coloquio cumplicidades bairro, apresentação maria manuela mendes
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Apresentações do colóquio As cumplicidades do Bairro, realizado pelo CEACT/UAL a 22 de janeiro de 2013.TRANSCRIPT
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Maria Manuela Mendes, FA-UTL e CIES-IUL
CIDADE(S) ENTRE BAIRROS
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1. Intersecções de um bairro online Reflexões partilhadas em torno do blogue Viver Lisboa Graça Índias Cordeiro e Tiago Figueiredo 2. “Ainda há bairros na cidade?” Teresa Sá 3. Narrativas de Bairro numa Cidade em Mudança: o Bairro como catalisador de urbanidade da cidade Jorge Nicolau 4. Projectar a cidade entre bairros: Lisboa, um Projecto de Cidade em Mudança Carlos Henriques Ferreira 5. Algumas complexidades do bairro no contexto da cidade: o caso do bairro da Bela Vista José Luís Crespo 6. Uma política cultural e artística para o desenvolvimento territorial: o caso do Vale da Amoreira António Guterres 7. Bairros de génese ilegal: metamorfoses dos modelos de intervenção Isabel Raposo 8. A demolição do bairro do Aleixo e a acção da população local vista pela imprensa diária e nas notícias online Maria Manuela Mendes
Fig. 1 PUAL- área de intervenção Fonte: Tiago Figueiredo e Graça Cordeiro
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Fig. 2 Alta de Lisboa Créditos: Mendes e Caetano, 2012
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Fig. 3 Alta de Lisboa Créditos: Mendes e Caetano, 2012
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Fig. 5. SETÚBAL, Bela Vista 6
Fig. 6: Funções e valências do CEA, por Pedro Pinhal Fonte: António Guterres 7
Espinhal, Unhos
Fig. 7 Habitação arrendada 8 Fonte: Projecto “Reconversão e Reinserção Urbana de Bairros de Génese Ilegal” - CIAUD da FAUTL
Fig. 8 Residência permanente
Quinta da Lobateira, Seixal
Fig. 10 Proprietário e residente com um
estabelecimento comercial no bairro
Fig. 9: 2ª habitação e local de trabalho
(empresa de serviços)
Fonte: Projecto “Reconversão e Reinserção Urbana de
Bairros de Génese Ilegal” - CIAUD da FAUTL
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Maria Manuela Mendes, FA-UTL e CIES-IUL
“A demolição do bairro do Aleixo e a acção da população local
vista pela imprensa diária e nas notícias online”
1. Questões prévias -Urbanização e industrialização
-soluções improvisadas e tardias
-desindustrialização da cidade -as orientações das políticas urbanas (desde 1974): •novas construções de alojamentos sociais (até finais dos anos 90); •apagamento da problemática do centro histórico da cidade; •ausência de investimento na recuperação dos bairros sociais; •existência de ilhas e de populações mal alojadas; • recurso pontual a programas europeus de desenvolvimento urbano; •desertificação da baixa citadina • emergência da Sociedade de Reabilitação Urbana …
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2. Bairro do Aleixo - apresentação do contexto local
Noção Bairro
• ideologia comunitária; expressão normativa
• os efeitos do espaço (Bourdieu, 1993) e os efeitos do lugar (Bidou-Zachariasen, 1997)
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2. Bairro do Aleixo - apresentação do contexto local
Fonte: Google Maps
Foto 1. Localização do Bairro do Aleixo
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Fonte APSPBA, 2010
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Foto 2. Vistas da Torre 2
Fonte APSPBA, 2010
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Foto 3. Vistas da Torre 2 sobre VN de Gaia e Arrábida
Foto 4. Torres do Aleixo
Fonte : APSPBA, 2010
- antes de 25 de Abril de 1974 (entre
1968 e 1976), 5 torres de 13 pisos,
cada uma contendo 64 fogos.
Atributos:
o mais problemático;
“bairro das drogas”, “ bairro do tráfico”,
“gueto portuense”;
centro de tráfico e de consumo de
droga (o atributo mais frequente)”,
“mercado e supermercado do norte do
país aberto 24 h por dia” ;
chaga social e “vergonha da
cidade”(discursos do Pres. da Câmara).
