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CIDADANIA E COMPETITIVIDADE: desafios educacionais do terceiro milênio
Guiomar Namo de Mello SECRETÁRIA DA EDUCAÇAO DO MUNICÍPIO DE SP (1983-
1985). DEPUTADA ESTADUAL (1987-1991). MEMBRO DO CNE. DIRETORA EXECUTIVA DA FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA.
LIVRO: 1993 – junção de vários trabalhos apresentados no exterior e no Brasil. Reflete sobre: SISTEMA EDUCACIONAL SISTEMA ESCOLAR E SALA DE AULA
PRIMEIRA PARTE:-Demandas educacionais do terceiro milênio – exigências para
a gestão educacional- Transformação produtiva com eqüidade e solidariedade- A educação fundamental brasileira: de costas para o futuro- Para sair da contramão da História: em busca de um novo
padrão de gestão da política educacional no Brasil- O que é possível fazer já: dez opções de políticas e um
desafio para os educadores
SEGUNDA PARTE:- Escola no centro: a revolução copernicana em educação ou
os fatores intra-escolares revisitados- Autonomia da escola: possibilidades, limites e condições- Escolas eficazes: uma tentativa de síntese.
EXPANSÃO DO ENSINO: sem equidade e sem qualidade para inserção do país no mundo competitivo.
SISTEMA EDUCACIONAL – precisa acompanhar o “novo padrão de conhecimento” – acompanhar a transformação da economia capitalista.
ESCOLA – desenvolvimento de habilidades e conhecimentos técnicos -FORMAR INDIVÍDUOS COMPETITIVOS E QUE POSSAM ENFRENTAR OS PROBLEMAS DA MODERNIDADE.
- Revalorização do processo ensino-aprendizagem- Ouvir a sociedade – suas expectativas- Novas estruturas – exigem “novas pessoas”-
participação no processo- Educação e parcerias - Não há faltas de vagas e sim falta de qualidade - IBGE
CAUSA PRINCIPAL: PADRÃO INEFICIENTE DE GESTÃO – “o princípio da
eqüidade não se mantém quando o da eficiência é relegado”.
NOVO PADRÃO DE GERENCIAMENTO: amparado pelo Documento da Oficina Regional de Educação para a América Latina e Caribe (1992) – CEPAL/UNESCO e Conferência Mundial de Educação para Todos (1990) –
NEBAS -“Essas necessidades compreendem tanto os instrumentos
fundamentais da aprendizagem (alfabetização, expressão oral, aritmética e solução de problemas) quanto o conteúdo básico da aprendizagem (conhecimentos, capacidades, valores e atitudes) de que necessitam os seres humanos para sobreviver, desenvolver plenamente suas possibilidades, viver e trabalhar dignamente, participar plenamente do desenvolvimento, melhorar sua qualidade de vida, tomar decisões fundamentadas e continuar aprendendo”.
PADRÃO DE GESTÃO: para a satisfação das NEBAS –devem nortear o sistema educacional como um todo
- Abertura para fixar parcerias- Cooperação de diversos parceiros em torno
de prioridades- Direito de conduzir padrões básicos de
qualidade de ensino- Possibilidade de manejar sistema de
avaliação de resultados e financiamento
DEZ OPÇÕES DE POLÍTICAS
REVER PADRÃO DE FINANCIAMENTO
• Dimensionar montante global; sistema de colaboração.
• Órgãos controle do sistema – diminuir gastos burocráticos.
• Repasse de dinheiros-metas• Aluno do ensino superior –
ensino fundamental• Retribuição do aluno do ensino
superior
EXPANSÃO E OCUPAÇÃO DA REDE FÍSICA
• Racionalizar e melhorar capacidade física;
• Ampliar jornada escolar• Racionalizar a ocupação do
espaço físico: municipalização.
• Número de alunos por sala de aula.
• Redistribuição do pessoal –• COMUNIDADE?
QUALIFICAR GESTÃO ESCOLAR
• Escola: unidade de capacitação:
– Diagnóstico; avaliação; define objetivos desenvolvimento
institucional– Definição do Plano de
desenvolvimento da escola• Aprendizagem em equipe;• Condições institucionais
mínimas;• Núcleo estável de
professores;• FORTALECIMENTO DA
FIGURA DO DIRETOR - LIDERANÇA
• Escolha do diretor;• Colegiados, conselhos;• Intercâmbio entre
escolas;• PLANO DE ESCOLA = CONTRATO
Avaliação externa
• São muito importantes;• Externa e interna não se
chocam (p.101)• Cultura avaliativa• Avaliação externa –
discussão de seus objetivos
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
• Avaliação por resultados:– OAB DA EDUCAÇÃO?
