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COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ DE ANCHIETA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA
ALEMÃO - CELEM
UNIÃO DA VITÓRIA – PR 2012
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O ensino de Línguas Estrangeiras (LE) no Brasil tem passado por várias
mudanças para atender as necessidades sociais atuais e para oportunizar a
aprendizagem dos conhecimentos produzidos ao longo da história às novas
gerações.
No início da colonização houve a preocupação do Estado português em
promover a educação para facilitar a dominação e expandir o catolicismo. Assim
coube aos jesuítas a função de ensinar o latim aos gentios.
Com a chegada da família real ao Brasil, passou a ser valorizado o ensino de
línguas. Surgindo então os primeiros professores de Inglês e Francês com o objetivo
de melhorar a instrução pública e atender às necessidades do comércio. Esse
ensino era voltado para a Abordagem Tradicional privilegiando a escrita e o estudo
da gramática.
A partir do século XIX, Saussure estabelece a oposição entre “langue” e
“parole”, surgindo então elementos possíveis para a análise da língua.
Fundamentando assim o estruturalismo.
Devido a várias questões sociais, econômicas e políticas, muitos imigrantes
vieram para o Brasil em busca de melhores condições de vida.
Essas colônias que se formaram no Brasil tentavam preservar suas culturas,
organizando-se muitas vezes até para manter as escolas de seus filhos, uma vez
que o Estado brasileiro não ofertava atendimento escolar a todos. Devido a isso, o
currículo era centrado no ensino de língua e da cultura dos ascendentes das
crianças.
No Paraná, as colônias que prevaleciam eram de italianos, alemães,
ucranianos, russos e japoneses, muitas vezes, o ensino da Língua Portuguesa era
tido como língua estrangeira.
Em 1917, com a concepção nacionalista, a educação passou a ser
solidificada valorizando o espírito nacional, assim as escolas estrangeiras ou de
imigrantes foram fechadas e então foram criadas primárias sob a responsabilidade
dos estados.
Neste contexto, em 1931, foi iniciada a reforma do sistema de ensino para
encaminhar o país ao crescimento econômico, surgindo assim o Método Direto,
vindo de encontro aos novos anseios sociais, impulsionando as habilidades orais.
Perdendo aqui a língua materna seu papel de mediadora, e todo o processo passou
a ser voltado para o acesso direto da língua, sem intervenção da tradução.
Desta forma, o MEC passou a privilegiar, nos currículos oficiais, conteúdos
que fortaleciam e valorizavam a identidade nacional. Resultando assim a aversão ao
estrangeirismo, onde muitas escolas foram fechadas ou perderam sua autonomia.
Com a Reforma Capanema de 1942, o currículo oficial solidifica ideais
nacionalistas. Com a divisão do curso secundário em ginasial e colegial, o prestígio
das línguas estrangeiras foi mantido apenas no ginásio. Sendo que o MEC era
responsável por indicar aos estabelecimentos de ensino o idioma a ser ensinado nas
escolas.
Pós a Segunda Guerra Mundial, intensificou-se a necessidade de se aprender
inglês, quando o ensino ganhou, cada vez mais, espaço no currículo, em detrimento
do francês.
Nos anos 50, com o desenvolvimento da lingüística, surgiram mudanças
significativas quanto aos métodos de ensino. Quando os lingüistas Bloomfield, Fries,
Lado, dentre outros, baseados nos estudos da escola Behaviorista, trabalhavam a
língua a partir da forma para se chegar ao significado. Surgindo assim os métodos
audiovisual e áudio-oral. Com o intuito de formar rapidamente falantes de uma
segunda língua.
A partir da década de 60, com base na psicologia cognitiva, a validade da
teoria Behaviorista passou a ser questionada. Então, sob as idéias de Chomsky
(1965), surge a Gramática Gerativa Transformacional que reestruturou a visão da
língua e de sua aquisição.
Nos anos 70, Piaget desenvolveu a abordagem cognitiva construtivista, na
qual a aquisição da língua resulta na interação entre o organismo e o ambiente,
através do desenvolvimento da inteligência.
Desde a década de 50, o sistema educacional brasileiro era voltado ao
mercado de trabalho (ensino técnico), com o intuito de formar profissionais capazes
de trazer mudanças ao país. Acarretando assim a diminuição da carga horária das
línguas estrangeiras.
