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“O ESPÍRITA MINEIRO” JULHO/AGOSTO - 2007 PÁGINA 1 A V Semana Espírita “Doutrina e Unificação” que celebrou a passagem do nonagésimo nono aniversário da União Espírita Mineira, assinalou mais uma etapa do trabalho doutrinário-evangélico que tem por objetivo a renovação da Humanidade. Palestrantes comprometidos com a Doutrina Espírita e com o Evangelho de Jesus abrilhantaram as noites de 18 a 23 de junho, abordando os temas indicados sob as fotos de cada um deles, estampadas abaixo. No dia 24, numa prazerosa tarde de domingo, o presidente da Federativa Mineira falou inspiradamente sobre os novos tempos do Espiritismo nas Alterosas, com a chegada do Centenário da querida instituição, enquanto o médium Wagner Gomes da Paixão psicografava as mensagens assinadas por Maria Philomena Aluotto Berutto (Dona Neném), que presidiu por 33 anos a UEM, e pelo preclaro benfeitor Emmanuel, mais uma vez presente entre nós. Ainda nessa tarde, Tim e Vanessa cantaram para o público suas lindas composições, embalando melodiosamente o nosso ideal cristão. Álvaro de Castro, Ruth Salgado Guimarães, Walkíria Teixeira Campos e Lenice Aparecida de Souza Alves, diretores e conselheiros da UEM, Célio Alan Kardec de Oliveira, representante da OSCAL, e Juselma Maria Coelho, presidente do Conselho Espírita Municipal, discorreram com segurança e beleza sobre a Doutrina neste momento de seus 150 anos na Terra. A CASA-MÁTER DO ESPIRITISMO EM MINAS COMEMORA 99 ANOS COM PALESTRAS ESPECIAIS Abordagem Espíri- ta do Trabalho O Livro dos Espíritos e a Lei Natural O Livro dos Espíritos: Verdade e Consolação Justiça, Amor e Carida- de na Visão Espírita O Livro dos Espíritos: Roteiro de Luz Kardec e sua Missão Educativa UEM e a Unifica- ção Espírita Walkíria T. Campos Célio Alan Kardec Lenice A. S. Alves Ruth S. Guimarães Álvaro de Castro Juselma Maria Coelho Honório de Abreu Público apladiu com entusiasmo os oradores Ante o Templo sagrado do Espírito que a Doutrina Consoladora representa na Terra, não te detenhas em exterioridades e convenções. Se já compreendes as vidas sucessivas por escalas crescentes de capacitação interior, não te fixes nos aspectos dolorosos que a Lei de Causa e Efeito define aos desertores e ineptos, trabalhando em ti próprio, à luz das oportunidades renovadas. Se te convences do intercâmbio mediúnico com os irmãos domiciliados no Além, não te detenhas em posturas louvaminheiras, esmolando migalhas de sua luz, a bem de tuas ilusões cultuadas na Crosta. Ao revés, vale-te do que te ensinam à alma ainda incipiente e opera com eles por um Mundo Melhor. Luz Acima Se sentes na ação esclarecedora da Doutrina e na assistência fraternal aos caídos da penúria o rumo certo da regeneração, não te acomodes em desculpismo ou no medo de se expor, agregando-te à Caravana da transformação social. Se te declaras verdadeiramente espírita, não renegues Jesus, tornando-O a luz definitiva de tua marcha evolutiva, amando o próximo e servindo no Bem, para que te reveles Filho de Deus e Apóstolo sincero do Amor! EMMANUEL (Mensagem psicografada pelo médium Wagner Gomes da Paixão no dia 24/06/2007, na sede da União Espírita Mineira, em Belo Horizonte, MG, durante evento comemorativo dos 99 anos da Federativa de Minas) Nesta Edição O Homem e a Lei Página 2 Cristianismo e Espiritismo Página 4 Ciência e Religião, Ontem, Hoje e Amanhã Página 4 O Esperanto em Opinião Abalizada Página 5 Um Poeta em dois Tempos Página 6 Na Intimidade de Chico Xavier Página 7 Interpretação Bíblica à Luz do Espiritismo Página 8 As Árvores de Kardec Página 10 IV Semana Espírita Chico Xavier Página 12

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“O ESPÍRITA MINEIRO” JULHO/AGOSTO - 2007 PÁGINA 1

A V Semana Espírita “Doutrina e Unificação” que celebrou a passagem dononagésimo nono aniversário da União Espírita Mineira, assinalou mais uma etapado trabalho doutrinário-evangélico que tem por objetivo a renovação daHumanidade.

Palestrantes comprometidos com a Doutrina Espírita e com o Evangelho deJesus abrilhantaram as noites de 18 a 23 de junho, abordando os temas indicadossob as fotos de cada um deles, estampadas abaixo.

No dia 24, numa prazerosa tarde de domingo, o presidente da FederativaMineira falou inspiradamente sobre os novos tempos do Espiritismo nas Alterosas,com a chegada do Centenário da querida instituição, enquanto o médium WagnerGomes da Paixão psicografava as mensagens assinadas por Maria PhilomenaAluotto Berutto (Dona Neném), que presidiu por 33 anos a UEM, e pelo preclarobenfeitor Emmanuel, mais uma vez presente entre nós. Ainda nessa tarde, Tim eVanessa cantaram para o público suas lindas composições, embalandomelodiosamente o nosso ideal cristão.

Álvaro de Castro, Ruth Salgado Guimarães, Walkíria Teixeira Campos eLenice Aparecida de Souza Alves, diretores e conselheiros da UEM, Célio AlanKardec de Oliveira, representante da OSCAL, e Juselma Maria Coelho, presidentedo Conselho Espírita Municipal, discorreram com segurança e beleza sobre aDoutrina neste momento de seus 150 anos na Terra.

A CASA-MÁTER DO ESPIRITISMO EM MINAS COMEMORA99 ANOS COM PALESTRAS ESPECIAIS

Abordagem Espíri-ta do Trabalho

O Livro dos Espíritos ea Lei Natural

O Livro dos Espíritos:Verdade e Consolação

Justiça, Amor e Carida-de na Visão Espírita

O Livro dos Espíritos:Roteiro de Luz

Kardec e sua MissãoEducativa

UEM e a Unifica-ção Espírita

Walkíria T. CamposCélio Alan Kardec Lenice A. S. AlvesRuth S. Guimarães Álvaro de Castro Juselma Maria CoelhoHonório de Abreu

Público apladiu com entusiasmo os oradores

Ante o Templo sagrado do Espírito quea Doutrina Consoladora representa na Terra,não te detenhas em exterioridades econvenções.

Se já compreendes as vidas sucessivaspor escalas crescentes de capacitaçãointerior, não te fixes nos aspectosdolorosos que a Lei de Causa e Efeitodefine aos desertores e ineptos, trabalhandoem ti próprio, à luz das oportunidadesrenovadas.

Se te convences do intercâmbiomediúnico com os irmãos domiciliados noAlém, não te detenhas em posturaslouvaminheiras, esmolando migalhas de sualuz, a bem de tuas ilusões cultuadas na Crosta.Ao revés, vale-te do que te ensinam à almaainda incipiente e opera com eles por umMundo Melhor.

Luz AcimaSe sentes na ação esclarecedora da

Doutrina e na assistência fraternal aos caídosda penúria o rumo certo da regeneração, nãote acomodes em desculpismo ou no medode se expor, agregando-te à Caravana datransformação social.

Se te declaras verdadeiramente espírita,não renegues Jesus, tornando-O a luzdefinitiva de tua marcha evolutiva, amando opróximo e servindo no Bem, para que tereveles Filho de Deus e Apóstolo sincero doAmor!

EMMANUEL

(Mensagem psicografada pelo médium Wagner Gomes daPaixão no dia 24/06/2007, na sede da União Espírita Mineira,em Belo Horizonte, MG, durante evento comemorativo dos99 anos da Federativa de Minas)

Nesta EdiçãoO Homem e a LeiPágina 2

Cristianismo e EspiritismoPágina 4

Ciência e Religião, Ontem, Hoje e AmanhãPágina 4

O Esperanto em Opinião AbalizadaPágina 5

Um Poeta em dois TemposPágina 6

Na Intimidade de Chico XavierPágina 7

Interpretação Bíblica à Luz do EspiritismoPágina 8

As Árvores de KardecPágina 10

IV Semana Espírita Chico XavierPágina 12

PÁGINA 2 JULHO/AGOSTO - 2007 “O ESPÍRITA MINEIRO”

EXPEDIENTE

O ESPÍRITA MINEIROÓrgão Oficial da União Espírita Mineira

Rua Guarani, 315 - Caixa Postal 61Telefax: (31) 3201-3038 - 3201-3261Home Page: http//www.uembh.org.br

e-mail: [email protected] 30120-040 - BELO HORIZONTE - MG - BRASIL

DIRETOR RESPONSÁVEL: Honório Onofre de Abreu(art.22, letra “i”, do Estatuto da União Espírita Mineira)CONSELHO EDITORIAL: Álvaro de Castro, Antônio CarmoRubatino, Cléber Varandas de Lima, Felipe EstabileMoraes e William Incalado Marquez.JORNALISTA RESPONSÁVEL: Valdo Elias Veloso de Ma-tos (MG-04062-JP)DIGITAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Rodrigo Martinelli SilvaIMPRESSÃO: Gráfica da Fundação Mariana ResendeCosta - Fax: (31) 3249-7413 - Fone: (31) 3249-7400Registrado sob n° 399, em 02.10.1940, no Cartório doRegistro Civil das Pessoas Jurídicas.

O diretor responsável, editores, jornalista e demaiscolaboradores deste Órgão nada recebem, direta ouindiretamente, uma vez que O ESPÍRITA MINEIRO, jor-nal de distribuição gratuita, tem por finalidade a difu-são do Espiritismo e do Evangelho de Jesus, realizadaem bases de cooperação fraterna e de amor ao ideal,características inerentes à própria Doutrina Espírita.

UNIÃO ESPÍRITA MINEIRAFundada em 1908

DIRETORIA

Presidente: Honório Onofre de Abreu1º Vice-Presidente: Maurício Albino de Almeida2º Vice-Presidente: Marival Veloso de Matos1° Secretário: Marcelo Gardini Almeida2° Secretário: Roberta Maria Elaine de Carvalho1° Tesoureiro: Walkíria Teixeira Campos2° Tesoureiro: William Incalado MarquezDiretor de Patrimônio: Braz Moreira HenriquesBibliotecário: Jairo Eustáquio FrancoConsultor Jurídico: Antônio Roberto Fontana

EDITORIAL

RESPONSABILIDADE COMA DOUTRINA ESPÍRITA

Allan Kardec é o nosso orientador para omelhor entendimento dos conhecimentos trazidospelos Espíritos Superiores. As Obras daCodificação são os alicerces que sustentam essesensinamentos e a nossa caminhada na evoluçãoespiritual.

