como estudar para concursos públicos - 1a edição
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Livro elaborado para apoiar o candidato para organização e planejamento dos estudos para concurso público.TRANSCRIPT
RODRIGO SCHUABB DE OLIVEIRA
Como estudar para concursos públicos
1ª edição
Brasília/DF Edição do Autor
2015
Schuabb, Rodrigo Como estudar para concursos públicos / Rodrigo Schuabb. 1 ed. – Brasília, DF [], 2015.
1. Concursos públicos 2. Planejamento 3. Organização
© 2015, Distribuição Gratuita Contribuição espontânea
Todos os direitos reservados. Esta obra pode ser distribuída livremente. A contribuição para os custos da sua criação é espontânea e
pode ser realizada por meio de depósito na conta-poupança do autor.
Revisora Vívian Rodrigues
Concepção, conteúdo, organização, editoração, projeto gráfico: Rodrigo Schuabb
Dados para depósito em conta-poupança: Rodrigo Schuabb de Oliveira
Banco do Brasil – nº 001 Agência 8615-0 Conta: 1572-5 Variação: 51
CPF: 036.735.647-30
Sumário Sobre o Autor ........................................................................................................... 8
Prefácio ........................................................................................................................ 9
Introdução ............................................................................................................... 10
Planejamento ......................................................................................................... 12
Estado mental ............................................................................................................ 15
Definição do seu objetivo e submetas a alcançar ................................................... 18
Auto avaliação ........................................................................................................... 21
Você pode/deve trabalhar durante os estudos? ...................................................... 22
Durante os estudos, algo pode lhe tirar a atenção? .............................................. 22
Você pratica exercícios físicos? ............................................................................. 23
Você se cansa facilmente? ...................................................................................... 24
Você tem dificuldade de atenção ou de concentração? ......................................... 24
Você tem dificuldade de aprendizagem? ................................................................ 25
Você conhece seus pontos fortes e fracos? ............................................................. 27
Analisar o edital do concurso .................................................................................. 28
Local de lotação e da prova ................................................................................... 29
Prazo de validade do concurso .............................................................................. 29
Etapas do concurso ................................................................................................ 29
Dos Cargos ............................................................................................................. 31
Das Vagas ............................................................................................................... 32
Dos Candidatos com Deficiência e dos Candidatos Negros .................................. 32
Da Prova Objetiva .................................................................................................. 32
Da Prova Discursiva .............................................................................................. 33
Da Avaliação de Títulos ......................................................................................... 34
Do Conteúdo Programático ................................................................................... 35
Outros detalhes ....................................................................................................... 37
Levantar os Materiais de Estudo ............................................................................ 38
Material da prova discursiva ................................................................................. 44
Elaborar o Cronograma de Estudo ......................................................................... 45
Método de Estudo ................................................................................................... 45
Cronograma ........................................................................................................... 48
Execução ................................................................................................................... 54
Ambiente de Estudo ................................................................................................. 55
Técnicas de estudo .................................................................................................... 57
Dia da Prova ............................................................................................................ 59
Pós Prova .................................................................................................................. 65
Considerações Finais ......................................................................................... 67
Referências e Modelos ...................................................................................... 70
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Sobre o Autor
Rodrigo Schuabb de Oliveira, nascido em Nova Friburgo/RJ em 1975, cresceu em sua
cidade natal durante 17 anos e foi para Brasília/DF em 1993 para fazer faculdade de
Administração de Sistemas de Informações. Pós graduou-se por duas vezes na área de
informática nos anos de 2000 e 2012.
Trabalhou em Brasília por 20 anos na iniciativa privada. Iniciou seus estudos para
concursos públicos em 2011 e, após ser reprovado diversas vezes, foi aprovado e
convocado para o cargo de gerente de projetos para o Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação – FNDE em 2012. A partir desse ano foi aprovado e
convocado em diversos concursos: 22º lugar no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais – INEP; 17º lugar na Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB;
2º lugar na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH; e, finalmente, 17º
lugar na Secretaria do Tesouro Nacional – STN, onde atualmente exerce a função de
Analista de Finanças e Controle.
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Prefácio
Há alguns meses resolvi fazer coaching para concursos públicos. Achei que ia ser
legal passar as minhas experiências para outras pessoas com esse serviço. Infelizmente
percebi que o serviço de coaching, além de muito trabalhoso, tem um alcance muito
limitado, pois o atendimento deve ser pessoal, o que o torna relativamente caro para quem
precisa. Como o meu interesse é de que todos possam ter orientações sobre como planejar
os estudos, decidi colocar essas ideias no papel e escrever esse livro.
Como no Brasil tudo acaba sendo pirateado e distribuído gratuitamente, eu resolvi
antecipar e espalhar este livro pela internet, esperando que o esforço para criá-lo fosse
reconhecido pelos leitores e que estes recompensem o autor pelo conhecimento
compartilhado, por meio de depósito bancário.
Então, se você gostar deste livro e achar que ele ajudou na organização dos seus
estudos, faça um depósito na conta-poupança abaixo, com um valor que você julgue justo
pelo conhecimento adquirido.
Além disso, não esqueça de me enviar um e-mail com seus comentários sobre o livro
e os resultados obtidos.
Um forte abraço, muita força durante os estudos e, claro, muita sorte no dia da prova!
Brasília/DF, 10 de agosto de 2015
Rodrigo Schuabb de Oliveira [email protected]
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Introdução
Não é fácil a vida de um concurseiro. Anos e anos dedicados ao estudo, com privações
diárias, muito esforço e perseverança. Essas são características comuns de muitos
candidatos. Mas por que alguns candidatos ficam anos e anos sem serem aprovados? Eles
têm tudo o que é necessário para passar: estudam muito, são inteligentes, têm todos os
materiais publicados, já fizeram diversos cursinhos virtuais e presenciais, mas mesmo
assim não são aprovados. Por quê? Eu acredito que muitos desses candidatos se esforçam,
mas estudam de forma totalmente desorganizada, perdendo o tempo e o foco com as
coisas erradas, deixando de lado pontos essenciais e que poderiam aumentar o seu
rendimento. Estudar não é uma tarefa nada fácil e se você a faz de forma desorganizada,
tudo fica muito pior! Se você vai estudar, faça da maneira certa!
O objetivo desse livro é aumentar o rendimento dos seus estudos, por meio do
planejamento e organização, além da adoção de um método de estudo. Esse processo não
é um mistério e nem difícil. O problema é que as pessoas não têm costume em colocar no
papel o que quer planejar e fazer isso de cabeça é muito difícil.
Esse livro está organizado em quatro capítulos principais: planejamento, execução,
dia da prova e pós prova. No capítulo de planejamento você irá fazer uma auto avaliação
para conhecer mais a si próprio. Você irá definir seus objetivos a curto, médio e longo
prazos. Você identificará quais são seus pontos fracos para que possa dar maior atenção
e corrigi-los. Além disso, você aprenderá a analisar um edital de concurso, levantará os
materiais de estudo necessários, definirá um cronograma de estudo e aprenderá um
método de estudo baseado numa sequência de ações que deverão ser obrigatoriamente
seguidas.
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Com tudo planejado, você deverá começar a estudar. A execução deverá seguir tudo
que foi planejado, mas para isso algumas dicas serão apresentadas para que você tenha
tudo necessário para que seu estudo seja o mais agradável possível. Nesse capítulo irei
apresentar ainda uma técnica de estudo que organizará o seu tempo de estudo de forma a
tornar o estudo agradável.
O dia da prova é o momento chave para o qual todo o seu esforço foi voltado e por
isso também deve ser planejado. Ele começa no dia anterior a prova e abrange desde o
tipo de alimentação ingerida antes da prova, até a sequência ideal de questões a serem
respondidas na prova. Além disso, são citadas várias dicas para manter a sua ansiedade
em níveis controláveis.
Depois da prova, você deve fazer uma avalição do seu rendimento da prova,
identificando suas fraquezas e virtudes para você refazer seu cronograma de estudo. Além
disso, discutiremos o processo de recurso das provas objetivas e discursivas e outras dicas.
O planejamento proposto nesse livro deve ser registrado em um documento. Para isso,
eu elaborei alguns modelos para serem baixados e utilizados por você. Vá ao capítulo
“Referências e Modelos” e acesse o link para baixar estes arquivos.
Ao fazer o seu planejamento de estudo, siga sequencialmente as orientações de cada
capítulo. Quando houver decisões a serem tomadas, seja honesto com você, identifique
suas dificuldades e virtudes, analise as opções e faça a escolha adequada. Escreva todas
as suas decisões e seu planejamento, invista um pouco em materiais de estudo e demais
serviços de apoio necessários e, principalmente, siga o que foi planejado. Não vai adiantar
nada todo esse esforço se, ao fim do planejamento, você acabar estudando de forma
diferente.
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Planejamento
A ação mais importante de qualquer projeto é o planejamento. O projeto pode ser de
qualquer tamanho, complexidade ou abrangência, se ele não for planejado, ele terá grande
probabilidade de insucesso.
Infelizmente a ação de planejar não faz parte de nosso currículo escolar e atualmente
é muito incomum as pessoas se preocuparem em planejar alguma coisa. Seja para
reformar a casa, comprar um carro ou até fazer uma viagem. A elaboração de um
planejamento é fator determinante para o sucesso de sua execução. Imagine você viajar
de férias e não planejar onde ficar, os lugares a visitar ou o dinheiro necessário para curtir?
A probabilidade de que dê algo errado é altíssima. Certamente as suas férias poderão dar
certo, mas tenha a certeza de que você perderá muito dinheiro e esforço para corrigir os
diversos problemas que surgirão.
Nessa fase de planejamento utilizaremos o modelo de
planilha criado por mim e disponibilizado no link existente
no capítulo “Referências e Modelos”. Acesse esse link e
baixe os arquivos.
O planejamento dos seus estudos está dividido em várias etapas. Utilize as planilhas
“Auto Análise” (para adicionar dados sobre você e seus objetivos). “Edital – Nome do
Concurso” (para adicionar dados do edital que você irá analisar. Crie uma planilha para
cada edital analisado e troque o nome da planilha) e “Cronograma de Estudo” ou
“Cronograma Simples” (para criar o seu cronograma de estudo).
Identifique-se no alto da primeira planilha e coloque sua formação acadêmica,
preenchendo os campos conforme sua qualificação.
Tudo fica muito mais difícil sem planejamento e
organização
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Inicialmente devemos definir qual será o seu objetivo final e algumas submetas
intermediárias a serem alcançadas em curto e médio prazos. O objetivo irá dar uma
direção para o seu estudo e as submetas serão “pequenos” bônus alcançados durante o
caminho. Perceba que, na planilha, tanto as submetas quanto o objetivo final possui um
grupo de informações referente às características de possíveis cargos que você gostaria
de assumir. Essas informações serão importantes para nortear os seus estudos. Eu
reconheço que muitos candidatos gostariam de ser servidores públicos em qualquer órgão,
mas não podemos ter vários objetivos ao mesmo tempo, pois muitos deles são diferentes
um dos outros e se você focar ambos, terá que estudar uma quantidade excessiva de
matérias.
Perceba que você não definirá um cargo específico,
mas as características do cargo que você gostaria de
assumir. Dessa forma, você tem um leque maior de
concursos que você poderá participar. Claro que você pode
definir uma única opção. Essa escolha é sua! Defina qual o nível acadêmico, se tem
preferência por algum Poder (Executivo, Legislativo ou Judiciário) se há algum órgão ou
empresa pública que você se interesse mais, se há alguma carreira específica que queira
seguir (policial, gestão, auditor, administrativo, taquigrafia) qual será a remuneração
mínima, se tem exigências quanto ao horário de trabalho ou o tipo de regime trabalhista
específico. No último campo, relacione quais concursos que têm essas características e
que você quer concorrer. Se você não sabe, faça uma pesquisa baseada nessas
informações. Lembre-se: defina o objetivo final e as submetas com concursos que tenham
algumas matérias comuns. A ideia é a de que as submetas tenham um subconjunto das
Utilize os modelos
disponibilizados para ajudá-lo
no planejamento
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matérias do objetivo final. Se essas matérias forem completamente diferentes, o tempo
para conseguir a aprovação nesses concursos será maior.
Outro ponto importante é que esta definição feita por você não o restringe a fazer
provas para outros concursos. Ao contrário, fazer outras provas lhe dará experiência
prática para fazer provas. Então faça o maior número de concursos possíveis. Mas lembre-
se de praticar as dicas descritas no capítulo “Dia da Prova”.
O modelo dessa planilha possui um único objetivo final e somente duas submetas,
mas se você quiser adicionar mais submetas, faça as devidas correções. Essa planilha é
sua e deve ser adequada às suas necessidades.
