competencias minimas do condutor

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    COMPETNCIAS MNIMAS DO CONDUTOR 1

    VOL. 3

    M A N U A L D E B O A S P R T I C A S

    COMP

    ETNCIASM

    NIMAS

    DOCONDUTOR

    DET

    URISMO

    DEAVENTURA

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    AVENTURASEGURA

    COMPETNCIASMNIMAS DO CONDUTORDE TURISMO DE AVENTURA

    M A N U A L D E B O A S P R T I C A S

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    Srie Aventura Segura

    MANUAL DE BOAS PRTICAS DE

    COMPETNCIASMNIMAS DO CONDUTOR

    DE TURISMO DE AVENTURA

    ABETA e Ministrio do Turismo

    Primeira Edio, Belo Horizonte , 2009

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    Manual de boas prticas de competncias mnimasM294 do condutor de turismo de aventura / ABETA e

    Ministrio do Turismo. Belo Horizonte: Ed. dos autores, 2009.56 p. (Srie Aventura Segura)

    ISBN 978-85-62714-02-3

    1. Turismo de aventura. 2. Condutor - CompetnciasMnimas. I. Associao Brasileira das Empresas deEcoturismo e Turismo de Aventura. II. Ministrio do

    Turismo.

    CDD: 338.4791CDU: 380.8

    Bibliotecria responsvel: Maria Aparecida Costa Duarte CRB/6 1047

    Ficha Institucional

    REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

    Luiz Incio Lula da SilvaPresidente da Repblica

    MINISTRIO DO TURISMO

    Luiz Eduardo Pereira Barretto FilhoMinistro do Turismo

    Frederico Silva da CostaSecretrio Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo

    Francisca Regina Magalhes CavalcanteDiretora do Departamento de Qualifcao e Certifcao e de Produo Associada ao Turismo

    Luciano Paixo CostaCoordenador-Geral de Qualifcao e Certifcao

    ASSOCIAO BRASILEIRA DAS EMPRESASDE ECOTURISMO E TUR ISMO DE AVENTUR A ABETA

    Jean-Claude Marc RazelPresidente

    Daniel SpinelliVice-Presidente

    Eduardo CoelhoGelderson PinheiroIsrael WaligoraPatrick Muller

    Diretoria

    ABETA

    Gustavo TimoCoordenador Geral

    Raquel MllerCoordenadora de Qualifcao

    Alvaro Barros

    Julia Castro

    Leonardo RoenickEquipe Executiva

    Edner Antonio Brasil

    Rubens HashimotoConteudista

    Evaldo Fonseca MagalhesEdio Tcnica

    CIP PRODUES

    Projeto Grfco e Editorial

    Nena OliveiraCoordenao

    Jussara BoscoloVictor OliveiraAtendimento

    Leonardo MartinsRicardo CampeloDesign

    Daniel LyrioFinalizao

    Eli BorgesProduo

    Eneida SantanaReviso

    FOTOS

    Alex RibondiAlvaro BarrosAdriana SchmidtAnderson FlorncioAry AmaranteDaniel de GranvileEdner Antonio BrasilFabio CiminelliFelipe Arago Jr.Gustavo TimoHerbert PardiniHumberto MedagliaIon DavidJosemar ContesiniMarcelo SkaPedro Cardoso Lages

    Raael MarquesRaquel MllerRoberta RodriguesSamuel Berger

    Sandra Faro Aguiar

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    APRESENTAO

    mudana de comportamento dos turistas, que hoje buscam novas experinciasaliadas ao contato com a natureza, ez crescer signicativamente a oerta deprodutos de Turismo de Aventura e Ecoturismo. Esse aumento, associado ao crescimentoda demanda nacional e internacional por ta is experincias, levou o Ministrio do Turismoa considerar o Turismo de Aventura (TA) um segmento prioritrio para investimentosem organizao e estruturao da atividade.

    Melhorar a qualidade, a segurana e a competitividade dos prossionais e empresas dosegmento so os objetivos do Programa Aventura Segura, iniciativa do Ministrio doTurismo em parceria institucional com o SEBRAE Nacional e executado pela ABETA Associao Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (TA).

    O Programa abrange um conjunto de aes de ortalecimento institucional, geraoe disseminao de conhecimento, qualicao de pessoas e empresas, subsdio certicao para condutores e empresas e ormao de grupos voluntrios de buscae salvamento (GVBS), alm de iniciativas de ortalecimento da responsabilidadesocioambiental e de uma campanha de conscientizao do consumidor.

    A implementao do Programa Aventura Segura vem proporcionando uma transormaoprounda e abrangente nos destinos, empresas e prossionais de Turismo de Aventurae Natureza do pas, quer seja na conscincia do trabalho que desempenham, quer sejana qualidade do servio que oerecem. O Programa, iniciado em dezembro de 2005 eem curso no momento da publicao destes manuais, em maro de 2008, qualicoumilhares de pessoas, envolveu centenas de empresas e oi a semente e o propulsor de umanova cultura de qualidade, segurana e gesto no Turismo de Aventura.

    O conjunto de Manuais de Boas Prticas que o programa apresenta uma das principaisetapas da meta de gerao e disseminao de conhecimento no setor. Esses documentosrepresentam uma iniciativa pioneira na orma de abordar, organizar e ormalizar o

    conhecimento relacionado gesto empresarial e tcnica dos empreendimentos enegcios de Turismo de Aventura no Brasil.

    Os manuais so ainda uma conquista das empresas, dos prossionais e de todos ostcnicos que trabalharam para construir e organizar o conhecimento disponvel sobreTurismo de Aventura no Brasil e no mundo, desde o incio das atividades dos Gruposde Trabalho na ABETA, passando pelo processo de normalizao e pela denio dasboas prticas empresariais e tcnicas para o segmento. Eles azem parte da estratgia doMinistrio do Turismo, do SEBRAE Nacional e da ABETA de realizar aes que tenhamcapacidade de transormar a realidade atravs do acesso ao conhecimento e inormao.

    O Programa Aventura Segura mostrou que o Turismo de Aventura e Natureza, quandobem executado e gerido por todos os atores (pblicos e privados) envolvidos, tem acapacidade de ser um vetor de desenvolvimento sustentvel dos territrios/destinos. Issoocorre por meio da organizao social e institucional, do envolvimento da comunidade,da capacidade de liderana da iniciativa privada e, por consequncia, da gerao de

    emprego e renda que as aes propiciam.Esperamos que estes manuais se tornem uma contribuio para que o Turismo deAventura e Natureza seja, mais do que j oi citado, um vetor de desenvolvimento dobem, com nase na conservao da natureza e em atividades prazerosas e igualmenteresponsveis e seguras , azendo empresrios, prossionais e turistas elizes.

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    INTRODUO

    Bem-vindo aos Manuaisde Boas Prticas deTurismo de Aventura (TA)

    les oram produzidos como documentos inormativos, precisos do pontode vista empresarial e tcnico, de agradvel leitura e cil entendimento

    para os proissionais do Turismo de Aventura no Brasil. Tambm pretendemser reerncia permanente de leitura para seu pblico-alvo, reletindo o melhordo conhecimento e da experincia do segmento hoje no pas; documentos quetraduzem a personalidade dos melhores proissionais do setor, em ediestcnica e graicamente cuidadosas e especiais.

    Os Manuais de Boas Prtica s que voc est recebendo so resultado do ProgramaAventura Segura, um desaio e uma oportunidade de criar reerncia e marcara histria do desenvolvimento do segmento no Brasil. Foram ormulados apartir de aes iniciadas em Grupos de Trabalho GTs, ormados no mbitoda ABETA. Esses GTs se coniguraram na primeira iniciativa de organizao doconhecimento e das prticas que eram realizadas pelas empresas de Turismo deAventura no Brasil. O contedo tcnico organizado por tais grupos oi tambm

    a base de desenvolvimento das Normas de Turismo de Aventura, elaboradas nombito da ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas.

    Os manuais tm como desaio avanar sobre o contedo das normas, azendo umaespcie de traduo da linguagem ormal que as caracteriza e trazendo, ainda,reerncias e inormaes a partir de uma abordagem de gesto empresarial donegcio Turismo de Aventura e Natureza.

    Essa demanda oi identiicada pela carncia de literatura, no pas, que trate dotema empresarial relacionado gesto do Turismo de Aventura e Natureza.

    Foram convidados a participar da elaborao desses documentos especialistas,empresrios e alguns dos melhores proissionais do segmento. Eles dividiramseus conhecimentos e agregaram seus pontos de vista para que o contedopudesse expressar a diversidade e a complexidade do negcio Turismo deAventura e Natureza.

    Consideramos que o desaio oi cumprido, com a conscincia de que sempre preciso aprimorar esse trabalho e de que as prximas edies sero melhores.O que se apresenta aqui um conjunto de conhecimento e inormao aplicado,preciso e indito em nossa rea.

    Foram elaborados 10 Manuais de Boas Prticas, nos seguintes temas relacionadosao Turismo de Aventura:

    1. Gesto Empresarial2. Sistema de Gesto da Segurana ABNT NBR 153313. Competncias Mnimas do Condutor ABNT NBR 152854. Arvorismo5. Caminhada e Caminhada de Longo Curso6. Canionismo e Cachoeirismo7. Escalada8. Espeleoturismo9. Fora-de-estrada

    10. Rating

    A deinio dos temas dos manuais oi baseada na relevncia dos assuntos paratodo o segmento de Turismo de Aventura de maneira transversal. Isso explicaos manuais sobre Gesto Empresarial, Gesto da Segurana e CompetnciasMnimas do Condutor os dois ltimos baseados nas normas tcnicas maisimportantes para o Turismo de Aventura. Tambm levou-se em conta asatividades mais oerecidas e praticadas no Brasil.