Desde os primeiros passos, Kardec nosensinou como deveríamos tratar – comresponsabilidade – os conhecimentos doutrináriosespiritistas. Em Obras Póstumas, encontramos oregistro do Codificador, falando das primeirasreuniões mediúnicas das quais participou: “Foi nessasreuniões que comecei os meus estudos sérios deEspiritismo, menos, ainda, por meio de revelações,do que de observações. Apliquei a essa nova ciência,como o fizera até então, o método experimental;nunca elaborei teorias preconcebidas; observavacuidadosamente, comparava, deduziaconseqüências; dos efeitos procurava remontar àscausas, por dedução e pelo encadeamento lógicodos fatos, não admitindo por válida uma explicação,senão quando resolvia todas as dificuldades daquestão. Foi assim que procedi sempre em meustrabalhos anteriores, desde a idade de 15 a 16 anos.”

O Prof. Rivail inicia seus estudos observando.Não lhe são feitas revelações pelos espíritos. Nãose deixa levar pela novidade, pelo espetacular.Utiliza seu conhecimento e sua experiência paraobservar aqueles fenômenos. Tem uma metodologiapara buscar a verdade escondida naqueles estranhosfatos. Experiência de vida em prol da novel doutrina.

Assim devemos agir diante dos fenômenos:observar, comparar, deduzir. Aplicar osconhecimentos espíritas para melhor entendimentodos fatos da vida. Sem fanatismos. Sem ceticismo.Com segurança, alicerçada nas obras daCodificação Espírita.

Continua Kardec: “Compreendi, antes detudo, a gravidade da exploração que ia empreender;percebi, naqueles fenômenos, a chave do problematão obscuro e tão controvertido do passado e dofuturo da Humanidade, a solução que eu procuraraem toda a minha vida. Era, em suma, toda umarevolução nas idéias e nas crenças; fazia-se mister,portanto, andar com a maior circunspeção e nãolevianamente; ser positivista e não idealista, para nãome deixar iludir.”

Quantos já tinham participado daquele tipode reunião? Quantos apenas viram divertimentosou apenas ilusões? Espetáculos! Quantos, aindahoje, buscam apenas os fenômenos? Kardecpercebe algo mais naqueles eventos extraordinários:a importância daquele novo conhecimento para aHumanidade. Respostas que o ser humano buscahá milênios. Uma verdadeira revolução! Quedeveria ser tratada de forma responsável, semilusões.

Em nossa lida na casa espírita, com os nossoscompanheiros, com aqueles que não conhecem oEspiritismo, é necessário que sejamos, tal comoKardec, circunspectos e positivos. Sem a ilusãoque nos mantém presos à ignorância. Sem iludirmosaos outros, como muitas vezes já o fizemos,mantendo muitos algemados à mesma ignorância.

É preciso que tenhamos responsabilidade nadivulgação da Doutrina Espírita, verdadeiro farolpara nossa caminhada evolutiva. Os 150 anos deO Livro dos Espíritos nos ensejam essas reflexões.

Debalde se empenhará o homem nasolução dos tormentosos problemassociais, apelando para os recursos dalegislação. A felicidade humana constituimenos um problema de ordem jurídica doque um problema de ordem moral. O quenecessariamente nos importa não é tantoa perfeição da lei em face do homem,quanto a perfeição do homem em face dalei. Pode dar-se que a lei seja boa, mas,se o homem é mau, nada o impede depraticar o mal. Inversamente, pode sucederque a lei seja má, porém, se o homem ébom, nada o impede de exercer o bem.Ocorre entre o homem e a lei o que, noorganismo, ocorre entre órgão e a função.Se o órgão está enfermo, a função ficaparcial ou totalmente lesada.

À primeira vista, pode parecer quepretendamos relegar a lei a planosecundário, qual se admitíssemos entre elae o homem uma subordinaçãoexclusivamente unilateral. É evidente que,integrado na coletividade humana, como oórgão no organismo, deva o homemsubordinar-se às leis que lhe regulam osatos sociais. Dessarte, a relação existenteentre ele e a lei não é apenas unilateral,mas bilateral, isto é, de interdependência,de reciprocidade, como deinterdependência e reciprocidade é arelação existente entre a função e órgão.Assim como o órgão influi sobre a funçãoe esta sobre ele, assim também o homeminflui sobre a lei e esta sobre ele. Se o

homem, evolvendo, pode aperfeiçoar a lei,esta, aperfeiçoada, pode, a seu turno,contribuir para aperfeiçoar o homem.

Tenha-se, porém, em mente quenão basta a ação do homem sobre a lei edesta sobre ele para explicar o mecanismoda evolução social, do mesmo modo quenão basta o influxo do órgão sobre a funçãoe desta sobre ele para explicar omecanismo da evolução biológica. Nopanorama da criação, o homem e a lei,como o órgão e a função, não passam deexpressões mais ou menos avançadas deum profundo desígnio cósmico que, nonível biológico, se traduz como evoluçãoorgânica, e no nível social, se traduz comoevolução moral.

Acima dos homens e dos povos, dasleis e das instituições humanas, está, pois,esse desígnio supremo que, através dofluxo e refluxo dos acontecimentoshistóricos, rege inviolavelmente aprogressão dos destinos, encaminhandoo homem às suas mais altas metas. Essedesígnio é a vontade de Deus e nenhumoutro caminho conduz à felicidade real quenão seja o da perfeita conformação comessa vontade.

Fiat voluntas tua, Domine(“Cumpra-se, Senhor, a tua vontade”) écom efeito a fórmula que exprime a únicaatitude digna de quem apreendeu o sentidoda recôndita impulsão da vida.(Fonte: O Primado do Espírito, 4 ed., Niterói – RJ:Lachâtre, 2002, p.60-61)

O HOMEM E A LEIRubens C. Romanelli

“O ESPÍRITA MINEIRO” JULHO/AGOSTO - 2007 PÁGINA 3

ESTUDO SISTEMATIZADO DA DOUTRINA ESPIRITA

O proveitoso evento em Montes Claros Participantes do encontro em Belo Horizonte

A União Espírita Mineira, através do seuDepartamento de Estudo Sistematizado da DoutrinaEspírita (DESDE), vem trabalhando incansavelmentepara motivar os freqüentadores das casas espíritasdo Estado a estudarem a Doutrina Espírita de formadidática e objetiva, sistematizada. É o que propõe oProjeto 2010 da UEM, em fase de implantação,concebido com base no Projeto 1868, de AllanKardec.

Dentro desse objetivo, o DESDE/UEMprogramou visitas a importantes cidades do interiordo Estado.

Em Montes ClarosA convite de Alder Cunha, coordenador do

ESDE, e Patrícia Godoy, presidente do 14º CRE,representantes do DESDE/UEM estiveram emMontes Claros nos dias 19 e 20 de maio de 2007,

para aplicar o Curso de Preparação deCoordenadores e Monitores do ESDE ( ENESDE).

Integraram a representação belo-horizontina, atuando como facilitadores dotreinamento, os coordenadores do DESDE Gilson,Vicente e Miguel, coordenador do ESDE no 10ºCRE.

Em Belo Horizonte

No dia 1º de julho de 2007, de 8:30 às 13:30horas, a equipe do DESDE/UEM e membros do 10ºCRE e da AME-BH promoveram o Curso deCapacitação de Coordenadores e Monitores doESDE, treinamento que contou com a presença derepresentantes de casas espíritas de Belo Horizonte,Betim, Contagem e Itaguara.

O Curso foi realizado em clima de muitaharmonia, motivação e demonstração de amor àcausa espírita, revelando os participantes grandeinteresse pela implantação do Curso nas instituiçõesque representavam.

No transcorrer da manhã foramdesenvolvidas as seguintes atividades: Sensibilização,Capacitação de Coordenadores e Monitores,Assessoria Pedagógica e Recursos Didáticos.

Tanto nesta atividade quanto naqueladesenvolvida em Montes Claros, o trabalho veio aoencontro da recomendação do Espírito da Verdade:“Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento;instruí-vos, eis o segundo”.

2º SemestreSerão visitadas as cidades de Juiz de Fora

(22/07), Governador Valadares (21/10) e Almenara

(10/11), objetivando as aludidas sensibilizaçõesdo ESDE, Assessoria Pedagógica, Curso dePreparação de Coordenadores e Monitores,Técnicas e Recursos Didáticos.

VII ENESDEO VII Encontro Estadual de Coordenadores

e Monitores do ESDE está programado para a cidadede Poços de Caldas, nos dias 18 e 19 de agosto de2007.

E s p e r a - s e , d a d a a r e l e v â n c i a d oEncontro, a participação dos coordenadorese monitores do ESDE de todos os ConselhosRegionais Espíritas de Minas Gerais, para quejun tos , sob a ég ide de Je sus , possamosfortalecer a concretização do Projeto 2010 -ESDE, no âmbito do processo de Unificaçãodo Movimento Espírita de Minas Gerais.

COMISSÃO REGIONAL CENTRO-NORTE REUNIU-SE EM DIVINÓPOLISA cidade de Divinópolis sediou a reunião anual

da Comissão Regional Centro-Norte do ConselhoFederativo Espírita de Minas Gerais - COFEMG,durante o dia 7 de julho de 2007. Estiveram presentesrepresentantes da União Espírita Mineira e dosConselhos Regionais Espíritas de Divinópolis, BeloHorizonte e Montes Claros, além dos de casasespíritas da região divinopolitana. Todas as atividadesforam realizadas nas dependências da AssistênciaAudiovisual para Deficientes Auditivos – AAVIDA,das 9 às 19 horas.

Após a abertura do evento, por Honório deAbreu, presidente da UEM, e Marcos Pessoa,presidente do 5º CRE, Felipe Estábile e WilliamIncalado Marquez, integrantes do Departamento paraAssuntos de Unificação, discorreram sobre a estruturae funcionamento do Esquema Federativo de MinasGerais.

Ficou decidido que no próximo evento daespécie, a ser realizado em Belo Horizonte, em data

a ser definida no próximo COFEMG, estudar-se-á otema “Conceito Espírita de Assistência Social em facedas novas exigências legais”.

Examinando e discutindo pauta específica,reuniram-se em locais distintos os representantesde cada se tor de t rabalho, a saber :Departamento de Assistência e Promoção SocialEspír i ta (DAPSE), Depar tamento deComunicação Socia l Espír i ta (DCSE),Depar tamento de Estudo Minucioso doEvangelho (DEME), Departamento de EstudoSistematizado da Doutrina Espírita (DESDE),Departamento de Orientação Mediúnica (DOM),Departamento de Infância e Juventude (DIJ) erespectivo Setor Família (SF).

Na Reunião de Dirigentes foram tratados osassuntos elencados a seguir:· Aspectos legais da Assistência Social – o

Movimento Espírita e as parcerias com órgãospúblicos.Dirigentes da UEM e dos CRE reunidos

Participantes do evento antes da abertura

· II Congresso Espírita Brasileiro – informaçõessobre o Congresso realizado em Brasília emcomemoração dos 150 anos da Doutrina Espírita

· Atendimento Espiritual na Casa Espírita –apresentação da proposta. Foi acordado que aUEM receberá indicações de representantesdos CRE para debate mais aprofundado daproposta.

· IV Congresso Espírita Mineiro – informaçõessobre as palestras previstas e expositores jáconvidados

· Apresentação do Plano de Trabalho para oMovimento Espírita Brasileiro – 2007 a 2012aprovado pelo Conselho Federativo Nacionalda FEB em de abril/07

· Orientação ao Centro Espírita – informaçõessobre a nova versão do opúsculo aprovado peloConselho Federativo Nacional

· Exposição sobre as atividades do Esperanto naUEM e no Movimento Espírita.