A LDB – 4.024 de 1961 – determinou a retirada da obrigatoriedade do ensino
de LE. Mesmo assim, a língua inglesa não perdeu a sua valorização devido às
demandas do mercado de trabalho.
Com a reforma da LDB – através da Lei 5692/71 – houve a desobrigação da
inclusão de línguas estrangeiras no currículo de 1º e 2º Graus. Tornando-se, desta
forma, o ensino de LE um privilégio das classes abastadas.
Em 1976, o ensino da LE volta a ser valorizado desde que em condições
favoráveis na escola. Isso fez com que muitas escolas suprimissem a língua
estrangeira ou reduzissem seu ensino para uma hora semanal. Ofertando apenas
um único idioma.
No Paraná, iniciou-se um movimento de professores de LE pelo retorno da
pluralidade da oferta de línguas estrangeiras nas escolas públicas. Surgindo assim,
a partir de 1986, os Centros de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEM). A Língua
em questão deste documento é a língua alemã. Este curso perfaz 2anos duração.
Ao final dos dois anos , devidamente aprovado (aluno/a) receberão certificado,
emitido pela Secretaria de Educação do Estão do Paraná, comprovando sua
participação no curso e estes dados, como nota e freqüência, constarão também em
seu histórico escolar.
Com as constantes necessidades de mudanças metodológicas, surgiram
novas abordagens, baseadas no conceito de competência comunicativa, englobando
as quatro habilidades: leitura, escrita, fala e audição. A partir das idéias de Paulo
Freire de 1990, a abordagem comunicativa passou a ser criticada, dando vazão ao
campo da pedagogia crítica, com a análise do discurso, onde o foco até então,
centrado na gramática, passou para o texto.
Em 1996, a LDB – Lei de nº 9.394/96 – determinou a oferta obrigatória de
pelo menos uma língua estrangeira moderna, no ensino Fundamental partir da 5ª
série, onde a escolha do idioma fica a cargo da comunidade escolar. Já no Ensino
Médio, a lei determina a inclusão de uma língua estrangeira moderna, como
disciplina obrigatória, também escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda,
em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição.
Observando todo o processo histórico do ensino da língua estrangeira, em
nosso país, desde a implantação até os dias de hoje, deparamo-nos frente a novos
enfoques teóricos, que se interessam pela análise do discurso a partir da
perspectiva de interação social. Como afirma Paulo Freire (2000), não há cultura e
nem história sem transformações sociais.
Dessa forma, o ensino de LE voltar-se-á para o desenvolvimento do conteúdo
estruturante, como prática social. Favorecendo, desta forma, o uso da língua nessa
perspectiva interativa.
Esses conhecimentos de maior amplitude do ponto de vista do processo
dialógico, em que dialogam e relacionam-se continuamente uns com os outros, o
que vai possibilitar uma abordagem do discurso na sua totalidade, garantindo assim
a compreensão e expressão do aluno, através das seguintes práticas: leitura,
escrita, oralidade e auditiva.
Recaindo, desta forma, o foco do trabalho dirigido para a necessidade dos
sujeitos interagirem ativamente dentro de diferentes formas discursivas.
O ensino de Língua Estrangeira não é algo estático, mas transforma-se
histórica e socialmente. Desta forma, não deve ser considerada como um conjunto
de estruturas sistemáticas do código lingüístico, mas como um processo dinâmico
que é construído e organizado de acordo com as percepções de mundo das culturas
e sociedades envolvidas.
O objeto da língua estrangeira é a língua como processo discursivo,
envolvendo cultura, ideologia, sujeito e identidade. Na proposta pedagógica
curricular, construída segundo Bakhtin (1988), o discurso é construído a partir da
interação e em função do outro. De acordo com esta visão, a língua estrangeira
serve como instrumento para ampliar as formas de conhecer outros meios de
construção da realidade. Assim, sendo a língua considerada como discurso,
transmite significados e não apenas os constrói. Neste enfoque, língua e cultura são
vistas como variantes de grupos e contextos específicos. Na concretização do
discurso são passadas cargas ideológicas repletas de significados culturais. Desta
forma, conclui-se que, a língua estrangeira pode favorecer a construção das
identidades dos alunos e as ligações entre a comunidade local e planetária.
