cmlt - apostila
TRANSCRIPT
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
1/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
1
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
2/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
2
NDICE ANALTICO
1. INTRODUO .................................................................................................. 41.1. Tenses de Transmisso ........................................................................... 41.2. Formas Alternativas de Transmisso de Energia Eltrica ......................................... 4
1.2.1.Transmisso em Corrente contnua em AT e EAT ............................................. 51.2.2. Esquemas de Transmisso a CC .................................................................. 51.2.2.1. Transmisso Monopolar ......................................................................... 51.2.2.2. Transmisso Bipolar ............................................................................. 51.2.2.3.Transmisso Monopolar ......................................................................... 61.2.3. Vantagens e Desvantagens da Transmisso CC ................................................ 61.2.4.Transmisses Polifsicas ........................................................................... 7
1.3. Componentes de linhas Area de Transmisso ..................................................... 71.3.1. Condutores .......................................................................................... 81.3.1.1. Tipos de cabos para condutores em linhas de transmisso ............................... 91.3.1.1.1. Cabos de Alumnio (CA) ..................................................................... 101.3.1.2. Capacidade Trmica dos Cabos Ampacidade ............................................ 111.3.1.3. Condutores e tcnicas alternativas para linhas e extra e ultra-altas tenses ........ 131.3.2. Isoladores e Ferragens ........................................................................... 141.3.2.1.Tipos de Isoladores ............................................................................. 151.3.2.1.1. Isoladores de Pino ........................................................................... 151.3.2.1.2. Isoladores Tipo Pilar ou Coluna ...................................................... 151.3.2.1.3. Isoladores de Suspenso: ................................................................... 151.3.2.2. Caractersticas dos isoladores de suspenso ............................................... 151.3.2.3. N de Isoladores numa cadeia de suspenso ............................................... 161.3.2.4. Disposio dos Isoladores ..................................................................... 171.3.3. Ferragens e Acessrios ........................................................................... 171.3.4. Estruturas das Linhas ............................................................................. 181.3.4.1. Dimenses bsicas de um suporte ........................................................... 181.3.4.2. Altura da Estruturas ............................................................................ 181.3.4.3 Distncias entre partes energizadas e partes aterradas .................................. 191.3.4.4. Disposio dos condutores nas estruturas .................................................. 20
2. CONCEITOS BSICOS SOBRE PROJETOS DE LINHAS DE TRANSMISSO ............................... 212.1. Determinao dos elementos solicitantes ......................................................... 222.2. Determinao das temperaturas necessrias aos projetos ...................................... 22
2.2.1. Mtodo Estatstico ................................................................................ 222.2.2 Mtodo Direto ou Grfico ......................................................................... 23
2.3 Determinao das velocidades dos ventos de projeto ............................................ 242.3.1. Efeito da rugosidade dos terrenos ............................................................. 242.3.2. Velocidade Bsica dos ventos ................................................................... 252.3.2.1 Mtodo Estatstico .............................................................................. 252.3.2.2. Mtodo Grfico ................................................................................. 262.3.3. Velocidade do Vento de projeto (Vp).......................................................... 262.3.4. Velocidade bsica do vento para um perodo de retorno qualquer ...................... 282.3.4.1 Mtodo Estatstico .............................................................................. 282.3.4.2. Mtodo Grfico ................................................................................. 29
2.4. Determinao da Presso do vento ................................................................. 292.5. Fatores que afetam as flechas mximas dos cabos ............................................... 30
2.5.1. Caractersticas elsticas dos cabos ............................................................ 30
2.5.2. Deformaes plsticas e modificaes nos mdulos de elasticidade..................... 312.5.3. Diagrama Tenses-deformaes em cabos ................................................... 322.5.4. Clculos de alongamentos permanentes ...................................................... 342.5.4.1. Mtodo Convencional .......................................................................... 34
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
3/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
3
2.5.4.1.2. Alongamento por fluncia .................................................................. 362.5.4.1.3. Alongamento total ........................................................................... 37
2.5.5. Caractersticas Trmicas e elsticas dos cabos ................................................. 383. COMPORTAMENTO MECNICO DOS CONDUTORES ...................................................... 39
3.1. Cabos Suspensos Vo Isolados ...................................................................... 403.1.1. Suportes a mesma altura ........................................................................ 403.1.1.1 Equaes para os cabos suspensos ............................................................ 433.1.1.1.1 Flecha ........................................................................................... 433.1.1.1.2 Comprimento dos Condutores .............................................................. 433.1.2. Suportes a diferentes alturas ................................................................... 453.1.2.1. Comprimento dos cabos em vos de desnvel ............................................. 483.1.2.2. Clculo das flechas para vo inclinados .................................................... 493.1.2.3. Vos Contnuos .................................................................................. 503.1.2.4. Vos de alturas iguais .......................................................................... 503.1.2.5. Vo desiguais de mesma altura .............................................................. 523.1.2.6. Vos e Alturas desiguais ....................................................................... 533.1.2.7. Vo mdio de uma estrutura ................................................................. 553.1.2.8. Vo Gravante .................................................................................... 553.1.2.9 Caso Particular Vos desiguais com alturas desiguais ................................... 553.1.3. Influncia dos Agentes Externos ................................................................ 583.1.3.1 Efeito do vento sobre os condutores ......................................................... 593.1.3.2 Efeito da variao de temperatura ........................................................... 613.1.3.2.1. Equao da mudana de estado vo isolado ........................................... 62
4. Roteiro para o Projeto Mecnico dos Condutores em linhas de Transmisso ..................... 644.1. Consideraes Iniciais ................................................................................. 644.2. Estudo da Distribuio dos Suportes ................................................................ 64
4.2.1. Trabalhos topogrficos ........................................................................... 644.2.1. Fatores que Influenciam o Projeto ............................................................. 654.2.1.1. Montagem dos cabos ........................................................................... 664.2.1.1.1 Desenrolamento/Lanamento dos Cabos ................................................. 664.2.1.1.1 Tensionamento e Flechamento ............................................................. 67
4.3. Formulao das hipteses de clculo ............................................................... 684.4. Desenvolvimento do projeto de cabos ............................................................ 68
4.4.1. Vo bsico ou vo de projeto ................................................................... 694.4.2. Tratamento dos condutores durante a montagem .......................................... 694.3.3. Clculo da curva de locao e confeco do gabarito ...................................... 704.3.3.1. Mtodo de empregos dos Gabaritos ......................................................... 714.3.3.1.1. Locao por Linha de Terra ................................................................ 71
4.3.3.1.2. Locao por Linha de P .................................................................... 724.3.1.2. Projeto de Distribuio das Estruturas ..................................................... 73
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
4/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
4
1. INTRODUO
1.1. Tenses de Transmisso
A crescente demanda da energia eltrica exige uma constante ampliao das instalaes,
conseqentemente a encomenda pelas concessionrias e pelos usurios de novos e mais potentes
equipamentos, e que por razes econmicas, deveriam operar com tenses mais altas.
Diante destes fatores adotou-se inicialmente um sistema de padronizao internacional,
adotados de forma a atender as consideraes de ordem tecnolgica e econmica.
Convencionou-se que nos sistemas trifsicos as tenses seriam especificadas por seusvalores fase-a-fase, consideradas suas tenses nominais. Assim, a padronizao das tenses foi
agrupada em trs categorias:
Descrio Valores
Altas Tenses 600 V < Tenso < 300 kV
Tenses Extra-Elevadas 300 kV < Tenso < 800 kV
Tenses Ultra-Elevadas Tenso > 800 kV
No Brasil as classes de tenso padronizadas recomendadas pela ABNT para os sistemas
trifsicos so:
Tenses NominaisTenso
MximaCategoria
33 ou 34,5 kV 38 kV
Altas Tenses62 ou 69 kV 72,5 kV
132 ou 138 kV 145 kV
220 ou 230 kV 242 kV
330 ou 345 kV 362 kVTenses extra-
elevadas500 kV 550 kV
750 kV 800 kV
1.2. Formas Alternativas de Transmisso de Energia Eltrica
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
5/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
5
1.2.1. Transmisso em Corrente contnua em AT e EAT
O esquema de transmisso em CC requer uma converso da CA para CC no transmissor de
linha e sua inverso (CC para CA) junto ao receptor.
No Brasil opera uma linha em 600 kV, 3150MW e aproximadamente 800 km de
extenso, interligando o setor de 50 Hz de Itaipu com o sistema interligado do sudeste, que
opera em 60 Hz.
1.2.2. Esquemas de Transmisso a CC
1.2.2.1. Transmisso Monopolar
Car act erst i cas:
- Forma mais simples, com apenas um condutor metlico empregando o solo como retorno.
- Menor investimento
- O condutor pode ser de polaridade negativa ou positiva, sendo preferida a polaridade
negativa;
1.2.2.2. Transmisso Bipolar
Sempre dois condutores metlicos, um para cada um dos plos. Em cada terminal
existem dois conversores ligados em srie no lado de corrente contnua, e cujos pontos neutros
podem ou no ser aterrados.
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
6/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
6
1.2.2.3. Transmisso Homopolar
Car act erst i cas:
- Constituda de 2 ou mais condutores de mesma polaridade empregando o solo como retorno;
- Apresenta alguma vantagem sobre o esquema bidirecional, por ter maior rendimento e menor
perda.
1.2.3. Vantagens e Desvantagens da Transmisso CC
a) Vantagens:
- Economicamente vivel para transmisso a distncia relativamente grandes;
- Permite a interligao de sistemas com freqncias diferentes, bem como transferncia de
carga;
- Para uma mesma potncia transferida, a linha CC utiliza 2/3 da quantidade de cabos e
isoladores que uma rede CA;- O solo apresenta-se como timo condutor para CC;
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
7/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
7
- A linha CC apresenta uma menor queda de Tenso menor que uma Rede CA;
- O controle do Fluxo de energia entre dois sistemas interligados mais fcil, atravs do
controle conversor.
b) Desvantagens:
- Conversores muito caros exigindo controle sofisticado;
- Os conversores requerem muita energia reativa, exigindo a instalao de grandes bancos de
capacitores;
- Como os conversores geram harmnicos, exigem a instalao de filtros para evitar sua
propagao;
- Ausncia de disjuntores de AT e EAT para CC limitam a possibilidade de se construir redes
multiterminais em CC.
