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Grupo de Comunicação
CLIPPING 27 de maio de 2019
Dia Nacional da Mata Atlântica
"Todo o Brasil é um jardim em frescura e bosque e não se vê em todo
o ano árvores nem erva seca. Os arvoredos se vão às nuvens de admirável altura e grossura e variedade de espécies. Muitos dão bons
frutos e o que lhes dá graça é que há neles muitos passarinhos de grande formosura e variedade e em seu canto não dão vantagem aos
rouxinóis, pintassilgos, colorinos, e canários de Portugal e fazem uma harmonia quando um homem vai por este caminho, que é para louvar
ao Senhor, e os bosques são tão frescos que os lindos e artificiais de Portugal ficam muito abaixo. Há muitas árvores de cedro, aquila,
sândalos e outros paus de bom olor e várias cores e tantas diferenças
de folhas e flores que para a vista é grande recreação e pela muita varidade não se cansa de ver."
(extraído de "Informação da Província do Brasil para nosso Padre – 1585”, José de
Anchieta, disponível em http://www.rbma.org.br/rbma/pdf/Caderno_07.pdf)
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Grupo de Comunicação
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Grupo de Comunicação
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 5
Em defesa das Reservas Legais ....................................................................................................... 5
Protesto pelo clima em SP pede ações imediatas e tem encontro com autoridade .................................. 6
Fiesp promove debate com representantes de instituições voltadas ao meio ambiente ........................... 9
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ..................................................................... 11
Cetesb investiga origem de mau cheiro que tem incomodado moradores do distrito de Brás Cubas, em
Mogi .......................................................................................................................................... 11
Peixes serão soltos no Rio Tietê .................................................................................................... 12
Grupo vai cobrar ações de preservação e monitoramento da represa de Itupararanga ......................... 14
Pesquisadores buscam salvar mico-leão-de-cara-preta ..................................................................... 17
Reunião mensal do Cades apresenta projeto do sistema de tratamento de esgoto ............................... 18
Prefeitura fecha contrato de estudo ............................................................................................... 19
Fundo soma R$45 mi parados ....................................................................................................... 20
Sema realiza workshop sobre gestão de risco com produtos químicos ................................................ 21
'Urubu é para isto mesmo', diz secretário ....................................................................................... 23
Bertioga se destaca na maior feira de observação de aves do Brasil ................................................... 25
Projeto Tamar, Aquário de Ubatuba e Instituto Argonauta realizam a 6ª Semana do Mar ...................... 26
Sabesp e Ecorodovias ajustam ofertas ........................................................................................... 28
Morte de menino expõe limbo de ocupações à beira da estrada em SP ............................................... 29
Coluna Dia a Dia ......................................................................................................................... 32
Publicação ressalta negligenciamento da biodiversidade ................................................................... 33
VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 34
Embu das Artes possui 59% de seu território em área de Proteção aos Mananciais .............................. 34
Documentários mostram impactos e desafios enfrentados por espécies em risco de extinção ................ 35
Derrubada de 180 mil árvores embasa pedido contra autódromo de Deodoro ..................................... 37
Área de aquífero será restaurada .................................................................................................. 39
Prefeitura entrega 1ª etapa das obras de requalificação da Praça do Pôr do Sol ................................... 40
Selo 'Divino Verde' vai certificar entidades com preocupação ambiental na quermesse da festa em Mogi 41
WEG lança novo modelo de turbina de energia eólica, com potência de 4 MW ..................................... 42
Cresce oferta de carros elétricos no mercado brasileiro .................................................................... 43
Brasil, um mau aluno da reciclagem de plástico .............................................................................. 44
Trechos preservados da Mata Atlântica reúnem potencial turístico, cultural e histórico ......................... 46
O Meio Ambiente não é exclusividade da esquerda .......................................................................... 48
Governo de SP, João Doria, é entrevistado ..................................................................................... 49
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 50
Painel S.A.: Indígena brasileiro vai a assembleia em NY para constranger investidor ........................... 50
Painel ........................................................................................................................................ 51
Mônica Bergamo: Magistrados dizem que STF deve descriminalizar ao menos o porte da maconha ........ 52
O que a Folha pensa: Torneira seca ............................................................................................... 54
Governo muda atribuições e jogo de forças na área de infraestrutura ................................................ 55
É espantoso estados serem contra MP do saneamento, diz ex-presidente da Sabesp............................ 57
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Grupo de Comunicação
Marcelo Leite: Além de vacas, árvores também expelem metano ...................................................... 59
Petrobras coloca à venda 27 campos terrestres de petróleo no Espírito Santo ..................................... 60
Não descartáveis ......................................................................................................................... 61
Noruega e Alemanha se reúnem com Salles para definir futuro do Fundo Amazônia ............................. 62
ESTADÃO ................................................................................................................................... 63
Bônus do pré-sal é âncora fiscal para União, diz secretário de Fazenda .............................................. 63
Brasil quer ampliar em 58% sua área marítima ............................................................................... 65
Fungos de 1 bilhão de anos .......................................................................................................... 67
Depois dos canudos, São Paulo quer ampliar restrição ao uso de plásticos .......................................... 68
Debêntures vão bancar investimento no RenovaBio ......................................................................... 70
VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................... 72
Ministro rejeita monopólio do urânio no país ................................................................................... 72
Monopólio da União sobre urânio já não faz sentido, diz ministro ....................................................... 72
Deputado do PSL articula bancada de defesa da Amazônia ............................................................... 74
Moura diversifica e aposta em baterias para energia elétrica ............................................................. 76
Perdoar erros pode ajudar a prevenir condutas antiéticas ................................................................. 77
Abradee foca agora em bitributação, geração distribuída e mercado livre ........................................... 79
Fundos se aliam a distribuidoras por Liquigás.................................................................................. 81
Planalto tenta fechar acordo com Estados por saneamento ............................................................... 82
Ministros do STJ analisam autuação milionária da CPFL .................................................................... 84
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Grupo de Comunicação
ENTREVISTAS Data: 26/05/2019
Veículo: Zero Hora
Em defesa das Reservas Legais
Por Marcos Penido, Secretário de
Infraestrutura e Meio Ambiente de São
Paulo e Gerd Sparovek, Professor da
Universidade de São Paulo
As Reservas Legais do Estado de São Paulo
são protegidas pelo Código Florestal e pelas
Leis da Mata Atlântica e de Proteção do
Cerrado paulista. Essa proteção se justifica
pela importância dessas áreas no delicado
equilíbrio entre o progresso e a
responsabilidade socioambiental.
A paisagem natural modificada produz
alimentos, produtos agropecuários que
propiciam desenvolvimento socioeconômico e
bem-estar para a sociedade. A paisagem
natural preservada provê serviços ambientais
essenciais para a própria produção
agropecuária, como insetos polinizadores,
regulação climática local, qualidade e
regularidade do abastecimento de água. Para
construir um futuro melhor, as duas precisam
estar em equilíbrio.
No sul e sudeste do país, a paisagem agrícola
já foi consolidada faz tempo e o
desmatamento para expandir o volume da
produção quase não ocorre mais. Entre os
anos de 2000 e 2017, São Paulo dobrou a
área de cana-de-açúcar, triplicou o volume
produzido de soja, aumentou a produção da
pecuária, ao mesmo tempo em que reduziu a
área agrícola em 480 mil hectares e ampliou a
área coberta com florestas nativas em 27 mil
hectares.
As condições para produzir mudaram, assim
como a percepção da sociedade em relação ao
valor de um ambiente equilibrado. O Brasil, à
semelhança do mundo, precisa de setores que
não dependam da degradação ambiental para
seu desenvolvimento.
Os remanescentes de vegetação nativa de São
Paulo somam 4,8 milhões de hectares,
cobrindo aproximadamente 20% do Estado,
dos quais 60% estão nas Reservas Legais.
Nessas reservas, temos o maior estoque de
vegetação nativa que se espalham de maneira
uniforme por todo o território paulista.
As perguntas relevantes são: como melhorar
as funções ecológicas das áreas ainda
cobertas com vegetação nativa? Como
restaurar ou compensar os déficits de forma a
gerar renda e segurança aos produtores
rurais? Nas respostas a essas perguntas, está
o caminho a seguir, que para São Paulo é o
caminho da restauração ambiental.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/opiniao/notici
a/2019/05/em-defesa-das-reservas-legais-
cjw2jscgh009301ml0j97cdhc.html
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Grupo de Comunicação
Data: 25/05/2019
Veículo1: Folha de S. Paulo
Veículo2: Zero Hora
Protesto pelo clima em SP pede ações
imediatas e tem encontro com autoridade Phillippe Watanabe
Crianças, jovens do ensino médio e
universitários de São Paulo que se uniram à
greve global pelo clima nesta sexta (24) não
ficaram só com cartazes em riste e puderam
conversar cara a cara com representantes do
governo estadual na área de mudanças
climáticas na Secretaria de Infraestrutura
e Meio Ambiente (Sima).
Em uma tarde fria e chuvosa, o protesto, que
pede ações contra as mudanças climáticas e
começou ao redor do mundo por iniciativa da
adolescente sueca Greta Thunberg, 16, ocorria
em frente ao prédio da Sima, quando
Oswaldo Lucon, assessor de mudanças
climáticas da secretaria, convidou o grupo
de cerca de 30 jovens a entrar.
Ocupando o palco de um auditório do prédio,
os manifestantes tinham Lucon, que também
é integrante do IPCC (Painel
Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas), da ONU, como alvo dos
questionamentos e das cobranças.
Estudantes brasileiros participam da Greve Global pelo clima em São Paulo, em 24 de maio. Phillippe Watanabe
Espécies extintas, os riscos dos agrotóxicos, o
impacto da pecuária na emissão de gases
estufas brasileiros. Mesmo com o foco em
questões macro das mudanças climáticas, o
universo mais próximo dos jovens também fez
parte da discussão. Uma das crianças, ainda
no ensino fundamental, reclamou da pouca
movimentação dos brasileiros quanto ao
assunto, enquanto uma segunda se mostrou
incomodada pela falta de educação ambiental
e deu o exemplo de colegas que jogam cascas
de banana no meio do lixo reciclável. Houve
até quem corrigisse a palavra lixo —o termo
mais apropriado, segundo um dos
manifestantes, é resíduo.
O grupo queria repostas imediatas para
solucionar esses problemas e questionava a
injustiça da conta das mudanças climáticas ter
que recair sobre os mais jovens e não sobre
quem provocou o aumento das emissões
globais e a destruição de ecossistemas.
“Vou falar uma visão pessoal, como velho.
Velhos não costumam escutar jovens”, disse
Lucon à plateia de rostos com expressões de
angústia.
Para a decepção dos jovens, Lucon explicou
que soluções não são simples e sugeriu que o
grupo se organizasse para formular
documentos que pudessem ser levados a
autoridades. Segundo ele, os jovens ali
presentes precisam mirar cargos públicos e
em empresas para conseguirem, eles
mesmos, tomar as decisões que podem trazer
mudanças.
A sensação de urgência do grupo em São
Paulo reflete uma das frases da jovem ativista
sueca que deu início aos protestos: “Nossa
casa está em chamas. Eu não quero a sua
esperança, não quero que vocês sejam
esperançosos, eu quero que vocês entrem em
pânico, quero que vocês sintam o medo que
eu sinto todos os dias. Eu quero que vocês
ajam, que ajam como se a casa estivesse em
chamas, porque ela está”.
Para Lucon, passar para os mais jovens
mensagens de total desesperança pode não
ser o melhor caminho e é importante brigar
mas também tentar trazer soluções para os
problemas.
Ainda que aparentemente frustrados, os
jovens conseguiram mais do que muitos
manifestantes ao redor do mundo nesta sexta
e foram ouvidos por uma autoridade climática.
”Essa é a primeira reunião do Fórum Brasileiro
de Mudanças Climáticas”, disse Lucon, que
comanda o órgão integrado por
representantes do governo e da sociedade
civil.
Amanda Costa, 22, classifica a conversa como
uma vitória e um primeiro passo do
movimento. “É muito difícil estabelecer
diálogo. Acho que a frustração vem de
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estarmos com medo. Queremos agir, mas não
sabemos como. Quais ações podemos adotar
para reverter a conjuntura?”
Greta Thunberg, a ativista sueca de 16 anos, discursouna “Greve Global pelo Futuro” em Estocolmo, nesta sexta (24) Jonathan Nackstrand
Já na Suécia, Thunberg instou os políticos
europeus a enfrentar a crise do clima em vez
de continuarem “brigando” entre si.
Os 28 países membros da União Europeia
começaram nesta semana a escolher seu novo
Parlamento, e Thunberg disse que a ameaça
de uma fratura social causada pela mudança
descontrolada no clima se sobrepõe a todas as
demais questões da campanha.
“Se a União Europeia decidisse combater
seriamente a crise do clima, isso poderia
significar uma mudança mundial decisiva. E a
eleição na União Europeia deveria girar apenas
em torno disso, se fôssemos sensatos. Mas
não é o que acontece”, disse Thunberg a
milhares de simpatizantes reunidos na praça
Kungstradgarden, no bairro financeiro de
Estocolmo.
Por volta das 13h (horário de São Paulo), 300
mil jovens haviam aderido à paralisação em
1.780 cidades de 128 países, de acordo com
um cômputo inicial no site do movimento
Fridays for Future. O número mais tarde
cresceu com a adesão de mais manifestantes
nas Américas.
Em 15 de março, estima-se que 1,6 milhão de
jovens tenham participado de uma paralisação
mundial de escolas.
A mudança no clima ganhou espaço na agenda
política este ano, e o medo dos jovens que
estarão votando pela primeira vez de que
serão eles que terão de arcar com as piores
consequências do aquecimento global
estimulou a adesão a candidatos ecológicos.
No entanto, boa parte do debate no início da
campanha para o Parlamento Europeu se
concentrou em questões como a imigração e
as políticas de austeridade em vez de explorar
maneiras pelas quais a sociedade possa se
converter a um modelo de emissões baixas de
carbono em tempo para evitar os cenários
mais pessimistas quanto ao clima.
Thunberg emergiu como figura emblemática
desde que iniciou seus protestos pelo clima,
em agosto, diante da sede do Parlamento
sueco. Ela foi indicada para o Prêmio Nobel da
Paz, foi tema de reportagem de capa na
revista Time e viajou pela Europa de trem
para criticar figuras importantes dos governos
e da indústria automobilística.
Crianças, adolescentes e adultos que se
sentiam impotentes diante da crise do clima se
reuniram em apoio ao movimento Fridays for
Future, com greves às sextas-feiras, na
esperança de forçar políticos e líderes
empresariais a escutar os alertas dos
cientistas.
Nesta sexta (24), os jovens já falaram em
uma greve geral mundial programada para o
dia 20 de setembro.
Em Paris, Celia Benmessaoud, 15, tinha em
mãos um cartaz que dizia “Não Existe Planeta
B”, e disse esperar que a paralisação escolar
mudasse o mundo, ecoando esperanças
expressadas por participantes na Índia,
Turquia e Gâmbia, Austrália e Nova Zelândia.
“Estou preocupada com todos os desastres
climáticos. A cada vez que temos uma onda de
incêndios nas matas, um novo animal pode
ser extinto”, disse Nina Pasqualini, 13, que
participou de uma manifestação em
Melbourne, Austrália, convocada pelo
movimento de desobediência civil Extinction
Rebellion.
“O governo não está fazendo tudo que pode. É
assustador para as gerações mais jovens”, ela
disse, mostrando um cartaz que pede o
cancelamento da licença para uma nova mina
de carvão na Austrália.
A Austrália acabou de passar por uma
campanha marcada pelas discussões em torno
dos efeitos que o superaquecimento do
planeta sobre a 19º economia do mundo.
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Grupo de Comunicação
A emissão de poluentes no país aumenta
constantemente desde 2014, ano em que o
governo liberal de Tony Abbott, cumprindo
promessa de campanha, abandonou a
cobrança da taxa de carbono que recaía sobre
empresas poluentes.
O dinheiro arrecadado era usado em iniciativas
para diminuir a emissão de poluentes e apoiar
o crescimento de iniciativas de energia limpa.
Diante do cenário, o conservador Scott
Morrisson, 51, atual primeiro-ministro da
Austrália conhecido por seu desdém em
relação à energia renovável, se viu obrigado a
mudar de atitude para não perder votos e
passou a propor a redução dos níveis de
emissão de poluentes em 26% até 2030. A
coalizão também propôs um “fundo de
soluções climáticas” no valor de US$ 2 bi para
os próximos 15 anos.
No sábado passado (18), ele foi reeleito nas
eleições legislativas.
Na Noruega, manifestantes do grupo
ambiental Extinction Rebellion bloquearam o
acesso ao banco central do país, exigindo que
o fundo de investimento nacional de US$ 1
trilhão, o maior do planeta, deixe de investir
em companhias que promovam a queima de
carvão.
Buscando atrair atenção para as “medidas não
efetivas contra a mudança do clima”, os
manifestantes planejam ações mais amplas
contra o governo a fim de bloquear a produção
de petróleo e gás natural pela Noruega,
afirmou a organização em um comunicado.
Antes conhecido como Government Pension
Fund Global, o fundo nacional de investimento
norueguês foi constituído usando décadas de
receitas gerada pelo setor petroleiro do país, e
investe todo esse dinheiro em ações, títulos e
imóveis no exterior.
Embora o fundo detenha participações
acionárias em mais de nove mil empresas,
está sujeito a diversas limitações, o que inclui
proibições de investimento em empresas que
produzam armas nucleares ou tabaco, bem
como em companhias que derivem mais de
30% de sua receita ou realizem mais de 30%
de suas atividades no setor de carvão.
Um porta-voz do banco central se recusou a
comentar.
A Noruega é o maior produtos de petróleo cru
e gás natural da Europa, com a estatal Equinor
na liderança do setor.
No mês passado, a Extinction Rebellion
paralisou partes de Londres com 11 dias de
protestos contra a mudança do clima, que a
organização descreveu como maior ato de
desobediência civil na história britânica
recente.
Em Frankfurt, Alemanha, estudantes
planejavam marchar até a sede do Banco
Central Europeu (BCE) para exigir que a
instituição pare de financiar o setor de
combustível fóssil.
O BCE afirma que sua missão é controlar a
inflação e não favorecer determinados setores
de mercado de preferência a outros.
As emissões mundiais de carbono bateram um
recorde no ano passado, apesar do alerta do
Painel Intercontinental sobre a Mudança no
Clima, da ONU, em outubro, de que a
produção de gases precisa ser severamente
reduzida nos próximos 12 anos, para
estabilizar o clima.
O aquecimento global causado pelos gases do
efeito estufa, gerados pela queima de
combustíveis fósseis e causadores de
aprisionamento de calor, já gerou secas e
ondas de calor, derreteu geleiras, elevou o
nível do mar e provocou inundações, dizem os
cientistas, e os modelos quanto ao clima
preveem consequências ainda piores.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/05/protesto-pelo-clima-em-sp-pede-acoes-imediatas-e-tem-encontro-com-autoridade.shtml http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?c=0&n=23332849&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: FIESP
Data: 24/05/2019
Fiesp promove debate com
representantes de instituições voltadas
ao meio ambiente
Representantes da Cetesb, do Ministério
Público do Estado de São Paulo e Tribunal de
Justiça de São Paulo esclareceram como cada
órgão pode atuar
O papel e o funcionamento das instituições de
fiscalização, controle e proteção do meio
ambiente foram os temas da discussão do
Conselho Superior de Meio Ambiente da Fiesp
(Cosema), que marcou a tarde da última
quinta-feira (23/3). Estiveram presentes
representantes das seguintes organizações:
Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo (CETESB), Ministério Público do Estado
de São Paulo e Tribunal de Justiça de São
Paulo.
O presidente do Conselho, Eduardo San
Martin, reafirmou um dos papeis do Cosema,
que é o de promover discussões de temas
importantes para o meio ambiente e a
comunidade com os especialistas mais
renomados do setor. 'Nosso objetivo ao nos
reunirmos aqui é mostrar para as lideranças
como cada instituição atua e de que forma
podemos acessá-las em prol da sociedade e da
sustentabilidade. É importante acabar com o
medo que, muitas vezes, pode vir do
desconhecimento da atuação de cada uma
dessas entidades', completou.
A diretora-presidente da Cetesb, Patrícia
Iglecias, reforçou a importância de se discutir
como as instituições podem trabalhar
conjuntamente. Ela lembrou que a agenda da
Organizações das Nações Unidas (ONU) de
Desenvolvimento Sustentável converge para a
necessidade de parcerias entre entidades
diferentes, mas com o mesmo foco: o de
proteger o meio ambiente, valorizando a
atividade econômica e respeitando os recursos
naturais e sociais.
'Eficiência passa pelos prazos. Estou aqui para
salientar que a Cetesb tem trabalhado a
questão da desburocratização e para reforçar
a importância de todos conhecerem o
programa Cetesb de Portas Abertas, que é
uma ferramenta na qual assistentes da
instituição fazem a gestão, ou seja, recebem a
demanda das empresas, tiram as dúvidas do
setor privado para, a partir de então, ser feito
o pedido formal de licenças ambientais e
permissões', informou.
Ao reforçar a importância de uma gestão mais
próxima, o procurador de Justiça que
coordena o Centro de Apoio Operacional Cível
e de Tutela Coletiva do Ministério Público do
Estado de São Paulo, Tiago Cintra Zarif, tratou
da importância de o promotor do Meio
Ambiente estar nas ruas, ouvindo e
negociando com a comunidade e o
empresariado.
Zarif elogiou a realização do evento porque 'lá
no Ministério Público eu faço um pouco disso
também. Eu falo todos os dias sobre a
necessidade de se trabalhar de forma
integrada. Temos de abrir a discussão para ter
mais produtividade e efetividade na atuação
do Ministério Público e dos demais órgãos',
reforçou, completando que o órgão está
aberto às dúvidas e solicitações do Cosema.
'Todos saem ganhando se estivermos juntos',
reiterou.
A promotora de Justiça Tatiana Barreto Serra,
assessora do Centro de Apoio à Execução do
Ministério Público do Estado de São Paulo
(CAEx), explicou o funcionamento do órgão. O
CAEx oferece suporte técnico-operacional e
serviços de informação e inteligência às
promotorias e procuradorias de Justiça do
Estado de São Paulo, visando a melhoria de
performance do Ministério Público no
cumprimento da missão constitucional. 'O
Ministério Público é uma das instituições mais
confiáveis do país. Nós temos muito orgulho
disso. O CAEx está de portas abertas e terá
sempre a vontade de melhorar sua atuação',
disse.
Quanto às práticas mais sustentáveis, há
vários desafios a serem superados. O
desembargador do Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo, Ricardo Cintra Torres de
Carvalho, da 1ª Câmara Ambiental, fez
questão de lembrar que o Meio Ambiente é
algo vivo. 'Nós julgamos e estamos sempre
sendo atropelados pela realidade que muda,
pela natureza que pode ser outra, pelas
sentenças que damos e que na prática,
algumas vezes, podem não ser viáveis',
alertou.
O diretor titular do Departamento de
Desenvolvimento Sustentável da Fiesp/Ciesp,
Nelson Pereira dos Reis, explicou que sob o
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comando do presidente Paulo Skaf a
determinação na entidade tem sido o diálogo e
a conformidade com todas as partes e
segmentos que militam na área ambiental.
'Por meio do nosso contato permanente com
outras instituições que atuam no setor,
comprovamos que as questões ambientais e
econômicas estão cada vez mais unidas. A
sociedade vem cobrando isso. Não é uma
contradição, e sim, uma confluência. As
empresas têm procurado desenvolver sua
performance alinhada com a gestão
ambiental', afirmou.
Édis Milaré é ex-coordenador das curadorias
de Meio Ambiente do Ministério Público do
Estado de São Paulo. Ele participou da
discussão e contou casos pioneiros e
importantes da atuação do Ministério Público
de São Paulo, sob seu comando. 'Em razão da
nossa ação convergente e determinada em
prol do meio ambiente, o tema passou a ser
também questão de Justiça. É muito
recompensador pensar que depois do nosso
trabalho o Ministério Público passou a ter
papel fundamental e atuante nessa cruzada
em prol do meio ambiente', concluiu.
Em reunião do Cosema da Fiesp, a presença de diversas organizações: Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), Ministério Público do Estado de São Paulo e Tribunal de Justiça de São Paulo. Foto: Karim
Kahn/Fiesp
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Grupo de Comunicação
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
MEIO AMBIENTE Veículo: G1 Mogi das Cruzes e Suzano
Data: 26/05/2019
Cetesb investiga origem de mau cheiro
que tem incomodado moradores do
distrito de Brás Cubas, em Mogi
2 minutos
O mau cheiro se tornou uma desagradável
companhia para os moradores do Distrito de
Brás Cubas, em Mogi das Cruzes. A
Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo (Cetesb) investiga a origem do
problema.
Vizinhos suspeitam que o cheiro pode ser das
fábricas de Brás Cubas. Maiara Barbosa
Quem mora na região acredita que o forte
odor, frequente até mesmo dentro das casas,
possa ter relação com alguma indústria.
Elisa Fernandes é comerciante e mora na Rua
Padre Álvaro Quinonez Zuniga, ao lado do
Sesi. Ela conta que o mau cheiro é sentido
mais durante a noite, pela madrugada e no
início da manhã. “Não dá para ficar com a
janela e a porta abertas porque incomoda
muito. Se fosse esgoto, a gente ia sentir o
cheiro a toda hora.”
A moradora, que é dona de um restaurante,
disse que o problema acontece há cerca de um
mês e tem atrapalhado no seu comércio, uma
vez que os clientes sentem-se desconfortáveis
em almoçar ou jantar em um restaurante com
mau cheiro.
O mecânico Fernando Luiz da Conceição, mora
próximo do 2° Distrito Policial, e fica fora de
casa durante o dia, mas afirma que a mulher e
o filho sofrem com a situação. “Minha mulher
tem enxaqueca e ela está sempre
reclamando.”
https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-
suzano/noticia/2019/05/26/cetesb-investiga-
origem-de-mau-cheiro-que-tem-incomodado-
moradores-do-distrito-de-bras-cubas-em-
mogi.ghtml
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Grupo de Comunicação
Veículo: O Diário - Mogi
Data: 26/05/2019
Peixes serão soltos no Rio Tietê
TRABALHO Espécies de peixes foram soltas na
barragem de Ponte Nova, em Salesópolis,
neste mês. (Foto: Arquivo pessoal)
Em junho, na reabertura do Núcleo de
Educação Ambiental Ilha Marabá, fechado
desde o ano passado para a realização de
obras que permitam o desenvolvimento de
atividades como visitas monitoradas, haverá a
soltura simbólica de tabaranas e carás
nascidos em um dos braços de atuação do
Laboratório de Genética e Organismos
Aquáticos e Aquicultura da Universidade de
Mogi das Cruzes (UMC), responsável pelo
projeto de repovoamento de peixes em
barragens da Região. As espécies serão
liberadas na margem direita do Tietê, por
prevenção. Em uma das últimas solturas feitas
no mesmo lugar, alguns anos atrás, em
questão de minutos, os peixinhos serviram de
banquete para os bagres africanos, que são
carnívoros e encontrados desde Biritiba Mirim
à Barragem da Penha, na Capital.
Altamente resistentes, esses bagres
originários da África foram introduzidos no
Brasil na década de 1980. Com o nome
científico, Clarias gariepinus, eles são
considerados pelo professor Alexandre
Hilsdorf, pesquisador do Núcleo Integrado de
Biotecnologia da UMC, como verdadeiros
demônios. “Quando eu os vi comendo os
peixinhos que tínhamos acabado de soltar,
tentei disfarçar, porque havia estudantes
acompanhando a ação de educação ambiental.
Mas foi constrangedor. Acredito que os bagres
africanos continuem lá e, por isso, vamos
fazer a soltura do outro lado da margem”,
contou.
Hilsdorf estuda a ictiofauna. Em 2012, em um
artigo publicado neste jornal, ele alertou sobre
a dominação dos bagres africanos e os riscos
para os peixes nativos do rio Tietê, que não
“tinham um futuro assegurado”, se alguma
providência não fosse tomada para controlar a
população invasora.
Na semana passada, o pesquisador coordenou
a soltura de peixes na represa de Ponte Nova.
Lá estão sendo reintroduzidos indivíduos como
a tabarana e, pela primeira vez, o corimbatá-
da-lagoa, que já foi considerado extinto no
Alto Tietê. O repovoamento, exigido no
licenciamento ambiental para a operação das
represas do Sistema Produtor Alto Tietê,
composto por seis represas, e as pesquisas
sobre a vida dos peixes nesse território de
águas límpidas, são fruto de uma parceria
entre a UMC e o Governo do Estado,
representado pelo DAEE (Departamento de
Águas e Energia Elétrica) e a Sabesp
(Companhia de Saneamento Básico do Estado
de São Paulo).
Os estudos e a manutenção das espécies
nativas, criadas em cativeiro, poderão fazer
diferença no futuro, quando o rio Tietê se
livrar de seus algozes – o despejo da maior
parte do esgoto residencial e comercial das
cidades e a pressão pela ocupação do entorno
dele e dos corpos d’água que despejam suas
águas nele.
A soltura dos peixes na Ilha Marabá, no
Mogilar, em data ainda não confirmada nas
próximas semanas pela Secretaria Municipal
do Verde e Meio Ambiente, será simbólica
porque hoje não há quem garanta quais e
quantas espécies sobrevivem na área urbana
do Tietê. “Essa é uma curiosidade de todos
nós. As pessoas sempre perguntam a mesma
coisa, mas as pesquisas que temos
conhecimento sobre os peixes encontrados a
partir de Mogi das Cruzes são antigas”,
comenta o especialista, destacando a
importância de se investir em pesquisas
específicas, na área urbana, sobre a vida
aquática.
Uma sugestão dele seria a participação da
iniciativa privada na contratação de pesquisas.
“Não apenas na UMC, mas em outras
universidades do mundo, pesquisadores
realizam pesquisas em parceria com governos
ou empresas para o desenvolvimento social.
Em geral, empresas sustentam pesquisas
quando são obrigadas, às vezes, pelo
13
Grupo de Comunicação
Ministério Público. Por que não mudar isso?”,
sugere o professor.
Alexandre Hilsdorf é pesquisador do Núcleo
Integrado de Biotecnologia da UMC (Foto:
arquivo)
Hilsdorf não acredita que o Tietê esteja
completamente estéril, como em pontos
altamente poluídos encontrados na Região
Metropolitana de São Paulo. “No Alto Tietê,
ainda temos análises que apontam a qualidade
da água regular e há relatos que nos chegam
de pescadores e de pesquisadores sobre
encontros de espécies como a própria
tabarana, ou as tilápias, que são exóticas, mas
vivem no rio”.
Há alguns meses mesmo, ele foi chamado
para confirmar o encontro de tabaranas em
uma Estação de Tratamento de Água em São
Miguel Paulista.
Já na região de Mogi das Cruzes, as análises
oficiais de qualidade de água mostram pontos
ainda com a rotulagem regular, o que garante
níveis de oxigênio suficientes para a vida de
espécies mais resistentes. Outra garantia,
inclusive para repovoamentos futuros, é dada
por estudos feitos na própria UMC no MapLab,
especializado no mapeamento de imagens por
satélite, que indicam a existência de
remanescentes de mata ciliar (veja matéria
nesta página).
http://www.odiariodemogi.net.br/peixes-
serao-soltos-no-rio-tiete/
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14
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal Cruzeiro do Sul
Data: 25/05/019
Grupo vai cobrar ações de preservação e
monitoramento da represa de
Itupararanga
- Jornal Cruzeiro do Sul
Formado por representantes de órgãos e
entidades, o GTI tem como meta a defesa do
manancial
A represa de Itupararanga é a principal fonte
de abastecimento dos municípios da região.
