de 2016 foram feitas duas publicações, assim como nos dias 6, 13 e

22. Já no dia 2 foram feitos 4 posts e no dia 12 apenas uma postagem na rede social da Alego.

Ou seja, podemos quantificar sete publicações em outubro de 2016; 16 em novembro do

mesmo ano; e 13 em dezembro de 2016 também.

Não há informações sobre quem gerenciava a rede social naquele ano, mas foi possível

perceber que não havia um planejamento de conteúdo. O responsável pelas postagens apenas

replicava o que estava no site da Alego sem produzir conteúdo próprio e exclusivo para a

página do Fabebook. Também foi observado que o foco das publicações era nos

parlamentares e não no cidadão.

Percebe-se que as frases não informavam de fato sobre o que ocorria, eram engessadas e nada

atrativas. Além disso, não havia publicação de banners específicos para a página, eram

postadas apenas fotos do site. Todas essas observações podem ser observadas nas publicações

feitas nos dias 18 de outubro, 10 de novembro e 13 de dezembro.

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Figura 1 – Post do dia 18 de outubro de 2016

Fonte: Página do Facebook da Assembleia Legislativa de Goiás (2017)

Figura 2 – Publicação feita no dia 10 de novembro de 2016. Foco era na comunicação parlamentar.

Fonte: Página do Facebook da Assembleia Legislativa de Goiás (2017)

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Figura 3 – Publicação feita no dia 13 de dezembro de 2016. Texto e imagem nada atrativos e sem informação

suficiente para elucidar possíveis dúvidas do cidadão.

Fonte: Página do Facebook da Assembleia Legislativa de Goiás (2017)

Isso demostra que em 2016 não havia nenhum planejamento com acompanhamento e

gerenciamento da rede social. O que acarretava um prejuízo, pois, o Facebook e todas as

outras redes sociais tornaram-se um meio muito usado pelos usuários para consumir

informação e também para distribuir informação. Simples cidadãos, na era em que vivemos se

tornaram parte ativa que têm o poder de conduzir informações para as massas como nunca

antes. “As maiores redes de mídia não conseguem noticiar tão rapidamente ou com tamanha

precisão como aqueles que estão na cena em que se desenrolam os acontecimentos”. (COMM,

2009:2).

É sobre isso que Penteado Filho (2010) afirma acerca das mudanças radicais trazidas pelas

novas tecnologias da comunicação. “(...) É que os meios de comunicação de massa perderam

sua exclusividade como distribuidores de informação”. (PENTEADO FILHO, 2010:373).

Barbeiro e Lima (2013) complementam dizendo que “com o suporte da tecnologia, os

cidadãos podem participar diretamente do processo de produção da notícia, uma convergência

para uma participação direta”. (BARBEIRO e LIMA, 2013:37).

Assim sendo, todo conteúdo publicado nas mídias sociais deve ser relevante e conter algum

tipo de explicação sobre a informação apresentada, principalmente quando se trata de uma

rede social de órgão público. O objetivo deve ser fazer com que os seguidores consigam

sentir-se informados de forma satisfatória ao concluírem a leitura do post. Porém, foi possível

constatar por meio dessa análise que isso não ocorreu nos três meses de postagens do ano de

2016.

Após analisar as postagens do ano de 2016, fizemos a análise de 2017 dos mesmos meses. Foi

possível observar uma mudança de posicionamento e de planejamento para informar o

cidadão. Em 2017, com a mudança da gestão administrativa da Casa de Leis, buscou-se

ampliar e melhorar a comunicação da Alego com o cidadão. Foi uma das propostas para o

segundo biênio 2017/2018. Portanto, diferente do ano de 2016, em 2017 houve sim um

planejamento comunicacional em todas as áreas do órgão público. Nas redes sociais a

melhora foi visível.

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Ao todo, durante os meses de outubro, novembro e dezembro de 2017 foram publicadas 60

vezes na página do Facebook da Alego, já com planejamento comunicacional para as redes

sociais. No mês de outubro do ano citado foram 26 postagens. Nos dias 2, 3, 5, 9, 10, 17, 27,

18, 20, 24, 25, 26 e 31 apenas uma publicação foi feita por dia. Nos dias 6, 11, 16, 23 e 30

houve duas postagens por dia. Apenas no dia 4 foram publicadas 3 vezes.

Em novembro foram totalizadas 20 publicações. Foram feitas uma postagem por dia nos dias

6, 7, 13, 15, 16, 21, 22, 24, 27, 30. Já nos dias 8, 10, 17, 23 e 28 publicaram duas postagens ao

dia. Por fim, foi quantificado no mês de dezembro 14 publicações. Sendo que no dia 1º e 14

foram publicadas duas vezes ao dia e uma vez apenas nos dias 4, 6, 7, 11, 13, 18, 20, 22, 24.

Em 2017, como citado anteriormente, o planejamento estratégico na comunicação fez total

diferença e conseguiu informar o cidadão por meio de banners informativos e textos que

completam a imagem.

