ciis 2013 anais-completo
TRANSCRIPT
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Anais do 1 Congresso Internacional de Inovao e SustentabilidadeCincia e Tecnologia como Vetores da Sustentabilidade
OrganizaoVivian Aparecida Blaso S.S. Cesar
Sasquia Hizuru Obata
So PauloVespa Comunicaes
2013
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C4902 Anais Anais do 1 Congresso Internancional de Inovao e Sustentabilidade Cincia e Tecnologia como Vertores da Sustentabilidade / Originou-se no Congresso Internacional de Inovao e Sustentabilidade, 1; Iniciativa da Agncia de Comunicao Conversa Sustentvel; Revista Sustentabilidade; apoio da FATEC Tatuap Victor Civita. So Paulo: Vespa Comunicao, 2013. 344 p.: il, grafs e tabs.
978-85-67085-02-9 Referncias bibliogrficas.
1. Cincia. 2. Tecnologia. 3. Sustentabilidade. 4. Congresso Internacional de Sustentabilidade, 1. I.Ttulo. II. Agncia de Comunicao Conversa Sustentvel. II. Revista Sustentabilidade. III. FATEC Tatuap Victor Civita. CDD 600 CDU 6
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SUMRIO
Captulo 1: Certificaes e avaliaes
Abrangncias e limitaes de processos de certificaes em sustentabilidade - Jos Geraldo Falco Britto
A percepo dos gestores dos meios de hospedagem certificados em sustentabilidade caso da certificao NBR 15401 no Brasil - Cludio Alexandre de Souza e Rafaela Caroline Simo lvares
Comparao do desempenho energtico de edifcios comerciais de referncia usando as certificaes LEED e PROCEL-EDIFICA - Luana Eid Piva Bertoletti, Alberto Hernandez Neto
Indicadores de sustentabilidade para avaliar iniciativas de educao ambiental - Catarina Jahnel de Oliveira
Monitoramento de aves em reas florestais certificadas - Manoelle Fuzaro Gullo
Programa de qualificao de fornecedores (PQF) e ISO 9001:2008: um estudo de caso em uma pequena rede independente de hotis - Antnio Oscar Santos Ges, Talles Vianna Brugni eMaria Josefina Vervloet Fontes
Captulo 2: Comunicao, Cultura e Sustentabilidade
Aplicacoes do bambu em construes sustentveis - Lety del Pilar Fajardo Cabrera de Lima e Ruth Marlene Campomanes Santana
Arquiteturas interativas inteligentes: como as redes digitais podem fazer parte das estratgias e aes de sustentabilidade das organizaes - Julliana Cutolo Torres e Fernanda Cristina Moreira
A sustentabilidade social, cultural e econmica de comunidades tradicionais e empreendimentos econmicos solidrios - Seila Cibele Sitta Preto e Ana Luisa Boavista Lustosa Cavalcante
Design consciente para um futuro sustentvel - Lety del Pilar Fajardo Cabrera de Lima e Ruth Marlene Campomanes Santana
Educacao, cincia e o planeta - Igor Oliveira Rocha
O desafio da comunicacao sob o foco da Sustentabilidade - Rachel Machado de Sousa, Sarah Aparecida da Cruz, Alex Donizeti do Rosrio
O papel da comunicacao nos processos de relacionamento entre empresas e comunidades - rica Maruzi do Monte Pereira
Sistema automtico para beneficiamento de plen apcola com estrutura em alumnio reciclado para a cadeia produtiva da apicultura sustentvel - Otvio Campos Pereira, Ederaldo Godoy Jnior, Daniela Helena Pelegrine Guimares, Ldia Maria Ruv Carelli Barreto, Gustavo Frederico Ribeiro Peo, Paula Vasconcellos
Sustentabilidade comeca na Educacao Desafios para a acao - Janana Dourado, Maria Teresa Stefani, Cssia Maria Paula Lima
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Captulo 3: Construo Sustentvel, Cidades Sustentveis
A gesto de resduos slidos no Brasil - Dirlei Andrade Bonfim, Juliana Oliveira Santos2, Rubens Jesus Sampaio3, Milton Ferreira da Silva Junior
Anlise de ventilao natural em habitao popular - Mario Roberto Nantes Junior, Gabriel Borelli Martins, Paulo Jos Saiz Jabardo, Gilder Nader
Aplicao do resduo slido da indstria de reciclagem de alumnio como material pozolnico - Inara Guglielmetti Braz, Mirian Chieko Shinzato, Tarcsio Jos Montanheiro, Vincius Ribeiro
A Tecnologia em Gesto Organizacional como possibilidade de realizao de tecnologia social para a sustentabilidade: caso Cooperlrios - Jakeline Pertile Mendes
Bambu uma alternativa sustentvel - Lety del Pilar Fajardo Cabrera de Lima e Ruth Marlene Campomanes Santana
Gesto sustentvel de condomnios em prol de cidades sustentveis: case do condomnio Edifcio Residencial Porto di Nucci - Alcino Vilela
Habitaes populares: Como os moradores convivem com a ausncia de conceitos sustentveis - Suelem Maurcio Fontes Macena, Sasquia Hizuru Obata, Daniel de Andrade Moura, Gilder Nader
Poltica urbana e sustentabilidade: subsdios ao processo de reviso do plano diretor de Franca - Mauro Ferreira
Tnel de Vento: uma importante ferramenta a servio de tecnologias sustentveis - Gabriel Borelli Martins, Alessandro Alberto de Lima, Paulo Jos Saiz Jabardo, Gilder Nader
Viabilidade para implantacao de edifcios de balanco energetico zero no Brasil - Roberto Oranje
Captulo 4: Consumo Sustentvel
AE Sistema De T-Commerce (COMRCIO Eletrnico Pela Tv) - Alex da Rocha Alves e Elievan Freitas Paulino
A importncia do descarte adequado do lixo eletrnico na Universidade de So Paulo - Henry Jlio Kupty, Natalia Ramos De Carvalho, Suelen Bicciatto Garcia Ferreira
Consumo Sustentvel - Um estudo analtico da Evoluo do Consumo Verde - Roberto Jos Almeida de Pontes
Eventos lixo Zero - Jos M. Furtado
Reaproveitamento de Resduos da Indstria do Vesturio - Rutiele Harlos
Captulo 5: Ecopoltica
Poltica de resduos slidos do Japo: um modelo a ser seguido pelo Brasil? - Tiago Trentinella
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Capitulo 6: Educao e Ensino a Distncia
Arquitetura escolar e sustentabilidade: uma abordagem considerando o Autoritarismo Educacional - Disciplinamento (Panptico) e a Educao Libertria - Slvia Kimo Costa, Milton Ferreira da Silva Jnior
Educao EaD e incluso digital social - Val Stiro
O Brasil e sua logstica reversa - Arthur Lamblet Vaz
Projeto Layout de Casa Ecolgica Auto Sustentvel para fins didticos - Fbio Rubio e Nilson Yukihiro Tamashiro
Responsabilidade Social: a ISO 26.000 aplicada ao Ensino Superior - Helena Maria Gomes Queiroz
Teoria da Respeitabilidade - Maria Aparecida Munin de S e Henry Julio Kupty
Captulo 7: Empreendedorismo e inovaes Tecnolgicas sustentveis
Acessibilidade em parques ambientais - J. G. S. de Souza, L. D. de Carvalho e N. Santos
Aplicao da gesto de design no Empreendimento solidrio Mulheres do Mirassol - Agda Bernardete Alano e Luiz Fernando Gonalves de Figueiredo
Argamassa Polimrica Para Assentamento de Alvenaria - Michael Jackson Alves dos Santos
Dialogando sobre a Interface da Geoinformao em processos de Educao para Sustentabilidade Patrcia Garcia da Silva Carvalho, Valria Crivelaro Casale e Felipe Souza Marques
Empreendedorismo, responsabilidade social e sustentabilidade empresarial- o caso do museu do marceneiro- Maria Lusa Silva e Ftima Jorge
Equipamentos Eletroeletrnicos- Logstica Reversa, Elementos Qumicos Adequados e os Benefcios para o Meio Ambiente - Eliane M. Grigoletto, Moacir Pereira e Marco Antnio Silveira
Inovao, tecnologia e sustentabilidade - Rachel Machado de Sousa
O uso do fosfogesso como material alternativo de construo- uma soluo sustentvel - Joo Ailton Brondino e Almir Sales
Processo Eletrnico da Justia Federal da 4 Regio- Inovao Tecnolgica, Eficincia e Sustentabilidade - Daniela Garcia Giacobbo
Produo de biodiesel no ensino de qumica: uma proposta sustentvel - Anderson de Oliveira Lima, Arthur Ruola Coiado e Melina Kayoko Itokazu Hara
Sustentabilidade comparativa dos modelos energticos brasileiro e espanhol - Xavier Miro Fuentes
Tecnologia e sistemas de processamento de resduos - um estudo de empresas de Mato Grosso do Sul - Pablo Terra de Moraes Luizaga e Cludia Moreira Borges
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Captulo 8: Prticas e processos organizacionais
A importncia da participao nas autarquias locais - Jos Fidalgo Gonalves e Jos Elias Ferreira Ramalho
Benefcios percebidos pela adoo dos sistemas de colaborao - Marcos Alexandre dos Reis Cardillo, Mrcia A. Vieira Silva e Luiz Daniel Matsumato
Gestao Socioambiental - avaliaao das praticas para a sustentabilidade na industria - Henrique Martins Galvo
Subjetivao e Novos Indicadores de Performance: Contribuies para uma nova Ferramenta de Monitoramento em Sistema Integrado de Gesto (2Qs) - Karla Rocha Carvalho Gresik e Milton Ferreira da Silva Jnior
Voluntariado empresarial como ferramenta de desenvolvimento de competncias humanas - Andrea Goldschmidt
Captulo 9: RSE e sustentabilidade: desafio Local, desafio Global
Assimetrias, Oportunidades E Cooperao No Contexto Da Responsabilidade Social Globalizada - Jos Quintal e Jos Ramalho
Incluso Social Corporativa - Henry Julio Kupty e Marta Hiromi Mendes
O Trfico Internacional de Animais Silvestres Brasileiros uma anlise dos prejuzos ambientais e sociais desta atividade - Lucivnia Pereira Teixeira de Oliveira, Priscila Mara Ribeiro, Renata Rodrigues Teixeira e Renata Giovanoni Di Mauro
Responsabilidade Social Corporativa e Responsabilidade Socioambiental: um estudo de caso da COEPAD - Adriana Regina Espndola, Rosane Cristina Jacques e Susany Perardt
Responsabilidade Social E Sustentabilidade Empresarial Para O Desenvolvimento Regional O Caso Da EDIA, S.A. - Maria Lusa Silva e Doutora Ftima Jorge
Captulo 10: Sade, meio ambiente e desenvolvimento urbano
A integracao dos setores para transformar o lixo numa soluco socioambiental - Letcia Vilela de Aquino
Avaliao da qualidade da gua residuria tratada por membrana cermica de microfiltrao - Julyanna Damasceno Pessoa, Cristiane Macedo Rodrigues, Kepler Borges Frana eTaline Sonaly Sales dos Santos
Avaliacao_da vulnerabilidade familiar dos moradores do bairro de Mangabeira na cidade de Joo Pessoa (PB) - Mnica Maria Souto Maior e Gesinaldo Atade Cndido
Impact of the new national solid waste strategy on waste management in Palmas, Brazil - Olvia Marques e Gareth Swift
Responsabilidade Social Empresarial - estudo de caso do processo de reciclagem do Po de Accar - Camila Leite e Julia Affonso
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Captulo 1: Certificaes e avaliaes
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Abrangncias e limitaes de processos de certificaes em sustentabilidade.