Crédito da foto: Emidio Marques / Arquivo JCS
(16/3/2019)
Proteger a represa de Itupararanga e criar
condições para barrar e monitorar as ações de
degradação do manancial foram as urgências
que levaram um grupo de representantes do
poder público e instituições da sociedade civil
a um encontro na quinta-feira (23), em
Ibiúna, município da Região Metropolitana de
Sorocaba (RMS), na sede da Ong SOS
Itupararanga. Exposições e debates com
participação de técnicos e ambientalistas
traçaram um diagnóstico dos principais
desafios. Como resultado, o encontro foi
concluído com a criação do Grupo de Trabalho
de Itupararanga (GTI), encarregado de
acionar as providências para garantir a
preservação do manancial.
Agora, o GTI integra a Câmara Técnica de
Proteção das Águas do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio Tietê
(CBHS/MT). Uma das atuações do Comitê é
sobre a situação dos mananciais. Partindo
dessa atribuição, a SOS Itupararanga solicitou
ao Comitê a realização do encontro de quinta-
feira como forma de dar continuidade a um
conjunto de propostas de ação discutidas em
audiência pública em novembro de 2018, na
Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Linhas de trabalho
Criação do grupo aconteceu durante encontro
realizado na quinta-feira. Crédito da foto:
Fábio Rogério
Formado por representantes de órgãos e
entidades ligados às questões de
Itupararanga, o GTI criado no encontro vai
centralizar as discussões sobre a represa no
âmbito da Câmara Técnica de Proteção das
Águas do Comitê de Bacias. A coordenadora
dessa Câmara Técnica, Eleusa Maria da Silva,
propôs (e os participantes do encontro
aprovaram) a indicação da diretora-executiva
da SOS Itupararanga, Viviane de Oliveira,
como coordenadora do GTI.
Segundo Viviane, o Grupo de Trabalho de
Itupararanga vai iniciar as discussões para a
outorga (termo equivalente à autorização) de
uso da represa por parte da Votorantim
Energia, que opera o manancial com licença
até 2023, e atrair instituições que podem se
envolver nessa questão, como a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O GTI também vai cobrar da Fundação para
a Conservação e Produção Florestal do
Estado de São Paulo (Fundação Florestal)
um plano de trabalho para transformar em
unidade de conservação toda a área de várzea
que marca o encontro dos rios Sorocamirim,
Sorocabuçu e Una, os três mananciais
formadores do rio Sorocaba.
Outra missão de trabalho para o GTI é a
reunião de dados sobre Itupararanga que
possam nortear a programação de ações de
proteção e defesa do manancial. Atualmente,
as instituições públicas e da sociedade civil
não têm controle de todas as informações que
interessam à preservação do manancial. Por
exemplo, foram citados casos de
empreendimentos imobiliários na área de
15
Grupo de Comunicação
influência da represa que nem sequer eram do
conhecimento de órgãos ambientais.
Viviane de Oliveira: denúncias de crimes
ambientais são rotineiras. Crédito da foto:
Fábio Rogério
Participantes
Além da SOS Itupararanga, da Câmara
Técnica e do Comitê de Bacias, participaram
do encontro representantes da Área de
Proteção Ambiental (APA) de
Itupararanga, Comissão de Estudos,
Recuperação e Desenvolvimento da Bacia do
Rio Sorocaba e Médio Tietê (Ceriso),
Votorantim Energia, Departamento de
Águas e Energia Elétrica (Daee) do
governo estadual, da OAB de Sorocaba e
Votorantim, do Instituto Pleno Cidadania de
Mairinque, da Cetesb (Companhia
Ambiental), das empresas de saneamento
Sabesp (de Alumínio, Ibiúna e São Roque),
Sanáqua (de Mairinque) e Águas de
Votorantim, da Universidade de São Carlos
(UFSCar), das Câmaras de Sorocaba e
Votorantim com os vereadores Iara Bernardi e
José Cláudio Pereira (Zelão), respectivamente,
ambos do PT.
Os participantes lamentaram a ausência de
representante do Executivo de Sorocaba, nem
por meio do Serviço Autônomo de Água e
Esgoto (Saae) ou da Secretaria de Meio
Ambiente. E lembraram que Sorocaba é a
cidade da região que mais capta água na
represa de Itupararanga para abastecer 85%
da população. Eleusa informou que o Saae foi
convidado por e-mail e telefone. A reportagem
comunicou esse fato às 16h18 de sexta-feira à
Prefeitura de Sorocaba, por e-mail, mas até o
fim da noite não houve retorno para comentar
a ausência.
Também estiveram presentes o diretor da
Sociedade Amigos de Bairros da Região Leste
de Sorocaba, Cláudio Robles, o engenheiro e
empresário Elson Rodrigues e o engenheiro
civil Marcelo Zambardino, entre outros
convidados e moradores da região.
Ocupação irregular é uma das principais
ameaças ao ecossistema
Numa represa de grandes dimensões e
múltiplos usos como Itupararanga, também é
vasto o conjunto de atividades humanas que
podem representar ameaças à preservação do
ecossistema do manancial. Desde a captação
de águas ao uso para produção de energia
além do limite de capacidade, até à pesca
predatória, irrigação de lavoura com utilização
de agrotóxicos, loteamentos clandestinos e
outras ocupações com respectivos volumes de
geração de esgoto e lixo sem o tratamento
adequado.
Tudo isso é motivo de preocupação dos órgãos
civis e oficiais que elegem a preservação da
represa como prioridade máxima. E o desafio
é ir além dos discursos e reuniões para
executar ações práticas de proteção,
fiscalização e controle do uso da represa.
André Cordeiro: qualidade da água da represa
vem sendo prejudicada. Crédito da foto: Fábio
Rogério
No encontro de quinta-feira, em Ibiúna, o
diretor da Associação Amigos de Bairros da
Região Leste de Sorocaba, Cláudio Robles,
levantou a preocupação com a qualidade da
água de Itupararanga. Lembrou que em 1998
havia dados oficiais que indicavam a água com
98% de pureza, sendo então a segunda mais
limpa do mundo. Robles acredita que essa
qualidade diminuiu. Perguntou ao professor de
Ecologia Aquática da UFSCar, André Cordeiro,
sobre como seria essa qualidade hoje.
Cordeiro confirmou a redução de qualidade.
16
Grupo de Comunicação
Sobre esse item, a diretora executiva da SOS
Itupararanga, Viviane de Oliveira, também
alertou: “Precisamos pensar em ter novos
pontos de monitoramento que mostrem a
qualidade real da água.”
Rios formadores
Cordeiro acrescentou que a área de
abrangência da represa envolve nove
municípios, a maioria sem tratamento de
esgoto ou com pequena atividade nesse setor.
Na sua descrição, regiões como Cotia e
Caucaia do Alto, por sofrerem ocupações
urbanas desorganizadas, produzem esgoto
que são despejados nos rios formadores da
represa.
Loteamentos clandestinos e outras ocupações
são vistos com frequência. Crédito da foto:
Divulgação / SOS / Itupararanga
O professor também apontou como
preocupação o fenômeno do crescimento de
algas, que prejudicam o uso da água para
abastecimento público. Outro fenômeno, o de
mistura de camadas de superfície e do fundo
da represa, provocadas por variações do nível
de vazão combinadas com os efeitos do vento
na movimentação da água, removem
partículas de camadas inferiores e isso é fator
de complicação que leva à necessidade de
mais produtos químicos no processo de
tratamento.
Rodovia
Viviane disse que as denúncias de crimes
ambientais na área da represa são rotineiras e
chegam até mesmo por WhatsApp: “A
ocupação está aumentando, seja com
chácaras e empreendimentos imobiliários,
alguns sem licença.” As preocupações se
estendem às obras de duplicação da rodovia
Bungiro Nakao, que liga Vargem Grande
Paulista a Piedade, passando por Ibiúna, e
está em obras no trecho entre Vargem Grande
Paulista e Ibiúna. “A duplicação da estrada
com certeza vai aumentar a ocupação”, disse
Cordeiro.
Na avaliação de Viviane, entre os múltiplos
usos da represa, o abastecimento público e a
geração de energia são o de maior volume. O
manancial também é um grande atrativo
turístico, paisagístico e de lazer, com
atividades que vão da pesca aos esportes
náuticos e também à irrigação para a
agricultura. (Carlos Araújo)
https://www.jornalcruzeiro.com.br/sorocaba/g
rupo-vai-cobrar-acoes-de-preservacao-e-
monitoramento-da-represa-de-itupararanga/
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17
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal da Manhã
Data: 25/05/2019
Pesquisadores buscam salvar mico-leão-
de-cara-preta
Parque Nacional do Superagui é o principal
beneficiado em projeto para a conservação da
espécie; unidade abrange 70% do território
conhecido da espécie.
Mico-leão-de-cara-preta. Celso Margraf Só é possível encontrar o mico-leão-da-cara-preta nos
estados de São Paulo e no norte do Paraná. (Foto: Celso Margraf)
Eles são pequenos, ágeis, a carinha preta
contrastando com os pelos de um dourado
vívido. Só é possível encontrar o mico-leão-
da-cara-preta (Leontopithecus caissara) nos
estados de São Paulo e no norte do Paraná.
Ainda assim, suas aparições são raras, afinal a
mais otimista estimativa é de que haja, no
máximo, 900 indivíduos desta simpática
espécie de primata.
Um Projeto liderado pela Sociedade de
Pesquisa em Vida Selvagem e Educação
Ambiental (SPVS) quer mudar esse panorama.
A iniciativa é apoiada pelo ICMBio e tem foco
especial no Parque Nacional do Superagui
(PR), que corresponde a 70% do território
ocupado por este animal.
O Projeto deve durar 18 meses. Em março
deste ano, foram iniciadas as atividades de
campo no Ariri, área de ocorrência da espécie
no litoral sul de São Paulo. Para esta fase,
foram contratados dois moradores da
comunidade do Ariri que já possuem
experiência com a espécie em trabalhos
anteriores com ações de pesquisa e
conservação da espécie organizadas por
outras instituições. Esta é a fase de localização
dos grupos em toda a área de distribuição
(ilha de Superagui, área continental e nas
duas áreas protegidas no Parque Nacional de
Superagui e Parque Estadual do Lagamar
de Cananeia).
Como o mico é uma espécie bastante
carismática, tem um grande potencial para a
sensibilização ambiental. Deste modo,
também é esperado trabalhar em ações de
educação ambiental com foco nos moradores
da região, gerando engajamento e alertando
para a importância da conservação da espécie.
Isso também reverbera em ações promovidas
por outras instâncias, por exemplo, como a
prevenção e controle da febre amarela.
Estima-se que cerca de metade da população
está protegida no Parque, o restante está na
parte continental. Esta, inclusive, é uma
ameaça à conservação da espécie, pois, com a
construção do canal que separou o continente
da Ilha de Superagui, as populações também
ficaram isoladas, culminando na diminuição de
variabilidade genética.
Além disso, a longo prazo, o aquecimento
global também pode comprometer a
sobrevivência do mico-leão-de-cara-preta. O
aumento do nível do mar prejudica o território
da espécie que é próximo da cota zero do
nível do mar, tanto no continente quanto na
ilha.
As estimativas de adultos com condições de
reprodução não passam de 250 indivíduos. A
maturidade sexual deste animal gira em torno
de 1,5 a 2 anos e eles são em geral,
monogâmicos, ainda que haja alguns registros
de poligamia. A gestação da fêmea dura
aproximadamente 4 meses e geralmente com
2 filhotes por vez.
A iniciativa tem apoio da Fundação Grupo
Boticário, do Primate Action Fund e do
Mohamed bin Zayed Species Conservation
Fund, e auxílio de instituições parceiras como
a Fundação Florestal e o Departamento de
Fauna da Subsecretaria de Meio Ambiente
de SP, o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a
Plataforma Institucional Biodiversidade e
Saúde Silvestre da Fiocruz, o Instituto de
Pesquisas Cananéia (IPEC), a Associação Mico-
Leão-Dourado (AMLD) e a Universidade
Federal do Paraná (UFPR).
http://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/10324-pesquisadores-buscam-salvar-micro-leao-de-cara-preta
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18
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal da Manhã - Marília
Data: 25/05/2019
Reunião mensal do Cades apresenta
projeto do sistema de tratamento de
esgoto
Aconteceu na última quarta-feira no centro de
educação ambiental do Bosque Municipal, a
reunião mensal do Cades (Conselho Municipal
do Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável). Foi apresentado o projeto
socioambiental referente a implantação do
sistema de afastamento e tratamento de
esgoto sanitário de Marília.
Participaram da reunião Mônica de
Vasconcelos, educadora social respondendo
como responsável técnica pelos projetos
sociais dos convênios firmados com a Caixa
Econômica Federal, referente aos
empreendimentos do Programa Minha Casa
Minha Vida, reservatórios e esgotamento
sanitário. Também participou Bruno Jerônimo
Rossin, instrutor de informática, assessorando
na execução dos projetos sociais dos
convênios firmados com a CEF.
Segundo o presidente do Cades, Vandir
Pedroso de Almeida, o projeto socioambiental
da obra de tratamento de esgoto de Marília
está orçado em torno de um milhão de reais e
está sendo conduzido pela Secretaria de
Assistência Social.
'Trata se de um projeto basicamente de
educação ambiental, o objetivo é levar o
conhecimento da obra do tratamento de
esgoto a toda a população, por meio das
escolas municipais, associações de bairro,
agentes da saúde, dentre outros', disse.
O presidente do Cades afirmou que está sendo
desenvolvido um programa com apoio e
parceria do Senac e outras secretarias para
levar ao conhecimento de todos as novas
formas de cuidados com o esgoto gerado em
casa; como por exemplo não descartar óleo de
fritura na pia , separação das redes de água
de chuva da rede de esgoto, compostagem,
horta urbana, dentre outros assuntos que
contribuem para melhora na qualidade de vida
da população. O Conselho aprovou o programa
e estará acompanhando as atividades
desenvolvidas ao longo do projeto.
MUNICÍPIO VERDE AZUL
Nessa reunião também foi informado aos
conselheiros que o Cades não conseguiu
marcar uma reunião com o prefeito Daniel
Alonso, para apresentar a proposta de que
Marília participe com efetividade no
Programa Estadual Município Verde Azul.
O Cades vai enviar ofício ao prefeito
solicitando uma audiência para apresentar o
programa e obter ou não seu compromisso de
participar desse programa. 'Esse programa
traz muitos benefícios para a população,
sabemos que municípios certificados obtêm
recursos do Fundo Estadual do Meio Ambiente
a fundo perdido para investir na área
ambiental. Mas acima desses recursos o Cades
sabe que um município certificado nesse
programa proporciona melhor qualidade de
vida a população', disse Vandir Pedroso.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=23339704&e=577
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19
Grupo de Comunicação
Veículo: Correio Popular - Campinas
Data: 24/05/2019
Prefeitura fecha contrato de estudo
Por Maria Teresa Costa
Região na Mansões Santo Antonio é maior
passivo ambiental da cidade
Cedoc/RAC Região na Mansões Santo Antonio é maior passivo ambiental da cidade
A Prefeitura assinou contrato com a CMA
Ambiental Ltda., por R$ 1,6 milhão, para a
elaboração do plano de recuperação do bairro
Mansões Santo Antônio, área contaminada
pela Proquima, empresa do ramo químico de
recuperação de solventes. Essa área é o maior
passivo ambiental da cidade. A ordem de
serviço para o início dos trabalhos sairá nos
próximos dias.
O estudo, informou o secretário do Verde,
Rogério Menezes, vai apontar como fazer e
quanto vai custar a remediação daquela área,
que foi contaminada de 1973 a 1996. A
estimativa é que serão necessários entre R$
15 milhões e R$ 20 milhões para a
descontaminação do local.
Esse plano, afirmou Menezes, apontará quanto
custará a recuperação. Segundo o secretário,
todos os custos com os planos, estudos e
intervenções realizadas até agora serão
cobrados da empresa Concima, herdeira do
passivo ambiental.
O plano será financiado pelo Fundo Municipal
de Recuperação, Manutenção e Preservação do
Meio Ambiente (Proamb) e será concluído em
23 meses. A Prefeitura já gastou R$ 370 mil
com o Estudo Técnico Preliminar. Na extração
de gases já foram investidos R$ 690 mil no
primeiro período. Serão mais R$ 800 mil no
segundo período. Outros R$ 800 mil até
fevereiro de 2017, mais R$ 800 mil até ano
passado e mais R$ 800 mil serão investidos
este ano. Os custos estão sendo cobertos com
o direcionamento de termos de ajustamento
de conduta, segundo o secretário do Verde,
Rogério Menezes.
Desde 2014, um sistema de extração de
vapores de compostos orgânicos voláteis no
contrapiso do Bloco A está em operação, para
diminuir o risco à saúde das 45 famílias que
vivem no local. Os gases extraídos por drenos
são levados a uma estação de tratamento no
próprio local, para que os vapores possam ser
liberados na natureza sem riscos de
contaminação ambiental.
A maior contaminação foi identificada nos
lençóis freáticos, por isso a preocupação com
o uso de águas. Os estudos mostraram que a
área tem “alto grau de contaminação” e cerca
de 30 substâncias químicas foram encontradas
na região.
O levantamento mostrou que cloreto de vinila
e benzeno foram os componentes químicos
encontrados em maior quantidade,
especialmente no aquífero profundo,
localizados a cerca de 30 metros de
profundidade.
No período que a Proquima funcionou no local,
foi autuada várias vezes pela Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo
(Cetesb), recebendo 13 advertências e cinco
multas. Em 1990, depois de um incêndio, a
empresa foi interditada pela Secretaria
Estadual de Meio Ambiente. Mas continuou
funcionando até 1996 através de liminar.
Naquele ano, dois lotes do terreno foram
adquiridos pela empresa construtora Concima
para construção de oito blocos de
apartamentos (quatro em cada lote),
totalizando aproximadamente 400 unidades.
Depois de construídos três blocos, uma
investigação realizada pela Arcadis Hidro
Ambiente, contratada pela Concima, constatou
que a área do lote onde a Proquima esteve
instalada estava contaminada. Em abril de
2002, a Secretaria de Saúde recebeu da
Cetesb a informação da contaminação. Para
interromper a exposição aos contaminantes, a
Vigilância Sanitária lacrou e interditou 23
poços e nascentes de água existentes na área
próxima ao foco - terreno onde esteve
instalada a Proquima.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=23315679&e=577
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20
Grupo de Comunicação
Veículo: A Crítica - Manaus
Data: 25/05/2019
Fundo soma R$45 mi parados
Daniel Amorim
Dados divulgados pelo Instituto de Proteção
Ambiental do Amazonas (Ipaam) apontam
que, em 2018, foram aplicados R$ 16 milhões
em multas por infrações ambientais aumento
de 45% em relação ao ano anterior, quando
foram contabilizados R$ 11 milhões em
penalidades. Os valores obtidos são
destinados ao Fundo Estadual do Meio
Ambiente (FEMA), cuja função de executora
desses recursos - que hoje somam R$45
milhões-foi interrompida desde 2015 devido à
sucessão de governadores em curtos
intervalos de tempo.
'Esse índice pode ter sido ocasionado por duas
razões: aumento significativo dos ilícitos ou da
fiscalização. Isso ainda deve ser avaliado',
explica Eduardo Taveira, titular da Secretaria
do Estado de Meio Ambiente (Sema), órgão
que integra o Sistema Estadual de Meio
Ambiente junto com o Ipaam. Taveira também
preside o Conselho Estadual de Meio Ambiente
do Amazonas (Cemaan), instância máxima do
setor formado por agentes do poder público e
da sociedade civil, à qual cabe a gestão dos
recursos obtidos com o recolhimento de
multas, entre outras atividades.
O secretário ressalta que há etapas a serem
cumpridas entre a aplicação da multa e a
arrecadação do dinheiro. 'Há um processo
burocrático, com vários recursos. No entanto,
trata-se de um processo com garantia de
ampla defesa das partes. É um caminho
natural do ordenamento jurídico brasileiro até
a efetiva aplicação', observa. 'A multa têm
perspectiva educacional, pedagógica, cujo
objetivo é evitar a repetição de danos, e, nos
casos mais severos, punitiva. A ideia é que a
multa seja proporcional ao dano e tenha uma
dosimetria adequada para restabelecer os
processos econômicos, sociais e ambientais'.
FUNDO
A retomada do fundo, além das atividades de
comitês, comissões e grupos de trabalho
responsáveis pelo acompanhamento de
processos, é uma das medidas prioritárias da
nova gestão. 'Criamos um GT integrado ao
Conselho para discutir a operacionalização do
Fundo', diz Taveira. Atualmente, uma câmara
técnica-jurídica está definindo os critérios para
utilização dos recursos do Fundo. De acordo
com o secretário, a destinação de resíduos,
contaminação de afluentes, o desmatamento
de áreas ilegais e invasões são os tipos de
infrações mais comuns. 'Algumas empresas
são multadas, outras assinam um TAC, e são
acompanhadas e fiscalizadas pelo Ipaam em
processos relativos ao licenciamento ou algum
dano e impacto', esclarece Taveira.
O Fundo é regulamentado pela lei
complementar nº187, de 25 de abril de 2018,
que instituiu o Cemaan, órgão que na época
não dispunha de lei própria. O artigo 19
especifica que os recursos do Fema 'destinam-
se às atividades de conservação, recuperação,
melhoria, educação, monitoramento,
fiscalização ambiental e articulação
intersetorial'. Este último indica que o Fundo
pode beneficiar outras instituições fora do
setor de meio-ambiente que, integrado ao
sistema, possa disponibilizar resultados.
'Estamos criando mecanismos para tornar o
Fundo num modelo de gestão ambiental',
afirma o secretário, que mantém diálogo
contínuo com funcionários da Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo
(Cetesb) para obter referências de ações que
podem ser realizadas no contextolocal.
Desmatamento desenfreado ainda é um dos grandes
desafios
Desafios nas fronteiras
O 'arco do desmatamento', região de fronteira
do Amazonas com os estados do Mato Grosso,
Rondônia e Pará que concentra grande
atividade agrícola, representa outro desafio
para os órgãos ambientais. Cerca de 80%
daquela região já foi desmatada. 'A grande
pauta da secretaria é formular políticas para
reduzir problemas como lixões nas cidades do
interior e gerar renda mediante cadeias
produtivas sustentáveis em unidades
conservação, área primeira de atuação da
Sema. São áreas de proteção integral,
reservas de desenvolvimento sustentável,
florestas estaduais que podem ser ativos
numa nova base econômica do estado', disse
Eduardo Taveira.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=23341996&e=577
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21
Grupo de Comunicação
Veículo1: Governo de Mato Grosso
Veículo2: Folha Max
Veículo3: Portal MT
Veículo4: O Atual
Veículo5: Agência de Notícia
Data: 24/05/2019
Sema realiza workshop sobre gestão de
risco com produtos químicos
As 11 palestras foram voltadas para técnicos,
membros de empresas de resíduos perigosos,
transportes, laboratórios e estudantes
universitários.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente
(Sema-MT) realizou um workshop sobre
gestão de risco com produtos químicos nesta
quarta-feira (22), no Hotel Fazenda Mato
Grosso, em Cuiabá. O evento teve 11
palestras e contou com representantes de
outros estados, como São Paulo e Sergipe.
Participaram técnicos da área, membros de
empresas que trabalham com resíduos
perigosos, transportes, laboratórios e
estudantes universitários. Todos eles
receberão um certificado de presença.
O evento foi organizado pela Comissão
Estadual de Prevenção Preparação e Resposta
Rápida a Emergências Ambientais com
Produtos Perigosos do Estado de Mato Grosso
(CEP2R2). 'Era uma necessidade esse
workshop para discutir o risco que envolve
esse tipo de produto', destacou Nilma Taques,
presidente da comissão.
O superintendente de Infraestrutura,
Mineração, Indústria e Serviços, Valmi Lima,
que foi presidente do CEP2R2, reiterou a
importância do evento. 'Esta troca de
experiência com outros estados da federação,
órgãos e empreendimentos é necessária e
deve acontecer de forma periódica para o
desenvolvimento do P2R2. A discussão
homogeneíza os procedimentos e facilita a
interlocução entre os vários atores do
sistema'.
P2R2
As palestras foram abertas com a
apresentação do Plano Nacional de Prevenção,
Preparação e Resposta Rápida a Emergências
Ambientais (P2R2) por Marco Antônio
Lainha, da Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo (Cetesb). O Plano foi
criado por Decreto em 2004 e estabelecido por
meio de um compromisso entre o Ministério e
secretarias estaduais e municipais de Meio
Ambiente com objetivo de prevenir a
ocorrência de acidentes com produtos
químicos perigosos e aprimorar o sistema de
preparação e resposta a emergências
químicas.
'O Workshop integra as instituições que estão
envolvidas com emergências, neste caso
produtos perigosos, e esta aproximação entre
os órgãos resulta em atendimentos eficientes
e eficazes. A integração é importante pois
otimiza os recursos, gera treinamentos e
capacitações e evidentemente quem ganha
com isso é o meio ambiente e a população,
que terá um atendimento rápido, podendo
minimizar muito as consequências destes
episódios de desastre', afirmou Lainha.
O analista ambiental da Administração do Meio
Ambiente de Sergipe (Adema), Jamiel
menezes, também falou sobre a necessidade
de interação dos estados. 'Sairemos daqui
com a cabeça fervendo de ideias, de coisas
que estamos vendo que em outros estado já
estão implantadas e que precisamos implantar
em Sergipe. Produtos perigosos é um tema de
grande apelo e deve ser sempre discutido
porque não impacta só a região que teve o
acidente, mas pode impactar todo o estado e
inclusive estados vizinhos'.
Os servidores da Sema, Nilma Taques e Sergio
Figueiredo, presidente e membro da comissão
respectivamente, palestraram sobre as ações
desenvolvidas pela CEP2R2, que têm a função
de articular parcerias entre instituições
governamentais, empresas privadas,
entidades de classe, sociedade civil e demais
entidades que estejam envolvidas com o tema
emergências ambientais. A Sema é a
secretaria executiva do Conselho.
22
Grupo de Comunicação
'O objetivo da Comissão Estadual é promover
a divulgação do Plano do P2R2 junto aos
diversos setores da sociedade, por meio da
realização de fóruns, oficinas e seminários
regionais e estaduais e promover intercambio
de concepções e experiências entre entidades
e estados da federação', explicou os
palestrantes.
Outras Palestras
A jornalista Dirce Alves, do grupo Ambipar de
São Paulo, realizou um bate-papo sobre
comunicação em situações de crise e
emergência, respondendo dúvidas e
promovendo o debate entre os participantes.
Várias orientações foram passadas para os
profissionais sobre a forma como as empresas
devem agir em casos de acidente ou desastre,
com a formação de porta voz, formas de
divulgação para a imprensa e comunicação
com o público interno e colaboradores como
forma de minimizar uma crise.
Representantes de instituições que dão o
primeiro atendimento em episódios de
acidente ou desastre ambiental, como Defesa
Civil e Corpo de Bombeiros Militar, explicaram
como é a atuação dos órgãos nesses casos. A
Politec explicou sobre a realização da Perícia
Ambiental em local de Acidente com Produtos
Perigosos.
'Precisamos sensibilizar a sociedade para os
riscos existentes, unindo atores envolvidos nos
diversos níveis de gestão com produtos
químicos perigosos, agregando as instituições
públicas e privadas. Foi importante a
participação do Corpo de Bombeiros Militar
como forma de difundir o sistema de
prevenção e preparação da sociedade,
melhorando o conhecimento da população e
criando um ambiente propício para resposta
rápida e segura', ressaltou o Comandante do
Batalhão de Emergências Ambientais, TC BM
Dércio Santos da Silva.
O servidor da Sema, Fernando Pires, orientou
sobre o processo de licenciamento ambiental
com produtos perigosos em Mato Grosso e os
também servidores, Nilma Taques e Everaldo
Gasparini, explicaram como é realizado o
monitoramento ambiental pós-acidente com
produtos perigosos no Estado.
As outras palestras do dia foram sobre
Ferramentas de Gestão em Emergências
Químicas, que foi conduzida pelo servidor da
Cetesb Anderson Piolli; Atuação da
Concessionária Frente ao Atendimento com
Produtos Perigosos na BR-163, apresentado
por Wilson Medeiros da Concessionária Rota
D'Oeste; Responsabilidade Civil e o Seguro de
Risco Ambiental, da Futuro Seguros - GC do
Brasil.
Parcerias
O workshop foi realizado por meio de
cooperação do poder público com o setor
privado, organizações não governamentais,
universidades e comunidade.
O evento é uma parceria do P2R2 com a
Secretaria de Estado de Meio Ambiente, por
meio da Educação Ambiental; Polícia
Rodoviária Federal; Ibama; Defesa Civil do
Estado; Corpo de Bombeiros do Estado;
Secretaria de Saúde Estadual; Rota do Oeste;
Limppar Gerenciamento e Consultoria
Ambiental; Associação Mato-Grossense de
Engenharia de Segurança do Trabalho
(Amaest); Centroeste Resíduos; Sinalizar MT;
3 Irmãos Eventos e Treinamento; Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo
(Cetesb); Fiagril; Grupo Ambipar; Grupo
Canaa Norte Resíduos; Sindicato das
Empresas de Transporte e Carga no estado de
Mato Grosso (Sindmat); Sanorte Saneamento
Ambiental; Futuro Seguradora; Bravo Serviços
Logístico; Sest Senat; Prefeitura Municipal de
Cuiabá e Prefeitura Municipal de Várzea
Grande.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?c=0&n=23319544&e=577
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23
Grupo de Comunicação
Veículo: Debate News – S. Cruz do Rio
Pardo
Data: 24/05/2019
'Urubu é para isto mesmo', diz secretário
Erik Barreto disse que animal morto numa
granja que exala mau cheiro é 'normal' e que
urubus servem para 'limpeza'
Sérgio Fleury Moraes
Da Reportagem Local
A administração de Santa Cruz do Rio Pardo
continua alheia ao problema do mau cheiro
que atinge vários bairros da cidade e que, em
certos dias, também chega ao centro de Santa
Cruz. O odor fétido vem de uma granja de
criação de porcos, que fica a
aproximadamente um quilômetro do bairro
Jardim Fátima, e tem gerado protestos nas
redes sociais há várias semanas. Há dias,
consultado pelo jornal, o secretário do Meio
Ambiente, Luciano Massoca, disse
desconhecer o assunto. Na quarta-feira, 15,
em entrevista ao radialista Dário Miguel, da
Band FM, foi a vez do secretário de Agricultura
afirmar que o município nada pode fazer para
fiscalizar a granja. Segundo ele, até mesmo
urubus devorarem uma carcaça de porco a céu
aberto é um fato normal. 'A função do urubu é
exatamente esta', disse.
O mau cheiro se espalha praticamente todos
os dias pelas redondezas, atingindo os bairros
Jardim Fátima, Nagib Queiroz, Frei José Maria
Lorenzetti, Ettore e Oswaldo Cortela, Estação
e outros. Dependendo da posição do vento,
chega facilmente ao centro, gerando muitos
protestos da população.
A granja possui cerca de 800 porcos e as
condições não são adequadas. O proprietário,
João Lima, diz que está providenciando
reformas para amenizar o problema (leia
nesta página). Há dez dias, porém, a
reportagem esteve no local e flagrou dezenas
de urubus em toda a propriedade. Num dos
cantos, havia uma carcaça de animal morto
sendo devorada por um bando das aves. Uma
semana depois, a situação do local melhorou,
mas o cheiro forte continua.