Reunião Setorial do DCSE

PÁGINA 4 JULHO/AGOSTO - 2007 “O ESPÍRITA MINEIRO”

Todos os setores da atividade humana estãoem vertiginosa e irrefreável transformação. Talfenômeno também ocorre no que diz respeito àquestão da incompatibilidade existente entre aCiência e a Religião.

Se, no passado, essas duas vertentes dainteligência humana eram totalmente refratáriasentre si, hoje a sinalização aponta para um futuro(talvez nem tão remoto assim) de natural união,uma vez que já se pode ver alguma luz no fim dotúnel dessa falta de entendimento. Se a ciência e areligião são verdades, em um dado momentoestarão juntas já que uma verdade não podecontestar outra verdade. Seria paradoxal.

Não sabemos se o escritor Érico Veríssimoconhece a Codificação Espírita, mas lemos umartigo de sua lavra sobre Ciência e Religião nojornal “O Globo” de 11.03.2007, página 7, naeditoria “opinião”, no qual, em algum momento,ele se coloca em sintonia com Kardec.

Eis o texto do admirável escritor: “Nadiscussão entre criativistas e evolucionistas, estesse ressentiam de boas histórias. Claro, não existehistória mais fascinante do que a da evolução dasespécies segundo Darwin, mas ela não secomparava, em dramaticidade e interesse humano,às histórias da Bíblia. E a religião ainda tinha avantagem de poder apelar para a metáfora quandosua versão não convencia. A ciência não tinha orecurso da linguagem figurada: não podia descreverde outra maneira o que especulava, nem alegar queum fato queria dizer outra coisa. E, a não ser parafundamentalistas, que já calcularam até a data exatada Criação (uma terça-feira à tarde, segundo umateoria antiga), a Bíblia é uma imensa precursora domoderno gênero literário da semificção: o que

parece invenção não é mentira, é a verdade emforma de parábola. E que parábolas! Já a ciênciaestava condenada à chatice, sem qualquer literaturafantástica que a redimisse. Até seus milagres, aocontrário dos milagres religiosos - eram ouincompreensíveis para a maioria ou aborrecidamentecomprováveis. Chegou-se a tentar uma aproximaçãodas duas versões e a incorporar a evoluçãodarwiniana ao universo de símbolos da Bíblia.Gênesis seria o relato disfarçado do começo dohomem na savana primeva, com a árvore do sabersimbolizando suas primeiras experiências comocatador ereto e o poder da linguagem, que odistinguiria dos outros macacos e o expulsaria doparaíso da ignorância, entrando na sua boca com afruta proibida. A Bíblia seria exatamente a mesmahistória da evolução humana segundo Darwin, mascom um roteirista melhor. Mas a simbiose nãofuncionou, a Bíblia continuou sendo um relato fielou figurado da Criação, da salvação e do fim domundo, e a Ciência voltou às suas especulações,sem literatura. Isso até vir a física quântica, ecomeçarem os experimentos com partículassubatômicas. De repente, a ciência tinha um elencotão imprevisível e interessante quanto os personagensbíblicos. E tinha histórias incríveis para contar docomportamento das partículas, que só podia serinterpretado como simbólico, já que nada mais oexplicava. O resultado é que suas respectivas teoriassobre a Criação continuam contradizer-se. Sefossem a negação uma da outra, umanecessariamente estaria em erro e a outra com averdade, porquanto Deus não pode pretender adestruição de Sua própria obra. A incompatibilidadeque se julgou existir entre essas duas ordens de idéiasprovém apenas de uma observação defeituosa e de

CIÊNCIA E RELIGIÃO, ONTEM, HOJE E AMANHÃRogério Coelho

Na história do Cristianismo e do Espiritismohá pontos de contato que não podem passardespercebidos.

O Cristianismo nasceu e se desenvolveu sobo impacto de tremendas perseguições, que levaramao martírio não só o Cordeiro de Deus, mas,também, apóstolos e discípulos.

O Espiritismo nasceu e tem caminhadodebaixo de ataques que se diferenciam quantoà forma, mas se identificam quanto ao fundo.

O Cristianismo não se vingou de nenhumdos seus adversários.

O Espiritismo, neste primeiro século decodificação, somente o bem tem feito àqueles que,irrefletidamente, tentam embaraçar-lhe a marchatriunfal.

Os cristãos, no circo e na fogueira, na prisãoe no açoite, perdoavam aos seus algozes.

Os espíritas adotam idêntica atitude, quandolevados aos tribunais, pelo “crime” de esclarecereme consolarem, de instruírem e ajudarem a todos.

O Cristianismo estabeleceu, no coraçãohumano, um reinado diferente: o da redenção, pelotrabalho incessante em favor do próximo.

Cristianismo e EspiritismoMartins Peralva

Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos:Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos. (Atos, 15:1.)

O Espiritismo também orienta os seusadeptos para a fraternidade, ensinando-lhes,basilarmente, que “fora da caridade não hásalvação”.

Como vemos, há perfeita identidade entreCristianismo e Espiritismo.

Marcham juntos, com o mesmo programa,os mesmos percalços, as mesmas lutas, a mesmadestinação superior de encaminhar os homens paraDeus.

Acontece, ainda, como se depreende dapassagem evangélica em estudo, que oCristianismo teve em suas próprias hostescolaboradores que lhe não compreenderam osentido espiritual.

Eram discípulos, naturalmente apegadosà tradição do judaísmo, que se inclinavam parao culto exterior, deturpando a feição sublime deque se revestem os ensaios do Mestre.

No Espiritismo também há quem, porausência de estudo, queira materializar a sua prática,conspurcar-lhe as santas finalidades.

Ontem, no seio do Cristianismo nascente,pregavam o ato material da circuncisão...

Hoje no Espiritismo muitos pretendem,erroneamente, práticas que não se coadunam coma sua realidade filosófica...

São companheiros egressos de outrascorrentes religiosas, afeitos, ainda a rituais esímbolos, necessitados, portanto, de compreensãoe entendimento.

Cristianismo e Espiritismo se identificam,portanto, histórica e filosoficamente: na sua origem,pacífica e consoladora, no seu desenvolvimento, nosseus objetivos.

Assim como o Evangelho superou aingenuidade de cristãos equivocados, o Espiritismo,nos gloriosos dias do futuro, desfraldará, nosresplandecentes cimos da evolução, a bandeira dalibertação espiritual da humanidade.

À Doutrina Espírita cabe, por conseguinte,a grande missão de completar a obra doCristianismo.

Orientará as criaturas, destruirá opreconceito, banirá o formalismo e, libertando aconsciência humana, estabelecerá, no Mundo, overdadeiro primado do Espírito.

(Reproduzido de O Espírita Mineiro,de abril de 1957)

excesso de exclusivismo, de um lado e de outro.Daí um conflito que deu origem à incredulidade e àintolerância”.

Diz Allan Kardec2:“São chegados os tempos em que os

ensinamentos do Cristo têm de ser completados;em que o véu intencionalmente lançado sobrealgumas partes desse ensino tem de ser levantado;em que a Ciência, deixando de ser exclusivamentematerialista, tem de levar em conta o elementoespiritual e em que a Religião, deixando de ignoraras leis orgânicas e imutáveis da matéria, como duasforças que são, apoiando-se uma na outra emarchando combinadas, se prestarão mútuoconcurso. Então, não mais desmentida pelaCiência, a Religião adquirirá inabalável poder,porque estará de acordo com a razão, já selhe não podendo mais opor a irresistível lógicados fatos. (grifos nossos).

“A Ciência e a Religião não puderam, atéhoje, entender-se, porque, encarando cada umaas coisas do seu ponto de vista exclusivo,reciprocamente se repeliam. Faltava com queencher o vazio que as separava, um traço de uniãoque as aproximasse. Esse traço de união está noconhecimento das leis que regem o Universoespiritual e suas relações com o mundo corpóreo,leis tão imutáveis quanto as que regem o movimentodos astros e a existência dos seres. Uma vezcomprovadas pela experiência essas relações, novaluz se fez; a fé dirigiu-se à razão; esta nadaencontrou de ilógico na fé; vencido foi omaterialismo”.

“(...) São chegados os tempos em que se hão de desenvolver as idéias, para que serealizem os progressos que estão nos desígnios de Deus”. - Um Espírito Israelita1

1- KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 121.ed.Rio [de Janeiro]:FEB, 2003, cap. I, item 9.2 - Idem, cap. I, item 8.

“O ESPÍRITA MINEIRO” JULHO/AGOSTO - 2007 PÁGINA 5

Após insidiosa enfermidade que lhe minou asresistências orgânicas, desencarnou no dia 24 de junhode 2007, aos 62 anos incompletos, no HospitalLuxemburgo, em Belo Horizonte, no qual seencontrava internada, a valorosa companheira de lidesespíritas Cecyhélia Tupi Vieira Aguilar.

Viúva do confrade Lídio Teixeira Aguilar, nasceue residia em Almenara – MG. O sepultamento de seucorpo deu-se no cemitério de sua terra natal, diantedas preces de incontáveis amigos que conquistou. Seustrês filhos – Lívia, Siomara e André Luiz –, todos espíritas,receberam dela, na fase final da existência terrena, lição

viva de fé inabalável emDeus e resignação totalante o sofrimento,hauridas na linfa pura daRevelação Espírita.

Figura de des-taque no MovimentoUnificacionista emAlmenara, presidia oConselho RegionalEspírita da 13ª Região e atuava incessantemente nascasas espíritas do Vale do Jequitinhonha, levando a

À Luz da Misericórdia“Não há regra absoluta nem uniforme quanto à natureza e duração do castigo: – a

única lei geral é que toda falta terá punição, e terá recompensa todo ato meritório, segundoo seu valor” (O Céu e o Inferno, in Código Penal da Vida Futura, Cap. VII, 1ª parte, AllanKardec). Culpas e remorsos, a definirem expiações dolorosas, encontram libertação em Jesus,que expressa o Amor Infinito, com seu carreiro de bênçãos sem par. Afinizar-se com o Evangelhoà luz do que nos ensina a Doutrina dos Espíritos significa, acima de tudo, elevar-se espiritualmente,no perdão e na caridade, descobrindo a vida abundante, após tantas ilusões e apegos, entreinstintividade irrefletida e viciação personalista. Meditemos sobre o texto abaixo.

ACUSADORES“E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe:

Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?”(Jo, 8:10)

“E endireitando-se Jesus,” — Direito na aparência e na conduta, em contraste com anossa condição, nem sempre coerente com os ditames da Lei. Com esta postura, correta, reuniaEle autoridade no encaminhamento positivo de qualquer situação. No terreno das atividades, aenvolver pessoas e circunstâncias, é fato imperioso, para quem já se identifica com os objetivosmaiores da vida, ajustar-se psíquica e espiritualmente, para assegurar-se da postura correta eadequada, que todo acontecimento sugere e espera de cada um de nós.