Com base nessas considerações, entende-se que o objetivo do ensino de
língua estrangeira não é somente o lingüístico, mas também ensinar e aprender
formas de perceber o mundo, construindo sentido e identidade. Tal construção
acontecerá nas interações entre professores e alunos, na análise das questões
globais, desenvolvendo uma consciência crítica sobre o papel das línguas na
sociedade. Trata-se do envolvimento do aluno em situações significativas de
comunicação, produções verbais e não verbais, ou seja, o indivíduo como
participante do processo de construção da língua como discurso.
Embora a aprendizagem de Língua Estrangeira Moderna também sirva como
meio para progressão no trabalho e estudos posteriores, este componente curricular,
obrigatório a partir dos anos finais do Ensino Fundamental, deve também contribuir
para formar alunos críticos e transformadores. Esta Proposta está comprometida
com o resgate da função social e educacional da Língua Estrangeira Moderna na
Educação Básica, de modo a superar os fins utilitaristas, pragmáticos ou
instrumentais que historicamente têm marcado o ensino desta disciplina.
Desta forma espera-se que o aluno:
- use a língua em situações de comunicação oral e escrita;
- vivencie, na aula de Língua Estrangeira, formas de participação que lhe possibilite
estabelecer relações entre ações individuais e coletivas;
- compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e,
portanto, passíveis de transformação na prática social;
- tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;
- reconheça e compreenda a diversidade lingüística e cultural, bem como seus
benefícios para o desenvolvimento cultural do país.
Entende-se que o ensino de Língua Estrangeira deve considerar as relações
que podem ser estabelecidas entre a língua estudada e a inclusão social,
objetivando o desenvolvimento da consciência do papel das línguas na sociedade e
o reconhecimento da diversidade cultural. (PARANÁ, 2008)
Dessa forma, o ensino de uma Língua Estrangeira, leva a perceber a
possibilidade de construir significados além daqueles permitidos pela língua
materna. Os sujeitos envolvidos no processo pedagógico não aprendem apenas
novos significados nem a reproduzi-los, mas sim aprendem outras maneiras de
construir sentidos, outros procedimentos interpretativos que alargam suas
possibilidades de entendimento do mundo.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
No ensino de língua estrangeira é o discurso como prática social e efetiva-se
a partir da leitura, escrita e oralidade. Na prática da leitura, o aluno entrará em
contato com diferentes gêneros textuais. O professor deverá providenciar meios
para que o aluno olhe o texto de forma crítica e analítica. Na prática da escrita o
aluno deverá saber o que é significativo para a adequação ao gênero: a forma, a
intenção de quem escreve prevendo a reação de quem lê. Na prática da oralidade o
aluno deverá comparar os acontecimentos do meio em que vive e interagir, estes
são fundamentais para o desenvolvimento da expressão oral e da compreensão de
enunciados orais. Para que isso ocorra efetivamente, é necessário que o aluno
esteja envolvido em atividades que exijam sua participação ativa, respondendo a
perguntas significativas e dando opiniões, expressando sua visão como sujeito ativo
e social
CONTEÚDOS BÁSICOS
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise lingüística,
serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas
esferas sociais de circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros, nas
diferentes esferas, de acordo com o Projeto Político Pedagógico, como a Proposta
Pedagógica Curricular, com o Plano de Trabalho Docente, ou seja, em conformidade
com as características da escola e com nível de complexidade adequado a cada
uma das séries.
Em gêneros textuais, os alunos deverão conhecer e trabalhar algumas metas a
seguir. Dentre estas, cada item deverá ser trabalhado de acordo com o ano que
estão cursando ,isto é 1º ano e 2º ano, e também de acordo com a maturidade da
turma.
Leitura:
- Identificação do tema, do argumento principal e dos secundários.
- Interpretação observando: conteúdo veiculado,fonte,intencionalidade e
intertextualidade do texto.
- Linguagem não verbal.
- Realização de leitura não linear dos diversos textos.
Oralidade:
- Variedades lingüísticas.
- Intencionalidade do texto.
- Exemplos de pronúncias e de vocábulos da língua estudada em países diversos.
- Finalidade do texto oral.
- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos.
Escrita:
- Adequação ao gênero: elementos composicionais, elementos formais e marcas
lingüísticas.
- Paragrafação
- Clareza de ideias
- Adequar o conhecimento adquirido à norma padrão.
Dentro da escrita não pode se esquecer, da coesão e coerência; função dos
pronomes; artigos –preposições- adjetivos – numerais e suas declinações na língua
alemã; substantivos e suas peculiaridades; conjunções;palavras
interrogativas;pontuação; uso do trema, sendo que não existe acentuação
gráfica,mas sim fonológica, e como isto ocorre , e como o aluno pode identificar esta
acentuação.