    Os trs manuais transversais seguiro uma orientao especica do tema e dasnormas tcnicas que abordam. Os outros tm uma orientao de abordagemcomum relacionada aos aspectos empresariais, tcnicos, de segurana,socioambientais e sobre as normas existentes.

    Boa leitura!Para crticas, sugestes e elogios [email protected]

    SOBRE A ABETAA Associao Brasileira da s Empresas de Ecoturi smo e Turismo de Aventura (ABETA) a reerncia nacional de organizao empresaria l nos segmentos de Ecoturismo, Turismode Aventura e Natureza. Sua misso tornar essas atividades viveis econmica, sociale ambientalmente, visando principalmente satisao de seus clientes. Entre os seusassociados, esto operadoras, meios de hospedagem, atrativos organizados e empresasde treinamento em atividades de aventura e natureza. A entidade rene mais de 230associados, que so as principais empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura do

    pas. A ABETA responsvel pela gesto e execuo do Programa Aventura Segura, emparceria com SEBRAE Nacional e Ministrio do Turismo.

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    Normas Tcnicas ABNT NBR Transversais e Especfcas

    ABNT NBR 15285 Turismo de Aventura Condutores Competncia de pessoal

    Publicada em 31/Out/2005

    ABNT NBR 15286 Turismo de Aventura Informaes mnimas preliminares a

    clientes Publicada em 31/Out/2005

    ABNT NBR 15331 Turismo de Aventura Sistema de Gesto da Segu rana Requisitos

    Publicada em 30/Dez/2005 ABNT NBR 15334 Turismo de Aventura Sistema de Gesto da Segurana

    Requisitos de competncia para auditores Publicada em 30/Abr/2006

    ABNT NBR 15370 Turismo de Aventura Condutores de raing Competncias de

    pessoal Publicada em 31/Mai/2006

    ABNT NBR 15383 Turismo de Aventura Condutores de turismo fora-de-estrada em

    veculos 4 x 4 ou bugues Competncias de pessoal Publicada em 24/Jul/2006

    ABNT NBR 15397 Turismo de Aventura Condutores de montanhismo e de escalada

    Competncias de pessoal Publicada em 25/Set/2006

    ABNT NBR 15398 Turismo de Aventura Condutores de caminhada de longo curso

    Competncias de pessoal Publicada em 25/Set/2006

    ABNT NBR 15399 Turismo de Aventura Condutores de espeleoturismo de aventura

    Competncias de pessoal Publicada em 30/Out/2006

    ABNT NBR 15400 Turismo de Aventura Condutores de canionismo e cachoeirismo

    Competncias de pessoal Publicada em 11/Dez/2006

    ABNT NBR 15453 Turismo de Aventura Turismo fora-de-estrada em veculos 4 x 4

    ou bugues Requisitos para produto Publicada em 29/Dez/2006

    ABNT NBR 15500 Turismo de Aventura Terminologia Publicada em 10/Set/2007

    ABNT NBR 15503 Turismo de Aventura Espeleoturismo de aventura Requisitos

    para produto Publicada em 16/Jun/2008

    ABNT NBR 15505-1 Turismo com atividades de caminhada Parte 1: Requisitos

    para produto Publicada em 18/Fev/2008

    ABNT NBR 15505-2 Turismo com atividades de caminhada Parte 2: Classicao

    de percursos Publicada em 18/Fev/2008

    ABNT NBR 15507-1 Turismo equestre Parte 1: Requisitos par a produto Publicada

    em 09/Jun/2008

    ABNT NBR 15507-2 Turismo equestre Parte 2: Classicao de percursos

    Publicada em 09/Jun/2008

    ABNT NBR 15509-1 Cicloturismo Parte 1: Requisitos para produto Publ icada em

    13/Ago/2007

    ABNT NBR ISO 24801-1 Servios de Mergulho Recreativo Requisitos mnimos

    relativos segurana para o treinamento de mergulhadores autnomos Parte 1: Nvel1 Mergulhador supervisionado Publicada em 28/Jan/2008

    ABNT NBR ISO 24801-2 Servios de Mergulho Recreativo Requisitos mnimos

    relativos segurana para o treinamento de mergulhadores autnomos Parte 2: Nvel2 Mergulhador autnomo Publicada em 28/Jan/2008

    ABNT NBR ISO 24801-3 Servios de Mergulho Recreativo Requisitos mnimos

    relativos segurana para o treinamento de mergulhadores autnomos Parte 3: Nvel

    3 Condutor de mergulho Publicada em 28/Jan/2008

    ABNT NBR ISO 24802-1 Servios de mergulho recreativo Requisitos mnimos

    relativos segurana para o treinamento de instrutores de mergulho autnomo Parte1: Nvel 1 Publicada em 28/Jan/2008

    ABNT NBR ISO 24802-2 Servios de mergulho recreativo Requisitos mnimos

    relativos segurana para o treinamento de instrutores de mergulho autnomo Parte2: Nvel 2 Publicada em 28/Jan/2008

    ABNT NBR ISO 24803 Servio de mergulho recreativo Requisitos para prestadores

    de servios de mergulho autnomo recreativo Publicada em 28/Jan/2008

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    ara apresentar uma abordagem histrica do turismo no Brasil e identicar osurgimento do segmento Turismo de Aventura, necessrio sintetizar algunsacontecimentos. Tambm preciso compreender que o turismo surge em uno dademanda, ou seja, dos primeiros viajantes que partem com motivaes diversas doseu local de moradia em busca de outras localidades.

    A primeira vez que as autoridades brasileiras notaram a importncia econmica daatividade turstica oi em 1938. Naquele ano, oi sancionado o primeiro Decreto-Leiederal para o setor, prevendo a necessidade de autorizao estatal para a explorao de

    venda de passagens para as v iagens areas, martima s ou rodovirias.

    Nas dcadas seguintes (40, 50 e 60), a regularizao oi muito incipiente. Em 1966, noentanto, oi implantado no pas o Sistema Nacional de Turismo e criados o ConselhoNacional de Turismo (CNTur) e a Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR), quehoje tem o carter de instituto. As unes da EMBRATUR eram organizar e estimularo turismo brasileiro, seguindo as diretrizes traadas pelo CNTur.

    Desde o incio, a atividade turstica soreu em razo de polticas que se resumiam interveno e ao controle de seus aspectos econmicos, sobretudo entre as dc adas de 60e 80, na vigncia do regime militar.

    Somente com o m da ditadura, a atividade passa a ser tratada com base nos princpiosda livre-iniciativa e da livre-concorrncia. Isso traz novas perspectivas para o setor,que ganha importncia crescente tanto economicamente quanto em seu papel comopromotor da sustentabilidade do patrimnio natural e cultural brasileiro.

    J em relao ao Turismo de Aventura (TA), no h um momento especco queestabelea seu surgimento no Brasil. Cabe ressaltar, porm, que o nome dado a essamodalidade turstica nos remete origem do vocbulo latino adventura que, de acordocom o dicionrio Michaelis Moderno Dicionrio da Lngua Portuguesa (2007), signicaacontecimento imprevisto, su rpreendente.

    Essa denio traz ainda a ideia do incerto, da busca pelo novo, da descoberta. A

    incerteza e o desao, portanto, uncionam como agentes motivadores do praticante, quetem como recompensa pela empreitada, to-somente, a prtica da atividade. Trata-seassim de aes cujo mote a ausncia de tudo o que habitual e nas quais o desrute daexperincia individual, permitindo ao praticante a sensao de escapar do cotidiano.

    Aos Condutores e Futuros Condutores

    Este Manual de Boas Prticas tem como base a Norma ABNT NBR 15285, que

    trata das Competncias Mnimas para o Condutor de Turismo de Aventura (TA).

    Antes de entrarmos no universo das boas prticas que devero azer parte das

    competncias mnimas para os condutores de aventura, apresentamos uma

    pequena introduo histrico-conceitual e um breve relato do processo de

    normalizao, qualifcao e certifcao no Turismo de Aventura.

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    indica que as primeiras atividades de prestao de servio na rea de TA ocorreramentre os a nos de 1975 e 1986 (ABETA, 2006, p.29).

    Esse diagnstico destaca tambm que, nas dcadas iniciais, eram poucos aqueles que sededicavam prossionalmente ao Turismo de Aventura uma minoria e oi na dcadade 90, mais precisamente aps o governo Collor, que o nmero de pessoas atuando nosetor de ato au mentou (ABETA, 2006, p.30).

    Aps os anos 90, diversas iniciativas surgiram impulsionadas pelo crescente interessepela conservao do patrimnio natural. A necessidade de planejar os diversossegmentos do turismo com oco na sustentabilidade, em ace da crescente degrada o domeio ambiente causada pelas diversas ormas de usos (e abusos) dos recursos naturaise culturais , se tornou latente.

    Podemos notar, desde ento, que o crescimento do setor de turismo principalmente oTurismo de Aventura e o Ecoturismo apresentou-se como consequncia do aumentodo tempo de lazer, da elevao do poder aquisitivo, das acilidades de locomoo, dacomunicao e tambm da busca do homem moderno pelo reencontro com a natureza.

    Tal crescimento torna-se mais claro a ca da dia e vem ajudando a au mentar a conscinciasobre as boas prticas para o desenvolvimento sustentvel. Isso se d na medida emque o segmento se estabelece sobre uma base planejada, cuja solidez depende da gestosistemtica de alguns princpios sustentadores: ambiental, econmico, sociocultural epoltico-institucional.

    Alguns conceitos que azem parte desse contexto evoluram com o tempo em unodas demandas especcas do segmento. Ou melhor, dos segmentos, pois, em termos deconceitos e prticas, o TA tem algumas intersees e sobreposies com outros subsetoresdo turismo. Tais sobreposies, porm, no aetam o seu desenvolvimento.