Para o secretário de Agricultura, Erik Barreto,
não há o que fazer. Segundo ele, a situação
'causa uma polêmica grande', mas o produtor
tem todo o direito de criar porcos. 'O promotor
me disse, certa vez, sobre um caso
semelhante, que isto só pode ser denunciado
como 'incômodo de vizinhança'. Então, as
pessoas incomodadas devem procurar um
advogado e fazer uma denúncia formal ao
Ministério Público', explicou. 'Realmente não
tem o que fazer, a não ser este 'incômodo de
vizinhança. Até mesmo a Polícia Ambiental só
atende mediante denúncia. Acho que nem
mesmo o Ministério Público pode agir. Os
moradores precisam entrar com uma ação
judicial contra o proprietário', disse.
Erik Barreto disse que não esteve no local
porque a secretaria da Agricultura não possui
autoridade para esta fiscalização. 'Mas eu
conheço o local há muitos anos e realmente
hoje está numa situação meio desagradável
com os dejetos de animais sendo lançados na
plantação', afirmou. 'Mas não podemos chegar
no local e proibir a pessoa de produzir',
completou. Ele exemplificou a situação como
um vizinho que perturba o outro com uma
música alta. 'Você não pode ir lá e dar um tiro
e matar ele. É preciso denunciá-lo', disse.
Sobre o fato de a reportagem do DEBATE
encontrar carcaça de animal sendo devorada
por urubus, o secretário disse que o fato é
comum. 'Quando morre um animal na
propriedade - como um boi, cavalo ou porco -,
geralmente o proprietário não tem como
enterrá-lo, pois teria de contratar uma
máquina. Seria o correto, até para evitar
contaminação. Mas a gente sabe que é para
isto que existe urubu. É até estranho falar
isto, mas a função dele é exatamente esta',
afirmou. Erik disse que abrir uma valeta para
enterrar o animal tem um custo alto.
O secretário, que mora no centro de Santa
Cruz, disse que nunca percebeu o mau cheiro.
'Sinceramente, acho que não tenho muito
faro. Não percebi, mas já teve gente na
secretaria procurando informações já há
algum tempo. Mas ninguém percebeu este
odor no centro. Na estrada, porém, dá para
perceber o cheiro', afirmou.
Suinocultor diz que está adaptando
propriedade para evitar mau cheiro
João Éder de Lima, 49, é o arrendatário de
dois alqueires onde funciona a granja de
porcos que está sendo acusada de espalhar o
mau cheiro pela área urbana de Santa Cruz do
Rio Pardo. Na quarta-feira, 15, ele disse que
está efetuando mudanças no sistema de
lançamento de dejetos para amenizar o
problema. Lima cria porcos há 15 anos e
reclama que a cidade 'se aproximou' de sua
propriedade rural. O suinocultor disse que
apenas engorda os animais para venda, mas
que o abate é feito em Bariri. 'Eu compreendo
24
Grupo de Comunicação
a reclamação da população e estou
procurando me adequar para não prejudicar
ninguém', afirmou.
Ele admitiu que a implantação de um sistema
de irrigação em uma pequena lavoura de
capim, para onde os dejetos são lançados,
piorou o mau cheiro. 'Isto aconteceu há dois
meses com a instalação de microaspersores,
para que a água seja mais distribuída. Mas se
o vento tiver a favor da cidade, leva o mau
cheiro', disse. O capim é para a pequena
criação de gado, necessária para o sustento da
granja. 'Na verdade, a suinocultura enfrenta
uma crise muito forte há muitos anos e é
preciso se diversificar. Antigamente existiam
cerca de 40 granjas na região, mas hoje
apenas cinco ou seis se mantêm', afirmou.
Entretanto, ele explicou que, a partir de agora,
vai observar a posição do vento antes de ligar
o sistema de irrigação. Outro problema,
segundo ele, foi se adequar ao sistema exigido
pelos bancos para liberar financiamentos, que
obrigou a construção de uma caixa de
alvenaria para armazenar os dejetos. O
suinocultor diz que isto piorou o mau cheiro.
'Fala-se muito no biodigestor, mas ele só vai
fazer o aproveitamento do gás, sem eliminar a
vazão da água que escorre da granja', disse.
Lima contou que está construindo também
uma canalização dos dejetos para que não
fiquem acumulados na terra. Segundo ele, a
área de cobertura será maior, ao mesmo
tempo em que os dejetos vão secar mais
rápido. No entanto, o suinocultor diz que o
cheiro não vai acabar por completo.
João Lima contou que o animal morto a céu
aberto, encontrado pela reportagem do
DEBATE, foi 'um acidente' provocado por um
funcionário, já que ele estava viajando para
Itaguaí. 'O animal tinha aproximadamente 320
quilos e foi colocado em outro canto, sem ser
enterrado. Mas já estamos providenciando
uma caixa séptica para receber restos de
placenta do parto ou leitões', explicou. Ele
garantiu que todos os animais que morrem na
granja são devidamente enterrados.
O produtor também garantiu que a presença
de um grande número de urubus na semana
passada ocorreu devido aos restos do animal
morto. 'Estas aves procuram alimentos, mas
naquele dia foi por causa da carcaça', disse.
'Estamos fazendo o possível para melhorar. Os
moradores precisam ter paciência', afirmou,
lembrando que usinas de álcool ou estações
de tratamento de esgoto também exalam mau
cheiro.
Legislação impõe uma série de documentos
para obter licença
Há uma dezena de leis que regulamentam as
licenças que devem ser seguidas por granjas
de criação de suínos. A Embrapa alerta que os
impactos ambientais dessas atividades são
vários e podem provocar danos ao ambiente,
ao solo, à água, ao ar e à saúde das pessoas
pela disposição inadequada dos resíduos. E, ao
contrário do que afirma a administração, os
locais que causam estes impactos são
passíveis de notificações do Ibama, Cetesb,
Ministério da Agricultura, município e
Ministério Público.
A reportagem consultou especialistas no setor,
que consideram ser difícil a granja ter obtido
todos os documentos necessários. Além disso,
é preciso um controle adequado dos impactos
e, no caso das licenças terem sido expedidas,
elas ainda podem ser contestadas. Para obter
a autorização, o proprietário precisa se
adequar, por exemplo, ao Código das Águas,
ao Código Florestal, à Política Nacional do Meio
Ambiente, à resolução do Conama que
estabelece a avaliação de impacto ambiental,
à lei que disciplina a política nacional de
recursos hídricos, à portaria do Ibama que
institui cadastro técnico federal de atividades
potencialmente poluidoras, à resolução que
estabelece a classificação das águas doces,
salobras e salinas e outras normas sobre o
tema.
Segundo um técnico, a presença de urubus no
local também é estranha, uma vez que as
aves, da família Cathartidae, não se
alimentam das fezes dos animais. Na verdade,
elas comem carcaças e proteínas em geral e a
presença de enormes grupos pode indicar
descarte inadequado de resíduos ou mesmo
abate clandestino de suínos. A Vigilância
Sanitária também deveria intervir porque a
situação expõe a própria criação, que é
proteína de consumo humano, em graus
'catastróficos de patogenicidade'.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=23311184&e=577
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25
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Bertioga em Movimento
Data:
Bertioga se destaca na maior feira de
observação de aves do Brasil
Novas trilhas abertas na cidade permitem
observar espécies
Bertioga marcou presença na maior feira de
observação de aves do Brasil, a Avistar Brasil
2019. O evento aconteceu entre os dias 17 e
19 de maio, na Capital. Com estande montado
no local, a Secretaria de Turismo de Bertioga,
em parceria com associações de monitores
ambientais da Cidade, apresentaram o
potencial turístico de fotografia e observação
de aves do Município, abrindo oportunidades a
turistas e profissionais da área.
O estande de Bertioga representou os
municípios da Baixada Santista e foi bastante
visitado, possibilitando a divulgação e também
a negociação direta entre as associações de
guias e monitores ambientais de Bertioga e os
turistas e profissionais que passaram pela
feira.
Atividades de observação de aves estão entre
as mais valorizadas pelo público internacional,
associando conservação ambiental e turismo
sustentável. 'Nossa Cidade, com mais de 90%
de sua área totalmente protegida e com uma
imensa diversidade de aves em diversos
biomas, tem grande potencial nesse tipo de
turismo. A observação de pássaros é uma
atividade de alto valor, que pode gerar
empregos e renda para Bertioga', diz o diretor
de Turismo, Filipe Toni Sofiati.
TRILHAS
Bertioga está se destacando no ecoturismo no
estado de São Paulo. Diversas trilhas
ecológicas do PERB (Parque Estadual da
Restinga de Bertioga) já estão oficialmente
abertas à visitação monitorada. Além do
próprio passeio, as trilhas dão acesso a
atividades como rapel, rafting, trekking,
tirolesa, observação de aves (nas trilhas da
Torre 47, Família Pinto, Garganta do Gigante e
Ribeirão dos Monos), expedições fotográficas e
outras que serão gradativamente implantadas.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=23318645&e=577
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Grupo de Comunicação
Veículo: Diário de Taubaté
Data: 25/05/2019
Projeto Tamar, Aquário de Ubatuba e
Instituto Argonauta realizam a 6ª
Semana do Mar
Bruno Fonseca
De 01 a 08 de junho, em Ubatuba, tem
programação especial dos dias mundiais do
Meio Ambiente (05/06) e dos Oceanos (08/06)
Projeto Tamar, Aquário de Ubatuba e Instituto
Argonauta convidam a todos para participar da
6ª Semana do Mar, entre os dias 01 e 08 de
junho de 2019. O objetivo é sensibilizar e
proporcionar momentos de interação voltados
à conservação ambiental, para dialogar sobre
questões atuais, como a pesca, as mudanças
climáticas e o lixo nos oceanos. As atividades
acontecem no Tamar e no Aquário de
Ubatuba.
O Projeto Tamar, um dos realizadores do
evento, irá sediar no Centro de Visitantes uma
série de atividades da 6ª. Semana do Mar
envolvendo moradores, estudantes e público
em geral. 'Além de chamar a atenção para as
importantes questões ambientais que serão
destacadas ao longo da semana, é também
uma oportunidade de partilhar resultados
obtidos ao longo de 39 anos de atuação', diz a
coordenadora regional do Projeto no estado de
São Paulo, Berenice Gomes. Em breve o
Tamar deve atingir a marca de 40 milhões de
tartarugas marinhas protegidas ao longo do
litoral brasileiro, graças ao apoio dos
pescadores e suas famílias, estudantes,
turistas, artistas e parceiros como a Petrobras,
patrocinadora do Projeto desde 1982.
Confira a programação do evento:
Programação no Centro de Visitantes do
Projeto Tamar
No sábado, dia 01/06, a partir das 20h, é a
abertura da 6ª Semana do Mar com a
apresentação do Grupo Concertada -
reconhecido por sua descontração e variedade
de repertório, traz músicas regionais de
diversas origens do país, além de clássicos da
MPB.
O show conta com participação especial de
Thai e Banda - poesia autêntica e
contemporânea que mescla elementos da
natureza à vivências e mensagens de reflexão,
que são envoltas pelo balanço da reggae
music e ginga dos ritmos populares. Thai vem
acompanhada da banda formada por Carol
Garcez na flauta transversal e backing vocal,
Kleber Pacheco na bateria, Ronaldo Dourado
no contrabaixo e Vinicius Alves no violão.
Dia 02/06, às 16h, o 'Circuito de Vídeos
Semana do Mar' inicia exibições com o remake
do filme 'Ilha das Flores'. A programação do
circuito segue durante a semana, com
exibições no decorrer dos dias, no Projeto
Tamar e também no Aquário de Ubatuba.
Dia 03/06, das 10h às 18h: Atividades de
arte-educação e jogos pedagógicos 10h e 15h,
apresentação do grupo 'Das Dores Circo
Teatro', com o espetáculo 'La Bamba', obra
que trabalha a linguagem não-verbal e
universal de uma dupla de palhaços acrobatas
e malabaristas, tratando a temática da
poluição das águas e do meio ambiente.
Dia 04/06, das 10h às 18h: Atividades de
arte-educação e jogos pedagógicos.
Dia 05/06, das 10h às 12h acontece a
'Capacitação em Educação Ambiental para
conservação dos mares e oceanos', também
com a participação do Projeto Albatroz. A
atividade é direcionada a educadores formais
e não formais, com apoio do material da Rede
Biomar (rede composta pelos projetos de
conservação da biodiversidade marinha
patrocinados pela Petrobras, por meio do
Programa Petrobras Socioambiental: Projetos
Albatroz, Coral Vivo, Baleia Jubarte, Golfinho
Rotador e Tamar). A atividade será realizada
com inscrição prévia no Projeto Tamar através
dos contatos apresentados no final deste
release.
Dia 06/06, educadores ambientais do Instituto
Argonauta, Tamar e Aquário de Ubatuba vão
realizar o 4º Encontro Jovem Transformar para
cerca de 60 participantes, entre jovens das
escolas e instituições locais, reunidos para
dialogar e refletir sobre o papel da juventude
nas questões ambientais.
Programação no Aquário de Ubatuba
Dia 03/06,
10h às 18h: Atividades de arte-educação e
jogos pedagógicos
19h30: acontece a Roda de Diálogo 'Plástico
nos Oceanos', com participação de João
Malavolta | Ecosurf e de Beth | Instituto Pólis.
Dia 04/06
10h às 18h: Atividades de arte-educação e
jogos pedagógicos
27
Grupo de Comunicação
19h30: painel com o tema 'Redução do Lixo
no Mar: iniciativas inovadoras', com a
presença de Barbara Sapunar | Nestlé,
compartilhando sobre as experiências de
práticas inovadoras das marcas.
Dia 05/06, às 19h30, Lara Iwanicki da ong
Oceana, ministra a palestra 'Papel da Gestão
Pesqueira para a Conservação Marinha'.
Dia 06/06, às 19h30, apresentação do case
'Reserva da Biosfera da Mata Atlântica',
com Clayton Lino, compartilhando fatos
sobre o conjunto de porções de ecossistemas
terrestres de remanescentes de Mata
Atlântica, demarcados pelo programa O
Homem e Biosfera (MaB - Man and the
Biosphere) da UNESCO.
Dia 07/06, às 19h30, o ambientalista Fábio
Feldman, autor da lei federal que instituiu a
'Política Nacional de Educação Ambiental' em
todo o território brasileiro, realiza palestra
sobre as 'Mudanças Climáticas'.
Diariamente: 'Circuito de Vídeos Semana do
Mar'
Encerramento da 6ª Semana do Mar, na Praça
da Baleia, no Aquário de Ubatuba e no Projeto
Tamar
Durante o sábado, dia 08/06, o encerramento
da 6ª Semana do Mar começa às 9h00, com
mutirão de limpeza de praia da orla do Itaguá
e a presença dos jovens do 'Encontro Jovem
Transformar' e alunos da Cooperativa
Educacional de Ubatuba, com exposição de
estandes apresentando as atividades de
instituições parceiras.
Os artistas da Mosaiky/ZOO Urbano estarão
finalizando, ao ar livre e em tempo real, a
maior obra feita com canudos plásticos,
quebrando o atual recorde mundial.
Às 12h, uma tartaruga marinha reabilitada
retornará ao mar, em frente à praça da Baleia.
Às 16h, no Aquário de Ubatuba, acontece o
'Bate Papo com a Liga das Mulheres pelos
Oceanos'. A Liga é um movimento de
mulheres que lutam pela conservação dos
oceanos com o objetivo de potencializar ações
desenvolvidas por mulheres que dedicam seu
trabalho em prol do ecossistema marinho. Em
seguida, começa o 'Mar de Letras', lançamento
de livros com sessão de autógrafos, com as
autoras Marina Klink e Bárbara Veiga, e os
autores Clayton Lino e Fábio Feldmann.
Às 20h, no espaço cultural do Projeto Tamar,
com o patrocínio da Petrobras, através do
Programa Petrobras Socioambiental, será
realizada a apresentação musical de 'João
Suplicy e Trio', para fechar lindamente a 6ª
Semana do Mar.
Sobre as instituições que realizam a 6ª.
Semana do Mar:
PROJETO TAMAR
O Projeto TAMAR começou em 1980 a
proteger as tartarugas marinhas no Brasil. A
Fundação Pró-Tamar executa a maior parte
das ações descritas no PAN - Plano de Ação
Nacional para a Conservação das Tartarugas
Marinhas no Brasil do ICMBio/MMA. A
Petrobras é a patrocinadora oficial do TAMAR,
por meio do Programa Petrobras
Socioambiental. O TAMAR trabalha na
pesquisa, proteção e manejo das cinco
espécies de tartarugas marinhas que ocorrem
no país, todas ameaçadas de extinção:
tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta),
tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata),
tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-
oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-
couro (Dermochelys coriacea). Protege cerca
de 1.100 quilômetros de praias e está
presente em 26 localidades, em áreas de
alimentação, desova, crescimento e descanso
das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas
oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe,
Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará,
Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e
Santa Catarina. Em Ubatuba, recebe o apoio
da Prefeitura Municipal.
Visite - www.tamar.org.br
Projeto Tamar Ubatuba | Rua Antonio
Athanásio da Silva, 273
Telefone: (12) 3832 6202
Loja do Projeto Tamar | Rua Guarani, 835
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=23342611&e=577
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28
Grupo de Comunicação
Veículo: Valor Econômico
Data: 27/05/2019
Sabesp e Ecorodovias ajustam ofertas
Por Ana Paula Ragazzi | De São Paulo
Os bancos de investimento tiveram de
reembalar duas ofertas de debêntures nos
últimos dias para garantir a colocação das
operações. A exemplo do que já havia
acontecido com Localiza, Restoque e CVC,
desta vez papéis da Sabesp e da Ecorodovias
tiveram de sofrer ajustes.
Apesar de a demanda para a compra de
debêntures estar superior à quantidade de
papéis que vem sendo ofertada, os
investidores seguem deixando claro que as
taxas já baixaram demais e que não vão
aceitar operações a qualquer preço.
A Sabesp, companhia de saneamento de
São Paulo, aprovou uma emissão de R$ 1,5
bilhão em debêntures. Os bancos
coordenadores da oferta, BTG Pactual e Safra,
concederam a garantia firme somente para a
metade da operação. Os R$ 750 milhões
restantes sairiam a partir de "melhores
esforços de colocação".
De acordo com informações de mercado, a
operação alcançou perto de R$ 860 milhões -
foi colocado, portanto, cerca de 60% do que a
empresa pretendia captar. O mercado
considerou que as taxas de remuneração
oferecidas estavam muito baixas.
emissão tinha duas séries. Uma, de cinco
anos, oferecia CDI mais 0,49%; e outra, de
sete anos, CDI mais 0,66%. A Sabesp possui
um outro papel no mercado que vence em
2022 e que está sendo negociado no
secundário a CDI mais 0,50%. Assim como
aconteceu com a oferta da Localiza mês
passado, os novos papéis estavam com prazo
maior, o que equivale dizer mais risco, e com
taxas menores.
De acordo com fontes, a oferta foi
parcialmente colocada sem que os bancos
encarteirassem a operação. Assim como
fizeram na Localiza, eles optaram por abrir
mão das comissões que receberiam na
operação e transferiram isso para o investidor,
vendendo os papéis com um deságio em
relação ao preço inicial para compensar as
taxas mais baixas. Nesse caso, os bancos
acabaram trabalhando de graça e a operação
fechou de forma favorável para a empresa,
que conseguiu captar a taxas que o mercado
considerou muito baratas.
O caso da Ecorodovias foi mais atípico. A
empresa saiu com uma oferta de R$ 900
milhões, coordenada por BTG, ABC e Itaú
BBA. No meio das reuniões para a
apresentação da oferta a investidores, houve
uma operação de busca e apreensão da Polícia
Federal em um dos ativos da companhia -
uma das rodovias administradas por ela, num
trecho no Paraná que tem pouca relevância no
resultado da empresa.
A companhia informou ter colaborado com as
autoridades e que instaurou uma auditoria
interna para apurar os fatos apontados pela
PF. No ano passado, a Ecorodovias havia sido
mencionada em um inquérito do Ministério
Público Federal e instaurou um comitê
independente para apurar eventuais
irregularidades. A Fitch alterou o rating da
empresa de neutro para negativo em março,
como reflexo de incertezas sobre penalidades
que podem ser aplicadas a subsidiárias da
companhia em função da investigação do MPF.
Isso serviu para que os investidores pedissem
mais retorno para ficar com os papéis. A série
de prazo de cinco anos foi inicialmente
ofertada a CDI mais 0,75%. Mas só houve
demanda do investidor com o papel pagando
CDI mais 1,30%. Na de sete anos, a empresa
queria pagar CDI mais 1%, mas o mercado só
aceitou CDI mais 1,65%.
A garantia firme que os bancos dão para essas
operações de debêntures é uma espécie de
seguro. Como houve um evento inesperado no
meio do caminho, eles puderam alterar as
condições. Ou seja, diferentemente do caso da
Sabesp, na oferta de Ecorodovias, a "conta"
ficou com a empresa, que teve de concordar
em pagar mais aos investidores ou encarecer
os custos de sua captação. As empresas e
bancos citados não deram entrevista.
https://www.valor.com.br/financas/6276049/s
abesp-e-ecorodovias-ajustam-ofertas
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Grupo de Comunicação
Veículo: Folha de S.Paulo
Data: 27/05/2019
Morte de menino expõe limbo de
ocupações à beira da estrada em SP
Dhiego Maia
Cristiam de Melo, 8, foi atropelado por carro e
caminhão na Fernão Dias
A tinta branca desgastada pelo tempo sinaliza
no asfalto linhas e as traves do gol. O
campinho de futebol improvisado convive, de
um lado, com a movimentada rodovia Fernão
Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte no
trecho sob concessão da Arteris e, de outro,
por pilhas de material reciclado e lixo.
Esse era o único espaço de lazer que Cristiam
Dekeste Ferreira de Melo, 8, tinha para brincar
com os amigos na Vila Nilo, comunidade da
zona norte da capital paulista erguida rente à
estrada federal, no quilômetro 85 da pista no
sentido Minas.
Nesta segunda (27), faz uma semana que
nenhum gol é marcado ali. O gesto é de luto.
Cristiam morreu atropelado na noite do dia 20
ao invadir a rodovia enquanto brincava. As
circunstâncias do acidente são investigadas
pela Polícia Civil com apoio da Polícia
Rodoviária Federal, que responde pela
segurança na estrada.
Na casa de três cômodos alugada por R$ 450
onde o garoto vivia com a mãe, o pai, dois
irmãos e sete periquitos, a ausência de
Cristiam exige fé.
"Eu creio que ele foi para a glória. Tô pedindo
muito para Deus me dar força porque é difícil.
Vamos seguir. Está sendo um dia por vez", diz
a mãe, Solange Ferreira Inácio, 29.
A auxiliar de limpeza cursa à noite o oitavo e o
nono ano do ensino fundamental na
modalidade EJA (Escola de Jovens e Adultos).
Ela conta que queimou as roupas, brinquedos
e objetos do filho um dia após enterrá-lo no
cemitério Vila Nova Cachoeirinha (zona norte).
"Não suportaria ver ninguém usando as coisas
dele."
À reportagem da Folha, a mãe diz que
guardou apenas o estojo com lápis de cor
dado por uma professora ao filho, para nunca
se esquecer que Cristiam amava estudar.
"Ele chorava quando eu dizia que ele não iria
para a escola", diz, entre lágrimas. "Quero
guardar as melhores lembranças do meu filho.
Ele era esperto, muito falante e amoroso.
Toda vez que eu saía de casa, ganhava um
beijo dele. Como eu vou ficar sem isso?"
Na comunidade, o corredor por onde os
moradores circulam está tomado por um
emaranhado de fios que abastece as moradias
com energia elétrica. Segundo Solange, o filho
não andava sozinho no local. Era orientado a
ficar em casa com os irmãos assistindo a
programas infantis na TV quando não estava
na escola.
O 20 de maio seria mais uma noite em que
Cristiam, Cícero, 9, e Maria, 3, aguardariam a
chegada dos pais em casa. Eles ficavam sob a
guarda do tio.
A mãe conta que seu irmão precisou deixar os
sobrinhos sós por um tempo, e, nesse
intervalo, Cristiam foi brincar com os amigos
no campinho.
As primeiras testemunhas relatavam que o
menino morreu ao tentar resgatar uma bola
na pista da Fernão Dias.
Mas o delegado Carlos Poli, titular do 73º DP
(Jaçanã), refuta a hipótese. Ele diz ter
analisado as únicas imagens disponíveis,
captadas por câmeras de um motel ao lado do
campinho, e com base em novos depoimentos
concluiu que o garoto entrou na rodovia
fugindo de um cachorro.
"Não teve bola. O cachorro avançou sobre a
criança, ela correu, subiu uma rampa e muito
desesperada foi para o meio da rodovia", diz
Poli. A família conta que Cristiam tinha muito
medo de cães.
Segundo Poli, as imagens mostram que
Cristiam foi, primeiro, atropelado por um carro
de passeio. Depois, foi atingido por um
caminhão.
Nenhum dos motoristas socorreu a vítima nem
se apresentou à polícia até agora.
Cristiam teve o crânio esmagado e morreu na
hora. "Culpo ele [motorista] por omissão de
socorro. Sei que aqui é uma comunidade e, se
30
Grupo de Comunicação
ele parasse, seria linchado, mas que parasse
no posto ou ligasse na delegacia", diz a mãe.
As imagens não identificaram as placas dos
veículos, um entrave para a conclusão do
inquérito. "A circunstância do delito está
esclarecida. Falta apurar a autoria do veículo
atropelante", diz Poli.
A câmera da Arteris mais próxima está a dois
quilômetros e meio do local onde Cristiam
morreu. Pela distância e os problemas de
visibilidade, o equipamento também não
registrou as placas dos veículos que
atropelaram o menino.
"O monitoramento que elas [câmeras da
Arteris] fazem não é para a polícia. Quando
fizeram a concessão da estrada, ninguém
perguntou para a corporação como deveria ser
o monitoramento para identificar as causas de
um acidente", diz o inspetor Leon Pomar,
chefe da 3ª delegacia da PRF, responsável
pelo trecho paulista da Fernão Dias.
O delegado Poli diz que os motoristas devem
responder à Justiça por homicídio culposo
(sem intenção de matar) e omissão de
socorro.
Independentemente do desfecho, a família de
Cristiam quer partir. "Não queremos ficar aqui.
Tudo lembra o meu filho", diz o auxiliar de
pedreiro Cícero Ferreira de Melo, 38.
O caso joga luz na proliferação de moradias
irregulares nas margens das rodovias que
cortam a região metropolitana de São Paulo.
Na Fernão Dias, a Polícia Rodoviária Federal
contou ao menos 10 comunidades entre os
kms 86 e 76. Também foram localizados
pontos de consumo e venda de drogas nos
kms 85, 86 e 87 da estrada.
As moradias estão na área de escape das vias,
que deveriam estar livres para facilitar o
atendimento em acidentes e permitir ampliar
as pistas.
Além dos atropelamentos —a concessionária
não revela quantas das 99 mortes na Fernão
Dias entre Contagem (MG) e São Paulo em
2018 foram por atropelamento, mas ressalta
uma redução drástica nos casos desde 2010—
há transtornos mais banais.
A Arteris diz recolher 60 toneladas de lixo por
dia só nos 90 km de concessão da rodovia no
trecho paulista. As casas jogam esgoto sem
tratamento nos acostamentos e têm
pressionado a derrubada de vegetação perto
do Parque Estadual da Cantareira.
A Secretaria de Infraestrutura e Meio
Ambiente da gestão João Doria (PSDB) diz
ter aplicado 420 multas a construções
irregulares que desmataram 72 hectares do
parque nos últimos quatro anos.
A polícia rodoviária diz estar mapeando e
apontando à Arteris os problemas causados
pela presença de gente no lugar onde só
poderia ter asfalto, conta o inspetor Pomar.
Para Flamínio Fichmann, consultor de trânsito
e transporte, os novos contratos de
concessões de rodovias precisam incluir uma
cláusula de mitigação de impactos sociais.
"Você obriga o concessionário a estabelecer
uma relação com as prefeituras para inibir
novos agrupamentos populacionais e dar as
mínimas condições aos existentes. Se a
cláusula não for cumprida, a concessionária
recebe menos da receita pedagiada", afirma.
Em nota, a Arteris lamentou a morte de
Cristiam e diz que colocou todas as suas
câmeras à disposição da investigação.
Diz que instalou barreiras de concreto e
defensas metálicas para aumentar a
segurança de pedestres e condutores, além de
calçadas e 86 passarelas com telas de
proteção.
A ANTT (agência federal que regula os
serviços prestados pelas concessionárias) diz
que, para agir, precisa ser comunicada pelas
empresas quando o trecho concessionado
necessita de alguma ação do poder público.
Segundo a agência, a Arteris não encaminhou
nenhum pedido.
Já a subprefeitura Jaçanã/Tremembé diz à
Folha que vai fiscalizar os pontos com
moradias irregulares. Sobre a Vila Nilo, o
31
Grupo de Comunicação
órgão afirma que presta serviços de zeladoria
aos moradores, como a coleta de lixo e a
limpeza de córregos.
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019
/05/morte-de-menino-expoe-limbo-de-
ocupacoes-a-beira-da-estrada.shtml
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32
Grupo de Comunicação
Veículo: A Tribuna – Santos
Data: 27/05/2019
Coluna Dia a Dia
Sandro Thadeu
e-mail: [email protected]
Ministro da Saúde recebe comitiva local
amanhã
O ministro da Saúde e deputado federal
licenciado, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS),
receberá amanhã o deputado federal Júnior
Bozzella (PSL) e integrantes do conselho
consultivo formado pelo parlamentar local
para tratar de assuntos relacionados à saúde
da Baixada Santista e do Vale do Ribeira. No
início de abril, o grupo esteve reunido em uma
plenária no auditório do Bloco E da
Universidade Santa Cecília (Unisanta), na qual
os secretários e representantes de cada
município apresentaram suas demandas.
Segundo Bozzella, essa primeira 'lição de casa'
já foi concluída com o intuito de incluir de
maneira efetiva os municípios no processo de
definição das demandas e prioridades a serem
reivindicadas junto ao Governo Federal. O
diagnóstico inicial apontou um grande deficit
de leitos hospitalares e o saturamento da rede
de urgência e emergência. 'Se não fizermos
essa interlocução entre as partes, outras
demandas passam na frente e as coisas não
saem do papel', disse.
Mais recursos
O grupo solicitará a Mandetta o aumento do
repasse das verbas do Sistema Único de
Saúde (SUS) para atender a demanda. Há
também a leitura de que as unidades carecem
de mais investimentos estaduais para
atenderem adequadamente a grande demanda
de pacientes.
Passagem comprada
Até a última sexta-feira, quatro prefeitos da
Baixada Santista confirmaram que estarão em
Brasília participando da audiência com o
ministro: Pedro Gouvêa (MDB - São Vicente),
Alberto Mourão (PSDB - Praia Grande), Caio
Matheus (PSDB - Bertioga) e Marco Aurélio
Gomes (PSDB - Itanhaém).
No aguardo
A vereadora Audrey Kleys (PP) quer saber do
governador João Doria (PSDB) quando a
Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) será
reclassificada como um órgão de primeira
classe. Ao contrário de outras DDMs que
passaram a ter atendimento 24 horas, como a
de Sorocaba e a de Campinas, a unidade local
ainda não recebeu esse status.
Improvisando
Por esse motivo, a promessa de que seriam
destacadas cinco equipes para a DDM ainda
não foi cumprida, segundo a parlamentar. Ela
cita que vários policiais que lá trabalham
foram obrigados a sair de suas funções, como
investigadores.