LEITURA:
.Tema do texto;
. Interlocutor;
. Aceitabilidade do texto;
. Informatividade;
. Situacionalidade
. Intertextualidade
. Temporalidade;
. Discurso direto e indireto
. Elementos composicionais do gênero;
. Léxico;
. Repetição proposital de palavras;
. Marcas lingüísticas, coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de
linguagem;
. Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
. Palavras ou expressões que denotam ironia e humor no texto;
. Polissemia.
ESCRITA:
. Tema do texto;
. Interlocutor;
. Finalidade do texto;
. Informatividade;
. Elementos composicionais do gênero;
. Marcas lingüísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de
linguagem;
. Ortografia;
. Concordância verbal/nominal;
. Relação de causa e conseqüência entre as partes e elementos no texto;
. Palavras ou expressões que denotam ironia e humor no texto;
. Processo de formação de palavras.
ORALIDADE:
. Conteúdo temático;
. Finalidade;
. Papel do locutor e interlocutor;
. Elementos extralingüísticos: entonação, pausas,gestos;
. Adequação do discurso ao gênero;
. Turnos de fala;
. Variações lingüísticas;
. Marcas lingüísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos;
. Aceitabilidade do texto;
. Informatividade;
..Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Serão desdobrados a partir dos conteúdos estruturantes com referência de
diferentes discursivos, contemplando uma análise dialógica dos elementos do texto,
sendo observada e respeitada a diversidade textual, bem como o princípio da
continuidade.
Propõe-se que nas aulas de Língua Estrangeira Moderna o professor aborde
os vários gêneros textuais, em atividades diversificadas, analisando a função do
gênero estudado, sua composição, a distribuição de informações, o grau de
informação presente ali, a intertextualidade, os recursos coesivos, a coerência e
somente depois de tudo isso a gramática em si. Sendo assim, o ensino deixa de
priorizar a gramática para trabalhar com o texto, sem, no entanto, abandoná-la.
Cabe lembrar que disponibilizar textos aos alunos não é o bastante. É
necessário provocar uma reflexão maior sobre o uso de cada um deles e considerar
o contexto de uso e os seus interlocutores. Por isso, os gêneros discursivos têm um
papel tão importante para o trabalho na escola.
A seleção de textos não será feita levando-se em conta apenas os objetivos
lingüísticos, mas sim, com fins educativos, contemplando as necessidades e os
interesses dos alunos, possibilitando, desta forma, relações coletivas e individuais
na construção do conhecimento. O texto, desta forma, será uma unidade de
comunicação verbal que, pode tanto ser escrita, oral ou visual, como ponto de
partida da aula de língua estrangeira.
Tendo em vista a concepção discursiva da língua, não segmentada em
habilidades, consideram-se que tais práticas não se separem em situações
concretas de comunicação e, logicamente, naquelas efetivadas em sala de aula.
Os conceitos propostos poderão ser trabalhados em todas as séries,
devendo-se apenas observar o nível e maturidade, bem como, os conhecimentos de
mundo dos alunos e a necessidade de aprofundamento em determinados temas ou
assuntos.
Prática da leitura: gêneros textuais sugeridos a serem trabalhados:
diálogos, histórias em quadrinhos, músicas, cartas de apresentação pessoal, poesias,
receitas, propagandas, contos, textos informativos (cultura, PCNS transversais e
sociais), entrevistas, notícias, autobiografias e biografias, sinopses de filmes, previsões
meteorológicas e astrológicas, bilhetes, mensagens.
Prática da escrita: a habilidade de produzir textos dar-se-á com a
elaboração de apresentações pessoais; perguntar e informar em situações básicas de
comunicação; descrever previsões; elaborar narrações de sua vida pessoal; expressar
opiniões na compreensão de textos literários e informativos; produzir descrições físicas
e sociais; textos publicitários sobre alimentos; resumos de histórias; elaborar bilhetes
para comunicação em sala de aula; relacionar a linguagem verbal e não-verbal para
ampliar o conhecimento. Enfim, a produção escrita será efetivada a partir de discussões
e observação de gêneros textuais diversos, dependendo da situação.