1.2.4. Transmisses Polifsicas
Este tipo de transmisso utiliza um nmero maior de fases: seis, nove ou doze fases.
Oferecem algumas vantagens que as torna recomendada para linhas que devem ocupar faixas de
servido estreitas.
Seu arranjo permite obter maiores densidade de potncia na sua seo transversal,
diminuindo o efeito corona (perdas de energia, rudos sonoros e radio interferncia). Estas
vantagens derivam do seu menor defasamento existente entre fases, e cujo resultado que uma
linha menor pode ser usada para transportar maiores potncias.
1.3. Componentes de linhas Areas de Transmisso
Para se transportar energia a uma distncia preestabelecida, h algumas variveis a
serem consideradas para definio de possveis solues, sempre claro atendendo aos
requisitos tcnicos e econmicos do projeto:
- Valor da Tenso de Transmisso;
- Nmero, tipo e bitolas dos cabos condutores por fase;
- Nmero, tipo dos isoladores e distncias de segurana;
- Materiais estruturais e a forma dos suportes resistirem aos esforos.
Todos estes fatores esto relacionados com os componentes fsicos da linha que sero
analisados individualmente:
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
8/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
8
- Cabos condutores e assessrios;
- Estruturas isolantes;
- Estruturas de Suporte;
- Fundaes;
- Cabos pra-raios
- Aterramentos;
- Demais assessrios.
1.3.1. Condutores
Responsveis pelo transporte da energia atravs da linha de transmisso, seu
dimensionamento importante na limitao das perdas de energia (efeito joule ou por corona),
como tambm para eliminar problemas de natureza mecnica que podem ocorrer em casos de
solicitaes excessivas. Outro fator que podemos considerar na escolha do tipo de condutor
sua capacidade de operar com temperaturas mais elevadas, sem perdas acentuadas de
resistncia mecnica.
As foras com que as estruturas de suporte absorvem os esforos transmitidos pelos
condutores podem ser mostradas abaixo:
Fig. 1.9 Vo de uma linha area de transmisso. Fuchs
Admitindo-se que a curva do cabo seja uma parbola, a flecha do condutor em um
determinado vo pode ser dada pela seguinte expresso:
0
2
8T
paf =
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
9/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
9
Onde:
a = Vo
T0 = Fora Horizontal (N)
=p Fora Vertical (N)
Os condutores empregados em linhas de transmisso so constitudos pos cabos. Os cabos
com fios de mesmo dimetro so formados obedecendo a seguinte lei:
133 2 ++= xxn
onde:
n= nmero de fios
x=nmero de camadas ou capas
Ex.: 01 camada= 7 fios
02 camadas=19 fios
03 camadas=37 fios
04 camadas=61fios, etc.
Assim, os cabos so especificados pelo seu dimetro nominal, a rea de sua seo
transversal nominal, o nmero de fios componentes, e pelos metais ou ligas com que so
confeccionados. Existem atualmente inmeros manuais de engenharia eltrica e catlogos de
fabricantes com especificaes de cabos.
1.3.1.1. Tipos de cabos para condutores em linhas de transmisso
Os metais mais empregados na fabricao de cabos para linhas de transmisso so:a) Cobre
- Elevada condutividade eltrica;
- Custo Elevado.
b) Alumnio
- Pode ser construdo na sua forma pura ou atravs de ligas com outros elementos;
- Apresenta condutividade cerca de 61% da do cobre;
- Apresenta resistncia mecnica metade da obtida para o cobre, porm este problema
pode ser sanado com a utilizao de ligas ou da utilizao de cabos com alma de ao;- Por serem resistentes a corroso so indicados para ambiente de atmosfera martima;
- Apresenta preo por unidade de peso bem inferior ao cobre.
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
10/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
10
1.3.1.1.1. Cabos de Alumnio (CA)
- So fabricados com fios de pureza de 99,45%;
- Apresenta condutividade de 61%;
- So especificados pela seo transversal em mm2 e pelo nmero de fios que compe o
cabo.
Ex.:
Cdigo
Bitola
(AWG ou
MCM)
rea
Nominal
(mm2)
rea de
Cobre
Equivalente(mm)
Encordoamento
N. de Fios X
Dimetro (mm)
Dimetro
Nominal do
Cabo (mm)
Peso
Nominal
(kg/km)
Carga de
Ruptura
(KGF)
ster 2/0 67,41 42,41 7x3,50 10,50 184,1 1.185
Tulip 336,4 170,48 107,21 19x3,38 16,90 467,3 2.994
Arbustus 795 402,81 253,39 37x3,72 26,04 1.111,0 6.941
Carnation 1431 725,20 456,01 61x3,89 35,01 2.005,2 12.225
1.3.1.1.2. Cabos de Alumnio com Alma de Ao (CAA)
- Utilizados para suprir falta de resistncia mecnica trao dos cabos de alumnio.
- So especificados pela rea transversal, em mm2, e pela sua composio, isto , pelo
nmero de fios de alumnio e o nmero de fios de ao desejado.
Ex.:
Cdigo
Bitola
AWC ouMCM
rea Nominal rea de
Cobre
Equiv.
(mm2)
Encordoamento N
fios X Dimetro
(mm)
Dimetr
o
Nominaldo Cabo
(mm)
Peso
Nominal(kg/km)
Carga
de
Ruptura
(kgf)Alumni
o (mm2)
Ao
(mm2
)
Total
(mm2)
Alumni
oAo
Penguim 4/0 107,20 17,90 125,10 67,43 6x4,771x4,7
714,31 432,5 3.820
Rook 636 322,30 41,70 364,00 202,70 24x4,147x2,7
624,82 1.219 10.274
Grosbeak 636 322,30 52,40 347,70 202,70 26x3,977x3,0
925,15 1.299 11.340
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
11/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
11
importante citar que nos clculos eltricos, os fios de ao no participam da conduo
de corrente, tendo funcionalidade apenas mecnica.
1.3.1.1.3. Ligas de Alumnio
So construdos com a finalidade de aumentar a resistncia mecnica e a estabilidade
qumica do alumnio. Geralmente so utilizados diversos elementos como ferro, cobre e silcio,
mangans, magnsio, zinco, etc.
Siglas: CAL (Cabos de liga de alumnio) CALA (Cabos de Alumnio reforados com fios de
liga de alumnio)
1.3.1.1.4. Cabos Especiais
- Cabos desenvolvidos para amenizar as vibraes do Cabo com o vento (fadigas), que se
baseiam na sua capacidade de auto-amortecimento das vibraes.
Ex.: Condutores de Alumnio suportados pelo Ao; Cabos Auto-Amortecidos; Par Torcido;
1.3.1.1.5. Cabos para Pra-raio
Com a finalidade de interceptar as descargas atmosfricas e evitar que atinjam os
condutores, os cabos para pra-raios podem ser empregados os seguintes tipos:
1a) Cordoalha de Fios de Ao Zincada:
- Resistncia mecnica Alta;
- Zincagem a quente.
b) Cabos CAA Extra-Forte
- Menor Atenuao;
c) Cabos Ao-Alumnio
- Indicados para atmosfera agressiva ao ao galvanizado e quando se deseja usar o
cabo para comunicao;
1.3.1.2. Capacidade Trmica dos Cabos Ampacidade
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
12/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
12
A Ampacidade pode ser denominada como a corrente permissvel no cabo condutor para
que, nas condies ambientais, no ultrapassa o valor mximo de temperatura fixado para
regime permanente.
As mximas temperaturas dos cabos CA, CAA para operao em regime permanente, so
fixados entre 70 e 85C, podendo operar a 100C.
O cabo atinge a temperatura de regime permanente quando houver um equilbrio entre
calor ganho e calor perdido. O calor ganho pode ser obtido principalmente por dois fatores:
1 - Efeito joule qj=I2r (W/km)
2 Radiao solar qs (W/m), e o calor perdido por:
3 por irradiao qr (W/m)
4 Conveco qv
Assim a equao do equilbrio :
crsvrsr qqqrIqqqq +=++=+2
Onde:
( )[ ]A
103
r
qqqI scr
+=
Temos que:
[ ]W/m10001000
102,179
44
3
= or
TTdq
( ) [ ]W/m8,4594643,032,010)(6,945 52,04 Vdttq oc +=
[ ]W/m204 dqs =
Onde :
= emissividade ou coeficiente de reflexo (de 0,23 a 0,90);
d (m) = dimetro do condutor;
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
13/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
13
t (C) = temperatura final do cabo;
t0 (C) = temperatura do meio ambiente
T = (273 + t) [K] = temperatura absoluta final do cabo
To= (273 +t) [K] = Temperatura absoluta do ambiente.
V [m/s] = velocidade do vento (em geral de 0,6 a 1 m/s).
Exemplo: Calcular a ampacidade de um cabo CAA Grosbeak, considerando-se t0 =35 C e t = 85
C, vento de 0,67 m/s, coeficiente de reflexo 5,0= . A resistncia do cabo de 0,09 km/ :
Soluo:
[ ]W/m16,7361000
308
1000
35802515,05,0102,179
44
3 =
=rq
( ) [ ]W/m66,1367,002515,08,4594643,032,010)3585(6,945 52,04 =+= cq [ ]W/m13,502515,0204 ==sq
Logo,
1 para 50,0= , com sol e com vento
( )A37,929
09,0
13,513,66736,16103=
+=I
2 Sem o efeito solar temos:
( ) A55,95909,0
13,66736,16103
=+=I
1.3.1.3. Condutores e tcnicas alternativas para linhas e extra e ultra-altas tenses
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
14/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
14
A Transmisso de uma mesma potncia em tenses maiores implica em correntes
menores, conseqentes perdas menores. Entretanto esta diminuio da corrente muitas vezes
implica num aumento do dimetro dos condutores para minimizar o efeito corona.