Os benefcios das certificaes, premiaes e suas limitaes
Onde e como inovar?
Autor: Jos Geraldo Falco Britto
Auditor, consultor, professor convidado da Fundao Getlio Vargas
INTRODUO DE RESUMO:
O presente artigo, faz uma anlise e reflexo da abrangncia das certificaes empresariais existentes, comentando a contribuio das normas ISO9001, ISO14001, OHSAS18001, ISO26001 e
NBR16001, os limites dos processos de certificaes existentes.
O artigo apresenta uma anlise sobre as deficincias dos processos de premiaes, certificaes frente as exigncias conceituais de Sustentabilidade empresarial.
O artigo no pretende ser definitivo, e sim somente uma reflexo sobre os caminhos at aqui percorridos em busca da sustentabilidade.
AGRADECIMENTOS
Meus sinceros agradecimentos ao CIIS por esta importante iniciativa de fomentar a sociedade tcnica e cientfica do conhecimento em sustentabilidade, promovendo a anlise crtica sobre a
evoluo do tema no Brasil.
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NDICE
Introduo, Justificativa sobre o tema Pg. 6
Bloco 1 Desenvolvimento conceitual histrico Pg. 7
1.1 A formao de um conceito atravs de programas Governamentais, supra partidrios e oficiais
Pg. 7
1.2 Um pouco de histria Pg 9.
1.2.1. Estados Unidos e Canad Pg 9.
1.2.2. Europa Pg. 10
1.2.3 - Coordenao integrada sobre o assunto pelo mundo Pg 12
1.2.4 Amrica Latina Pg 15
1.2.5 Movimento Ambiental Brasileiro Pg 16
1.2.6- Movimento Social Brasileiro Pg 18
1.3 Movimentos dos Instrumentos de Gesto da Sustentabilidade Setoriais
Pg 20
1.3.1. Instrumentos de Gesto e uso de indicadores setoriais para as empresas Amrica Latina, Caribe e Amrica Central.
Pg 21
1.3.2 Anlise crtica sobre os instrumentos de gesto para as empresas Pag 23
1.3.3 Pontos de melhoria dos instrumentos de gesto empresariais avaliados Pag 24
BLOCO 2 Movimento de normalizao no Brasil e no mundo Pag 26
2.1.1 Pontos de melhoria em normas existentes Pag 27
2.1.2. Pontos fortes em normas existentes Pag 27
BLOCO 3 CONCLUSES Pag. 28
3.1 Expectativa em relao aos processos de certificaes Pag 28
3.2 Credibilidade e certificaes Pag 31
3.3- Inovaes em certificaes e instrumentos de gesto Pag 32
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INTRODUO, JUSTIFICATIVAS E PERGUNTA-CHAVE
O ambiente de negcios vem sendo transformado radicalmente nas ltimas dcadas, onde o
lucro passa a no ser somente o objetivo final das organizaes. O equilbrio entre o lucro retirado
dos locais onde atuam, e a anlise dos benefcios deixados pelas organizaes a uma sociedade, o
tema em andamento no mundo.
Nesta necessidade de equilibrar o papel econmico das organizaes, com as
responsabilidades Sociais e ambientais, onde mora o desafio da GESTO SUSTENTVEL
EMPRESARIAL.
Por isso mesmo, o complexo tema da sustentabilidade e o movimento da Responsabilidade
Social Empresarial (o caminho para chegarmos l) tm merecido especial ateno.
Uma infinidade de instrumentos e ferramentas foi desenvolvida, nos ltimos anos, para dar
consistncia e realidade ao que se propunha como gesto socialmente responsvel, integrando-se os
aspectos econmicos, sociais e ambientais.
Muitos desses instrumentos esto em desenvolvimento, mas j comeam a demonstrar sua
eficcia para os negcios.
A finalidade deste artigo o de apresentar as diversas experincias e ferramentas existentes e analisar os benefcios dos programas existentes.
E mais do que isso, as ferramentas de premiao e certificao da gesto da sustentabilidade, so inquestionveis, sob o ponto de vista da Administrao Profissional, e portanto, as prprias organizaes pblicas e privadas, esto aderindo ao movimento por questo de sobrevivncia.
At mesmo rgos pblicos e sem fins lucrativos, ao aderirem os mtodos consagrados de prmios e certificaes existentes, assumem para si, a responsabilidade de justificar tais certificaes, com seus resultados demonstrados populao em geral.
Em meio este movimento de EXPECTATIVAS sobre o comportamento, gesto e resultados das organizaes ,empresas pblicas e governos, resta-nos debater qual o papel das normas, certificaes, prmios, organismos que concedem tais certificaes, e quais as contribuies dos prmios concedidos para a construo de um mundo verdadeiramente sustentvel, alm dos mtodos conceituais oferecidos.
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BLOCO 1 - DESENVOLVIMENTO CONCEITUAL HISTRICO
1.1 A formao de um conceito atravs de programas Governamentais, supra partidrios e oficiais
Dos anos 90 at hoje, um grande nmero de ferramentas, como certificaes socioambientais, movimentos e campanhas foram criados em vrias partes do mundo com o objetivo de consolidar conceitos como responsabilidade social e desenvolvimento sustentvel, tentando incentivar e transformar conceitos em prtica de gesto.
Figura 1 MACRO PROCESSO DOS NVEIS DE CONTRIBUIO SOBRE O MOVIMENTO PELA SUSTENTABILIDADE
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Paralelamente, as organizaes (no s empresariais, mas tambm governamentais e do terceiro setor), pressionadas pelo contexto da concorrncia, da sobrevivncia, de crises econmicas , por viso de futuro e por movimentos sociais e ambientalistas, comearam a concentrar seu papel relevante para a sustentao da vida no planeta, o que se expressa em boa parte hoje em projetos de responsabilidade social.
Na dcada atual, j possvel perceber uma evoluo nas prticas e conceitos de responsabilidade social empresarial, que ganha consistncia como atividade profissional. Hoje, as aes de responsabilidade social so compreendidas no apenas como investimentos que resultaram do sucesso econmico das empresas, mas so discutidas sob uma viso mais ampla, que permita identificar as condies sociais e ambientais que levaram realizao dos lucros.
Esses elementos Social, econmico e Ambiental, tornam-se ento, fatores importantes de sobrevivncia e de avaliao dos impactos econmicos dessas organizaes.
Portanto, no estamos mais falando de conceito somente. Estamos falando de prticas que j demonstraram serem vitais para a sobrevivncia das corporaes.
Estamos falando que atualmente os trs pilares da sustentabilidade, esto em franca construo e desenvolvimento.
E veremos no artigo a seguir, quais os benefcios e deficincias dos processos existentes.
1.2 UM POUCO DE HISTRIA SOBRE O TEMA O INCIO
1.2.1- NOS ESTADOS UNIDOS E CANAD
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Podemos citar como um dos primeiro movimentos ambientalistas, as palavras do 25. Presidente Americano Theodore Roosevelt, e vencedor de prmio Nobel da Paz em 1906, que afirmava que o orgulho americano advinha do progresso conquistado. Porm ressaltava enfaticamente que os Estados Unidos chegaram a um momento de refletir o que aconteceria quando as florestas desaparecessem, quando o carvo, o ferro e o petrleo se esgotarem e quando o solo e a gua, estiverem mais empobrecidos, e dificultando a navegao.
Nas palavras de Roosevelt, j demonstrava a inquietude da comunidade local sobre o tema de meio ambiente, antes mesmo das convenes internacionais europias.
Os primeiros escritos em assuntos ambientais, encontra-se o livro de Roderick Nasch Frazier (1939-2011), nascido em Manhattan, formado em Harvard e com mestrado e doutorado em historia natural, que ganhou notoriedade em 1964, quando sua tese de Mestrado, falava sobre Selvagem Mente Americana , livro listado como os 10 livros que mudaram o mundo.
Mais tarde, na dcada de 60, mais precisamente em 1962, a escritora Americana Raquel Carson (zologa e biloga), publicou o livro Primavera Silenciosa, escrevendo sobre o funcionamento da Biosfera.
Em um de seus livros aponta-se aquele escrito na dcada de 70, Proteger nossas crianas em pocas de crise ambiental, considerado um Best-seller no tema e muito utilizado em bibliografias de teses e estudos.
Outra grande obra da mesma autora, Raquel Carson, despertava para o futuro das crianas em pocas de crise. O Livro Proteger crianas em pocas de crises ambientais, recebeu outro grande destaque por incomodar a gerao da poca.