Em seguida você precisará se auto avaliar. A planilha está dividida em dois quadros:
“auto avalição”, com questões sobre você; e “ambiente de estudo”, com questões sobre o
local de estudo. No primeiro quadro você deverá reconhecer suas virtudes, suas
dificuldades, suas deficiências, seus limites, os recursos existentes (financeiros ou não),
os apoios que você pode contar, o ambiente que você vive, além de identificar os possíveis
riscos do projeto. Com todas essas informações, você conseguirá mapear as variáveis que
irão influenciar positiva ou negativamente o projeto e,
assim, analisar as opções, traçar o caminho a ser seguido
e definir caminhos alternativos para o caso de os riscos
se concretizarem.
No outro quadro você analisará o seu ambiente de estudo, se ele é confortável o
bastante para você estudar, se você tem os materiais de estudo, computador e acesso à
internet. Um bom ambiente de estudo aumentará consideravelmente o prazer em estudar
e, consequentemente, seu rendimento.
Na sua auto avaliação, seja
sincero com você
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Criei as planilhas já com alguns comentários nos campos. Leia os comentários,
apague-o e adicione suas informações.
Simples, não? Não achou? Então vamos discutir alguns pontos importantes dessa
planilha. Vamos começar pela parte mais difícil: o seu estado mental!
Estado mental
A primeira coisa que você precisa definir é se você realmente quer estudar para
concursos públicos. Não adianta você se empolgar com uma reportagem, com uma
conversa com um colega concurseiro ou com os altos salários dos servidores do Senado
Federal. Essa empolgação é temporária e você vai precisar de uma decisão consciente que
mantenha uma força constante para persistir diante de todas as dificuldades e privações
que serão enfrentadas. Sua mente deverá estar focada no seu objetivo e você deve ser
forte o bastante para mantê-lo no caminho para a aprovação.
Nesse momento eu tenho o dever de deixar claro para você que estudar para concursos
não é nada fácil. Não quero espantá-lo, mas você deve conhecer algumas “verdades” antes
de decidir entrar de cabeça nesse mundo:
1. Você não conseguirá passar no primeiro concurso que fizer. Não se engane;
2. Quando você souber que não passou, vai dar uma vontade enorme de jogar tudo
pro alto. Esse é o momento de provar sua determinação;
3. Não existe tempo para passar. Tem gente que demora 1 ano até conseguir ser
aprovado em um concurso, outros demoram 5 anos. Isso depende de cada
candidato. Então planeje para você estudar por muito tempo e faça do estudo parte
da sua vida;
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4. Estudar cansa muito. Mas depois de um tempo se torna rotineiro e você sentirá
falta quando não estudar;
5. Estudar dá muito sono. Afinal, depois de um dia corrido, você se senta para
estudar, o corpo dá uma relaxada e o sono vem forte. Tenha forças para suportar.
Verifique opções naturais para ajudar a espantar o sono;
6. Faça todas as suas obrigações antes de iniciar os estudos. Se começou os estudos,
termine conforme o planejado;
7. Ao iniciar os estudos, a preguiça parece se apoderar
de seu corpo. Isso é normal e acontece com todos.
A sensação é a mesma quando começamos a fazer
exercícios físicos. Mas com o tempo isso passa;
8. Durante os estudos você entende de todos os exemplos como se fosse a coisa mais
fácil do mundo, mas na hora dos exercícios você erra mais da metade. Pode ser
alguns fatores: você não compreendeu ou não fixou muito bem o assunto; faltou
concentração no estudo; você não leu corretamente as questões ou não as
entendeu; ou você ainda não tem prática em fazer exercícios. Analise o que
aconteceu e aperfeiçoe;
9. Para quem não planeja corretamente, nem todas as matérias do edital são
estudadas a tempo;
10. Para quem não segue o modelo de estudo proposto por esse livro, depois de
estudar e fazer a prova, voltar aos estudos é um problema, pois eles recomeçam a
estudar desde o início;
11. Todo dia é um novo esforço para estudar;
12. Estudar é mais chato que assistir TV, acessar internet e usar o smartphone;
Tenha a certeza de que se
dedicará aos estudos
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13. Você irá se privar de muitas coisas: festas, encontros, família, cônjuge, filhos e,
principalmente, do seu sono;
14. Passar é estar dentro das vagas oferecidas no edital ou muito próximo delas. Fazer
somente o mínimo dos pontos para ser classificado nunca é o bastante;
Novamente afirmo que não estou dizendo isso para desanimá-lo. Pelo contrário, a
minha intenção é deixa-lo ciente dos desafios que enfrentará e dos sentimentos que
afloram em todos os concurseiros.
Mas estudar também não é só sofrimento. Além de estarmos cada dia mais próximos
de um cargo público, devemos perceber o lado positivo desse esforço:
1. Ficamos mais inteligentes. Afinal quanto mais estudamos, mais aprendemos,
quanto mais aprendemos, mais nossa mente se desenvolve e o mundo a nossa volta
fica mais compreensível;
2. Nos tornamos mais cidadãos brasileiros. Depois de nós entendermos a
constituição e as demais leis brasileiras, mais conhecemos o Estado brasileiro e
nos tornamos mais conscientes;
3. Quanto mais estudamos, mais queremos estudar. Com o tempo, a vontade de ter
mais conhecimento torna-se um gratificante vício;
4. Você se torna uma pessoa crítica. Você analisa e tira suas próprias conclusões das
informações que chegam até você. Assim, você sempre tem uma opinião própria
a respeito de algo e não segue nenhuma tendência.
Perceba que o processo de estudo tem prós e contras. Você somente deve pesar os
dois lados e decidir se compensa iniciar os estudos.
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O processo de estudo é muito parecido quando decidimos fazer exercícios físicos: é
muito difícil começar: dá preguiça, ficamos cansados, arrumamos qualquer desculpa para
não fazer; mas com o tempo tudo fica mais prazeroso e
queremos cada vez mais. E quando nos sentimos assim é que
tomamos a noção de que está dando certo. Tudo é uma questão
de tempo!
E você? Quer encarar tudo isso? Está disposto a se sacrificar? Tá disposto a “malhar”
bastante e ficar “saradão”? Então vamos encarar! Então pegue seu computador e vamos
começar a elaborar o seu planejamento!
Definição do seu objetivo e submetas a alcançar
Se já estamos decididos a estudar, agora precisamos definir qual será seu objetivo e
quais serão as suas submetas.
Normalmente quando eu pergunto isso para as pessoas, elas me respondem que o seu
objetivo é passar em um concurso público qualquer. Tá, mas espera aê! Qualquer
concurso público? Se o cargo exigir que o servidor tenha que trabalhar em pé, você aceita?
Se o trabalho exigir que você pegue sol o dia inteiro, você aceita? Se tiver de trabalhar
em um porão cheio de livros empoeirados, você aceita? Se você ficar batendo carimbo o
dia inteiro (imagino que seja chato pacas) você aceita? Se sua remuneração for de somente
um salário mínimo, você aceita? Se o órgão for distante 80 km de sua residência, você
aceita? Certamente para algumas dessas opções você deve ter torcido o nariz. Veja só,
existem diferentes tipos de cargos no serviço público e muitas de suas características
poderão deixá-lo insatisfeito: a localização, remuneração, tipo do trabalho, horário,
ambiente, benefícios complementares, entre outros mais. Você realmente vai fazer um
No fim, a recompensa vale a pena
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planejamento de longo prazo e se esforçar muito para conquistar um cargo “qualquer”?
Eu entendo quando alguém está desempregado e a conquista de uma vaga no serviço
público iria ajudá-lo muito. Mas estamos falando aqui de um planejamento de, no
mínimo, um a três anos. Ninguém que esteja desempregado e precisando trabalhar para
se manter vai conseguir ter o tempo necessário para seguir um planejamento de longo
prazo como este. E se você vai seguir a proposta deste livro, você deverá levantar recursos
financeiros que possam mantê-lo pelo tempo planejado. Para isso você pode trabalhar ou
ter recursos guardados ou até mesmo ter ajuda da família ou cônjuge. Então se você não
está desesperado em ter um emprego, por que planejar por um cargo “qualquer” seria uma
opção? Não estou dizendo que você não possa assumir um cargo que não seja tão
“perfeito” ou ideal para você. De maneira alguma. Essa opção deve fazer parte dos seus
planos. Essa deve ser uma submeta. Mas não deve ser o seu objetivo. Se seu objetivo for
pequeno, ao alcança-lo você irá se acomodar. E aí para voltar a estudar é uma nova luta!
Você acaba perdendo o ritmo e voltando lá para o início do processo. E a preguiça volta
a tomar conta da sua alma!
Para você definir qual será o seu objetivo, utilize as
informações sobre sua formação acadêmica, identifique
suas habilidades e preferências e pesquise onde você
poderia atuar dentro do governo. Acesse as principais
bancas de organização de concursos, sites governamentais e acesse antigos editais e
verifique as matérias cobradas. Nos sites governamentais você poderá conhecer os órgãos
e instituições de seu interesse. Se conseguir, converse com quem trabalha ou trabalhou lá
ou vá pessoalmente conhecer. No site do Ministério do Planejamento você consegue
Escolha quantas submetas quiser,
mas defina somente um
objetivo final
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acessar a Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais do Poder Executivo
(veja o link disponível no capítulo “Referências e Modelos”).
Com essa análise feita e as decisões tomadas, decida qual será o seu maior objetivo e
as possíveis submetas. Acesse a planilha “Auto análise” e preencha os respectivos
quadros. Adicione quantas submetas você quiser.
Perceba que as informações do quadro são genéricas, o que permite que você defina
características que diversos cargos e concursos têm. A ideia é você apresentar as suas
ambições e, conforme essas características, identificar os cargos que se encaixam nelas.
Essa análise pode ser demorada. Tome o tempo necessário para essa definição. Se você
vai se esforçar para entrar no serviço público, que este seja em um cargo que lhe dê algum
prazer.
Mas se você vai estudar para um concurso top, por que não aproveitar e fazer outros
concursos que têm matérias equivalentes? Para isso existem as submetas. Essas
teoricamente são para cargos “menores”, mas também satisfatórios e que você deverá
focar durante o caminho. Você pode definir quantas submetas quiser, mas estas devem
ser gradualmente superiores umas das outras, para que,
ao alcançar a 1ª submeta, a 2ª seja mais desafiadora e
difícil para que você possa subir mais um degrau. Assim
teremos a 1ª submeta, que teoricamente seria “mais
fácil”, uma 2ª submeta mediana (com um grau de
dificuldade maior do que a primeira e que seja um cargo melhor para você) e uma 3ª meta
final, aquela meta que você sempre sonhou e que não se importaria em se aposentar nela!
Eu vou exemplificar: para quem gosta da carreira policial, uma primeira submeta
poderia ser um cargo de Policial Militar, a segunda submeta poderia ser de um cargo na
Defina o objetivo final e as submetas com concursos que
tenham algumas matérias iguais
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Polícia Civil e a última meta (objetivo final) poderia ser na Polícia Federal. Não quero
comparar os cargos destas instituições, dizendo que uma é melhor que a outra, mas
mostrar que ao definir um objetivo final, você pode definir submetas que são comuns e
que podem ser alcançados durante sua caminhada.
Durante os seus estudos, novos editais vão sendo publicados e estes podem se
encaixar nas características das suas metas. Quando acontecer, você deverá analisá-lo
(iremos discutir isso mais a frente), se inscrever e ajustar o seu planejamento.
Auto avaliação
Agora que decidiu que realmente vai estudar e definiu seu objetivo e submetas a serem
alcançados, você deverá fazer uma auto análise e identificar quais são suas forças e falhas.
Após essa identificação, conseguiremos equilibrar os esforços e dar atenção aos pontos
que você tem maior dificuldade e que, provavelmente, são os que lhe prejudicam.
Teoricamente alguns dos itens dessa avaliação não precisariam estar escritos, mas a
ideia de escrever é enxergar as suas características,
identificar aquelas que poderão afetar seu rendimento
e definir ações para tratá-las.
Abra a planilha, localize o quadro referente à auto
avaliação, leia os meus comentários e responda com a maior sinceridade possível. O
questionário tem o objetivo de estimulá-lo a pensar a respeito de questões específicas para
que você as considere no momento de planejar os estudos.
Além das questões apresentadas na planilha, alguns assuntos devem ser aprofundados
para seu melhor entendimento.
Na auto avaliação, seja sincero com
você!
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Você pode/deve trabalhar durante os estudos?
Essa pergunta nos remete a considerações positivas e negativas. Se você não precisa
trabalhar, ótimo! Sem a preocupação financeira, você pode se concentrar nos estudos. E,
afinal, passar em concurso é meio matemático: quanto mais conhecimento você tiver,
mais próximo do sucesso você fica. Para ter conhecimento você tem que estudar. Para
estudar você precisa de tempo. E quanto mais tempo você tiver, mais rápido você
“poderá” absorver esse conhecimento. Veja que coloquei o verbo entre aspas, por que
isso depende de como você estuda. Existem tantas variáveis que influenciam no processo
de estudo que não podemos considerar que todos aprendem no mesmo ritmo. De qualquer
forma, é claro que quanto mais tempo você tem, mais você poderá se esforçar.