Prática da oralidade: busca-se proporcionar apresentações em sala de aula
através de textos lidos para demonstrar a produção feita pelos alunos através de
diálogos (saudações, apresentações e despedidas/ expressões parasociais; textos
publicitários sobre alimentos; resumos de histórias; elaborar bilhetes para comunicação
em sala de aula; relacionar a linguagem verbal e não-verbal para ampliar o
conhecimento. Enfim, a produção escrita será efetivada a partir de discussões e
observação de gêneros textuais diversos, dependendo da situação. Na pratica da
oralidade busca-se proporcionar apresentações em sala de aula através de textos lidos
para demonstrar a produção feita pelos alunos através de diálogos (saudações,
apresentações e despedidas/ expressões para situações cotidianas/ dados pessoais);
notícias (conhecimento cultural e internacional sobre os países falantes); previsões
meteorológicas e astrológicas ( expressões para descrever o tempo, temperatura, clima,
estações do ano, horóscopo); trava-línguas, cartões postais, opiniões.
Identificação de diferentes gêneros textuais, informativos, narrativos,
descritivos, poesias, tiras humorísticas, correspondência, receitas, bula de remédios,
manuais, folders, outdoors, placas de sinalização, etc.
Identificação de elementos coesivos e marcadores do discurso como
responsáveis pela progressão textual, encadeamento das idéias e coerência do texto.
Reconhecimento de variedades lingüísticas: diferentes registros e graus de
formalidade.
Identificação da idéia principal dos textos (skimming).
Identificação de idéias específicas em textos (scanning).
Identificação de informações expressas em diferentes formas de linguagem (
verbal e não-verbal).
Interferência de significados a partir de um contexto.
Trabalho com cognatos falsos , afixos, grupos nominais.
Textos (escritos, orais, visuais, dentre outros).
CONTEÚDOS OBRIGATÓRIOS
Atendendo às questões legais no Estado do Paraná, vê-se necessário a introdução,
ou abordagem dos temas abaixo relacionados, conforme Leis,Decretos, afirmados
assim pelo Governo do Estado Paraná.
Co-relaciona-se estes temas acima citados em determinados conteúdos propostos.
. História e Cultura Afro-Brasileira, africana e indígena - Lei Nº 11.645/08.
. Prevenção ao uso indevido de drogas, Sexualidade Humana.. Enfrentamento a
violência contra a criança e o adolescente. Direito das Crianças e Adolescentes.
L.F.. Nº 11.525/07.
. Educação Tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria Nº 413/02.
. Educação Ambiental L.F. Nº 9.795/99, Dec. Nº 4.201/02.
METODOLOGIA
O trabalho com a Língua Estrangeira em sala de aula parte do entendimento
do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de
acesso à informação: as línguas estrangeiras são possibilidades de conhecer,
expressar e transformar modos de entender o mundo ,e de construir significados.
O Ensino de língua estrangeira, na escola, tem um papel importante à medida
que permite aos alunos entrarem em contato com outras culturas, assim
promovendo o interesse deles pelo idioma.
A língua estrangeira tem um valioso papel construtivo como parte integrante da educação formal. Envolve um complexo processo de reflexão sobre a realidade social, política e econômica, com valor intrínseco importante no processo de capacitação que leva a libertação. Em outras palavras a Língua Estrangeira faz parte da construção da cidadania. (BRASIL, 1998 - p. 41)
Assim, é fundamental que o professor desenvolva com os alunos um trabalho
que lhes possibilite confiar na própria capacidade de aprender, dentro de uma
atmosfera de interação, motivação e afetividade. E que os temas abordados o leve a
desenvolver as três práticas: leitura, oralidade e escrita, este desenvolvimento
sempre terá como pressuposto o texto verbal e não verbal.
O professor deve utilizar todos os materiais disponíveis, tais como: livros,
figuras, áudios ( TV-Pendrive, laboratório de informática, DVDs, e CDs), vídeos,
revistas, a fim de desenvolver processos que venham contribuir para um contexto
interativo, visando atividades em grupo ou atividades individuais que venham
contribuir para desenvolver o processo comunicativo do conhecimento.
A gramática, assim, deve ser reconhecida como um elemento de ligação entre
fenômenos que se interpenetram, dando conta da interação que ocorre entre os
discursos e também entre os fatores psicológicos e sociais, levando o aluno a refletir
sobre este processo. Pois o discurso pode ser construído através das relações com
o outro, sem levar em conta as análises desconectadas de elementos gramaticais,
extrapolando o domínio lingüístico que o aluno possa vir a ter através da diversidade
cultural apresentada.