Um dos objetivos da pesquisa era observar os motivos que levam a Alego a estar presente

através de seu perfil oficial na rede social Facebook. Isso se dá primordialmente pela

importância que as redes sociais têm no mundo atual como um meio de circulação de

conteúdos. Essa circulação é a principal engrenagem que move o mundo contemporâneo e

também é a moeda de troca de pessoas, empresas e governos na atualidade. No passado era

sinônimo de poder reter informações e transmiti-las quando achar necessário ou conveniente

aos receptores passivos.

Percebe-se que é a tecnologia o fio condutor do processo de distribuição de conteúdo e

integração. Os tipos, suas composições, modelos e possibilidades de interação e captura de

atenção das pessoas vêm colocando em jogo os fluxos de informações e a maneira como os

cidadãos se relacionam entre si e com as instituições. Junto com a explosão da internet estão

as redes sociais no ambiente digital que como Rêgo (2016:43) explica “têm potencializado

uma cultura de participação que já existia na sociedade há milênios, mas que possui hoje um

poder muito maior”.

Ao observar essa mudança que a internet e as redes sociais trouxeram ao globo, a

administração da Alego fortificou a necessidade de se manter contato com os cidadãos através

das mídias digitais. O objetivo primordial da nova gestão com o novo Plano de Comunicação

Organizacional em 2017 era contribuir para formar uma boa reputação e imagem da Alego,

que aproximasse a Casa e o povo e favorecesse a autoestima do servidor. Como consequência,

esperavam o fortalecimento político da instituição diante da opinião pública e o aumento da

produtividade e entrega de resultados pela equipe interna.

Em 2016 a comunicação do órgão era voltada para as ações dos parlamentares da Casa, mas

agora, a comunicação volta-se ao cidadão embasando-se em três pilares que regem todo o

trabalho desenvolvido dentro da Casa de Leis, são eles: foco em resultados, valorização das

pessoas e acessibilidade.

Foi possível perceber essas mudanças na comunicação organizacional da Casa observando as

postagens do ano de 2017 na página do Facebook. No dia 3 de outubro de 2017 a publicação

tratou sobre um projeto aprovado pelos deputados, focando em levar a informação ao cidadão:

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Comunicação pública via facebook: estudo de caso da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás

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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Figura 4 – Publicação feita no dia 3 de outubro de 2017. Texto e imagem atrativos e com informação suficiente

para elucidar possíveis dúvidas do cidadão.

Fonte: Página do Facebook da Assembleia Legislativa de Goiás (2018)

Uma publicação sobre o começo do horário de verão caracteriza a função primordial do

serviço público que é servir o povo levando informações relevantes que promovam a

cidadania. A publicação foi feita no dia 11 de outubro. O banner é atrativo e o texto da

descrição da imagem tem a seguinte frase: “Se você fosse deputado, votaria contra ou a favor

da adoção do horário de verão?”. A intenção é promover interação com o público instigando

ainda mais a participação político-cidadã.

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Figura 5 – Publicação feita no dia 11 de outubro de 2017.

Fonte: Página do Facebook da Assembleia Legislativa de Goiás (2018)

Ainda no mês de outubro de 2017 a página contou com publicações sobre a campanha

Outubro Rosa que trata sobre o combate e prevenção ao câncer de mama. As postagens não

são mais engessadas como no anterior e trazem elementos atrativos que despertam a

curiosidade do leitor, tanto nas imagens quanto na legenda inserida.

Na figura abaixo, a postagem é do dia 23 de outubro de 2017, nela há informações tanto

imagéticas quanto textuais sobre a campanha Outubro Rosa e também contem dicas de

prevenção e diagnóstico. Além disso, as postagens trazem descrição com a hashtag

#PraCegoVer que é uma forma de levar informação para deficientes visuais, agregando ainda

mais todos os cidadãos.

Figura 6 – Publicação feita no dia 23 de outubro de 2017.

Fonte: Página do Facebook da Assembleia Legislativa de Goiás (2018)

Outro exemplo que trata sobre a campanha Outubro Rosa é verificado no dia 17 de outubro. A

Alego estava arrecadando lenços para doar a mulheres com câncer. O post é atrativo e

informa o suficiente:

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Figura 7 – Publicação feita no dia 17 de outubro de 2017.

Fonte: Página do Facebook da Assembleia Legislativa de Goiás (2018)

Outro exemplo é sobre a campanha do mês de novembro chamada Novembro Azul que

conscientiza sobre o câncer de próstata. A Alego reforçou o debate na página do Facebook e

anunciou de forma instigante os eventos que iam ocorrer no órgão público durante o mês de

novembro.

Figura 8 – Publicação feita no dia 8 de novembro de 2017.