– Educação a distância; centros de ensino
– Curso compensatório: tempo integral (p.103)
- Página 104- Capacitar os docentes em
serviço: nos conteúdos do PPP
QUESTÃO SALARIAL
• Alocar mais recursos, porém: (p.106)
– Racionalizar os já existentes
– Revisão no padrão de gestão dos recursos humanos
– REMUNERAÇÃO POR MÉRITO
LIVRO DIDÁTICO• Não pode se reduzir ao dilema
centralização x descentralização
• Não pode ser ação assistencial: quem cuida de currículos e programas
• Descartabilidade : recebe mais atenção do que QUALIDADE
QUALIFICAR DEMANDA
• SOCIEDADE DEVE DEMANDAR ENSINO DE QUALIDADE
• PAPEL DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSAS
ESCOLA, SAÚDE E LAZER
• Poder público: estimular formas de interação entre as unidades escolares com equipamentos sociais e culturais (p.112)
EPÍLOGO EM FORMA DE DESAFIO
• Participação dos educadores: especialistas- consensos– Tendem a ver a ed. como tema
restrito e resistem a interlocução;– Quais interlocutores têm
buscado?– Qualidade da contribuição
técnica que oferecem para subsidiar o consenso
– Resistências a propostas
EPÍLOGO EM FORMA DE DESAFIO
• Participação dos educadores: especialistas- consensos– Tendência de rotulação
ideológica de muitas propostas;OS EDUCADORES ENTENDEM
QUE O CONSENSO É IMPORTANTE E NECESSÁRIO?DELES SE ESPERA SUPORTE
TÉCNICO, ALÉM DE COMPROMETIMENTO
POLÍTICO.
REVOLUÇÃO COPERNICANA DO SISTEMA: instituição escola no centro das preocupações educacionais
ESTUDOS DE BOURDIEU &PASSERON; BAUDELOT &ESTABLET; COLEMAN: - criticam a escola: não mudam o destino das classes sociais;- os determinantes do sucesso ou do fracasso parecem ser as condições externas.
-“SCHOOLS MAKE NO DIFFERENCE”- COLEMAN – duas variáveis:
- background familiar- aspectos das escolas que podem ser mensuráveis
A ESCOLA COMO CAIXA PRETAELAS FAZEM A DIFERENÇA? (década de 1970)
DÉCADA DE 1980: “PERDIDA”.(P.123)
“A instituição escolar parece, portanto, ser um objeto de estudo cuja construção não se concluiu. É urgente iniciar este trabalho, na medida em que algumas evidências já existem – como se mencionará adiante – de que a identidade ou modelo institucional da escola, onde se incluem seus padrões de gestão e suas formas de organização, parecer ser a dimensão que determina se a escola faz ou não diferença na promoção da aprendizagem dos alunos”. (p.126)
NOVO CONCEITO – NOVO PADRÃO DE GESTÃO DA ESCOLA
- escola: centro de decisões- Recursos e poder alocados nível da
escola- Mecanismos de controle e avaliação- Pais que se preocupam e controlam a
qualidade do serviço educacional – qualificar a demanda para isto.
- AUTONOMIA: necessidade de a escola poder decidir sobre seus recursos humanos e financeiros com base em suas necessidades estabelecidas no PP.
DESCENTRALIZAÇÃO: estratégia de fortalecimento e autonomia das escolas, reduzindo ao mínimo indispensável os ordenamentos e controles centrais;
Abrir espaço para a construção de diferentes identidades escolares com o objetivo comum de promover a melhora qualitativa do ensino.
- AUTONOMIA: consensos e parâmetros (p.163)
ESCOLAS EFICAZES – estudo de “Purkey e Smith” – - liderança;- Expectativa em relação à aprendizagem dos alunos;- Clima da escola;- Distribuição do tempo;- Capacitação dos professores;- Participação e envolvimento dos pais;- Relacionamento e suporte técnico da Administração regional,
central;- Acompanhamento e avaliação do aluno;- Natureza dos objetivos: compartilhados e com ênfase nos
CONTEÚDOS BÁSICOS.
Conceitos como clareza ou sensibilidade, entusiasmo ou paciência, na sala de aula, são conquistados, aprendidos e exercitados – sucesso escolar.
Clareza pode significar competência técnica e entusiasmo compromisso político.
Competitividade e cidadania, eficiência e solidariedade – lado a lado.
Continuamos apostando na educação como elemento que poderá estabelecer uma nova relação entre CRESCIMENTO ECONÔMICO E DEMOCRACIA.
Reafirmamos nossa crença na escola de boa qualidade para todos como fator decisivo para que a SOLIDARIEDADE PREDOMINE SOBRE A SEGMENTAÇÃO SOCIAL e para que o grande potencial do povo deste país possa ser aproveitado para produzir VALOR INTELECTUAL, a mais importante MATÉRIA-PRIMA que no permitirá sermos COMPETITIVOS NA ORDEM ECONÔMICA MUNDIAL.