Alternativas:
- A utilizao de cabos ocos de cobre em substituio aos cabos de cobre convencional;
- A utilizao de condutores CAA-expandidos usados com sucesso em linhas at 345 kV.
1.3.1.4. Outras Solues
Uma soluo adotada com sucesso a utilizao de mais de um condutor por fase
montados paralelamente entre si a pequenas distncias.
Alm da melhoria na regulao de linhas longas em virtude da reduo da impedncia e
o aumento da capacitncia, podemos citar outros benefcios:
- Menores gradientes de potencial nas superfcies dos condutores;
- Reduo da impedncia caractersticas da linha;
- Reduo da reatncia indutiva;
- Os condutores mltiplos no dependem de cabos especiais, podendo empregar qualquer
tipo j estudado;
- importante destacar que esta soluo no se restringe apenas a linhas EAT, havendo
muitas linhas em 138 kV e 230 kv empregando mais de um cabo por fase.
1.3.2. Isoladores e Ferragens
A finalidade dos isoladores em linhas de transmisso suportar as solicitaes eltricas e
mecnicas a que so submetidos causados por agentes internos e externos das linhas de
transmisso como:
- Sobretenses de Impulso (descarga atmosfrica);
- Sobretenses de manobras (chaveamento);
- Sobretenses senoidais de freqncia industrial.
Nas linhas areas de transmisso so empregados isoladores confeccionados com:
- Isoladores de porcelana vitrificada: apresenta desempenho eltrico considerado bom,
porm de custo elevado se comparado com os isoladores de vidro temperado. Outro problema se
refere identificao de isoladores faltosos por inspeo distncia.
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
15/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
15
- Isoladores de vidro temperado: Apresenta custo de fabricao menor se comparado ao
anterior. Em seu interior se cria um estado de tenso tal que sob a ao de choques mecnicos
estilhaa-se totalmente. Assim, isoladores faltosos so fceis para identificao numa inspeo
visual.
- Isoladores sintticos compostos: fabricados em fibra de vidro ou carbono, so
fabricados para suportar esforos muitos elevados. Entretanto estes isoladores apresentam um
custo alto
1.3.2.1.Tipos de Isoladores
1.3.2.1.1. Isoladores de Pino
- So isoladores fixados as estruturas por pinos de ao;
- O conjunto isolador-pino pode ser solicitado compresso e flexo;
- Podem ser fabricados tanto em porcelana vidrada quanto em vidro temperado;
- Geralmente so utilizados para tenses menores (66/75kV);
1.3.2.1.2. Isoladores Tipo Pilar ou Coluna
- Construdos de uma nica pea em porcelana vidrada ou vidro temperado;
- Possui na parte inferior uma base de ferro com um furo rosquevel que serve para
fixao estrutura;
- Trabalham a compresso e a flexo.
1.3.2.1.3. Isoladores de Suspenso:
- So empregados em dois tipos: monocorpo e disco;
- Os isoladores de monocorpo so fabricados de uma pea de porcelana ou vidro com
comprimento adequado ao nvel de tenso de utilizao;
- Os isoladores de disco so compostos de corpo de porcelana ou vidro onde so
cimentadas as ferragens que podem conectar unidades individuais formando uma cadeia de
isoladores. Esta configurao dos isoladores de disco permitem que trabalhem sob quaisquer
condies de trao.
1.3.2.2. Caractersticas dos isoladores de suspenso
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
16/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
16
Conforme j citamos os isoladores so submetidos a um conjunto de esforos mecnicos
e eltricos aos quais devem ser garantidos pelos fabricantes e verificados atravs de ensaios.
Entre os esforos mecnicos podemos citar:
- Carga de Ruptura;
- Resistncia de Impacto;
- Resistncia aos choques trmicos.
Entre as solicitaes eltricas que podem comprometer a suportabilidade do isolador
podemos citar:
- Perfurao do dieltrico;
- Disrupo superficial: depende da geometria do isolador, da tenso aplicada e das
condies superficiais dos isoladores
1.3.2.3. N de Isoladores numa cadeia de suspenso
Para uma mesma tenso nominal da linha, o n de isoladores empregados pode variar.
Alm da tenso nominal da linha, deve ser considerado o nvel cerunico da linha e o grau de
proteo desejado. Para o clculo pode ser empregada a seguinte expresso:
i
e
id
dVn
=
3
max
Onde:
ni = nmero de isoladores
Vmax= Tenso mxima de operao da linha em kV;
de = distncia de escoamento especfica em (cm/kV)
- para ambientes sem poluio = 2 a 2,3
- para ambientes com poluio ligeira = 3,2
- para ambientes com poluio intensa = 4,5
- para ambientes com poluio muito intensa = 6,3
di = distncia de escoamento dos isoladores (cm)
Exemplo: Calcule o nmero de isoladores tipo disco em uma cadeia de suspenso, sendo
os isoladores de 0,254m de dimetro nominal e o seu passo de 0,146m. A linha de transmisso
da classe de 500/550 kV a ser operada em regio de ar limpo.
Soluo:Temos que,
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
17/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
17
cmdi 30= ekVcmde /3,2=
34,24303
3,2550=
=in
ou 24 isoladores
1.3.2.4. Disposio dos Isoladores
As cadeias de isoladoras podem ser dispostas de 02 maneiras: a do tipo reto (Cadeia I)
ou cadeia em V. O primeiro tipo constitui-se de uma coluna de isoladores ou mesmo duas,
montadas verticalmente. O segundo tipo composto de duas colunas de isoladores montadas de
forma a manterem um ngulo com a vertical de 45. Este tipo de cadeia impede o efeito do
balano da cadeia de isoladores, devido presso do vento lateralmente sobre os cabos,
permitindo a reduo nas dimenses horizontais das estruturas.
1.3.3. Ferragens e Acessrios
Tem a finalidade de suportar os cabos e de ligao com as estruturas. Destas podemos
citar:
- conectores bola-gancho e conector bola-garfo: utilizados como pea de ligao a
estrutura (parte superior da cadeia de isoladores com a estrutura);
- Grampos ou pinas de suspenso: utilizada na ligao da cadeia de isoladores com os
cabos condutores. Havendo um cabo por fase, haver uma nica pina, havendo mais de um
condutor por fase ser usada uma chapa multiplicadora;
- varetas antivibrantes ou amor rods: utilizadas nos pontos de suspenso como reforo
do cabo, evitando que os fios sofram ruptura por ao das vibraes elicas;
- Emendas: utilizadas para a emendas dos cabos e ao mesmo tempo assegurar
continuidade eltrica ao circuito e tambm resistir aos esforos de trao que ficam submetidos
os cabos So empregados trs tipos de emendas: Emenda do tipo toro, Emenda do tipo
compresso e emenda do tipo pr-formada;
- Espaadores para condutores mltiplos: utilizados para que os condutores se
mantenham em paralelo ao longo da linha, mantendo constante a impedncia e capacitncia da
linha;
- Sinalizao de advertncia: utilizadas para assegurar a segurana fsica e operacional
da linha contra a ao de terceiros.
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
18/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
18
1.3.4. Estruturas das Linhas
As estruturas das linhas Areas de Transmisso devem ser dimensionadas para resistir,
com segurana, s solicitaes as quais so submetidas. Devem suportar os esforos necessrios
manuteno dos cabos suspensos, as foras decorrentes da presso do vento e foras
decorrentes das variaes de temperatura e mudanas de direo do traado.
Os Suportes podem ser classificados nos seguintes tipos:
Tipo Suspenso ou Alinhamento: dimensionados para suportar as foras verticais
devido ao peso dos cabos, isoladores e ferragens. Devem suportar tambm foras horizontais
transversais decorrentes dos ventos. Utilizada na maioria das linhas e mais frequentemente
empregado e so os suportes menos reforados da linha.
Tipo Terminal ou Ancoragem Total: Utilizados no incio e fim das linhas. So os
suportes mais solicitados, sendo, portanto mais reforados.
Tipo Ancoragem intermediria: semelhantes ao tipo anterior, porm empregados no
meio da linha. So empregados tambm em pontos de ngulo relativamente elevados.
Estruturas para ngulos: Alm das foras citadas anteriormente, este tipo de estrutura
deve suportar tambm foras decorrentes da resultante das foras de trao nos dois
alinhamentos que se cruzam.
Estrutura de Transposio: Utilizadas para assegurar o equilbrio eletromagntico das
linhas e a igualdade das quedas de tenso nas trs fases.
Estrutura para Derivao: Geralmente utilizadas para seccionamento e manobras.
1.3.4.1. Dimenses bsicas de um suporte
As estruturas so dimensionadas para assegurar segurana e desempenho aceitvel face
aos diversos tipos de sobretenses. Um parmetro importante analisado aqui o efeito dos
cabos pra-raios nas estruturas. Estes cabos geralmente so suspensos na parte mais alta da
estrutura e sua altura determinada em funo do ngulo de cobertura, conforme podemos ver
na figura abaixo. Quanto menor este ngulo, mais eficiente ser a proteo.
1.3.4.2. Altura da Estruturas
Dependem basicamente do comprimento da cadeia de isoladores, das flechas mximas
dos condutores e das alturas de segurana necessrias. Para o dimensionamento da altura bsica
dos suportes, pode-se empregar a seguinte expresso:
+= 50
301,0 U
DaD
se U > 87 kV
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
19/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
19
aD = se U 87 kV
Onde:
U = tenso mxima de operao da linha, valor eficaz fase-fase em kV;
DU= distncia em metros, numericamente igual a U;
a = distncia bsica em metros em funo da natureza da regio ou obstculo atravessado.