“E não vendo ninguém mais do que a mulher,” — As mais variadas experiências podemnos levar a aproximar ou a distanciar de Jesus. Escribas e fariseus estavam com a Justiça. Amulher, sentindo o peso da Lei mosaica, procurava o conforto da caridade e da misericórdiapersonalizadas no Mestre. O exemplo dela nos concita à humildade e à decisão de confiarmosnAquele que pode nos despertar para uma nova condição.

Estamos sempre arregimentando novas orientações quanto ao posicionamento indicado pelosepisódios que fatalmente nos visitam, proporcionando-nos fatores de crescimento e segurança.

O registro em estudo mostra Jesus canalizando os recursos de que era portador para aquelamulher. Nada obstante o ambiente conflitante e desafiador, direcionava Ele, com acerto, o seupotencial para o ponto central do problema, abrindo ao nosso entendimento segura estratégia naseleção de caminhos para cooperação eficiente e necessidade de concentração a fim de acertarnas decisões.

“Disse-lhe: Mulher,” — a maneira mais honrosa de tratar o elemento feminino na ocasião.Assim, Ele se dirigiu à sua mãe: “Disse-lhe Jesus: Mulher...”(Jo. 2:4)

Não devemos fazer distinções. O mesmo tratamento que dispensamos aos nossos familiaresprecisamos estendê-lo aos estranhos. Todos somos iguais perante Deus.

“Onde estão aqueles teus acusadores?” — A pergunta convida à reflexão. Os acusadorestinham-se afastado. Os internos, representados pelas vozes da consciência, haviam-se calado?Não sabemos. Só ela poderia responder.

“Ninguém te condenou?” — Inquirindo a mulher, punha-a mais consciente diante de simesma. Sem a intervenção do Mestre, outra seria a situação. Ante a presença de Jesus, tudo podemodificar-se, redirecionar-se.

(Capítulo 204, Luz Imperecível, Honório de Abreu, edição da União Espírita Mineira)

palavra consoladora do Evangelho e a mensagem dofortalecimento do Sistema Federativo em MinasGerais.

Em Almenara era dirigente e co-fundadora doCentro Espírita Terezinha Flores e de seu braçoassistencial – a Organização Social Terezinha Flores,que há cerca de 30 anos mantém creche que assiste120 crianças carentes.

Pelo bem que semeou, possa a queridaCecyhélia receber de Jesus, no Mundo Espiritual,bênçãos de paz e reconforto, na conformidade da leique determina “a cada um segundo suas obras”.

CECYHÉLIA TUPI VIEIRA AGUILAR

O ESPERANTO EMOPINIÃO ABALIZADA

“O tema obrigatório do Esperanto é amaldição bíblica. Falariam os homens omesmo idioma; porém, castigados pela suaimprudência, passaram a desentender-se emtodas as línguas. Não esqueçamos BernardShaw, que com tanta graça disse que osingleses e os norte-americanos são doispovos irmãos separados pela mesmalíngua...

“É preciso, pois, fortalecer eprestigiar a maravilhosa tentativa deentendimento fraterno entre os homens,uma língua que acima das fronteiras que osseparam, dos preconceitos que os dividem,das idéias que os afastam ou os repelem,sirva para integrá-los numa Humanidadeinspirada pelos mesmos ideais.

“Admirável invenção! Não creio quese estude ainda outro processo mais eficazde concórdia internacional. Nesta época,dela temos necessidade. Outrora o latimgozou desse privilégio. Tivemos nosséculos XVI e XVII o predomínio dofrancês. Decaiu para ceder lugar ao inglês,cosmopolita, pragramático, econômico,que hoje predomina na redondeza da Terra.

“Estas línguas imperiais, porém,carregam consigo uma carga privativa, umsentimento político, um tom nacional. OEsperanto não; é sem compromissos, nemcom o espaço, nem com o tempo. Umalíngua criada para servir aos espíritos,engendrada para organizá-los, feita com umaferramenta misteriosa, senão divina, paraapaziguar o mundo em proveito de uma paz,que não seria quimérica, porém efetiva,criada pelo diálogo, situada no diálogo efeita para o diálogo, a fim de que o homem,confraternizando com outro homem,articule os grandes argumentos da perfeita,serena, cristã fraternidade.

“A minha Academia, as Instituiçõesque integro, o nosso Colégio Pedro II,enfim, todas as coletividades letradas,científicas deste País devem prestigiar estaesplêndida afirmativa da universalização,pela qual se banirá o egoísmo que restringeas expansões da civilização moderna.”

(Trechos do discurso proferido pelo ex-Reitor daUniversidade do Brasil, Dr. Pedro Calmon, no encerramentodo XIX Congresso Brasileiro de Esperanto, extraídos darevista Brazila Esperantisto, janeiro/abril – 1966)

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O ano era 1957. Naquele mês de abril,jovens de cinco Mocidades Espíritas de BeloHorizonte – O Precursor, Maria João deDeus, Bezerra de Menezes, Cárita e NinaArueira – preparavam-se para comemoraro centenário de O Livro dos Espíritos. Olocal escolhido fora o auditório do Institutode Educação, educandário modelar dogoverno estadual destinado à formação deprofessores, situado na região central dacapital mineira.

Pela primeira vez um evento espíritaseria realizado em ambiente leigo, fora dorecinto das casas espíritas. A expectativa erao comparecimento de pessoas não-espíritas,para verem a luz da Terceira Revelação colocadano velador da tribuna.

Com o mesmo propósito a União EspíritaMineira organizara inédita exposição de livros,revistas e jornais espíritas em ampla loja do edifícioDantés, situado na avenida Amazonas, próximo àPraça Sete, no centro comercial da cidade. Faixavista da rua anunciava o objetivo da exposição: “1ºCentenário da Codificação do Espiritismo –União Espírita Mineira”. A seu lado, grande painelvertical reproduzia a capa do primeiro livro daCodificação Espírita. Constituíam ambos, faixa epainel, tácito convite aos transeuntes para quemanuseassem as obras e jornais expostos, o querealmente aconteceu.

Às 20 horas de 18 de abril, o auditório lotadoe muita gente de pé, inicia-se as solenidade

Um Poeta em Dois Tempos

Festa para O Livro dos EspíritosEm cascatas de luz os Céus beijam BrasíliaE Almas dos Altos Cimos comungam felizes,Glorificam o ensino e as nobres diretrizesQue orientam todo ser em sua ingente trilha.

Um dossel no planalto... E a excelsa Estrela brilha.Cantam vozes do Além, entre os áureos matizesQue no amor de Jesus têm robustas raízes,São bênçãos desatadas... Tudo é maravilha!

Eis a festa forjada pelos encarnados,Inspirada, porém, no estro dos Sempre VivosQue se estribam no amor, formoso, em apogeus.

Louva-se, hoje, esse Livro que em todos os ladosVai libertando os homens das sombras cativos,Para a vida abundante no seio de Deus.

Sebastião Lasneau(Soneto psicografado por José Raul Teixeira, em 14/4/2007, durante o 2º CongressoEspírita Brasileiro, em Brasília, DF.) Revisão em conjunto com o médium.

Kardec no século XIXChora a Terra infeliz de peito aberto em chagaA Dúvida, o Terror, a Guerra e a GuilhotinaInda espalham, gritando, a treva que dominaE o suor da aflição que tudo atinge e alaga...

Desvairada na sombra, a Razão desatina,Nega a Filosofia... a Ciência divaga...E a fé perde a visão como luz que se apaga,Entre a maldade humana e a bondade Divina

E’ a noite que se alonga ao temporal violento,E’ a loucura, a miséria e a dor do pensamentoE, em toda a parte, o Mundo é pávida cratera!...

Mas Kardec é chamado ao torvelinho insanoE, revivendo a luz do Cristo Soberano,Acende no horizonte o Sol da Nova Era!...

Amaral Ornellas

(Soneto recebido por Francisco Cândido Xavier, na sessão solene realizadana sede da UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA, no dia 18 de abril de 1956, 99ºaniversário de “O Livro dos Espíritos”).

comemorativa do 1º Centenário do advento doConsolador prometido por Jesus aos homens etambém do lançamento do primeiro selo postalespírita do Mundo, ocorrido horas antes no antigoprédio do Departamento de Correios e Telégrafos,em atendimento a solicitação da diretoria da FEB.

O orador da noite, Lídio Diniz Henriques, cujoverbo inflamado sempre emocionava os ouvintes,mantendo-os atentos, sentiu-se mal momentos antesde assomar à tribuna. Diante do inesperadoproblema, “caiu do céu” a solução tambéminesperada. Convidado pelos dirigentes do evento,Sebastião Lasneau, poeta cego e grande incentivadordas mocidades espíritas, concordou em substituiraquele valoroso confrade.

Sua palestra foi memorável! Utilizando a artepoética como forma de expressão, realizoupalestra originalíssima. Convidou os presentes a

acompanhá-lo numa visita a uma biblioteca doAlém, de cujas estantes passou a retirar livrosde consagrados poetas mortos, declamando-lhes poemas com as cores da emoção.Desfilaram diante do público, com engenho earte, poesias de Olavo Bilac, Cruz e Souza,Raimundo Correa, Alfredo Nora e AmaralOrnellas, compostas quando encarnados,contrapondo-se a outras composiçõesproduzidas por aqueles mesmos poetas naespiritualidade e filtradas pela mediunidadeímpar de Francisco Cândido Xavier.

Para encerrar sua brilhanteparticipação, declamou o soneto “Kardec noséculo XIX”, em versos alexandrinos,

recebido um ano antes pelo querido médium dePedro Leopoldo, reproduzido abaixo.

***

Transcorridos cinqüenta anos, a FederaçãoEspírita Brasileira promove em Brasília-DF, de 13a 15 de abril de 2007, o “2º Congresso EspíritaBrasileiro” em comemoração ao Sesquicentenáriode O Livro dos Espíritos.

Eis que, no segundo dia do grandiosoevento, o mesmo Sebastião Lasneau, o brilhantepoeta que participara das comemoraçõesocorridas em Belo Horizonte e que desencarnaraem 1969, marca sua presença em Brasília. E ofaz de forma brilhante, em soneto de versosalexandrinos, psicografado pelo consagradomédium e orador José Raul Teixeira, poematambém reproduzido nesta página.

“O ESPÍRITA MINEIRO” JULHO/AGOSTO - 2007 PÁGINA 7

Dando seqüência às sábias e amorosasmanifestações do inesquecível médium mineiro,a “alma querida” de nosso Movimento Espíritacom Jesus, reproduzimos trechos da entrevistado também médium e valoroso servidor daDoutrina, já desencarnado, Júlio César GrandiRibeiro, publicada no livro “De Amigos paraChico Xavier, da Editora Didier.

“Apesar de ter tomado conhecimento daDoutrina Espírita por volta dos 16-17 anos, emminha cidade natal – Cachoeiro de Itapemirim –ES, integrando a Mocidade Espírita “JerônymoRibeiro”, do Centro Espírita de mesmo nome, devoconfessar que aquela visita ao Chico (a primeiraque Julinho fez ao médium, em Uberaba) marcouum novo período de minha história de vida. Podereinomeá-lo, realmente, como um novo rumo emminhas atividades espíritas no Espírito Santo. Seantes fazia da Doutrina o alvo central de minhaexistência, após os contatos que mantive, e aindaprocuro manter com o médium irmão, minha vidafirmou-se em metas bastantes definidas, onde tenhoprocurado, acima de tudo, aprender com Kardecpara servir melhor a Jesus. O Chico proporcionou-me, com seus exemplos e testemunhos, uma maiorcompreensão dessa Verdade que se me tornou umaobstinada meta. Firmei-me em alguns propósitoscomo a criação de uma escola para carentes, quevem sendo construída ao longo do tempo.