Considere também que o excesso de tempo tende a nos tornar “preguiçosos”. Quando
temos muito tempo sobrando, acabamos por achar que podemos dar aquela fugidinha
“rápida” para fazer um café, ou para lavar roupa, ou para acessar o e-mail, ou para assistir
aquele programa que só passa na quarta-feira, mas que "é tão legal e não posso perder um
episódio”. Por incrível que pareça, por mais foco que tenhamos, esses pensamentos nos
perseguem constantemente. É bom lembrar que o objetivo aqui não é privá-lo das suas
obrigações de casa ou do seu tempo de descanso ou dos seus momentos de prazer. Pelo
contrário, você deve ter esses momentos. Mas eles devem ser controlados e definidos
previamente. Quando você montar o seu cronograma de estudo, considere essas variáveis
de forma razoável. Se você tiver que trabalhar, então o seu tempo fica bem mais restrito.
Mas não se “apoquente”, isso não significa que você não será aprovado ou que demorará
muito. Isso só significa que terá que se esforçar mais para “arrumar” o tempo necessário.
Durante os estudos, algo pode lhe tirar a atenção?
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Essa pergunta é bem direta e deve fazê-lo pensar sobre as pessoas ou coisas que
podem tirar sua atenção durante o estudo. Tenha em mente que você terá que criar um
ambiente propício para o estudo e também para sua concentração. Converse com as
pessoas que possam te ajudar para que você tenha esse tempo: seu cônjuge, filhos, família.
Não esqueça de definir uma estratégia para que os seus animais de estimação também não
o atrapalhe.
Você pratica exercícios físicos?
Para aqueles que não gostam de exercícios físicos eu deixo essa dica: além de
evoluirmos fisicamente (músculos, sangue, força, resistência e flexibilidade), a prática de
exercícios físicos nos ajuda a ter bom desempenho durante os estudos.
Uma pesquisa realizada pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, concluiu
que a atividade física contribui com o desempenho acadêmico porque melhora as funções
cognitivas fundamentais para o aprendizado, ou seja, memória e concentração.
Assim, não gaste todo o seu tempo nos estudos. Arrume pelo menos 30 minutos para
fazer uma caminhada ou uma corrida, o que for de sua preferência. Após o exercício,
tome um banho, coma algo e volte aos estudos. No início é difícil, mas com o tempo você
perceberá a diferença.
Como eu já disse antes, é muito interessante perceber como estudar é muito parecido
com a prática de exercícios físicos: ambos são bem difíceis para tomarmos coragem para
começar, ficamos com preguiça para começar e, quando fazemos, queremos logo parar.
Mas com o tempo e a repetição, nos sentimos cada dia mais empolgados e acabamos por
nos viciar. O bom é que tanto os estudos quanto os exercícios nos fazem muito bem!
Como Estudar para Concursos Públicos Rodrigo Schuabb
Faça sua contribuição para o autor 24
Você se cansa facilmente?
O cansaço é um dos grandes motivos de desistência dos estudos. Quem é que
consegue se concentrar e estudar quando está cansado? Tem gente que até consegue, mas
o resultado certamente não será positivo. Com o cansaço, o rendimento nos estudos
certamente cairá e ainda poderá ter problemas de saúde.
Então você deve ter alguns cuidados para não sofrer desse problema. A minha
primeira sugestão é fazer exercícios regularmente conforme já descrito anteriormente.
Outro ponto importante é você dormir pelo menos por 6 horas à noite. O sono é de
extrema importância para sua recuperação após um dia de esforço mental. Tem gente que
gosta de dormir 8 horas ou mais, mas o nosso corpo não precisa de tanto tempo para
recuperação e, convenhamos, após 8 horas de sono o seu corpo ficará com mais preguiça
ainda! Então não durma tanto tempo. Afinal, você precisa arrumar tempo para estudar.
Não recomendo nenhum medicamento para ajudar a estudar. Tem gente que toma
café ou até compostos que contêm cafeína para se manter acordado. Outros (como eu) já
usei complexos vitamínicos que me ajudaram quando tive fases de cansaço. Mas isso
depende muito de cada organismo. Se você realmente está se sentindo cansado e acha que
precisa de alguma ajuda, consulte um médico e peça orientação para definir a receita ideal
para sua necessidade.
Você tem dificuldade de atenção ou de concentração?
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Faça sua contribuição para o autor 25
Esse é um dos problemas mais comuns que ocorrem aos candidatos e que, infelizmente,
é de difícil solução. Vamos identificar se você tem esse problema: Para você compreender
algum texto que está estudando, você tem que ler a frase duas, três, quatro vezes? Quando
você faz provas ou exercícios, você acaba errando muito por falta de atenção? Quando
você estuda, sua mente fica pensando diversas coisas diferentes menos naquilo que você
está estudando? Pois é, se você respondeu sim para alguma dessas questões, certamente
você tem alguma dificuldade de concentração. Mas
não se preocupe. Apesar de atrapalhar o seu
rendimento, podemos trabalhar na forma como você
estuda para reduzirmos esse problema.
Além de várias dicas que este livro apresenta para
evitar a distração, em um dos próximos capítulos irei
apresentar uma técnica de estudo que ajudará ainda mais a aumentar a concentração.
Mesmo assim, se você quiser informações sobre outras técnicas que ajudam na
concentração, pesquise no youtube, pois existem vários vídeos interessantes sobre o
assunto.
Você tem dificuldade de aprendizagem?
Na hora de pensar em estratégias para aquele jogo ou ler aquele livro que você adora,
a sua mente coopera facilmente. Mas quando é preciso sentar e estudar um pouco parece
que ela não ajuda a alcançar a concentração necessária. Isso fica ainda mais desesperador
quando o tempo corre contra nós. E isso parece ser um ciclo: quanto mais ansioso você
Uma das maiores dificuldades
enfrentadas pelos concurseiros é a
falta de concentração
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fica, mais vezes você tem que ler aquele parágrafo para conseguir entendê-lo e quanto
mais você o lê, mais ansioso você fica, pois acha que não vai dar tempo.
Todos temos dificuldade de estudo com determinados assuntos. Eu sempre tive
dificuldades com matérias humanas: história, geografia, português, biologia etc. Já as
matérias exatas sempre foram o meu forte: matemática, física e química. E por quê? A
resposta é simples: eu gostava muito de assistir às aulas e sempre tinha curiosidade de
saber mais. Com isso, eu entendia as matérias e aprendia. E quanto mais eu aprendia, mais
me interessava. Mas o que eu fazia para conseguir entender as matérias? Além de prestar
atenção às aulas, de forma a entender o que o professor explicava, eu fazia resumos e
exercícios. Para mim, fazer cálculos tornou-se divertido! Já as matérias humanas, como
não tinha que calcular nada, eu não seguia a mesma técnica de estudo e acabava fazendo
o que todos os adolescentes fazem: decorar o assunto para conseguir passar nas provas.
O resultado disso é que eu não aprendia absolutamente nada sobre o assunto e hoje tenho
que correr atrás do prejuízo.
Há publicado no youtube uma palestra do professor Pierluigi Piazzi chamado
“Estimulando a Inteligência” (veja o link no fim deste livro), na qual ele apresenta várias
ações que estimulam a inteligência das crianças. Ele diz que existe uma grande diferença
entre ser aluno e ser estudante: o aluno é aquele que recebe instruções de um professor
(ser passivo); já o estudante é aquele que estuda, reforçando as instruções recebidas e,
consequentemente, aprende! (ser ativo). Então você deve ser aluno no momento que está
recebendo instruções (aulas, vídeos, livros) e depois vira estudante, quando fixa a
matérias reforçando o entendimento do assunto por meio da elaboração de resumos e
fazendo exercícios. E isso deve ser feito diariamente! De acordo com o professor, o
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entendimento obtido por você como aluno permanece na sua cabeça por no máximo 24
horas e você deve estudar para fixar o conteúdo.
Mais à frente irei voltar ao assunto e propor um método de estudo para ser seguido
diariamente por você que utiliza esses conhecimentos apresentados pelo professor.
Você conhece seus pontos fortes e fracos?
O ser humano tem a tendência de contornar tudo aquilo que é difícil ou desconfortável
para ele. Então é normal os novos concurseiros iniciarem os estudos pelas matérias que
são mais agradáveis e fáceis. Não que isso seja um problema, mas planejar seus estudos
de forma igual para todas as matérias pode não ser a melhor estratégia. Veja bem: se em
uma prova de português eu acerto 90% das questões e na prova de raciocínio lógico acerto
somente 30%, qual delas eu devo estudar mais? É meio óbvio, mas não são todos que
analisam seus rendimentos anteriores e perdem a oportunidade de se avaliarem e
trabalharem em cima das dificuldades enfrentadas. No fim, continuam estudando da
mesma forma e poderão permanecer com os mesmos erros.
Sugiro que levante as últimas provas que você fez e faça uma avaliação com o
percentual de acertos (quantidade de acertos dividido pelo total de questões multiplicados
por 100), lançando os valores na planilha “Avaliação do Rendimento”. Analise essa tabela
e identifique as matérias que você tem menor rendimento. Com essas informações em
mãos, você conseguirá planejar melhor seu cronograma de estudo, dando maior tempo
para estudar as matérias que você teve maiores dificuldades.
Na planilha existe um quadro chamado “Defina seu nível de conhecimento sobre as
matérias” onde você deve registrar como você considera seu conhecimento em cada
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matéria dos concursos que irá prestar. Como eu não sei quais são esses concursos, peço
que você adicione e/ou remova as matérias que faltam ou excedem dessa lista.
Lembre-se que esse quadro irá apoiá-lo no momento de decidir o tempo de estudo a
ser separado para cada matéria. Quando você começar a elaborar o seu cronograma, volte
aos quadros preenchidos.
Para ajudar no preenchimento desse quadro, mais à frente iremos discutir sobre editais
e materiais de estudo.
Analisar o edital do concurso
O edital contém todas as regras do concurso a ser realizado. Você deve estar ciente
delas para saber se obedece a todas as exigências prescritas. Nada poderá ser exigido se
não estiver definido em edital. Quando há a necessidade de mudança, outro edital é
publicado retificando ou complementando o anterior. Uma boa prática é analisar os editais
anteriores de forma que você possa conhecer as regras antecipadamente e, desta forma,
possa fazer o planejamento necessário para obter o maior rendimento possível.
Abra a planilha “Edital - Nome do Concurso” e, para cada concurso que você for
analisar, mude o nome da planilha (Exemplo: “Edital
– Polícia Federal”) e preencha as informações
solicitadas seguindo as discussões abaixo.
Não existe atualmente um modelo de edital que padroniza os concursos públicos (o
que seria uma boa ideia), então cada banca examinadora elabora e publica editais que têm
estruturas diferentes umas das outras. As bancas mais organizadas elaboram editais mais
claros e detalhados, não precisando publicar outros editais complementares ou
retificadores. Outras bancas elaboram editais confusos e incompletos, publicam muitas
Conheça as regras do jogo antes de
participar
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atualizações e acabam por confundir o candidato. Infelizmente os candidatos não podem
escolher a banca, então eles têm que torcer muito para que o concurso seja administrado
por uma banca organizada e, principalmente, idônea.
Local de lotação e da prova
Não deixe de conferir a lotação do cargo descrito no edital. Concursos de âmbito
nacional têm provas realizadas em todas as capitais do país, mas os cargos podem não ter
a mesma lotação.
Prazo de validade do concurso
Conforme o artigo 12 da lei 8.112 (Regime Jurídico Único), o prazo de validade de
qualquer concurso público federal é de até 2 anos prorrogável pelo mesmo período
definido. Dessa forma, um concurso com validade de 1 mês definido em edital é
totalmente legal e ele não precisa ser prorrogável, por que essa decisão também é
discricionária pela administração pública.
Então procure as informações sobre esse prazo, pois o órgão é obrigado a convocar a
quantidade de vagas definidas no edital, mas durante a validade do concurso ele pode
convocar mais candidatos conforme a redução do seu quadro de servidores ativos (devido
a exonerações, aposentadorias e falecimentos). Vale lembrar que você não deve
desanimar se ficou classificado no cadastro de reserva (lista de candidatos classificados
após a quantidade de vagas), mas deve estar ciente de que a administração pública não é
obrigada a convocá-lo.
Etapas do concurso
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Uma das partes mais interessantes do edital é a análise das etapas do concurso.
Conhecendo as etapas existentes, os conhecimentos exigidos (matérias), a distribuição de
questões, pesos e pontuações e, ainda, o tempo para realização de cada uma delas, você
terá todas as condições para organizar seu cronograma e até mesmo antecipar algumas
outras ações que poderiam te ajudar a conquistar mais pontos no concurso.
Essas etapas distribuem as provas objetivas, discursivas, títulos e as orais, os testes
físicos, a perícia médica, a análise de vida pregressa, o programa de formação, entre
outras etapas possíveis.
Elas podem ser realizadas em dias diferentes ou, pelo menos, em turnos diferentes, e
estas datas são informadas no edital. Localize essas datas e coloque-as na planilha. Eu já
participei de um concurso em que a prova de títulos foi realizada antes da prova objetiva
(Concurso organizado pela banca IADES). Eu soube que muitos candidatos não
perceberam esse prazo e acabaram por não pontuando. Fiquem atentos!