Obtida da NBR 5422;
Exemplo: Qual a altura mnima admitida para os condutores de uma linha de 138 kV
sobre terreno agriculturvel? Qual ser a altura para uma linha de 500 kV?
Soluo:
Caso 1 138 kV - Tenso mxima 145 kV
- segundo a NBR 5422 para este tipo de terreno a=6,5
mD 84,6503
14501,05,6 =
+=
Caso 2 500 kV
mD 18,950
3
55001,05,6 =
+=
1.3.4.3 Distncias entre partes energizadas e partes aterradas
Devem ser determinadas em funo de estudos que levem em considerao as
solicitaes eltricas coordenadas com as condies de vento que ocorrem simultaneamente
com cada uma das referidas solicitaes.
Caso esteja previsto a manuteno em linha viva, todos os espaamentos devero ser
verificados de forma a garantir a segurana dos eletricistas envolvidos nessa atividade.
A geometria do suporte resultante desses estudos dever, no entanto, atender
obrigatoriamente as condies nos subitens 10.2.1 e 10.2.2 na NBR 5422.
A Tabela abaixa extrada da NBR 5422 apresenta algumas distncias mnimas no suporte:
Descrio Distncia Mnima
MesmoCircuito
Distncia horizontal entre fases para U 50 kV
Tomar o maior valor entre:
D = 0,22+0,01DU
UDfD 076,037,0 +=
Distncia Vertical entre fases para U 50 kV 1,0 metro
Para U > 50 kV No especificado
sDife
ren Distncia horizontal entre fases Tomar o maior valor entre:
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
20/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
20
D = 0,22+0,01DU
b) UDfD 076,037,0 +=
Distncia Vertical entre fases D = 0,22 + 0,01DU
Distncia entre fase e pra-raios D = 0,22 +0,01DU
Distncias entre partes vivas e aterradas:
- elementos de suporte
- estais
D = 0,03 + 0,005DU
D = 0,09 + 0,006DU
Exemplo: Qual a distncia mnima aceitvel para empregarmos uma cadeia de isoladores
para uma linha de transmisso de 345/362 kV?
Soluo:
D = 0,03 + 0,005x362 = 1,84m
1.3.4.4. Disposio dos condutores nas estruturas
um fator importante na definio das dimenses das estruturas. So empregadas trs
disposies bsicas:
a) Disposio em plano horizontal: Quando todos os condutores esto no plano
horizontal. Conforme podemos ver na figura abaixo. Empregada em todos os nveis de tenso de
preferncia em linhas a circuito simples.
b) Disposio em plano vertical: Os condutores se encontram em um mesmo plano
vertical. Utilizadas tipicamente em linhas com faixa de servido restrita. A figura abaixo mostra
este tipo de disposio.
c) Disposio triangular: So dispostos segundo o vrtice de um tringulo. Encontrado
em todos os nveis de tenso.
1.3.4.5. Classificao quanto forma de Resistir
Basicamente define como os esforos a que os suportes so submetidos so transmitidos
ao solo. Podem ser classificados em 02 grupos:
Estruturas Autoportantes: So dimensionados para transmitir todos os esforos ao solo.
Podem ser rgidas ou Flexveis ou mistas.
Estruturas Estaiadas: So utilizados tirantes ou estais para absorver os esforos
horizontais transversais e longitudinais. Os maiores problemas deste tipo de estrutura que
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
21/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
21
alm de requererem um maior espao para os estais nas faixas de servido, exigem tambm
terrenos com topografia favorvel. Podem tambm ser mais vulnerveis ao vandalismo.
1.3.4.6. Materiais Estruturais
Para a fabricao dos suportes empregam-se os seguintes materiais:
Metais: Ao Carbono comum e de alta resistncia e alumnio ou ligas de alumnio;
Concreto Armado: Concreto Vibrado e Concreto Centrifugado;
Madeira: Madeira ao natural, madeira imunizada, laminados de madeira.
2. CONCEITOS BSICOS SOBRE PROJETOS DE LINHAS DE
TRANSMISSO
O Objetivo aqui apresentar as metodologias recomendadas para a determinao dos
fatores causadores das solicitaes, ou seja, dos esforos devido a presso do vento sobre os
elementos das linhas e daqueles devido s variaes das temperaturas. Ser discutido tambm o
comportamento elstico dos cabos condutores, bem como as deformaes permanentes
(alongamentos).
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
22/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
22
2.1. Determinao dos elementos solicitantes
As solicitaes mecnicas dos cabos das linhas de areas de transmisso e
conseqentemente, tambm de suas estruturas e fundaes, so decorrentes das variaes das
condies atmosfricas nas regies em que se encontram as linhas.
As informaes meteorolgicas necessrias para o estabelecimento das hipteses de
carga so:
Temperaturas
a.1) valores das mximas temperaturas anuais;
a.2) valores das mnimas temperaturas anuais;
a.3) valores das temperaturas mdias anuais, obtidas por taxa horria de amostragem;
b) Velocidades mximas anuais dos ventos
Na impossibilidade de se obter os dados acima nas condies desejveis, pode-se
recorrer s cartas meteorolgicas constantes na norma NBR 5422, usando-as com a prudncia
necessria.
2.2. Determinao das temperaturas necessrias aos projetos
2.2.1. Mtodo Estatstico
Numa situao em que seja possvel a obteno de dados meteorolgicos da regio em
que ser projetado o traado da linha, a formulao das usuais hipteses de clculo nas diversas
condies de solicitaes das linhas de acordo com o que se recomenda na NBR 5422 pode ser
vistas abaixo:
Para a condio de maior durao a temperatura definida pelo valor das mdias
plurianuais das temperaturas t.
A Temperatura mnima o menor valor da temperatura do ar calculada com uma
probabilidade de 2% de ser igualada ou ocorrer um valor menor.
minminmin50 59,2 =tt
Onde:
mint= Mdia das temperaturas mnimas anuais (C)
min = desvio padro da distribuio de temperaturas mnimas anuais
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
23/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
23
A Temperatura mxima o maior valor da temperatura do ar determinada para a
probabilidade de 2% a ser igualada ou excedida.
max50 59,2 += mxmx tt
Onde:
maxt = Mdia das temperaturas mximas anuais (C)
mx
= desvio padro da distribuio de temperaturas mximas anuais
Exemplo: Quais os valores, na regio da linha para o qual foram coletados os dados
constantes da tabela abaixo, das temperaturas necessrias formulao das hipteses de carga
a serem usados em projetos?
Soluo:
Condio de Maior Durao
96,19=t
Temperatura mnima
Ctt o97,509,259,244,1159,2 minminmin50 ===
Temperatura mxima
Ctt omxmx 46,3131,159,207,2859,2 max50 =+=+=
2.2.2 Mtodo Direto ou Grfico
Neste caso, os valores das temperaturas correspondentes podem ser obtidas atravs da
consulta as cartas meteorolgicas apresentadas no anexo A da norma NBR 5422 tambm
denominadas curvas isotermais.
Exemplo: Uma linha de Transmisso deve ser construda em uma regio cujascoordenadas aproximadas so: 12S e 48W. Quais as temperaturas do ar necessrias
elaborao do projeto?
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
24/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
24
Soluo: Consultando as curvas isotermais da NBR 5422 temos:
a) temperatura mdia - Ct025=
b) temperatura mxima mdia -Ctmx
07,31=
c) temperatura mnima - Ct0
min 5,9=
d) temperatura mxima -Ct
0
max 40=
e) Mdia das temperaturas mnimas dirias - Ct0
min 19=
2.3 Determinaes das velocidades dos ventos de projeto
Alguns estudos levaram ao reconhecimento de diversos fatores de importncia
fundamental na escolha dos chamados ventos de projeto, a partir dos dados disponveis dentre
os quais se devem notar:
A ao do vento depende da rugosidade do solo. Quanto maior for essa rugosidade, maior
ser a turbulncia do vento e menor ser sua velocidade;
Devido maior turbulncia prxima superfcie do solo, sua velocidade aumenta com a
altura sobre o solo;
Os ventos em geral, apresentam-se na forma de rajadas cujas frentes so pouco
extensas, apenas algumas centenas de metros;
Os diferentes obstculos que se opem ao vento possuem tempos de resposta diferentes
sua solicitao;
2.3.1. Efeito da rugosidade dos terrenos
A NBR 5422 classifica os terrenos em 04 categorias de rugosidade, descritas na tabela
abaixo. A caracterizao do terreno em uma dessas categorias um tanto subjetiva.
TABELA 1
Categoria de
Rugosidade
Caracterstica do SoloCoeficiente de
Rugosidade (Kr)
AVastas extenses de gua,reas planas costeiras; desertos
planos1,08
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
25/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
25
B Terreno aberto com poucos obstculos 1,00
C Terreno com obstculos numerosos e pequenos 0,85
D reas urbanizadas; Terrenos com muitas rvores altas 0,67
Notas:
Em vales que possibilitem uma canalizao de vento em direo desfavorvel para o efeito em questo, deve-se adotar
para Kr uma categoria imediatamente anterior que foi definida com as caractersticas apresentadas na tabela acima
Os valores de Kr correspondem a uma velocidade de vento mdia sobre 10 minutos (Perodo de integrao de 10
minutos), medida a 10 m de altura do solo;
As Mudanas previstas nas caractersticas da regio atravessada devem ser levadas em conta na escolha de Kr.
2.3.2. Velocidade Bsica dos ventos
Definida como a velocidade calculada para um perodo de retorno de 50 anos, medida de
maneira convencional a 10m de altura sobre o solo de categoria B, com um perodo de
integrao de 10 minutos.