A partir dessas iniciativas, o movimento de ONGs e ambientalistas foram fortalecidos nos Estados Unidos, e as iniciativas de Raquel Carson tinham como preocupao os agrotxicos, pesticidas da agricultura, conservao da natureza e poluio industrial.
Outro escritor americano reconhecido foi Paul Ehrlich, com seu livro A Bomba populacional, atribuindo os problemas ambientais ao crescimento demogrfico.
Em 1973-1975, entra em vigor a Conveno Internacional das espcies da fauna e da flora silvestre ameaadas de extino ou Conveno de
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Washington , em 1973 estabelecendo as regras e punies para o trfico de espcies raras.
Em Junho de 1974, os cientistas Mario Molina e Frank Sherwood Rownlad (Prmios Nobel de Qumica), provam que os gases CFCs (Clorofluorcarbonos) danificam a camada de oznio da terra.
Em 1976, em Vancouver no Canad, foi realizada a HABITAT I, uma conveno pioneira a relacionar Meio ambiente e assentamentos humanos. Uma viso revolucionria para a poca.
Alm da organizao poltico e coordenada, promovido pelas convenes internacionais, podem-se destacar personalidades da histria como Donald Worster, que em 1985 produziu livros destacados e premiados como : Nature economy ( Cambridge), Dust Bowl (Oxford University) , contando a histria do desastre americano ambiental ocorrido em 1930, Rivers of Empire (Oxford University) e Changes in the Land , Indians , Colonist na the ecology of the New England (New York 1983).
1.2.2. - NA EUROPAEntre as dcadas de 1960 e 1980, cientistas, movimentos sociais, ambientalistas e um punhado de
polticos e funcionrios pblicos denunciaram os problemas ecolgicos e sociais das economias herdeiras da
Revoluo Industrial.
Em resposta crescente preocupao pblica com os efeitos negativos do modelo industrial, a
Organizao das Naes Unidas (ONU) iniciou um ciclo de conferncias, consultas e estudos para alinhar as
naes em torno de princpios e compromissos por um desenvolvimento mais inclusivo e harmnico com a
natureza.
Os primeiros registros de legislaes europias sobre meio ambiente, foram datados de 1956, com a
criao da Lei do Ar Puro, pela Inglaterra, aps inmeros casos de contaminao do Ar, atravs do Enxofre,
provocando a Chuva cida e outros transtornos ambientais, dando origem as primeiras legislaes.
O conceito de Desenvolvimento Sustentvel foi debatido no Painel de Founex, em 1971, estabelecendo as primeiras noes de desenvolvimento de um pas.
O Clube de Roma , no ano de 1972 publicou seu primeiro documento intitulado Limites de crescimento (1972), onde amparado nos estudos do MIT, o relatrio j alertava para as questes sociais, ambientais e econmicas.
O Tema da sustentabilidade do planeta, ganhou notoriedade, a partir de estudos cientficos e livro publicado, Os Limites do crescimento, pelo MIT
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( Massachusetts Institute of Technology MIT), encomendado pelo clube de Roma para identificar quais os reflexos ambientais o mundo sofreria, a partir do ritmo de crescimento previsto pela Europa e Estados Unidos.
No ano de 1976, Jan Tinbergen publicou seu livro Reformando a ordem internacional, que publicado no clube de Roma. nesta nova publicao que temas como bem estar das pessoas, passa a ser tratado oficialmente. Tema amplamente debatido entre mais de 20 pases e cientistas, assuntos como alimentao, moradia, desenvolvimento social, distribuio de renda entre outros temas foram adicionados ao debate ambiental.
Em meio aos intensos debates sobre temas que cercavam a Responsabilidade Social e ambiental das organizaes, a Organizao para cooperao e desenvolvimento econmico (OCDE - 1976) , editou suas primeiras publicaes denominadas, Diretrizes OCDE para empresas multinacionais e Diretrizes OCDE de governana para empresas estatais, com a finalidade de uniformizar as prticas das empresas em seus pases de atuao.
Nesta poca, os primeiro processos de Licenciamento Ambiental foram criados na Europa, em sistemas de pontuaes de empreendimentos , denominados SLPA, avaliando os benefcios sobre os aspectos Econmicos, Ambientais e Sociais locais / municpios.
Na dcada de 1990, mais precisamente em 1998, realizada a conveno de Roterd sobre o consentimento prvio informado sobre agrotxicos entrando em vigor no Brasil em maio de 2004, atravs do decreto 197
Em 2001, criado o a conveno de Estocolmo sobre os poluentes orgnicos e persistentes, que possui agenda peridica para criao e manuteno peridica dos seus procedimentos operacionais de controle sobre Agrotxicos, produtos qumicos industriais e seus sub produtos/derivados.
Em 2006, fora publicado o Relatrio pelo Cientista Nicholas Stern, economista, que publicou os primeiros relatrios sobre os reflexos sobre a economia dos impactos ambientais previstos.
1.2.3 - COORDENAO INTEGRADA DOS ASSUNTOS PELO MUNDOHistoricamente os escritos, estudos e compromissos mais antigos, so da
organizao Internacional do trabalho (OIT), de 1919 como parte do Tratado de Versalhes, que encerrou a primeira guerra mundial, onde iniciou a desenhar os direitos bsicos dos trabalhadores declarando 199 convenes internacionais
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de proteo ao trabalho e amparados na carta de Declarao dos Direitos humanos (1948) da ONU.
Em 1944, a OIT anexou as suas convenes a Declarao de Filadlfia, logo ao fim da segunda guerra mundial, servindo como base para a Declarao dos Direitos Humanos(1948).
Posteriormente, em meio aos movimentos cientficos e da sociedade civil organizada, sobre o tema ambiental, a UNESCO criou sua primeira conferncia internacional, denominada conferncia sobre a Biosfera (1968) com focos no aprofundamento as pesquisas cientificas para o conhecimento das causas da degradao ambiental e a criao de ferramentas de planejamento e de reservas da natureza.
Esse foi o incio oficial e reconhecido por todos os pases, que motivou a formalizao da Declarao de Estocolmo (1972). Tal declarao procurou integrar as questes dos Direitos Humanos publicadas na mesma poca.
Em 1977, a OIT em sua 279. Reunio de Genebra, publicou convenes internacionais sobre empresas multinacionais, estabelecendo as regras de atuao.
Em 1980, foi lanado o IUCN (parceria entre a PNUMA e WWF), a Unio internacional para a conservao da Natureza, com o objetivo de elaborar projetos de conservao da natureza pelo mundo.
Em 1987 foi criada a Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida por Brundtland, revendo as questes crticas ambientais, propor novas formas de cooperao , limitar o crescimento populacional, garantir a alimentao a longo prazo, preservar a biodiversidade dos ecossistemas, diminuir o consumo de energia , aumentar a produo industrial nos pases no industrializados, controlar a urbanizao selvagem, produzindo como resultado o Relatrio de Brundtland, Nosso Futuro Comum.
Foi atribudo a Brundtland , o conceito de Desenvolvimento Sustentvel, como sendo atender as necessidades do presente em comprometer a possibilidade de as geraes futuras atenderem a suas prprias necessidades.
O Relatrio Brundtland foi debatido e atualizado no encontro da RIO+92, que veremos a no captulo Brasil.
Na Mesma poca, o Protocolo de Montreal (1987), foi criado por mais de 170 pases pelo mundo, (dentro da diviso de controle de Oznio da ONU),
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ratificando assuntos importantes como a lista de substncias controladas, e os limites de impactos na camada de oznio, incluindo as fontes geradoras e cdigos aduaneiros para controle de importao.
Um dos pontos citados no Protocolo de Montreal , foi que em pases em desenvolvimento, e portanto com baixas taxas de industrializao, esses pases se comprometiam a implantar tecnologias alternativas, s substncias controladas citadas no anexo da conveno, por exigncias Bilaterais e multilaterais, no comrcio entre os pases.
Em 1988, d-se incio ao IPCC ( Intergovernamental Panel on Climate Change) criado pela ONU e Organizao Meteorolgica Mundial, com a finalidade de promover estudos paralelos e cientficos sobre mudanas climticas, reflexos de mudanas, e submetem os relatrios para as convenes entre pases. Seus primeiros relatrios datam de 1990 de forma temtica, e posteriormente passando a serem regulares sobre a situao do clima pelos continentes.
Na dcada de 90, os compromissos declarados pela ONU denominados Pactos GLOBAIS (Global Compact), deram incio a universalizao do tema entre os pases membros da ONU, contemplando temas com Direitos Humanos, Direitos do trabalho, Proteo Ambiental, Luta contra a corrupo, com adeso de mais de 4.000 empresas de 90 pases, sendo no Brasil mais de 200 empresas signatrias.
Ainda criado pela ONU, dado o profundo destaque internacional e a necessidade de atuar de forma temtica, foi criada o PNUMA (programa das Naes Unidas para o Meio ambiente 1990), presente hoje em mais de 177 pases, criador de indicadores como IDH (ndice de desenvolvimento humano) e do relatrio de desenvolvimento humano (RDH) e as Metas do Milnio, que prev objetivos at 2015 aos pases signatrios (agenda 21).
A ONU ainda, em 1996 cria a Cpula Mundial da Alimentao, com a presena de mais de 170 pases, com objetivo de debater os reflexos ambientais e a atividade econmica na produo de alimentos.
O Protocolo de Kyoto , criado no Japo em 1997 , assinado em 1998 e ratificado em 1999, Entrando em vigor em 2005 , depois da entrada da Rssia em 2004.
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O Objetivo do Protocolo foi estabelecer um calendrio global de reduo de emisses atmosfricas de CO2(Dioxido de carbono), N2O(Oxido nitroso), CH4 ( Metano), HFC (HIdrofluorcarboneto), PFC(Perfluocarboneto), SF6 (Hexofluorsulfuroso), no perodo de 2008 a 2012.