Mais transparência
A Câmara de Guarujá discutirá na sessão de
amanhã o Projeto de Lei 124/2018, que
estabelece a divulgação mensal de dados
sobre o total de multas de trânsito aplicadas e
o valor total arrecadado. A proposta é da
vereadora Andressa Sales (PSB). As
informações deverão ser publicadas no site da
Prefeitura.
Lenda viva
O líder do governo na Câmara de Santos,
Adilson Júnior (PTB), apresentou, na última
quinta-feira, o projeto de decreto legislativo
para homenagear o ex-pugilista Éder Jofre
(foto), o maior da história do País, com a
Medalha de Honra ao Mérito Braz Cubas.
Bom em outro ringue
Aos 83 anos, o Galo de Ouro foi o único
brasileiro a conquistar por duas vezes o título
de campeão mundial (pesos galo e pena). Vale
lembrar que ele tem familiaridade com a
política: de 1986 a 2000, o ex-esportista
atuou como vereador na Grande São Paulo.
Cobranças à vista
Presidida pelo deputado estadual Caio França
(PSB), a Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável da Assembleia
Legislativa receberá nesta quartafeira o
secretário de Estado de Infraestrutura e
Meio Ambiente, Marcos Penido.
Reforço
França poderá reiterar o pedido feito à pasta
recentemente para apresentar os laudos
atualizados sobre as condições dos rios e
afluentes da Baixada Santista, assim como o
plano de ação e os estudos para o combate à
poluição nessas áreas.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=23598571&e=577
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33
Grupo de Comunicação
Veículo: EBC
Data: 27/05/2019
Publicação ressalta negligenciamento da
biodiversidade
2 minutos
Pesquisadora afirma que no Brasil e em boa
parte do mundo plantas menores ficam em
segundo plano
O Brasil Rural falou sobre o livro "Plantas
pequenas do cerrado: biodiversidade
negligenciada". O programa entrevistou
Giselda Durigan, pesquisadora científica do
Instituto Florestal do Estado de São Paulo
e uma das autoras da publicação.
Sobre a questão do negligenciamento das
plantas, ela contou que no campo muitos não
dão o devido valor às pequenas, pensando que
são capim. No entanto, mudam de ideia
quando descobrem o valor biológico dessas
plantas. De acordo com Giselda, o
negligenciamento é uma questão cultural.
"No Brasil e em boa parte do mundo nós
fomos treinados para dar valor para as árvores
e para as florestas", afirmou.
Ela falou ainda que o tratamento para as
florestas e árvores é diferente do de outras
plantas.
http://radios.ebc.com.br/brasil-
rural/2019/05/publicacao-ressalta-plantas-
pequenas-do-cerrado-e-sobre-o-
negligenciamento-da
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Data: 27/05/2019
34
Grupo de Comunicação
VEÍCULOS DIVERSOS
Veículo: Jornal SP Repórter
Data: 24/05/2019
Embu das Artes possui 59% de seu
território em área de Proteção aos
Mananciais
3-4 minutos
Dia da Mata Atlântica será comemorado em 27
de maio, data clama pela preservação desse
importante bioma
Embu das Artes possui 59% de seu território
em área de Proteção aos Mananciais
Mata nativa localizada no Parque Pirajussara -
Foto arquivo: Elizeu Teixeira Filho
No 27 de maio é o dia da Mata Atlântica,
que é um dos ecossistemas mais ricos em
biodiversidade do mundo e estima-se que
ainda exista apenas 7% do bioma natural, pois
o restante foi devastado pelo processo de
crescimento dos grandes centros urbanos. O
dia 27 de maio foi escolhido em memória da
famosa “Carta de São Vicente”, por meio da
qual o Padre Anchieta teria descrito pela
primeira vez as belezas das florestas tropicais
do Brasil em 1560, e, desde então, o dia
tornou-se data nacional para comemorar esse
bioma que está cada vez mais sofrendo
agressões e sendo reduzido pela ação do
homem através do desmatamento. A Mata
Atlântica abrange uma área de
aproximadamente 15% do total do território
brasileiro, que inclui 17 estados, inclusive todo
o território de São Paulo.
O município de Embu das Artes possui 59% de
seu território situado em Área de Proteção aos
Mananciais, faz parte da Reserva da Biosfera
do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo e
está inserido no Bioma Mata Atlântica. O que
isso significa? Que Embu das Artes tem nas
mãos um patrimônio imensurável para cuidar:
águas e florestas, elementos essenciais para a
continuidade e manutenção da vida em todos
os seus níveis. Portanto, é preciso conhecer e
valorizar esse valioso potencial da região e
aprender a gerir, de forma sustentável,
participativa e responsável, o que ainda resta
dessa herança legada pela natureza ao
município. Usufruir e preservar, desfrutar sem
degradar. Esse desafio torna-se um marco
gerenciador, um indicador ético, social
econômico e cultural para as políticas públicas
e para a formação cidadã da população
embuense.
Dia 27/05 serve como ponto de reflexão sobre
a relevância da preservação e de
conscientização a respeito das ações
necessárias para mudar essa situação. Uma
ação a favor da Mata Atlântica, que cada um
pode fazer, é conscientizar a sua comunidade
em geral sobre os motivos essenciais para a
proteção e recuperação dessa floresta, que é
um dos biomas mais antigos do Brasil.
Busque alternativas para tornar esse dia
especial, aqui vão algumas dicas:
Faça mutirão de limpeza de praças e plantio
Crie e desenvolva brincadeiras educativas
com as crianças ao ar livre
Entre no site da Fundação SOS Mata
Atlântica e fique por dentro dos eventos
Reúna a família e amigos e faça uma
caminhada ecológica com piquenique
Reverencie a verde e exuberante da Mata
Atlântica nessa data
Realize a limpeza de praias e córregos
POR: Elizeu Teixeira Filho/Fonte PMEA
Mata nativa localizada no Parque Pirajussara - Foto arquivo: Elizeu Teixeira Filho
https://www.jornalspreporter.com.br/noticia/1
987/embu-das-artes-possui-59-de-seu-
territrio-em-rea-de-proteo-aos-mananciais
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Data: 27/05/2019
35
Grupo de Comunicação
Veículo: Metro Jornal
Data: 26/05/2019
Documentários mostram impactos e
desafios enfrentados por espécies em
risco de extinção
Um duro relatório apresentado pela ONU
(Organização das Nações Unidas) no início
desse mês apontou que o impacto humano
sobre a natureza está acelerando a taxa de
perdas de espécies, e que cerca de 1 milhão
de espécies de animais e plantas correm risco
de extinção dentro de décadas, “a não ser que
ações sejam tomadas para reduzir a
intensidade de impulsionadores de perdas à
biodiversidade”.
Os impulsionadores foram identificados como:
mudanças no uso da terra e do mar;
exploração direta de organismos; mudança
climática, poluição e invasão de espécies
estrangeiras.
O relatório coordenado pela IPBES (Plataforma
Intergovernamental de Políticas Científicas
sobre Biodiversidade e Serviços
Ecossistêmicos, na sigla em inglês) contou
com trabalho de 400 especialistas de 50
países nos últimos três anos.
O estudo destacou ainda que até 2016, 559
das 6.190 espécies domesticadas de
mamíferos usadas para alimentação e
agricultura foram extintas. Elas representam
9% do total, e ao menos mais mil espécies
estão ameaçadas.
Nos oceanos, quase 33% das coberturas de
corais e mais de um terço dos mamíferos
marinhos estão ameaçados, até como
resultado da poluição marinha, que “aumentou
dez vezes desde 1980, afetando ao menos
267 espécies”, segundo o documento –
incluindo 86% das tartarugas, 44% das aves
marinhas e 43% dos mamíferos marinhos.
O Metro Jornal traz uma lista com algumas
produções feitas por especialistas que
mostram espécies ameaçadas ao redor do
globo. Os documentários podem ser assistidos
nas plataformas de streaming Netflix, YouTube
ou Looke.
Virunga (2014)
Documentário produzido por Leonardo Di
Caprio, indicado ao Oscar, mostra a história
dos guardas florestais que arriscam a vida
para proteger o parque nacional mais antigo
da África, na República Democrática do Congo,
sua enorme biodiversidade e seus gorilas da
montanha em risco de extinção. Na Netflix.
Virunga (2014) Virunga (2014) / Divulgação
A História Depois do Fogo (2018)
Documentário da Fundação Grupo Boticário
acompanha os desdobramentos da expedição
realizada na reserva natural Serra do
Tombador (GO) para avaliar os impactos do
fogo sobre a fauna e flora do Cerrado,
considerando as grandes queimadas que
atingiram 85% da região em 2017. No
YouTube.
A História Depois do Fogo (2018) A História Depois do Fogo (2018) / Divulgação
O Poema Imperfeito (2018)
Produção do Instituto Pró-Carnívoros baseada
em livro do mesmo nome contesta a ideia de
que a destruição da natureza é algo recente.
Filme mostra como grande animais (mamutes,
mastodontes e as preguiças gigantes) foram
desaparecendo da Terra, lembrando a
interfência humana. No YouTube.
O Poema Imperfeito (2018) O Poema Imperfeito (2018) / Divulgação
Data: 27/05/2019
36
Grupo de Comunicação
Mission Blue (2014) e Oceanos de Plástico
(2016)
Os dois documentários tratam sobre a vida
marinha, sendo o primeiro da oceanógrafa e
bióloga marinha americana Sylvia Earle, que
debate como salvar os oceanos do mundo de
várias ameaças, como a pesca abusiva e os
resíduos tóxicos. Já o segundo investiga os
impactos da poluição por plástico nos oceanos
e propõe soluções efetivas. Na Netflix (Mission
Blue) e (Oceanos de Plástico).
Mission Blue (2014) Mission Blue (2014) / Divulgação
Nosso Planeta (2019)
Com imagens inéditas, a série documental
com oito episódios coproduzida pela Netflix
com a Silverback Films e WWF foi lançada no
mês passado. A série mostra as belezas da
Terra bem como os impactos das mudanças
climáticas sobre os seres vivos em regiões
polares, oceanos, desertos e florestas, que
incluem cenas fortes sobre o drama de
algumas espécies. As imagens foram gravadas
ao longo de quatro anos em 50 países e o
Brasil teve apenas um cenário retratado: a
Reserva Natural Salto Morato, em
Guaraqueçaba, no litoral do Paraná. Em 2017,
cineastas britânicos vieram registrar a dança
pré-nupcial do tangará-dançarino (Chiroxiphia
caudata), ave típica da Mata Atlântica. Em
grupos de quatro a seis indivíduos
enfileirados, os machos ensaiam e se revezam
em acrobacias para se exibirem para a fêmea.
Após a dança, a fêmea toma sua decisão. O
plano era ficar 15 dias na reserva, mas
mesmo em um trecho de bioma intocado –
com maior possibilidade de encontrar os
animais –, a captura das imagens só foi
possível no 30o dia. Na Netflix.
Nosso Planeta (2019) Nosso Planeta (2019) / Divulgação
O Extermínio do Marfim (2016)
Também produzido por Di Caprio, com a
participação de agentes de inteligência
infiltrados, ativistas e guardas, o
documentário denuncia caçadores e os
traficantes do mercado ilegal de comércio do
marfim – sobretudo na China –, que coloca em
risco a sobrevivência dos elefantes africanos.
Na Netflix.
O Extermínio do Marfim (2016) O Extermínio do Marfim (2016) / Divulgação
Amazônia Eterna (2014)
A maior floresta tropical, dona da maior
reserva de biodiversidade do planeta (com
20% da fauna global, por exemplo) é
retratada neste documentário, que mostra
como é possível a utilização consciente das
riquezas da floresta, com projetos bem
sucedidos, e discute soluções para os dilemas
da região. No Looke.
Amazônia Eterna (2014) Amazônia Eterna (2014) / Mariana Blessman/Divulgação
https://www.metrojornal.com.br/social/2019/
05/26/documentarios-especies-em-
extincao.html
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Data: 27/05/2019
37
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal do Brasil.com
Data: 23/05/2019
Derrubada de 180 mil árvores embasa
pedido contra autódromo de Deodoro
http://www.jb.com.br
A construção de um autódromo em Deodoro,
orçado em R$ 697 milhões, pode resultar na
derrubada de cerca de 180 mil das 200 mil
árvores espalhadas pela floresta do Camboatá,
na zona oeste do Rio de Janeiro. A área total
da floresta é de 201 hectares. Desses, 169
hectares comportam vegetação arbórea
segundo relatório realizado pela Diretoria de
Pesquisas Científicas do Jardim Botânico do
Rio de Janeiro a pedido do Ministério Público
Federal (MPF). Boa parte dessa área seria
afetada pela construção do circuito.
O MPF anexou o estudo que prevê a derrubada
das árvores no pedido de liminar feito na
última sexta-feira (17) para suspender o
processo de licitação do autódromo.
Segundo Haroldo Lima, pesquisador associado
do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que
participou junto com outros seis pesquisadores
do estudo feito a pedido do MPF, o polígono do
circuito de Deodoro deverá ocupar 150
hectares da floresta do Camboatá. A área é
quase do tamanho do Parque do Ibirapuera
(158 hectares), em São Paulo, e três vezes do
tamanho do Jardim Botânico do Rio (50
hectares).
"Em cada hectare há uma média de 1.053
árvores. Com a construção do circuito, entre
150 mil e 180 mil árvores serão derrubadas, o
equivalente a 150 campos de futebol do
Maracanã", estima Lima.
"A floresta do Camboatá é de terra baixa e
reúne madeiras de lei e em extinção ou risco
de extinção, como pau-brasil, jacarandá-da-
bahia e garapa", completa o pesquisador.
Segundo o projeto assinado pelo arquiteto
alemão Hermann Tilke -autor dos desenhos de
circuitos como os de Xangai, na China, e
Sepang, na Malásia, ambos atualmente
recebem GPs de F-1-, a pista terá 5.835 m de
extensão, com capacidade para receber
público de 130 mil pessoas.
O projeto para construir o autódromo e levar o
GP Brasil de F-1 para o Rio de Janeiro tem o
apoio do presidente Jair Bolsonaro, que
assinou no dia 8 de maio um termo de
cooperação para que o evento seja realizado
na cidade.
"O autódromo [no Rio de Janeiro] será
construído em seis, sete meses após o início
das obras. De modo que, por ocasião da F-1
do ano que vem, ela será no Rio", afirmou.
A categoria, porém, tem contrato com a
Prefeitura de São Paulo para realizar o evento
na capital paulista até 2020 -a própria
concessionária admite que luta para que a F-1
vá para o Rio só em 2021.
Local escolhido para o autódromo no Rio, a
floresta do Camboatá é o único ponto de
grande porte remanescente de Mata Atlântica
em área plana no Rio de Janeiro.
O primeiro relatório do instituto Jardim
Botânico, feito em 2012, aponta que foram
inventariadas no local 125 espécies vegetais,
dentre as quais 77 árvores, 18 arbustos, 12
ervas e 18 trepadeiras.
Os pesquisadores, a partir de 2012, não
tiveram acesso ao local que pertencia ao
Centro de Instruções de Operações Especiais
do Exército e foi doado para o Ministério do
Esportes. Em junho daquele ano, um
estudante da Escola de Sargentos morreu e
dez pessoas ficaram feridas após explosão de
um dispositivo militar. A partir de 2013 foi
realizado uma limpeza no local que retirou
cerca de quatro mil artefatos.
O relatório do Jardim Botânico do Rio de
Janeiro também destaca o impacto positivo da
floresta na qualidade de vida dos moradores
da região de Deodoro.
"[A presença da floresta do Camboatá é]
importante pela manutenção não somente da
vegetação, mas de pequenas aves, répteis e
mamíferos silvestres que normalmente vivem
por ali", destaca o estudo.
Os riscos da supressão de espécies após a
derrubada da área verde foram apresentados
ao procurador Renato Machado por membros
do Conselho Municipal de Meio Ambiente da
Cidade do Rio de Janeiro (Consemac). "É uma
Data: 27/05/2019
38
Grupo de Comunicação
loucura destruir o único ponto remanescente
de grande porte de Mata Atlântica em área
plana no Rio de Janeiro para construir um
autódromo. É uma região com uma flora tão
rica que o Jardim Botânico explorava para
fazer pesquisas, coletar sementes e produzir
mudas", disse o ambientalista Abílio Tozini,
membro do Consemac.
Mesmo após MPF mover ação civil pública para
tentar adiar o processo de licitação, a
Prefeitura do Rio de Janeiro acelerou a
concorrência. O certame foi realizado na
manhã da última segunda-feira (20) e, no fim
da tarde, o consórcio Rio Motorsports foi
anunciado como vencedor da concorrência
para construção e exploração do autódromo
por 35 anos -ele foi o único a apresentar
proposta.
O procurador Renato Machado reclama que,
no aviso do processo de licitação, publicado no
Diário Oficial do município no último dia 10,
não está previsto que os candidatos
apresentem estudos ambientais e nem
comprovem experiência técnica no manejo
ambiental.
"A última minuta do edital exige que a
empresa apresente suas experiências técnicas
para construção de pista e não inclui nenhuma
responsabilidade ambiental. A prefeitura
entrega, apesar de restrições do código
florestal, o local sem um parecer que sirva de
base para o INEA (Instituto Estadual do
Ambiente) conduzir o licenciamento
ambiental", disse Machado à reportagem. A
prefeitura do Rio, através de sua assessoria de
imprensa, disse que o momento de solicitar as
autorizações ambientais está programado para
depois da oficialização da escolha da empresa
e antes de o contrato final ser assinado.
Em nota, a assessoria de imprensa do
consórcio Rio Motorsports se disse surpresa
com o pedido de suspensão da licitação pelo
MPF.
"Haverá um momento próprio para avaliação e
aprovação técnica da licença ambiental para a
construção do autódromo. A continuidade do
certame, neste momento, não traz qualquer
prejuízo ao meio ambiente nem impede o
andamento normal de exame dos requisitos
ambientais no momento apropriado", afirmou
a concessionária.
https://www.jb.com.br/rio/2019/05/1001189-
derrubada-de-180-mil-arvores-embasa-
pedido-contra-autodromo-de-deodoro.html
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Data: 27/05/2019
39
Grupo de Comunicação
Veículo: JCNET.com
Data: 26/05/2019
Área de aquífero será restaurada
2-3 minutos
Botucatu - O lançamento do projeto "Gigante
Guarani - Restauração Ecológica do Bioma
Mata Atlântica em áreas de recarga do
Aquífero Guarani" será no dia 29 de maio, a
partir das 16h, no auditório da Faculdade de
Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, na
Fazenda Lageado, em Botucatu (100
quilômetros de Bauru).
O projeto, financiado pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), visa aumentar a cobertura vegetal
com espécies nativas e fortalecer a estrutura
técnica e de gestão da cadeia produtiva do
setor de restauração ecológica na estratégica
região que abriga áreas de recarga do Sistema
Aquífero Guarani, mais especificamente os
municípios de Pardinho, Bofete e Itatinga.
Dentre os objetivos do projeto estão: a
promoção da restauração da Mata Atlântica
em 200 hectares de áreas de proteção
permanente (APP), associado com a produção
agroecológica, buscando alternativas
econômicas para os produtores rurais
realizarem a adequação ambiental. Tudo com
o foco na conservação e recuperação das
áreas de preservação permanente do bioma
Mata Atlântica, por meio da manutenção e
implantação de modelos de restauração que
possam conciliar a recomposição da vegetação
nativa com a geração de renda.
Como parte do projeto, serão realizados dois
ciclos de cursos de capacitação em módulos,
voltados para grupos de agricultores familiares
e produtores rurais. O primeiro deles
capacitará os participantes para criação de
viveiro de mudas, produção de sementes
(coleta, beneficiamento e armazenamento),
modelos de restauração, políticas públicas e
vias de acesso ao financiamento,
compensação ambiental e demais fontes de
recursos.
https://www.jcnet.com.br/Regional/2019/05/r
ea-de-aquifero-sera-restaurada.html
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Data: 27/05/2019
40
Grupo de Comunicação
Veículo: Portal Terra
Data: 26/05/2019
Prefeitura entrega 1ª etapa das obras de
requalificação da Praça do Pôr do Sol
Gilberto Amendola
4-5 minutos
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB),
entregou neste domingo, 26, a 1ª etapa das
obras de requalificação da Praça do Pôr do Sol,
no Alto dos Pinheiros, na zona oeste da
cidade. Em discurso, Covas fez críticas à
política ambiental do governo federal.
No local, foram realizadas obras de
recuperação das escadas (parte delas),
colocação de corrimãos e sinalizações de
acessibilidade. Também foram criados dois
playgrounds e um espaço para animais de
estimação. Os recursos investidos até o
momento foram de R$ 350 mil - conseguidos
via emenda parlamentar. A segunda etapa
deve contemplar uma nova drenagem, mais
brinquedos para as crianças e novas reformas
nas escadarias da praça. Também foram
plantadas árvores frutíferas da Mata Atlântica.
Em discurso, o prefeito fez críticas à postura
do governo federal em relação ao meio
ambiente e à ciência. "Enquanto o Brasil
discute se aquecimento global é uma questão
para cientistas discutirem, a cidade reafirma
seu compromisso com a redução da emissão
de gases de efeito estufa, a ampliação da
cobertura vegetal e a reciclagem. Reafirma o
compromisso ético com a preservação do meio
ambiente, que é o compromisso ético com as
futuras gerações", disse. "Enquanto o governo
federal discute se isso existe ou não, na
cidade de São Paulo essa é uma preocupação
verdadeira. Os governos não seguem essa
orientação federal para essa questão tão
preocupante que aflige a todos nós",
completou Covas.
A recuperação da praça foi uma demanda da
Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros
(SAAP). A presidente da associação, Marcia
Kalvon Woods, contou que o espaço estava
sofrendo com o acúmulo de lixo e a presença
de ambulantes irregulares: "Eram organizados
'rolezinhos' aqui na praça. Tudo isso virava um
lamaçal. Além disso, ambulantes vendiam
bebidas alcoólicas para menores - isso sem
falar no consumo de drogas e o perigo de
furtos e assaltos." Para Marcia, a questão não
é a de regular o acesso às pessoas, mas trazer
uma ocupação mais saudável e ordenada. "O
mix de frequentadores é importante. É isso
que faz a praça ser tão relevante", disse.
A esperança dos moradores é de que, com os
novos equipamentos, a praça atraia mais
famílias e proporcione uma ocupação mais
diurna. O capitão da Polícia Militar Regivaldo
Robson Vicente afirmou que na praça estão
sendo realizadas operações constantes contra
o uso de drogas: "Usamos motos e viaturas
para fazer o policiamento da região. Também
contamos com o monitoramento através de
câmeras." A subprefeitura de Pinheiros vai
intensificar a fiscalização dos ambulantes no
local.
O vereador Caio Miranda (PSD), autor da
emenda que destinou recursos para a
recuperação da praça, espera conseguir mais
recursos para a próxima etapa de obras com o
apoio da iniciativa privada. "Agora, para a
segunda etapa, é preciso buscar empresas
para a adoção do espaço. Não é fácil porque
essa é uma praça com tamanho de parque.
Existe uma lei sancionada, que falta o prefeito
regulamentar, que permite o comércio nas
praças, por meio de quiosques e food trucks.
Com essa regulamentação, acredito que ficaria
mais viável manter a praça", disse.
Procurado por e-mail, o Ministério do Meio
Ambiente ainda não respondeu.
https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidad
es/prefeitura-entrega-1-etapa-das-obras-de-
requalificacao-da-praca-do-por-do-
sol,d44dda2d5c1f2bcf421bacd2561e77dd3peni
99q.html
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Data: 27/05/2019
41
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Mogi das Cruzes e Suzano
Data: 26/05/2019
Selo 'Divino Verde' vai certificar
entidades com preocupação ambiental na
quermesse da festa em Mogi
3-4 minutos
A Festa do Divino de Mogi das Cruzes deste
ano terá um projeto para trabalhar a
consciência ambiental. A proposta é reduzir o
lixo e o uso de embalagens plásticas, por
exemplo. No final da festa, as entidades que
cumprirem as ações vão ganhar o selo do
“Divino Verde”.
Para orientar os voluntários das entidades que
vão trabalhar nos 11 dias da quermesse, uma
cartilha foi elaborada com dicas de ações
práticas e ambientais que podem ajudar a
reduzir os impactos. Ao todo são nove pontos
abordados:
Conscientização ambiental: visitar e
conhecer estruturas ambientais, como viveiro
de mudas dos Parques Leon Feffer e Municipal
após a festa;
Uso de embalagens recicláveis: evitar o uso
abusivo de sacolas plásticas;
Gestão de alimentos: uso consciente na
compra de alimentos (evitando a compra
excessiva) para evitar o desperdício com a
possibilidade de doação para outras entidades
em caso de sobra;
Coleta seletiva nas barracas: separar o lixo
úmido do seco;
Redução do lixo nas barracas: reduzir a
produção de lixo como, por exemplo, evitando
a limpeza dos balcões com guardanapo;
Decoração sustentável: realizar a decoração
das barracas com materiais recicláveis,
reciclados e/ou reutilizados;
Uso consciente da água: instalar arejadores
nas torneiras existentes na festa visando a
economia de água;
Descarte correto do óleo: juntar e descartar
corretamente o óleo utilizado na festa;
Neutralização de gases de efeito estufa com
plantio solidário: plantar árvores para
neutralizar carbono
Quem for à Festa do Divino encontrará os
agentes ambientais do projeto usando
aventais verdes, circulando e trabalhando a
conscientização ambiental do público também.
Ao redor da praça de alimentação serão
colocadas 20 espécies de mudas de árvores
nativas da Mata Atlântica e, para neutralizar a
“pegada de carbono”. As entidades plantarão,
ao término da festa, mudas de árvores que
serão doadas pela Secretaria de Verde e Meio
Ambiente.
Entidades deverão cumprir ações sustentáveis
para garantir o selo "Divino Verde" — Foto:
Reprodução/PMMC
Em 11 dias, a Festa do Divino Espírito Santo
de Mogi envolve cerca de 300 mil pessoas nas
novenas, na quermesse, na alvorada, no
império e Entrada dos Palmitos.
Neste ano, o tema da festa é "Renove a nossa
Fé e a Transforme em Missão". A festa será
realizada entre os dias 30 de maio e 9 de
junho.
https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-
suzano/festa-do-
divino/2019/noticia/2019/05/26/selo-divino-
verde-vai-certificar-entidades-com-
preocupacao-ambiental-na-quermesse-da-
festa-em-mogi.ghtml
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Data: 27/05/2019
42
Grupo de Comunicação
Veículo1: Época Negócios
Veículo2: UOL Notícias
Veículo3: DCI online
Veículo4: R7 Notícias
Veículo5: Portal Terra
Data: 26/05/2019
WEG lança novo modelo de turbina de
energia eólica, com potência de 4 MW
Empresa catarinense segue iniciativas da
indústria eólica, que tem apostado em
turbinas cada vez maiores para aumentar a
produtividade
A fabricante de equipamentos elétricos WEG
lançou um novo modelo de turbinas de
energia eólica, em máquinas com potência
unitária de 4 megawatts e rotores com 147
metros de diâmetro, segundo comunicado da
companhia nesta sexta-feira (24/5).
O anúncio da empresa catarinense segue
iniciativas de outros fornecedores da indústria
eólica, que têm apostado em turbinas cada
vez maiores para aumentar a produtividade
das usinas da fonte.
A dinamarquesa Vestas , por exemplo, já até
fechou contratos no Brasil envolvendo uma
nova máquina, com 4,2 megawatts em
capacidade unitária.
O equipamento da WEG, que foi projetado
para as condições de vento e clima do Brasil,
segundo a empresa, será oficialmente
apresentado em um evento da indústria eólica
que acontece na próxima semana em São
Paulo.
Mas a empresa já tem oferecido as novas
turbinas a investidores interessados em
disputar leilões do governo brasileiro para
novos projetos de energia, disse o diretor de
Novas Energias da WEG, João Paulo
Gualberto.
As próximas licitações federais para contratar
novos projetos de geração de energia estão
agendadas para junho e outubro. Os
empreendimentos vencedores das
concorrências, que incluirão parques eólicos,
precisarão entrar em operação em 2023 e
2025, respectivamente.
"Teremos um protótipo (das turbinas) em
operação no início de 2020 e as primeiras
entregas comerciais estão previstas para o
final de 2020", acrescentou Gualberto.
A WEG afirmou ainda que os novos
equipamentos utilizarão uma tecnologia que
deve torná-los mais confiáveis e aumentar a
disponibilidade para operação.
"Diferentemente de outros fabricantes, no
AGW147/4.0 usa-se de tecnologia de
acionamento direto (também chamada de
direct drive ou de gearless) que dispensa a
caixa de engrenagens principal (gearbox)",
explicou.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=23322548&e=577
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Data: 27/05/2019
43
Grupo de Comunicação
Veículo: Época Negócios
Data: 25/05/2019
Cresce oferta de carros elétricos no
mercado brasileiro
Apesar de ainda distante da realidade nacional
- e do bolso do brasileiro -, aumenta a
chegada de carros elétricos ao País. Aos
poucos, cada marca anuncia seu produto
porque ninguém quer ficar de fora do mercado
que promete ser o futuro da mobilidade e abrir
caminho para os modelos autônomos. A
General Motors confirmou ontem o início das
vendas do Bolt EV para outubro. O modelo
custará R$ 175 mil e pode rodar até 380 km
com uma carga completa de energia. "No
Brasil, o Bolt EV simboliza para nós o início da
era da eletrificação", diz Hermann Mahnke,
diretor de marketing da GM. Para ele, o
modelo chegará "em um momento de busca
por novas soluções de mobilidade que passam
pela conectividade, sustentabilidade e
eletrificação".
A BMW informou que vai instalar 40 novos
pontos de recarga no País até o fim do ano.
Atualmente há 110 postos em várias capitais
abertos por iniciativas da montadora em
parceria com empresas como Multiplan,
Iguatemi, Pão de Açúcar e Ipiranga. Um
exemplo é o corredor elétrico Rio-São Paulo,
com seis postos na Rodovia Presidente Dutra
(três em cada lado). A marca premium iniciou
em abril a pré-venda de três versões do
elétrico BMW i3: o i3 BEV, por R$ 205,9 mil; o
i3 BEV Connected (R$ 229,9 mil); e o i3 REX
Full (R$ 257,9 mil).
Na linha luxo, a Jaguar começa na segunda-
feira a venda do SUV I-Pace com preços a
partir de R$ 437 mil.
Recentemente, a Audi começou a testar seu
primeiro SUV 100% elétrico, o e-tron para
avaliar a compatibilidade do carro com a
infraestrutura local, performance e autonomia
em diferentes condições de temperatura e
pisos comuns no Brasil.
Em julho, a Nissan começará a entregar as
primeiras 16 unidades do Leaf, o elétrico da
marca que estava disponível para encomendas
desde novembro, a R$ 178,4 mil.
Em igual período a Renault vendeu 20
unidades do compacto Zoe para pessoas
físicas por R$ 150 mil cada. Números de
vendas a empresas não foram divulgados.
Na quinta-feira, a BYD entregou o primeiro
caminhão elétrico para coleta de lixo na cidade
do Rio de Janeiro e outros 10 deverão chegar
em alguns meses. Por enquanto importado da
China, a BYD também entregou no ano
passado 21 caminhões para a mesma
finalidade para a Corpus, de Indaiatuba
(SP).Carreata.