2.3.2.1 Mtodo Estatstico
Com a obteno das velocidades mximas anuais dos ventos (Vimax) considerando n anos
de observao, possvel determinar o valor da velocidade que poder ser igualada ou excedida
a cada T anos:
( ) ( )
+= vVV
vVP
45,0
6expexp1
Onde:
TVP 1)( =
= probabilidade anual de vento V (m/s) a ser igualado ou excedido;
V (m/s) = o Valor da velocidade do vento com uma probabilidade de P(V);
[ ]smV / = o valor mdio da distribuio das n velocidades mxmas observadas;v = desvio padro amostral das n velocidades;
Exemplo: Com os valores medidos das velocidades mximas do vento obtidos da tabelaem anexo, colhidas em um posto meteorolgico por meio de anemmetro com 2s de resposta,
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
26/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
26
10m de altura, em terreno de rugosidade B. Qual o valor da velocidade bsica do vento, ou seja,
a velocidade com um perodo de retorno de 50 anos
Soluo:
Temos que:
02,050
11)( ===T
VP
hkmV /42,76=
hkmv /69,12=
Considerando,
)45,0(6
vVVv
x
+=
Temos que:
[ ]
90194,3
02020,0]02,01ln[)(1ln
)(1
1)(
=
===
=
=
x
VPe
eVP
eVP
x
e
e
x
x
Para:
[ ]1305,8069,126
= Vx
smhkmV /8.336.3/378,120 ==
2.3.2.2. Mtodo Grfico
Determinada diretamente da leitura das cartas istacas constantes no anexo da Norma
NBR 5422 conforme se obteve para as temperaturas.
Exemplo: Qual a velocidade bsica do vento a ser usada na linha especificada para as
coordenadas WS00 48e12 ?
Soluo: Consultando as tabelas do anexo da norma, a velocidade estimada ser de 22 a
24 m/s.
2.3.3. Velocidade do Vento de projeto (Vp)
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
27/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
27
Velocidade determinada a partir da velocidade bsica do vento (Vb), corrigida de modo a
levar em conta o grau de rugosidade da regio de implantao da linha, o intervalo de tempo
necessrio para que o obstculo responda ao do vento, a altura do obstculo e o perodo de
retorno adotado.
Rugosidade do terreno: quando for diferente de B deve-se multiplicar a velocidade
bsica de vento pelo coeficiente de rugosidade Kr referente ao terreno da linha, conforme
tabela abaixo:
Tempo resposta a ao
do vento: os elementos da linha
de transmisso tm tempo de
resposta diferente ao do
vento Ex.: para os isoladores, o
perodo de integrao deve ser
considerado igual a 2s e para os
cabos o perodo de integrao
deve ser considerado 30s;
conforme figura abaixo:
Fig. 1 Relao entre as velocidades mdias a 10m de altura. NBR 5422
Altura dos obstculos: Para Obstculos com alturas diferentes de 10m deve-se aplicar um
fator de correo dado por:
n
h
HK
1
10
=
Onde:
H = Altura do obstculo;
n = Fator que depende da rugosidade do terreno e perodo de integrao, obtido
conforme tabela abaixo:
Categoria do Terreno n
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
28/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
28
t = 2s t = 30s
A 13 12
B 12 11
C 10 9,5
D 8,5 8
Assim, a velocidade de vento de projeto ser determinada por:
bhdrp VKKKV =
Exemplo: Qual deve ser o valor do vento do projeto para a determinao da fora
resultante da presso que o vento exerce sobre os cabos de uma linha, cuja altura mdia sobre o
solo de 18 metros, estando a linha em terreno de categoria C. O vento bsico de Projeto de
Vb=20m/s.
Soluo:
Podemos obter os coeficientes Kr, kd, Kh da tabelas constantes na Norma NBR 5422,
assim temos,
Kr = 0,85; para o terreno categoria C
Kd = 1,30; para t=30s (cabos) categoria Cn = 9,5; Tabela 2.3 para t=30s e categoria C
063,110
18 5,91
=
=hK
Assim,
hkmsmVKKKV bhdrp /57,846,3/49,2320063,130,185,0 ====
2.3.4. Velocidade bsica do vento para um perodo de retorno qualquer
Desejando-se aumentar a segurana da linha, pode-se aumentar o perodo de retorno a
critrios dos proprietrios das linhas. Como nos casos anteriores, isto pode ser feito atravs de
dois procedimentos.
2.3.4.1 Mtodo Estatstico
Utiliza-se a mesma equao do vento bsico, porm empregando na equao o valor
correspondente para o valor T (T=100, 500 ou at 1000 anos).
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
29/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
29
2.3.4.2. Mtodo Grfico
Pode-se determinar Vb para um perodo de retorno diferente de 50 anos a partir da
seguinte equao:
))
11lnln TV
T
=
Onde:
= estimador do fator de escala da distribuio de Gumbel, obtida a partir da figura 29
da NBR 5422;
= estimador do fator de posio da distribuio de Gumbel, obtida a partir da figura
30 da NBR 5422;
T = perodo de retorno em anos;
Exemplo: Determinar a velocidade do vento bsico da linha para um perodo de retorno
de 500 anos e localizada nas coordenadas 12 S e 40W?
Soluo:
Caso 1) considerando um perodo de retorno de 50 anos a partir da figura 28 da NBR 5422
temos:
Vb = 18 m/s.
Caso 2) Considerando um perodo de retorno de 500 anos, a velocidade bsica do vento
pode ser determinada a partir da equao:
= 0,55
= 10
smTVT /29,2155,0
))500
11ln(ln(10
11lnln =
=
=
2.4. Determinao da Presso do vento
Presso do Vento: Definida como a presso que o vento exerce sobre um elemento da
linha, denominada Presso dinmica de referncia:
[ ]220 /2
1mNVq P=
Onde:
Vp= velocidade do vento de projeto;
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
30/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
30
= massa especfica do ar, que pode ser determinada a partir da expresso abaixo:
[ ]3/6416000
6416000
00367,01
293,1mkg
ALTt
ALTt
t
++
+
+=
Onde:
t = temperatura coincidente;
ALT = Altitute mdia da implantao da linha;
Exemplo: Uma linha localizada nas coordenadas 12S e 40W, apresenta uma velocidade
bsica de 22,8 m/s. Esta dever ser implantada em terreno do tipo C, com condutores em altura
mdia de 15 m, em local de altitude mdia de 350m, cuja temperatura coincidente de 190C.
Qual a presso que o vento ir exercer sobre os seus condutores?
Soluo:
bhdrp VKKKV =
Kr = 0,85; para o terreno categoria C
Kd = 1,30; para t=30s (cabos) categoria C
n = 9,5; Tabela 2.3 para t=30s e categoria C
0436,110
15 5,91=
=hK
smVKKKV bhdrp /30,268,220436,13,185,0 ===
3/94147,0350196416000
350196416000
1900367,01
293,1mkg=
++
+
+=
e,
( ) 220 /6,3253,2694147,021 mNq ==
2.5. Fatores que afetam as flechas mximas dos cabos
O valor da flecha depende do comprimento desenvolvido do cabo quando suspenso. Este
comprimento estar sujeito a variaes em funo da temperatura e tambm devido ao
alongamento permanente que o cabo ir sofrer com o decorrer do tempo de uso.
2.5.1. Caractersticas elsticas dos cabos
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
31/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
31
Para o estudo do comportamento mecnico dos cabos, alm de se conhecer as dimenses
fsicas dos cabos (Seo, dimetro, peso), deve-se conhecer tambm sua carga de ruptura, seu
coeficiente de expanso trmica e seu mdulo de elasticidade.
Os metais empregados na fabricao dos cabos usados nas linhas de transmisso, no
podem ser considerados perfeitamente elsticos, em virtude de sua elevada relao
comprimento/seo, que aps um primeiro tensionamento apresentam alongamentos residuais
que influenciam nos valores das flechas.
2.5.2. Deformaes plsticas e modificaes nos mdulos de elasticidade
Primeiramente considere-se a figura
abaixo. Um cabo quando submetido a uma
tenso a tem o seu comprimento aumento
de valor proporcional a'
OA . Ao retornar ao
seu estado de repouso, seu comprimento
sofre um aumento igual a ''OA . O
alongamento'AA transitrio e representa
sua deformao elstica.
Fig. 2.11 Diagrama tenses x alongamentos
- Fuchs
Podemos verificar que quando o fio metlico tracionado pela primeira vez ele sofre
uma mudana em seu mdulo de elasticidade, que acompanhado de um aumento de seu
comprimento. Esse alongamento depende da natureza do material e do valor mximo da tenso
a que foi submetido.
Os cabos podem tambm ser submetidos a tenses durante longos intervalos de tempo
podendo tambm sofrer acrscimos adicionais em ser comprimento como podemos observar na
figura abaixo.
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
32/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
32
Fig. 2.12 Alongamentos por mudana de mdulos de elasticidade e por fluncia - Fuchs
Como pode-se observar na figura, uma amostra submetida a uma valor de Tenso a
constante durante um razovel intervalo de tempo t, observa-se que seu comprimento
acrescido de uma valor proporcional'
OC , e se a tenso for reduzida a zero, o comprimento do
condutor ter sofrido um acrscimo proporcional a''
OC , portanto maior do que''
OA . Este
fenmeno conhecido como fluncia ou Creep.
2.5.3. Diagrama Tenses-deformaes em cabos
Podemos observar atravs do diagrama abaixo que o alongamento permanente possui
duas componentes :
Fig. 2.14 Alongamentos permanentes totais em cabos homogneos mantidos sob tenso - Fuchs
S = Alongamento proporcional ao valor mximo da tenso aplicada, B . atribudo
Acomodao Geomtrica, composta de:
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
33/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
33
a = acomodao dos fios e das camadas de fios entre si;
b = os fios que compem as vrias camadas cruzam-se com superfcie de contato
mnima, o que provoca esmagamentos nos pontos de contato;
c = o efeito de encruamento dos fios componentes;
C
= um alongamento proporcional ao valor da tenso aplicada a
e da durao da
tenso a
em horas. Depende ainda de outros fatores e a componente devido a Fluncia
metarlgica.