O Chico procurou, sobretudo, dotar-me de maismaturidade mediúnica, fazendo-me observador dosfenômenos que ocorriam a partir de minhas própriasfaculdades. Mostrou-me a importância do zelomediúnico, tornando-me bem mais consciente deminhas responsabilidades como médium, fossem quaisfossem as especificidades em que elas se efetivassem.Jamais me imaginei lidando com o grande público, masfoi o Chico quem me alertou para esses compromissoscom a Doutrina. Sempre me percebi muito tímido ereceoso de qualquer projeção como médium, fora demeu núcleo espírita em minha cidade, em meu Estadode origem. Pois bem, o Chico mudou este quadro,orientando-me como expandir minhas possibilidadesde servir e consolar através da mediunidade. Com elefiquei menos frágil e mais forte aos embates docarreiro. Tomei uma atitude mais firme diante de meusopositores.

Por certo, eu já mantinha, a um tempo, contatosmais freqüentes com a “mãezinha” Yvonne Pereira,que sempre procurou me passar a vigilância nocultivo da mediunidade, com disciplina, estudo e zelo.Eu a visitava sempre que podia, no bairro Piedade,no Rio de Janeiro, quando, em viagens a serviço daDoutrina, eu dispunha de algum tempo na CidadeMaravilhosa.

Dona Yvonne era bastante diferente do Chicono seu modo de orientar: enérgica e severa, emboraconselheira e muito amiga. Ajudou-me, também.

Mas com o Chico, doce e brando, mas forte nahora da verdade, o tarefeiro de Bezerra de Menezese discípulo de Emmanuel, com uma folha de serviçosna mediunidade inquestionável, na condição demaior médium deste século, pude aprender mais oque ele próprio nomeava como “as manhas damediunidade”.

Foi a partir de então que abracei serviços maisdilatados onde antes eu incursionava apenas comoaprendiz iniciante. Ampliou-se-me o receituáriomediúnico, agilizei-me na filtragem de páginasconfortadoras para familiares dos desencarnados queme buscavam apoio fraterno, ganhei mais segurançanas tarefas de ectoplasmia. O Chico deu-me umgrande incentivo à mediunidade em fenômenos deefeitos físicos, como desenho e pintura naobscuridade, modelagens e moldagens em parafina...tudo sob a sua orientação. Ensinava-me, sempre:

— “Julinho, o servidor mediúnico deve,sempre, cuidar do “campo de aterrissagem”dos Espíritos. Emmanuel jamais me passououtra orientação. Aviões de grande porteprocuram campos de pouso condizentes com asaeronaves. Um planador, um “teco-teco”, umbimotor não necessitam mais que campos dereduzidas dimensões. Os aero-clubes, talvez.É por isto que nossos Benfeitores recomendamdisciplina em serviço, com disciplina no estudoe disciplina no amor ao próximo. De minha parteeu nunca pude deixar estas recomendações, afim de prosseguir servindo com Emmanuel.”

E ajudava-me com os treinos, muitointeressantes, que fazíamos em sua intimidade, aolado de nossa irmã Lulu, também médium dedicada.

— “Julinho, o Casimiro Cunha estápropondo uma experiência adestradora...” Erao poeta-irmão, de Vassouras, compondo trovas,sonetos, sonetilhos em que ditava os versosseguidamente pelo Chico, por mim e pela Lulu.Depois era a vez do Chico comentar as “produções”que conseguíamos. Participavam, ainda, dessestreinos, outros Espíritos poetas como o SebastiãoLasneau, o Alfredo Nora, o Cornélio Pires... Tenhoguardadas estas produções como lembranças de umperíodo muito rico em experiências construtivas nacompanhia do estimado amigo.

Também na área dos efeitos físicos, daectoplasmia, de que eu já me valia, e muito, doconvívio com o conhecido médium Peixotinho, dacidade de Campos, e das reuniões no Grupos daFraternidade “Irmã Clotildes” (OSCAL), em Vitória– ES, do qual fiz parte desde sua fundação, pudeabsorver do Chico orientações mais amplas comrelação às tarefas em apreço. Das reuniões com oChico em Uberaba, como já disse, nasceram novasexperiências que muito me gratificaram, como aprodução de luvas em parafina, desenhos a guache,nanquim ou aquarela, produzidos na total obscuridade,esculturas em parafina, verdadeiras filigranas dosartistas espirituais. As reuniões com o Chicoassumiam culminâncias divinas. Os companheirospresentes costumavam dizer: “Foi um “pedaço”, uma“nesga” do Céu na Terra!...

Junto ao Chico não há quem não aprenda e setransforme. Ao seu lado temos a impressão de seviver os tempos apostólicos do Cristianismo, comexacerbada motivação a nos tornar melhores.

Com ele aprendi a compreender melhoro Movimento Espírita, com o que dele fazemos,e a abraçar com dignidade e renúncia todas asdif iculdades que nos surjam ao longo docaminho.

Por orientação do Chico, foram nascendo oslivros que venho editando1 para arrecadar fundospara a obra educativa à qual me dedico desde a suafundação – o IAK. Mas com ele, efetivamenteaprendi a necessária serenidade para vencer osobstáculos sem declinar de minhas obrigaçõesfundamentais.

Com o Chico, muito coisa mudou em minhavida, e mudou para melhor, com certeza.

* * * * * *Junto ao Chico, a nossa postura sempre foi a

do aprendiz, muito mais que cooperador. Nunca mepassou pela cabeça qualquer pretensão decolaborador. O Chico ensejou-me valiosasoportunidades de participar das tarefas depsicofonia, nas reuniões mediúnicas privadas, soba presidência do confrade Dr. Elias Barbosa. A cadamomento, sorvíamos as lições que nos surgiam àfrente.

Também na psicografia, tive experiênciasbastantes proveitosas, sobretudo quandorealizávamos nas reuniões públicas. Mas eu creioter vencido qualquer inibição, a partir dessa época,no que diz respeito às mensagens endereçadasparticularmente a irmãos que buscam consolo naDoutrina ante a perda de familiares e amigos. Forammuitas, que o Chico examinava no dia seguinte,comigo, confirmando-me a filtragem e estimulando-me a prosseguir.

Quanto às páginas de Benfeitores Espirituais,foram tantas e tão diversificadas, tanto na forma,quanto no contexto, que não saberia precisar a quemais tenha marcado.

Casimiro de Abreu, Cornélio Pires, Auta deSouza, Alfredo Nora, Sebastião Lasneau, ConstâncioAlves Cruz e Souza... foram tantos! Não apenas eu,mas igualmente acontecia com a irmã Lulu, tambémmédium, que sempre me acompanhava nestas viagens.

Certa vez Emmanuel ensejou-me filtrar-lhe opensamento.Quando me dei conta, estava com amensagem psicografada à minha frente. Fiqueiatônito! Quando o Chico pediu-me para ler, preferifazer a leitura de alguma coisa filtrada dos Espíritospoetas, escamoteando a mensagem de Emmanuel.Parecia uma intromissão indébita no terreno do Chico.

No dia seguinte, pela manhã, saboreávamosum cafezinho do “Bené” na cozinha do Chico,quando ele nos foi reclamando:

— “Julinho, meu querido irmão, por quevocê não leu a página de nosso caroEmmanuel?”

Corei-me, encabulado, entre evasivasdesconexas. O Chico parecia ler, em secreto, meusreceios.

— “Poderia deixar-me vê-la agora?”Eu a levara comigo no bolso traseiro da calça.

Chico parecia saber de tudo, advinhar tudo... Aotérmino da leitura, com ar de satisfação, que mepassou incrível bem-estar, concluiu com delicadeza:

— “Emmanuel puro! Precisamosentender que Emmanuel não é de Chico nemde ninguém... Depois que abrimos a reuniãocom nossa prece, temos de confiar, Julinho!”

E examinando o texto uma vez mais, pediu-me:— “Poderia obter uma cópia desta

página? Vou endereçá-la a um confrade de SãoPaulo que estava presente à reunião ontem eme havia indagado antes do seu início: – Chico,será que Emmanuel só pode psicografar porvocê? E quando você se for?... Os Espíritosguardam preferências por médiuns?”

E o grande médium acrescentou comhumildade:

— “Dei-lhe explicações bastanteconvincentes acerca das afinidades espirituaise dos compromissos assumidos em nome dasresponsabilidades mediúnicas, lembrando-lheque Emmanuel é de todos e para todos... Estamensagem veio a calhar, meu filho!...”

Envergonhei-me com o sucedido, porém,acolhi à solicitação inesperada por absolutaobediência mediúnica.

1 – “Irthes & Irthes”, “Jornada de Amor”, “Seara da Esperança”,“Presença Jovem” e “Isto vos Mando”.

Na Intimidade de Chico Xavier

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Introdução

Na transição entre os séculos XIX e XX, a árvore espírita foi transplantada da Françapara o Brasil1. Em terras brasileiras, ganhou maior relevo o Espiritismo em sua feição religiosa,embora conservados e estudados os aspectos filosófico e científico.

A abordagem religiosa trouxe consigo o estudo da Bíblia à luz do Espiritismo, em legítimacontinuação do esforço interpretativo de Allan Kardec, publicado na obra O Evangelhosegundo o Espiritismo.

No século XX, diversas obras psicografadas por Chico Xavier2 enfatizaram a importância doestudo e do entendimento da Bíblia, principalmente de seus quatro livros mais conhecidos – osEvangelhos –, que contêm registros históricos sobre a vida de Jesus.

Allan Kardec foi o iniciador, portanto, da interpretação espírita da Bíblia, estudo que aumentacontinuamente, seja em número de casas com reuniões para esse fim, seja em abordagens queobjetivam ampliar o entendimento sobre o Texto Sagrado. O crescente interesse interpretativosuscita um questionamento razoável: qual é a melhor interpretação bíblica à luz do Espiritismo?Ou ainda mais: qual é a melhor interpretação bíblica? Nesse texto, visitaremos várias ordens deidéias, surgidas ao longo dos séculos, como contribuições para a clareza interpretativa.

HermenêuticaO esforço de entendimento de textos, desde o surgimento da escrita entre os gregos, foi

denominado hermenêutica, que significa o estudo da compreensão.Alguns3 estudiosos dividem a hermenêutica em geral e específica, sendo esta associada

à compreensão da Bíblia. Opinião mais moderna4 defende-a como um modo de pensar, comouma atividade que realizamos a todo instante. Ao acordar, olhamos para o despertador einterpretamos o seu significado: se o ponteiro maior estiver sobre o número dois,automaticamente interpretamos esse número como dez (minutos), e não como dois.

Para a hermenêutica, tudo é texto: algumas letras sobre um pedaço de papel, um relógio,uma flor, um acontecimento. Tudo que nos cerca influencia nossa interpretação da vida, etambém o contrário: nossa reação à interpretação repercute na vida, que torna a nos influenciar,num eterno círculo. Eis o que se chama espiral hermenêutica.