No Brasil há atualmente em circulação 11 mil
veículos elétricos e híbridos (funcionam com
bateria elétrica e motor a combustão). Em
defesa dos veículos com baixa ou nenhuma
emissão de poluentes, a Associação Brasileira
do Veículo Elétrico (ABVE) promove hoje em
São Paulo carreata com cerca de 250 ônibus,
caminhões, automóveis, patinetes, skates,
monociclos, diciclos, bicicletas e motos, todos
elétricos ou híbridos. Chamado de Dia da
Mobilidade Elétrica, a carreata partirá às 10h
da Rua Treze de Maio, passará pela avenida
Paulista e irá até o Estádio do Pacaembu.
https://epocanegocios.globo.com/Economia/n
oticia/2019/05/epoca-negocios-cresce-oferta-
de-carros-eletricos-no-mercado-brasileiro.html
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Data: 27/05/2019
44
Grupo de Comunicação
Veículo: Isto É Dinheiro
Data: 24/05/2019
Brasil, um mau aluno da reciclagem de
plástico
AFP
Parada entre pilhas de sacolas de
supermercado usadas, garrafas de refrigerante
e embalagens de detergente, Evelin Marcele
expressa seu desprezo ante os esforços do
Brasil para reciclar os resíduos plásticos.
'Quase nada', diz a diretora, de 40 anos, do
CoopFuturo, um centro de classificação de
material reciclável no Rio de Janeiro, onde o
plástico representa 60% das
aproximadamente 120 toneladas de lixo que
são entregues à instalação por mês.
O Brasil é o quarto maior produtor de lixo
plástico do mundo, superado apenas pelos
Estados Unidos, China e Índia, segundo um
informe recente publicado pelo World Wildlife
Fund (WWF).
Mas o país latino-americano recicla apenas
1,28% das 11,4 milhões de toneladas que
gera por ano, uma cifra que está muito abaixo
da média global de 9%, segundo o WWF.
Estima-se que 7,7 milhões de toneladas de
plástico terminam em lixões.
'As pessoas consomem mais, geram mais lixo
e os governos não prepararam as cidades com
a infraestrutura necessária para enfrentar este
problema', disse à AFP Anna Lobo, do WWF-
Brasil.
'Noventa por cento da população do Brasil
ouviram falar de sustentabilidade e dizem que
compreendem os problemas do meio
ambiente. Na verdade, poucas pessoas
mudam seus hábitos'.
Atualmente, o mundo produz mais de 300
milhões de toneladas de plástico por ano, e há
ao menos cinco bilhões de peças de plástico
flutuando em nossos oceanos, calculam os
cientistas.
Em uma reunião da ONU no Quênia em março,
os países se comprometeram a 'reduzir
significativamente' os plásticos de uso único
durante a próxima década.
Mas o Brasil está 'muito atrasado', diz Marcele,
enquanto funcionários do CoopFuturo, usando
luvas pretas, remexem uma pilha de sacos de
lixo em busca de material que possa ser
reciclado.
Precisa-se de mais investimento do governo
em infraestrutura, como fábricas de
classificação e reciclagem, e ações individuais.
'Infraestrutura, ajuda? não temos nenhuma
das duas', se queixa.
Os líderes políticos 'não estão preocupados
com isto, estão preocupados com outras
coisas'.
- Maus hábitos -
Os brasileiros são grandes consumidores de
plástico descartável, em particular das sacolas
de compras que são gratuitas em grande parte
do país e que são oferecidas inclusive para as
compras menores.
Nos supermercados do Rio de Janeiro, as
sacolas de plástico com frequência são
forradas com uma segunda para garantir que
não rasguem.
A maioria das pessoas não compra as bolsas
reutilizáveis, que custam cerca de cinco reais.
Comprar um suco em um dos bares da cidade
tem como resultado o uso de ao menos um
copo e uma tampa de plástico, junto com uma
sacola desse mesmo material para levá-lo.
Uma refeição para viagem costuma ir
acompanhada de um jogo de talheres e uma
sacola de plástico.
'Neste momento não tenho outra forma de
levar minhas compras para casa', diz Israel
Washington enquanto se senta em um bar
junto com várias sacolas de plástico com
comida.
Data: 27/05/2019
45
Grupo de Comunicação
'Deveria ter uma bolsa (reutilizável) comigo
mas não tenho'.
Mas também culpa o governo.
'Seu foco não é o meio ambiente, estão mais
preocupados em armar as pessoas'.
- Proibir o plástico -
A legislação aprovada em algumas partes do
Brasil teve certo sucesso ao obrigar os
brasileiros a adotarem hábitos melhores.
Recentemente, o Rio proibiu o uso de canudos
de plástico, enquanto São Paulo proibiu as
sacolas de plástico à base de petróleo.
O Senado está considerando uma proposta de
proibir a fabricação, distribuição e venda de
plástico descartável, incluindo canudos e
sacolas em todo o país.
O CoopFuturo é um dos 22 coletivos que
participam da classificação do lixo no Rio, uma
cidade com mais de seis milhões de
habitantes.
Recebem os resíduos do serviço
governamental Coleta Seletiva e depois
vendem o material classificado a empresas
especializadas em reciclagem.
Mas a Coleta Seletiva e os coletores
independentes só obtêm 7% dos 40% de lixo
doméstico que são potencialmente recicláveis,
disse um funcionário do governo, que culpa as
famílias por não separarem o lixo
adequadamente.
Os ativistas ambientais estão tentando
encorajar os brasileiros a assumirem a
responsabilidade de seus resíduos.
Mas muitas pessoas ainda 'não reconhecem o
problema que o lixo causa no mar', disse
Paulo Salomão, biólogo do aquário do Rio.
'Até agora, as pessoas não adquiriram a
consciência para mudar seus hábitos',
acrescentou Lobo, do WWF. 'As pessoas não
param para pensar nisso'.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=23316980&e=577
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Data: 27/05/2019
46
Grupo de Comunicação
Veículo: Portal Paraná
Data: 24/05/2019
Trechos preservados da Mata Atlântica
reúnem potencial turístico, cultural e
histórico
Pedro Ribeiro
Rico em biodiversidade, bioma concentra
cachoeiras, montanhas, cavernas e paisagens
exuberantes para relaxar em meio à natureza
ou praticar esportes radicais
Presente em 17 estados brasileiros, a Mata
Atlântica é um dos biomas mais ricos em
biodiversidade do mundo. São cerca de 22 mil
espécies de animais e vegetais, sendo que 8
mil delas são exclusivas desse ambiente
natural. Entretanto, a fauna e a flora não são
as únicas a chamar a atenção: o bioma reúne
grande potencial turístico, cultural e histórico
que ajuda a preservar a área e a impulsionar a
economia regional.
Apenas 7% da cobertura original do bioma
estão em bom estado de conservação,
concentrados principalmente entre o litoral sul
de São Paulo e o norte de Santa Catarina,
área abraçada pelo movimento Grande
Reserva Mata Atlântica.
“O movimento foi criado principalmente para
resgatar e fortalecer os atrativos e a cultura
do maior remanescente de Mata Atlântica do
Brasil, além de assegurar o desenvolvimento
das comunidades situadas na região.
Queremos incentivar a população a visitar a
área e promover uma convivência harmônica
entre a sociedade e o meio natural, que
fortaleça negócios e traga desenvolvimento
econômico e social”, destaca a coordenadora
de Áreas Protegidas da Fundação Grupo
Boticário de Proteção à Natureza, Marion Silva.
Em 4 milhões de hectares de florestas,
ambientes urbanos e área costeiro-marinha.
Nos 45 municípios em que está presente, a
Grande Reserva Mata Atlântica reúne uma
diversidade de paisagens e atividades, como
as listadas a seguir:
1. Passeio de trem pela Serra do Mar
Considerado o mais belo passeio de trem do
Brasil, o roteiro pode ser feito de Curitiba (PR)
a Morretes (PR) e também no sentido
contrário. O trem passa por paisagens da
Serra do Mar paranaense, como pontes,
túneis, penhascos e cachoeiras, além de
possuir várias curiosidades históricas.
Programação e valores estão disponíveis no
site da Serra Verde Express, companhia que é
responsável pelo trajeto turístico.
2. Cavernas e cachoeiras no Alto Ribeira
O Parque Estadual Turístico do Alto
Ribeira (PETAR), localizado no estado de
São Paulo, conta com dezenas de cachoeiras e
mais de 300 cavernas. Por se tratar de uma
área de preservação ambiental, nem todos os
locais são abertos à visitação. Confira as
cachoeiras e cavernas turísticas no site do
PETAR, além dos valores para acessar o
parque.
3. Passeios de barco nas ilhas paranaenses
O litoral paranaense reúne paisagens naturais
para sair da rotina do continente. A Ilha do
Mel, por exemplo, tem cerca de 95% de sua
área composta por ecossistemas de restinga e
Mata Atlântica, é um dos principais destinos
turísticos paranaenses, com praias e opções
de caminhadas. O acesso é somente por
barcos, que partem todos os dias de Pontal do
Sul (PR) ou Paranaguá (PR). Outra opção é a
Ilha de Superagui, parque nacional na divisa
com São Paulo que reúne paias, comunidades
tradicionais e espécies ameaçadas, garantindo
a conservação da paisagem e da cultura
caiçara. O acesso também é por barcos, que
partem de Paranaguá ou Guaraqueçaba (PR).
Data: 27/05/2019
47
Grupo de Comunicação
4. Boia cross no Rio Nhundiaquara
O passeio de boia é opção de lazer para quem
visita a cidade histórica de Morretes (PR). O
trajeto, nas pequenas corredeiras e em meio
às pedras, é restrito a adultos e crianças
acima de 12 anos e mais de 1 metro e meio
de altura. O percurso de três quilômetros
costuma durar duas horas e meia, com
diversão e muito contato com a natureza.
5. Passeio de escuna em Itapoá
Em Itapoá (SC), os turistas podem fazer um
passeio de escuna no barco Pérola Negra. O
percurso começa na Baía de Babitonga,
passando por 14 ilhas. Durante o trajeto, que
tem duração média de quatro horas e meia,
há parada para banho e visitação na cidade
histórica de São Francisco do Sul (SC).
6. Caminho do Itupava
Os mais aventureiros podem conhecer o
Caminho do Itupava, na Serra do Mar
paranaense. O roteiro, que historicamente
começava às margens do Rio Belém, foi uma
das primeiras conexões entre a Vila de Nossa
Senhora da Luz dos Pinhais e o litoral
paranaense. Atualmente, o caminho com cerca
de 20 quilômetros liga os municípios de
Quatro Barras e Morretes e pode ser
percorrido em cerca de sete horas, exigindo
bom preparo físico dos aventureiros.
7. Ecoturismo em reservas naturais
Por concentrar trechos onde a Mata Atlântica
permanece intacta, a região da Grande
Reserva Mata Atlântica concentra várias áreas
protegidas naturais públicas e privadas. Uma
delas é a Reserva Ecológica do Sebuí,
localizada no município de Guaraqueçaba. Lá é
possível praticar trekking, canoagem,
observação de aves e tomar banho em
diferentes cachoeiras. Outra opção, também
na região de Guaraqueçaba, é a Reserva
Natural Salto Morato, mantida pela Fundação
Grupo Boticário. Seus 2.253 hectares abrigam
um expressivo remanescente de Mata
Atlântica, com destaque para Salto Morato,
uma queda d’água de cerca de 100 metros de
altura. Em ambos os lugares a visitação é
paga. O acesso pode ser feito por uma estrada
de terra ou via marítima.
8. Ilha do Cardoso
Cananéia (SP), onde a Ilha do Cardoso está
localizada, é uma das cidades mais antigas do
Brasil. Foi descoberta em 1502 por uma
embarcação portuguesa comandada por
Américo Vespúcio. A ilha possui mais de 90%
da sua área coberta por floresta nativa
original, com praias e pequenos vilarejos. Os
turistas podem visitar trilhas, cachoeiras,
piscinas naturais e dunas, além de
conhecerem a cultura e a tradição caiçara. O
acesso é por barcos e, no trajeto, é possível
observar garças, botos e golfinhos.
9. Montanhismo no Paraná
A Serra do Mar paranaense conta com um
conjunto de montanhas que virou ponto de
encontro de escaladores e adeptos do
montanhismo. O Morro do Anhangava, por
exemplo, é um dos melhores campo-escola de
escalada em rocha do Brasil, com vários graus
de dificuldade em 1.420 metros de altitude. É
um ponto para a prática de voo livre,
escalada, rappel e passeios a cavalo. Outra
opção é o Pico Marumbi, que resguarda muitas
riquezas da Mata Atlântica brasileira, além de
oferecer opções de trilhas, banhos de
cachoeira e escaladas.
O movimento
O movimento Grande Reserva Mata Atlântica
não possui liderança única e aceita o apoio de
qualquer organização ou cidadão interessado
em desenvolver de forma sustentável o maior
remanescente contínuo de Mata Atlântica do
Brasil. A partir desta ação, Unidades de
Conservação, empresas, poder público,
instituições, pesquisadores e comunidade local
estão unidos em um objetivo comum: aliar o
desenvolvimento econômico e social da região
com a preservação do meio ambiente.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
A Fundação Grupo Boticário é fruto da
inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O
Boticário e atual presidente do Conselho de
Administração do Grupo Boticário. A
instituição foi criada em 1990, dois anos antes
da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi
um marco para a conservação ambiental
mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia
ações de conservação da natureza em todo o
Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas
apoiadas financeiramente. Protege 11 mil
hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por
meio da criação e manutenção de duas
reservas naturais.
https://paranaportal.uol.com.br/cidades/trech
os-preservados-da-mata-atlantica-reunem-
potencial-turistico-cultural-e-historico/
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Data: 27/05/2019
48
Grupo de Comunicação
Veículo: Gazeta do Povo – Imprensa Livre
Data: 24/05/2019
O Meio Ambiente não é exclusividade da
esquerda
Por Guilherme Macalossi
Na entrevista que concedeu ao “Imprensa
Livre”, o ministro Ricardo Salles, da pasta do
Meio Ambiente, quis deixar bem claro que a
preservação da natureza não é exclusividade
da esquerda. Seu ponto principal é que
políticas liberalizantes e visão de mercado
podem dar respostas mais efetivas a essa área
que desperta tantas preocupações.
Salles teceu duras críticas ao desempenho de
gestões anteriores:
“Essa turma que se acha monopolista da
virtude e da ética, esses esquerdistas que, até
então, dominaram a área ambiental,
entregaram muito pouco perto da gritaiada
que eles fazem. Se você pegar o Ministério,
ele está totalmente sucateado. Os órgãos
estão lá destruídos. O Ibama, o ICMBio, enfim.
Falta de estrutura, prédios abandonados, sem
recurso, falta de pessoal. Então não é verdade
que eles fizeram um grande trabalho a frente
do ministério”.
A ideia do ministro, dentro da visão da direita
liberal, é que o governo tem o dever de dar
“bom resultado” nas políticas públicas,
priorizando a propriedade privada, a
segurança jurídica e a previsibilidade do
devido processo legal. Em sua visão, é
necessário respeitar os setores produtivos e a
livre iniciativa.
Uma das iniciativas que Ricardo Salles
desenvolverá é a parceria do setor público
com a iniciativa privada:
“Nós vamos operar com empresas privadas,
tocando os parques nacionais para ter mais
visitação, para ter melhores infraestruturas,
para as pessoas poderem visitar, para ter
maiores recursos, inclusive para cuidar dessas
unidades.”
Segundo Salles, a visão da esquerda é
considerar a presença humana “indesejada”
nessas unidades de conservação, e que é
necessário dar uma outra resposta para isso:
“Nós precisamos trazer as famílias, as pessoas
(...) trazer a sociedade para conhecer,
conviver, aproveitar as unidades de
conservação e, com isso, vão ter uma melhor
relação com a natureza, com os recursos
naturais. Saber apreciar, saber valorizar. (...)
Essa mudança de comportamento e de atitude
vai trazer esse resultado.”
Outro foco do Ministério será na celeridade dos
processos examinados:
“Também na parte de atuação de
licenciamento ambiental. Ter algo mais célere,
porém mais detalhado, com maior qualidade
nas questões que interessam. Ao invés de
dizer: faz tudo, abrange tudo e faz tudo mal
feito. Não, tem que fazer as coisas que
realmente importam, ter foco e, ao ter foco
nas coisas que realmente importam, produzir
análises ou fiscalizações de melhor qualidade,
mais aprofundadas”.
Confira a íntegra da entrevista exclusiva do
ministro Ricardo Salles a Alexandre Borges e
saiba mais sobre as políticas que serão
desenvolvidas pelo ministério do Meio
Ambiente do governo de Jair Bolsonaro.
https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alex
andre-borges/o-meio-ambiente-nao-e-
exclusividade-da-esquerda/
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Data: 27/05/2019
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Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio Band News
Data: 27/05/2019
Governo de SP, João Doria, é entrevistado
MANHÃ BANDNEWS/BANDNEWS/SÃO PAULO
Data Veiculação: 27/05/2019 às 08h33
Duração: 00:29:41
Transcrição
MP Saneamento
Licença ambiental
http://cloud.boxnet.com.br/yxj59ozu
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Data: 27/05/2019
50
Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO Painel S.A.: Indígena brasileiro vai a
assembleia em NY para constranger
investidor
ROBYN BECK/AFP
O indígena brasileiro Luiz Eloy roubou a cena na
reunião anual de acionistas da maior gestora de
investimentos do mundo, a BlackRock, em Nova
York, na última semana. Um acionista cedeu a
própria cadeira a Eloy, que aproveitou a ocasião
para fazer o que chama de “incidência”.
Dirigindo-se a Laurence Fink, presidente da
gestora, Eloy alertou para os riscos do
desmatamento. Segundo o relato do indígena, o
executivo sinalizou que sua preocupação deve
ser levada em consideração.
Mensagem Eloy discursou a investidores do
agronegócio. “Vocês têm a responsabilidade
sobre o nosso futuro”, disse ele, que é advogado
da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil,
referindo-se a quem aplica em empresas como
JBS e Bunge.
Climão O indígena afirma que causou
constrangimento porque sua fala destoou dos
outros comentários —cada acionista tem cinco
minutos. Enquanto discursava, os presentes
concordavam com a cabeça, segundo ele.
Limites Eloy instou as empresas a restringirem a
compra de commodities produzidas em
propriedades localizadas em terras indígenas.
Descampado A fala, também endereçada ao
governo Bolsonaro, criticou o avanço do
desmatamento ilegal “promovido pelo
agronegócio”.
Anfitrião A BlackRock, que administra em grande
parte fundos de índice, não comenta o episódio.
Em seu site, diz que leva em consideração
fatores como responsabilidade ambiental nas
empresas em que investe.
Bacon A ampliação da cota de importação de
aves pelo México alertou os produtores
brasileiros de carne suína, que veem na medida
uma oportunidade.
Diálogo Segundo a ABPA (Associação Brasileira
de Proteína Animal), o Brasil está em negociação
para abrir o mercado com o país —dominado pela
carne de porco americana— e considera que
pode se beneficiar da peste suína africana na
China, grande concorrente.
Atrevido Após ousar com mensagens
publicitárias provocando do concorrente
McDonald’s até o presidente Bolsonaro, o Burger
King agora sonha com o Festival de Criatividade
de Cannes, que acontece de 17 a 21 de junho.
Sem modéstia A equipe da marca, que já
ganhou como anunciante do ano em 2017,
acredita que pode ser uma das mais premiadas
do evento nesta edição.
Fogueira A aposta é uma campanha da agência
David, que dava um lanche às pessoas que
“grelhassem” anúncios da concorrência, uma
forma de divulgar o pagamento antecipado via
aplicativo.
Ousadia Na lista de campanhas provocadoras, o
Burger King já se chamou Burger Gay e lançou
comercial com um trisal, relacionamento de três
pessoas. Seu movimento mais recente foi um
vídeo em que ironiza a censura de Bolsonaro a
uma propaganda do Banco do Brasil.
Modernidade Mario Mesquita, economista-chefe
do Itaú Unibanco, entrou na onda do podcast. O
banco estreia nesta segunda (27) rodadas
semanais de conversas sobre política monetária,
avaliações setoriais e o mercado de ações.
Ouvintes A primeira edição será com o
economista Luka Barbosa e o estrategista-chefe
de renda variável do banco, Marcos Assumpção.
A dupla fala de como o fraco crescimento
econômico deste ano impactou o resultado das
empresas de capital aberto.
Freio Christopher Podgorski, presidente da
Scania Latin America, estava ao lado do
governador paulista João Doria quando anunciou
na semana passada um investimento de R$ 1,4
bilhão em São Bernardo. Mas a montadora ainda
não decidiu se vai aderir ao programa
IncentivAuto, que dá desconto de ICMS a
montadoras.
Móvel O Hospital de Amor vai apresentar uma
carreta equipada com aparelho radiológico de
rastreamento de câncer de pulmão na sexta (31),
quando se comemora o Dia Mundial sem Tabaco.
Com Paula Soprana e Laísa Dall'Agnol
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/
2019/05/indigena-brasileiro-vai-a-assembleia-
em-ny-para-constranger-investidor.shtml
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Data: 27/05/2019
51
Grupo de Comunicação
Painel
Ministros do STF e políticos minimizam atos e
dizem que conjuntura segue inalterada
Tudo como dantes Ministros do Supremo
Tribunal Federal e integrantes da cúpula do
Congresso avaliam que os atos promovidos por
bolsonaristas neste domingo (26) não foram
significativos a ponto de mudar a conjuntura
política e deslocar o eixo de pressão do Planalto
para as duas instituições que foram alvo dos
protestos. A adesão foi descrita como menor do
que a esperada e creditada em boa medida à
figura do ministro Sergio Moro, que teria
“salvado” as manifestações pró-governo.
No pacote O fato de o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), ter se tornado um dos
alvos preferenciais dos bolsonaristas nas ruas
não surpreendeu aliados dele. A legenda de Maia
vinha monitorando ofensas em redes sociais e
identificou esforço para fazer do democrata um
dos focos de crítica.
Não colou Apesar de ter repetido neste domingo
que “quem estivesse nas ruas pelo fechamento
do Congresso ou STF estaria na manifestação
errada”, ministros da corte dizem que Bolsonaro
flerta com fórmulas ambíguas.
Não colou 2 Na avaliação de integrantes do
Supremo, mesmo que critique pautas radicais, o
presidente estimula que parcela da população se
volte contra a corte e o Congresso ao dizer que
os protestos são um “recado aos que teimam
com velhas práticas”.
Dobrar a aposta Além de exaltar os atos nas
redes sociais, Bolsonaro enviou mensagens pelo
WhatsApp a ministros enaltecendo as
manifestações. Em uma delas, abaixo de foto de
uma senhora idosa, escreveu: “Vamos discutir
governabilidade como adultos?”.
Dobrar a aposta 2 Aliados do presidente
interpretaram a mensagem como um pedido para
que o Congresso seja “maduro” como os que
foram às ruas defender a reforma da Previdência,
pauta que divide bastante o eleitorado.
Vai dar pé Santos Cruz (Secretaria de Governo)
tem recebido deputados de siglas de centro e
centro-direita, individualmente, para tentar
acalmar os ânimos do Congresso.
Confie Nas conversas, o ministro afirma que o
governo conhece suas próprias limitações e que
vive momento de pressão, mas ressalta que após
a aprovação da reforma da Previdência as coisas
tendem a se acomodar.
Meu carimbo O PT deve apresentar um pacote de
projetos para combater o desemprego, alavancar
o consumo e ampliar a arrecadação. Algumas das
propostas já foram protocoladas no Congresso
por deputados e senadores do partido e serão
apenas reempacotadas.
Olho por olho A iniciativa está dentro da nova
diretriz da legenda de formular propostas para se
contrapor às políticas de Bolsonaro.
Forcinha A CNTE (Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação) vai se juntar aos
estudantes na próxima quinta (30) em
manifestações contra cortes na área.
Volte atrás Secretários municipais de Saúde vão
pedir que o ministro Luiz Henrique Mandetta
reveja determinação que vetou a alocação de
profissionais do Mais Médicos em capitais e
cidades de grande porte. A cobrança será feita
em reunião nesta semana.
Volte atrás 2 O governo decidiu que o programa
federal só contemplará regiões de alta
vulnerabilidade, o que exclui os maiores
municípios do país, como São Paulo. Secretários
reclamam, porém, que apesar do IDH mais alto
nesses locais, é difícil fixar médicos nas
periferias, o que deixa parte da população
desassistida.
Para ontem Outro pleito dos gestores municipais
é a regularização de cerca de 2.000 médicos
cubanos que eles calculam que tenham ficado no
país e, até este momento, estão impedidos de
trabalhar.
Na paz A guerra comercial entre EUA e China,
que deprime a economia global, é vista com
menos pessimismo por parte do governo
brasileiro. Acredita-se que o setor de transportes
(portos, ferrovias e rodovias) pode se beneficiar
pelo maior apetite de investidores estrangeiros,
interessados em aplicar numa área fora da zona
de conflito.
TIROTEIO
As manifestações demonstram o recado dado
nas urnas: o Brasil quer que o presidente
governe, não o Congresso
Do deputado Carlos Jordy (PSL-RJ), sobre os atos
neste domingo e deputados quererem impor uma
agenda própria no Parlamento
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/05/27/
ministros-do-stf-e-politicos-minimizam-atos-e-
dizem-que-conjuntura-segue-inalterada/
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Data: 27/05/2019
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Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: Magistrados dizem que
STF deve descriminalizar ao menos o porte
da maconha
Pedro Ladeira/Folhapress
O STF deve retomar o julgamento da
descriminalização do porte de drogas no começo
de junho. A pauta coincide com o andamento de
outro processo polêmico: o que criminaliza a
homofobia.
PRIMEIRO PASSO
De acordo com magistrados, a corte deve
descriminalizar o porte ao menos da maconha.
MALHA
O CEO Javier Hidalgo, da Globalia, que controla a
Air Europa, deve desembarcar no Brasil nas
próximas semanas. A ideia é que ele converse
com o governo federal sobre as futuras
operações da empresa aérea em voos nacionais.
A PRIMEIRA
A Air Europa será a primeira empresa estrangeira
a operar em destinos nacionais.
O PRIMEIRO
Hidalgo deve se encontrar também com o
governador de SP, João Doria.
AULAS
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos
Humanos, Damares Alves, quer incluir palestras
sobre abuso e exploração sexual no programa de
pré-natal do Ministério da Saúde. Ela quer que as
futuras mães aprendam a perceber sinais que
indiquem que seus filhos foram vítimas de
abusos.
AO LADO
Cerca de 70% dos casos registrados no Disque
Denúncia apontam que os agressores são
pessoas próximas às crianças, como pais,
padrastos, irmãos e tios.
SANGUE
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge,
levou estudantes brasileiros que fazem mestrado
e doutorado nas melhores universidades da
Inglaterra às lágrimas há alguns dias, ao
participar do Brazil Forum UK 2019, organizado
por eles.
SUOR
Depois do evento, Dodge jantou com os jovens
em um PUB de Oxford e relatou casos
investigados pelo Ministério Público Federal —
como o das crianças e adolescentes que entram
em balsas para pedir comida no Norte do país e
sofrem abuso sexual dos donos das
embarcações.
LÁGRIMAS
Diante da emoção dos estudantes, ela pediu que
todos dessem as mãos. E afirmou que eles
deveriam voltar ao país depois de seus cursos e
empregar seus conhecimentos para ajudar os
mais vulneráveis. “Nós não podemos mais deixar
ninguém para trás no Brasil”.
SOLTA O SOM
As cantoras Raquel Virgínia (à esq.) e Assucena
Assucena e o músico Rafael Acerbi, da banda As
Bahias e a Cozinha Mineira, estampam a capa do
próximo CD do grupo, “Tarântula”, que será
lançado no dia 31 de maio
ALUGA-SE
O pavilhão de autoridades do aeroporto de
Congonhas, reservado para embarque e
desembarque de governantes, foi alugado para a
exploração comercial. Segundo a Infraero, é
primeira vez que isso acontece desde a
inauguração do prédio, em 1954.
ALUGA-SE 2
A Infraero não divulgou o nome da empresa, mas
afirmou que as autoridades embarcarão pela
mesma sala que já é utilizada atualmente. “O
valor mensal do contrato, cuja vigência é de 10
anos, é de R$ 33 mil.”
MEGAFONE
O diretor-presidente da Ancine (Agência Nacional
do Cinema), Christian de Castro, e outros oito
servidores da agência serão convocados para
uma audiência no Tribunal de Contas da União.
FREIO DE MÃO
O TCU convocou todos os que estiveram
presentes na reunião em que foi deliberada a
paralisação da liberação de verbas para todo o
setor audiovisual, em abril. Eles terão que
explicar as razões pelas quais a medida foi
tomada.
PREJUÍZO
A diretoria técnica do TCU indica que a
suspensão das verbas configurou-se em um “ato
ilegítimo e antieconômico com subjacente
prejuízo à sociedade e ao erário”, resultando em
uma “grave infração orçamentário-financeira”.
TEMPO
Data: 27/05/2019
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Grupo de Comunicação
A Ancine diz que “a convocação ainda não foi
instruída no âmbito do processo” e que “aguarda
o trâmite legal para atender ao TCU.”
CLOSET
O estilista Alexandre Herchcovitch criou uma
conta para vender roupas pessoais no Instagram.
O perfil, que tem cerca de três mil seguidores,
comercializou 52 peças desde o mês passado.
BURACOS
Em um post recente —mas já deletado—,
Herchcovitch apresenta uma blusa azul
desgastada, com um brasão polonês estampado,
e anuncia: “Camiseta Polônia vintage com
furinhos valor R$ 129,00”.
DISCUSSÃO
“Você só pode estar passando necessidade,
vendendo roupa furada de traça por 129 reais?”,
comentou um usuário. Em defesa do estilista, um
seguidor disse: “Vão comprar algum item? Se
não forem, vazem!”. A peça foi vendida.
BEST-SELLER
A escritora Lisa Genova confirmou presença na
Bienal do Livro do Rio, em setembro. Ela é autora
do livro “Para Sempre Alice”, que vendeu mais de
150 mil cópias no Brasil. A história inspirou o
filme com mesmo nome, que rendeu o Oscar de
melhor atriz para Julianne Moore.
PANORAMA
O cartunista Mauricio de Sousa, o atual
presidente da Fundação Padre Anchieta, Marcos
Mendonça, e seu sucessor, José Roberto Maluf,
foram à abertura da exposição “Entra que Lá
Vem História”, que celebra os 50 anos da TV
Cultura, na quinta (23), no shopping Eldorado. O
músico e escritor Zuza Homem de Mello também
passou por lá.
CURTO-CIRCUITO
O Big Festival 2019 recebe na segunda (27) Chris
Perrella, um dos líderes do time de criação do
jogo “Spider-Man”.
Começa na segunda (27) a 9ª edição do Encontro
Mistral.
O filme “Rocketman” tem pré-estreia na segunda
(27). Às 20h30, no shopping Cidade Jardim, em
SP.
Sete ministros do STJ participam na segunda
(27) de evento na Associação dos Advogados de
SP.
com Bruna Narcizo, Bruno B. Soraggi E Victoria
Azevedo; colaborou Gabriel Rigoni
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/05/magistrados-dizem-que-stf-
deve-descriminalizar-ao-menos-o-porte-da-
maconha.shtml
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Data: 27/05/2019
54
Grupo de Comunicação
O que a Folha pensa: Torneira seca
Um de cada três domicílios do país não tem
acesso à rede de esgoto, informou o IBGE. Um
de cada dez não tem fornecimento de água
garantido todo dia, mesmo quando as torneiras
estão conectadas ao sistema de abastecimento.