De uma forma genrica, os alongamentos permanentes podem ser descritos pela seguinte
equao geral:
( ) ( ) ,),(max ttTT Cstot += onde:
tot = alongamento permanente total;
s
= alongamento por acomodao geomtrica;
c
= alongamento por fluncia metalrgica;
maxT = Valor mximo da trao axial nos cabos;
)(tT = Trao axial nos cabos;
t = tempo de durao das diferentes traes axiais nos cabos;
= temperatura;
Os diagramas tenses-deformaes so obtidos atravs de ensaios padronizados em
amostras de cabos. No Brasil os ensaios so realizados de acordo com a norma NBR 7302. Para
cada composio de cabos elaborado uma diagrama com as respectivas equaes, com as quais
se pode determinar os valores de s
e c
.
Os estudos permitiram identificar os principais fatores que influenciam o alongamento
permanente dos cabos das linhas de transmisso e a maneira de quantific-los. Podem ser
classificados em dois grupos:
1 Fatores Externos
Parmetros independentes dos condutores e se originam, no ambiente externo, de
caractersticas construtivas e do uso da linha, como:
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
34/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
34
Tenso mecnica;
Temperatura;
Maquinrio e procedimentos de tensionamento.
2 Fatores Internos
So fatores que envolvem diretamente as caractersticas dos cabos, tais como:
Tipo de material;
Tipo de condutor (formao geomtrica e caractersticas);
Mtodos de fabricao de condutores.
2.5.4. Clculos de alongamentos permanentes
Os alongamentos permanentes podem ser determinados graficamente ou podem ser
determinados atravs de mtodos semi-analticos. Dois mtodos podem ser descritos a seguir:
2.5.4.1. Mtodo Convencional
determinado utilizando diagramas e a tabela abaixo:
2.5.4.1.1. Alongamento por acomodao geomtrica
Na figura abaixo, observa-se que Ei a curva inicial do Cabo e Ef a curva final e a
a
tenso na condio de trao mxima. O alongamento permante pode ser determinado aplicando
a equao correspondente para um cabo CAA.
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
35/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
35
Fig. 2.21 Determinao do alongamento permanente por acomodao geomtrica - Fuchs
Composio (Al + F) Equaes
6 +1
31521153 1097,41052,61002,11062,3 YYYXi ++=
YXf
6107245,8 =
18 + 1
31421053 1059,11064,21045,11088,3 YYYXi ++=
YXf
610135,10 =
26 + 731521153 1064,51018,11028,11007,4 YYYXi
++=
YXf610298,9 =
30 + 7
31521153 1008,31054,61012,11030,2 YYYXi ++=
YXf
610817,8 =
45 + 7
31421054 1016,21080,41077,11003,7 YYYXi ++=
YXf610695,10 =
54 + 7
31421054 1014,11070,21056,11085,6 YYYXi ++=
YXf
610273,10 =
54 +19
31521054 1090,8105,11034,11076,4 YYYXi ++=
YXf610891,9 =
Alumnio 7 fios
31421053 1026,51069,71087,11054,6 YYYXi
++=
YXf610893,18 =
fonte: STRESS STRAIN CREEP CURVES THE ALUMINUM ASSOCIATION
23
3
/10703070,0
1089476,6PSI1
mmkgf
MPa
=
=
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
36/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
36
Exemplo: A trao na condio de mximo carregamento em uma cabo CAA de 546,04
mm2 de rea de seo transversal, composto de 54 Al + 7 Fe (Cdigo Cardinal 954 MCM) igual
a 49.676 N (5.066 kgF). Qual valor do alongamento permanente por acomodao geomtrica?
Soluo:
Podemos utilizar as equaes para a composio do cabo especificado:
Curva Inicial -31421054 1014,11070,21056,11085,6 YYYXi
++=
Curva Final -YX
f
610273,10 =
Assim,
PSImmkgfa 196.133,1422278,9/278,904,546
5066 2
====
( ) ( )
%1856,0
131961014,1131961070,2131961056,11085,631421054
=
++=
i
i
X
X
%13556,0196.1310273,1010273,10 66 === YXf
Portanto o alongamento permanente por acomodao geomtrica ser:
%05015,013556,01856,0 === fi XX ou kmmms/5,501=
2.5.4.1.2. Alongamento por fluncia
Os diagramas de tenses-deformaes apresentam tambm trs retas, e suas respectivas
equaes, destinadas ao clculo da fluncia. So equaes do tipo Y = a.X que, no apresentam
um crescimento exponencial dos alongamentos no tempo devendo ser interpretadas como
mostra a figura abaixo:
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
37/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
37
Fig. 2.22 Alongamento por fluncia - Fuchs
A tabela abaixo apresenta as constantes a serem empregadas nas equaes para o
clculo do alongamento, que so do tipo para os cabos de uso mais freqente:
Kt = Condutores Constantes K
TIPOS COMPOSIO 6 MESES 12 MESES 120 MESES
CAA
(6 + 1) 13,676 14,286 15,625
(18 + 1) 20,202 21,277 24,691
(26 + 7) 15,444 16,502 18,709(30 + 7) 13,953 14,424 15,463
(45 + 7) 19,157 20,619 25,413
(54 + 7) 16,878 17,762 20,794
(54 + 19) 16,644 17,731 19,716
CA
7 23,095 24,631 30,211
19 23,585 25,510 32,051
37 23,641 26,178 32,680
61 25,316 27,473 34,483
Obs:
1 - As Tenses devem ser usadas em PSI e os alongamentos devero ser dados em (%);
2 Os valores da tabela acima devem ser multiplicados por 10-6
Exemplo: Qual o valor do alongamento por fluncia do cabo do exemplo anterior,
considerando-o operando durante 10 anos com uma tenso correspondente a 18% de sua tenso
de ruptura, ou seja, 27.105 Mpa (2.763 kgf/mm2) temperatura de maior durao?
Soluo:
Temos que, 27.205 MPa = 3931PSI
Utilizando a equao apropriada para o tipo de condutor temos:
%058529,0
)3931(1014,1)3931(1070,2)3931(1056,11085,6 31421054
=
++=
i
i
X
X
Pela equao da fluncia temos:
%081746,0393110794,2010794,20 66 === fiX
O alongamento por fluncia por 10 anos ser de:
kmmm /5,213%02315,0058529,0081746,010 ===
2.5.4.1.3. Alongamento total
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
38/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
38
Para obteno do alongamento total, convm observar as seguintes regras:
a) quando a relao entre c e s for maior do que 2, deve se considerar igual aomaior dos dois;
b) quando a relao entre c e s for menor do que 2, toma-se o valor do menor,acrescido da metade do valor do maior;
Exemplo:
Qual o alongamento total que deve ser usado para no dado do cabo dos exerccios
anteriores?
Soluo:
Como a relao entre os alongamentos2>
c
s
o alongamento total para o cabo ser
de :
kmmmt /05015,0=
2.5.5. Caractersticas Trmicas e elsticas dos cabos
A tabela abaixo fornece dados caractersticos de cabos usados na transmisso. Os
mdulos de elasticidade iniciais dos cabos CAA foram linearizados e sero empregados nas
Equaes de Mudana de Estado.
Os dados desta tabela permitem calcular os alongamentos permanentes por acomodao
geomtrica empregando as curvas linearizadas.
Tipo de
Cabo
Comp
osio
Mdulo de Elasticidade Coef. de exp. trmicaA Mudana de Inclinao da
Curva Inicial
EiInicial
kgf/mm2
Final
kgf/mm2.10-6 1/0C .10-6 1/0C
A kgf/mm2
Alumnio
Duro
1 7031 23,04
7 5343 6180 23,04
19 5060 6080 23,04
37 4920 5970 23,04
61 4710 5870 23,04
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
39/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
39
Ao
Galvaniza
do
1 19680 11,52
7 19330 11,52
19 18980 11,52
37 18280 11,52
Alumniocom Alma
de Ao
6/1 I 6820 8075 18,38 19,10 11,601
II 4781
26/7 I 6117 7664 18,00 18,90 11,250
II 4922
20/7 I 6609 8086 16,75 18,00 12,750
II 5484
30/19 I 6609 8086 16,75 18,00 12,750
II 5484
45/7 I 4500 6575 18,10 19,00 11,250
II 2812
54/7 I 5203 6890 18,18 19,44 9,843
II 4148
54/19 I 5203 6890 18,18 19,44 9,843
II 4148
Cobre
Duro
1 10190 11950 16,92
3 9840 11950 16,92
12 9840 11950 16,92
Outro
s10190 11950 16,92
Cobre
meio
duro
1 9840 11240 16,92
outros 9840 10890 16,92
3. COMPORTAMENTO MECNICO DOS CONDUTORES
Este captulo pretende abordar o comportamento mecnico dos condutores, de modo a
assegurar seu bom funcionamento face s solicitaes de natureza mecnica a que so
submetidos, como tambm de sua amarrao ao terreno que atravessa.
Sendo os condutores os elementos ativos no transporte de energia e que so mantidos
sob tenses elevadas, todos os demais elementos da linha de transmisso devem ser
dimensionados em funo dessas tenses, como tambm em funo das solicitaes mecnicasque estes transmitem as estruturas.
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
40/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
40
3.1. Cabos Suspensos Vo Isolados
Os cabos de linhas areas de transmisso quando suspensos e afastados de uma distncia
razovel, descrevem uma curva semelhante a uma catenria ou parbola.
Os pontos de suspenso podem estar a uma mesma altura ou a alturas diferentes como
veremos abaixo.