Na seleção de textos, não serão levados em conta os objetivos lingüísticos,
mas sim, os fins educativos, contemplando as necessidades e os interesses dos
alunos. Possibilitando, desta forma, relações coletivas e individuais na construção
do conhecimento. O texto, desta forma, será uma unidade de comunicação verbal
que, tanto pode ser escrita, oral ou visual, como ponto de partida da aula de língua
estrangeira.
Ao interagir com textos provenientes de vários gêneros, o aluno perceberá
que as formas lingüísticas não são sempre idênticas, não assumem sempre o
mesmo significado, mas são flexíveis e variam, dependendo do contexto e da
situação em que a prática social do uso da linguagem ocorre.
Esse processo de aprendizagem e interação envolve deste modo, um tipo de
negociação constante, observando:
1. O conhecimento de mundo dos envolvidos.
2. Sua interação com os elementos do processo.
3. Fatores que envolvem o processo em si.
Buscando assim, intrínseca relação entre a LE e a pedagogia crítica, num
contexto global educativo em que a sala de aula passa a ser um espaço de
produção de discurso marcado de significação que levem as reflexões e que
observem que os seus discursos cruzam-se e se fundem com muitos outros.
Algumas atividades podem ser realizadas na efetivação do processo:
comparação de um texto com outro; interpretação de textos a partir das reflexões em
sala de aula; leitura de textos autênticos (textos dos países que falam a língua
alemã); análise de textos sobre o mesmo assunto escritos na língua materna e na
língua estrangeira.
Para cada texto escolhido verbal e/ou não verbal o professor poderá trabalhar
levando em conta o gênero a ser trabalhado, naquele momento conforme os
conteúdos Básicos :
a) Gênero: explorar o gênero escolhido e suas diferentes aplicabilidades.
Cada atividade da sociedade utiliza um determinado tipo de gênero, tais como:
cotidiano- adivinhas,bilhetes, filme, carta pessoal, cartão, convites, diário, fotos,
músicas, provérbios, receitas,trava-línguas; literário- autobiografias, biografias,
contos, fábulas, lendas, memórias , pinturas, poemas, contos de fadas,narrativas;
científico- artigos, conferência, documentários, debate, palestras, pesquisas,
resumos, relatórios; escolar- cartazes, entrevista, debate, diálogo, relato histórico
pessoal, mapa,pesquisa, seminário resumo; imprensa- anúncio,revistas, carta ao
leitor, cartoon, charge, classificados, fotos, horóscopo, notícia , agenda cultural;
publicitária- anúncio, e-mail, folder, slogan, outdoor, propaganda de produtos
serviços,
b) Aspecto Cultural - Interdiscurso: influência de outras culturas percebidas
no texto, o contexto, quem escreveu, para quem, com que objetivo e quais outras
leituras poderão ser feitas a partir do texto apresentado;
c) Variedade Lingüística: enfocando o texto(verbal e não verbal) formal ou
informal;
Prática de Análise Lingüística
Unidade privilegiada: o texto.
Concepção de língua como ação interlocutiva situada, sujeita às interferências
dos falantes.
Preferência por questões abertas e atividades de pesquisa, que exigem
comparação e reflexão sobre adequação e efeitos de sentidos.
Atividades:
- Pesquisa: será proposta para o aluno, acerca do assunto abordado. Lembrando
aqui que pesquisa é entendida como uma forma de saber mais sobre o assunto, isso
significa que poderá ser realizada não só nos livros ou internet. Uma conversa com
pessoas mais experientes, uma entrevista, artigos de jornais,
revistas,documentários, relatos entre outros também são considerados pesquisa.
- Discussão: conversar na sala de aula a respeito do assunto, valorizando as
pesquisas feitas pelos alunos. Aprofundar e/ou confrontar informações. Essa
atividade poderá ser feita em língua materna, bem como com o segundo ano ,estes
com maior bagagem de informações na LE estudada em questão (alemão).
-Produção de texto: o aluno irá produzir um texto na língua estrangeira, com a
ajuda dos recursos disponíveis na sala de aula e a orientação do professor,
reforçando a utilização das TVs-Multimídia, laboratório de informática.
Os conteúdos poderão ser retomados em todas as séries, porém em
diferentes graus de profundidade, levando em conta o conhecimento do aluno.