O significado mais antigo e mais difundido da palavra hermenêutica refere-se aosprincípios da interpretação bíblica. Há uma justificação histórica para essa definição, vistoque a palavra encontrou o seu uso atual precisamente quando surgiu a necessidade de regraspara o estudo das Escrituras, numa obra5 do ano 1654. Bem antes, entretanto, a busca de regrasinterpretativas já ocupava a mente de pensadores, como Fílon de Alexandria, que declarou, noséculo I, que o Texto Sagrado não deve ser interpretado em sentido literal, mas em sentidoalegórico. Dessa forma, foi possível – àquela época – harmonizar as leituras do Antigo e doNovo Testamento6.

A hermenêutica ganha maior relevo no Cristianismo, que é religião centrada no texto.Jesus fazia referências ao texto do Antigo Testamento, em determinados lances da Sua jornada,de modo a contextualizar o entendimento daqueles que o presenciavam.

Ao longo da história, o esforço interpretativo da Bíblia produziu diversas idéias,sintetizadas em quatro períodos7, ou quatro fases8.

Do século I até a Idade Média, a interpretação era feita pelo critério da autoridade. Poucosprivilegiados tinham o poder interpretativo, e ao crente restava apenas aceitar a opinião alheia.Devido ao pequeno número de interpretadores, houve pouquíssima evolução interpretativanessa primeira fase.

A Reforma Protestante, inaugurando a segunda fase, trouxe notável progresso, vez queos reformistas não podiam recorrer à autoridade da Igreja para a solução das controvérsiasinterpretativas. Sem interpretadores oficiais, produziu-se grande quantidade de regrashermenêuticas para uniformizar o entendimento, à luz dos preceitos que esposavam. Entre1720 e 1820, a cada ano surgia novo manual para ajudar os pastores protestantes9.

O Iluminismo – terceira fase –, como movimento racionalista, repudiava dogmas,existentes tanto na Igreja quanto entre os reformistas. Seus pensadores não fugiram, entretanto,ao desafio da interpretação da Bíblia, que era considerada um repositório de grandes verdadesmorais. Como resultado, houve acentuada intelectualização das afirmações bíblicas. Ahermenêutica tornou-se ferramenta de extração racional de verdades morais do texto bíblico.

Interpretação Bíblica à Luz do Espiritismo – 1ª ParteEstudo em homenagem aos 50 anos do Grupo Espírita Emmanuel, de Belo Horizonte

Eugênio Lysei Júnior

Notas:1 Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho (1938). Humberto de Campos.2 Algumas obras de Chico Xavier sobre o Evangelho: Boa Nova (1942); Caminho, Verdade e Vida (1949); Pão Nosso (1950); Vinha de Luz (1952); Fonte Viva (1956); Palavras de Vida Eterna (1964); Segue-me (1973).3 O Webster Third International Dictionary define-a como: o estudo dos princípios metodológicos de interpretação e de explicação.4 Richard Palmer (1933-) alinha-se com a hermenêutica enquanto corrente de pensamento, e não enquanto ferramenta para elucidação de textos.5 Trata-se da obra de J. C. Danhauer, Hermeneutica sacre sive methodus exponendarum sacrarum literarum, citada por Gerhard Ebeling (1912-2001) apud Palmer.6 A tradição judaica e as culturas orientais possuem riquíssimo acervo de regras de interpretação, que datam de muitos séculos antes de Cristo; não serão, contudo, abordadas neste texto.7 Gerhard Ebeling divide o desenvolvimento da hermenêutica bíblica em sete períodos históricos: pré-cristão, cristão primitivo, patrística, medieval, reforma e ortodoxo, moderno, contemporâneo.8 Palmer cita várias obras dedicadas ao estudo histórico-evolutivo da hermenêutica bíblica, que nos dão pormenores históricos.9 O método histórico-crítico e a análise gramatical das Escrituras, surgidos no Século XVIII, muito contribuíram para essa profusão literária sobre hermenêutica.10 “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade”. Contracapa de O Evangelho segundo o Espiritismo. 112 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1996.11 Capítulo XV de O Evangelho segundo o Espiritismo.

“Porque não me enviou o Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não comsabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo.” – Paulo. I Coríntios, 1:17

A hermenêutica iluminista influenciouo pensamento de Kardec, chegando oCodificador a declarar o vigoroso laço que unea fé e a razão10. A Doutrina Espírita, entretanto,se diferencia do racionalismo puro erepresenta a quarta fase: Kardec utilizou asluzes da razão iluminista, mas deu-lhecontorno prático, ao afirmar que fora dacaridade não há salvação11. Eis a diferençafundamental em relação à fase anterior: oCodificador não estava à procura de alimentoapenas intelectual, ou apenas moral, massobretudo operacional.

Pode-se traçar um paralelo entre asquatro fases históricas e quatro modos deinterpretação bíblica presentes na atualidade:uns se contentam em aceitar interpretaçõesdisponíveis, de acordo com o prestígio dequem as emitiu; outros vêem as SagradasEscrituras como material que alimenta acrítica histórica ou textual, analisando palavrase passagens, e conjugando dados geográficosde forma técnica. Pessoas há que concentramsua atenção nas verdades morais, enquanto queo último grupo acentua a necessidade davivência das mensagens bíblicas.

Os modos de interpretação não sãoestanques, mas se mesclam, de modo quegeralmente utilizamos todos eles; cada pessoaapenas privilegia um ou outro. Partindo dessesmodos clássicos, investigaremos se existe – equal é – a melhor interpretação bíblica. Sai decena a hermenêutica clássica, cedendo espaçoà hermenêutica contemporânea, que seráabordada na segunda e última parte deste texto,na próxima edição de O Espírita Mineiro.

“O ESPÍRITA MINEIRO” JULHO/AGOSTO - 2007 PÁGINA 9

TAREFA ESPÍRITATodas as obras efetuadas realmente, em nome do Cristo, na Terra, excetuada a nossa

humana participação, que habitualmente lhes desfigura a santidade e a beleza, são grandes erespeitáveis.

Sublimes foram todas as vidas asfixiadas no martírio e no sangue para que as sementes daRedentora Revelação alcançassem a Humanidade e abençoado tem sido todo o esforço sincerona preservação dos tesouros da Boa Nova, seja ele realizado nas sombras do claustro ou noambiente libertário e reformista da praça pública.

Todos os cooperadores fiéis de Jesus refletem-Lhe a soberana grandeza, merecendo, porisso, a nossa veneração.

A tarefa, porém, dos espíritas na atualidade, segundo cremos, dentro da condição deherdeiros de Sua luz, reveste-se de considerável importância, de vez que, exumaram do tempoo Evangelho simples e puro, a despertar-lhes o coração para o novo tipo de luta.

Não apenas o testemunho confessional que lhes revele o modo de sentir ou de crer...Não sòmente o culto exterior, quase sempre útil, mas por vezes repleto de sugestões

valiosas...Não apenas o oratória que defina os méritos do Senhor e lhe proclame os dons excelsos...Não sòmente a arte, emoldurando-Lhe as manifestações para uso dos outros...Não apenas o trabalho intelectual que esclarece a mente e prepara a convicção...Mas, sobretudo, a propaganda de Jesus nas próprias vidas, para que a leitura da

exemplificação convença e tranqüilize, liberte e renove a eira do mundo...Para isso, a palavra, a fé, o entusiasmo e a monumentalização da beneficência humana são

convocados, mas, acima de todo êsse material, é imprescindível oferecer ao Senhor na pessoados semelhantes o próprio coração em forma de amor puro e serviço incessante, sem desânimoe sem desespêro, na certeza de que todos somos ovelhas do Divino Pastor, que sòmente nospede submissão, em favor da própria felicidade, no grande caminho de retorno à Gloria Celestial.

(Extraída de O Espírita Mineiro, abril de 1957.)

E X P O E N T E S DO E S P I R I T I S M OSebastião Lasneau

Nasceu Sebastião Lasneau em Barra do Piraí,pequena cidade do Vale do Paraíba no Estado do Riode Janeiro, no dia 12 de novembro de 1900, como filhode Evilásio Antônio Lasneau e Etelvina SantosLasneau. Desencarnou na mesma cidade em 30 demarço de 1969.

Menino pobre, o pequeno Sebastião começoua trabalhar muito cedo em atividades humildes emParacambi e Mendes, cidades do interiorfluminense, até ser admitido como funcionário daEstrada de Ferro Central do Brasil, ondepermaneceu por vinte anos, aposentando-se porinvalidez. Nessa ocasião exercia as funções decabineiro na Estação de Sant’Ana da Barra.

Depois da aposentadoria e já espírita convicto,perdeu completamente a visão em conseqüência deenfermidade ocular (glaucoma). Diabético, sofriatambém do fígado e experimentava dores lancinantescausadas por uma persistente polinevrite. Recorreusem sucesso à ajuda da Medicina. Apesar dosofrimento físico, mantinha-se em consciente eresignada aceitação, consolado pela lógica da DoutrinaEspírita, que ensina não existir efeito sem causa.

Sempre orava rogando forças para resistir àdura prova a que era submetido, sem esquecer asações do bem. Foi quando confrades de BeloHorizonte aconselharam-no a ir à cidade de Caratinga,naquele estado. Em lá chegando, foi conduzido àFazenda Eureka, no município de Itaomi, ondefuncionava o “Grupo da Fraternidade Joseph Gleber”,fundado por Jerry Labbate e companheiros da CapitalMineira, entre os quais Fábio Machado, Jair Soares,Jarbas Franco de Paula, Lídio Henriques e ÊnioWendling. Em suas amplas dependências, inauguradasem janeiro de 1952, realizavam-se notáveis reuniõescom o médium Antônio Sales, através de cuja faculdadeectoplasmática materializavam-se espíritos, quesocorriam portadores de enfermidades várias.Lasneau, submetido à ação desses espíritos generosos,pôde finalmente ser aliviado em suas aflições. Nãorecuperou a visão, mas ficou livre das dores incômodasque sentia no globo ocular.

Sebastião Lasneau era poeta, repentista etrocadilhista; fazia versos de improviso e qualquermotivo lhe sugeria um tema. Além de poeta, foiexcelente expositor de temas doutrinários doEspiritismo, tendo realizado apreciável tarefa nocampo da divulgação doutrinária. Proferiu grandenúmero de palestras em instituições espíritas doEstado do Rio de Janeiro e em outras unidades daFederação, notadamente Minas Gerais. Aproveitavasempre o trajeto de suas viagens para elaborarquadrinhas primorosas, com temas evangélicos edoutrinários, a fim de brindar o público ouvinte.

Visitava com bastante freqüência seu amigoFrancisco Cândido Xavier, participando de reuniõesem Pedro Leopoldo e Uberaba. Quando em BeloHorizonte, incentivava o incipiente Movimento EspíritaJuvenil, freqüentando os eventos das poucasmocidades espíritas, entre elas a “Maria João de Deus”,“Nina Arueira” e “O Precursor”. Compôs versos emelodia para os hinos das duas primeiras agremiaçõese, apenas os versos, para a última, musicada por MariaPhilomena Aluotto Berutto que ocuparia mais tarde apresidência da Federativa Mineira.