3.1.1. Suportes a mesma altura
A figura abaixo apresenta o caso de um condutor suspenso em dois suportes rgidos A e B
separados entre si por uma distncia a (vo). Como esto numa mesma altura a curva descrita
ser simtrica, e seu ponto mais baixo o vertice O.
Em linhas de transmisso, as alturas do suporte esto diretamente relacionadas as
flechas (f) e com a distncia do vrtice ao solo (hs). A flecha depende do vo, da temperatura e
valor da trao aplicada ao cabo quando da fixao em A e B.
Temos ainda alguns parmetros a serem considerados como:
P (kgf/m) = peso unitrio do condutor;
L (m) = comprimento do condutor no vo (L > a).
Fig. 3.1 Condutor suspenso em dois suportes de mesma altura - Fuchs
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
41/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
41
Fig. 3.2 Foras atuantes - Fuchs
Se considerarmos na figura o ramo OB = L/2, e o ponto M deslocado para o ponto B,
temos:
vertical)fora(2
VpL
Tsen ==(3.1)
( )horizontalforacos 0TT =(3.2)
A fora T representada pela reao da estrutura ao sistema de foras atuantes:
2sen
pLTe
cos
0 ==T
T
Se dividirmos as equaes (3.1) e (3.2) tem-se:
02TpLtg =
e 02TpLarctg=
As expresses acima mostram que T ser mnima para 0= (ponto O da figura) e
mxima junto aos pontos de suspenso.
As normas estabelecem as limitaes que devem ser obedecidas com relao aos
esforos mximos de trao admissveis nos cabos condutores. Geralmente estas limitaes
esto relacionadas com a carga de ruptura do condutor como:
rupkTT =max
onde:
k = coeficiente de reduo, varivel com as diversas condies de funcionamento;
rupT = Tenso de ruptura do condutor;
maxT
= Tenso mxima aplicada;
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
42/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
42
Exemplo-01: Um linha de transmisso deve ser construda com cabos de alumnio com
alma de ao (CAA), composto de 30 fios de alumnio de 7 de ao com seo nominal de 248,40
mm2 (cdigo lark catlogo). Sua carga de ruptura de 9.060 kgf e o seu peso 0,9233 kg/m.
Admitindo o condutor tensionado para uma trao T0=1812 kgf, calcular o valor da trao T, nos
pontos de suspenso para vos de 400 metros e 1000 metros?
Soluo:
Devemos considerar inicialmente que aL , assim temos:
Para o vo de 400 metros
818,518122
4009233,0
2 0=
== arctg
T
pLarctg
kgfT
T 38,1821cos(5,818)
1812
cos
0 ===
Neste caso houve um aumento da trao de %5176,0=T
Para o vo de 1000 metros
2933,1418122
10009233,0
2 0=
== arctg
T
pLarctg
kgfT
T 88,18693)cos(14,293
1812
cos
0 ===
Neste caso houve um aumento da trao de %1945,3=T
Observa-se que no primeiro caso, o aumento da Trao pode ser considerado desprezvel, sendo
considerado normal em linhas desta classe de Tenso. No segundo caso o aumento da trao
considervel e merece um pouco mais de ateno, sendo utilizado em casos excepcionais.
Exemplo-02: Admitindo que o comprimento desenvolvido dos cabos seja aproximadamente igualaos vos horizontais, com que valor de vo o condutor da linha do exemplo anterior se romper
nos suportes?
Soluo:
Temos que:
T
TTT 00 coscos ==
Assim para T0=1812 kgf e T = 9060 kgf (tenso de ruptura do cabo)
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
43/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
43
0463,782,09060
1812cos ===
Fazendo aL temos :
( )mm
tg
p
tgTa
T
pa
T
pLtg 1923067,19228
9233,0
463,78181222
22
0
00
=
====
Podemos concluir que com uma trao horizontal junto aos vrtices T0=1812 kgf, ou seja, 20% da
carga de ruptura do condutor, o cabo no resistiria aos esforos de trao junto aos apoios e
ocorria a ruptura com um vo da ordem de 19230 metros.
3.1.1.1 Equaes para os cabos suspensos
3.1.1.1.1 Flecha
Em linhas de transmisso a flecha pode ser obtida a partir das seguintes expresses:
a) equao da Catenria
= 1
2
cosh1
1
C
aCf
onde,
p
TC 01 =
;
a = vo em metros;
b) equao da Parbola
0
2
8T
paf =
Para efeito comparativo os valores obtidos pelas duas equaes acima so muitos
prximos, e assim a equao da parbola pode ser utilizada em problemas prticos de
transmisso.
Exemplo-03: Calcular o valor da flecha do exemplo anterior para os dois vos de 400 e
1000 metros?
3.1.1.1.2 Comprimento dos Condutores
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
44/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
44
Clculo pelo processo exata: neste caso a equao do comprimento considerando a curva
inteira no vo a:
1
12
2C
asenhCL =
b) clculo pelo processo aproximado: neste caso que a curvatura do cabo seja uma
parbola, assim a equao do comprimento do cabo, desenvolvida em funo da flecha e e de
sua abertura ser:
a
faL
3
8 2+
onde:
a = comprimento do vo;
f = flecha do condutor;
Exemplo-04: Quais os valores dos comprimentos dos cabos da linha descrita no exemplo-
01, nos vos de 40m metros e 1000 metros, calculados atravs do clculo pelo processo exato e
aproximado.
Soluo:
processo aproximado
52,19629233,0
181201 ===
p
TC
( )( )
( ) ( )msenh
CasenhCL
msenhC
asenhCL
535,101052.19622
100052,962.122
2
69,40052.19622
40052,962.12
22
1
11000
1
1400
===
=
==
processo aproximado
( )mf 19,10
18128
4009233,02
400 =
=
( )mf 69,63
18128
10009233,02
1000 =
=
Assim,
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
45/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
45
( )mL 69,400
4003
19,108400
2
400 =
+=
( )mL 81,1010
10003
69,6381000
2
1000 =
+=
RESUMO DAS EQUAES DO CABO PARA VO NIVELADO
a Trao nos apoios - cos
0
TT =
para 02T
pLarctg=
b Flecha - 0
2
8T
paf =
c Comprimento do Cabo - a
faL
3
8 2+=
3.1.2. Suportes a diferentes alturas
Neste sistema o cabo se encontra estendido entre dois suportes de alturas diferentes,
sendo o vo medido na horizontal igual a A, como podemos ver na figura abaixo. Se
prolongarmos a curva at o ponto B, situado a uma mesma altura do ponto A obtm o vo
nivelado ae denominado tambm de vo equivalente.
Fig. 3.3 Cabo suspenso entre suportes com alturas diferentes - Fuchs
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
46/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
46
O vo equivalente pode ser determinado pela seguinte expresso:
Ap
hTAAe
02+=
onde:
eA = Vo equivalente em metros;
A = Vo horizontal em metros;
h = diferena de altura entre os suportes;
oT = Trao horizontal;
p = peso do condutor (kg/m);
A carga vertical no ponto superior de suspenso, A (trecho AO) pode ser dada por:
[kgf]2
2
2
1
2
1
A
hTApVp
Ap
hTApAV oA
o
eA +=
+==
E a carga vertical no suporte inferior ser dada por
pAAV eB
= '
2
1
onde:
1
2' C
A
hA =
Assim,
[kgf]2
2
2'
2
1
0
11
A
hTApV
pCA
h
A
hCApApAV
B
eB
=
+=
=
Entretanto deve-se observar as seguintes regras
1) quando2
' eA
A
:[kgf]
2
1' pAAV eB
=
Como no sistema anterior com suportes de mesma altura, neste sistema a trao
horizontal To ser constante em qualquer ponto da curva, entretanto a trao axial no ser e
seu valor ser encontrado pela soma vetorial da Trao horizontal e as foras verticais VA e VB.
Para o ponto mais alto do vo temos:
pfTT eA += 0
e para o ponto mais baixo temos:
phfTT eB )(0 +=
onde:
0
2
8T
pAf ee =
= que corresponde a flecha do vo eqidistante eA
.
Exemplo: Dois suportes de uma linha de 138 kV descrita no exemplo anterior, esto em alturas
diferentes, sendo a diferena de altura, num vo horizontal de 400 metros, igual a 44 metros.
Calcular as foras verticais e axiais atuantes nos pontos A e B, sendo A o ponto mais alto.
Soluo:
Do exemplo anterior temos:
mkgpCkgfT /9233,0e52,1962,1812 10 ===
temos:
a Foras Verticais
a1 Suporte Superior Ponto A
kgfa
hTapVA 98,383
400
181244
2
9233.0400
2
0 =
+
=+=
a2 Suporte Inferior Ponto B
kgfa
hTapVB 66,14
400
181244
2
9233.0400
2
0 =
==
O sinal negativo em B significa que a trao e dirigida de baixo para cima e que 2eAA 2 , o vrtice da catenria
equivalente est atrs do suporte B. Assim a fora vertical ser
[kgf])( bbBCBAB nmpVVV ==
Os cabos ainda so solicitados por trao, na suspenso em B, pela fora TBA e pela fora
TBC
- Estrutura Intermediria C
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
55/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
55
Atuam sobre esta estrutura uma fora vertical VC = (VCB + VCD), e foras axiais nos cabos
TBC e TCD respectivamente nos vos aBC e aCD.
- Estrutura Intermediria D
Atua uma fora vertical sobre a estrutura VD = (VDC + VDE) ), e foras axiais nos cabos TDC
e TDE respectivamente nos vos aDC e aDE.
- Estrutura intermediria E
Neste caso o vrtice da catenria no vo aDE coincide com o ponto de suspenso dos
condutores, portanto no colabora com a componente vertical atuando sobre a estrutura.
eEFE pnVV ==
As foras axiais no cabo so TED=T0 e TEF
3.1.2.7. Vo mdio de uma estrutura
Tambm denominado vo de vento, definido como a semi-soma dos vos adjacentes de
uma determinada estrutura:
[ ]m2
ji
m
aaa
+=
3.1.2.8. Vo Gravante
um vo fictcio (aG) que, multiplicado pelo peso unitrio dos condutores, indica o valor
da fora vertical que um cabo transmite estrutura que o suporta, tambm denominado vo de
peso.