    No campo dos conceitos, a primeira denio aceita e utilizada para o TA oi a seguinte,ormulada na Ocina para a Elaborao do Plano Nacional de DesenvolvimentoSustentvel do Turismo de Aventura, organizada pela EMBRAUR e realizada em Caet MG, em abril de 2001:

    Segmento de mercado turstico que promove a prtica de atividades de aventura

    e esporte recreacional, em ambientes naturais e espaos urbanos ao ar livre, queenvolvem riscos controlados, exigindo o uso de tcnicas e equipamentos especfcos,adoo de procedimentos para garantir a segurana pessoal e de terceiros e o

    respeito ao patrimnio ambiental e sociocultural.

    Percebe-se que o conceito remete prtica de atividade de aventura e de esporterecreacional, o que possibilita ampla margem de interpretao. Apesar disso,consideramos como atividades de TA aquelas praticadas de orma voluntria com analidade de desenvolvimento esportivo para o indivduo que as pratica.

    As primeiras atividades de aventura no Brasil datam do sculo XIX, com as ascensesde cumes, tais como o das Agulhas Negras (1856), ponto mais alto do atual ParqueNacional do Itatiaia e o Monte Olimpo (1879), ponto mais alto do atual Parque Estadualdo Marumbi.

    Assim, pode-se armar que as primeiras atividades de aventura de que se tem relato nahistria so as caminhadas acompanhadas de subida de montanhas nas quais, muitas

    vezes, a zia-se pouco uso de equipamentos ou usavam-se apenas pedaos de corda, queserviriam para acilitar o retorno.

    Hoje, em termos prticos, temos uma gama muito grande de atividades e esportes deaventura que ormam a base para o surgimento de prticas adaptadas, oerecidas comoprodutos de TA.

    Vale destacar que os participantes da Ocina realizada em Caet-MG zeram umadistin o entre os praticantes e, do ponto de vista da demanda, identicaram dois gruposprincipais: aqueles que buscam o meio natural para a prtica de atividades de aventurade orma voluntria, tais como os intrpidos exploradores que escalam montanhas, epessoas que buscam simplesmente emoes e desaos, em atividades cujos riscos socontrolados, propiciando, assim, uma orma de lazer.

    Aps a transormao da EMBRATUR em Instituto Brasileiro de Turismo, em 28 demaro de 1991, e a criao de um ministrio, para tratar somente da pauta do turismo,o Ministrio do Turismo passa a estabelecer e implementar polticas pblicas enquantoa EMBRATUR concentra seus objetivos na promoo e no apoio comercializ aoturstica. O governo ederal edita um documento normativo, que estabelece os marcosconceituais para os diversos segmentos tursticos. A denio de Turismo de Aventurasore mudana e pa ssa a ser a seguinte: Turismo de Aventura compreende os movimentostursticos decorrentes da prtica de atividades de aventura de carter recreativo e no-competitivo. (BRASIL, 2005, p.9).

    O ato que a origem da prtica de atividades do TA no pode ser percebida como umato isolado no tempo, nem mesmo podemos pontuar com preciso sua data de incio.Para comprovar esse aspecto, basta citar diagnstico realizado para o segmento, que

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    No que diz respeito s normas, undamental que voc, condutor, esteja bem inormadosobre o assunto. Oportunamente, aremos reerncia a elas ao longo do contedo destemanual. Mas importante destacar que o processo de normalizao culminou na criaodo Programa Aventura Segura Qualicao e Certicao do Turismo de Aventuraque, por sua vez, gerou este e outros manuais para o setor.

    Este manual, portanto, uma das aes do programa que visa disseminao doconhecimento necessrio ao condutor. A normalizao nosso reerencial, mas no exaustiva, ou seja, no temos a pretenso de, com este documento, esgotar o assunto noque diz respeito qualicao dos condutores de TA. Nosso intuito , simplesmente,azer a disseminao das boas prticas para esses prossionais.

    ObjetivosDisponibilizar inormaes sobre as boas prticas necessrias para alcanar resultadossatisatrios na conduo de atividades de TA.

    Sinteticamente, tais resultados (listado na ABNT NBR 15285) levam o condutor a atenderos objetivos comuns a qualquer dessas atividades. So eles:

    - atendimento e conduo do cliente com oco na satisao de todos

    - prestao de um servio de qualidade

    - segurana de todos os envolvidos

    - cuidados com o meio ambiente e com as comunidades envolvidas

    ConceitosAs Normas Brasileiras pa ra o Turismo de Aventura, produzidas na etapa de normalizao,

    trazem em sua introduo alguns conceitos e denies. Muitos so comuns a diversasatividades e s partes envolvidas no TA e constam na Norma ABNT NBR 15500 Turismo de Aventura Terminologia, que visa a acilitar o entendimento entre as partese criar um padro conceitual. Os conceitos aqui apresentados oram compilados a partirdessa norma, bem como da Norma de Competncias Mnimas e de Sistema de Gestoda Segurana.

    Acidente:evento no planejado que resulta em leso, dano, doena, morte ou outra perda.

    Atividades de Turismo de Aventura:aquelas oerecidas comercialmente, usualmenteadaptadas das atividades de aventura, que tenham o carter recreativo e, ao mesmotempo, envolvam riscos avaliados, controlados e assumidos2. As atividades do TApodem ser conduzidas em ambientes naturais, rurais ou urbanos e requentemente tmcomo uma de suas origens os esportes na natureza.

    Autoresgate:aplicao de tcnicas pelo prprio grupo para resolver situaes adversassem intervenes externas.1 Este nmero provisrio; esta norma est em ase de desenvolvimento no mbito da Comisso de Estudo

    de Sistema de Gesto da Segurana (CE 54:003.02) no Subcomit de Turismo de Aventura no ABNT/CB 54.

    De orma abrangente, o TA no Brasil evoluiu pelo mesmo caminho do Turismo deNatureza (BRASIL, 2005), que tambm tem interace com o Ecoturismo, sendo maisexpressivo a cada ano. Podemos observar, baseados em diversas reerncias, que otermo ecoturismo utilizado pela indstria do turismo, na atualidade, muitas vezesde orma oportuna. Sem planejamento nem base tcnica, o suxo eco aparece maisdecorativamente do que em respeito a seu signicado verdadeiro. Anal, ecoturismoexpressa ou deveria ser uma (...) viagem responsvel a reas naturais, com o m deconservar o meio ambiente e promover o bem-estar da comunidade local (BLANGY eWOOD apud LINDBERG e HAWKINS, 1995).

    De qualquer maneira, o ecoturismo representa uma grande atia do segmento do turismo erequer uma observao atenta para que possamos tirar melhores concluses. Se observarmos

    que esse segmento do turismo teve um crescimento signicativo e isso acarretou mudana nocomportamento e na maneira com que as pessoas enxergam o meio natural, mais integradae responsvel, conclumos que no se trata de uma maniestao qualquer.

    Podemos inerir que o TA, se bem planejado, gura como um importante segmento, tantona distribuio de renda quanto nos aspectos de conserva o do meio e da cultura locais.Dessa maneira, e seguindo as tendncias internacionais, em que o desenvolvimento denormas tcnicas tem sido utilizado como erramenta de organizao e desenvolvimentoeconmico e social para o segmento, o Ministrio do Turismo criou o Projeto deNormalizao em Turismo de Aventura.

    Executado entre dezembro de 2003 a maio de 2007, por iniciativa do MTur, o projeto tevecomo entidade executora o Instituto de Hospitalidade (IH) e, como parceira, a AssociaoBrasileira de Normas Tcnicas (ABNT), que o Frum Nacional de Normalizao, pormeio do Comit Brasi leiro do Turismo (ABNT/CB 54).

    O objetivo da normalizao em Turismo de Aventura oi estabelecer um sistema denormas tcnicas que possibilitasse o desenvolvimento desse segmento com qualidade e

    seguran a. As normas oram criadas no mbito do ABNT/CB 54, com ampla participaode todos os interessados, incluindo empresas, organiza es, prossionais, consumidores,institutos de pesquisa e universidades, alm do governo.

    As Normas Tcnicas deram grande contribuio para a prossionalizao da operaodo Turismo de Aventura no Brasil, criando um ambiente propcio para a sua insero nomercado internacional.

    As aes de normalizao ormam a base de todo o processo. Dentre diversas normasj publicadas e outras em ase de publica o, alguma s tm o carter transversa l, ou seja,so a base para o desenvolvimento de qualquer atividade do TA. So elas:

    - ABNT NBR 15285 Turismo de Aventura Condutores Competncia de Pessoa l

    - ABNT NBR 15286 Turismo de Aventura Inormaes Mnimas Preliminares a Clientes

    - ABNT NBR 15331 Turismo de Aventura Sistema de Gesto de Segurana Requisitos

    - ABNT NBR 15500 Turismo de Aventura Terminologia

    - Projeto de Norma 54:003.02-0021 Turismo de Aventura Sistema de Gesto daSegurana Diretrizes (em desenvolvimento pela ABNT)

    2 Risco assumido signica que ambas as partes tm uma noo dos riscos envolvidos.

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    Cliente:organizao ou pessoa que adquire ou usurui de uma atividade de Tu

    rismode Aventura.

    Competncia:capacidade de mobilizar, desenvolver e aplicar conhecimentos,habilidades e atitudes no desempenho do trabalho e na soluo de problemas, paragerar os resultados esperados.

    Condutor: prossional que conduz um cliente ou grupo de clientes nas atividades deTurismo de Aventura.

    Medidas de contingncia: aes preventivas e/ou corretivas a serem adotadas quando

    da sinalizao ou ocorrncia de perigos e riscos.

    Preparao e atendimento a emergncia:conjunto planejado de atribuies, aes erecursos para lidar com um incidente especco durante a operao. Os planos de aoem emergncia tambm podem ser chamados de planos de resposta a emergncias.