As etapas estão sempre destacadas no edital e são divididas em áreas de
conhecimento: gerais (ou básicos) e específicos. Às vezes a quantidade de questão está
determinada por área de conhecimento e às vezes está determinada por matéria (o que é
mais interessante para o candidato, pois ele pode determinar melhor o tempo de estudo
para cada matéria). Considere ainda o caráter de cada prova, isto é, se ela é eliminatória,
classificatória ou ambas. Fique ciente de qual a pontuação mínima por conhecimento
(básicos e específicos). Claro que seu foco não é fazer o mínimo, já que isso é sua
obrigação! Em alguns casos, você deverá alcançar uma pontuação mínima por matéria.
Concursos com pontuação mínima por matéria tendem a ser bem mais difíceis, pois você
deverá ter um bom nível de conhecimento em todas as matérias.
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Adicione as informações sobre as etapas na planilha. Relacione as matérias cobradas
a cada conhecimento e coloque a quantidade de questões também. Verifique ainda a
pontuação total e a mínima exigida. Siga o exemplo da planilha.
Muitos candidatos me perguntam qual seria a nota ideal para ser aprovado dentro das
vagas. Não existe um número mágico. Tudo depende do próprio concurso. Se a prova foi
difícil, a nota de corte será mais baixa do que uma mais fácil. A mesma lógica pode ser
aplicada para concursos com muitos candidatos. Mas uma prova que você acerta mais de
70% das questões, certamente você fez uma ótima prova! Tenha esse percentual em
mente.
Dos Cargos
Podemos encontrar no edital uma área em que os nomes dos cargos são apresentados,
a quantidade de vagas, a remuneração inicial, jornada de trabalho, os requisitos
necessários para concorrer às vagas do cargo e, em alguns casos, uma breve descrição das
atividades do cargo.
Analise todas essas informações para avaliar se
você satisfaz todas as exigências do edital. Além
delas, um grupo de requisitos e impedimentos é
descrito e deve ser obedecido por todos os candidatos.
Essas exigências são baseadas na lei 8.112/90 no seu
artigo 5º: nacionalidade brasileira, gozo dos direitos políticos, quitação das obrigações
militares (somente homens), maioridade (18 anos), aptidão física e mental, além das
exigências referentes às comprovações de títulos específicos.
Use a planilha disponibilizada para analisar as informações do
edital
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Leia as regras do edital e perceba se você deverá tomar alguma atitude para participar
do concurso.
Das Vagas
O edital deve apresentar o quadro das vagas relacionadas por cargo, lotação e a
quantidade de vagas distribuídas em “Ampla concorrência”, “Candidatos com
deficiência” e “Candidatos negros”. Além disso, não se esqueça de verificar quantos
candidatos serão classificados e ficarão no quadro de reserva do concurso para futuro
aproveitamento.
Essas informações podem estar em área específica no edital (no corpo ou em um
anexo) e podem estar dispostas em uma tabela para facilitar a consulta. Tudo depende do
modelo de edital que a banca examinadora adota.
Dos Candidatos com Deficiência e dos Candidatos Negros
Estes candidatos concorrem tanto pelas vagas de ampla concorrência quanto pelas
vagas reservadas. Caso eles sejam aprovados nas primeiras vagas, não há necessidade de
apresentar quaisquer documentos ou laudos e não reduzem as vagas reservadas. Caso
passem nas vagas reservadas, os candidatos deverão obedecer às regras descritas no
edital.
Da Prova Objetiva
Todo concurso público tem prova objetiva. O método de correção da prova pode ser
diferente. A maioria das bancas avaliadoras adota a avaliação por meio de questões
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objetivas de múltipla escolha. O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e
de Promoção de Eventos – CESPE é uma banca que faz um processo de correção
diferenciado, o qual todas as questões são afirmativas e o candidato deve avaliá-las,
respondendo se estas são verdadeiras ou falsas. Além disso, o CESPE adota uma
pontuação diferente: para todas as bancas, cada questão acertada pelo candidato tem uma
pontuação positiva, mas para o CESPE, as questões erradas pelo candidato têm uma
pontuação negativa e as questões não respondidas pelo candidato não são pontuadas.
Dessa forma, a pontuação final é a soma desses valores.
Apesar de não haver mudanças nesses modelos de avaliação nas últimas décadas,
considere verificar qual modelo será adotado e se houve alguma alteração. Já vi casos em
que a pontuação das questões certas era maior do que a pontuação negativa das questões
erradas. Essa análise é importante ser feita, pois pode determinar uma estratégia
diferenciada para responder uma questão que você não sabe ou não tem certeza. Em uma
prova cuja pontuação negativa é menor que a pontuação positiva, talvez valha a pena
“chutar”. Afinal, a probabilidade de acerto nessas questões é de 50%. É uma estratégia
que deve ser considerada.
Da Prova Discursiva
A prova discursiva tem uma pontuação separada da prova objetiva, então vale a pena
dar uma atenção especial e estudar também. O edital definirá qual o assunto que será
abordado, normalmente ligado aos conhecimentos definidos na prova objetiva. O assunto
abordado dependerá da estratégia da banca: se o tema for muito técnico, pode eliminar
Não negligencie o estudo para a
prova discursiva. Ela pode fazer a
diferença!
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bons candidatos que desconhecem um assunto específico; se o tema for muito genérico,
a maioria dos candidatos não terão dificuldades, talvez só com a estrutura da escrita.
Acredito que as bancas estão focando em temas voltados aos conhecimentos específicos
de cada cargo. Mas isso é um “achismo“ da minha parte. O mais importante de uma prova
discursiva não é o assunto, mas a forma como ela é escrita. Irei discutir esse assunto em
um capítulo posterior.
Da Avaliação de Títulos
Muitos concursos têm avaliação de títulos. É comum os candidatos não darem muita
atenção a essa avaliação, já que ela contabiliza seus atuais títulos acadêmicos: graduações,
cursos técnicos e/ou tempo de trabalho em determinadas funções.
Não ignore essa etapa. Ao analisar os editais anteriores, considere a possibilidade de
aumentar os seus pontos tirando o maior número de títulos possível: uma nova pós-
graduação ou mestrado ou novos cursos técnicos. Não se esqueça de verificar
antecipadamente se todas as documentações que comprovem estes títulos estão em mãos
e obedecem a todas as regras definidas no edital. Além
disso, verifique se você possui todos os documentos
necessários para comprovar o seu tempo de
experiência em determinadas especialidades. Este tipo
de comprovação gera muita confusão e correria, já que
no mercado privado o nome do cargo que é colocado
na carteira de trabalho não condiz exatamente com a função exercida. Para você não ter
esse tipo de problema, sugiro que, sempre que você sair de um cargo ou função, faça uma
declaração na qual estejam descritas as funções exercidas para que o responsável na
Tire todos os títulos possíveis e mantenha todos os seus comprovantes
em mãos para apresentação
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empresa possa assinar e autenticar. Lembre-se de colocar no documento o seu nome, a
descrição das funções, o período exercido, o nome da empresa, o telefone, o nome do
responsável pela assinatura e o carimbo com o CNPJ da empresa. Esse documento servirá
como comprovação de tempo de serviço para qualquer concurso público.
Do Conteúdo Programático
Os conteúdos programáticos de todos os cargos ficam todos na mesma área do edital
(no fim do edital). Assim, tenha cuidado ao levantar as matérias referentes ao seu cargo.
Para melhor organização e visualização, transporte todo o conteúdo (somente as matérias
relativas ao seu cargo) para um arquivo texto (no Word ou Notepad ou qualquer outro
editor de texto) e “quebre” os assuntos de cada matéria em linhas. Por exemplo, o texto
abaixo estava no edital do TCU de 2015:
“LÍNGUA PORTUGUESA: 1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. 2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. 3 Domínio da ortografia oficial. 4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. 4.1 Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual. 4.2 Emprego de tempos e modos verbais. 5 Domínio da estrutura morfossintática do período. 5.1 Emprego das classes de palavras. 5.2 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. 5.3 Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração. 5.4 Emprego dos sinais de pontuação. 5.5 Concordância verbal e nominal. 5.6 Regência verbal e nominal. 5.7 Emprego do sinal indicativo de crase. 5.8 Colocação dos pronomes átonos. 6 Reescrita de frases e parágrafos do texto. 6.1 Significação das palavras. 6.2 Substituição de palavras ou de trechos de texto. 6.3 Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. 6.4 Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade. 7 Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República). 7.1 Aspectos gerais da redação oficial. 7.2 Finalidade dos expedientes oficiais. 7.3 Adequação da linguagem ao tipo de documento. 7.4 Adequação do formato do texto ao gênero.”
Coloque-o na seguinte formatação:
“LÍNGUA PORTUGUESA: 1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. 2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. 3 Domínio da ortografia oficial. 4 Domínio dos mecanismos de coesão textual.
4.1 Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual. 4.2 Emprego de tempos e modos verbais.
5 Domínio da estrutura morfossintática do período. 5.1 Emprego das classes de palavras. 5.2 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração.
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5.3 Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração. 5.4 Emprego dos sinais de pontuação. 5.5 Concordância verbal e nominal. 5.6 Regência verbal e nominal. 5.7 Emprego do sinal indicativo de crase. 5.8 Colocação dos pronomes átonos.
6 Reescrita de frases e parágrafos do texto. 6.1 Significação das palavras. 6.2 Substituição de palavras ou de trechos de texto. 6.3 Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. 6.4 Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade.
7 Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República). 7.1 Aspectos gerais da redação oficial. 7.2 Finalidade dos expedientes oficiais. 7.3 Adequação da linguagem ao tipo de documento. 7.4 Adequação do formato do texto ao gênero”
Perceba que a formatação do conteúdo facilita a visualização dos assuntos de cada
matéria e permite que você possa ter um maior controle sobre o estudo de cada um desses
itens. Utilize essa lista para procurar os materiais de estudo e para marcar os assuntos que
já foram estudados.
Não sugeri que o conteúdo programático seja adicionado à planilha, pois é mais chato
escrever esse tipo de informação em uma planilha. Se você achar importante e tiver
paciência para colocar cada linha em uma célula, fique à vontade.
Monte uma lista de conteúdo programático por
concurso definido em seu objetivo final e submetas.
Quando você finalizar estas listas separadamente, você
deverá juntá-los de forma a criar um único conteúdo
programático, que será utilizado para montar o seu
cronograma de estudo. Será importante também que você relacione os concursos aos
assuntos a serem estudados, colocando um código na frente. Por exemplo, se na disciplina
Português, o assunto “Interpretação de textos” é cobrado nos concursos da Política
Mantenha o conteúdo
programático formatado em um documento texto
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Federal (PF), Polícia Civil (PC) e Polícia Militar (PM), objetivo final e submetas,
respectivamente, você pode adicioná-lo da seguinte forma:
“LÍNGUA PORTUGUESA: (PF)(PC)(PM) 1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. .....”
Da mesma forma, se a matéria de raciocínio lógico só cai para a Polícia Militar (PM),
você pode identificar toda a disciplina como (PM):
“(PM) RACIOCÍNIO LÓGICO: 1 Análise combinatória. ..... “
Essa sugestão ajudará muito quando você for definir seu cronograma e a ordem dos
estudos conforme a escolha do objetivo final e as submetas.
Outros detalhes
Existem alguns detalhes que são meio óbvios, mas que às vezes os candidatos
esquecem de dar a atenção devida:
• Veja quais os objetos que poderão ser levados na prova: garrafa de água, lápis,
borracha, celular, óculos escuros, bonés, papéis, comidas, balas, aparelhos
eletrônicos etc.;
• Veja as exigências em edital quanto a cor e o tipo da caneta que pode ser usada.
Normalmente deve ser a cor preta e material transparente;
• Fique atento a todos os prazos: inscrição, pagamento do boleto bancário, provas,
recursos, discursivas e, principalmente, fique atento à convocação para curso de
formação e nomeação!
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• Saiba o horário de fechamento dos portões. Não chegue em cima da hora da prova.
Chegue cedo e use o tempo de espera para meditar e concentrar-se para a prova;
• Conheça o tempo de execução de cada prova (objetiva e discursiva). Essa
informação será importante para definirmos uma estratégia para realizar a prova.
Mais à frente discutiremos o assunto.
Levantar os Materiais de Estudo
Os materiais para estudo sempre são uma dor de cabeça para qualquer concurseiro. O
mercado está cheio de materiais de baixa qualidade, fontes não confiáveis e muitos
candidatos acabam por comprar “gato por lebre”.
Além disso, ficamos sempre com aquelas dúvidas: “Podemos estudar com um
material antigo?” “Posso estudar com material de outro concurso?” Quanto a essas
perguntas, vale o bom senso: todo concurso é diferente, mas tem algumas matérias que
não têm muitas alterações durante o ano. Da mesma forma, algumas disciplinas são
idênticas para concursos antigos. O que concluímos então: disciplinas em que não há
muita atualização, podem ser estudadas em apostilas
antigas ou de outros concursos (Português, Raciocínio
lógico, Matemática, Administração Pública). Mas não
recomendo muito quando ela é muito antiga, já que
pode ter perdido algumas atualizações. Não precisa
ficar comprando material toda vez que sair um concurso novo. Mas fique atento a esses
detalhes.