)( iiG nma =
3.1.2.9 Caso Particular Vos desiguais com alturas desiguais
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
56/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
56
Devemos observar a figura abaixo que trata de um caso particular de vo desigual com
altura desigual. Esta situao sempre que possvel deve ser evitada em linhas reais,
principalmente em tenses mais elevadas. Esta situao conhecida na prtica como
arrancamento ou enforcamento. Como podemos observar a estrutura B ser solicitada, neste
caso por das foras verticais, dirigidas de baixo para cima tendendo a suspend-la.
Exerccio: No trecho de linha mostrado na figura do item 3.1.2.3 foram medidas as seguintes
distncias:
;214n
0m;152n;20,8h;152
290m;197n;75,14h;476
276m;95n;30,25h;175
203m;31n;45,15h;234
e
edDE
DcCD
CBBC
BAAB
m
mmmma
mmmma
mmmma
mmmma
DE
CD
BC
AB
=
====
====
====
====
A componente horizontal da trao nos cabos na condio de flecha mxima, sem vento ser de
1.020 KGF, obter:
a) Vos mdios;
b) Vo Gravantes;
c) cargas verticais sobre as estruturas;
d) traes nos cabos junto aos suportes;
Soluo :
Item a)
- Estrutura Am
aa abma 117
2
0234
2
0=
+=
+=
- Estrutura B
maa
a bcabmb 5,204
2
175234
2
=+
=+
=
- Estrutura Cm
aaa cdbcmc 5,325
2
476175
2=
+=
+=
- Estrutura Dm
aaa decdmd 314
2
152476
2=
+=
+=
Item b)
- Estrutura A
mna aGa 31==
- Estrutura Bmnma bbGb 10895203 ===
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
57/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
57
- Estrutura Cmnma ccGc 473197276 =+=+=
- Estrutura D mnma ddGd 442152290=+=+=
- Estrutura Emna eGe 21421400 =+=+=
Item c)
- Estrutura AkgfpaV GAA 62,28319233,0 ===
- Estrutura BkgfpaV GBB 71,991089233,0 ===
- Estrutura CkgfpaV
GCC
72,4364739233,0 ===
- Estrutura DkgfpaV GDD 09,4084429233,0 ===
- Estrutura EkgfpaV GEE 58,1972149233,0 ===
Item d)Neste item deve-se utilizar as equaes para trao em suportes inferiores e superiores,
calculando primeiramente os vos equivalentes e as flechas correspondentes;
- Estrutura A Vo equivalente
ma
ThaA
ab
ab
eabeAB 88,3799233,0234
102045,152234
2 0 =
+=+=
( )m
T
pAf eeAB 32,16
10208
88,3799233,0
8
2
0
2
=
==
kgfphfTT eABeABAB 80,10209233,0)45,1532,16(1020)(0 =+=+=
obs. Restante do exerccio, resoluo pelos alunos
RESUMO DAS EQUAES DO CABO PARA VOS CONTNUOS
1 - Alturas Iguais:
1.a. Fora vertical num apoio
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
58/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
58
[ ]kgf2
+=
ji aapV
1.b. Fora axial no lado i:
;cos
01
TT =
=
02T
paarctg i
1.c. Flecha do Vo i:
0
2
8T
paf ii =
2 Alturas desiguais
2.a. Fora vertical no apoio
)( ji nmpV =
2.b. Fora axial no suporte superior (B)
0
22
08T
pATT eVA +=
Sendo
pa
Th
aABA
BA
BAe
02
+=
2.c. Fora axial no suporte inferior (A)
+= AB
e
AB hT
pApTT
0
2
08
Sendo
pa
ThaA
AB
AB
ABe
02+=
3.1.3. Influncia dos Agentes Externos
Alm das solicitaes de carter permanente que estudamos os itens anteriores, os
condutores das linhas areas podem ser solicitados por outros esforos de carter transitrio
como:
Solicitaes devido presso do vento sobre o cabo ou variaes de temperatura;
Solicitaes adicionais durante a fase de montagem e manuteno peridica da linha;
Sobrecargas excepcionais ou acidentais e unilaterais ocasionadas pela ruptura de um ou
mais cabos.
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
59/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
59
3.1.3.1 Efeito do vento sobre os condutores
Sabemos que o vento exerce uma presso sobre os condutores, e que esta presso dada pela
seguinte expresso:
[ ]220 N/m2
1pVq =
Considerando d o dimetro dos condutores, a Fora resultante da presso do vento :
[ ]kgf/m21 2
0 dVdqF pv ==
onde esta forca se distribui uniformemente ao longo do condutor, e se exerce na horizontal em
sentido transversal ao eixo longitudinal dos cabos. Sob a ao simultnea do peso prprio e da
forca do vento, o cabo sofre um aumento vertical de seu peso:
[ ]kgf/m22vR fpp +=
Este aumento virtual do peso provoca um aumento das traes T e T0 nos cabos e o
aparecimento de uma fora horizontal transversal.A flecha mxima tambm aumenta como:
02
2'
8T
Apf R=
onde:
Rp = peso virtual do cabo;
02T = novo valor da componente horizontal da trao nos cabos;
- Para vos isolados a fora resultante horizontal transmitida estrutura dada pela seguinte
expresso:
vV AfF2
1=
ry
- Para vos contnuos a fora horizontal transmitida estrutura :
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
60/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
60
v
ji
V faa
F
+=
2
onde:
ai e aj so vos adjacentes a estrutura intermediria;
Exemplo: Qual o valor da fora resultante da ao do vento sobre os condutor
considerado nos exemplos anteriores?
Admitindo uma estrutura terminal com vo adjacente de 300 metros.
Uma estrutura intermediria com vos vizinhos de 280 e 420 metros.
Calcular os esforos transversais que os condutores transmitem as estruturas devido
fora do vento. Calcular, ainda, a flecha da catenria em repouso e sob a ao do vento,
sabendo que a trao T0 = 1812 kgf sem vento e T02= 2.029,5 kgf com presso do vento de 43,56
kgf/m2 a uma mesma temperatura, no vo de 420 metros.
Soluo:
Considerando o cabo descrito nos exemplos anteriores, temos:
d = 0,02044 metros (catlogos condutores)
mkgfdqfv /89036,002044,056,430 ===
a) p/ a estrutura fim de linha
kgfAfF vV 554,13389036,03002
1
2
1===
b) p/ a estrutura intermediria
626,31189036,02
420280
2=
+=
+=
v
ji
V f
aa
F
c) As flechas sero:
c1) sem vento
( )metros
T
pAf 23,11
18128
4209233,0
8
2
0
2
=
==
c2) com vento
kgfpR 282,189036,09233,0 22 =+=
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
61/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
61
( )metros
T
Apf R 60,15
18128
420282,1
8
2
0
2' =
==
3.1.2.2 Vos isolados e desnivelados
Para o caso de vos isolados e desnivelados, a fora resultante horizontal transmitida a
estrutura :
vV fA
Fcos2
=
E para vos contnuos a fora resultante horizontal transmitida ser:
v
j
j
i
i
V faa
F
+=
cos2cos2
Exemplo: Determinar, para as estruturas A e B mostradas no exemplo anterior, as foras
horizontais transversais nos pontos de suspenso. Admita-se que o trecho indicado acima esteja
sob a ao da presso do vento de 43,56 kgf/m2, permanecendo as demais condies.
Soluo: do exemplo temos que :
890,0;30,25;45,15;175;234 ===== vBCABBCAB fhmhmama 36
As foras horizontais sero:
- Estrutura Terminal A
kgffA
F VVA 17,10489036,02
234
2===
(1)
- Considerando o desnvel temos
( )kgffAF VVA 39,10489036,0
78,3cos2234
cos2 1===
(2)
onde
Como podemos observar a diferena entre (1) e (2) torna-se desprezvel para relaes h/A
pequenas.
Obs: Repetir os clculos acima para a Estrutura B
3.1.3.2 Efeito da variao de temperatura
-
7/16/2019 CMLT - Apostila
62/73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
62
Nos clculos mecnicos de linhas de transmisso usual adotar a temperatura do meio
ambiente, com acrscimos no caso das temperaturas externas para clculo dos valores da
flechas mximas, que em fase de projeto, servem para a escolha das posies das estruturas,
visando que a altura de segurana mnima fique assegurada.
Sabe-se ento que a flecha do condutor depende de seu comprimento e que este
depende das variaes de temperatura. Sabe-se tambm que o valor da trao inversamente
proporcional ao valor da flecha, portanto, o valor de T0 variar tambm com a variao da
temperatura do condutor. Aumentar com a reduo da Flecha e vice-versa.
A forma mais adequada de se calcular essa variao atravs das chamadas equaes de
mudana de estado. Estas equaes permitem igualmente concluir o efeito do vento sobre os
condutores e a variao simultnea das temperaturas e das foras do vento.
3.1.3.2.1. Equao da mudana de estado vo isolado
Admitamos inicialmente que o condutor est suspenso entre duas estruturas de mesma
altura e que seu comprimento seja L1 a uma temperatura t1. se a temperatura passar para um
valor t2, o comprimento do condutor variar igualmente , passando a ser:
( )121112 ttLLL += onde:
= coeficiente de dilatao linear do condutor (1/C).
Esta variao do comprimento do condutor ser acompanhada de uma variao da traao
passando a ter o valor 02T . Essa variao obedece a lei de Hooke: As deformaes elsticas so
proporcionais s tenses aplicadas.
( )ES
TTL 01021
onde:
E= mdulo de elasticidade do condutor
S = Seo t