Foram na poca estabelecidas ferramentas como o Comrcio de Emisses , o mecanismo e desenvolvimento limpo (MDL) e a implementao conjunta (IC). De todos estes mecanismos, somente o MDL se aplica ao Brasil, devido a suas baixas taxas de emisses, e por ser um pas ainda em desenvolvimento. Como acompanhamos em 2012, mais precisamente em Dezembro, as metas do protocolo foram renovadas pelos pases, porm por um novo perodo (2013-2020), na rodada de negociaes de DOHA.
Na mesma poca da dcada de 90, em que foram criados dois indicadores de sustentabilidade, IDH - ndice de Desenvolvimento Humano e Pegada ecolgica, pela ONU-PNUD, para mensurar o impacto da atividade humana nos recursos naturais, e avaliar o progresso das Naes, em torno da melhoria da qualidade de vida da populao, alm do PIB tradicionalmente calculado.
Em 2002, fora realizada pelo PNUMA e os pases signatrios, a Conveno de Basilia, que completou 20 anos, com a publicao de regras para a Unio Europia de controle de movimentos fronteirios e indenizaes sobre danos ambientais por dejetos perigosos.
No Qunia, Wangari Maathai (Prmio Nobel da Paz, 2004) , funda o movimento Cinturo Verde, que prioriza evitar a desertificao por meio do plantio de rvores por mulheres. Pela primeira vez uma ambientalista premiada com o Nobel.
Em 2006, foram publicados os primeiros relatrios pelo Painel IPCC intergovernamental, criado pelas Naes Unidas, sobre mudanas climticas, alertando e publicando a relao das taxas de aquecimento global x as taxas de crescimento dos pases e os reflexos ao meio ambiente, alm de estudos cientficos financiados pela prpria ONU.
EM 2012, com o advento da RIO+20, no Rio de Janeiro outro indicador foi apresentado pela ONU: o IRI ndice de riqueza inclusiva - que mede os seguintes temas: qualidade do capital humano, produo, recursos naturais, e capital social (longevidade).
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Todos estes eventos, ora simultneo ou no, so considerados os marcos histricos de incio da integrao dos temas sociais , ambientais e econmicos globais e fortalecem a atuao em todos os pases a cultura para a sustentabilidade.
1.2.4 - AMRICA LATINANa Amrica Latina, acompanhando o movimento americano e europeu
sobre Responsabilidade Social Empresarial, deu-se inicio a vrios programas, a saber:
Rede Frum Empresa de Responsabilidade Social com a presena de mais de 100 empresas de 18 pases da Amrica Latina.
Conselho Internacional de Empresas para o Desenvolvimento sustentvel (WBCSD), com foco na prtica de negcios, desenvolvimento regional, energia/ clima, e ecossistemas, formado por empresas de todos os pases da Amrica Latina. Estudos publicados sobre os pases so periodicamente publicados pelo rgo, com a viso da WBCSD para o ano de 2050.
Em 2000, criado o protocolo de Cartagena , foi um acordo complementar sobre a diversidade biolgica , estabelece regras de controle de modificaes genticas de alimentos, devido ao aumento das tecnologias de modificao gentica.
A sociedade civil organizada, tambm decidiu participar atravs de comunidades de estudos cientficos e de participao social, como a RED PUENTES internacional.
A iniciativa do setor financeiro (bancos) procurou envolver pequenos e mdios empresrios, com linhas de financiamento e apoio, com programas denominados FUMIN (Fundo Multilateral de investimentos), com foco em projetos de micro seguros, resduos e lixo, distribuio de renda, energia, educao, entre outros temas.
1.2.5 - Movimento Ambiental Brasileiro :
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No Brasil, em um breve resumo, iremos contemplar a onda de movimentos ocorridos com a temtica ambiental e social ocorrida desde a dcada de 70, 80 e 90.
Posteriormente, resumiremos os diversos programas, ferramentas e indicadores de gesto criados no pas.
O movimento ambiental brasileiro, deu-se incio em meados da dcada de 50, com o ativista ambiental Jos Lutzemberger , engenheiro qumico e empregado da empresa BASF. Pediu demisso da empresa por no concordar com as prticas da empresa e tornou-se consultor e empresrio. Foi secretrio do meio ambiente no Governo Collor em 1990, e fundou uma empresa servios de consultoria ambiental.
Historiadores como Srgio Buarque de Holanda em seu livro (Mones 1990) , Extremo Oeste (1986) , j tratavam o tema ambiental como flora, fauna, topografia, solos, navegabilidade, meios de transporte, alimentos, etc.
O Socilogo Gilberto Freire em publicou seu livro Nordeste (1985) onde seus captulos so abordados os temas ambientais do pas.
O Gegrafo Aziz AbSaber em seus livros a Histria Geral da Civilizao Brasileira (1985 e 1989) j apontava a histria dos escravos africanos, colonos europeus e a crise da gua.
Estes, e tantos outros, foram fontes inspiradoras do movimento ambientalista brasileiro.
A partir da RIO+92, o movimento ambiental organizado ganhou expressiva fora com a atuao de entidades como Unio Protetora do Ambiente Natural (UPAN), com entidades como WWF Brasil, Greenpeace Brasil, SOS Mata Atlntica e muitos outros.
Na dcada de 70, mais precisamente em 1973, fora criado a Secretaria do especial do Meio Ambiente (governo Emlio Mdici), com a finalidade de acompanhar o assunto no mundo , porm com pouca ou nenhuma atuao no Pas.
A presena destes institutos no pas, auxiliou em muito a construo da Conferncia das Naes Unidas, marcada para 1992. (RIO+92).
Marcada para Junho de 1992, a Rio+92 , como foi conhecida, tinha a finalidade de debater as concluses do Relatrio de Brundtland (1987) , e comemorar os 20 anos da Conveno de Estocolmo, com a participao de 178 pases, resultando na maior conferncia global j realizada no mundo.
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Ainda na RIO+92, O Brasil apresentou seu legado ao meio ambiente onde foi elaborada a CARTA DA TERRA BRASILEIRA, com a coordenao de Leonardo Boff (*) que passou pelo debate por mais de 46 pases, 100 mil pessoas, passando por favelas a universidades, at que em maro de 2000, ela foi aprovada. Contemplando temas como Meio ambiente, democracia, financiamento justo, pobreza, igualdade de direitos, Educao, sustentabilidade, Direitos Humanos e paz, o documento foi festejado por ser muito completo.
Durante o evento da RIO+92, foi ento formalizado e apresentado o compromisso Agenda 21 Brasileira, contemplando documentos importantes como a Carta da Terra, Declarao do Rio sobre Meio Ambiente, Declarao de princpios sobre uso das Florestas, Conveno sobre a diversidade Biolgica e conveno de mudanas climticas.
Mesmo que com atraso de mais 20 anos, desde 1972, quando da declarao de Estocolmo, o evento da RIO+92, resultou em um documento completo, integral, e aprovado por mais de 170 pases.
Temas contidos na Agenda 21 Brasileira eram Meio Ambiente na tomada de decises, florestas e montanhas, uso do solo, atmosfera, secas e desertificao, agricultura sustentvel, diversidade biolgica, proteo aos oceanos, proteo da gua, qumicos e agrotxicos, politicas para resduos, resduos radioativos, biotecnologia, proteo da gua, padro de consumo sustentvel, cooperao internacional, autoridades locais para aplicao da Agenda 21, comunidade cientfica, agricultura e fazendeiros, legislao, combate a misria e pobreza, sade humana, habitao, direitos humanos , equilbrios de gneros, sexo e raa, Fortalecimento da proteo a crianas e jovens, fortalecimento de sindicatos e trabalhadores, preservao e proteo de povos indgenas e apoio a formao de ONGs e grupos sociais.
A Segunda edio da Agenda 21, aps consulta pblica , revisou sua viso temtica de sustentabilidade incluindo 06 temas principais : Gesto de recursos naturais, Agricultura sustentvel, Cidades sustentveis, Infra-estrutura e integrao regional, Reduo de desigualdades sociais e Cincia e Tecnologia para o desenvolvimento sustentvel. Foram mais de 26 debates e mais de 5.800 sugestes de reviso.
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Ficou ento o Marco oficial Brasileiro, para o tema meio ambiente com a agenda do sculo 21. Toda a estrutura de Leis Brasileira, passou a ser desenhada e escrita a partir deste captulo importante na Histria do Brasil.
O Brasil passou ento a possuir um plano de ao, um compromisso formal perante as metas do milnio, divulgar seus resultados e a ser monitorado internacionalmente.
O Brasil estava inserido no panorama global para a Sustentabilidade.O Marco de 1992, deu incio ao movimento do Terceiro Setor
formalmente, e a toda base ambiental criada no pas.
1.2.6 - MOVIMENTO SOCIAL:O movimento social brasileiro deu-se inicio de forma organizada e
estruturada, em 1995, com a criao do GIFE (Grupo de Fundaes , Instituies e Empresas) com presena de mais de 25 organizaes decididas a realizarem investimentos sociais privados, e diminuir a desigualdade social Brasileira e assim contribuir com a pauta da agenda 21 Brasileira.
Entidades sem fins lucrativos como Fundao IOCHPE, Fundao Bradesco, Fundao Carlos Chagas, Fundao Ayrton Senna, Fundao Abrinq, Fundao Vitor Civita, Instituto C&A, TV Globo, Microsoft, e muitos outros apoiam e participam do GIFE.
Basicamente, o foco dos projetos sociais Brasileiros, e ainda continuam com este foco nos dias de hoje, so no combate a misria extrema, alimentao, educao e acesso a sade bsica e reduo de mortalidade infantil.
Na poca , este movimento deu-se o nome de Terceiro Setor, com a finalidade de auxiliar o Governo Brasileiro na implementao de programas Sociais, com foco em alimentao, educao, moradia, sade, esporte e cidadania, assim como aconteceu nos Estados Unidos.
O Brasil ainda luta pelo combate a fome nos dias de hoje. Em recente livro publicado, Destruio em Massa Geopoltica da fome, o Socilogo Jean Ziegler , ex-relator da ONU, critica duramente os programas sociais de combate a fome, por considerar que os programas existentes no so suficientes e os resultados so duvidosos.
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Mais um tema da sustentabilidade Brasileira em fase ainda de concretizao.