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Fonte: Página do Facebook da Assembleia Legislativa de Goiás (2018)

Por fim, como exemplo da mudança e melhoria do trabalho nas redes e no caso do objeto de

estudo desse trabalho a página do Facebook da Alego, no mês de dezembro pode-se examinar

a publicação feita no dia 11. A postagem trata sobre um projeto de lei que foi aprovada por

uma Comissão da Assembleia. No final da legenda a publicação traz a seguinte frase: “Qual a

sua opinião”, instigando o seguidor a pensar a respeito do assunto e também deixar a opinião

nos comentários, como um meio de colaboração.

Figura 9 – Publicação feita no dia 11 de dezembro de 2017.

Fonte: Página do Facebook da Assembleia Legislativa de Goiás (2018)

Essa colaboração buscada pela Alego na página do Facebook caracteriza a polarização da

internet que tornou o receptor também emissor e produtor de conteúdo em uma rede de

colaboração. O próprio cidadão tem poder e ferramentas necessárias e acessíveis para

propagar um determinado fato até mesmo antes que a própria imprensa. Penteado Filho

(2010) trata sobre as imensas possibilidades que as Novas Tecnologias de Comunicação

(NTC) trouxeram para o nascimento e o desenvolvimento da rede mundial de computadores, a

Internet.

Vai além dos Meios de Comunicação de Massa do século XX, instrumentos de

comunicação de mão única, montados sobre o modelo de comunicação de mão única

de Lasswell do emissor para o receptor. A Internet torna realidade, para um MCM, o

modelo de comunicação de mão dupla de Schramm, pois agrega o fator da

interatividade e ainda acrescenta a faculdade de meios de comunicação.

(PENTEADO FILHO, 2010:372).

De acordo com Barbeiro e Lima (2013) a web deu um impulso à liberdade de expressão como

não se via desde a época de Gutenberg, no século XV.

Ele foi o marco de uma mudança de paradigma, que proporcionou o acesso ao

conhecimento por meio de uma nova tecnologia que multiplicou a publicação de

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livros. Uma nova plataforma, que mandou para os mosteiros os copistas, e para o

museu as iluminuras. Essa tecnologia influenciou diretamente na evolução política e

social da humanidade nos séculos seguintes. (BARBEIRO e LIMA, 2013: 35).

Os autores ainda fazem uma alusão à Ágora no mercado de Atenas para tratar sobre como se

dá os processos da web. Eles explicam que a Ágora era onde se debatiam os destinos da

cidade-estado, e segundo eles, agora é representada pela web, e nesse mesmo espaço se faz

jornalismo.

“Trata-se de um ambiente caótico, que cada um organiza de acordo com suas convicções.

Sendo assim, a participação de todos nesse processo depende mais de motivação do que de

liberdade, que foi conquistada com a participação e o acesso a essa nova tecnologia de baixo

custo” (BARBEIRO e LIMA, 2013:36).

4. Conclusão

Diante do exposto, observou-se que entre as 36 postagens nos meses de outubro, novembro e

dezembro de 2016, não houve planejamento estratégico voltado para a formação do público-

cidadão. As publicações eram engessadas e pouco agregavam ao seguidor da página. O

conteúdo era voltado para publicitar as ações dos parlamentares como indivíduos políticos,

replicando apenas o que estava no site, sem um conteúdo específico para a rede em questão.

Em contrapartida, as publicações feitas nos mesmos meses só que em 2017 já trazem um

aspecto de planejamento evidente. Isso acontece pois houve uma vontade da nova gestão em

melhorar a cultura organizacional do órgão e, consequentemente, a comunicação. As

publicações em 2017 já apresentam informações relevantes e não voltadas apenas para as

atividades parlamentares, mas sim, voltadas para a formação da cidadania e participação

político-cidadã. São 60 publicações feitas nos mesmos meses.

Observa-se que tanto o texto contido na imagem quanto o texto da descrição dela são

complementares e atrativos aos olhos do seguidor-cidadão, assim como a imagem selecionada

para compor o post. Muito diferente de 2016 que trazia imagens do portal da Alego sem

edição ou construção específica para a rede social Facebook.

A pretensão inicial da pesquisa foi entender como o Poder Legislativo de Goiás utilizava a

rede social Facebook para disseminar informações ao cidadão. Foi possível perceber durante a

análise e comparação que, a partir do ano de 2017, a instituição se comprometeu em promover

a comunicação pública no ambiente online.

Portanto, observou-se o trabalho realizado pela instituição no intuito de promover o

fortalecimento do direito do cidadão à informação, impulsionando o diálogo com e entre os

goianos sobre as atividades e decisões da Assembleia Legislativa de Goiás. Dessa forma,

deixa-se uma análise como referência para possíveis trabalhos posteriores a este que busquem

estudar a comunicação pública nas redes sociais.

Por fim, conclui-se, após um estudo de caso da página do Facebook da Assembleia

Legislativa, que o Poder Legislativo de Goiás compromete-se em exercer seu principal papel

que é servir o povo.

Referências

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