A bagagem de conhecimentos que o aluno trará em língua estrangeira será
diferenciada, pois os estabelecimentos de ensino possuem matrizes curriculares
diferentes e nem sempre o aluno terá estudado o mesmo idioma em séries
anteriores.
Tomando por base que o aluno é parte integrante do processo e deve ser
considerado como agente ativo, a aprendizagem se concretizará através de
atividades significativas e de seu interesse, respeitando sua faixa etária e seu
desenvolvimento físico-intelectual, bem como sua individualidade, suas limitações e
habilidades, o nível em que está inserido, variando assim a complexidade e
aprofundamento de conteúdo. Assim, o professor deve buscar constante
atualização, para ser capaz de provocar mudanças necessárias no processo e
adequá-las à sua realidade. Proporcionando subsídios, para que os alunos sejam
capazes de inferir e colaborar com o processo, para partilhar com estratégias de
aprendizagem. Conforme Vygotsky (1989b), para que haja o desenvolvimento
cognitivo, é importante a construção da interação e diálogo entre os indivíduos,
provocando assim situações comunicativas.
AVALIAÇÃO
Ao propor reflexões sobre as práticas avaliativas, objetiva-se favorecer o
processo de ensino e de aprendizagem, ou seja, nortear o trabalho do professor
bem como propiciar que o aluno tenha uma dimensão do ponto em que se encontra
no percurso pedagógico.
Conforme analisa Luckesi (1995, p. 166),
A avaliação da aprendizagem necessita, para cumprir o seu verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a construção da aprendizagem bem-sucedida. A condição necessária para que isso aconteça é de que a avaliação deixe de ser utilizada como um recurso de autoridade, que decide sobre os destinos do educando, e assuma o papel de auxiliar o crescimento.
Essa concepção se sobrepõe ao caráter eventualmente punitivo e de controle,
e dá lugar a um instrumento que oriente intervenções pedagógicas para além do
conteúdo trabalhado, de forma que os objetivos de ensino explicitados nestas
Diretrizes sejam alcançados.
A avaliação da aprendizagem em Língua Estrangeira Moderna deve superar a
concepção de mero instrumento de medição da apreensão de conteúdos, visto que
se configura como processual e, como tal, objetiva subsidiar discussões acerca das
dificuldades e avanços dos alunos, a partir de suas produções. De fato, o
envolvimento dos alunos na construção do significado nas práticas discursivas será
a base para o planejamento das avaliações de aprendizagem.
Trabalhar o texto somente na sua linearidade é um hábito nas práticas
escolares. Por isso, romper com a linearidade do texto tem sido uma das principais
preocupações desta proposta de ensino/aprendizagem de LEM. Portanto, na
avaliação esta orientação também deve ser considerada.
Caberá ao professor observar a participação dos alunos e considerar que o
engajamento discursivo na sala de aula se faça pela interação verbal, a partir dos
textos, e de diferentes formas: entre os alunos e o professor; entre os alunos na
turma; na interação com o material didático; nas conversas em língua materna e
língua estrangeira; no próprio uso da língua, que funciona como recurso cognitivo ao
promover o desenvolvimento de idéias (VYGOTSKY, 1989a).
Ser ativo, neste caso significa produzir sentidos na leitura dos textos, tais
como: inferir, servindo-se dos conhecimentos prévios; levantar hipóteses a respeito
da organização textual; perceber a intencionalidade etc. Não se trata, portanto, de
testar conhecimentos lingüísticos discursivos de um texto – gramaticais, de gêneros
textuais, entre outros –, mas sim verificar a construção dos significados na interação
com textos e nas produções textuais dos alunos, tendo em vista que vários
significados são possíveis e válidos, desde que apropriadamente justificados.
A participação dos alunos no decorrer da aprendizagem e da avaliação, a
negociação sobre o que seria mais representativo no caminho percorrido e a
consciência sobre as etapas vencidas representam ganhos inegáveis ao trabalho
docente.
Na Educação Básica, a avaliação de determinada produção em Língua
Estrangeira considera o erro como efeito da própria prática, ou seja, como resultado
do processo de aquisição de uma nova língua. Portanto, o erro deve ser visto como
um passo para que a aprendizagem se efetive e não como um entrave no processo
que não é linear, não acontece da mesma forma e ao mesmo tempo para diferentes
pessoas.