Hoje no Terceiro Setor estima-se mais de 500 mil entidades, em mais de 10 modalidades e temas, que atuam em projetos sociais privados e em parceria com entidades publicas. Falar do Terceiro Setor, levaria mais um artigo completo somente sobre esse assunto.
1.3 - MOVIMENTOS DOS INSTRUMENTOS DE GESTO DA SUSTENTABILIDADE SETORIAIS
Muitos so os programas e instrumentos setoriais existentes no mundo, Amrica Latina e Brasil.
Cada setor de atividade ao assinar e apoiar os tratados internacionais de reconhecimento, passaram a criar suas ferramentas de referncia, adeso e monitoramento.
E a cada dia novos instrumentos so criados e buscam o reconhecimento pblico e de instituies com a finalidade de monitorar a atividade empresarial e governamental no pas.
Abaixo, um quadro resumo dos diversos instrumentos e ferramentas existentes na Amrica Latina, para apoio e difuso da Responsabilidade Social e sustentabilidade.
Princpios do Equador Manual de princpios de pases signatrios do Mercosul, contemplando temas da sustentabilidade
IBGC Instituto Brasileiro de Governana corporativa
Cdigo Brasileiro das melhores prticas de governana corporativa
CVM Conselho e valores mobilirios
Cartilha de boas praticas de governana
FDC Fundao Dom CAbral Instrumentos para avaliao da sustentabilidade e governana
Carvo cidado (Direito privado) criada em 2004
O instituto tem a finalidade de monitorar a atuao da indstria do carvo fornecedora das siderrgicas
Algodo Cidado (direito Instituto (MT) com a finalidade de
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privado) criado em 2005 promover aes na cadeia produtiva do algodo
ABIOVE Associao brasileira da indstria de leos vegetais
Promover estudos e aes na cadeia de fornecimento da indstria de leos vegetais
WBCSD World Business Council for Sustainable Development
Promover aes e projetos em negcios sustentveis
ICMM Internacional Council of mining & Metals
Conselhos das empresas de minerao com projetos em meio ambiente e segurana
ETI Ethical Trading Initiative Conselho de empresas do setor txtil com projetos de renda , trabalho e meio ambiente
Fair Labol Conselho de empresas do Setor Txtil com projetos em trabalho, renda e meio ambiente
Kimberley iniciative Conselho de pases e empresas, com foco no roubo e comrcio ilegal de diamantes processo de certificao
Processo de certificao MSC Entidade que certifica empresas de pesca e restaurantes
AA1000 Forum de sustentabilidade de empresas afiliadas
GTI Global Transparency Initiative
Iniciativa de abertura e monitoramento de instituies Financeiras
ndice de sustentabilidade DOWN Jones
Iniciativa da Bolsa de Valores Down Jones , formao de aes, fundos e rentabilidade, com regras de conduta empresarial
FTSE4Good Indices Britnicos Inciativa Britnica de bolsa de
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da Bolsa de valores valores com regras de conduta empresarial
ndices de Johanesburgo Iniciativa de Bolsa de Valores da frica do Sul
ndice Bovespa de aes Iniciativa Bolsa de Valores com regras de conduta empresarial
ABRAPP Associao Brasileira das Entidades fechadas de previdncia Complementar e Instituto Ethos
Entidade sem fins lucrativos, formada pelas empresas com foco na atuao sustentvel , meio ambiente, Governana, e projetos sociais.
1.3.1. INSTRUMENTOS DE GESTO E USO DE INDICADORES SETORIAIS PARA AS EMPRESAS AMRICA LATINA, CARIBE E AMRICA CENTRAL
Em pesquisa sobre instrumentos e indicadores orientativos de gesto, localiza-se mais de 15 entidades que oferecem tais mtodos, sendo considerado um exemplo de motivao para o tema no mundo.
Este nmero cresce a cada ano, medida que novos institutos e rgos so criados.
Alguns relacionados:Instituto Pas
IARSE Argentina
COBORSE Bolvia
IBASE Brasil
AKATU Brasil
INDICADORES ETHOS Brasil
INDICADORES GIFE Brasil
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INDICADORES FIDES Brasil
INDICADORES FUNDAO DOM CABRAL
Brasil
INDICADORES ACCION Chile
INDICADORES PROHUMANA Chile
INDICADORES RI Chile
INDICADORES CCRE Colmbia
INDICADORES DERES Equador
INDICADORES PERU 2012 Peru
INDICADORES AED Costa Rica
INDICADORES FUNDEMAS El Salvador
INDICADORES CENTRARSE Guatemala
INDICADORES CEDIS Panam
1.3.1. INSTRUMENTOS DE GESTO E USO DE INDICADORES SETORIAIS PARA AS EMPRESAS EUROPA, ESTADOS UNIDOS
Merece destaque os programas dos Estados Unidos e Europa, destacando-se tambm pela quantidade de Mtodos e indicadores, oferecendo sistemas de avaliaes empresariais.Todos os instrumentos criados acompanharam as evolues de legislaes, assim como no Brasil, porm com grau de envolvimento legal direto com institutos oficiais do governo Americano e Europeu.
Alguns destacados:MS do ECO 4WARD ustria
Albatroz B&SB BlgicaTUUN ASKELEITA FB&S Finlndia
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Guide CSR Europe Alliance Frana
Guide de La Perfomance Global CJD
Frana
CR Index BITC Reino Unido
Bilan Societal CJDES Frana
Sigma Project BSI, FFF, e Accountability
Gr Bretanha
GRI GR3 Holanda
Small & Better Business Journey SBC
Reino Unido
RCI Acountability Reino Unido
The Natural Step WHH Sucia
CSR Toolkit for SME COSORE Itlia , Blgica, Portugal
1.3.2 ANLISE CRTICA SOBRE OS INSTRUMENTOS DE GESTO PARA AS EMPRESAS ANALISADOS
Analisando criticamente tais instrumentos de gesto, percebe-se que todos sem exceo, com algumas diferenas em terminologia, ou em algum mtodo, esto alinhados frente aos conceitos de Responsabilidade Social e Sustentabilidade definidos e acordados pelos movimentos internacionais ocorridos nos ltimos anos.
Podemos resumir as caractersticas de tais instrumentos em:Instrumentos Alinhamento
conceitualDetalhamento dos itens prometidos
IARSE Sim sim
COBORSE Sim sim
IBASE Sim sim
AKATU Sim sim
INDICADORES Sim sim
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ETHOS
INDICADORES GIFE Sim sim
INDICADORES FIDES Sim sim
INDICADORES FUNDAO DOM CABRAL
Sim sim
INDICADORES ACCION
Sim sim
INDICADORES PROHUMANA
Sim sim
INDICADORES RI sim sim
INDICADORES CCRE sim sim
INDICADORES DERES
sim sim
INDICADORES PERU 2012
sim sim
INDICADORES AED sim sim
INDICADORES FUNDEMAS
sim sim
INDICADORES CENTRARSE
sim sim
INDICADORES CEDIS sim sim
Pelo quadro acima, percebemos que os Institutos procuraram alinhar conceitualmente seus instrumentos com um programa unificado de temas, e com a finalidade de no promover distores conceituais.
O alinhamento com os temas globais estabelecidos pela ONU, PNUMA e demais acordos internacionais e tratados assinados.
A diferena entre um ou outro instrumento o uso de indicadores quantitativos, ou forma de estabelecer planos de ao e monitoramento.
Outra diferena, que evidentemente cada Instituto trata especialmente um tema de seu escopo de atuao, interesse ou deficincia local.
So temas comuns nos instrumentos de gesto analisados:
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Valores, Viso, Misso tica, Transparncia e responsabilidade
Governana e prestao de contas
Tratamento de publico interno(emprego, renda, segurana, Direitos humanos)
Meio ambiente, recursos naturais e impactos
Fornecedores e gesto da cadeia produtiva
Consumidores e clientes e consumo
Comunidade , projetos sociais e aes sociais
Governo, sociedade e Direitos Humanos
Concorrncia leal, Responsabilidade Tributria,
Engajamento com stakeholders
Cincia, tecnologia, inovao , cooperao e Educao
O que se pode concluir que o objetivo primrio, da coluna dos atores compostos da sociedade civil organizada, e associaes empresariais, cumprem seu papel de divulgar e conceituar os pilares da Sustentabilidade empresarial e dos acordos internacionais estabelecidos e assinados.
1.3.3 PONTOS DE MELHORIA DOS INSTRUMENTOS DE GESTO EMPRESARIAIS AVALIADOS
Por serem voluntrios, os instrumentos de gesto analisados, possuem graus muito distintos de adeso, muitas vezes muito baixos e por consequncia de comprometimento da Indstria na qual representa.
Alguns instrumentos so diferentes em termos de abrangncia e a profundidade com que tratam a questo.
Todos os instrumentos se utilizam do uso de questionrios de auto avaliao, confronto mtrico atravs de sistema de notas, pontuao final e produo de um relatrio de adequao ou de conformidade final.
Tal relatrio serve para determinar e orientar as aes internas.Alguns instrumentos, utilizam-se de visitas ao local, para somente
verificar distores do relatrio, ou do plano de ao elaborado, em relao ao mtodo.
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Alguns institutos e rgos, oferecem o servio de auditoria independente para avaliao do andamento de planos de ao elaborados.
A grande maioria no oferece servios nas instalaes das empresas, para no confundir suas atividades com atividades de auditorias de terceira parte ou independentes.
Poderamos resumir os pontos de melhoria dos instrumentos da seguinte forma. As situaes podem variar de um instrumento para o outro.
So voluntrios
Abordam legislao de forma tmida ou adequada ao pas em que atuam
So auto declarados pelos avaliados
No possuem formas de verificao ou comprovao do declarado
No possuem acesso interno das organizaes
No realizam monitoramentos ou acompanhamento de evoluo
No estabelecem metas diretas de melhoria, correlacionando com necessidades e resultados de mercado
No acompanham ou consideram os acidentes ou aes das empresas no mercado, em seu sistema de avaliaes
So restritos ao escopo declarado pelo avaliado
No possuem interao com rgos pblicos ou de fiscalizao (fechados alimentao externa) de desempenho das empresas no mercado.