    Plano de contingncia:conjunto planejado de atribuies, aes e recursos para lidarcom situaes adversas previamente identicadas. O plano de contingncia usualmenteinclui um ou mais planos de ao em emergncia.

    Perigo:onte ou situao com potencial para provocar danos em termos de leso,doena, dano propriedade, dano ao meio ambiente do local de trabalho ou umacombinao destes.

    Risco:combinao da probabilidade da ocorrncia de determinado evento e da(s)sua(s) consequncia(s).

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    A AVENTURA

    m termos conceituais, vimos que a denio para o Turismo de Aventura soreumudanas ao longo do tempo, mas pa ra compreender nosso papel (de condutores) necessrio ir alm dos conceitos. Precisamos entender como a aventura aeta todosos envolvidos.

    O desenvolvimento histrico-cultural dessa busca pelo desconhecido, que podemosconsiderar uma necessidade, se entrelaa com nossa prpria existncia. claro que osaventureiros tiveram, ao longo do tempo, diversas motivaes para se aventurar, sendoque muitas delas so contrrias s atuais.

    Essa vontade motivadora, porm, pode ser entendida como uma relao do indivduo o aventureiro com o meio pelo qual ele busca a aventura. Assim, nas palavrasde Miguel S. Milano, conrmamos que as relaes do homem com a natureza so toantigas quanto prpria existncia da humanidade. As caractersticas dessas relaes,entretanto, se alteraram signicativamente com o correr do tempo, condicionadas peloprocesso de desenvolvimento a que o homem sempre esteve sujeito. (MILANO, 2003).

    Da sobrevivncia dos povos nmades da antiguidade conquista de novos territrios nahistria moderna e contempornea, o homem sempre esteve envolvido com aventuras.

    O desconhecido nos atraiu, nos impulsionou e nos incita at hoje, levando-nos aoslugares mais recnditos de nosso planeta. Passados milhares de anos, o planeta Terra,que possua extensas reas intocadas lugares onde o homem da antiguidade nuncahavia estado tem, hoje, poucos lugares que no oram alcanados.

    Temos que considerar que a razo pela qual as pessoas buscam uma aventura est ligadadiretamente possibilidade de enrentar um desao, o desconhecido, mas pode vir,tambm, da simples vontade de contemplar a natureza ou da simples necessidade de sepraticar uma atividade sica.

    Ao nos reerirmos ao meio da prtica de atividades de aventura, devemosconsiderar que as atividades podem e so realizadas tambm em espaosurbanos, como, por exemplo, uma escalada indoor3.

    Entretanto, oi no ambiente natural, nos espaos silvestres do nossoplaneta, que tais atividades tiveram sua gnese. importante lembrarque a cada dia restam menos espaos que podemos chamar de silvestres.Na antiguidade, uma das aventuras do homem era sair em busca decomida, seja atravs da coleta ou da caa. Essa aventura produziaintererncias mnimas sobre o ambiente, pois a relao era equivalentequelas de quaisquer animais que saam em busca de alimento.

    Na atualidade, com o desenrolar do processo civilizatrio, novosconceitos de produo de maior rendimento surgiram (pastoreio emlarga escala, a agricultura e a industrializao), empregando alteraescada vez mais signicativas no relacionamento homem/meio. Aliado a

    isso, o enmeno da urbanizao trouxe e continua a trazer mudanasproundas no equilbrio da biosera.

    3 Escalada em muros articiais construdos especicamente para este m nor

    malmente realizada em ambiente echado.

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    Segundo Roberto Messias Franco (apud PHILIPPI Jr., 1999), e

    m todo oplaneta, a humanida de migrou para as cidades, e dos menos de 5% de urbanosque ramos no incio do sculo XVIII hoje metade da humanidade estnas cidades. Hoje em dia, as metrpoles ganharam espao e a maioria dapopulao mora em cidades, ao contrrio do que ocorria cem anos atrs.

    De ato, alguns hbitos associados caracterstica daqueles que

    vivem nos grandes aglomeradosurbanos se intensicaram eespalharam pelo mundo ointeresse pelo crescimento

    econmico, que oposto aoconceito de sustentabilidade,produzindo eeitos de alienaonos habitantes. Por exemplo, comum que as pessoas da cidadeno tenham conhecimento sobre aorigem dos alimentos: o clssicocaso de crianas que acham queo leite vem da caixinha e sentemnojo ao saber que o produto saidas tetas da vaca.

    A alienao pode ser considerada como um dos atores que d origem vontade do homem de busca r o desconhecido, a lgo como voltar s ra zes.Em uno disso, podemos vericar diversas pessoas procurando umaaventura apenas como mais um produto a ser consumido. Matheus e Silva

    (2007) diz que atualmente, a sociedade moderna, ao tornar-se cada vez maisalienada e centrada em valores individualistas, vem produzindo nas pessoasa necessidade de um retorno aos espaos onde a vida ao ar livre e os laoscomunitrios ainda se azem presentes. Contudo, essa uga, na maioriadas vezes, longe de representar uma ruptura com o sistema ou mudana naorma de viver e pensar, ormatada de modo a transormar-se em mais umlucrativo negcio capitalista.

    Acreditamos, no entanto, que o principal aspecto de uma aventura aoportunidade que temos de visualizar o mundo pelo ponto de vista danatureza e no pelo nosso prprio ponto de vista, centrado e individualista.

    importante que refitamos sobre esses aspectos, pois o oco principal denosso trabalho buscar a satisao dos nossos clientes, o que est relacionadodiretamente s suas expectativas.

    Aqui surge a possibilidade de realmente azermos a dierena nesse grande

    negcio: proporcionar uma mudana de ponto de vista e na orma de pensarnosso relacionamento com o meio, mesmo que isso no gure completamentenas expectativas de nossos clientes.

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    Conhecimento, Habilidades eAtitudes Necessrias ao Condutor

    imos que a competncia conceito estabelecido na Norma ABNT NBR 15285- do condutor tem como nalidade gerar resultados. Ela est ligada a sua

    capacidade de mobilizar, desenvolver e aplicar conhecimentos, habilidades e tambmatitudes.

    O oco de nosso trabalho est diretamente conectado satisao de nossos clientes,lembrando de zelar pela segurana de todos e respeitar o meio e a cultura do local ondepraticamos nossas at ividades. Esse o princpio bsico que vem nos orientando a buscarconhecimentos mnimos sobre o ambiente e sua dinmica. Tambm nos coloca comolderes rente a um grupo de pessoas, o que exige habilidades para melhorar nossorelacionamento com os outros e com o meio.

    Assim, nossas atitudes devem condizer com os conhecimentos e habilidades necessriosa realizar essa grande empreitada: conduzir um grupo de pessoas numa atividade doTurismo de Aventura. A conduo, ou melhor, a liderana no um assunto trivial, complexo, requer bom senso, ateno e melhoria contnua de nossas competncias.

    Existem tratados enormessobre a atuao de um ldere se desejssemos colocaraqui uma lista de atributosnecessrios, ocuparamosdiversas pginas.

    Habilidades Compor

    tamentais e Conhecimentossobre os Relacionamentos HumanosRessaltamos que boa parte das atitudes necessrias s boas prticas na conduo de TA

    reere-se nossa capacidade de comunicao e ao bom relacionamento entre pessoas, jque, via de regra, seremos os lderes desses grupos.

    Nunca devemos exercer a liderana de orma autoritria, ou seja, impondo nossaposio sobre os demais. Talvez possamos exerc-la de orma democrtica, dividindoas responsabilidades com o grupo e conduzindo-o de orma a atender os anseios damaioria. Mas, certamente, devemos desenvolver nossa liderana de orma sociocrtica,ouvindo a todos, mediando os confitos existentes entre as diversas opinies e azendocom que todos compreendam e tomem o caminho do consenso.

    Em uma aventura em grupo, necessrio que todos trabalhem como uma equipe. Assim,o grupo independe de sua natureza, da ormao dos indivduos, aixa etria e outrascaractersticas individuais.

    Duas variveis undamentais devem ser levadas em considerao: a tarea e aspessoas envolvidas.

    Usamos o termo tarea porque as atividades de aventura sempre tm um objetivoem si. Para ns, um fato bvio: em uma atividade de raing, por exemplo, descemos

    o rio em um bote; numa atividade de escalada, subimos uma montanha, e assimsucessivamente. Realmente obvio, mas importante envolver os indivduos nessatarea, imprescindvel alinhar, com vistas a ela, todas as expectativas individuais,tornando-as expectativas do grupo.

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    Esse ser o momento inicial de qualquer atividade de aventura. importante lembrarque no contexto do projeto de normalizao, temos uma norma que estabelece asinormaes mnimas4 a serem passadas aos clientes. Essas inormaes devem serpassadas antes da atividade, ou seja, no momento da venda do servio. o quechamamos de inormaes preliminares.

    Isso nos ajudar no princpio da atividade, quando algumas inormaes sero reoradas.O xito do trabalho em equipe depende muito dessas preliminares e do momento inicialda atividade.

    Para desempenharmos adequadamente nosso papel, undamental tambm mantermosnossa postura prossional. Isso signica atender a alguns comportamentos. Vejamos:

    Relacionamento aetivo: devemos ser corteses, educados, atenciosos e gentis, mas evitarintimidades ou relacionamentos exclusivos com quaisquer clientes.

    Situaes constrangedoras: os clientes podem se sentir mal durante as atividades oupassar por momentos diceis. Devemos apoi-los e incentiv-los a sair dessa situao,ajudando no que or possvel e determinando que o grupo se ajude.

    Linguagem e orma de tratamento: devem ser apropriados a cada pessoa, evitando grias,palavres ou expresses de contedo malicioso.