É muito difícil para um leigo afirmar se um determinado material foi ou não elaborado
de forma completa para um determinado concurso. Para fazer isso, ele deveria validar
Tenha boas indicações dos
materiais que você utilizará para
estudar
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todo o conteúdo com a lista do conteúdo programático do concurso e mesmo assim não é
garantido. E quem vai fazer isso? Normalmente ouvimos comentários e sugestões de
colegas e amigos que já estudaram com o material e que dão o seu parecer sobre a sua
qualidade. Mesmo assim, nem sempre o que foi bom para você vai ser para outra pessoa.
Então ficaremos sempre com uma “pulga atrás da orelha”.
De qualquer forma eu gostaria de deixar minha opinião sobre o assunto e ainda
algumas sugestões:
• Conforme já mencionado acima, o conteúdo programático deve ser reformatado para
que ele fique verticalmente organizado, o que facilita a leitura. Nesse novo formato,
você poderá fazer marcações () naquelas matérias já estudadas. Use essa técnica
para marcar e controlar o material que foi levantado () e aquele que foi estudado
(). Não se esqueça de relacionar a disciplina e/ou assunto com o concurso que será
prestado. Faça isso por meio de códigos entre parênteses no início da linha;
• Aulas presenciais: Se você nunca estudou para concursos públicos, eu acho uma ótima
ideia você ter aulas presenciais em cursinhos preparatórios. Quem não tem o hábito
de estudar para concursos, o cursinho dá o direcionamento necessário e introduz
certos assuntos que são incomuns para as pessoas
(Como entender e estudar direito constitucional,
princípios administrativos ou um regimento
interno). Esse “empurrãozinho inicial” sempre é mais bem absorvido pelo candidato
novato quando é realizado num curso presencial. Para aqueles que já entendem como
se estuda essas matérias, refazer um cursinho acaba sendo perda de tempo,
principalmente porque os professores sempre repetem a aula toda usando os mesmos
exemplos. Na verdade não é a repetição quer irá te ensinar, pois é muita matéria para
Não confie em materiais baixados
pela internet
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Faça sua contribuição para o autor 40
ser “decorada”. Você tem que entender o que está sendo estudado. Mais adiante
iremos discutir como otimizar o seu estudo por meio de adoção de um método
simples;
• Aulas em vídeo: Considerando o que disse anteriormente, se você é um candidato
novato, sugiro que faça aulas presenciais. Lá você poderá fazer perguntas, a
concentração e o interesse acabam sendo maiores. Já as aulas em vídeo podem até
ajudar, mas na dúvida ninguém irá ajudá-lo e, nesse início, você precisa ter alguém
respondendo todas as dúvidas na hora que aparecem. Se você não é novato, caímos
no problema anterior: acaba sendo uma repetição. Eu somente recomendo assistir
esses vídeos em duas situações: você não é novato, mas está há um bom tempo sem
estudar; ou as vídeo-aulas nunca foram assistidas por você, logo, com um professor
diferente você pode ter uma chance de absorver algo diferente devido a forma de
explanação do professor. Eu recomendo alguns vídeos que eu assisti da equipe do
“Estratégia de Concursos”, da equipe do “Ponto dos Concursos” e da equipe “Eu vou
passar”. No capítulo “Referências e Modelos” eu coloquei o endereço web dos sites
para vocês conhecerem. O mais interessante sobre esses materiais é o estilo de escrita
seguido pelo professor. O texto é de fácil leitura, como se o professor estivesse
conversando com você. Dessa forma, o assunto não se torna “maçante” e o estudo flui
mais facilmente;
• Aulas gravadas em áudio: Gente, ninguém aprende com isso. É totalmente uma perda
de tempo. Na época que eu estava tendo aulas presenciais, eu acabei gravando as
aulas. Já tentei ouvi-las e eu acabei perdendo tanto tempo tentando achar o ponto certo
do assunto que eu precisava e o ganho para o entendimento da matéria foi quase nulo.
Não perca tempo com isso. Ainda mais quando a aula foi gravada por outra pessoa.
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Faça sua contribuição para o autor 41
Você ouve mal, não vê o que o professor escreveu no quadro e, se não prestar muita
atenção, vai se perder totalmente na explicação;
• Materiais de outros concursos: Esse tipo de material é o que mais rola na internet.
Aqui não estou nem considerando se o material é bom ou não. Se você está estudando
para um determinado concurso e arruma material de outro concurso, você deve
conferir se o material recebido tem os assuntos abordados no concurso que você irá
prestar. Nos tempos de vacas magras devemos aproveitar todo o material que já temos,
mas não por isso podemos ser negligentes. Use a lista do conteúdo programático já
criada por você e relacione-o com aqueles materiais que você tem. Confira tudo antes
de iniciar os estudos;
• Leis, decretos, normas, regimentos e demais regulamentos federais, estaduais e
municipais podem ser baixados diretamente das fontes oficiais na internet: sites
governamentais (extensão “.gov.br”). Dessa forma você terá a lei em sua forma
original com as devidas atualizações. Se você é novato, um curso que explique o
formato dessas leis é de extrema importância. Depois que você já se habituou à
organização dessas leis, ler diretamente das fontes oficiais é uma boa prática;
• Apostilas e livros: Aqui é que a confusão aumenta. Existem ótimas apostilas e livros,
enquanto outras são terríveis. São inúmeros os problemas que essas apostilas
apresentam: desde o conteúdo que pode ser superficial, incompleto ou incorreto até o
estilo do texto cansativo e inadequado para estudar. Alguns autores não possuem
didática ou, às vezes, são muito prolixos e acabam publicando livros extremamente
longos e chatos. Encontrar um livro que seja, ao mesmo tempo, completo e agradável
é muito difícil. Para encontrar um bom livro, acesse a internet e procure artigos de
professores e autores. Lendo esses artigos você já terá uma ideia da didática do
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Faça sua contribuição para o autor 42
professor e o seu estilo de escrita. Procure aquele que você se sinta confortável com
os seus textos. Sugiro ainda que você tenha alguns livros especializados nos assuntos
gerais (português, direito administrativo, direito constitucional, matemática,
raciocínio lógico, informática etc.). Na internet você encontra várias editoras com
bons livros para concurso. Eu gostei bastante da editora “Juspodivum” (veja o seu
endereço no capítulo “Referências e Modelos”). Eu não gosto das apostilas que são
distribuídas em cursos presenciais, já que são específicas ao método de ensino do
professor. Além disso, aquelas apostilas que são vendidas em bancas de jornal
também não valem nada. A preocupação dessas editoras é fazer dinheiro. Eles juntam
textos de outras apostilas e adicionam uma capa com o nome do novo concurso. Mas
volto a lembrar de que existem algumas apostilas muito bem produzidas, direcionadas
a determinados concursos e com uma linguagem de fácil entendimento elaboradas
pela equipe da Estratégia de Concursos e pela equipe do Ponto dos Concursos.
Normalmente essas equipes disponibilizam um arquivo contendo algumas páginas
para avaliação. Acesse essas e faça a sua avaliação;
• Resumos: Não, não e não. Por favor, não leiam resumos dos outros. Resumos são
pessoais e intransferíveis. Eu só concordo que você leia o resumo de outra pessoa
quando não tem alternativa. De qualquer forma, o resumo poderá trazer-lhe mais
dúvidas do que esclarecimentos, afinal ele foi elaborado para lembrar o seu autor dos
assuntos estudados por ele. Quer ler um resumo? Crie o seu e leia-o!
• Mapas mentais: Os mapas mentais seguem os mesmos comentários dos resumos. Os
mapas mentais são resumos visuais e somente quem o criou conseguirá entendê-lo.
Se você quer usar essa técnica, faça o seu! Quando terminar o seu MM, veja se você
fica confortável revisando a matéria por ele. Se você perceber ganho de rendimento,
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adote-o. Eu pessoalmente não gosto, já que não tenho uma boa memória visual.
Durante a fase de execução discutiremos mais esse assunto.
• Internet: Muito cuidado com materiais ou
referências da internet. Existe muito lixo na
internet. As bancas utilizam referências de
acadêmicos e estudiosos nos assuntos abordados e
não aceitam recursos de questões com base em
textos publicados na internet. Então dê preferência a publicações oficiais e autores
consagrados;
• E quando não encontramos o assunto em nenhum lugar? Bem, aí não devemos
negligenciá-lo, certo? Assim vale a pena consultar a internet e tentar entender alguma
coisa sobre o assunto. Por mais que eu esteja desmerecendo algumas fontes da
internet, ele pode te salvar. Uma vez eu não tive tempo de estudar toda a matéria e
acabei lendo no Wikipédia um determinado assunto que eu não tinha a mínima ideia
do que se tratava. Na prova caiu exatamente o texto que eu li no Wikipédia;
• Devo ainda ressaltar algumas aulas que foram muito positivas durante os meus
estudos. Um grande professor de português é o Marcelo Bernardo. Ele tem um grande
carisma e possui uma didática muito legal, principalmente para aqueles que têm
grande dificuldade na matéria. No capítulo “Referências e Modelos” eu adicionei o
endereço web do site dele;
• Um ótimo cursinho presencial e que também possui aulas online é no “Cathedra” em
Brasília/DF. Fiz um cursinho presencial na área de Tecnologia da Informação. Foi um
dos melhores cursos que participei. Recomendo!
Não estude em grupo! Ou você
vai ensinar alguém ou vai ficar
conversando.
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Material da prova discursiva
Eu separei esse assunto, pois devemos ter um cuidado especial com ele. Estudar para
fazer a prova discursiva é um pouco diferente do que estudar para as provas objetivas.
Em princípio você deve conhecer como estruturar uma discursiva (introdução-
desenvolvimento-conclusão). Além de conhecer como estruturar a discursiva, você deve
saber como distribuir o texto elaborado dentro dessa estrutura, usando os devidos
parágrafos, mantendo a sua coesão e coerência.
Para aprender isso, minha recomendação é fazer o curso de discursiva ministrada pelo
professor André Luiz no “Cathedra” em Brasília/DF. É simplesmente sensacional. Não
estou exagerando. É um curso em que eu aprendi como devo escrever um texto e
desenvolvê-lo baseado nas informações da questão apresentada pela banca. Se você quer
aprender a escrever uma discursiva, faça essa aula!
Mas somente saber escrever uma discursiva não é suficiente. Você deve praticar!
Todo o conhecimento só é fixado em nossa mente quando exercitamos. Então coloque
em seu cronograma a elaboração de uma discursiva semanalmente. Depois peça para um
colega para ler o texto e avaliar. Seria mais interessante se fosse um profissional, mas
caso não seja possível, encontre alguém que tenha um bom senso crítico.
Lembre-se de que a prova discursiva tem uma pontuação específica, logo ela vale
muito mais que uma questão da prova objetiva. Dê uma atenção especial a ela. Se você
estiver afiado, você poderá ter resultados positivos muito mais rápidos.
Outra dica importante sobre a prova discursiva é: não a deixe em branco! Parece
óbvio, mas quando o candidato olha o tema e diz: “Lascou, não sei nada disso!”, ele entra
em desespero e desiste da prova. Perceba que o edital dá nota máxima a todos as redações
e para cada erro, a nota é reduzida. Então o que você tem que fazer? Não errar! Existem
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erros de ortografia, de coerência e coesão, de estrutura linguística, entre outros. Mas
perceba que, para o candidato que desconhece o assunto, o importante é saber se “fuga
do tema” pode desclassificar ou não. E ainda assim, mesmo que o edital defina que o
candidato seja desclassificado se fugir do tema, esse candidato não precisa ficar
desesperado. Veja bem, o avaliador não irá julgar o teor do texto escrito, isto é, ele não
vai julgar sua opinião sobre o assunto (ele não conhece o assunto da redação), o que ele
faz é comparar o seu texto com uma “cola” que foi dada a ele e que tem palavras-chaves
que devem ser citadas na discursiva. Essas citações confirmam que o candidato escreveu
sobre o tema pedido. Então a saída para o candidato que desconhece o tema é escrever
sobre algo referenciado pelo tema. É o famoso “embromez”! Se você elaborar o texto de
forma vinculada ao tema, mantendo a coesão e o contexto de suas afirmações e não errar
a ortografia, você poderá, no máximo, ser penalizado por ter um conteúdo fraco, mas não
será excluído do certame.
Elaborar o Cronograma de Estudo
Agora que você já sabe qual o concurso que vai prestar, quais são as “regras do jogo”,
quais as matérias e assuntos que irão cair na prova, quantas questões e o peso de cada e
já está de posse dos materiais de estudo necessários, podemos elaborar o seu cronograma
do estudo.
Mas antes, para você saber como irá distribuir as matérias dentro do cronograma, você
deve entender como o estudo deve ser realizado. Então vamos discutir uma proposta de
método de estudo.