Os novos dados do instituto revelam que a
situação piorou em dez estados nos últimos anos.
Eles mostram que os investimentos têm sido
insuficientes não só para ampliar o acesso dos
brasileiros ao saneamento básico, mas para
manter em bom estado a rede implantada.
É evidente que o poder público perdeu a
capacidade de lidar com o problema sozinho há
muito tempo —e que não haverá solução sem
mecanismos inteligentes para atrair a
participação da iniciativa privada, atualmente
responsável por fatia pequena dos serviços.
No ano passado, ao editar medida provisória com
novas regras para o setor, o governo Michel
Temer (MDB) abriu caminho para que se fizesse
isso. Infelizmente, Jair Bolsonaro (PSL) e as
lideranças do Congresso parecem a um passo de
desperdiçar a oportunidade.
A MP perderá a validade no dia 3 de junho se não
for aprovada pelos parlamentares. Mas, no
exíguo tempo que resta, poucos se empenham
na articulação dos interesses em jogo, e o
governo já indicou estar prestes a jogar a toalha.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), sugeriu como alternativa a
apresentação de um projeto de lei nos moldes da
proposta enviada originalmente ao Congresso.
Mas os sinais de que os participantes da
discussão perderam o sentido de urgência são
preocupantes.
A medida provisória busca desfazer alguns dos
principais nós do setor ao concentrar na Agência
Nacional de Águas a definição de normas e
diretrizes, evitando a desorganização causada
hoje pela atuação de prefeituras e agências
locais.
Além disso, o novo modelo obrigaria os
municípios a abrir licitação sempre que vencerem
seus contratos com as empresas estaduais que
hoje atendem à maior parte da população, assim
estimulando a entrada do capital privado.
Governadores que se opõem à iniciativa dizem
temer que os investidores só se interessem em
prestar serviços em regiões ricas, deixando o
resto para as concessionárias públicas. Um tanto
de corporativismo e ideologia estatista também
alimenta as resistências.
Com a iminente expiração da MP, caberá ao
governo e ao Congresso encontrar a melhor
forma de promover as mudanças necessárias
para destravar o saneamento, com a presteza
que as intoleráveis carências do país requerem.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/05/
torneira-seca.shtml
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Data: 27/05/2019
55
Grupo de Comunicação
Governo muda atribuições e jogo de forças
na área de infraestrutura
Ivan Martínez-Vargas
O governo alterou atribuições de vários órgãos
responsáveis pela gestão da área de
infraestrutura federal, dando nova direção ao
jogo de forças nesse segmento considerado vital
para a retomada do crescimento.No rearranjo,
explicam especialistas, ganham força o Ministério
da Infraestrutura, sob o comando de Tarcísio de
Freitas, e o Dnit (Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes).Com atribuições
mais definidas, cresce também o espaço do PPI
(Programa de Parcerias de Investimentos) —
especialmente no que se refere a privatizações.
Entre os que perdem com as mudanças está a
ANTT (Agência Nacional de Transportes
Terrestres).
Há também uma redefinição no papel do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social). A instituição, que historicamente se
destacou na concessão de crédito, assume a
responsabilidade de elaborar projetos de
infraestrutura, um antigo calcanhar de Aquiles na
esfera pública.
As novas medidas constam de MP (medida
provisória) publicada no Diário Oficial da União
em 3 de maio, e, na avaliação geral do setor,
buscam destravar obras, ampliar as concessões,
agilizar as privatizações e até mesmo melhorar a
interlocução com os caminhoneiros descontentes.
O principal avanço, dizem os especialistas, é o
reposicionamento do BNDES. Pelo novo
arcabouço, estados, municípios e estatais passam
a poder contratar o BNDES sem licitação para
realizar estudos de projetos de infraestrutura,
PPPs (parcerias público-privadas) e concessões à
iniciativa privada.
Neste sábado, o governo do Rio Grande do Sul
firmou acordo com o banco para contratação de
consultores para fazer estudos e modelagem
técnica para processos de privatizações,
concessões e PPPs (arcerias público-privadas)
para o estado.
A medida permite, ainda, que o banco
subcontrate consultorias e profissionais para
estruturar os projetos por meio de uma nova
forma de concorrência, a colação.
Pela modalidade recém-criada, o BNDES poderá
enviar convites para ao menos três potenciais
participantes, escolhidos com base em um
cadastro de capacitados a prestar o serviço.
Ao final, o banco “definirá a proposta vencedora
de acordo com critérios preponderantemente
técnicos”, segundo a norma, e não
necessariamente a mais barata.
Antes, cidades até poderiam contratar o BNDES
ou consultorias para fazer a estruturação de uma
concessão, mas os modelos de licitação eram
mais engessados, segundo a advogada Letícia
Queiroz.
Para Luíz Felipe Valerim, professor da FGV
Direito, a colação é um avanço. “As formas mais
tradicionais de licitação privilegiam o menor
preço, e não a capacidade técnica. Uma eventual
economia nessa etapa de estruturação, que custa
entre 2% e 5% do total, pode sair pela culatra”,
afirma ele.
Esses estudos verificam a viabilidade operacional,
econômica e ambiental de uma obra, por
exemplo. Quando malfeitos, segundo Valerim,
podem gerar depois aditivos contratuais que
aumentam o preço do projeto ou mesmo travam
a sua execução.
“A MP se inspirou na contratação de agências
internacionais reconhecidas, como a IFC
[Cooperação Financeira Internacional, do Banco
Mundial], que já era possível, mas era mais
morosa. É um ganho de competitividade”, diz
ele.“Não é fácil fazer os estudos para que uma
obra aconteça ou um edital atraia investidores. O
BNDES tem uma equipe dedicada a fazer essa
modelagem e pode fazer isso para municípios e
estados que não sabem como fazê-lo”, diz Lucas
Santa’Anna, sócio do escritório Machado Meyer.
A MP permite ainda que a remuneração da
atividade do BNDES de estruturar contratos e
parcerias seja vinculada ao êxito da licitação.
Para financiar essas atividades, o banco usará o
Faep (Fundo de Apoio à Estruturação de
Parcerias), criado em 2016, mas que ainda não
havia sido operacionalizado.
“O banco vai usar o fundo para pagar a
estruturação. A depender do contrato, só
receberá o pagamento se o projeto der certo. O
banco assume um risco, mas também fomenta
estudos técnicos de qualidade”, afirma Queiroz.
Data: 27/05/2019
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Grupo de Comunicação
“Não fica claro o porquê de o BNDES ter essa
proeminência. O corpo técnico do banco é bom,
mas, a depender do projeto, uma consultoria
menor pode ser eficaz”, diz Sandro Cabral,
professor de políticas públicas do Insper.
Outra novidade da MP é que o ministro da
Infraestrutura passa a presidir o Conselho
Nacional de Trânsito. Já a ANTT deixa o órgão
que regula normas e fixa multas.
No fim de abril, o ministro Freitas costurou um
acordo com lideranças dos caminhoneiros, que
ameaçavam fazer paralisações.
Ao contrário da ANTT, o Dnit ganha poder: passa
a ser responsável por instalações portuárias e
obras de dragagem, por exemplo. “Pode ser uma
preparação para a privatização das autoridades
portuárias”, afirma Queiroz.“
Na privatização, essas obras podem passar a ser
responsabilidade da concessionária ou ficar com
o Dnit para atrair investidores”, diz Valerim.
O PPI também cresce. Criado em 2016 para
viabilizar PPPs e concessões federais, ganha as
secretarias de obras estratégicas e apoio a
licenciamento ambiental.O conselho do
programa, que era presidido pelo presidente,
agora será chefiado pelo ministro Santos Cruz,
da Secretaria de Governo.
O PPI será o responsável pela integração entre
ministérios e agências do governo e órgãos como
o Ministério Público. Passou ainda a poder propor
integração de modais de transporte e a analisar
planos de estados e municípios.
“Durante a elaboração do projeto, o PPI poderá
fazer adequações necessárias antes da
publicação do edital, o que representa um ganho
na articulação”, diz Venilton Tadini, presidente da
Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e
Indústrias de Base).
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/05
/governo-muda-atribuicoes-e-jogo-de-forcas-na-
area-de-infraestrutura.shtml
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Data: 27/05/2019
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Grupo de Comunicação
É espantoso estados serem contra MP do
saneamento, diz ex-presidente da Sabesp
Ivan Martínez-Vargas
5-6 minutos
O engenheiro Jerson Kelman, 71, passou de
crítico ferrenho a defensor da medida provisória
que propõe um marco regulatório para o
saneamento básico. A MP, que precisa ser votada
até 3 de junho para não perder a validade,
enfrenta a oposição de 24 governadores, que
veem no texto uma ameaça às companhias
estatais do setor.
Na opinião de Kelman, que presidiu a Sabesp
entre 2015 e 2018, os maiores problemas do
projeto foram dirimidos em sua tramitação. Na
visão dele, o texto permite uma competição justa
pela prestação dos serviços.
Por que o sr. é favorável à MP do saneamento?
Porque o texto tem qualidades que não têm sido
abordadas nas discussões sobre o assunto.
Quais são?
A primeira é que a MP obriga as pessoas a se
ligar à rede de esgoto. Hoje, a situação é mal
definida, e há juízes que dizem que as pessoas
têm direito de não se conectar. Essa conexão
deveria ser uma obrigação social. Não tem
sentido dar desconto ao cidadão que não se
conecta à rede de esgoto. Pelo contrário, ele
deveria pagar multa. Isso fica claro com o texto.
Por outro lado, o projeto reconhece que há
famílias que não terão recursos para pagar essa
ligação. Nesse caso, o texto admite que a
concessionária faça o serviço e esse custo seja
inserido na tarifa.
Outra vantagem muito importante diz respeito à
remuneração dos ativos em caso de troca [da
empresa que presta os serviços de
saneamento].Pela regra vigente, se sai um
prestador de serviço A e entra uma empresa B, é
a prefeitura que deve pagar a quem sai pelos
ativos instalados e que não foram quitados ainda.
Por que isso é ruim?
Na prática, com a mudança de mãos, a estatal
seria desapropriada porque só pode cobrar da
prefeitura, que tem uma longa lista de credores.
Entrará na fila dos precatórios.
Essa situação leva a injustiças. É de interesse
geral que haja uma regra mais clara, que
determine que a indenização tem que ser prévia
à mudança do prestador de serviço, e a MP faz
isso. Quem entra paga os investimentos de quem
sai.
O senhor se opôs ao texto original da MP e a
texto anterior, que perdeu validade. O que
mudou de lá para cá?
Como presidente da Sabesp, sempre me opus
aos textos porque eles admitiam que os
contratos fossem celebrados na escala municipal.
O texto da MP está em linha com decisões
judiciais que determinam que, quando há ativos
compartilhados, como estações de tratamento e
adutoras, há interesse conjunto e é preciso ter
governança compartilhada na prestação e na
regulação do serviço.
O senador Tasso [Jereissati, PSDB-CE, relator da
medida provisória] teve o mérito de definir que
[o saneamento] só é de interesse local se as
instalações não são compartilhadas com outra
cidade. Se são, uma entidade interfederativa
deve cuidar do tema.
Além disso, o texto reconheceu que a escala na
prestação do serviço deve ser mantida. A
Sabesp, por exemplo, serve 380 municípios, mas
tem 15 unidades de negócio, o que barateia a
tarifa. Se fosse condenada a ter 380 unidades, o
preço subiria.
O projeto agora diz que o serviço será
preferencialmente prestado por blocos de
cidades, e isso é um avanço.
Mas não define quais os critérios para formar
esses grupos de municípios.
Não diz, mas atribui a estados e à União a
responsabilidade de organizar isso. Na verdade,
colocou a faca e o queijo na mão dos
governadores. Eles é que poderão definir o
tamanho dos blocos de cidades.
Mesmo assim, eles são contrários ao texto.
É espantoso que eles assinem uma carta contra a
Medida Provisória que permite que eles
organizem os serviços. Eles é que podem definir
se será licitação por município ou conjuntos de
cidades. Podem formar conjuntos em conjuntos
misturando o filé e o osso. A acusação que eu
mesmo fiz muitas vezes é que, da maneira como
estava o texto [sem a formação de blocos, com
disputas por cidade], as empresas privadas
escolheriam o filé e deixariam o osso com as
estatais.
Data: 27/05/2019
58
Grupo de Comunicação
O projeto dá poder aos governadores. No limite,
o estado inteiro pode ser um bloco.
A aprovação da medida provisória poderá
estimular a privatização de estatais. Como o sr.
vê isso?Os governadores que quiserem vender
suas estatais poderão fazê-lo. Hoje, não podem
porque os contratos feitos sem licitação
perderiam a validade. Em uma situação de
profunda crise fiscal, é surpreendente que os
governadores digam não a essa possibilidade [de
capitalização].
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/05
/e-espantoso-estados-serem-contra-mp-do-
saneamento-diz-ex-sabesp.shtml
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Data: 27/05/2019
59
Grupo de Comunicação
Marcelo Leite: Além de vacas, árvores
também expelem metano
Adriano Vizoni/Folhapress
Florestas absorvem carbono quando crescem.
Esse é o padrão ensinado em incontáveis artigos,
livros e escolas, e provavelmente é a pura
verdade. Só que há um probleminha chamado
metano.
Quando se fala em emissão ou absorção de
carbono, em geral se entende o dióxido de
carbono (CO2). É o principal gás da atmosfera a
agravar o efeito estufa, porque sua concentração
é alta e está aumentando: tendo partido de 280
ppm (partes por milhão) na era pré-industrial,
estamos em mais de 400 ppm.
A última vez em que a Terra teve tanto CO2 na
atmosfera foi há pelo menos 3,6 milhões de
anos. No Ártico, a região do planeta que ora se
aquece mais rápido, a temperatura estava 8ºC
acima do que os termômetros registram hoje.
Outro gás do efeito estufa, o metano (CH4), tem
concentração muito menor na atmosfera, mas
cada molécula sua causa pelo menos 20 vezes
mais estrago que uma de CO2. Vale dizer, o
metano retém muito mais calor do Sol perto da
superfície, aquecendo a atmosfera.
Por essa razão os climatologistas ficam de olho
nas fontes de metano, também. A maior parte do
que a humanidade emite dessa modalidade de
carbono vem da agropecuária (digestão de
celulose pelo gado e campos alagados de arroz,
por exemplo). Também há perdas do composto
na exploração de petróleo e gás natural.
Leio agora na revista National Geographic, em
curiosa reportagem de Andrew Revkin, que
árvores também emitem metano. Em algumas
ocasiões, isso pode ser constatado a olho nu, na
forma de bolhas que brotam de troncos recém-
cortados.
A observação episódica era vista como
curiosidade há mais de um século. Não mais,
conta Revkin: acumulam-se artigos científicos
com medições de metano oriundo de árvores.
Algumas o absorvem perto do solo e o emitem no
alto, pelos galhos e folhas; outras fazem
exatamente o contrário. É, até certo ponto, um
enigma.
Sabia-se que a emissão de metano acontecia
em árvores de florestas sazonalmente inundadas,
como os igapós da bacia do rio Negro, como se
fossem chaminés para o metano produzido na
decomposição anaeróbica de matéria orgânica
alagada. Mas o gás vem sendo detectado e
medido até em árvores de florestas de terra
firme.
Importa agora descobrir qual é o balanço do
metano produzido e emitido em cada tipo de
floresta e região ou clima do globo. Isso ajudará
a calibrar os modelos de computador que
projetam as mudanças do clima no futuro.
Ninguém parece acreditar, contudo, que esteja
ameaçado o paradigma segundo o qual florestas
naturais ou plantadas ajudam a combater o
aquecimento global, na medida em que
sequestram o excesso de carbono da atmosfera.
Muito menos que o metano eventualmente
expelido por árvores possa representar qualquer
apoio à ideia de que desmatamento seja algo
positivo.
A lição a tirar dessas descobertas e
mensurações são duas: 1. A química da
atmosfera e sua interação com a biosfera
terminam por revelar-se sempre mais
complicadas do que sabemos hoje; 2. Quem faz
o conhecimento sobre isso progredir são
pesquisadores, e não políticos, lobistas ou
blogueiros que se especializaram em pôr a
mudança do clima em dúvida.
No presente, o equívoco mencionado na lição 2
tomou o poder no palácio do Planalto e no
Ministério do Meio Ambiente —melhor dizendo,
no governo todo de Jair Bolsonaro (PSL). Mas
governos e opiniões ideologicamente motivadas
passam, enquanto a pesquisa objetiva fica.
Uma das coisas boas do verdadeiro jornalismo
—e da ciência— é ver-se com frequência
constrangido a rever conhecimentos e
convicções. Quem prefere ideias prontas e
crenças arraigadas que busque outra profissão,
ou outro tipo de leitura.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelol
eite/2019/05/alem-de-vacas-arvores-tambem-
expelem-metano.shtml
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Data: 27/05/2019
60
Grupo de Comunicação
Petrobras coloca à venda 27 campos
terrestres de petróleo no Espírito Santo
Silvia Izquierdo/Associated Press
A Petrobras iniciou divulgação a investidores de
processo para venda da totalidade de sua
participação em 27 campos de petróleo maduros
terrestres no Espírito Santo e instalações
compartilhadas de escoamento e tratamento de
produção, o chamado Polo Cricaré, informou a
empresa em comunicado ao mercado nesta
segunda-feira (27).
Segundo a petroleira, os campos à venda tiveram
em 2018 uma produção total média de cerca de
2,8 mil barris por dia (bpd) de óleo e 11 mil
metros cúbicos/dia de gás.
As próximas etapas sobre o processo de venda
dos campos terrestres no Espírito Santo serão
informadas oportunamente ao mercado, segundo
a companhia.
A Petrobras tem promovido um plano de
desinvestimentos para reduzir dívidas e focar sua
atuação nas reservas do pré-sal.
No fim de abril, a estatal anunciou planos para
vender oito de suas 13 refinarias. A empresa
quer permanecer apenas com as quatro unidades
em São Paulo e com a Refinaria Duque de
Caxias, no Rio.
Aquelas localizadas em outros estados serão
oferecidas ao mercado.
Além de serem ativos importantes para o plano
de desinvestimento da empresa, algo
fundamental para a companhia reduzir seu
elevado endividamento, a venda das refinarias é
chave para a Petrobras deixar de ser monopolista
no setor.
Com mais operadores de refino, poderia haver
maior concorrência no estabelecimento de preços
e a Petrobras se livraria de polêmicas
relacionadas aos preços dos combustíveis, como
a que envolveu recentemente o presidente Jair
Bolsonaro.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/05
/petrobras-coloca-a-venda-27-campos-
terrestres-de-petroleo-no-espirito-santo.shtml
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Data: 27/05/2019
61
Grupo de Comunicação
Não descartáveis
Natalie Unterstell
Uma boa notícia: em 10 de maio, 187 países
signatários da Convenção da Basileia adotaram
um acordo histórico que mira a poluição plástica
nos oceanos. Com isso, nenhuma sucata plástica
poderá mais ser exportada sem consentimento
prévio do país recebedor.
Agora uma notícia surpreendente: o Brasil não
aderiu à decisão. Além dele, dentre os
signatários da convenção, apenas a Argentina. É
incoerente: o combate ao lixo no mar foi adotado
como prioridade —ao menos no discurso— do
atual governo. Tem sido a única agenda positiva
do Ministério do Meio Ambiente.
A pasta ambiental classificou essa agenda como
uma “inovação” e a “resposta coordenada e
integrada à poluição do ambiente marinho” como
mote. Até o presidente Jair Bolsonaro (PSL)
tuitou sobre o assunto.
A incoerente relutância nos colocará no radar dos
exportadores de lixo. As economias ricas reciclam
plásticos de alta qualidade domesticamente e
mandam os de baixo valor para países pobres.
Em tese, esses últimos se beneficiam do plástico
com menor custo, e os ricos podem poupar
investimentos em infraestrutura de reciclagem.
Na prática, os exportadores “lavam as mãos”
assim que o material ultrapassa suas fronteiras:
contabilizam-no como reciclado nas metas
domésticas, mas desconhecem o seu verdadeiro
destino.
Até 2016, metade de todos os plásticos
destinados à reciclagem foi exportado por 123
países, com a China tomando a dianteira da
importação (51%). Em 2017, uma normativa
chinesa proibiu a importação de 24 tipos de
resíduos. O impacto dessa medida foi desviar
resíduos para outros países, muitos com menos
estrutura, aumentando a poluição marinha. Uma
vez no mar, o lixo não respeita fronteiras. Um
exemplo é que o lugar mais densamente poluído
por plásticos é a desabitada ilha Henderson, no
Oceano Pacífico.
Limpar os mares é questão urgente. Deixar de
sujar, também. Por isso, dificultar o trânsito
internacional de lixo sujo é um primeiro gol a
favor em um jogo de um longo campeonato. “Em
campo”, temos de um lado aqueles que querem
resolver a crise de lixo no mar através da
redução em larga escala do plástico consumido.
De outro, alguns jogadores ávidos por inundar a
economia —e, por conseguinte, os mares— com
materiais descartáveis com curto tempo de vida.
De que lado está o Brasil?
Vale lembrar que, em 2009, o Ibama interceptou
uma carga de lixo sujo enviada sem autorização
da Inglaterra para o Brasil. Valendo-se da
Convenção da Basileia, o Brasil devolveu 89
contêineres cheios de seringas, preservativos,
fraldas sujas e outros. “O Brasil não é a lixeira do
mundo”, disse à época o então presidente do
Ibama, Messias de Franco. E não somos mesmo.
As autoridades brasileiras de 2019 precisam
destrocar os sinais que têm dado a nós.
Precisamos dar circularidade à economia,
redesenhando a cadeia de valor do nobre
plástico.
O Ibama, por virtude histórica, não é descartável
nessa equação, mas tem sido tratado como tal. A
nova regulação internacional também não —mas
o Brasil fez feio. Todos são peças de uma nova
economia do plástico, que aposto que vai ganhar
esse campeonato. O Brasil precisa jogar do lado
certo.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/05/
nao-descartaveis.shtml
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Data: 27/05/2019
62
Grupo de Comunicação
Noruega e Alemanha se reúnem com Salles
para definir futuro do Fundo Amazônia
Representantes da Noruega e Alemanha, os
principais do Fundo Amazônia, devem se
encontrar, nesta segunda (27), com o ministro
do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para discutir
possíveis mudanças e o futuro do fundo.
O objetivo do fundo, que é uma cooperação
internacional, é a preservação da floresta
Amazônica. Até o momento, o Brasil recebeu R$
3,1 bilhões dos doadores. O valor gerido pelo
BNDES é repassado para projetos de estados,
municípios, universidade e ONGs.
As doações são proporcionais aos níveis de
redução de desmatamento na Amazônia. No ano
passado, por exemplo, a Noruega aumentou as
doações ao Fundo Amazônia devido à redução no
desmate entre 2016 e 2017. Em compensação, o
valor tinha sido reduzido nos anos anteriores.
Recentemente, Salles criou um impasse com
Noruega e Alemanha ao afirmar que encontrou
irregularidades na utilização do dinheiro no
fundo. A afirmação teve como base a análise,
pelo próprio Ministério do Meio Ambiente (MMA),
de somente 1/4 dos contratos —tanto com ONGs
quanto com entidades governamentais-- do
fundo.
O ministro afirmou na ocasião que buscaria
mudanças na aplicação dos recursos do fundo e
que queria melhores maneiras de medir os
resultados obtidos pelos projetos apoiados. Salles
também disse que os países doadores já estavam
cientes da irregularidades e da análise feita pelo
MMA.
As falas de Salles surpreenderam Noruega e
Alemanha, que, ao contrário do que disse o
ministro, afirmaram não terem sido comunicadas
sobre as supostas irregularidades anunciadas.
"Não recebemos nenhuma proposta das
autoridades brasileiras para alterar a estrutura
de governança ou os critérios de alocação de
recursos do Fundo", informou a embaixada da
Noruega em Brasília.
A embaixada norueguesa também afirma estar
satisfeita com a estrutura de governança atual do
fundo e com os resultados alcançados nos dez
anos de sua existência. Segundo os noruegueses,
o Fundo Amazônia é uma das melhores práticas
globais de financiamento com fins de
conservação.
A Folha apurou que a Alemanha tampouco foi
informada com antecedência sobre o teor da
entrevista coletiva.
As supostas irregularidades apontadas por Salles,
contudo, não foram verificadas pelas auditorias
anuais realizadas, desde 2010, no Fundo
Amazônia pela KPMG.
O TCU (Tribunal de Contas da União) também fez
uma auditoria no fundo no ano passado e
concluiu que "de maneira geral, os recursos do
Fundo Amazônia estão sendo utilizados de
maneira adequada e contribuindo para os
objetivos para o qual foi instituído".
Com visitas in loco, o tribunal afirmou, em sua
auditoria, que "no contato com as comunidades
abrangidas nesses projetos percebeu-se a
importância das ações desenvolvidas, bem como
a seriedade como eles são executados, com a
produção de resultados efetivos para as
comunidades beneficiadas".
Além do mal-estar com Noruega e Alemanha, a
fala de Salles também levou ao afastamento do
cargo de Daniela Baccas, responsável pelo Fundo
Amazônia no BNDES e funcionária da área
ambiental com reputação respeitada entre
colegas.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
5/noruega-e-alemanha-se-reunem-com-salles-
para-definir-futuro-do-fundo-amazonia.shtml
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Data: 27/05/2019
63
Grupo de Comunicação
ESTADÃO Bônus do pré-sal é âncora fiscal para União,
diz secretário de Fazenda
- Economia - Estadão
BRASÍLIA - A equipe econômica quer ampliar o
volume de repasses de recursos para Estados e
municípios, mas sem comprometer o ajuste fiscal
da União no curto prazo, diz o secretário especial
de Fazenda, Waldery Rodrigues, em entrevista ao
Estadão/Broadcast. É por isso que a fatia dos
governos regionais no bônus de assinatura de R$
106,6 bilhões esperado com o megaleilão de
áreas do pré-sal deve ser pequena. Nos próximos
anos, porém, a partilha do dinheiro do pré-sal
aumentará por meio do Fundo Social, num
programa com duração de 35 anos. Confira os
principais trechos da entrevista:
Quais são as agendas prioritárias da secretaria?
Tem três agendas que nós temos uma urgência
maior para respostas e consensos. Cessão
onerosa, porque a gente está falando de
altíssimo impacto na política energética e
também na parte fiscal, e a gente está em
constante diálogo com o Congresso. Vai precisar
de um fast-track, a gente quer isso para
possibilitar tanto o pagamento à Petrobras
quanto uma eventual partilha (do bônus) com os
Estados.
Para o pagamento à Petrobras, o sr. disse que
precisa de PEC para ficar fora do teto.
Sim. A partilha precisa de PEC, também. Há uma
convergência de interesses, todo mundo quer.
Pode-se discutir o quantitativo, mas a direção é
de aprovar. As duas Casas querem, os
presidentes, as lideranças, é um ponto em
comum.
E as outras prioridades?
A outra medida de altíssimo impacto que a gente
está correndo é referente aos ajustes fiscais dos
Estados. A Plano de Estabilização Fiscal (PEF)
está 100% pronto, discutido, parametrizado. É o
só timing político. Na realidade, houve um
desencontro de agendas. Ainda não conseguimos
juntar os dois presidentes (Câmara e Senado), o
ministro Paulo Guedes. Nesta semana muito
provavelmente sai.E a outra medida de ajuda aos
Estados é o PFE, Plano de Fortalecimento dos
Estados, que é o uso de recursos do Fundo Social
do Pré-sal, que hoje é totalmente destinado à
União, será destinado também a Estados e
municípios. Esse também está avançado, temos
o texto, a análise jurídica também.
Possivelmente não será lançado na semana que
vem, mas num curto espaço de tempo.
Como será a divisão dos recursos?
A ideia é termos uma solução que equilibre tanto
a posição fiscal da União quanto dos Estados e
municípios. Os três entes estão sob estresse
fiscal. A União está indo para o sexto ano de
déficit fiscal e nós prevemos mais três anos de
déficit, caso medidas não sejam implementadas.
Nosso esforço é, sim, de ter essas medidas e ao
mesmo tempo retirar a União desse estresse
fiscal, mas trazendo também para um melhor
patamar os Estados e municípios. A número um é
a reforma da Previdência. No PEF os Estados
fazem os ajustes e a gente dá a garantia do
Tesouro Nacional, sobretudo para 13 Estados que
hoje não têm.
Na divisão do bônus, lideranças falam na
possibilidade de mais de 30% para Estados e
municípios.
Não trabalhamos com essa hipótese. O que o
ministro Paulo Guedes tem falado, e é uma
diretriz, é de termos uma mudança nos recursos
que a União transfere para Estados e municípios,
que ao longo do tempo a gente caminhe para
uma transferência que entre nesse tamanho. Mas
de largada, no ano de 2019, a União não tem
condições de transferir 30% do bônus de
assinatura estritamente. O que temos condições
de transferir seria o equivalente a 30%, mas
considerando outras medidas. Se contar um
conjunto de medidas, aí nesse sentido a gente
pode sim caminhar para um novo patamar. Não é
tomar apenas o bônus de assinatura e nele
colocar todo o esforço. Seria uma solução
indevida para a União, que está fortemente
deficitária. Mesmo que a gente consiga, e esse é
o esforço, realizar o leilão dos excedentes da
cessão onerosa este ano, o que nos trará de
bônus de assinatura R$ 106,6 bilhões, temos que
pagar – e será feito no mesmo dia – R$ 33,6
bilhões à Petrobras, o que nos dá liquidamente
R$ 73 bilhões. Isso daqui é uma âncora para
resolver o meu caso. Eu não posso passar muito
(para Estados e municípios), se não eu não fico
bem na minha posição fiscal.
Mas isso significa que vão dar menos ou que não
vão dividir o bônus?
É uma decisão política e técnica. A decisão é de
dividir sim, uma parte pequena. Não é os 30%,
não é a orientação que temos, por conta dessa
situação em fiscal. Isso em 2019. Agora, se você
pega o mandato até 2022, temos um Plano de
Data: 27/05/2019
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Grupo de Comunicação
Equilíbrio Fiscal, que eu posso ter R$ 10 bilhões a
mais de garantia do Tesouro em cada ano. O
valor de R$ 10 bilhões é o máximo? Não, é uma
decisão do Conselho Monetário Nacional. Se
eventualmente em algum desses anos os Estados
fizerem ajuste fiscal de maneira intensa, a gente
pode até pensar em aumentar esse limite.
E depois?
Não para aí, tem 2020, 2021... até 2054, com
outro plano, mais estrutural, o Plano de
Fortalecimento dos Estados e municípios. São 35
anos. A ideia é pegar o Fundo Social, que hoje só
destina recursos à União, e repassar recursos
para Estados e municípios. Quanto vai vir para
Estados e municípios? Aí é uma quantidade
considerável. O Brasil vai passar para um perfil
bem diferente em termos de receitas associadas
à exploração de petróleo. É diretriz do ministro
Paulo Guedes dividir esses recursos com Estados
e municípios. Eu não consigo fazer isso de
largada, pelo meu perfil aqui (déficit). Ao longo
do tempo, porém, eu consigo, atrelando...
Ninguém pensa em transferir isso e o Estado
gastar de forma que não seja efetiva para a
sociedade. Então, para dar uma fiscalidade e um
comprometimento devido, a gente vai desenhar
com os Estados e com o Congresso um modelo
para que essa transferência se dê de forma
substancial e crescente ao longo do tempo.
A participação dos Estados e municípios cresce a
que ritmo?