    Para melhorar o entendimento sobre o comportamento em grupo, vejamos como sedesenvolvem as relaes interpessoais decorrentes do processo de interao grupal, emuno das tareas a serem desempenhadas.

    Observando o grco, podemos perceber quatro estgios dierenciados5. Isso ocorre namaioria dos grupos destinados realizao de uma tarea.

    No primeiro estgio, ta mbm conhecido como namoro, as relaes entre os membros dogrupo so caracterizadas pela dependncia do lder, que estar concentrado em deniros objetivos da atividade e alinhar a expectativa de todos.

    No segundo estgio, ca clara certa conuso, caracterizada pelo confito ou por umacrise nas relaes interpessoais, ao mesmo tempo em que o grupo comea a se organizarinternamente. Essas diculdades iniciais azem parte do processo de interao grupal erepresentam o momento em que as pessoas passam a se conhecer, trazendo pa ra o grupoalguns dos traos de suas prprias personalidades.

    No estgio seguinte, o terceiro, as relaes so marcadas pela coeso e a caractersticabsica a fuidez na comunicao entre os elementos do grupo. dura nte esse estgio queas pessoa s comeam a perceber que realmente pertencem a um grupo. Passa a prevalecer

    a viso do conjunto. As pessoas comeam a comparti lhar ideias e sentimentos, comeama explorar as aes relacionadas com a tarea e a partilhar o que necessrio suaconcretizao. Nesse estgio, o grupo se torna mais produtivo do que nos anteriores.

    O ltimo e quarto estgio muito dicil de ser alcanado. Muitos grupos camestagnados no estgio anterior. Ele caracterizado pela interdependncia entre osintegrantes e pelos processos de soluo conjunta de confitos do grupo6. H, nesseestgio, uma colaborao mais produtiva e um sentido de competio uncional. Atarea ca muito clara para cada elemento e todos esto altamente comprometidos coma atividade comum.

    No terceiro estgio possvel obter um nvel de resultados satisatrios a todos, massomente na ltima ase o grupo tem condies de apresentar o desempenho ideal e altosnveis de satisao.

    A compreenso desse processo ajuda o condutor no desenvolvimento da atividade,possibilitando minimizar a nsiedades e tenses muito comuns nas ases iniciais. possvel

    perceber o nvel de comprometimento de cada indivduo e atuar, deixando clara para todosa possibilidade de atingir seus a nseios individuais, trabalhando pelo conjunto.

    Para alcanar o xito na conduo do grupo, alm do entendimento sobre os processosde interao grupal, necessrio que o condutor desenvolva a habilidade de infuenciaras pessoas. Essa uma incumbncia para qual no h receitas prontas de que possamoslanar mo. Fazer com que os indivduos do grupo atinjam ases de interao produtivaquase sempre um trabalho rduo.

    O processo de infuenciar osindivduos, portanto, deve ser uma

    via de mo dupla. Deve haver umainterao entre o lder e os lideradosde tal orma que todos se sintamconortveis e conantes peranteas competncias do lder. Nessecontexto, o que desejamos obter ocomprometimento dos indivduos.

    4 ABNT NBR 15286 - Turismo de Aventura Inormaes Mnimas Preliminares a clientes.

    5 Adaptado da apostila Desenvolvimento de competncias conceituais e comportamentais para o trabalho emequipe, de Cleani Marques produzida para a Ocina de Capacitao de Membros dos Conselheiros e Gestoresdas Unidades de Conservao do Corredor Ecolgico da Mantiqueira realizada pela Ong Valor Natural, naFloresta Nacional de Passa Quatro/MG entre os dias 27 a 29 de Maro de 2007.

    interdependncia

    coeso

    conflito ou crise

    dependncia

    orientao

    objetivos

    organizao

    fluxode

    informaes

    solues

    d

    osproblemas

    formao ou namoro

    tempestade

    normalizao

    performance

    1

    1

    2

    2

    3

    3

    4

    4

    6 Interdependncia signica que os membrospodero trabalhar sozinhos ou em pequenosgrupos sem perder a dimenso total.

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    Existem diversas ontes ou ormas de infuenciar as pessoas para obter o seucomprometimento. Eis algumas: a recompensa, a coero, a legitimidade, a identica o,a competncia e a inormao.

    Podemos representar o mediador entre os clientes e as coisas de que eles precisam egostam. Eles aro o que propusermos por esperarem uma recompensa.

    Podemos ser tambm algum que pode lhes causar um prejuzo, um dano, um incmodo,uma punio. Nesse caso, eles obedecero por coero.

    De outro modo, se eles acatam nossas determinaes porque reconhecem que temosautoridade para dit-las, porque representamos a ordem estabelecida ou porquereconhecem que temos o direito de agir daquela maneira, eles estaro se submetendo

    legitimidade da nossa autoridade.

    Quando as pessoas vem no lder um modelo, um igual, um amigo, e por isso procuramatend-lo, estaremos infuenciando o grupo por identicao.

    Em contrapartida, se os clientes nos reconhecerem como um especialista, comoalgum que entenda da matria, que domina um assunto, nossa infuncia devida competncia.

    Em muitos casos, as pessoas agem (ou passam a agir) de determinada maneira porquemudam sua convico, porque passam a encarar os atos por outros ngulos ou chegama novas concluses. Quando isso acontece, o comprometimento alcanado atravs dainormao.

    As vrias ontes de infuncia tm eeitos dierentes, sendo que algumas podem gerardependncia por parte do infuenciado. Nesse caso, ele tender a agir apenas em unodo lucro/perda provocados por sua conduta e ir se submeter somente quando essas

    possibilidades estiverem presentes.Em outras ocasies , porm, mantm-se uma autonomia do seguidor, propiciando muitas

    vezes outras aes de nossa pa rte, dierentes daquelas que oram prevista s.

    O uso apropriado das vrias ontes de infuncia indispensvel para a obtenopermanente e eetiva dos resultados.

    Para conduzir um grupo de clientes de orma eciente, nossa atuao ser ocada emtrs ases undamentais: preparao, desenvolvimento e encerramento. Cada uma delaspossui suas caractersticas e atividades especcas.

    Na ase de preparao, temos duas etapas: o planejamento, que quando preparamos osobjetivos e planos de ao para ga rantir o xito no cumprimento das metas, alm de serv irtambm para avaliar o progresso do trabalho e elaborar relatrios no encerramento;e a preparao do grupo, que consiste em recepcionar os clientes, nos apresentarmose apresentar a empresa em que trabalhamos, integrar os participantes, esclarecer osobjetivos da atividade, conhecer as expectativas, esclarecer o nosso papel e estabelecer

    contratos de convvio.

    Na ase de desenvolvimento , manteremos o comprometimento atravs da infuncia queexercemos no grupo, ou seja, vamos liderar o relacionamento interpessoal e a atividade.

    Dirigiremos e coordenaremos todas as tareas, que incluem: assegurar a satisao, obem-estar e a segurana dos clientes; prevenir impactos ambientais e sociais decorrentesdas atividades; e gerenciar riscos e acidentes.

    Para mantermos o comprometimento dos clientes, alm de infuenci-los, necessrio motiv-los. Aps conhecer quais so suas expectativas e quais motivos

    os levaram a praticar uma atividade de TA, devemos adotar as seguintes posturas:

    Estabelecer objetivos e desafos concretos, mostrando que as pessoas zeramprogressos.

    Estimular e encorajar os participantes a atenderem suas prprias expectativas e aultrapassar desaos, de orma responsvel e segura.

    Ter uma atitude positiva em relao interao e ao trabalho do grupo, como, porexemplo, a ajuda mtua para realizao de uma determinada atividade.

    Manter as pessoas inormadas e bem orientadas, principalmente em situaes quepossam trazer algum desconorto ou risco.

    Tolerar os erros, medos e incertezas das pessoas que ainda no dominaram totalmenteuma atividade.

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    A orientao e a navegao so duas artes que caminham juntas e o condutor devepratic-las, se possvel sempre que estiver em campo. O uso de mapas necessrio parao planejamento das ativ idades de Turismo de Aventura, bem como no desenvolvimentodas atividades.

    no planejamento que decidimos quais caminhos utilizaremos ou que direoseguiremos. Visualizando o espao em que estaremos inseridos, podemos planejar rotasde uga, loca is a serem evitados (reas inundveis, escarpas ...). Da mesma maneira, devido alta de atua lizao do material car togrco disponvel no Brasil, talvez no tenhamosas respostas a algumas das perguntas mais comuns apenas interpretando as cartas.

    Por exemplo, se a trilha est dentro da mata echada ou em local aberto. Tais construesexistem ou somente sobraram runas?

    Essa diiculdade traz a necessidade de azermos um reconhecimento prvio dolocal e, assim, podermos contar com mais inormaes para i luminar o mapa. Emtodas as atividades do Turismo de Aventura, portanto, o condutor dever conhecera rota previamente. Isso no descarta a necessidade de termos mapas, bssola, umargua e um bloco de anotaes para nos local izarmos e mantermos a rota no casode dvidas no campo.

    O ideal para o nosso traba lho o investimento em inormao, em cursos de orientao,navegao e cartograa, para um aproundamento necessrio desse tema e a utilizaoperidica das tcnicas.

    MeteorologiaA meteorologia a cincia que estuda a atmoseraterrestre, com alguns aspectos mais conhecidoscomo a previso do tempo e a climatologia.

    Com relao capacidade de prever mudanas dotempo, devemos ter algum conhecimento sobre otema, a m de tornar nosso trabalho mais seguroe tranquilo.

    Apresentamos uma introduo ao tema erecomendamos um aproundamento. Diversasorganizaes oerecem cursos relacionados comessa temtica.