Método de Estudo
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Eu utilizo um método de estudo que sempre foi muito agradável para mim e tive
ótimos resultados com a sua adoção. Esse método já é usado por muitas pessoas, mas esse
ano eu descobri que ele é biologicamente o mais adequado.
O processo de aprendizagem deve ser realizado em quatro etapas:
1. Primeiramente temos que entender o assunto estudado. O entendimento é realizado
por meio de aulas presenciais, vídeos ou materiais escritos. Você tem que ouvir a
explicação do professor ou ler um assunto de forma a compreender o que está sendo
exposto. Não passe para a 2ª fase sem ter entendido o assunto;
2. O próximo passo é reforçar o assunto por meio da escrita. Para isso você deve resumir
aquilo que foi estudado. Tem gente que prefere fazer mapas mentais. Novamente eu
não acho que o conteúdo possa realmente ser resumido em figuras e relações, então
eu sugiro que seja um resumo escrito. No capítulo “Referências e Modelos” eu
disponibilizo um modelo de resumo a ser adotado por
você. O seu preenchimento é bem simples: cada
disciplina deve ser resumida em um arquivo separado;
dentro do arquivo você deverá dividir os assuntos em
grupos de tabelas de duas colunas, nas quais você coloca um termo na 1ª coluna e sua
explicação na 2ª coluna;
3. Depois do resumo, você precisará praticar o assunto estudado. Então você deverá
fazer exercícios. Existem livros, provas antigas e sites que disponibilizam questões
para exercícios. Utilize esses para praticar o que você estudou. Eu gosto muito do site
“Questão de concursos”. Lá você conseguirá filtrar as questões por banca, por
concurso, por matéria e, o mais importante, por assunto, que facilitará o processo de
estudo. O site ainda permite o acesso a comentários de outros concurseiros, os quais
Siga sempre o método de
estudo!
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publicam explicações sobre o assunto da questão. Além disso, o seu desempenho é
armazenado para sua posterior avaliação em diferentes gráficos e filtros. Bem legal!
4. Na última etapa, e não menos importante, você precisará dormir. Esse é fácil, né?
Durante o sono, o conteúdo estudado que estava na sua memória temporária é
transferido para sua memória permanente. Dessa forma, você irá aprender o assunto
e não mais decorá-lo.
Podemos resumir o processo nesta sequência:
Entender → Reforçar → Praticar → Descansar ou
Aula/Livro → Resumo → Exercícios → Sono E mais: esse processo deve ser feito todo no mesmo dia. Todo o conhecimento
armazenado na memória temporária só é mantido por até 24 horas. Então não adianta
você fazer aulas à noite e não fazer o resumo e os exercícios, pois todo o entendimento
da aula não é convertido em conhecimento à noite. Pelo contrário, ele é esquecido.
Algumas pessoas me questionam sobre a veracidade dessa informação, já que para
elas isso não acontece. Eu não sou especialista para ratificar esse processo neurológico.
Essa minha sugestão se baseia nas minhas experiências e no quanto esse método me
ajudou a superar minha deficiência de memória. Como eu não consigo decorar, a adoção
desse método de estudo me permitiu “aprender” os assuntos e, consequentemente, ter
resultados positivos. Não quero provar se essa teoria é verdadeira ou não. Eu a tomo como
premissa verdadeira e organizo meu estudo adequado a ela.
Além de seguir esse processo, eu sugiro ainda que o resumo seja elaborado no
computador. Dessa forma, quaisquer correções ou adequações poderão ser facilmente
realizadas e a qualquer momento você pode imprimir o conteúdo em papel ou para o uso
em outros dispositivos como tablets ou celulares.
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Cronograma
Agora que compreendemos que o estudo deve ser realizado em quatro etapas,
devemos elaborar o cronograma de forma que os assuntos possam ser estudados usando
esse método.
Mesmo que você ache que o seu rendimento está sendo baixo, já que você terá, para
cada assunto aprendido ter que passar pelas quatro fases, não deixe de usar o método. Por
mais que ele seja um pouco mais demorado, o resultado do seu uso compensará a “pressa”
que temos em acabar com todo o conteúdo. Por isso temos que planejar o estudo a médio
e longo prazo, pois o método de aprendizagem exige maior tempo e dedicação a cada
assunto estudado.
O seu cronograma de estudo dependerá da sua disponibilidade de tempo. Dessa forma,
analise toda a sua semana, dia a dia, e levante os horários que você tem disponibilidade
para estudo. Para essa análise e levantamento, considere o seguinte:
• Perceba se durante o dia há algum tempo ocioso, mesmo que sejam somente 15
minutos, como durante o horário do almoço ou durante o caminho para o trabalho;
• O processo de estudo não precisa ser feito no mesmo momento, mas sim no
mesmo dia. Então você pode estudar e resumir durante todo o dia de forma
“picada” e, no fim do dia, fechar com exercícios;
• Analise se você está dormindo o tempo necessário para o seu descanso noturno.
Durma o tempo necessário para seu descanso. Não durma nem mais e nem menos;
• Os horários identificados por você como reservado para estudo devem ser
exclusivos para o estudo. Não deixe nada para ser feito nesse horário
(alimentação, banho, limpeza de casa, etc.);
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• Considere a necessidade diária de assistir às notícias. Se você vai trabalhar de
carro, ouça rádio. Se você puder, assista às notícias na TV ou leia as notícias no
jornal ou na internet. Não há necessidade de assistir duas vezes por dia, senão
você acaba perdendo muito tempo. Se isso virar rotina, você não precisará estudar
a matéria de atualidades. Esses horários não precisam estar relacionados no
cronograma;
• A aprovação em um concurso público é quase matemática: é a relação entre a
quantidade de conhecimento adquirido e a “sorte” dos assuntos cobrados caírem
nas provas. Logo, quanto mais você estuda, maior a sua chance de ser aprovado.
Considere isso ao definir seus horários de estudo semanais;
• Reserve um horário para você fazer exercícios físicos. A prática regular, além de
melhorar o seu condicionamento físico, tem resultados positivos para sua mente:
há uma melhora na sua memória por causa do aumento da oxigenação cerebral e,
ainda, o descanso da mente com a prática de atividades e desconcentração;
Após a identificação do tempo que você terá disponível durante a semana, você deverá
analisar as disciplinas que estarão no cronograma. As disciplinas devem ser adicionadas
ao cronograma pelo nome e não pelos assuntos que elas tratam, pois o cronograma deve
ser o mais simples possível para permitir sua atualização quando necessário.
Com a lista de disciplinas, você deve distribuí-lo em um cronograma mensal. Eu criei
uma planilha com um modelo de cronograma chamada “Cronograma de estudo” que tem
todos os meses do ano de 2015. Caso você queira trabalhar com cronogramas menores,
utilize a planilha chamada “Cronograma Simples”.
Lembre-se de dar maior tempo para estudar os assuntos que você tem maior
dificuldade, seja pelo gosto pessoal ou pelos resultados dos últimos concursos. Além
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disso, se você está começando a estudar agora, inicie os estudos pelas matérias que você
mais gosta. Dessa forma você já começará a estudar com prazer e as matérias mais difíceis
serão estudadas mais à frente quando você já estará no ritmo.
Considere ainda que, quando você já tiver seguido todo o processo de estudo proposto
aqui no livro, você terá uma série de resumos que poderão ser utilizados para um novo
cronograma de estudo. Estes resumos costumam ser curtos, mas dão um resultado
melhore para o estudo. Dessa forma, utilize-os no novo cronograma e programe a
execução de mais exercícios. Para as matérias que você está tendo dificuldade, sugiro
arrumar outro material e, ao estudá-lo, faça atualizações no resumo dessa disciplina.
Ao elaborar o cronograma de estudo, algumas perguntas veem logo à mente e eu acho
que posso sugerir algumas respostas:
• Eu devo estudar todas as matérias e assuntos do edital? Já vi profissionais
apresentando métodos de estudo que sugere que o edital deve ser analisado e,
utilizando estatísticas, selecionam os assuntos que mais caem e que devem ser
estudados. Eu não concordo com isso. Para quem não tem tempo, isso poderá
ajudar. Mas sempre há a possibilidade de cair aquele assunto que é incomum. Se
coloque no lugar do avaliador. Você iria elaborar uma questão que cai sempre nas
provas ou você pensaria em inovar? De qualquer forma, se você não tem muito
tempo para estudar e a prova já está chegando, essa técnica é interessante. De
qualquer forma, eu sugiro ao menos que você conheça o básico do assunto não
estudado. Como já disse num item anterior, às vezes o conhecimento básico já
pode responder uma questão;
• Qual a matéria eu devo estudar primeiro? Qualquer uma. Não faz diferença. No
fim, tudo deverá ser estudado. Eu sugiro que você comece por aquelas que lhe
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deem prazer, pois no início tudo é difícil e uma matéria gostosa de estudar facilita
até você entrar no ritmo;
• Eu devo estudar somente uma matéria até finalizá-la? Não há necessidade de ser
assim. Você pode intercalar estudos de duas ou até três matérias em paralelo.
Sugiro que não passe disso, pois muitas matérias em paralelo podem lhe confundir
(principalmente quando tratamos de assuntos próximos);
• Eu posso repetir as 3 fases (estudo-resumo-exercício) várias vezes no mesmo dia?
Depende. Se você tiver tempo para estudar, recomendo que, pela manhã, você
estude um assunto, faça o resumo e os exercícios. A tarde repita o processo com
outro assunto e a noite descanse. Se o seu tempo não for tão longo, eu não
recomendo a repetição. Se você fechou o processo de um assunto mais cedo, pare
e durma um pouquinho mais! =)
• Se o tempo de estudo do dia está terminando e o assunto não terminou, eu posso
deixar de fazer uma das fases? Não. A ideia é que, enquanto você está estudando,
você já está escrevendo seu resumo. Então as fases “estudo-resumo” andam
juntas. Se você não terminou o assunto e o tempo está acabando, pare o estudo,
vá para os exercícios e faça somente aquelas questões que você já tenha estudado.
No outro dia, quando você for finalizar o assunto, você termina o estudo e o
resumo, faz as demais questões ou refaz todas as questões novamente. Exercitar a
mais é melhor do que exercitar a menos;
• Hoje eu não consegui fazer as 3 fases. Posso fazer os exercícios só amanhã? Isso
não é recomendado, mas quando não tem jeito, não tem jeito. Quando isso
acontecer, recomendo a você que, no dia seguinte, estude primeiramente o seu
resumo e depois faça os exercícios. De qualquer forma, não deixe isso virar rotina;
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• Eu estudo à noite e chego muito cansado em casa. Posso fazer o resumo e os
exercícios no dia seguinte? O processo é baseado na premissa de que tudo que
está na memória temporária vai ser armazenado na memória definitiva se
devidamente fixado e exercitado. Se isso não foi feito, você simplesmente perderá
a informação. Eu tentaria mudar o horário do curso para mais cedo ou ficaria mais
tempo acordado para terminar o resumo e o exercício. Mas se não tem jeito,
podemos tentar duas alternativas: ficar acordado para fazer o resumo e deixar o
exercício para o dia seguinte (Aí seguiríamos a explicação acima); ou no dia
seguinte estudar novamente toda a matéria dada na aula anterior, fazer o resumo
e os exercícios (nesse caso a aula acabou sendo desperdiçada, já que, após assisti-
la, você não fez as demais fases do processo);
• Devo estudar no fim de semana? Como eu disse anteriormente, depende do quanto
você quer antecipar os estudos. Eu normalmente sugiro que no fim de semana
você faça um estudo do resumo escrito durante a semana e reforce os exercícios.
Se isso for feito, você estará reforçando todo o conhecimento adquirido. Se você
tiver muito tempo no fim de semana, você pode aprimorar isso, estudando duas
ou três semanas anteriores. Eu acho uma ótima ideia. Mas não deixe o estudo
consumir todo o seu tempo. Tenha algum horário para descanso e lazer. Em algum
momento você pode achar que está perdendo tempo, mas não está. Faça passeios,
caminhadas, assista TV, descanse, visite os amigos e a família! Isso fará muita
diferença;
• Eu devo estudar no dia da prova? Não adianta muito estudar no dia da prova. Mas
eu já tive uma boa experiência fazendo isso, principalmente na hora de lembrar
certas siglas e mnemônicos. Se você tiver uma listinha pequena dessas siglas, faça
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uma “colinha” e leia. Não há problema. O que eu recomendo mesmo é que, uma
semana antes da prova, você deve estudar somente o resumo escrito, sem a
necessidade de fazer exercícios. Teoricamente você já sabe tudo e essa semana
servirá para “esquentar” o conhecimento na sua memória.
O seu cronograma será um guia para o seu estudo e não uma receita que deve ser
levada “ao pé da letra”. Sendo assim, distribua as matérias dentro do seu cronograma
conforme você acha mais fácil e que possa estimulá-lo. Tente definir um prazo para que
você consiga finalizar toda a matéria, considerando a quantidade de assuntos descritos no
edital e o tempo que você tem disponível.