Casado com Augusta Dias Lasneau, com elaconviveu durante cerca de sete anos, quando,inesperadamente, ficou viúvo, com dois filhos em tenraidade. Algum tempo depois, casou-se, em segundasnúpcias, com Olívia Lasneau, que se tornou mãecarinhosa para seus filhos e esposa dedicada durantetrinta e seis anos.

Nenhum de seus biógrafos registra quando setornou adepto do Espiritismo. É inegável, porém, terrecebido influência de seu concunhado, o também poetaAlfredo Nora, espírita convicto, servidor como ele daCentral do Brasil e desencarnado em 1948. A ele,dedicou Nora, através de Chico Xavier, dois sonetilhos– sonetos compostos de versos heptassílabos – com o

título “Carta Ligeira”,precedidos desta quadraexplicativa: “Meu Las-neau, não é bilhete./Não é ofício nem ata,/É o coração que desa-ta/Meus pesares numlembrete.” Tal poemafoi psicografado em 2 dejulho de 1960, em Ube-raba, estando presenteLasneau. Posterior-mente foi incluído nolivro “Parnaso deAlém-Túmulo”. O certo é que, em 1944 ingressa eleno quadro social do Grêmio Espírita de Beneficênciade Barra do Piraí, instituição a que dedicou a maiorparte de sua vida.

Com enorme dificuldade, conseguiu editar algunslivros de sua autoria, os quais tiveram os seguintestítulos: “Pôr do Sol”, “Versos para Eva Musa”,“Versos para a Mocidade”, “Poemas de Barra doPiraí”, “Espiritismo em Três-Rios”, “Cancioneirosda Fraternidade”, “Almas que Cantam” e “Quadrasa Completar”. Deixou ainda alguns livros inéditos,intitulados: “Roseiral de Luz”, “Eterna Canção”,“Poemas das Origens”, “Amizade Inter-Planos” eum sem-número de trabalhos, os quais, secolecionados, formariam outros tantos livros.

Sebastião Lasneau dedicou-se também nojornalismo. Foi redator de vários jornais, inclusive do“Jornal do Povo”, de Barra do Piraí. Escrevia

crônicas e poesias, conforme se pode ver nas ediçõesdo jornal, referentes ao ano de 1941. Musicou algunsde seus versos e fez várias paródias espiritualizadasde músicas famosas da época, as quais eram muitocantadas nos movimentos de mocidade. Autor do“Hino do Cinqüentenário de Barra do Pirai”, foipatrono do Ginásio Estadual “São José”. Recebeu otítulo de cidadão Guaraniense, na cidade de Guarani(Minas Gerais). Foi juiz de vários concursos de poesias,inclusive da 1ª CONJEB (I Confraternização deMocidades Espíritas do Brasil), realizadas em Marília( São Paulo), certame levado a efeito no ano de 1965.

Após a sua desencarnação, como homenagempóstuma, foi eleito Patrono do “Circulo dos MissivistasAmigos”, um movimento fraterno que promove acorrespondência entre pessoas livres e encarceradas,em todo o Brasil. Participou também de váriosconcursos, em jogos florais, realizados na cidade deTaubaté ( SP), Nova Friburgo (RJ) e outras cidades,ganhando inúmeros certificados.

Sebastião Lasneau foi, portanto, um dosgrandes vultos espíritas, cuja obra teve por cenárionumerosas cidades do Estado do Rio de Janeiro e deoutros Estados do Brasil, fazendo-o através de umaparticipação efetiva e constante, em todas as grandesrealizações que eram efetuadas em prol da divulgaçãoda Doutrina dos Espíritos, tornando-se, por isso, umapersonalidade querida e requisitada por todos.Fonte:1. LUCENA, Antônio de Souza e GODOY, Paulo Alves. Personagens do Espiritismo. São Paulo: Edições FEESP, 1982.2. Depoimentos de Arnaldo Rocha e Cléber Varandas

PÁGINA 10 JULHO/AGOSTO - 2007 “O ESPÍRITA MINEIRO”

Reuniu-se em Barbacena a Comissão Regional Sul do COFEMGNos dias 16 e 17 de junho, nas dependências

da Escola Federal Agrícola de Barbacena, foirealizada a reunião de 2007 da Comissão RegionalSul do Conselho Federativo Espírita de MinasGerais.

Estiveram presentes cerca de 150 confradesdos CRE de Barbacena, Juiz de Fora, Lavras,Piumhi, Poços de Caldas, Santa Rita do Sapucaí,Varginha e Viçosa, além de representantes da UniãoEspírita Mineira.

Na abertura do evento, sábado dia 16, noauditório da EFA de Barbacena, Honório de Abreu,presidente da União Espírita Mineira, pronunciousubstanciosa palestra sobre “Evolução eAperfeiçoamento”, ouvida com atenção por todosos participantes.

Nos trabalhos do domingo, 17, com oDepartamento para Assuntos de Unificação reunidocom os dirigentes dos CRE já citados, foramtratados os seguintes assuntos:• Atendimento Espiritual na Casa Espírita• Sesquicentenário de O Livro dos Espíritos –

atividades realizadas pelos ConselhosRegionais Espíritas para comemoração dos150 anos do Espiritismo.

• IV Congresso Espírita Mineiro – informaçõessobre o andamento das ações para realizaçãodo Congresso em 2008

• Conselho Federativo Nacional de abril/07 –informações sobre a reunião e sobre o Plano

Participantes da Reunião em Barbacena

de Trabalho para oMovimento EspíritaBrasileiro – 2007 a2012 e Orientaçãoao Centro Espírita

• “Orientação aoCentro Espírita” –informações sobrea nova versão doopúsculo aprovadopelo ConselhoFederativo Na-cional

• II CongressoEspírita Brasileiro –informações sobre oCongresso realizado emBrasília em comemo-ração dos 150 anos daDoutrina Espírita.

Ficou decidido que os temas do próximoencontro da Comissão Regional Sul serão:• Conceito Espírita de assistência social em face

das novas exigências legais• Atendimento Espiritual na Casa Espírita – re-torno

Simultaneamente à reunião dos dirigentes,os representantes dos Departamentos deAtendimento e Promoção Social Espírita, deComunicação Social Espírita, de Esperanto, de

Estudo Minucioso do Evangelho, de EstudoSistematizado da Doutrina Espírita, deOrientação Mediúnica, de Infância e Juventudee seu Setor de Família realizaram proveitososencontros em locais diversos da Escola FederalAgrícola. Estiveram analisando a pauta pré-elaborada e escolhendo os assuntos a seremtratados na próxima reunião da ComissãoRegional Sul.

Consoante regis-tro na edição anteriordeste jornal e em outrosórgãos da imprensaespírita, houve em Juiz deFora, para comemorar oSesquicentenário de OLivro dos Espíritos, oplantio de 150 árvores namargem direita daAlameda EngenheiroGentil Forn, a partir dotrevo Vale do Ipê, áreanobre da cidade.

A iniciativa con-tou com o apoio daPrefeitura local que,através da represen-tante do prefeito, Sra.Marluce Araújo Ferreira,efetuou o plantio daprimeira árvore.

A p r e e n d e n d otodo o simbolismo doplantio dessas árvores,“enfileiradas numasubida, à beira doabismo”, a sensibilidadeda escritora NaraCoelho, do Departa-mento de ComunicaçãoSocial Espírita da AME-JF, produziu o primor detexto exibido ao lado.

AS ÁRVORES DE KARDEC

Representantes dos Departamentos ouvem Felipe Estábile

Componentes do DESDE em atividade

Solenidade de abertura

“O ESPÍRITA MINEIRO” JULHO/AGOSTO - 2007 PÁGINA 11

ATUALIDADE ESPÍRITA ATUALIDADE ESPÍRITA ATUALIDADE ESPÍRITA ATUALIDADE ESPÍRITA

A UEM EM POÇOS DE CALDASA convite da Aliança Municipal Espírita de Poços de Caldas, o Departamento para Assuntos de

Unificação da União Espírita Mineira esteve em Poços de Caldas no dia 24 de junho de 2007.Felipe Estabile Moraes e William Incalado Marquez, diretores da UEM, discorreram sobre o “Esquema

Federativo Mineiro”, com ênfase para os fundamentos históricos do Movimento Unificacionista do Espiritismo,as conquistas atuais e as perspectivas que se delineiam para o futuro.

Realizado na sede do Centro Espírita União Fraternal Raul Cury, o evento contou com a presença de20 representantes de casas espíritas de Poços de Caldas que, em envolvimento fraternal, conversaramsobre o Movimento de Unificação.

Na ocasião, a diretoria da AME local homenageou a União Espírita Mineira, lembrando-lhe os 99anos de fundação.

LANÇAMENTO DE LIVRO DA UEM EM LONDRESO novo livro de João Lúcio, Dimensões do Consolador, foi lançado no último dia 21 de maio em

Londres, na Inglaterra, no Allan Kardec Study Group – UK. A distinta irmã Janet Duncan, pioneira espíritana terra de Sir William Crooks, foi responsável pela apresentação da obra junto aos irmãos britânicos ebrasileiros que freqüentam aquele valoroso grupo de estudos doutrinários.

Wagner Gomes da Paixão, após calorosa apresentação do livro do qual foi medianeiro, feita poraquela anfitriã, pôde falar, com tradução simultânea, aos confrades e simpatizantes sobre a Doutrina e oCongresso realizado em Brasília, em abril passado, bem como acerca dos planos da Espiritualidade Superiorem relação ao Mundo, tendo em vista a implantação da Era da Regeneração no Orbe.

FEIRA DO LIVROESPÍRITA EM OUTUBRO

Está chegando a tradicional Feira do LivroEspírita da UEM, que este ano alcançará sua 25ªedição.

Programada para o período de 1º a 7 deoutubro de 2007, na Livraria da União EspíritaMineira, Rua Guarani, 315, a Feira, sempre fiel aoobjetivo de difundir o livro espírita de qualidade,estará concedendo desconto mínimo de 30% emtodas as aquisições, sendo aceitos todos os cartõesde crédito, inclusive em planos de parcelamento.

Em todas as noites, sempre às 19:30 horas,haverá palestras doutrinárias a cargo deconsagrados expositores do Movimento Espírita.

Realizou-se em 15 de julho de 2007, no auditório da União Espírita Mineira, o II Fórum Espírita deArte - FEARTE, promovido pelo Setor de Juventude do Departamento de Infância e Juventude da UEM, emparceria com grupos teatrais espíritas.

Com a presença de cerca de 120 pessoas, foi cumprida variada e extensa programação, das 8 às 18horas, distribuída em dois módulos – matutino e vespertino –, separados por intervalo para almoço econfraternização.

As atividades compreenderam três palestras, proferidas por Honório de Abreu, Claudinei Rodriguese Wagner Gomes da Paixão, duas apresentações teatrais e três painéis sobre dramaturgia espírita em seusvariados aspectos, enfocando as linguagens teatrais, os recursos cênicos e o ator espírita.

A Companhia Espírita Laboro, a Companhia Alma Dellart e o Grupo Espírita Gênesis colaborarampara o êxito do evento, do qual participaram inúmeros jovens das casas espíritas da grande BH, que puderamampliar conhecimentos, renovar conceitos e partilhar experiencias sobre a arte espírita.