BLOCO 2 - MOVIMENTO DE NORMATIZAO NO BRASIL E NO MUNDO
Outro movimento muito importante no processo de consolidao da prtica da Sustentabilidade empresarial no mundo, so as Normalizaes internacionais de Prticas.
Os processos de certificaes no Brasil e no mundo, existentes so:
ISO Sua ISO26000/ISO9000/ISO14000
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ISO Sucia Responsabilidade e verificao de gases do efeito estufa
ISO14064/5
FSC Alemanha FSC IC
Values Management System ZfW Alemanha
VMSZfw
Austrlia - Australian Standards Corporate Social Responsibility
AS8003
Israel Standard Israel SI 10000
Brasil ABNT ISO9001/ISO16001/ISO14001
Comisso Europia Emas CE
Dinamarca Set Social Index DSI
Espanha SGE 21 Foretica
EUA OHSAS18001
EUA SA8000
Sustainable Development Frana SD 21000
Itlia Qres Qres Cele
Japo Ethics Compliance ECS2000 JBES
Reino Unido Accountability AA1000
Reino Unido British Standards BS8555/8800/8900
Reino Unido Good Corporation Ltd Good corporation
Reino Unido Community Mark BITC
Reino Unido Investor in people UK
2.1.1 PONTOS DE MELHORIA EM NORMAS EXISTENTESAs normas assim como os instrumentos de gesto citados no captulo
acima, em sua grande maioria so voluntrios, e organizados por entidades no governamentais.
E ainda, so oferecidas pelas prprias empresas que a criaram, que fazem parte do negcio de certificaes, e portanto fazendo parte de entidades de associaes das prprias empresas muitas vezes (exemplo: ISO ).
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Em resumo podemos apresentar algumas caractersticas das normas pesquisadas:
So voluntrios
Abordam legislao de forma indireta ou em algumas vezes afirmam que atender a norma, no significa atender a lei
No estabelecem metas diretas de melhoria, correlacionando com necessidades e resultados de mercado
No acompanham ou consideram os acidentes ou aes das empresas no mercado, em seu sistema de avaliaes, como canais oficiais divulgados
So restritos ao escopo declarado pelo avaliado ou pelo CNPJ da empresa
No possuem interao com rgos pblicos ou de fiscalizao (fechados a alimentao externa) de desempenho das empresas no mercado.
2.1.2. PONTOS FORTES EM NORMAS EXISTENTESNo podemos deixar de destacar os pontos fortes do uso de normas
internacionais:
So avaliadas por processos de auditorias independentes (rgos criadores das normas)
Possuem acesso interno s organizaes, e portanto possuem larga vantagem de informaes
Realizam monitoramentos constantes
So importante referencial terico e de processos
So importantes referenciais para determinar padres esperados de operao
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BLOCO 3 CONCLUSES
3.1 - EXPECTATIVAS EM RELAO AOS PROCESSOS DE CERTIFICAESVemos pela prpria introduo deste artigo, que a reivindicao em torno
dos temas de sustentabilidade, tomou propores fora do ambiente da academia, dos institutos de pesquisa, ou dos rgos pblicos.
Conduziram a discusso de forma ampla, abrangente e democrtica, com a participao popular.
Buscaram o consenso da sociedade civil, de grupos tcnicos de trabalho, da academia, das associaes de classe, e mais recentemente de partidos polticos.
Exemplo disso so as amplas conferncias globais realizadas com chefes de estado e sociedade civil organizada sobre os temas da sustentabilidade.
Existiria algum outro motivo pelo qual um rgo levaria tal debate a tal exposio, sem que os riscos e problemas no fossem reais?
Ento os atores envolvidos com o fornecimento de temas e teorias, devem se comprometer com a diminuio do espao existente entre uma necessidade real, e promessa de soluo.
justamente pelo fato dos riscos e problemas serem reais, que devemos analisar criticamente as contribuies dos instrumentos de gesto existentes e processos de certificaes. Para no falarmos dos prmios isoladamente concedidos.
A expectativa foi criada e foi estabelecida na sociedade.A expectativa est sendo reforada em universidades e na academia.
Formando profissionais com graus de tolerncia cada vez menores, para o mal desempenho de uma organizao.
A expectativa est sendo formada atravs de crianas e jovens, que se tornaro sociedades menos tolerantes a desvios de conduta.
A expectativa divulgada com fora pelos meios de comunicao e imprensa , conquistando at os menos envolvidos com o tema.
A expectativa em torno de uma marca, ou do comportamento de uma empresa, detentora de uma marca, vem se fortalecendo e se tornando real a mais de uma dcada.
Em virtude disto, que empresas detentoras de certificados, deveriam na mesma ordem de importncia de seu pioneirismo, serem exemplos no
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tratamento das questes contempladas em suas normas. Portanto a expectativa em torno dos assuntos da sustentabilidade est em formao, e resultar em uma sociedade diferenciada no futuro.
3.2 - CREDIBILIDADE E CERTIFICAESSeria interessante que uma pesquisa ampla e sem restries pudessem
avaliar as opinies de pblicos tcnicos e no tcnicos, em torno dos resultados percebidos por empresas certificadas..
E ainda cruzar o desempenho real das empresas certificadas atravs dos rgos oficiais envolvidas com os temas da sustentabilidade.
Objeto de estudo j por entidades como o PNUMA/ONU, COPPEAD, GRI, e Instituto Ethos, o relatrio rumo a credibilidade, em seu ltimo ciclo do ano de 2010, avaliou os seguintes critrios:
a) Identificao e priorizao das questesb) Valores, princpios e polticas para o desenvolvimento sustentvelc) Responsabilidade e estrutura para governanad) Procedimentos gerenciaise) Engajamento de Stakeholdersf) Medio de desempenho de desenvolvimento sustentvelg) Estabelecimento de metash) Verificao Externai) Padres dos relatrios apresentados
Foram objetos de estudos, as organizaes brasileiras que atendessem a requisitos como:
a) Listagem do ndice de bolsa de valores de So Paulob) Grande porte por receita brutac) Presena no ndice de sustentabilidade Empresarial Bovespad) Presena no banco de dados da corporate register 2007/2008e) Presena no banco de dados da GRI em 2008f) Relatrio de sustentabilidade que tenha sido premiadog) Balano Social com Selo IBASE 2007h) Notrio conhecimento por gesto voltada para a sustentabilidade
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i) Multinacional cuja subsidiria pblica possui relatrio de sustentabilidade
Em relao ao restante do mundo o Brasil possui 3,5% de participao em relao ao total de relatrios publicados , de um total de 131 relatrios.Dos 131 relatrios, a anlise do FBDE (Fundao Brasileira para o Desenvolvimento Sustentvel), conclui que o resultado e qualidade dos relatrios ainda mediano.
A metodologia de estudo avaliou 4 dimenses da Gesto : Governana e Estratgia, Gesto, Apresentao de desempenho e acessibilidade e verificao.
E classificados em categorias como:a) Sem informaob) Informao Superficialc) Sistemticod) Abrangentee) Integrado
A pontuao mdia recebida foi de 48%, com a melhor nota 65% da empresa Natura e menor nota Even e Light com nota de 48%.
Todas as empresas que participam em bolsa de valores, reforam seus captulos de gesto, com a apresentao das certificaes ISO9001, ISO14001, OHSAS18001.
Porm quando do advento da RIO+20, somente 21% das empresas listadas em bolsa de valores, elaboraram e apresentaram seus relatrios de sustentabilidade.
Pesquisa realizada pela prpria bolsa de valores (2012), com as empresas ausentes, concluiu que todas ainda se colocaram como em fase de estruturao.
Outra concluso da pesquisa, que aquelas empresas que de alguma se envolveram em escndalos de corrupo, denncias, acidentes ambientais, acidentes de consumo, autuaes de fiscalizao, no apresentaram seus relatrios de sustentabilidade.
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De qualquer forma, so interessantes as concluses do Estudo FBDS, PNUMA sobre os relatrios elaborados. Os pontos de deficincia so:
a) Os relatrios no apresentaram viso de futuro desafiadora e inovaes/ambies;
b) Os relatrios deveriam melhor demonstrar como a sustentabilidade gera valor para os acionistas;
c) No contemplavam toda a cadeia de valor, dos fornecedores ao consumidor final;
d) Os relatrios de sustentabilidade no estavam integrados aos relatrios financeiros;
e) Os relatrios no estabeleciam metas desafiadoras e comparativas de resultados, de forma que dificultou a analise de resultados concretos;
f) Os relatrios no demonstravam aes concretas e mensurveis, para solues de problemas do clima, biodiversidade, gua, e outras questes da sustentabilidade.
O relatrio FBDES/PNUMA, finaliza solicitando que as empresas saiam de suas zonas de conforto.
Por estes pontos elencados, vemos que mesmo empresas certificadas por normas internacionais, os resultados concretos so deficientes, incluindo as prticas de gesto, to preconizadas por tais normas.
Vale lembrar que todas as normas, sem exceo possuem em seus requisitos, exigncias como objetivos, metas, polticas e melhoria contnua sistematicamente, o que se corretamente aplicados, proporcionariam excelentes resultados.
Adicionalmente aos resultados dos estudos, temos os diversos resultados divulgados em veculos de comunicao, sobre a atuao das empresas no mercado que muitas vezes no so acompanhadas.
Ento podemos concluir que o processo de fortalecimento da credibilidade dos processos de certificaes no Brasil, ainda est em processo?
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No podemos concluir que empresas certificadas, necessariamente contribuem de forma significativa com resultados concretos, para os temas da sustentabilidade, ou para elas mesmas (beneficiadas diretas ).
Ou pelo menos afirmar com toda segurana que a adoo das normas pelas empresas, no proporcionou a elas a oportunidade de mostrar seus resultados obtidos (pelo menos nas oportunidade que tiveram).
Resta-nos saber se em prximos ciclos, se as organizaes voltaro a utilizar o argumento do uso das normas como ferramentas de gesto de forma decididamente importante para conquista de resultados.
Pois at o momento, as normas no auxiliaram as organizaes a demonstrar tais resultados.