Você não precisa definir todo o seu cronograma de uma vez só. Você pode definir o
seu início e uma previsão de fim. Você pode estudar uma, duas ou três disciplinas em
paralelo. Fique à vontade em decidir o que é melhor para você, mas tente se limitar em
até três disciplinas. Com o tempo e os estudos, você vai adequando o cronograma e
adicionando novas disciplinas com o fim das primeiras. O mais importante é você definir
uma rotina de estudo que possa ser seguida semanalmente, com horários fixos para estudo
e descanso.
Separe um dia para você fazer um simulado. Use a última prova do concurso do cargo
que você irá concorrer e crie o ambiente que você irá enfrentar: horário definido, ambiente
fechado, folha de respostas, modelo para discursiva. Existem várias provas disponíveis
para impressão.
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Execução
Somente colocando em prática aquilo que planejamos é que iremos conseguir avaliar
se fizemos um bom cronograma ou não.
Durante os estudos você perceberá se o que foi planejado está adequado ou se deve
ser melhor adaptado. No início dos estudos você deve estar atento de forma a avaliar se o
que foi planejado está exigente o bastante para aumentar o seu rendimento e, ao mesmo
tempo, agradável para mantê-lo estimulado. Durante os estudos, fique de olho nas
seguintes características:
• Veja se você está ficando muito cansado. O cansaço é normal, principalmente no
início, quando não estamos acostumados com o ritmo. Então estar cansado é
normal. Mas se você perceber que o cansaço não o deixa concentrar, talvez valha
a pena tomar algum complexo vitamínico que o ajude. Procure um médico caso o
cansaço permaneça;
• Perceba seu nível de concentração. Um dos grandes problemas que aflige os
candidatos é a falta de concentração durante os estudos. Principalmente nos dias
de hoje com tantas tecnologias disponíveis. Mesmo sem essas distrações, a
concentração no estudo já é difícil. Quantas vezes você tem que ler um parágrafo
para entendê-lo? Você pensa em outra coisa enquanto está lendo? A falta de
concentração é de difícil solução. Trabalhe sobre o problema e tente resolvê-lo
sozinho. Retire todas as distrações possíveis no ambiente e estude querendo
entender o que está sendo estudado;
• Leia o seu resumo e analise se você o está incrementando demais. O resumo tem
que ser simples e direto. Se você colocar muita informação ou está simplesmente
copiando o texto direto da fonte, não vai adiantar muito. A ideia do resumo é ser
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um guia rápido: “Isso significa aquilo! Aquilo
é isso!” Imagens podem ser adicionadas, mas
devem ser claras e diretas. Cuidado para o
resumo não virar um livro;
• Confira se os horários de estudo escolhidos por
você estão adequados. Analise se ainda dá para
adequá-lo mais ainda;
• Meça o tempo de estudo-resumo-exercícios e relacione-o com o tamanho do
assunto estudado. Tenha essa referência em mente para as futuras correções no
cronograma de estudo.
Ambiente de Estudo
O ambiente que você irá estudar deve estar adequado às suas necessidades. Um
ambiente descontrolado poderá atrapalhar sua concentração e, consequentemente, o seu
rendimento. Siga as seguintes sugestões na hora de definir onde você irá estudar:
• Não há o melhor lugar para estudar. Tem gente que adora estudar em casa, outros
estudam em bibliotecas e outros ainda estudam no local de trabalho depois do
expediente, aproveitando o tempo que iriam perder no engarrafamento nos piores
horários do trânsito. O importante é que você tenha tudo que precisa onde irá
estudar, um computador para escrever o resumo e, se possível, uma conexão de
internet para fazer os exercícios;
• A mesa e cadeira de estudos devem ser confortáveis. Dentro do possível, deixe na
mesa somente o material de estudo que será usado. Não adianta colocar todos os
O cronograma é um documento
vivo. Mantenha-o atualizado
conforme o ritmo de seus estudos.
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materiais do concurso e que não serão usados naquele dia. Perceba se a cadeira é
confortável e que você não sentirá dores no tempo que ficar sentado;
• Procure um local iluminado. Não fique na penumbra, mesmo que essa seja
agradável, ela poderá atrair o sono;
• Não estude em grupo. Isso não existe. Em grupo, ou alguém vai te ensinar algo,
ou você vai ensinar algo para alguém, ou todos ficarão conversando e ninguém
estuda. Estudar é um processo individual, solitário, egocêntrico e egoísta; =)
• Não estude em um lugar barulhento. Não deixe a TV ou rádio ligado. Deixe o
celular no modo silencioso ou desligue-o. Tente ao máximo ficar longe de pessoas
que possam ficar “zanzando” perto de você ou até mesmo falando contigo. Eu uso
um “tapa-ouvido” usado por músicos (bateristas). Já vi pessoas usarem “tapa-
ouvido” de natação. Tanto faz desde que ele reduza o barulho. Tem gente que se
incomoda com algo preso no ouvido e outros não gostam do “barulho do silêncio”
que ele proporciona. Experimente e adote-o se você ficar confortável;
• Tenha água na mesa para que você não precise se levantar. Não recomendo que
você tenha comida na mesa, pois você acabará se desconcentrando o tempo todo
para pegar um biscoito, um chiclete, uma bala. Lembre-se: você tem que manter
a concentração. Mais abaixo iremos discutir sobre técnicas de estudo que dividem
o tempo de estudo de forma a aumentar a concentração e, ao mesmo tempo,
permitir que você satisfaça as suas necessidades;
• O uso de um computador para escrever o seu resumo é essencial. Escrever o
resumo manualmente, apesar de ser indicado pelos especialistas em aprendizado,
tem muitos lados negativos comparado ao eletrônico: Dificuldade para fazer
correções ou reorganização; a tinta ou o grafite usado, com o tempo, se desgasta
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e fica ilegível; o papel é mais pesado e se torna desconfortável, você pode utilizar
outros dispositivos para leitura (como tablet, celular ou kindle). Adote o
computador e verifique se no local tem um ponto de energia, para a bateria não
acabar;
• Minha recomendação é a de que você faça os exercícios de fixação em sites
especializados na internet. Logo, você vai precisar de um ponto de acesso. Você
até poderia fazer os exercícios em papel, mas eu não recomendo, já que você terá
um trabalho imenso levantando esse material e, o pior, terá que separar os
exercícios conforme os assuntos que você está
estudando, conforme o cronograma. Se você
não o separar, vai acabar fazendo exercícios
que ainda não foram estudados. Além disso,
considere que a internet é uma fonte alternativa para tirar dúvidas. Mas cuidado
para não perder muito tempo nela ou acabar usando-a de forma indevida (como
acessar redes sociais);
• Caso você venha a estudar matérias exatas (matemática, raciocínio lógico, entre
outros), não esqueça de ter rascunhos em papel para que você possa fazer
anotações e cálculos. Lembre-se de não utilizar uma calculadora. A prática do
cálculo manual é importante para treinar para a prova;
• Procure ficar longe de qualquer distração. Principalmente redes sociais, celular,
telefone, TV, cachorros, gatos, familiares, filhos e cônjuges.
Técnicas de estudo
Crie um ambiente gostoso para seus
estudos.
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Mas e aí? Como estudar? Existem técnicas de estudo para ajudar o estudante a se
debruçar sob os livros. Tenha sempre em mente que não existe nenhuma técnica de estudo
ideal e que você deve testá-las e adaptá-las de forma a ficar mais confortável e ter um
rendimento melhor.
Existem várias técnicas diferentes e você pode encontrar vários tipos na internet. A
minha proposta é a de que você organize o seu tempo de forma a ter um período de
concentração máxima e um pequeno período para descanso e relaxamento. Por exemplo,
se você tem 3 horas disponíveis, você pode fazer 3 ciclos de 1 hora, no qual você estuda
concentradamente durante 50 minutos e nos 10 minutos finais você pode beber água, ir
ao banheiro ou comer algo. Depois reinicia o ciclo. Nos 50 minutos de concentração, você
deve “estudar-resumir” ou exercitar.
Como eu já disse, normalmente o estudo e o resumo
andam juntos, mas você pode separar o ciclo final para
os exercícios. Dentro dessa técnica, você pode adequar
o tempo proposto de forma a ficar mais agradável para
você. Se você acha que não consegue ficar 50 minutos
concentrado, que tal fazermos 25 minutos concentrado e 5 minutos descansando? Assim
você terá 6 ciclos de 30 minutos e não mais 3 ciclos. Aí você pode definir 4 ciclos de
“estudar-resumir” e 2 ciclos de exercícios. Faça o teste e perceba se essa divisão de tempo
ficou adequada para você.
Adapte a técnica de estudo de forma
que ela fique agradável para
você e também lhe dê um bom rendimento
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Dia da Prova
Chegou o dia da prova. Normalmente ficamos muito nervosos, não dormimos direito,
suamos nas mãos e nos pés, o coração bate mais forte, um embrulho constante no
estômago, uma vontade incontrolável de ir ao banheiro e ao recebermos a prova: dá um
branco geral!
Realmente é difícil explicar por que acontecem essas coisas para quem nunca fez um
concurso na vida. Sempre nos planejamos e, por mais que estejamos com o conteúdo
afiado, na hora da prova dá um frio na espinha e isso acaba nos prejudicando. Então vamos
trabalhar em cima de alguns detalhes para nos prepararmos para esse dia.
Para facilitar o entendimento, darei algumas dicas conforme a rotina pré -prova:
• No dia anterior à prova defina uma estratégia para fazê-la. Considere o tempo total
da prova, se a prova discursiva será realizada junto da prova objetiva, a quantidade
de questões objetivas e discursivas, o tempo que você precisa para fazer a
discursiva (considerando o tempo para o rascunho) e os 15 minutos para o
preenchimento da folha de respostas. Você terá uma ideia de quantos segundos
você terá para cada questão. Essa noção de tempo não tem por objetivo deixá-lo
nervoso. Pelo contrário, esse conhecimento é importante para que você tenha
controle do tempo e do seu rendimento durante a prova, para que você possa tomar
a decisão correta quando o tempo tiver acabando ou você demorar em alguma
questão;
• Ainda sobre a estratégia para fazer a prova, defina a sequência de execução das
provas. Eu sugiro que você faça a prova pelas matérias que você tem mais
segurança e que provavelmente você fará em um tempo menor. Assim sobrará
mais tempo para as questões de maior dificuldade. Há candidatos que preferem
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iniciar pelas difíceis, argumentando que estão descansados e que pensam melhor
dessa forma. Outros preferem começar pelas questões mais longas e cansativas,
como português e direito. Essa estratégia é muito pessoal e você deve decidir
sozinho. Só o tempo lhe dará a experiência necessária para definir qual é a melhor
para você;
• Nunca durma tarde no dia da prova. “Ah! Mas eu tenho um amigo que passou em
um concurso e fez a prova de ressaca!”. Isso foi pura sorte. Por mais que ele tenha
ido fazer a prova fora de suas melhores condições mentais, talvez a própria postura
que ele tenha tomado no momento da prova, tenha compensado essa falha. Quanto
mais relaxado tiver, mais fácil ela se torna. Não estou incentivando fazer a prova
de ressaca. Estou incentivando fazer a prova relaxado;
• Leia corretamente o endereço onde será realizada a sua prova e procure conhecer
o local antecipadamente para não ter surpresas;
• Separe tudo que você vai levar para a prova na noite anterior. Não deixe tudo para
o dia, principalmente se a prova é pela manhã. Como já dito anteriormente, saiba
o que pode ou não ser levado. Seja precavido;
• Verifique se você poderá levar um relógio (mesmo que seja de ponteiros). Ele é
muito importante para você controlar o tempo. Se você não tiver relógio de
ponteiros, compre um! Ficar dependendo dos fiscais de prova para você gerenciar
o seu tempo é muito ruim. Mas se relógio for proibido (mesmo os de ponteiro),
fique atento aos fiscais;
• Não comam nada diferente no dia da prova. Seja a prova pela manhã ou pela tarde,
um café da manhã ou almoço com alimentos diferentes podem “bater mal” no seu
estômago e deixá-lo totalmente desconfortável durante a prova;
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• Tente chegar cedo ao local de prova. Não precisa chegar 2 horas antes, mas entre
30 minutos e 1 hora é interessante. Chegar cedo é interessante, pois dá tempo para
você ir ao banheiro, você não estará estressado por causa de atraso e você ainda
terá tempo para se concentrar para a prova;
• Dentro da sala, já na sua cadeira, faça um pequeno alongamento dos braços e da
cabeça. Não tenha vergonha. O alongamento irá relaxá-lo. Faça o alongamento
com os olhos fechados que lhe dará maior tranquilidade. Depois disso, mantenha
os olhos fechados e se lembre da estratégia definida para fazer a prova. Em
minutos você terá que colocá-la em prática. No restante do tempo, até o início da
prova, continue com os olhos fechados e não pense em mais nada. Mantenha sua
mente vazia e relaxe. Você já fez todo o possível para estar preparado para a prova.