    Mas existe aquele conhecimento local (ou regional)emprico, dos moradores locais, que vivenciamessa realidade cotidianamente e possuem saberessubjetivos para uma previso do tempo. Essasabedoria da regio demora mais tempo a seradquirida, o que signica um ponto rente paraas pessoas nativas, pois vivenciar e poder observarin loco as mudanas do tempo ensinam tantoquanto muitas vezes, at mais um curso.

    Esta introduo tem como objetivo disponibilizar inormaes sobre os atores sicosque infuenciam no estado atmosrico (tempo) e tambm no conjunto de condiesatmosricas (clima). Assim, o leitor ter uma reerncia em campo e, observando osenmenos, poder utiliz-la, juntamente com as inormaes empricas obtidas comos moradores da regio, a m de realizar uma previso, mesmo que subjetiva, dascondies de segurana do local escolhido.

    Essas inormaes devem ser utilizadas durante a atividade de Turismo de Aventura,mas tero igual valor se contempladas na ase do planejamento.

    no planejamento que nos preparamos eetivamente para situaes adversas,organizando vestimentas e equipamentos necessrios e dedicando mais ateno aoslocais perigosos e rotas de uga do trajeto.

    Durante a atividade, podemos utilizar solues emergenciais, mas o planejamento essencial para tornar mais cil uma tomada de deciso, pois temos mais embasamentopara julgar a situao e administrar os problemas ou possveis ocorrncias uturas.

    Uma boa base de inormaes que consideramos importante para o nosso trabalhocomea por uma introduo de conceitos sobre meteorologia, clima, tempo eprevises:

    - conhecer as estaes do ano, a atmosera terrestre e atores que infuenciam naumidade, presso e temperatura do ar

    - inormarmo-nos sobre a composio da atmosera e sua infuncia nos enmenosmeteorolgicos. As questes de umidade, presso e temperatura so muito importantespara dar sequncia no estudo das previses do tempo, principalmente na interpretaodos enmenos ticos e na interpretao das nuvens

    - entender questes sobre a circulao dos ventos, o uncionamento de um barmetro,sua aplicao na meteorologia e na navegao terrestre

    - reconhecer os enmenos ticos provocadospela temperatura, umidade do ar e pela luzsolar. O entendimento deste assunto agrega

    valor prosso do condutor. Quandoexplicamos aos nossos clientes como soproduzidos enmenos como o arco-ris,por exemplo, estamos utilizando essesconhecimentos para dirigir a ateno do

    visitante para o loca l, sensibiliza ndo-o

    - buscar entendimento so bre o c ic lohidrolgico, identiicao de nuvens,entender os processos de ormao e asua inluncia na mudana do tempo.

    A identicao de nuvens um dos aspectosque pode enriquecer o trabalho do condutore ainda dar subsdio para a compreensode como as tempestades so ormadas.

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    As nuvens so classicadas segundo sua altura e aparncia, e existem dez gnerosde nuvens que podemos citar como acilmente reconhecveis e que constam doAtlas Internacional de Nuvens. As nuvens associadas precipitao, portanto, maisimportantes em nossa ocupao so: Cumulonimbos (Cb) e a Nimbostratus (Ns).

    - saber identicar a ormao de tempestades e seus perigos em atividades de Turismo

    de Aventura pode ser o dierencial entre um passeio torturante e um passeio comobstculos que oram vencidos. Tambm az parte ter contato com medidas desegurana para situaes de tempo ruim, como e onde se abrigar, por exemplo- entender o conceito de sensao trmica, as in funcias que o corpo humano sore coma troca de calor atravs da radiao solar, vento e umidade. Abordar questes ligadasao conorto humano relacionado com a temperatura do ar e os eeitos de sensao demudana, devido a atores como o vento, a umidade e a perda de calor

    Primeiros SocorrosUm curso de primeiros socorros7 de vital importncia para o condutor de Turismo deAventura. Saber o que azer para socorrer um cliente acidentado, mas principalmente oque no azer, para preservar e no complicar ainda mais a s condies da vtima, em uma

    situao de emergncia, pode azer a dierena nas atividades de Turismo de Aventura.Para tanto, o condutor deve dominar as tcnicas de primeiros socorros e aplic-lasadequadamente a cada situao, de acordo com o permitido por lei. Tais situaesso, na maioria das vezes, imprevistas, portanto devemos conhecer os procedimentosclara e previamente para escolher a melhor abordagem em dierentes casos, comsegurana e tranquilidade.

    O participante deve aprender, entre outras coisas, como reconhecer uma situao deemergncia, qual sua gravidade e a prestar os socorros imediatos necessrios at a vtimareceber assistncia especializada.

    No nossa uno diagnosticar o problema e, sim, manter o acidentado com vidae preparado para uma remoo. Uma postura correta pode ser a dierena entre amanuteno das condies do paciente ou o seu agravamento.

    sempre bom lembrar que na etapa de planejamento j devemos ter consideradopossveis pontos de escape para a remoo do acidentado, alm de listar os postos desade ou hospitais mais prximos.

    7 Entende-se que primeiros-socorros so procedimentos de emergncia que visam manter as unes vitais eevitar o agravamento de uma pessoa erida, inconsciente ou em perigo de vida, at que ela receba assistnciamdica qualicada.

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    Em atividades de Turismo de Aventura, onde se trabalha com o ri sco calculado, notvelque a grande maioria de ocorrncias que acontecem so de escoriaes (ralados, batidas,

    cortes) e tores (joelho, tornozelo, braos). imprescindvel, porta nto, o conhecimento

    dos procedimentos, assim como portar um kit de primeiros socorros completo, paraatendimento imediato e eciente.

    Existem no mercado diversas empresas especializadas que ministram cursos deprimeiros socorros, inclusive em reas remotas, o que requentemente nossa realidade.

    Essas empresas, geralmente, so credenciadas por rgos de renome que atestam sua

    ecincia. Um bom curso de primeiros socorros deve ser escolhido em uno danecessidade do condutor, e no pelo custo, pois esse conhecimento deve ser encarado

    como investimento, gerando mais segurana e agregando valor ao nosso servio.

    Legislao Importante para o CondutorNo que diz respeito s questes ligadas legislao, podemos armar que um assunto

    muito prximo de ns, cuja utilidade no se d apenas qua ndo h um problema que deveser solucionado pelo Poder Judici rio. Torna-se imprescindvel entender as relaes entre

    o Turismo e o Direito. Questes como as atividades tursticas, as empresas, as relaes

    contratuais, dentre outras, precisam estar amparadas pela legislao para garantir aimplantao e/ou a expanso da prestao de servios tursticos de qualidade, tanto sob

    o aspecto legal, quanto sob o aspecto motivador da prtica de um Turismo seguro.

    O Direito az parte das nossas relaes dirias. Ele est mais presente em nossas vidas

    do que podemos imaginar: na compra de determinado pacote turstico, num acidente

    que possa ocorrer durante uma caminhada na mata e at no caso de sua bagagem serextraviada pela empresa de transporte.

    Assim, quando um consumidor lida com empresas e h uma relao ormal entre aspartes, os negcios rmados tornam-se mais seguros, com menos probabilidades de

    problemas uturos.

    O Direito atua no sentido de regrar a conduta social, viabilizando o ajuste do contedo

    da Lei aos mais variados acontecimentos do cotidiano. As leis, portanto, so os mais

    importantes instrumentos de trabalho do advogado. Atravs de sua anlise pode-se

    vericar se determinado comporta mento ou no legal do ponto de vista jurdico.

    Para ns, condutores, necess rio compreender o conceito de lei e de norma no Direito,

    para que no haja conuses. Entendendo esses conceitos, voc poder ainda dierenciara Norma Jurdica da Norma Tcnica Brasileira - NBR. Esclarea-se que o processo de

    normaliza o em Turismo de Aventura voluntrio e acontece no mbito da Associao

    Brasileira de Normas Tcnicas ABNT, que o Frum Nacional de Normalizao.

    As Normas Tcnicas Brasileiras, cujo contedo de responsabilidade dos Comits

    Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalizao Setorial (ABNT/ONS), so

    elaboradas por Comisses de Estudo (CE), ormadas por representantes dos setoresenvolvidos. Delas azem par te os produtores, os consumidores e os chamados integrantes

    neutros (universidades, laboratrios e outros).

    Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no mbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS,circulam para Consulta Nacional entre os associados da ABNT e entre quaisquerinteressados.

    Depois de publicadas pela Associa o Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), as NormasTcnicas Brasileiras passam a ser utilizadas como reerncia, tendo diversas aplicaesprticas, tais como estabelecimento de polticas pblicas, certicao, reerncia epadronizao, proteo do consumidor, dentre outras possibilidades.

    Assim, tem-se que a lei se aplica obrigatoriamente empresa, ao consumidor, aoempresrio, a todas as pessoas. O que estamos comeando a entender que alm dalei, existem outras reerncias e dentre essas reerncias, assumem importante papel asNormas Tcnicas Brasileiras.

    Por outro lado, o processo de elaborao das leis (regulamentao) acontece na esera doPoder Legislativo, que orma, junta mente com o Executivo e o Judicirio, os t rs Poderesda Unio. Essa diviso trplice, Executivo, Legislativo e Judicirio, ocorre ainda naseseras estadual e municipal.

    Nesse contexto, importante saber que as normas jurdicas possuem uma estruturahierrquica bem denida, cuja ordem de subordinao deve ser obedecida conormeo grau de importncia que segue: as constitucionais (Constituio Federal e EmendasConstitucionais), legais (Leis Complementares, Leis Ordinrias, Leis Delegadas e MedidasProvisrias) e inralegais (Decretos, Resolues, Instrues Normativas e Portarias).

    Por hora, entendemos que a Lei Majoritria de nosso pas a Constituio Federal,promulgada em 1988, nossa Carta Magma, que estabelece os princpios do Estado deDireto Democrtico que vivemos no Brasil.