3.3- INOVAES EM CERTIFICAES E INSTRUMENTOS DE GESTODevemos recordar os pontos de deficincia dos processos de
certificao citados neste artigo :So voluntrios
Abordam legislao de forma indireta ou em algumas vezes afirmam que atender a norma, no significa atender a lei
No estabelecem metas diretas de melhoria, correlacionando com necessidades e resultados de mercado
No acompanham ou consideram os acidentes ou aes das empresas no mercado, em seu sistema de avaliaes, como canal oficial divulgado
So restritos ao escopo declarado pelo avaliado ou pelo CNPJ da empresa
No possuem interao com rgos pblicos ou de fiscalizao (fechados a alimentao externa) de desempenho das empresas no mercado.
Reconhecer e diagnosticar um problema, muitas vezes fcil. O maior desafio o de sugerir melhorias ou caminhos.
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Iremos debater um pouco os caminhos que poderia contribuir dentro deste processo de fortalecimento/resgate da credibilidade do mercado de certificaes em sustentabilidade, beneficiando as prprias organizaes que as adotam.
Aps a anlise histrica do processo de conscientizao global sobre a sustentabilidade, proposto neste artigo.
Aps a anlise metodolgica, dos instrumentos e normas existentes.
Aps conhecermos a expectativa em torno do tema.Poderamos sugerir um plano de inovao para reforo da
credibilidade das certificaes, que contemplasse 06 pilares de vises :
VISES DA INOVAO
a) Rever o papel institucional dos organismos de certificaob) Aprimorar o relacionamento externo do mercado de normas com
a sociedadec) Aumentar a abrangncia e profundidade de adeses s normasd) Monitorar o desempenho das organizaes de forma mais
aprofundadae) Tornar transparente e pblica os resultados das organizaes
certificadasf) Formar um banco integrado de avaliaes pblicas
contemplando todas as avaliaes realizadas nas empresas (pblicas e privadas)
3.3.1 Rever o papel institucional dos organismos de certificaoRever o papel dos organismos de certificao em sistemas de
gesto, significa traz-los a um grau de importncia oficial, social e de real contribuio estabilidade das organizaes.
Este assunto nos remete ao incio dos processos de certificao realizados no Brasil, nos anos de 1994, 1995 e 1996, onde as auditorias eram realizadas pelo Inmetro diretamente.
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Fazer com que os processos de certificao recebessem mais visibilidade e mais importncia dentro de rgos federais e oficiais, como por exemplo ANATEL, ANEEL, Inmetro e outros.
Poderamos citar como exemplo, atribuir a responsabilidade por validar os indicadores de qualidade de empresas de telefonia, oficialmente.
3.3.2 - Aprimorando o relacionamento externoFazer com que os processos de certificao pudessem ser melhor entendidos pela sociedade, rgos de fiscalizao, e at a populao, criaria um positivo canal de comunicao com a sociedade.
Proporcionaria uma aproximao da sociedade com os organismos de certificao, e traria maior visibilidade e importncia ao processo de concesso de certificados.
Poderamos citar como exemplo, um organismo de certificao participar de audincias pblicas, com a finalidade de coletar expectativas de stakeholders em um processo de concesso de licenciamento ambiental.
OU ainda, possuir canais de pesquisa com consumidores ou at ouvidorias para aprimorar o relacionamento com a sociedade.3.3.3 Aumentar a abrangncia e adeso as normas
Aumentar a adeso das normas, significa torn-las compulsrias.Devemos recordar que o Brasil um pas continental com mais 5
milhes de empresas, e que a penetrao das adeses em certificaes em sistemas de gesto ainda mnima.
Dados aproximados de certificados emitidos no Brasil , so:ISO9001 aproximadamente 50 mil certificados emitidosISO14001 aproximadamente 1.500 certificados emitidosOHSAS18001 aproximadamente 1000 certificados emitidosSA8000 aproximadamente 100 certificados emitidosNBR16001/ISO26001 no superior a 5 certificados emitidos.Seria salutar que a adoo de normas de sistemas de gesto, como
forma de estruturar as empresas minimamente, aumentaria suas chances de sobrevivncia e sucesso.
Alm de reforar a cultura pela sustentabilidade.
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3.3.4 Aprimorar o monitoramento das empresas certificadas fundamental que o processo de monitoramento durante a
manuteno de uma certificao seja aprimorado.Aplicando as duas primeiras vises, de forma simultnea, facilitaria
em muito o processo de monitoramento de uma empresa certificada.Seria sugerir um processo de monitoramento que inclusse
(exemplos):a) Ouvir rgos de fiscalizao e instituies governamentais
(ministrios, banco central, tribunais de contas, etc)b) Ouvir a sociedade e rgos de representao (ex.: procons)c) Ouvir e interagir com agncias reguladoras e controladoras de
atividades industriais (ex.: sindicatos, ANVISA, Vigilncia Sanitria, delegacias do trabalho, Banco Central, Inmetro, etc)
d) Monitorar denncias , acidentes de consumo, acidentes ambientais e outros incidentes na sociedade
e) Monitorar denncias de ministrio pblico
3.3.5 Tornar pblicas e transparentes os resultados das empresas certificadas
Fazer com que os resultados que so temas da sustentabilidade sejam pblicas um grande desafio e uma melhoria significativa na forma de construir a reputao de uma marca e organizao.
Alm de formar a imagem das marcas atravs de mdia de massa e campanhas de marketing, se faz necessrio que existe uma forma oficial de demonstrar os resultados de seu desempenho organizacional, que envolvam os temas da sustentabilidade.
Seria um oportunidade nica para que as empresa sria brasileira, e que so muitas, poderem reforar suas imagens institucionais e criar um vinculo de confiana cada vez maior com seu pblico consumidor.
3.3.6 Formar um Banco integrado de informaes sobre as avaliaes realizadas em empresas certificadas
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O desafio desta inovao ser fazer com que os diversos institutos e rgos envolvidos no processo de concesso de licenas, outorgas, autorizaes, certificaes e prmios, possam interagir seus relatrios de avaliaes.
Tornar coerente o processo de concesso de uma certificao, mediante a aprovao de rgos envolvidos com os assuntos da sustentabilidade.
Como por exemplo, imaginar que fosse possvel um rgo como a Vigilncia sanitria, conceder uma licena de funcionamento, mediante a uma visita ao local, e a consulta a relatrios de certificao dos processos das empresas.
Ou ainda, a concesso de uma certificao ISO9001 ou ISO14001, mediante a consulta oficial rgos pblicos envolvidos com o tema .
Seria definitivamente a aplicao do conceito de Engajamento dos stakeholders dentro do mercado de certificaes.
Aplicar o conceito dentro do prprio processo normativo.Assim como realizado em pases da Europa.
Comentrios FinaisUma vez aplicada s linhas de viso da inovao em processos de
certificaes, premiaes e at elaborao de relatrios de sustentabilidade, conseguiramos tornar os processos mais prximos da realidade, incentivando as organizaes a promoverem modificaes profundas em suas prticas de gesto, e aproximaramos estes processos da sociedade.
Melhorando sua credibilidade.Ou ento continuaremos da forma que est.Submetida s interpretaes subjetivas e circunstanciais, construdas por
campanhas mercadolgicas.Sem possvel existir a oportunidade de demonstrar e provar a coerncia
das campanhas realizadas.
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Entraramos ento em uma fase de coerncia, objetividade , transparncia e integrao completa entre os vrio processos de reconhecimento.
Deixemos ento duas perguntas para reflexo:
1) Em que ponto est a credibilidade de normas internacionais/instrumentos de gesto e prmios, perante as expectativas e necessidades da sociedade?
2) Em qual medida as normas contribuem de fato para a melhoria da qualidade de vida da sociedade, tal qual a forma com que est implantada hoje?
Se a resposta for, no sabemos ao certo, essa ento deveria ser a hora de pesquisar e inovar.
Ou como qualquer outro produto, por falta de inovao, eles podero morrer pela descrena da credibilidade e pela imensa distncia entre a teoria e a realidade/prtica.
E ento correremos o risco de perder estas importantes ferramentas que nos ensinam os caminhos da sustentabilidade.
Sob a justificativa subjetiva de que a teoria diferente na prtica.
BIBLIOGRAFIA, BIOGRAFIAS, PGINAS OFICIAIS E DOCUMENTOS PESQUISADOS
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5) Site do gabinete de Presidentes Americanos: http://www.u-s-history.com/pages/h1435.html visitado em 17.03.2013
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19) 1976, HABITAT : http://www.unhabitat.org/categories.asp?catid=9 - visitado em 17.03.2013
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23) UNESCO, Texto conferncia sobre a biosfera: http://www.unesco.org/new/en/natural-sciences/environment/ecological-sciences/related-info/publications/mab-official-documents/ - visitado em 17.04.2013
24) Publicaes oficiais UNESCO: http://www.unesco.org/new/en/natural-sciences/environment/ecological-sciences/related-info/publications/- visitado em 17.04.2013
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26) Declaraes de Direitos Humanos (ONU) : http://www.pnuma.org/docamb/mh1972.php - visitado em 17.04.2013
27) Declarao de Estocolmo(1972): http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=243
28) SLAP Sistema de Licenciamento Unio Europia: http://www.misp-serbia.rs/?page_id=28 visitado em 15.04.2013
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30) Protocolo de Cartagena, 2000 - http://bch.cbd.int/protocol/background/ - visitado em 15.04.2013
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32) Site oficial Conveno de Roterd: http://www.pic.int/ - visitado em 15.04.2013
33) Unio Europia comisso de estudos da comunidade (2002): http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/site/en/com/2002/com2002_0347en01.pdf
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A percepo dos gestores dos meios de hospedagem certificados em sustentabilidade caso da certificao NBR 15401 no Brasil.