O volume do fundo hoje é de R$ 16,8 bilhões. Em
2020 esse número cresce para R$ 20 bilhões. Em
2021 passa de R$ 20 bilhões. Aí a gente
transfere um porcentual para os Estados e
municípios, aumenta esse porcentual e ao longo
do tempo vamos chegar ao perfil que o ministro
fala, de 30% (União) e 70% (Estados e
municípios).
Qual será o ponto de partida da divisão do Fundo
Social?
Isso está em aberto, em discussão. Começa
baixo, mas vai crescendo e cresce a um ritmo
forte. E cresce em ritmo forte tanto em termos
de porcentual quanto em termos absolutos,
porque vai entrar muito recurso para o Fundo
Social. Os dados da Agência Nacional de Petróleo
é de que essas receitas crescem de forma
exponencialmente.
O programa dura 35 anos. Quanto tempo levará
para chegar a 70% do Fundo Social para Estados
e municípios?
Eu preciso do Congresso Nacional e dos
governadores. Mas é antes dos 35 anos. Vamos
estar vivos e ver isso daí.
A transferência do Fundo Social também precisa
ficar fora do teto de gastos?
Sim. São três excepcionalidades novas. Se não,
consome nosso espaço.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,
bonus-do-pre-sal-e-ancora-fiscal-para-uniao-diz-
secretario-de-fazenda,70002844754
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Data: 27/05/2019
65
Grupo de Comunicação
Brasil quer ampliar em 58% sua área
marítima
- Política - Estadão
BRASÍLIA - O governo brasileiro quer aumentar
em 2,1 milhões de quilômetros quadrados –
equivalente à área da Groenlândia – o tamanho
do território nacional no Oceano Atlântico, as
chamadas águas jurisdicionais. O pedido do
Brasil, que ampliaria em 58% a Amazônia Azul,
foi apresentado em dezembro à Comissão de
Limites da Plataforma Continental, da Convenção
das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.
O Brasil não é o único país que está em busca de
assegurar suas riquezas marítimas. Hoje, de
acordo com o almirante Sérgio Guida, secretário
da Comissão Interministerial de Recursos para o
Mar, 30% dos oceanos do mundo já estão
“territorializados”, ou seja, sob domínio de algum
governo.
Atol das Rocas Foto: JONNE RORIZ/ESTADÃO
Se o pleito for aceito, o País terá direito à
navegação e exploração de “solo” e subsolo nesta
área, que vai além da zona econômica exclusiva,
a faixa de 200 milhas náuticas da costa
brasileira. “É uma riqueza que precisamos
garantir para as próximas gerações”, disse ao
Estado o almirante Guida. Segundo ele, a
comissão da ONU já sinalizou que deve dar aval a
pelo menos parte da ampliação. A decisão sai em
agosto. Para coletar novos dados que podem
reforçar a demanda, os estudos continuaram no
início deste ano, já no governo de Jair Bolsonaro.
Esta não é a primeira vez que o Brasil reivindica
o domínio de uma faixa maior do Atlântico. O
País não teria direito à exploração do pré-sal,
conforme o almirante, se não tivessem sido
realizados os estudos da plataforma continental
brasileira, aprovados pela mesma comissão da
ONU, que deu direito à região. Além do pré-sal,
Guida afirmou que o Oceano Atlântico guarda um
“verdadeiro tesouro” em minerais e elementos
químicos escassos na superfície terrestre.
O Brasil iniciou o levantamento da plataforma
continental estendida em 2004. O País foi o
segundo no mundo a solicitar a ampliação da
plataforma continental – o primeiro foi a Rússia,
em 2001. Em 2008, a ONU respondeu ao pleito
brasileiro, concordando com a extensão de 750
mil quilômetros quadrados de área para
exploração, mas rejeitou outros 190 mil
quilômetros quadrados, fazendo recomendações
de novos estudos.
Os levantamentos prosseguiram e a nova
proposta apresentada pelo Brasil no fim do ano
passado está dividida em três áreas, que
totalizam os 2,1 milhões de quilômetros
quadrados reivindicados. A primeira é chamada
Data: 27/05/2019
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Grupo de Comunicação
de “submissão sul”, com 170 mil quilômetros
quadrados. A segunda, “ocidental/meridional”,
totaliza 1,6 milhão de quilômetros quadrados –
incluindo a Elevação do Rio Grande, considerada
uma reserva mineral no oceano. A terceira é a
“submissão equatorial” (390 mil quilômetros
quadrados).
Uma análise inicial da ONU foi favorável ao
Brasil. Com esta primeira aceitação, nenhum
outro país pode reivindicar esta área até que
comissão que estabelece limites bata o martelo.
Riquezas. A Marinha criou alguns programas para
aumentar a presença do Brasil no Atlântico Sul.
Durante as pesquisas, foram identificadas áreas
de interesse econômico para exploração mineral,
com a ocorrência de cobalto, níquel, manganês,
fosfato, platina e até minérios utilizados pela
indústria de alta tecnologia, como terras raras.
A expectativa é de que a avaliação da ONU de
todas as novas áreas demore pelo menos quatro
anos. Até lá, os estudos continuam. “Os
bandeirantes fizeram o trabalho que possibilitou
o Brasil crescer para oeste. Agora, temos alguns
bandeirantes que, cientificamente, dentro da lei,
têm feito trabalho de fazer o Brasil crescer para
leste”, disse o almirante Guida.
Na Elevação do Rio Grande, projetos de
pesquisas científicas são realizados há anos por
ingleses, americanos e alemães. Há iniciativas da
União Europeia para um plano de manejo
ambiental naquela área. No entanto, com o pleito
de ampliação da plataforma continental brasileira
no local, a preferência é do País sobre a região.
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,bra
sil-quer-ampliar-em-58-sua-area-
maritima,70002844787
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Data: 27/05/2019
67
Grupo de Comunicação
Fungos de 1 bilhão de anos
Fernando Reinach*
Sabemos muito pouco sobre o início da vida na
Terra. E pior, o que sabemos é com base em
pouquíssimas observações. E não é para menos:
muitos seres viveram no passado distante, eram
minúsculos e não possuíam ossos ou carapaças
passíveis de fossilização. É por isso que a
descoberta de fungos fossilizados no Ártico
Canadense é tão importante.
De maneira simplificada, a história da vida na
Terra é a seguinte: a Terra se formou
aproximadamente 4,5 bilhões de anos atrás e
levou 1 bilhão de anos para surgirem os
primeiros seres vivos, aproximadamente 3,5
bilhões de anos atrás. Sabemos pouco sobre
como eles surgiram, mas acreditamos que eram
parecidos com o que hoje chamamos de
bactérias.
Eram constituídos de uma única célula, e essa
célula não possuía divisões internas. O DNA e
todos seus componentes flutuavam em um único
espaço, isolado do meio exterior por uma
membrana (são os procariotos).
O próximo passo foi o surgimento de seres vivos,
também compostos por uma única célula, mas
agora essa célula tinha divisões internas. O DNA
ficava no núcleo e o espaço interno era
subdividido (são os eucariotos). Esses seres
vivos, cujo exemplo atual seria uma ameba,
surgiram por volta de 1,7 bilhão de anos atrás.
O passo seguinte, que imaginamos ter ocorrido
por volta de 1,5 bilhão de anos atrás, foi o
surgimento dos eucariotos compostos por mais
de uma célula. Nos fazemos parte desse grupo
de seres vivos com mais de uma célula
eucariótica. Nesse enorme grupo estão todas as
plantas (das samambaias às árvores), todos os
animais (da abelha ao homem) e todos os
fungos.
Ali encontramos desde os fungos com somente
um punhado de células até seres como nós,
compostos por bilhões de células – cada grupo
responsável por uma parte e função do corpo
(pele, cérebro, fígado). Até agora se acreditava
que o aparecimento desses três grandes
subgrupos teria ocorrido entre 1,5 bilhão de anos
e 500 milhões de anos atrás, sendo que os
fungos mais antigos datavam de 500 milhões de
anos atrás, mais recentes, portanto, do que as
plantas e os animais. E foi isso que mudou esta
semana.
No extremo norte do Canadá, muito acima do
círculo polar ártico, existe um parque nacional
chamado Tuktut Nogait. Em um vale acessível
somente por helicóptero existem rochas
formadas por camadas de sedimentos. A área
deve ter sido um imenso estuário.
Essas rochas são muito antigas, tendo sido
formadas aproximadamente 1 bilhão de anos
atrás. Como esse tipo de rocha se forma sem que
haja grandes pressões e altas temperaturas, os
cientistas imaginaram que talvez fosse possível
encontrar fósseis de seres vivos primitivos nesse
local.
E foi assim que pousaram lá e coletaram uma
quantidade razoável de material que foi levada
para o laboratório. A rocha sedimentar foi, então,
dissolvida e todo material biológico, isolado.
Quando esse material foi examinado no
microscópio, os cientistas observaram estruturas
típicas de fungos. Longos filamentos ramificados
que acabavam em pequenas esferas. O material
que constituía a parede desses seres vivos foi
analisado. Tudo indica que ele é constituído de
quitina, um material característico dos fungos. A
conclusão é de que havia uma grande quantidade
de fungos nesse estuário, na costa do atual
Canadá, 1 bilhão de anos atrás.
Até então os fungos mais antigos encontrados no
planeta tinham 500 milhões de anos. Agora, a
data para o surgimento dos fungos no nosso
planeta passou a ser 1 bilhão de anos.
Podemos dizer, então, que plantas, animais e
fungos provavelmente surgiram na mesma
época, há mais de 1 bilhão de anos. Nos
próximos anos, esse dado será incorporado às
teorias que descrevem os possíveis cenários para
o aparecimento da biodiversidade no nosso
planeta.
Não é interessante saber que todos os animais,
todas as plantas e todos os fungos que
encontramos nas florestas de hoje são
descendentes de formas primitivas desses três
grupos? E que eles já existiam 1 bilhão de anos
atrás, quase 999 milhões de anos antes dos
ancestrais do ser humano surgirem no planeta?
Isso me deixa pensando: qual o direito que nós,
recém-chegados ao planeta, temos de extinguir
os descendentes de seres vivos que sobrevivem
por aqui faz 1 bilhão de anos?
https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,fungos-de-1-bilhao-de-anos,70002842942
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Data: 27/05/2019
68
Grupo de Comunicação
Depois dos canudos, São Paulo quer ampliar
restrição ao uso de plásticos
- Sustentabilidade - Estadão
SÃO PAULO - Medida polêmica que ainda aguarda
aprovação (já prometida) do prefeito Bruno
Covas (PSDB), a proibição de canudos plásticos
de São Paulo é a primeira de uma nova agenda
que a cidade está adotando para reduzir a
produção de lixo. Nas próximas semanas, será
anunciada a inclusão da capital em um acordo
internacional para a redução de descartáveis e,
na Câmara Municipal, uma legislação mais
ampla, que proíbe todos os plásticos de uso
único, está em tramitação.
O acordo do qual agora São Paulo faz parte é o
Compromisso Global para a Nova Economia do
Plástico, promovido pela Organização das Nações
Unidas (ONU). Ele foi assinado no fim de março,
mas deve ser divulgado pela Prefeitura no
próximo mês.
Os termos do acordo estabelecem objetivos, mas
a cidade é quem determinará as metas. O
compromisso é que São Paulo adote ações para
eliminar o uso de embalagens de plástico
desnecessárias, encorajar modelos de reúso do
plástico e, entre outras ações, melhorar os
índices de reciclagem do município, que hoje
estão abaixo dos 10%.
A Prefeitura é a primeira cidade do continente a
entrar no acordo, que tem como signatários os
governos do Chile, Peru e de Granada (ilha do
Caribe). O projeto vai ao encontro a iniciativas
parecidas já tomadas em outros países. Em
outubro do ano passado, a União Europeia
decidiu banir o uso de canudos e outros produtos
plásticos até 2021. No Brasil, o Rio de Janeiro foi
a primeira capital a proibir os canudos de
plástico. A lei foi sancionada pelo prefeito Marcelo
Crivella (PRB) em junho do ano passado.
Leis
O texto, aprovado na Câmara Municipal
paulistana em abril, proíbe a distribuição da
canudos plásticos em restaurantes, bares, hotéis
e salões de eventos, estabelecendo que eles
podem ser trocados por outros materiais
descartáveis, como papel reciclável e material
biodegradável.
Covas já sinalizou apoio à medida, mas ainda
precisa sancionar o texto e regulamentá-lo. O
prefeito precisa decidir, por exemplo, quem fará
a fiscalização e aplicará as multas, que variam de
R$ 1 mil a R$ 8 mil.
Paralelamente, tramita na Câmara um outro
projeto do vereador Xexéu Trípoli (que também
apresentou o texto dos canudos), ampliando as
restrições. O PL 99/2019 proíbe “o fornecimento
de copos, pratos, talheres, agitadores para
bebidas e varas para balões de plásticos
descartáveis” nos mesmos lugares em que a
distribuição de canudos foi banida, com as
mesmas penalidades.
Por outro lado, o setor de hotéis e restaurantes
vê a proposta com ressalva. “Qualquer medida
para o meio ambiente tem o nosso apoio”, diz
Percival Maricato, presidente da Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
“Mas essas medidas precisam ser bem discutidas,
com prazos para a adequação.”
Em São Paulo, o lixo coletado vai para longe do
mar. Ele vai para o Aterro São João, na zona
leste, distante mais de 60 quilômetros do
oceano. Mas os especialistas alertam que é um
erro pensar que a questão do acúmulo de
plástico no meio ambiente não é uma discussão
paulistana.
“O problema não é o lixo que vai para o aterro. É
o que não é coletado, que é jogado nas ruas, não
é recolhido, e vai parar em córregos e rios”, diz o
professor de Engenharia Ambiental da USP Ronan
Contrera.
Opções na zona oeste vão de canudos de aço a
modelo feito com macarrão
O restaurante de comida natural Estela Passoni,
na zona oeste de São Paulo, já nasceu sem
canudos. “Nunca foi um problema, mas o fato de
estar aqui em Pinheiros ajuda”, diz Mariana
Passoni, de 34 anos, uma das sócias do
estabelecimento na Rua Joaquim Antunes. Há
dois anos, o restaurante serve as bebidas no
estilo “boca no copo”. E, para quem faz questão,
oferece canudinho de aço inox.
Se depender de parte dos comerciantes de
Pinheiros, legislações que banem os descartáveis
já pegaram. Pelo bairro, é comum encontrar
bares e restaurantes que, até por pressão de
moradores e frequentadores mais ecológicos,
acabaram se rendendo aos biodegradáveis. Em
outros, como o restaurante de Mariana, a veia
sustentável faz parte do modelo de negócio.
Data: 27/05/2019
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No menu do Estela Passoni, além das opções de
pratos quentes e sobremesas, também estão
produtos para quem quer reduzir os descartes.
Os canudos de aço inox são um sucesso. A
versão dobrável sai a R$ 55 e é procurada
principalmente para caber na bolsa da balada.
Em uma prateleira dentro do restaurante, os
copinhos de silicone também conquistam. Eles
podem suportar bebidas quentes e geladas, uma
alternativa ao velho copo de plástico descartável.
Quem tem um desses pode se dar bem a poucos
metros dali. Na Rua dos Pinheiros, uma
sorveteria da Ben & Jerry's, já ofereceu desconto
de 10% para quem põe a sobremesa em potes
trazidos de casa. Há poucos meses, as pazinhas
de plástico foram trocadas por outras, de
madeira. E mesmo o canudo de milk shake é
daqueles de papel, que se decompõe mais
rapidamente.
“Os clientes mesmo não aceitam mais os
canudinhos de plástico”, diz Adenilson Santos,
maître do Le Jazz, na mesma região. Na Choperia
São Paulo, faz quatro meses que os canudos de
plástico foram abolidos. O barman Elivaldo
Campos, de 40 anos, apelou para a criatividade e
passou a oferecer uma espécie de canudinho
feito de cana-de-açúcar.
De olho na guinada verde de Pinheiros, uma
campanha aproveitou a onda. “Queremos ser o
bairro mais sustentável de São Paulo”, resumem
os organizadores da Recicla Pinheiros. O
movimento dá um selo para estabelecimentos
que já têm hábitos de descarte consciente do
lixo, pontos de coleta e que ofereçam
experiências sustentáveis, como dar água do
filtro a seus clientes. Quarenta e oito foram
avaliados e já receberam o adesivo.
A ideia é que, em julho, um mapa indique ao
público onde estão essas lojas. “A meta, que é
ter lixo zero, está repercutindo dentro dos
estabelecimentos”, diz Vanêssa Rêgo, presidente
do Coletivo Pinheiros, associação que reúne 80
estabelecimentos.
“Pinheiros reúne uma comunidade com um pouco
mais de consciência”, diz Paula Gabriel, diretora
de comunicação corporativa da TriCiclos,
empresa de economia circular e gestão de
resíduos e uma das realizadoras da campanha
Recicla Pinheiros. Segundo ela, algumas atitudes,
como abrir pontos de coleta de pilhas, podem ser
facilmente replicadas em outras regiões.
Na Vila Madalena, clientes do Boteco do Urso já
avisam aos garçons Samuel Leccese, de 22 anos,
e Wanderson de Jesus, de 19, para trazer o drink
- mas sem os canudinhos. E uma turma de
estrangeiros, frequentadores assíduos do bar,
tira do bolso os seus próprios canudos, feitos de
aço inox.
Já no Astor, na mesma região, sugar a bebida
virou até piada depois que o bar lançou canudos
de macarrão há mais de um ano. “Teremos
macarrão ao suco”, bradou um, nas redes
sociais, sobre o espaguete cru que vai
mergulhado nas bebidas. A moda ganhou
aplausos e algumas vaias - essas dos
intolerantes ao glúten. Para os celíacos, o
restaurante promete a versão de papel.
Faz dois meses que são os canudos de papel que
ganham as mesas no Pasquim. “A maioria dos
frequentadores aceita sem resistir”, diz Ricardo
Tudeia, gerente do bar. Mas o preço preocupa.
Segundo ele, o novo modelo pode ser 600% mais
caro do que o de plástico e não é incomum que o
canudo se desfaça com a bebida, o que obriga o
bar a fazer pelo menos uma reposição por
cliente.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,depois-dos-canudos-sao-paulo-quer-
ampliar-restricao-ao-uso-de-
plasticos,70002844635
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Data: 27/05/2019
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Debêntures vão bancar investimento no
RenovaBio
- Economia - Estadão
O governo federal autorizará em junho o setor de
biocombustíveis a emitir debêntures incentivadas
e captar recursos estimados em até R$ 62,3
bilhões por ano. A operação vai financiar os
primeiros investimentos para implantação do
RenovaBio, a nova política de combustíveis
renováveis. Os recursos devem ser utilizados
inicialmente para aumentar a produtividade da
indústria sucroalcooleira, estagnada há alguns
anos, com a renovação de canaviais, a
manutenção e o aumento de capacidade de
usinas. Bancos informaram ao governo já terem
R$ 9 bilhões desses títulos – chamados de
incentivados por não pagarem impostos –
prontos para serem negociados no mercado por
usinas. As instituições financeiras só aguardam
uma portaria autorizando as operações, que deve
ser assinada pelo presidente Jair Bolsonaro no
dia 17 de junho, data da abertura no Ethanol
Summit, em São Paulo.
ctv-xha-cana
Cana. Renovação de plantios ganhará com
captação de recursos Foto: Epitácio
Pessoa/Estadão
Além
Etanol, biodiesel, biogás e outros combustíveis
renováveis serão o ponto de partida do programa
de debêntures. O governo deve autorizar a
emissão de títulos para outros elos da cadeia e
espera trazer investimentos em infraestrutura e
logística. Conta, é claro, com a aprovação da
reforma da Previdência para reduzir os riscos da
emissão desses títulos.
A gente chega lá
O mercado de softwares de gestão de
propriedades movimentou US$ 68 milhões no
País em 2018, menos do que os US$ 419,5
milhões dos Estados Unidos. Em cinco anos, isso
mudará, aponta estudo da empresa de
inteligência de mercado Bis
Research
O crescimento será de 164,5% até 2023, com
US$ 180,4 milhões. Já os EUA terão avanço de
118%, a US$ 914,9 milhões.
Na frente. Quem domina este mercado no País
hoje é a John Deere, com 31% de participação
(dados de 2017). Depois vem a Trimble, com
19,7%, e em terceiro a Monsanto (agora Bayer),
com sua divisão The Climate Corporation, de
15,3%. A SST Software, do grupo britânico RELX,
tem 10,1% dos negócios deste segmento no
Brasil e a sueca Hexagon, 6,9%.
Notas verdes
O escritório Vieira Rezende Advogados trabalha
com entidades do agronegócio as regras que
permitirão aos produtores emitir títulos verdes ou
green bonds. Empresas já contam com tais
parâmetros e utilizam o recurso, mas não os
agricultores, diz Celso Arbaji Contim, sócio do
escritório. Os papéis podem ser emitidos por
quem pratica ações que beneficiem o meio
ambiente ou reduzam efeitos das mudanças
climáticas.
Quem quer dinheiro?
No mundo há mais de US$ 1 trilhão em mãos de
investidores internacionais, como fundos de
pensão e bancos, dispostos a aplicar reservas em
empresas e projetos “verdes”, explica Contim.
Quando as regras forem definidas, produtores
brasileiros poderão acessar tais recursos. Ainda
não há data para isso.
Já aqui...
A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura
lança amanhã um vídeo em defesa do Código
Florestal e contra mudanças em tramitação no
Congresso Nacional. Representantes de
entidades do agronegócio, do setor florestal e de
ambientalistas alertam para os riscos de
desmonte da Lei 12.651 de 2012, que criou o
Código.
Somos contra
“Não somos favoráveis a alterações no Código
Florestal”, diz Luiz Cornacchioni, diretor
executivo da Associação Brasileira do
Agronegócio (Abag), que integra a coalizão. “O
que temos de fazer agora é implementá-lo, e não
mexer nele, pois cria insegurança jurídica e
passa uma imagem ruim aqui e lá fora.”
Sem reserva
As medidas mais importantes estão na MP
867/2018, aprovada em comissões na Câmara e
no Senado, que prorroga o prazo para o produtor
aderir ao Programa de Regularização Ambiental e
redefine o marco temporal – ou seja, a partir de
que data o desmatamento será considerado
irregular ou não. Hoje é 22 de julho de 2008.
Outra polêmica proposta é o PL 2.362/2019, dos
senadores Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Marcio
Data: 27/05/2019
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Bittar (MDB-AC), que revoga o capítulo do Código
Florestal referente à reserva legal obrigatória.
Sustentável
A Mondelez já tem 43% do cacau adquirido pela
companhia por meio do Cocoa Life, programa
próprio que garante que a matéria-prima seja
proveniente de fonte sustentável. A dona da
Lacta no Brasil pretende incluir a marca no
programa até o fim do ano e, até 2025, a
Mondelez quer que 100% das marcas de
chocolate da companhia sejam produzidas com
cacau sustentável. Em 2018, o Cocoa Life
alcançou 140 mil agricultores de 1.400
comunidades no mundo.
A todo vapor
A Rumo transportou no primeiro trimestre 5
milhões de toneladas de produtos agrícolas pelas
ferrovias da Operação Norte, que conecta Mato
Grosso a São Paulo. O volume cresceu 12,9%
ante os três meses do ano passado. O começo
antecipado da colheita da soja contribuiu para o
avanço, segundo a empresa. Só de soja, a Rumo
movimentou 3,7 milhões de toneladas no
período, 22,8% mais do que entre janeiro e
março de 2018.
Pelos trilhos
O trecho que liga Rondonópolis (MT) ao Porto de
Santos (SP) tem proporcionado bons resultados
para a companhia, diz Darlan Fábio de David,
vice-presidente da Operação Norte da Rumo. A
empresa vem investindo em logística e
segurança da operação para aumentar a
eficiência da ferrovia. Em Santos, a Rumo atingiu
participação de mercado de 51% no primeiro
trimestre, ante 48% em igual período de 2018.
“A ferrovia é a melhor solução para o transporte
de commodities agrícolas em trajetos de longa
distância”, diz.
Colaboraram Leticia Pakulski E Tânia Rabello
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,
debentures-vao-bancar-investimento-no-
renovabio,70002844712
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Data: 27/05/2019
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VALOR ECONÔMICO Ministro rejeita monopólio do urânio no país
Por Maria Cristina Fernandes | De Brasília
O ministro das Minas e Energia, Bento Costa de
Albuquerque Júnior, disse ao Valor que é
contrário ao monopólio na exploração das
reservas de urânio no país, o único minério sobre
o qual a União ainda tem monopólio
constitucional. Nos planos do ministro estão
parcerias público-privadas para a exploração das
minas de urânio de Caetité, na Bahia, e Santa
Quitéria, no Ceará, a partir de modelos
regionalizados, e a negociação dos intricados
entraves ambientais para sua exploração, hoje
paralisada.
Monopólio da União sobre urânio já não faz
sentido, diz ministro
Por Maria Cristina Fernandes | De Brasília
6-8 minutos
Bento Costa de Albuquerque Júnior foi recebido
com ceticismo no mercado pelas insígnias
nacionalistas de almirante que havia comandado
os mais estratégicos projetos da Marinha. Cinco
meses depois de assumir o Ministério das Minas e
Energia, o almirante de esquadra reformado já
mostrou que seu projeto para a pasta não colide
com a abertura ao capital privado e estrangeiro,
a começar por seu conceito de soberania: "Não
adianta dizer que esta riqueza é sua se o país
não tem condições de explorá-la e protegê-la".
O conceito se aplica a toda a exploração das
riquezas minerais do país, até mesmo às
reservas de urânio, o único minério sobre o qual
a União ainda tem monopólio constitucional.
Ressalva ser esta uma opinião pessoal, não
discutida no governo: "O Estado não deve ser
dono de tudo, nem das empresas. Deve fomentar
o investimento e aprimorar a regulamentação e a
fiscalização. Não é o monopólio que garante a
soberania, mas a capacidade de explorar as
riquezas do país e defender seus interesses".
Nos planos do ministro estão parcerias público-
privadas para a exploração das minas de urânio
de Caetité (BA) e Santa Quitéria (CE), a partir de
modelos regionalizados, e a negociação dos
intricados entraves ambientais para sua
exploração, hoje paralisada. A retomada da
exploração de ambas, diz, passará pelo
estabelecimento de parcerias externas.
Bento Albuquerque vê ainda um interesse
crescente do capital estrangeiro pelo
investimento em Angra 3. A modelagem
financeira para o investimento ainda não está
pronta, mas a indefinição não tem desestimulado
as consultas. Diz ter recebido relatos concretos
desse interesse do secretário-executivo adjunto
do Ministério das Minas e Energia, Bruno
Eustáquio, que esteve recentemente com o vice-
presidente Hamilton Mourão em viagem à China.
A China, disse, tem 45 usinas de geração de
energia nuclear e dez em construção. Hoje 12%
de sua geração de energia elétrica tem origem
nuclear e o objetivo é chegar a 25%, mesmo
patamar dos Estados Unidos. Aos investidores
daquele país, Eustáquio apresentou o
planejamento de leilões para o setor. "Eles estão
interessados em todas as áreas de geração de
energia e, particularmente, na energia nuclear",
diz. Segundo o ministro, até junho será definido
o modelo de licitação internacional para a escolha
do parceiro de Angra 3.
Ocupante de alguns dos principais cargos no
comando do projeto nuclear do país, chegando à
Diretoria-geral de Desenvolvimento Nuclear e
Tecnológico da Marinha, Bento Albuquerque
participou da parceria estratégica entre o Brasil e
a França para o desenvolvimento do submarino a
propulsão nuclear. Conhece, portanto, a renitente
resistência de setores da Marinha à assinatura do
protocolo adicional do Tratado de Não-
Proliferação Nuclear. O protocolo ampliaria as
inspeções internacionais às quais o país teria que
se submeter.
Enfrenta-a com o argumento de que o protocolo
não pode ser imposto ao Brasil, um país que tem
reservas e domina a tecnologia de
enriquecimento, da mesma maneira que o é a
outros países sem os mesmos predicados. "O
Brasil é um país nuclear", diz. Não descarta,
porém, que, negociadas salvaguardas nos
anexos, o país possa vir a negociar uma adesão
ao protocolo. Pretende repetir, este ano, as
visitas anuais que tem feito à Agência
Internacional de Energia Atômica, em Viena.
Sua concepção de soberania também molda o
futuro que projeta para a Petrobras. Com a
Data: 27/05/2019
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Grupo de Comunicação
venda das refinarias programada para junho,
Bento acredita que a estatal poderá se dedicar à
sua vocação, a exploração offshore em águas
profundas a partir do direito de preferência do
pré-sal.
Desde a posse, relatou, já teve oportunidade de
encontrar os presidentes mundiais de três das
maiores petrolíferas do mundo, BP, Shell e
Exxon, todas demonstraram interesse em
ampliar as parcerias com a Petrobras no pré-sal.
O presidente da Exxon, particularmente, teria
dito ao presidente Jair Bolsonaro, segundo seu
relato, que o pré-sal é a área de maior
produtividade mundial da indústria de petróleo, o
que torna mandatória a presença da empresa na
região.
O ministro também espera poder acelerar a
extensão, para as refinarias, da quebra do
monopólio da Petrobras definida pelo Congresso
desde 1997. "O Brasil exporta petróleo e importa
derivados, enquanto nossas refinarias não
operam em sua plena capacidade por falta de
investimento", disse. Para evitar que esses
investimentos possam gerar monopólios
privados, o ministro pretende mudar o estatuto
do Conselho Nacional de Política Energética
(CNPE) para tornar o Cade um integrante efetivo.
Bento se disse disposto ainda a ir em frente com
os leilões dos barris excedentes da cessão
onerosa, que ainda estão pendentes de
aprovação legislativa. "Já se foram cinco anos de
espera e não há mais tempo a perder; já se
foram dezenas de bilhões de reais pela demora."
O ministro também demonstra disposição em
enfrentar os embates ambientais que cercam a
construção de hidrelétricas com reservatórios. Só
a bacia Tocantins-Araguaia tem 50 mil
megawatts em usinas a construir, mas o setor
hoje vive sob a sombra dos desastres cometidos
em Belo Monte. "Se essas hidrelétricas são
importantes para a segurança energética do país,
vamos viabilizá-las", afirmou.
Disse ainda que sua pasta está se preparando
para apresentar, em dezembro, o plano decenal
de energia, além do plano nacional de energia
até 2050. Ambos foram discutidos com o
presidente durante o voo de ambos até Cascavel
para a inauguração da hidrelétrica do Baixo
Iguaçu na sexta-feira. Como o deslocamento até
a obra seria feito de helicóptero e o mau tempo
não permitiu a decolagem, a inauguração foi feita
por autoridades locais mas, na ocasião, ficou
combinado que a discussão dos planos com o
Congresso seria o momento adequado para os
novos parâmetros que guiarão o
desenvolvimento energético de um país que terá
a conjugar a preservação ambiental com um
aumento de demanda na geração de energia que,
em seus cálculos, será de até 40%.
https://www.valor.com.br/politica/6276303/mini
stro-rejeita-monopolio-do-uranio-no-pais
https://www.valor.com.br/brasil/6276287/monop
olio-da-uniao-sobre-uranio-ja-nao-faz-sentido-
diz-ministro
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Data: 27/05/2019
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Grupo de Comunicação
Deputado do PSL articula bancada de defesa
da Amazônia
Por Renan Truffi e Raphael Di Cunto | De Brasília
Apoiado por associações empresariais e
industriais, o deputado Delegado Pablo (PSL-AM),
que comanda o partido do presidente Jair
Bolsonaro no Amazonas, articulou o lançamento
de uma bancada denominada Frente Parlamentar
em Defesa da Amazônia, cujo objetivo é
regulamentar a exploração de minérios na região
da floresta e defender incentivos tributários tanto
da Zona Franca de Manaus como de outras áreas
que têm subsídio na região Norte.