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2. Bairro do Aleixo - apresentação do contexto local
Fonte: Google Maps
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Foto 5. Rua Arnaldo Leite, principal acesso ao bairro e à Torre 1
Foto 6. Torre 1, entrada principal
Fonte: Google Maps
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Fonte: Google Maps
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Foto 7. Torre 2, entrada do Centro de Convívio da APSPBA
Fonte: Mendes, 2005 21
Foto 8. Torre 3 do Aleixo
[1] Notar que os dados da CMP e os do INE não são directamente comparáveis pois, para além de se reportaram a anos e a espaços com limites ligeiramente diferentes, podem não utilizar os mesmos critérios na definição das famílias.
Fonte: CMP, Estudo Sócio-Económico da Habitação Social Municipal e INE, Censos 2001
Quadro 1 – Famílias por número de elementos e dimensão
média[1]
Dados sócio-
demográficos
CMP
(1999)
Censos
(2001)
Nº Total de Famílias – nº 292 357
Nº indivíduos 1361 1379
1 ou 2 pessoas - % 17,1 29,4
3 ou 4 pessoas - % 37,0 38,7
5 ou mais pessoas - % 45,9 31,9
Dimensão média das Famílias Bairro do Aleixo 4,7 3,9
Concelho do Porto - 2,6
A.M.P. - 2,9
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- elevada a proporção de residentes com menos de 25 anos ( mais de 40% dos residentes);
- 47,5% têm o 1º Ciclo EB (CMP, 1999); -32,4% da população trabalha, encontrando trabalho principalmente no sector terciário (INE, 2001); -56,7% não têm actividade económica (mais de 30% são estudantes) (INE, 2001);
-quase metade da população residente empregada insere-se nos trabalhadores não qualificados (CMP, 1999);
-pouco mais de 3% das pessoas com emprego são “quadros superiores”, “profissões intelectuais e científicas” e “técnicos intermédios”
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3. O futuro do bairro - demolição versus reabilitação
• a acção política local tem apostado, ora em
acções pontuais de requalificação urbana, ora ainda em iniciativas que passam pela demolição dos “bairros-problema” e não tanto em políticas mais estruturantes que envolvam a reabilitação ou a regeneração destas zonas da cidade;
• intervenção camarária prevista para o Aleixo é classificada de “requalificação urbana”;
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3. O futuro do bairro - demolição versus reabilitação
Consórcio público/ privado e com uma pequena participação da autarquia, tendo-se criado o Fundo Especial de Investimento Imobiliário (FEII).
24-25 m2 de área bruta de construção, 120 casas (com um valor de 11-13 milhões de euros), 20% dessa área deverá ter correspondência em habitações reabilitadas no centro; 5 lotes para construção de edifícios de 8 pisos com T3 e T4 com valores de mercado entre os 450-600 mil euros. O lucro estimado é de 63,4 milhões de euros.
CMP classificou o Aleixo como “área de reabilitação urbana” sustentando que irá desencadear operações de loteamento e obras de urbanização para recuperar a área (Correia, 2009).
A “reabilitação urbana” (Lei nº 67-A/2007 de 31 de Dezembro) é o “processo de transformação do solo urbanizado, … com o objectivo de melhorar as suas condições de uso, conservando o seu carácter fundamental” (sublinhado nosso).
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Esta proposta não configura nem um processo de reabilitação, nem de requalificação urbanas!!
Destruição do edificado existente e remoção dos habitantes
Minoração e subvalorização da acção da
população e associações
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Foto 9. A implosão do conjunto Pruitt-Igoe, localizado em St Louis, EUA, 1972
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=t29fgA5M7VA
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Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=t29fgA5M7VA
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Foto 10. A implosão do conjunto Pruitt-Igoe, localizado em St Louis, EUA, 1972
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Mas outras soluções merecem discussão…
•A da reutilização de espaços, competências, potencialidade e capacidades
deste lugar e da sua população, que deverão proporcionar uma melhor
qualidade de vida no espaço habitado (Druot, Frédéric; Lacaton, Anne and
Vassal, Jean-Philippe, 2004).
Foto 11. Aleixo renovado, Ana Pinho (estudante de Arq. FAUP)
“Os pobres também têm direito a boas vistas” (morador do Aleixo, JPN, 22/7/08)
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Fonte APSPBA, 2010
Foto 12. Vistas sobre a Afurada e a Foz do Douro da Torre 2
“Que culpa tenho de ser pobre? Que culpa tenho de ser rico em
paisagem?” (morador em 7/8/08, in solidariedade.pt)
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Fonte APSPBA, 2010