Uma vez que é sujeito da aprendizagem, o aluno deve ter seu esforço
reconhecido por meio de ações tais como: um retorno sobre seu desempenho e o
entendimento do erro como integrante da aprendizagem.
Assim, tanto o professor quanto os alunos poderão acompanhar o percurso
desenvolvido até então e identificar dificuldades, bem como planejar e propor outros
encaminhamentos que busquem superá-las.
A explicitação dos propósitos da avaliação e do uso de seus resultados pode
favorecer atitudes menos resistentes ao aprendizado de Língua Estrangeira e
permitir que a comunidade, não apenas escolar, reconheça o valor desse
conhecimento.
Embora essas considerações evidenciem a avaliação processual, é
importante considerar também avaliações de outras naturezas: diagnóstica e
formativa, desde que articulem com os objetivos específicos e conteúdos definidos a
partir das concepções e encaminhamentos metodológicos deste PPC, de modo que
sejam respeitadas as diferenças individuais e escolares.
Para que esta avaliação seja de fato processual, faz-se necessário seguir
alguns critérios gerais para tal ação, tais como:
Prática da leitura:
- Realizar leitura compreensiva do texto,levando em consideração a sua condição e
nível de conhecimento de produção.
- Localizar informações explícitas e implícitas no texto.
- Emitir opiniões a respeito do que leu.
- Ampliar, no indivíduo o seu horizonte de expectativas.
-Conhecer e utilizar a língua estudada como instrumento de acesso a
informações de outras culturas e de outros grupos sociais.
Prática da oralidade:
- Reconhecer as variantes lexicais.
- Utilizar seu discurso de acordo com a situação de produção (formal- informal).
- Apresentar clareza nas idéias, e sua entonação.
- Desenvolver a oralidade através da prática.
Prática da escrita:
- Produzir textos atendendo as circunstâncias de produção proposta.
- Diferenciar a linguagem formal de informal.
-Estabelecer relações entre partes do texto,identificando repetições ou substituições.
- Utilizar, adequadamente recursos lingüísticos, como o uso da pontuação, da
declinação do artigo e dos adjetivos, dos pronomes, uso do substantivo e sua
particularidade na língua alemã.
- Utilizar as flexões verbais para indicar diferenças de tempo e modo.
Obedecendo as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, o registro das
avaliações se dará em forma de notas e o ano letivo é dividido em quatro bimestres
sendo que para aprovação a média anual é 6,0 (seis). A recuperação dos
conteúdos, serão simultâneos e concomitantes ao processo de ensino e
aprendizagem
Partindo do pressuposto que o sistema de avaliação do Colégio Estadual
José de Anchieta, aborda uma avaliação processual e formativa, cabe informar que
os critérios avaliativos, no que tange as práticas de leitura, oralidade e escrita
deverão alcançar a média final estando de acordo com o P.P.P. do colégio e seguirá
a seguinte disposição: média bimestral= 6,0 – O aluno deverá através de diversos
processos avaliativos de cunho exploratório atingir uma média de atividades.
Posteriormente, será submetido a uma prova descritiva, reflexiva e comunicativa
incluindo todo conteúdo até o momento trabalhado, resultando em uma nota de
prova.
Caso o aluno não atinja a média na prova, estes ou aqueles que desejam
melhorar suas notas terão o direito garantido por lei (9394/96) à recuperação
paralela segundo LDB 9394/96 é todo processo de aprendizagem efetivamente
adquirido, à uma segunda prova substituindo a nota da primeira prova. (BRASIL,
1996)
Para adquirir a média bimestral o professor se apropriará da seguinte forma:
nota de atividade (10,0) + nota de prova (10,0) : dois = média bimestral.
Para o aluno poder cursar o segundo ano (ou o ano seguinte), o aluno deverá
obter em sua média bimestral média 6,00, sendo estes distribuídos em quatro
bimestres, totalizando assim 24 pontos anuais e também 75% de frequência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988. __________. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996. ______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua estrangeira. Brasília: MEC/SEF, 1998. COLÉGIO ESATUDAL JOSÉ DE ANCHIETA. Projeto Político-Pedagógico. União da Vitória: 2007 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação. São Paulo. Editora Unesp, 2000. LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995. PARANÁ. Secretaria do Estado de Educação. Diretrizes curriculares da rede pública de educação básica do estado do Paraná: língua estrangeira moderna. Curitiba, 2008. VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989a. ________________. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989b.