O argumento do deputado é que, para garantir a
sustentabilidade da floresta amazônica, é preciso
dar oportunidade de trabalho para os moradores
da região. "Todo mundo fala de preservar a
Amazônia, mas ninguém ajuda o cara que mora
lá. Ele precisa viver, precisa de emprego. É isso
que garante que o cara não vai ter que cortar
lenha, poluir o rio", justifica Pablo.
Como forma de se fortalecer, o grupo deu
entrada no processo para abertura de um
instituto próprio, a exemplo da Frente
Parlamentar Agropecuária (FPA), que representa
os interesses da bancada ruralista no Congresso.
Com ajuda do agronegócio, a FPA mantém um
instituto, com uma luxuosa sede em Brasília, e
garante o lobby do setor na Câmara e no
Senado. Essa é a fórmula que Delegado Pablo
quer repetir para a bancada.
"A frente precisa de um instituto para ter
capacidade de cumprir aquilo que se propõe.
Quer fazer um workshop, uma capacitação, tudo
isso tem custo. Como é que eu vou fazer isso se
a frente não tem um CNPJ. Aí a gente criou o
Instituto em Defesa da Amazônia", disse. "Ainda
não há nenhuma instituição fechada [para apoio]
porque o instituto não foi montado, mas a
Associação Brasileira das Indústrias de
Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas [Abir]
e a Federação das Indústrias do Estado do
Amazonas [Fieam] nos procuraram, assim como
outros segmentos da sociedade. Deve ter uns 80
apoiadores já", complementou.
Com a promessa de patrocínio da Abir ao
instituto que auxiliará a frente, Pablo diz que um
dos pontos de atuação será o decreto do ex-
presidente Michel Temer que reduziu os créditos
de IPI gerados pela produção de xarope de
refrigerante na zona franca.
Os créditos, que chegavam a 20% e estimularam
empresas como Coca-Cola, PepsiCo e AB Inbev a
abrirem fábricas na região, foram reduzidos a 4%
para compensar os gastos com a desoneração do
diesel para acabar com os protestos dos
caminhoneiros. No fim do governo, Temer editou
outro decreto, com alíquota de 12% no primeiro
semestre de 2019 e de 8% no segundo
semestre, para que o novo governo decida. A
partir de 2020, se o governo Bolsonaro não fizer
nada, o percentual voltará para 4% - e as
empresas ameaçam deixar a Região Norte do
país.
"Fizemos um pedido para que o presidente e o
ministro da Economia observassem essa questão
do decreto presidencial", disse. "Nós cobramos
do presidente a isenção de atos que reduzam a
competitividade da região. Essa medida dos
combustíveis demonstra quão frágil é o modelo
constitucional: o presidente vai lá e a atinge um
segmento específico. Nós queremos esse
compromisso do governo federal."
Como forma de pressionar o governo, a bancada
do Amazonas tem ocupado outros postos
relevantes no Congresso, como a presidência da
comissão especial da Câmara que analisará os
incentivos tributários do país - dentre os quais
um dos maiores é a zona franca de Manaus. Sete
dois oito deputados do Estado estão no colegiado
e o presidente é o deputado Marcelo Ramos (PR-
AM), que também comanda a comissão da
reforma da Previdência.
Ramos já avisou que apresentará emenda à
proposta de reforma tributária em tramitação na
Câmara - foi aprovada pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) na semana passada -
Data: 27/05/2019
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Grupo de Comunicação
para impedir que os incentivos tributários da
zona franca sejam reduzidos. Essa mesma
pressão já ocorreu durante a tramitação da
reforma na legislatura passada e o relator, o ex-
deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), cedeu
para conquistar mais apoio político ao projeto.
https://www.valor.com.br/politica/6276261/depu
tado-do-psl-articula-bancada-de-defesa-da-
amazonia
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Data: 27/05/2019
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Moura diversifica e aposta em baterias para
energia elétrica
Por Camila Maia | De São Paulo
De olho no crescimento da mobilidade elétrica e
nas necessidades cada vez maiores de soluções
que estabilizem a energia gerada por fontes
intermitentes, a fabricante pernambucana de
baterias Moura desenvolveu sua tecnologia para
baterias para armazenamento de energia
elétrica, a primeira fabricada no Brasil. A
expectativa é que, em cinco anos, a divisão
represente até 20% da sua receita, que somou
R$ 1,4 bilhão em 2018.
As baterias foram desenvolvidas em parceria com
o Instituto Tecnológico Edson Mororó Moura
(ITEMM), em um processo que teve início há
mais de oito anos, quando a companhia,
tradicional fabricante de baterias para uso
automotivo, identificou a oportunidade de
mercado criada pelas mudanças tecnológicas no
setor elétrico. As baterias para armazenamento
de energia têm sido a aposta de gigantes
elétricas do mundo, como a AES, Siemens e LG.
A brasileira WEG adquiriu um negócio de
sistemas para armazenamento de energia nos
Estados Unidos.
O mercado para esse tipo de bateria ainda é
pequeno no Brasil, mas a companhia enxerga
potencial de crescimento. "Nossa expectativa é
que a divisão chegue a representar de 15% a
20% do nosso faturamento em 2025", disse Luiz
Mello, diretor geral comercial de baterias
industriais e armazenamento de energia da
Moura. "O segmento é a menina dos nossos
olhos, estamos muito animados."
"Nosso viés foi conseguir uma solução eficaz do
ponto de vista energético, que possa ter
integração com sistemas de geração eólica e
solar fotovoltaica, e também uma alternativa a
geração de diesel", disse Spartacus Pedrosa,
diretor executivo do ITEMM. Segundo ele, esse
objetivo foi alcançado, e as soluções serão
desenhadas de acordo com cada cliente.
Um diferencial em relação às baterias de
armazenamento de energia (chamadas pelo
jargão em inglês "storage") existentes no
mercado é que serão totalmente fabricadas no
Brasil, não sendo, portanto, submetidas às tarifas
de importação. "O produto é verde e amarelo e
reciclável", disse Mello.
"É fácil encontrar sistemas de armazenamento,
mas não são customizados, são quase
enlatados", disse Mello. A Moura promete uma
solução customizada para a necessidade de cada
aplicação. Por exemplo, há casos em que as
baterias serão a lítio, e em outros serão de
chumbo carbono. "Vai depender da aplicação",
disse Mello.
Os sistemas podem ter grande porte, chegando a
potência desejada pelo cliente. "A bateria fica em
contêineres de 20 a 40 pés, e consegue segurar
as necessidades de uma indústria ou comércio
por algumas horas", disse Pedrosa. A bateria
ocupa algo em torno de dois terços do contêiner,
sendo que o restante envolve inversores,
controladores, e sistemas que monitoram a rede
e podem acionar a descarga "num piscar de
olhos" se for necessário. A solução pode ser
entregue de forma completa, com o software de
gestão e comunicação do sistema de
armazenamento.
Segundo Mello, projetos de geração solar ou
eólica podem usar as baterias para manter a
estabilidade na geração durante a noite ou
quando não houver vento. Os equipamentos
também podem substituir geradores a diesel. A
partir de 2020, uma mudança nos preços de
energia no mercado de curto prazo pode tornar a
tecnologia mais atrativa. Os preços, que são hoje
fixados semanalmente, passarão a ser horários.
Como durante à noite o consumo é menor, a
tendência é que o custo da energia seja mais
barato, período na qual a bateria pode ser
recarregada.
A Moura criou uma divisão de negócios separada
voltada para os sistemas de armazenamento de
energia, com gestão independente e aposta no
mercado nacional e internacional. "Temos
diversos negócios encaminhados. Alguns bem
avançados em fase de assinatura de contrato,
outros ainda em fase de engenharia e estudo da
melhor alternativa", disse Mello.
O grupo foi fundado em 1957 na cidade de Belo
Jardim, em Pernambuco. Hoje, a companhia tem
sete unidades industriais, seis no Brasil e uma na
Argentina, e tem cerca de 6 mil colaboradores.
As baterias serão fabricadas no parque industrial
de Belo Jardim.
https://www.valor.com.br/empresas/6276243/m
oura-diversifica-e-aposta-em-baterias-para-
energia-eletrica Voltar ao Sumário
Data: 27/05/2019
77
Grupo de Comunicação
Perdoar erros pode ajudar a prevenir
condutas antiéticas
Por Letícia Arcoverde | De São Paulo
A maioria dos desvios éticos dentro de empresas
acontece não porque os funcionários agem em
benefício próprio, mas porque eles querem
contribuir para a companhia ou não entendem os
conflitos de interesse que envolvem sua
atividade, na visão do israelense Dan Ariely. O
professor de economia e psicologia
comportamental da Universidade Duke defende
que áreas de compliance não funcionam para
coibir irregularidades se a companhia não
incentivar o comportamento ético por meio
da cultura organizacional, das estruturas de
remuneração e da capacidade de perdoar erros.
Autor de livros como "Puramente Irracional" e "A
Mais Pura Verdade sobre a Desonestidade"
(Editora Elsevier), além do lançamento "A
Psicologia do Dinheiro" (Sextante), Ariely é um
pesquisador e escritor prolífico em diversos
assuntos, mas se dedica principalmente a
entender como a mente humana funciona. Ele
conversou com o Valor na semana passada,
quando esteve em São Paulo para anunciar uma
parceria com a consultoria de compliance e
gestão de risco ICTS Protiviti, que passará a
oferecer exclusivamente os treinamentos
desenvolvidos por Ariely no Brasil.
"Nós costumamos achar que desvios éticos
acontecem com pessoas ruins que calculam a
chance de ser pego ou por quanto tempo serão
punidos. Mas isso não explica quase nada",
afirma Ariely. Ele cita o escândalo da
manipulação da taxa Libor, protagonizada por
bancos britânicos, como um exemplo de caso
movido menos a egoísmo e mais pela vontade de
entregar resultados. "As pessoas que
participaram da fraude eram funcionários de
níveis baixos que achavam que estavam
ajudando a empresa", diz.
Para Ariely, com a exceção de psicopatas ("evite
contratá-los", adiciona) as pessoas são mais
complexas do que simplesmente 'honestas' e
'desonestas'. Um atleta que faz uso de doping,
por exemplo, não tem necessariamente mais
probabilidade de trair a esposa, ou vice-versa. O
ambiente em que um indivíduo se encontra, bem
como seus incentivos e recompensas, é essencial
para influenciar o comportamento - no caso de
empresas, a principal culpada é a cultura
organizacional. "A cultura pode dar tarefas
insolúveis para as pessoas", diz. É o caso de
metas inalcançáveis que não questionam como
os funcionários irão entregá-las.
O comportamento ético dos líderes da
organização também contribui em muito para o
dos demais funcionários. Ariely usa como
exemplo uma empresa de serviços de gás que
conheceu no passado, que instruía os
funcionários a estacionar em locais proibidos
para ter mais agilidade no atendimento aos
clientes. Ao mesmo tempo, a empresa pedia que
os empregados usassem sempre os
equipamentos de segurança - o que não
acontecia. Uma vez comunicado que economizar
tempo era a prioridade e que valia a pena
cometer infrações de trânsito para alcançar esse
objetivo, por que as equipes perderiam tempo
vestindo um capacete? A lição estava dada.
Para incentivar comportamentos éticos, um dos
pontos em que Ariely mais se demora, no
entanto, é a capacidade de perdoar deslizes
quando eles de fato acontecem. "Se as pessoas
erraram e se arrependeram, e não há perdão,
elas vão esconder os erros. Pessoalmente, se eu
comandasse uma organização, perdoaria todos
os erros cometidos se eles fossem frutos de boas
intenções", diz. Para o professor, a maioria das
empresas encontra dificuldade nessa abordagem
porque ela exige transparência e abertura para
funcionar.
Não é o caso de manter o comportamento
indesejado - pois ele pode ser imitado e se
espalhar pela organização - mas de interromper
a deterioração com que pessoas se deixam levar
e que eventualmente pode se transformar em um
caminho sem volta. "Se formos claros que algo
foi um erro e que não queremos que ele se
repita, eu não acho que isso encorajaria mais
Data: 27/05/2019
78
Grupo de Comunicação
erros, e sim que as pessoas serão mais abertas
quando cometerem equívocos", explica.
O treinamento desenvolvido por Ariely, que será
adaptado pela ICTS para ser aplicado em
companhias no Brasil, busca reconhecer possíveis
armadilhas e conversar sobre conflitos de
interesse e as saídas mais adequadas para
situações em que eles apareçam. A ideia é, por
meio de treinamentos curtos e frequentes, criar
uma mentalidade em que a ética faz parte do dia
a dia e a compliance deixa de ser apenas
"advoquês". Fernando Fleider, CEO da ICTS
Protiviti no Brasil, conta que o país passou por
um período em que os temas ética e compliance
surgiram de forma muito reativa e "burocrática",
decorrente da deflagração da Operação Lava-
Jato.
"Depois que as empresas instituíram grandes
estruturas de compliance, veio a pergunta: e
agora? O grande objetivo deve ser promover a
ética de forma preventiva", diz Fleider. Os
treinamentos envolvem workshops presenciais
com a alta direção e com gerentes médios, e uso
de vídeos e outras ferramentas de e-learning
para os demais funcionários. As primeiras
experiências serão com profissionais da área
médica, setor estudado por Ariely.
Para o israelense, as estruturas de remuneração
e outros tipos de incentivo podem criar conflitos
de interesse que nem todas as profissões se
dedicam a analisar. Ele afirma não ver resultados
positivos no uso de remuneração variável
baseada no desempenho individual, que incentiva
competição interna e pode criar pressões
exacerbadas e levar a comportamentos
antiéticos, mas vê utilidade em bônus que levam
em conta as entregas da equipe ou da
organização como um todo.
Ele usa um exemplo da sua própria carreira para
ilustrar esses perigos. Quando foi professor no
MIT, onde lecionou por uma década até 2008, a
universidade exigia que o resultado dos
instrutores fosse medido por uma fórmula que
levava em conta fatores como o número de
alunos e o tempo em sala de aula. "Eu gostava
de dar aulas e os alunos gostavam de assistir às
minhas aulas, mas eu cheguei à conclusão de
que poderia maximizar a equação dando só uma
disciplina por ano. Eu acabei dando preferência
ao que não era útil, por causa desse incentivo",
explica. Para ele, muitas vezes os bônus têm
regras baseadas em entendimentos "ingênuos"
do que realmente motiva as pessoas. "Fazemos
com que elas maximizem algo mas sacrifiquem
outras coisas", diz.
Recentemente ele fez um estudo ainda não
publicado que apontou que as empresas que
tratam bem os seus funcionários dão retornos
financeiros 12% acima da média. Ao analisar
cerca de 80 elementos para identificar o que faz
diferença na relação com os empregados, viu que
o salário não é um deles. "Mas o senso de justiça
na remuneração, sim", adiciona.
Outro ponto que se mostrou importante foi a
transparência na gestão. "A compliance não
vai impedir escândalos. A ética e o perdão,
sim, mas você precisa integrá-los na empresa de
uma maneira diferente, e você não consegue
fazer isso se os funcionários não estiverem
engajados. Se as pessoas não estiverem
conectadas com o objetivo de longo prazo dos
projetos e da companhia, ser antiético é muito
tentador."
https://www.valor.com.br/carreira/6276241/perd
oar-erros-pode-ajudar-prevenir-condutas-
antieticas
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Data: 27/05/2019
79
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Abradee foca agora em bitributação,
geração distribuída e mercado livre
Por Daniel Rittner | De Brasília
A voz em Brasília das distribuidoras de energia,
um segmento com receita bruta em torno de R$
250 bilhões e que emprega quase 200 mil
trabalhadores, acaba de mudar. O engenheiro
Marcos Aurélio Madureira da Silva, ex-diretor de
distribuição da Eletrobras e ex-presidente da
estatal Chesf, assumiu na semana passada a
presidência da Abradee (associação do setor)
para um mandato de quatro anos. Ele substituiu
Nelson Leite, que estava no comando da entidade
desde 2010.
À frente da interlocução com o governo e com a
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),
além do Congresso, Leite enfrentou uma agenda
de crises e complicações nos últimos nove anos.
A lista de problemas foi extensa: os empréstimos
do Tesouro Nacional e da Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para
amortecer a alta das contas de luz, a criação das
bandeiras, o desgaste provocado pelo "realismo
tarifário" de 2015, a prorrogação das concessões
por 30 anos, o longo processo sobre a devolução
de R$ 7 bilhões ao consumidor por suposta
cobrança indevida nas tarifas.
E houve avanços: a elegibilidade das
distribuidoras para emitir debêntures
incentivadas de infraestrutura, o reconhecimento
de que a migração de consumidores para o
mercado livre gera sobrecontratação involuntária,
ajustes nas declarações de compra de energia
para reposição dos contratos de fornecimento.
Madureira chega em um momento de menos
emergências, mas também importante para o
futuro dos negócios de distribuição. Nas próximas
semanas, ele pretende levar ao Ministério de
Minas e Energia uma proposta sobre o fim da
bitributação de PIS e Cofins. A parcela das
distribuidoras nas tarifas de energia caiu de 39%,
no início dos anos 2000, para os atuais 19%. Foi
ocupada principalmente por impostos e tributos.
Diante das restrições fiscais da União e dos
Estados, são quase inexistentes as esperanças
sobre uma discussão maior sobre carga
tributária. A Abradee quer, no entanto, focar em
um ponto: hoje se cobra PIS/Cofins sobre o valor
recolhido nas faturas dos consumidores para a
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), o
fundo responsável pelos subsídios no setor
elétrico, e depois na transferência dos recursos
pela CCEE (gestora do fundo) aos beneficiários
desses subsídios.
A interpretação da Receita é de que são duas
operações distintas e cada uma deve ser
tributada separadamente, mas a Abradee
entende que se trata de uma coisa só. Por isso, o
objetivo é eliminar essa dupla cobrança. O efeito
potencial do fim da "distorção" é tirar cerca de
R$ 1,5 bilhão das contas de luz - o que poderia
gerar queda de 1 ponto percentual para os
consumidores finais.
Há outros desafios tão ou mais complexos na
área regulatória. A Aneel deve definir, no
segundo semestre, regras para a microgeração
distribuída - principalmente residências e
pequenas empresas que produzem energia a
partir da instalação de painéis fotovoltaicos.
Trata-se de uma das grandes transformações em
andamento, no setor elétrico, por causa das
mudanças tecnológicas que podem viabilizar o
armazenamento em baterias e pela potencial
perda de mercado para distribuidoras.
"É necessário ter um equilíbrio entre os custos
dos consumidores cativos e aqueles que estão
fazendo a opção por geração distribuída", afirma
Madureira. Para ele, o ponto é evitar "subsídios
cruzados" que vão onerar os clientes das
distribuidoras. "Nós não temos nenhum interesse
em que haja prejuízo ao empreendedor que
queira entrar na geração distribuída. Só não pode
haver um resultado desequilibrado."
Data: 27/05/2019
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Grupo de Comunicação
A Abradee monitora com cuidado, também, a
tramitação do projeto de lei 1.917/2015 e a
intenção do governo de trabalhar em um novo
marco regulatório do setor elétrico. O texto atual
prevê a ampliação progressiva do mercado livre
até 2028, quando cairia o limite para a migração
dos consumidores de baixa tensão.
Madureira não vê problemas com esse prazo,
mas enfatiza uma ideia que deve nortear as
discussões: "A postura que defendemos é que
nada seja feito com sobressalto. Se houver
mudanças, precisam ser respeitados os
compromissos com empresas e consumidores."
https://www.valor.com.br/empresas/6276237/ab
radee-foca-agora-em-bitributacao-geracao-
distribuida-e-mercado-livre
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Data: 27/05/2019
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Grupo de Comunicação
Fundos se aliam a distribuidoras por
Liquigás
Por Maria Luíza Filgueiras e Vanessa Adachi | De
São Paulo
Fundos de investimento e empresas do setor de
distribuição de combustíveis negociam a
formação de consórcios para fazer ofertas pelo
controle da Liquigás, distribuidora de gás
liquefeito de petróleo (GLP) que a Petrobras
colocou à venda pela segunda vez. Propostas não
vinculantes devem ser entregues no dia 7 de
junho, de acordo com duas fontes.
Ao menos nove grupos já acessaram os dados do
processo de venda da Liquigás, apurou o Valor.
As operadoras Ultragaz, Nacional Gás, SHV,
Copagaz, uma trading estrangeira, e os fundos
de private equity CVC Capital Partners, Advent,
Carlyle e Warburg Pincus estão avaliando o ativo.
A restrição do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade) para que grandes empresas do
setor adquiram a Liquigás abriu espaço para que
os investidores financeiros tenham chance no
processo desta vez. No primeiro processo de
venda feito pela Petrobras, em 2016, a Ultragaz
levou a empresa por R$ 2,8 bilhões, mas no ano
passado a transação acabou vetada pelo Cade,
que enxergou grande concentração nesse
mercado. Na ocasião, o grande interesse elevou
os preços e acabou afastando os fundos de
investimento da transação.
Agora, para atender à restrição do Cade, a
Petrobras limitou a 30% a participação das
distribuidoras na formação de consórcios. Os
fundos podem entrar sozinhos, mas avaliam que
em parceria suas chances aumentam.
"Com um estratégico ao nosso lado, que tenha
sinergias a capturar, temos chance de oferecer
um preço maior e sermos mais competitivos", diz
o gestor de um fundo que avalia o ativo. "Se não
conseguirmos fechar uma parceria, devemos ficar
de fora", completa o executivo.
A parceria é relevante também para assegurar a
gestão do negócio. "Tem que ter 'management',
já entrar com gestão pronta", diz o executivo de
uma outra gestora. "Estamos avaliando ainda a
questão de liquidez, se teríamos saída simples
desse investimento", complementa outro gestor
que avalia os dados, mas que ainda não engajou
equipe para efetivamente fazer proposta.
A estatal permitiu a participação de investidores
financeiros que tenham ativos sob administração
ou gestão de pelo menos US$ 1 bilhão. Para as
empresas, a receita bruta tem que ser acima de
US$ 100 milhões.
Em maio, os potenciais interessados assinaram
com a Petrobras um acordo de confidencialidade
para ter acesso ao memorando com informações
do ativo. Ainda não foram feitas propostas até o
momento. A Ultragaz havia se disposto a pagar
R$ 2,8 bilhões pela Liquigás. A Petrobras espera
arrecadar pelo menos algo em torno de 70%
deste valor, na projeção de analistas de
investimento. A companhia chegou a avaliar
fazer uma oferta de ações da Liquigás, após o
veto do Cade, mas acabou se decidindo por uma
nova rodada de venda direta. A avaliação dos
bancos era que o tamanho da companhia tornava
pouco atrativo uma abertura de capital.
A Liquigás atua no engarrafamento, distribuição e
comercialização de GLP em 23 estados. A
empresa atende mensalmente mais de 35
milhões de consumidores residenciais e fornece
produtos para indústria e comércio.
https://www.valor.com.br/empresas/6276231/fu
ndos-se-aliam-distribuidoras-por-liquigas
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Data: 27/05/2019
82
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Planalto tenta fechar acordo com Estados
por saneamento
Por Daniel Rittner | De Brasília
O Palácio do Planalto deflagrou na sexta-feira
uma ofensiva junto a governadores do Centro-
Sul com o objetivo de evitar a perda de vigência
da medida provisória do saneamento básico,
disseram ao Valor fontes do governo federal
envolvidas na articulação.
A MP 868, que abre mais o setor para a iniciativa
privada, expira no dia 3 de junho. Carta assinada
por 24 dos 27 governadores critica a proposta do
governo e o relatório do senador Tasso Jereissati
(PSDB-CE) sobre a MP. Eles veem, no texto, uma
tentativa de forçar a privatização das companhias
estaduais de saneamento. São Paulo, Minas
Gerais e Rio Grande do Sul não assinaram o
documento. Os três têm planos de privatizar suas
estatais.
No cálculo político do governo, os governadores
do Nordeste dificilmente vão ceder aos apelos da
União e dar apoio à MP 868. A estratégia para
sua aprovação tem que ser executada até hoje
ou amanhã, quando a reunião semanal de líderes
partidários ocorre na Câmara dos Deputados e
definem-se os projetos pautados em plenário.
O maior foco do governo está nas conversas com
três governadores: Wilson Witzel (PSC-RJ),
Ibaneis Rocha (MDB-DF) e Carlos Moisés (PSL-
SC). O Planalto acredita que há chances de
convencê-los e de que peçam às suas bancadas
no Congresso pela aprovação da MP.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos
Alberto dos Santos Cruz, e a equipe do Ministério
do Desenvolvimento Regional mergulharam nas
negociações. A área econômica também deve
entrar nas tratativas, conversando com
secretários estaduais de Fazenda.
Uma das reclamações em Brasília é que a posição
dos governadores tem sido muito influenciada
pelos presidentes das companhias estaduais de
água e esgoto, levando em conta interesses
corporativos, e não o cumprimento das metas de
universalização dos serviços.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) divulgados nesta semana
mostram que 72,4 milhões de pessoas viviam em
domicílios sem acesso à rede coletora de esgoto
em 2018.
A essência da proposta do governo é acabar com
os contratos de programa (pelos quais os
municípios podem contratar diretamente as
empresas estaduais de saneamento) e exigir
contratos de concessão (nos quais há exigência
de licitação aberta à iniciativa privada) para
serviços de saneamento.
Para evitar que localidades menores e pouco
rentáveis sejam prejudicados pela falta de
interesse dos investidores, Tasso e o governo
acertaram a criação da figura dos "blocos de
municípios", misturando áreas mais e menos
lucrativas.
Na terça-feira passada, em uma tentativa de
dobrar a resistência dos Estados, o Ministério do
Desenvolvimento Regional apresentou uma nova
proposta de emenda ao texto em plenário. Ela
previa a possibilidade de prorrogação dos
contratos de programa, uma única vez, mas
mediante uma subconcessão ou parceria público-
privada (PPP) para os futuros investimentos. Os
Estados seriam obrigados a seguir uma meta
fixada pela Agência Nacional de Águas (ANA)
para universalizar água e esgoto.
Não houve acordo entre União e Associação das
Empresas de Saneamento Básico Estaduais
(Aesbe), mas o governo acredita que há como
reverter isso. O problema estaria em detalhes do
texto, como o prazo para a definição dos novos
contratos, e não no conceito. A ideia é insistir na
emenda, com algumas alterações que possam
atender à Aesbe.
O especialista em infraestrutura Luís Felipe
Valerim Pinheiro, do escritório XVV Advogados,
defende que o governo não deveria desperdiçar a
Data: 27/05/2019
83
Grupo de Comunicação
oportunidade de aprovar novas regras para o
saneamento que são pouco conflituosas na MP.
É o caso do artigo que permite à ANA criar
normas de referência para todas as agências
reguladoras estaduais e municipais do setor -
hoje são 49 no país, promovendo uma "salada
regulatória".
Outro ponto de avanço é o pagamento
obrigatório de tarifa pelas residências ou
unidades comerciais conectadas à rede pública de
saneamento. Atualmente, como a conexão é
opcional, muitas famílias de baixa renda
preferem evitar mais um pagamento. Na visão de
Valerim, se perceber o risco elevado de a MP
cair, o governo deveria abrir mão dos pontos
polêmicos e avançar no que está pacificado.
https://www.valor.com.br/politica/6276269/plan
alto-tenta-fechar-acordo-com-estados-por-
saneamento
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Data: 27/05/2019
84
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Ministros do STJ analisam autuação
milionária da CPFL
Por Beatriz Olivon | De Brasília
A Fazenda Nacional saiu na frente no julgamento
em que a 2ª Turma do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) vai decidir a validade de uma
autuação fiscal de R$ 511 milhões, em valores
atualizados, aplicada contra a Companhia
Paulista de Força e Luz (CPFL). Por enquanto,
votou apenas o relator, ministro Francisco Falcão,
contra a anulação da cobrança. O julgamento foi
suspenso por pedido de vista.
A discussão envolve aportes que a companhia se
comprometeu a fazer, a partir de 1997, na
Fundação Cesp, entidade fechada de previdência
complementar que administra planos para os
empregados das empresas do setor de energia
elétrica do Estado de São Paulo. Para eliminar
déficit de R$ 426 milhões, seriam feitos
desembolsos por 20 anos.
No ano seguinte, a CPFL deduziu integralmente
da base de cálculo do Imposto de Renda (IRPJ) e
da CSLL o valor total dos aportes e foi autuada
pela Receita Federal. No processo, alega que fez
os desembolsos dentro do contexto de
privatizações realizadas pelo governo de
Fernando Henrique Cardoso e que havia uma
solução de consulta favorável à operação.
Após decisões contrárias, a CPFL levou a questão
ao STJ (REsp 15 82681 e REsp 1644556). No
julgamento, o procurador-geral da Fazenda
Nacional, José Levi Melo do Amaral, e o
procurador Marcelo Kosminsky argumentaram
que, em 1997, foram desembolsados pela
companhia apenas R$ 8,5 milhões e, com base
no Regulamento do Imposto de Renda de 1994,
não poderia deduzir o valor total.
Os procuradores também alegaram que a solução
de consulta apresentada pela empresa não foi
feita pela forma tradicional. A defesa da CPFL foi
direto ao secretário da Receita Federal, sem
expor de maneira correta os fatos, o que teria
induzido o órgão a erro, segundo eles. E mesmo
que fosse válida, acrescentaram, não poderia ser
aplicada.
A dedução integral, segundo a Receita, poderia
ser feita em caso de novação de dívida, o que
não seria o caso, de acordo com os procuradores.
"No caso, não houve pagamento, mas pretenso
contrato de novação que implicava mero aporte
diferido no tempo", afirmou o procurador-geral.
"Teria havido, quando muito, mera repactuação."
Em sustentação oral, o advogado da CPFL, Ives
Gandra da Silva Martins, destacou a consulta ao
secretário da Receita Federal que indicou ser
correto o procedimento. "Seguiu-se o que o
órgão aconselhou em nível de confiança e boa-
fé", disse.
De acordo com o advogado, em São Paulo foram
privatizadas as empresas Eletropaulo e a CPFL.
Ambas deviam para a Fundação Cesp valores
elevados, que inviabilizariam as privatizações, e
foram autuadas após processos de renegociação.
A Eletropaulo, acrescentou o advogado,
conseguiu derrubar a autuação no Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A CPFL
perdeu o prazo de recorrer ao tribunal e acabou
levando a questão à Justiça. "A Eletropaulo que
não tomou cautela nenhuma, não fez consulta à
Receita, ganhou no Carf", afirmou. "O governo de
São Paulo ganhou muito, porque teve um ágio
superior, e agora a Receita quer ganhar."
Em seu voto, o relator do caso, ministro
Francisco Falcão, entendeu que o STJ não
poderia reavaliar provas. Porém, conheceu em
parte do recurso e negou-lhe provimento. Para
ele, a consulta à Receita Federal não foi feita pelo
canais corretos e haveria imprecisões no
requerimento feito pela empresa, o que teria
induzido o órgão a erro.
Segundo Falcão, não foi quitada dívida e não há
possibilidade de se verificar direito da empresa
de aplicar benefício do Regulamento do Imposto
de Renda. "Somente pela prorrogação do prazo
de pagamento não haveria novação", disse ele,
acrescentando que "esse é um fato controvertido,
que depende de perícia judicial, imprópria em
mandado de segurança".
https://www.valor.com.br/legislacao/6276027/mi
nistros-do-stj-analisam-autuacao-milionaria-da-
cpfl
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