    Ressalta mos que para aplicao e uncionamento de toda estrutura legislat iva necessrio

    que o Poder Pblico, principalmente o Executivo, estabelea estruturas organizacionais,que desenvolvam as polticas pblicas, a m de azer cumprir o que estabelece as leis.

    Assim, temos o Turismo com status de ator de desenvolvimento socioeconmicoreconhecido na Constituio Federal. Para que o segmento possa cumprir esse princpio,bem como todas as leis que o aetam, necessria uma estrutura organizacional.

    Dentro da estrutura do Governo Federal, o Ministrio do Turismo (Mtur)tem a missode desenvolver o turismo como uma atividade econmica sustentvel, geradora deempregos e lucro para o Brasil, proporcionando a incluso social.

    O Conselho Nacional de Turismo um rgo colegiado de assessoramento que congregamembros do Governo Federal e de instituies representativas dos diversos setores esegmentos do turismo, inclusive do Turismo de Aventura. Sua nalidade assessorar oMinistro do Turismo na ormulao e aplicao da Poltica Nacional de Turismo e dosPlanos, Programas, Projetos e atividades deles derivados.

    A Secretaria Nacional de Polticas do Turismo tem como uno executar a PolticaNacional para o setor, orientada pelas diretrizes do Conselho Nacional do Turismo. responsvel pela promoo interna e zela pela qualidade da prestao do servioturstico brasileiro.

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    FIQUE ATENTO:

    Segue uma lista de reerncia sobre as principais Leis e Normas ligadasao Turismo de Aventura no mbito Federal.

    - Organiza a Proteo do Patrimnio Histrico e Artstico Decreto-lei 25/1937

    - Consolidao das Leis do Trabalho Decreto-Lei 5.452/1943

    - Proteo do Patrimnio Arqueolgico e Pr-histrico Lei 3.924/1961

    - Cdigo Florestal Lei 4.771/1965

    - Proteo Fauna Lei 5.197/1967

    - reas Especiais e Locais de Interesse Turstico - Lei 6.513/1977

    - Poltica Naciona l do Meio Ambiente Lei 6.938/1981

    - Cdigo de Deesa do Consumidor Lei 8.078/1990

    - Sistema Nacional de Gesto dos Recursos Hdricos Lei 9.433/1997

    - Lei de Crimes e Inraes Administrativas Ambientais Lei 9.605/1998

    - Regulamento da Lei de Crimes e Inraes Administrativas Ambientais Dec. 3.179/1999

    - Sistema Nacional das Unidades de Conservao Lei 9.985/2000

    - Estatuto das Cidades Lei 10.257/2001

    - Cdigo Civil Lei 10.406/2002

    Todas as leis podem ser pesquisadas pelo nmero e ano atravs do stio: www.planalto.gov.br

    dessas atividades, nas respectivas jurisdies, ou seja, responsveis pela gestoambiental no respectivo terr itrio e no mbito de sua competncia, como os CODEMAs Conselhos Municipais de Deesa Ambiental, que hoje j so encontrados emalgumas cidades.

    A abordagem que zemos sobre as questes legais introdutria e tem por objetivodespertar seu interesse para a importncia do Direito e seus inmeros desdobramentosem vrios atos da vida civil. Em especial, quando se pretende investir em uma empresade Turismo de Aventura, o que requer responsabilidade, seriedade e observncia s leis.

    Apesar de ser um tema complexo e extenso, temos que procurar nos aproundar noconhecimento das leis, pois um dever de todo cidado cumprir e conhecer a legislao

    vigente. Assim, ser oportuno obter conhecimentos sobre o Direito do Consumidor,Civil, Trabalhista e Ambiental.

    Educao Ambiental/Interpretao Ambiental

    Surpreender-se, admirar-se, comear a entender.

    (Jos Ortega y Gasset, flsoo espanhol 1883-1955)

    A Educao Ambiental uma valiosa erramenta para que as pessoas ajam comresponsabilidade quanto ao meio que se visita e o meio em que se vive.

    Dentro da prpria Educao Ambiental ex istem diversas vertentes e a que apresentamosaqui no uma orma de encerrar o assunto, mas uma maneira de aumentar a refexo

    do condutor sobre o tema e sobre a utiliz ao dessa er ramenta no planejamento de suasatividades.

    Em nosso trabalho, portanto, a Educao Ambiental deve ser utilizada em todos osmomentos: na preleo, no decorrer da atividade e em seu encerramento.

    A carga de inormao transmitida ao cliente muito importante, mas o objetivo provocar uma mudana de atitude em relao ao meio, de modo que a sensibilizaoambiental se aa eciente. Zysman Neiman e Andra Rabinovici nos lembramque, para desencadear-se o processo de Educao Ambiental, necessrio que osprocedimentos contenham impacto emocional, sejam positivos ou negativos, masque despertem inicialmente um sentimento de vnculo com o espao, uma perceposubjetiva de sua beleza selvagem, uma conquista para seus encantamentos. S assimgerar-se-o preocupaes que alertem para comportamentos agressivos e motivaespara o envolvimento e a participao das pessoas no sentido de busca de solues.(NEIMAN e RABINOVICI apud NEIMAN, 2002).

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    Para tanto, devemos nos aasta r de uma conduo apenas inormativa e utiliza r os valores,sensaes e sentimentos, gerando benecios para os clientes, para as comunidadesenvolvidas e para as reas visitadas.

    Por meio de uma postura consciente, podemos dirigi r a atividade para o tipo de visita oe comportamento que se deseja dos clientes. Se demonstrarmos nossa admirao erespeito ao ambiente e s pessoa s envolvidas na atividade (clientes, comunidade e outroscondutores), como ormadores de opinio, estaremos infuenciando positivamente parauma mudana de atitude de todos os participantes.

    Abriremos um caminho para uma participao mais eetiva de todos em relaoaos problemas ou obstculos que podero ser encontrados na atividade, gerandocompanheirismo e preocupao quanto ao bem-estar de todos e do local visitado.

    Sugerimos que voc, condutor, procure cursos de educao ambiental, busqueinormao. No descrevemos aqui um histrico da educao ambiental no Brasil e nomundo porque no nosso objetivo. Mas queremos que todos entendam sua utilizaoe importncia, para que se mobilizem e procurem material mais especco da regio emque residem, como inormaes ambientais, sociais e culturais.

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    Mnimo Impacto AmbientalNo h passageiros na nave espacial Terra; somos todos tripulao.

    (Marshall McLuhan, pensador ca nadense 1911 1980)

    Brasil um pas cujopotencial para a prticadas atividades do Turismo deAventura pode ser percebidoem toda a sua extenso. J

    temos destinos tradicionais,como o Parque Nacional doItatiaia, Amaznia, SerraGacha, Bonito e Fernando deNoronha e inmeros destinosno to amosos, mas cujopotencial j se comprovou.

    O nmero de adeptos dessa atividade no Brasi l cresce a cada dia. Muitos outros pases jdescobriram o potencial brasileiro, o que az com que o nmero de turistas interessadosem TA nas nossas paisagens aumente consideravelmente. Os meios de comunicaotambm colaboram para essa situao. Est na moda.

    E com o aumento da procura (crescimento do nmero de praticantes) eleva-se tambmo impacto nos ambientes visitados. Toda visitao traz impactos. A abertura de umpequeno atalho, uma ogueira desnecessria, caminhar nas bordas e no no leito da

    trilha, tudo isso malco ao ambiente.Temos visto cada vez mais, na natureza, a presena de dejetos orgnicos e inorgnicos.Esteticamente no agradvel passear em locais poludos, no mesmo? Esses dejetos,porm, podem trazer problemas muito maiores do que uma paisagem eia, como acontaminao das g uas, a mudana dos hbitos alimentares dos animais , que acabam sealimentando desse lixo, por exemplo. Tudo isso mudana na dinmica do ambiente.

    J herdamos de nossos antepassados um planeta doente. Tudo bem, eles no sabiam,no aziam ideia do que poderia acontecer. Mas ns sabemos. Estamos cientes do nossoimpacto no ambiente, temos ideia de onde essa situao pode chegar. Esse impacto, seno pode ser evitado totalmente, deve ser minimizado. Adotando recomendaes deprticas de mnimo impacto, contribuiremos para a sustentabilidade das reas visitadas.O Turismo de Aventura deve ser uma parceria do ser humano com o ambiente e, no,uma relao de explorao, sem perspectiva de uturo.

    So princpios prticos e simples, o desenrolar de uma postura mais tica em

    relao ao planeta em que vivemos, tentando no mais s er parte do problema, masparte da soluo.

    Esses princpios de conduta consciente so utilizados no mundo inteiro e compemuma base para a sustentabilidade dos locais utilizados.

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    Planejamento FundamentalEntre em contato prvio com a administrao da rea que voc vai visitar para tomarconhecimento dos regulamentos e restries existentes.

    Inorme-se sobre as condies climticas do local e consulte a previso do tempo antesde qualquer atividade em ambientes naturais.

    Evite viajar para as reas mais populares durante eriados prolongados e rias.

    Certique-se de que voc possui uma orma de acondicionar seu lixo (sacos plsticos),para traz-lo de volta. Aprenda a diminuir a quantidade de lixo, deixando em casa as

    embalagens desnecessrias.Escolha as atividades que voc vai realizar na sua visita conorme o seu condicionamentosico e seu nvel de experincia.

    Voc Responsvel por sua SeguranaO salvamento em ambientes naturais caro e complexo, podendo levar dias e causargrandes danos ao ambiente, portanto, em primeiro lugar, no se arrisque semnecessidade.

    Calcule o tempo total que passar viajando e deixe um roteiro da viagem com algum deconana, com instrues para acionar o resgate, caso necessrio.