Para comemorar os 150 anos de lançamento de O Livro dos Espíritos, os dinâmicos dirigentes daAME-Montes Claros e colaboradores das casas espíritas adesas promoveram Feira do Livro Espírita nosaguão do Shopping Popular daquela cidade, dias 18, 19 e 20 de abril.

O evento despertou o interesse do grande público, ao qual foram prestadas informações sobre asobras básicas da Codificação, localização e atividades das instituições espíritas da região.

Na noite de 18 de abril, data alusiva ao Sesquicentenário da primeira obra da Codificação Kardequiana,houve palestra pública no auditório da Câmara Municipal, proferida pelo confrade Wesley Soares Caldeira.

Ressalte-se que o acontecimento, cuja divulgação fora feita através de cartazes e out-doors emlocais estratégicos, teve ampla repercussão nos jornais, rádios e TV locais, sendo presenciado por universitáriosem trabalho programado pela Faculdade de História da UNIMONTES – Universidade Estadual de MontesClaros.

ABRIGO JESUS: 70 ANOSDefinida a programação para comemorar os

70 anos do Abrigo Jesus, fundado em 25 de julhode 1937.

No sábado, 25 de agosto, com início às 15horas, no auditório Rubens Romanelli, o presidenteda UEM, Honório Onofre de Abreu, fará a palestrade abertura discorrendo sobre “ComunicaçãoSocial Espírita”, seguindo-lhe o confrade CléberVarandas de Lima, ex-presidente da instituiçãoaniversariante, que falará sobre a “História doAbrigo Jesus”.

No domingo 26, às 9 horas, LeniceAparecida de Souza Alves e Wagner Gomes daPaixão abordarão respectivamente os temas “AInfância no Evangelho” e “Mediunidade”.

Entre as palestras haverá intervalo para lanchee visita às dependências da Instituição, encerrando-se a atividade de cada dia com uma apresentaçãomusical.

ESPIRITISMO EMCATAGUASES

Dois eventos importantes foram realizadospelos dinâmicos dirigentes da AME-Cataguases.

O primeiro, a Feira de Amostra Espírita, de20 a 21 de julho de 2007, em homenagem aos 150anos da Doutrina Espírita, com palestras, filmes,teatro e músicas, tendo como local o InstitutoFrancisca de Souza Peixoto.

O segundo, de 22 a 29 do mesmo mês, foi a49ª Semana Espírita de Cataguases. As palestrasprogramadas iniciaram-se às 19:30 horas, com osseguintes temas e expositores: “A FeiçãoConsoladora do Espiritismo” – José Passini; “OsPrincípios Basilares do Espiritismo” – LucianoAlencar da Cunha; “Sede Perfeitos” – AlcioneAndries; “Jesus, Kardec e Nós” – Luiz Cláudio daCosta; “As Mulheres do Evangelho” – EduardoMaluf; “O Centro Espírita que Kardec queria” –Luiz Carlos dos Santos; “Jesus e Nicodemos” –Walter Borges.

Encerrando a Semana Espírita, o mesmoexpositor coordenou seminário, de 9 às 12 horas,no Centro Espírita Paz, Luz e Amor, tendo por tema“O Bom Samaritano”.

TEATRO NA CASA ESPÍRITA

PALESTRA ESPÍRITA NA CÂMARA MUNICIPAL DE MONTES CLAROS

RECANTO DA SAUDADE EM CASA NOVARecanto da Saudade, denominação poética sugerida por Oscar Coelho dos Santos, antigo dirigente da

UEM, para nomear o lar destinado ao acolhimento de idosas carentes, está funcionando em novas, amplase confortáveis dependências.

Mantido há muitos anos pela Sociedade de Amparo à Pobreza, ocupou pequeno prédio na confluênciada Av. do Contorno com Rua Bernardo Guimarães, local hoje inadequado para a finalidade.

O novo lar das vovós compreende duas alas com 11 amplos apartamentos, acomodando cada umduas pessoas, obedecendo às rígidas normas do Ministério da Saúde. Por escassez de recursos, a segundaala ainda não foi ativada.

Os responsáveis pelo novo Recanto da Saudade, localizado na Rua Carmelita Prates Silva, 393,Salgado Filho, em Belo Horizonte, convidam nossos leitores para uma visita, no horário das 14 às 17 horas,diariamente. Mais informações pelo telefone 3372-0520.

A Aliança Municipal Espírita de Belo Horizonte, em parceria com a União Espírita Mineira, irá realizarno dia 26/08/07, das 14:30h às 18:00h, a II Conferência de Dirigentes e Coordenadores de CasasEspíritas.

O tema será 150 Anos de Doutrina Espírita: Dirigindo Corações. desdobrado em dois subtemas:“Viagem Espírita de 1862 a 2007” e “Atendimento Espiritual na Casa Espírita”. Ao final será realizado umdebate para que o público participe e tire dúvidas.

Espera-se a presença de presidentes e coordenadores de departamentos e atividades das Casas Espíritas.Inscrições antecipadas através da AME-BH: 3427-4265.

II CONFERÊNCIA DE DIRIGENTES E COORDENADORES DECASAS ESPÍRITAS

PÁGINA 12 JULHO/AGOSTO - 2007 “O ESPÍRITA MINEIRO”

E S P E R A N T O - Língua InternacionalAprendamo-la!

Emmanuel(Extraída da mensagem “A Missão do Esperanto”

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.) IMPRESSO

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Especial7317505003-DR/MG

UNIÃO ESPÍRITA MINEIRACORREIOS

Meus queridos irmãos e caríssimas irmãs denossa Doutrina de Amor e Perdão, Jesus seja anossa bênção de cada instante!

Genuflexa ante a força da Luz que nosalcança nesta data do nonagésimo nono aniversáriode nossa querida União Espírita Mineira, nósdesejamos agradecer.

Agradecer a Deus, que nos permite aprenderSuas Leis e exercitar o Amor com Aquele que nosenviou: Jesus. Agradecer ao Celeste Irmão que nostem guiado os passos, especialmente através doConsolador, a nós enviado pelas mãos abnegadas elúcidas de Allan Kardec. Agradecer, ainda, pelomissionário da mediunidade e da humildade, queentre nós – e nesta Casa, por tantas décadas –exemplificou a Doutrina Consoladora, ajudando-nosa sentir Jesus entre nós: Francisco Cândido Xavier!

Se hoje nos encontramos de pé, nesta honrosarepresentação dos trabalhadores desencarnados daCasa-Máter do Espiritismo em Minas Gerais –distinção que não merecemos –, isto devemos aospioneiros da Luz e do Amor, que nesta Seara quenos abriga, ofereceram o próprio coração e a suavida, a fim de que alcançássemos o equilíbrio e adádiva do sentimento caridoso!

São obreiros dignos e já iluminados os quenos abençoam com sua história de fé e doação.

Considerando os cinco anos de desencarnaçãodo querido médium mineiro, o Centro Espírita LuizGonzaga — fundado por Chico e demaiscompanheiros em sua cidade natal — promoveu,mais uma vez, a Semana Espírita que há quatro anosvem se reeditando, nesta oportunidade com o tema:1927-2007 — Oitenta Anos Depois. Trata-se de

São irmãos conscientes e benfeitores, os que nossustentam os passos ainda vacilantes, a nos conduzirpelas sendas do mundo terrestre para Deus!

Noventa e nove anos, meus queridos irmãos,assinalam a estrada da nossa União no patamar dasinstituições que operam, com história e heroísmo, arenovação da Humanidade.

Estamos acompanhando o florescimento da“Casa de João Batista”, que ante o seu centenário,contado a partir deste dia, projeta-se em difusãoluminosa no Congresso a se realizar, tanto quanto nanova sede que recebeu a chancela do Mais Alto.

Nas Alterosas amadas, a Mensagem Espíritaalcança esplendores. Não pelo aspecto físico dosempreendimentos anunciados, mas pela maturidadedoutrinária e evangélica em sua dinâmicaunificacionista e pelo engajamento dos irmãos debom-senso, a viverem fraternalmente, calando seusciúmes e suas pretensões, para enaltecerem, juntos,de corações entrelaçados e mãos dadas, o trabalhoda Luz Divina!

Nossa presença tem, portanto, essa conotaçãode gratidão e profundo reconhecimento ao PlanoEspiritual e a todos vocês – os servidores da Luzentre os homens!

Não nos impressionemos com as tormentase as deserções. Nossa legenda continua a mesma:

Jesus, Kardec e Emmanuel! Dentro disso, a forçade nossa fé raciocinada nos permite compreender,servir e amar.

Nossos Benfeitores, que agora contam como Espírito doce e generoso de nosso FranciscoCândido Xavier, ocupam-se da expansão destaconsciência espírita-cristã no Mundo, e nós, nacondição de candidata sincera à sublime iniciaçãona Luz, sentimo-nos embalada pela candura doscitados expoentes do Amor.

Sigamos juntos, meus irmãos. Avancemos pelaestrada verdejante e florida da caridade e do perdão!

A missão da Federativa que reúne os espíritasmineiros diz respeito à nossa união fraternal, tendoo Espiritismo por bandeira alvinitente e salvadora.

Recebam o carinho daqueles que me fazemrepresentante de suas vibrações sábias e amorosas.Recebam o reconhecimento e as lágrimas deveneração desta apagada irmã e servidora, que atodos vocês envolve num amplexo de esperança efervor!

Maria Philomena Aluotto Berutto

(Mensagem psicografada pelo médium Wagner Gomesda Paixão no dia 24/06/2007 na sede da União Espírita Mineira,em Belo Horizonte, MG, durante evento comemorativo dos 99anos da Federativa de Minas)

Trabalho de Luz

referência às oito décadas transcorridas desde queChico, aos 17 anos de idade, psicografou a primeiramensagem de sua vida, junto ao casal Pena Perácio,que à época prestava auxílio a uma de suas irmãs,então acometida por grave quadro obsessivo.

Convidado a palestrar na abertura do evento,que se deu exatamente no dia 30 de junho passado,data do aniversário de desencarne de Chico, naCâmara Municipal de Pedro Leopoldo, o presidenteda Federativa de Minas, Honório Onofre de Abreu,discorreu sobre a história evolutiva da Terra,assinalando passos significativos de nosso progressomoral, em que as revelações implantaram balizas devulto, tendo por agentes da Providência Divina oscorações cultores da Verdade e do Bem. Situadonesse contexto, Chico Xavier, em sua condição demédium espírita-cristão, se torna, para a Humanidade,uma referência de abnegação e humildade, de

IV SEMANA ESPÍRITA CHICO XAVIER

lealdade ao Cristo e à Doutrina Consoladora, tendopor objetivo a felicidade e a paz dos semelhantes.

Na comitiva da UEM, alguns trabalhadores econselheiros, como Arnaldo Rocha, Lenice Aparecidade Souza Alves, Wagner Gomes da Paixão, José deAndrade Drummond, Adriano Miglio, além de outroscompanheiros.

A União Espírita Mineira esteve em Pedro Leopoldo e participou da abertura do evento

Mesa Diretora na abertura do EventoDelegação da UEM

Coral da Sociedade Espírita Maria NunesParte do público presente Honório de Abreu ao iniciar sua palestra