Nada mais pode ser feito. Perceba que qualquer ansiedade irá lhe prejudicar. Então
não pense no que você podia ter feito. Concentre-se na estratégia definida e pense
que vai dar tudo certo. Mantenha um pensamento positivo e controle sua
ansiedade;
• Caso a prova objetiva e discursiva sejam
realizadas juntas, faça primeiro a prova
objetiva. É muito provável que as questões das
provas objetivas citem o tema da prova
discursiva e você poderá aproveitá-lo para colocar no seu texto. Lembre-se:
normalmente os avaliadores da prova objetiva e da discursiva são diferentes;
• No início da prova, não vá ler o tema da prova discursiva! A ansiedade nos faz
querer antecipar os problemas. Se você ler o tema e este não for agradável, você
poderá passar todo o período da prova preocupado e prejudicará o seu rendimento
Minutos antes da prova, repasse na sua mente a sua
estratégia de execução da prova
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na prova objetiva. Deixe o problema para o momento certo. Como eu disse
anteriormente, pode ser que as questões da prova objetiva ajudem a lembrar do
assunto do tema da discursiva;
• A maioria dos candidatos erram as questões por que não leem corretamente os
enunciados. Tenha cuidado com isso. Não marque a resposta antes de ler todas as
alternativas. Raciocine antes de responder. Se não souber a resposta, faça uma
análise inversa da questão. Por exemplo: com a resposta da alternativa A, o
enunciado faz sentido? Isso funciona muito nas questões matemáticas.
Conseguimos identificar aquelas que são absurdas e que certamente não são as
respostas corretas;
• Durante as questões, não fique muito tempo
tentando responder uma única questão. Se no
tempo previsto para cada questão você não
conseguir responder, marque e deixe-a para
revisar no fim da prova objetiva. Revise-as
antes da prova discursiva e do preenchimento do cartão de respostas. Controle
bem o tempo restante da prova e o tempo necessário para as provas discursivas e
o preenchimento do cartão;
• Se ao fim da prova objetiva de múltipla escolha ainda exista alguma questão que
você não tenha resolvido e você não tem nenhuma ideia de qual é a resposta, faça
o seguinte: identifique a quantidade de marcações por alternativa naquela matéria.
Isto é, quantas marcações da letra A, quantas da letra B, até a última letra naquela
específica matéria que você não conseguiu responder. Por exemplo: são 10
questões de português, onde foram respondidas 3 na letra A, 2 na letra B, 2 na
Antes da prova, feche os olhos e concentre-se. Mantenha sua mente limpa e
mantenha a calma
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letra C, 1 na letra D, 1 na letra E e 1 sem marcação. As bancas seguem um padrão
de distribuição aproximadamente simétrico para que um candidato não venha a
“chutar” todas as questões com uma mesma alternativa e acabe acertando. Então,
podemos considerar que, no exemplo dado, as letras D e E estão simetricamente
fora do padrão. Teoricamente, essas duas letras teriam a maior probabilidade de
ser a resposta. Claro que essa lógica somente iria funcionar se você tivesse
acertado todas as questões. No nosso exemplo temos 3 marcações na letra A, o
que pode ser um indicativo de que poderia estar errado, já que, na média, seriam
somente 2 marcações por letra. Mas para quem está chutando, é preferível ter uma
referência qualquer a chutar no escuro, concorda? Mas deixo bem claro que essa
lógica é uma simples suposição e que já tive tanto sucesso quanto insucesso com
ela;
• A marcação do cartão de respostas pode ser realizada antes ou depois da prova
discursiva. Eu sugiro que seja feita antes, em até 15 minutos, para que você não
tenha ainda que reservar tempo para isso. Durante a marcação do cartão de
respostas, tenha muito cuidado para não marcar errado. Utilize uma mão/dedo
para manusear a prova identificando o número da questão e a sua resposta, e com
a outra mão/caneta para identificar o número da questão no cartão de
identificação. Eu não deveria estar explicando como fazer isso, mas não custa
lembrar; =)
• Não irei explicar como se faz uma prova discursiva, mas quero sugerir alguns
cuidados:
o Controle o tempo utilizado para fazer o rascunho e “passar a limpo”;
o Não identifique a prova (você poderá ser desclassificado do concurso);
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o Faça uma letra legível (treine em um caderno quadriculado, se necessário);
o Não escreva fora do espaço reservado;
o Elabore um texto que chegue até o limite de linhas previsto pelo edital (a
pontuação negativa é inversamente proporcional à quantidade de linhas
escritas, logo, quanto mais linhas escritas, menor a sua pontuação negativa
para cada erro identificado);
o Não comece a escrever com a letra com um tamanho e depois acabe
aumentando ou reduzindo para que o texto caiba em todas as linhas (o
avaliador não é trouxa e vai lhe tirar pontos);
o Quando errar uma palavra, dê um risco e escreva depois. Não rabisque a
palavra ou rasure-a;
o Dê os espaços dos parágrafos com, no mínimo, dois dedos de tamanho;
• Aproveite todo o tempo da prova. Mesmo que você termine antes, faça uma
revisão de todas as suas respostas antes de preencher a folha de respostas. Se der
tempo, escreva sua prova discursiva e revise o texto procurando falhas estruturais
e de lógica. Mas, acima de tudo, tenha sempre o controle do tempo;
• Como você vai aproveitar todo o tempo disponível para o concurso, leve a prova
para analisar o seu rendimento posteriormente;
• E o mais importante de todas as sugestões: Tenha calma! Não adianta ficar
nervoso ou pensar que não vai dar certo. Se você fez tudo o que podia fazer, então
você está no caminho certo. Então se acalme! O nervosismo é seu pior inimigo no
momento da prova.
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Pós Prova
Depois que passou por todo o estresse do estudo e da prova, você vai querer analisar
o seu rendimento. As bancas organizadoras, normalmente, divulgam o gabarito oficial na
semana seguinte da prova objetiva. Ao mesmo tempo, as bancas já disponibilizam o prazo
para a entrada de recursos contra o gabarito divulgado.
Baixe o gabarito oficial e contabilize os seus acertos. Tome muito cuidado ao definir
a sua pontuação no concurso. Se tiver dúvidas, acesse a planilha que criamos e leia as
regras e os pesos descritos ali.
Conforme já dito anteriormente, eu considero que, para concursos de múltipla
escolha, 70% de acertos é um percentual bem próximo das vagas. Foque nesse número e
tente alcançá-lo.
Existem alguns sites que fazem um ranqueamento extraoficial para o concurso. Às
vezes, para aqueles ansiosos, lançar sua nota nesses sites pode lhe ajudar a perceber se a
sua nota foi realmente boa. Seja qual for a primeira impressão que você tenha da sua nota,
não se precipite quanto a ela. Aguarde a publicação oficial do resultado.
Antes disso, vale a pena você fazer os recursos das questões que você errou. Analise
todas as questões e, comparando com a resposta correta indicada pela banca, busque as
fontes oficiais para confirma-la. Não faça nenhum recurso baseado em suposições ou
fontes na internet. Todos os recursos devem ser suportados por fontes escritas de autores
renomados. Ao escrever o recurso, contextualize a questão, explique a regra, diga a fonte
da informação (nome do livro, autor, editora, edição e a página), além de citar o texto do
livro que corrobora seu argumento.
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Outra sugestão é sempre entrar com recursos da prova discursiva. Por quê? Conforme
eu já havia explicado, as provas discursivas são corrigidas de forma a identificar erros
que venha a reduzir a sua nota. Então você deve analisar os erros que foram identificados
pelo avaliador e, quando os erros forem apontados de forma subjetiva, você deve entrar
com o recurso sugerindo que esta avaliação está equivocada e que não era aquilo que está
efetivamente escrito na discursiva. Os recursos das provas discursivas não reduzem a
pontuação. Dessa forma, se o seu argumento não
convencer um segundo avaliador, não vai acontecer
nada. Mas se convencer, você pode ganhar valiosos
pontos que poderão fazer a diferença entre ser aprovado
e ser nomeado.
Sempre entre com recursos na prova discursiva. Você nunca perderá
pontos
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Considerações Finais
Esse livro tem por objetivo ajudá-lo a organizar os seus estudos. As dicas e sugestões
descritas nesse livro são baseadas em minha experiência como concurseiro e certamente
aperfeiçoarão os seus estudos de alguma forma. Talvez uma ou outra dica não tenha um
impacto tão significante quanto foi para mim, afinal, todos somos diferentes e nada é
garantido. Apesar disso, eu sugiro que as siga, pois elas funcionaram muito bem comigo.
Espero que o conteúdo desse livro possa ter um impacto positivo nos seus estudos e
que faça a diferença para aumentar o seu rendimento nos concursos públicos.
Não posso finalizar esse livro sem ressaltar os principais pontos descritos e espero
que eles sejam bem absorvidos por você e que torne seus princípios durante esta difícil
caminhada:
• Não desista. O fracasso faz parte do caminho. A diferença para quem vence a
guerra é que ele não desistiu ao perder uma batalha;
• Não deixe de planejar o seu estudo. Tudo que fazemos na vida só dá certo se
planejarmos com antecedência. Nos estudos não é diferente;
• Não se esqueça do método: Aula/Livro → Resumo → Exercícios → Sono;
• Monte seu cronograma considerando suas fraquezas e dificuldades, o tempo
disponível e o método de estudo;
• Monte seu cronograma incremental: defina as disciplinas iniciais e vá aumentando
conforme a sua conclusão;
• Não durma se o método não foi totalmente seguido;
• Cuidado com o material que será estudado. Tenha confiança nas fontes deles;
• Não copie textos para o seu resumo. Coloque suas palavras ali como se você fosse
fazer uma cola para a prova;
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• Utilize sites de exercícios ao invés de exercícios escritos. Eles têm filtragem por
assunto;
• Não se esqueça do método: Aula/Livro → Resumo → Exercícios → Sono;
• Revise os estudos da semana no fim de semana usando os resumos elaborados;
• Utilize o seu resumo na semana anterior a prova. Ela trará todo o conhecimento
para sua memória e irá mantê-la “quente”;
• Estude sozinho;
• A melhor dica para um bom estudo é explicar a matéria para si mesmo;
• Não se esqueça do método: Aula/Livro → Resumo → Exercícios → Sono
• Use as aulas e os materiais para entender as matérias e tirar dúvidas;
• Desligue todos os aparelhos eletrônicos para estudar;
• Estude em um local organizado e tranquilo;
• Seja sincero com você. Conheça suas fraquezas e trabalhe para melhorá-las;
• Não se esqueça do método: Aula/Livro → Resumo → Exercícios → Sono;
• Faça do estudo uma rotina;
• Tenha um planejamento organizado e realista, mas seja flexível para fazer as
devidas adaptações;
• Seja flexível, mas seja firme durante os estudos, não perca o foco no objetivo;
• Sonhe e mire alto. Se os seus objetivos forem pequenos, quando alcançar pode
acabar acomodando;
• Persevere: a cada insucesso, analise os seus erros, veja em que pode corrigir,
refaça sua programação e continue forte!
• E por último, não se esqueça: Aula/Livro → Resumo → Exercícios → Sono;
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• Faça o planejamento da execução da prova no dia anterior. Antes da prova,
relembre o que foi planejado;
• Controle bem o tempo de execução da prova. Use um relógio de ponteiro, se
puder;
• Concentre-se antes da prova. Tudo o que você fez para aquela prova já foi feito.
Não há mais nada que se possa fazer. Relaxe e acalme-se;
• Faça recursos em todas as provas discursivas. Você não perderá nenhum ponto
fazendo isso;
• Foque em acertar mais de 70% da prova de múltipla escolha. Esse é o número!
• Utilize os modelos disponíveis nesse livro;
• E por fim, reconheça o trabalho do autor e faça uma contribuição. ;o)
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Referências e Modelos
Durante o livro eu fiz várias referências a sites da internet, pessoas, empresas e
modelos criados e utilizados por mim. Abaixo relaciono essas referências e apresento os
links para baixar os modelos.
Empresa/Modelo Contato/Link Cathedra Competências Profissionais (aulas presenciais e vídeos)
http://www.cathedranet.com.br/
Estratégia de Concursos (material e vídeos) http://www.estrategiaconcursos.com.br Ponto dos Concursos (material e vídeos) http://www.pontodosconcursos.com.br Eu vou passar (material e vídeos) http://www.euvoupassar.com.br Editora Juspodivum (livros) http://www.editorajuspodivm.com.br/ Professor Marcelo Bernardo (aulas de português) http://www.marcelobernardo.com.br Professor André Luiz (aula de discursiva) http://www.cathedranet.com.br/ Questão de concursos (site de questões) http://www.qconcursos.com Modelo de Planejamento de estudo
http://estudarconcursospublicos.blogspot.com Modelo de Resumo Site oficial do livro Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Civis do Poder Executivo
http://antigo.planejamento.gov.br/ministerio.asp?index=6&ler=t10205
Palestra do professor Pierluigi Piazzi https://www.youtube.com/watch?v=YSJsaER7rgg (Caso o link esteja errado, pesquise pelo nome do professor)