    Aprenda as tcnicas bsicas de segurana, como navegao (saiba como usar um mapa euma bssola) e primeiros socorros. Para tanto, procure os clubes excursionistas, escolasde escalada e cursos de idoneidade comprovada.

    Tenha certeza de que voc dispe do equipamento apropriado para cada situao.Acidentes e agresses natureza, em grande parte, so causados por improvisaes,

    negligncia e uso inadequado de equipamentos.

    Leve sempre: lanterna, agasalho, capa dechuva, um estojo de primeiros socorros,alimento e gua; mesmo em atividades comapenas um dia ou poucas horas de durao.

    Caso voc no tenha experincia ematividades recreativas em a mbientes naturais,entre em contato com centros excursionistas,empresas de ecoturismo ou condutores de

    vis ita ntes. Visit ante s inex perientes podemcausar grandes impactos sem perceber e

    correr riscos desnecessrios.

    Cuide dos Locais por Onde Passar, das Trilhase dos Locais de AcampamentoMantenha-se nas trilhaspr-determinadas - no useatalhos. Os atalhos avorecema eroso e a destruio dasrazes e plantas inteiras.

    Mantenha-se na trilha, mesmose ela estiver molhada, lamacenta

    ou escorregadia. A diculdadedas trilhas az parte do desaode vivenciar a natureza. Se voccontorna a parte danicada deuma trilha, o estrago se tornarmaior no uturo.

    Ao montar seu acampamento, evite reas rgeis que levaro um longo tempo parase recuperar aps o impacto. Acampe somente em locais pr-estabelecidos, quandoexistirem. Acampe a pelo menos 60 metros de qualquer onte de gua.

    No cave valetas ao redor das barracas. Escolha bem o local de acampamento e use umplstico sob a barraca. Bons locais para acampamento so encontrados, no construdos.No corte ou arranque a vegetao, nem remova pedras ao acampar.

    Remova todas as evidncias de sua passagem. Ao percorrer uma trilha ou ao sair de umarea de acampamento, certique-se de que esses loca is permaneceram como se ningum

    houvesse passado por ali.

    Proteja o patrimnio natural e cultura l dos locais visitados . Respeite as normas existentese denuncie as agresses observadas.

    Traga seu Lixo de VoltaEmbalagens vazias pesam pouco e ocupam espao mnimo na mochila. Se voc podelevar uma embalagem cheia, pode traz-la vazia na volta.

    No queime nem enterre o lixo. As embalagens podem no queimar completamente, eanimais podem cavar at o lixo e espalh-lo. Traga todo o seu lixo de volta com voc.

    Utilize as instalaes sanitrias que existirem. Caso nohaja instalaes sanitrias na rea, enterre as ezes em umburaco com 15cm de proundidade e a pelo menos 60m dequalquer onte de gua, trilhas ou locais de acampamento,

    e em local onde no seja necessrio remover a vegetao.Traga o papel higinico utilizado de volta.

    No use sabo nem lave utenslios em ontes de gua.

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    Deixe Cada Coisa emseu LugarNo construa qualquer tipo de estrutura,como bancos, mesas, pontes etc. Noquebre ou corte galhos de rvores, mesmoque estejam mortas ou tombadas, poispodem estar servindo de abrigo para avesou outros animais.

    Resista tentao de levar lembranas

    para casa. Deixe pedras, arteatos, fores,conchas etc, onde voc os encontrou, paraque outros tambm possam apreci-los.

    Tire apenas otograas, deixe apenas suaspegadas, mate apenas o tempo e leve apenassuas memrias.

    Evite Fazer FogueirasFogueiras enraquecem o solo, eneiam os locaisde acampamento e representam uma das grandescausas de incndios forestais.

    Para cozinhar, utilize um ogareiro prprio paraacampamento. Os ogareiros modernos so leves eceis de usar. Cozinha r com um ogareiro muitomais rpido e prtico que acender uma ogueira.

    Para iluminar o acampamento, utilize um lampioou uma lanterna, em vez de uma ogueira.

    Para se aquecer, tenha a roupa adequada ao clima do local que est visitando. Se vocprecisar de uma ogueira para se aquecer, provavelmente planejou mal sua viagem.

    Se voc realmente precisar acender uma ogueira, consulte previamente a administraoda rea que estiver visitando sobre os regulamentos existentes e utilize locaisestabelecidos.Tenha absoluta certeza de que sua ogueira est completamente apagadaantes de abandonar a rea.

    Respeite os Animais e asPlantasObserve os animais distncia. A proximidade podeser interpretada como uma ameaa e provocar umataque, mesmo de pequenos animais. Alm disso,animais silvestres podem transmitir doenas graves.

    No alimente os animais. Os alimentos que azem parte da nossa dieta podem sertotalmente inadequados para diversas espcimes animais e ocasionar consequncias dedimenses variveis para o ambiente local. Alm disso, os animais podem acabar seacostumando com comida humana e passar a invadir os acampamentos em busca dealimento, danicando barracas, mochilas e outros equipamentos.

    No retire fores e plantas silvestres. Aprecie sua beleza no local, sem agredir a naturezae dando a mesma oportunidade a outros visitantes.

    Seja Corts com Outros Visitantes e coma Populao LocalAnde e acampe em silncio, preservando a tranquilidade e a sensao de harmonia quea natureza oerece. Deixe rdios e instrumentos sonoros em casa.

    Trate os moradores da rea com cortesia e respeito. Mantenha as porteiras do modoque as encontrou e no entre em casas e galpes sem pedir permisso. Seja educado ecomporte-se como se estivesse visitando casa alheia. Aproveite para aprender algo sobreos hbitos e a cultura do meio rural.

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    Reerncias BibliogrfcasABETA. Apostila do Curso de Competncias Mnimas do Condutor de Turismo de

    Aventura. Belo Horizonte: ABETA, 2007.

    BRASIL. Ministr io do Turismo. Regulamentao, normalizao e certifcao emturismo de aventura. Relatrio diagnstico. Braslia: Ministrio do Turismo, 2005.

    FILIPPI Jr., A. et alMunicpios e Meio Ambiente. Perspectivas para a Municipalizao daGesto Ambiental no Brasil. So Paulo: ANAMA, 1999.

    FRANZEN Jr., R.Apostila do Curso de Iniciao ao Montanhismo. Curitiba: MarumbyMontanhismo, 2002.

    GONALVES, C. W. P. Os (Des)caminhos do meio ambiente. So Paulo: EditoraContexto, 2002.

    LIMA, F. V.Apostila do Curso de Guia de Turismo Especializado em Atrativo Natural:Primeiros Socorros. So Paulo: Senac-SP, 1999.

    LINDBERG, K. e HAWKINS, D. E. Ecoturismo Um guia para planejamento e gesto.So Paulo: Senac, 1995.

    MATHEUS E SILVA, L. F. Os usos (e abusos) da cultura popular camponesa no processo demercantilizao do espao agrrio. In: III Simpsio Internacional de Geograa Agrria. IVSimpsio Nacional de Geograa Agrria JORNADA ORLANDO VALVERDE. AnaisISSN 19804563. Londrina: Universidade Estadual de Londrina, 2007. CD ROM.

    MATURANA, H.A ontologia da realidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

    MILANO, M. S. Apostila do Curso de Planejamento e Manejo de reas Naturais

    Protegidas. Guaraqueaba: Fundao O Boticrio de Proteo Natureza, 2003.

    MINISTRIO DO TURISMO. Embratur. Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentveldo Turismo de Aventura. Relatrio da ofcina de planejamento. Braslia: Embratur, 2001.

    NAGY, C.; MADEIRA, H. M. F. Apostila do Curso de Formao de Guarda-Parque:Cartografa e Orientao. So Paulo: Senac-SP, 1999.

    NEIMAN, Z.(Org). Meio Ambiente Educao e Ecoturi smo. Barueri/SP: EditoraManole, 2002.

    SERRANO, C. (Org.).A Educao Pelas Pedras Ecoturismo e Educao Ambiental. SoPaulo: Editora Chronos, 2000.

    TRAJBER, R.; COSTA, L. B da. (org.).Avaliando a educao Ambiental no Brasil MateriaisAudiovisuais.So Paulo: Editora Peirpolis: Instituto Ecoar para a Cidadania, 2001.

    WEARING, S.; NEIL, J. Ecoturismo Impactos, Potencialidade e Possibilidades. So

    Paulo: Editora Manole, 2001.WEISFZFLOG, Walter.Michaelis: moderno dicionrio da lngua portuguesa , So Paulo:Melhoramentos 1998-2007. Disponvel em: acessado emsetembro de 2008.

    Prera contratar os servios locais de hospedagem, transporte, alimentao e outros.Desse modo, voc estar colaborando para que os recursos nanceiros permaneam nacomunidade.

    Deixe os animais domsticos em casa, pois, alm de augentarem a auna silvestre,podem causar problemas srios com a introduo de doenas e outras ameaas aoambiente natural. Caso traga o seu animal com voc, mantenha-o controlado todo otempo. As ezes dos animais devem ser tratadas da mesma maneira que as humanas.Elas tambm esto sob sua responsabilidade. Muitas reas no permitem a entrada deanimais domsticos, portanto verique com antecedncia.

    Evite usar cores ortes que podem ser vistas a quilmetros e quebram a harmonia dosambientes naturais. Use roupas e equipamentos de cores neutras, para evitar a poluio

    visual em loc ais muito requentados. Pa ra chamar a aten o de uma equipe de socorro,tenha em sua mochila um plstico ou tecido de cor orte, em caso de emergncia.

    Colabore com a educao de outros visitantes, transmitindo os princpios de mnimoimpacto sempre que houver oportunidade.

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    COMPETNCIASMNIMAS DO CONDUTOR

    DE TURISMO DE AVENTURAVOL. 3

    Entidade Executora Parceria