Claudio Alexandre de Souza1*Rafaela Caroline Simo lvares2*
ResumoA certificao em sustentabilidade vem sendo objeto de estudo de gestores no somente na hotelaria, mas em diferentes reas de conhecimento visto que ela uma forma de contribuio para a melhoria na relao das empresas com a sociedade. O objetivo do presente estudo analisar a certificao nos meios de hospedagens certificados na NBR 15401:2006 sustentabilidade para os meios de hospedagem. A metodologia deste estudo resultado de pesquisa documental, bibliogrfica relativa certificao em sustentabilidade. Para esse estudo foi realizada pesquisa de campo com entrevista semiestruturada e amostra censitria junto aos meios de hospedagem certificados pela NBR 15401:2006. Os resultados apresentados podem contribuir para a compreenso da certificao em sustentabilidade nos meios de hospedagem do Brasil, visto ser pioneiro no pas, com uma norma tida como referncia em nvel internacional. Uma vez que a necessidade de elaborao de formas de controle adequado para elaborao de dados relativos aos processos operacionais e administrativos que afetam as dimenses da sustentabilidade a fim de compreender efetivamente quais so os resultados internos e externos que o processo de certificao em sustentabilidade promove.
Palavras-chave: Certificao; Sustentabilidade; Meio de Hospedagem; NBR 15401:2006.
Abstract:The certification in sustainability has been studied by managers not only in hotels, but in different areas of knowledge since it is a form of contribution to the improvement in the ratio of companies with society. The aim of this study is to analyze the means of lodging certification certified in NBR 15401:2006 - Sustainability for lodging facilities. The methodology of this study is the result of desk research, literature on the certification of sustainability. For this study was conducted field research with semi-structured interview and sample census along with lodging facilities certified by NBR 15401:2006. These results can contribute to the understanding of sustainability certification in the lodging facilities in Brazil, as a pioneer in the country, with a standard reference regarded as internationally. Once the need for developing ways to control suitable for preparation of data for operational and administrative processes that affect the dimensions of sustainability in order to effectively understand what are the internal and external results that sustainability certification process promotes.
Keywords: Certification, Sustainability, Environment Hosting; NBR 15401:2006.
Introduo
No incio do sculo XXI os processos de certificao se consolidaram como uma
forma adequada para orientao das empresas quanto forma correta de atuao para
1 Doutorando em Geografia UFPR; Mestre em Hospitalidade UAM; Bacharel em Turismo em Hotelaria UNIVALI. Professor do Curso de Bacharelado em Hotelaria UNIOESTE Campus de Foz do Iguau. E-mail: [email protected] Bacharel em Hotelaria - UNIOESTE Campus de Foz do Iguau. E-mail: [email protected].**Curso de Bacharelado em Hotelaria UNIOESTE Campus de Foz do Iguau. Avenida Tarqunio Joslin dos Santos, 1300 Polo Universitrio CEP 85.870-650. Caixa postal, 961 Foz do Iguau PR.
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mailto:[email protected]
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melhorar os processos internos de operao a fim de atender a demanda de melhoria da
qualidade.
Contudo fundamental entender o que acontece com as empresas nas quais
foram implementados esses programas de certificao, uma vez que apenas esses
programas no so fatores que implicam diretamente no surgimento de melhorias
internas e externas para as empresas.
O objetivo do presente estudo analisar a percepo dos gestores dos meios de
hospedagens certificados na NBR 15401:2006 sustentabilidade para os meios de
hospedagem sobre o processo e a certificao que obtiveram para os seus respectivos
meios de hospedagem.
Pesquisas como as realizadas por Chung e Parker (2010), Alvares (2011) e
Arenhart (2011) identificam uma necessidade de mais estudos sobre RSE,
sustentabilidade e certificao em meio de hospedagem, visando compreender o que se
d nesse processo tomando como base o contexto nacional.
Os estudos realizados para esta pesquisa possibilitaram compreender a
complexidade que o processo de certificao, sobretudo, quando relacionado
temtica de sustentabilidade. Essa complexidade se d principalmente pelo fato das
empresas pesquisadas no terem para muitas aes um histrico de registro dos
processos operacionais e administrativos. Essa ausncia de informao dificulta a
compreenso das aes realizadas em funo das exigncias necessrias para o processo
de certificao.
Este trabalho est dividido em quatro partes. So elas: a introduo, o
embasamento terico, a metodologia que culmina com a anlise dos dados e as
consideraes finais.
Embasamento Terico
Os meios de hospedagem tm, efetivamente, um potencial poluidor pela
capacidade de gerao de resduos de diferentes fontes (LAURINO, 2008), (BEATO,
2010), (GROSBOIS, 2011), (ARENHART, 2011), (LEAL, 2011). E o setor de turismo
identificado como o setor que mais impactos ambientais causam (FONT; MIHALIC,
2002) e por esta razo da necessidade de aes prticas efetivas no quanto a gesto
ambiental (BOHDANOWICZ, 2005). Um processo de certificao como a NBR
15401:2006 vem de encontro a este cenrio como uma forma sistemtica de reduzir e
dependendo de como foi implementada eliminar este potencial poluidor.
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Discute-se ainda que este tipo de prtica de certificao ambiental em meio de
hospedagem contribui local e globalmente para a melhoria das condies ambientais do
planeta no tocante a um uso racional dos recursos naturais por parte das empresas
privadas (BOHDANOWICZ, 2007). E que atuar realizando aes de sustentveis ou ter
uma certificao que ateste isto, demonstra uma iniciativa por parte do meio de
hospedagem em buscar diferencial como uma organizao com uma gesto
comprometidas com estas questes (HOLCOMB; UPCHURCH; OKUMUS, 2007).
Estudos realizados sistematicamente em diferentes regies do planeta
identificaram o altrusmo como efetivamente uma motivao concreta para que gestores
implementassem, nas suas respectivas empresas, aes de gesto ambiental (GARAY;
FONT, 2011). Em alguns casos, principalmente em funo de presses externas dos
stakeholders (EL DIEF; FONT, 2010a). Pesquisas como em Font e Garay (2012)
possibilitaram identificar inclusive que 40% de firmas que implementam aes desta
natureza so por razes baseadas nos recursos das organizaes e por altrusmo, ou seja,
pela satisfao pessoal da performance scio ambientalmente responsvel que este tipo
de prtica proporciona ao negcio.
Um programa de certificao para as empresas visto h vrios anos como uma
forma de aes para alm das melhorias possveis, mas tambm uma direta reduo dos
custos (BOHDANOWICZ, 2007). Algumas pesquisas identificam a reduo de custos
operacionais aliadas diretamente com a reduo de consumo interno na organizao
(DENG, 2003). Contudo, para atingir esse resultado faz-se necessrio que o programa
de gesto ambiental esteja efetivamente instalado o que uma exigncia tambm de
uma norma tcnica para implementao de um programa de certificao
(BOHDANOWICZ; SIMANIC; MARTINAC, 2005a). Esta prtica exige um padro de
treinamento sobre a certificao que o seu uso estratgico possibilita vantagem
competitiva para uma organizao em longo prazo, em relao aos seus respectivos
stakeholders (GARAY; FONT, 2011).
Identificou-se tambm o fato de que uma certificao representa alm de
benefcios financeiros, operacionais e ambientais, a possibilidade desta ser usada
tambm como uma ferramenta de marketing para divulgao da certificao ambiental
como um diferencial competitivo que uma empresa possui no setor de turismo em nvel
mundial (HONEY; STWART, 2002). Esta pratica faz-se necessrio ate pela necessidade
dos gestores de proporcionarem aos meios de hospedagem uma visibilidade que
contribua para o aumento da demanda da empresa.
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Os processos internos dos meios de hospedagens passam por melhorias inerentes
s aes necessrias para a implementao de certificao. Fatores como a compreenso
das aes operacionais em relao s questes relacionadas sustentabilidade que eram
desenvolvidas na organizao (PIRES et al, 2010), (BEATO, 2010), (ARENHART,
2011). O processo de certificao necessita para a sua efetiva implementao de um
programa estruturado de gesto que envolva treinamentos em todos os nveis e que
resultem em impactos qualitativos para toda a organizao (BOHDANOWICZ;
SIMANIC; MARTINAC, 2005a), (EL DIEF; FONT, 2010a). Uma adequada
implementao possibilita de forma efetiva que os meios de hospedagens possam
mensurar os aspectos operacionais e a compreenso dos processos (BONILLA
PRIEGO; AVILS PALACIOS, 2008).
Estudos sobre certificao em nvel internacional identificam que os custos de
um programa de gesto so um impedimento para a disseminao deste tipo de ao
para micro e pequenas empresas (HONEY; STWART, 2002), isto que o processo
similar para toda a organizao e quanto maior a empresa, melhor diludo na
organizao ser o custo da implementao de um processo de certificao.
Por acreditar em um possvel potencial para alavancar vendas e aumentar as
taxas de ocupao empresas tm buscado certificaes (HONEY; STWART, 2002),
(AYUSO, 2006). Contudo, Font e Mihalic (2002) identificam que a demanda potencial
de meios de hospedagens no valorizam questes socioambientais ou culturais pontuais
do meio de hospedagem, mas da destinao como um tudo. Fato este corroborado por
Bohdanowicz (2005) quando identifica que h poucos clientes que demanda meios de
hospedagem com programas ambientais e da necessidade de haver demanda para este
foco para que haja presso para aumentar a busca dos meios de hospedagem pelo
processo de certificao visto que os meios de hospedagem que esto se certificando
no tem identificado aumento da demanda (PRIEGO; NAJERAB; FONT, 2011).
Metodologia
A pesquisa foi realizada em julho de 2011, in loco, na cidade de Lenis no
Estado da Bahia com os hotis Canto das guas e de Lenis e na cidade de Bzios no
Estado do Rio de Janeiro com o hotel Ville La Plage. Esses hotis representam os
primeiros meios de hospedagem certificados na norma NBR 15401:2006
Sustentabilidade para Meios de Hospedagem, no perodo de 2008 a 2010 e eram at a
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data de realizao da pesquisa os nicos meios de hospedagem certificados nesta norma
(ALVARES, 2011).
Este estudo resultado de pesquisa de bibliogrfica e documental (DENCKER,
1998), junto temtica de certificao em sustentabilidade e certificao em meios de
hospedagem em nvel mundial, bem como sobre a norma brasileira de sustentabilidade