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INSTITUTO EDUCACIONAL SÃO JOÃO DA ESCÓCIA CURSO TÉCNICO EM ELETRÔNICA FERNANDO AP. ROQUE JULIANO SILVA BORELLI RENAN FELIPE DA SILVA THIAGO JUNIO SARAIVA CICLO CARREGADOR ENERGIA RENOVÁVEL POÇOS DE CALDAS - MG 2017

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INSTITUTO EDUCACIONAL SÃO JOÃO DA ESCÓCIA

CURSO TÉCNICO EM ELETRÔNICA

FERNANDO AP. ROQUE

JULIANO SILVA BORELLI

RENAN FELIPE DA SILVA

THIAGO JUNIO SARAIVA

CICLO CARREGADOR

ENERGIA RENOVÁVEL

POÇOS DE CALDAS - MG

2017

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FERNANDO AP. ROQUE

JULIANO SILVA BORELLI

RENAN FELIPE DA SILVA

THIAGO JUNIO SARAIVA

CICLO CARREGADOR

ENERGIA RENOVÁVEL

Trabalho apresentado na mostra 2017 do Curso Técnico em Eletrônica do Instituto Educacional São João da Escócia, sob orientação do professor (Roberto Luis Tramonte).

POÇOS DE CALDAS – MG

2017

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 4

2. O QUE O CICLO CARREGADOR? .......................................................................................... 5

2.1 Como funciona o Ciclo Carregador ..................................................................................... 5

2.2 O que são bobinas? ................................................................................................................. 6

2.3 Princípio do magnetismo ...................................................................................................... 6

3. O IMÃ DE NEODÍMIO ................................................................................................................ 7

3.1 Especificação técnica do imã de neodímio-ferro-boro....................................................... 8

3.2 Temperatura de trabalho do imã de neodímio ................................................................... 9

3.3 Revestimento e resistência do imã de neodímio ............................................................... 9

4. GERADORES DE ENERGIA ELÉTRICA ................................................................................. 9

4.1 Conversão de energia .........................................................................................................10

4.2 Retificador de tensão ...........................................................................................................10

4.3 Diodo Semicondutor ............................................................................................................11

4.4 Ponte Retificadora e seu funcionamento ...........................................................................12

4.5 Filtro Capacitivo ...................................................................................................................14

4.5.1 Capacitores ou Condensadores ..................................................................................14

5. REGULADORES DE TENSÃO 78XX ......................................................................................15

6. COMO FUNCIONA O CICLO CARREGADOR .......................................................................16

7. CONCLUSÃO .............................................................................................................................18

8. BIBLIOGRAFIA ..........................................................................................................................19

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1. INTRODUÇÃO

A tecnologia atual encontra-se em total evolução e a busca por meios produção

de energia renovável é um dos grandes desafios da humanidade. Nunca o

mundo esteve tão conectado quanto hoje, sendo o aparelho celular, rebatizado

de „smartphone‟ graças às inúmeras funções adquiridas, o grande responsável

por toda essa conectividade mundial. Porém, com tantas novas funcionalidades

sendo adicionadas a cada geração de aparelhos, podemos imaginar o quanto foi

necessário o esforço para se criar uma bateria capaz de fornecer energia

suficiente, pois o aprimoramento dos circuitos resultou num maior consumo de

energia, tornando-se quase impossível para um dispositivo permanecer ligado

por mais de dois dias sem a necessidade de carregar sua bateria. Logo, essa

realidade fez surgir a busca por meios alternativos de carregamento, já que nem

sempre podemos ter uma tomada disponível por perto.

Surgiu então um dilema: Seria possível fornecer nossa própria energia para o

carregamento desses aparelhos em uma possível urgência? A resposta é sim.

Como? Usando um dos veículos mais antigos do mundo, a bicicleta. O ciclo

carregador surge para unir o útil ao agradável, pois podemos economizar

deixando o carro em casa, contribuindo também para a redução de gases

tóxicos, além de reduzir o sedentarismo e claro, manter nossos smartphones

ligados. A seguir, veremos detalhadamente como funciona o sistema do ciclo

carregador, que converte a energia produzida pela rotação da roda de uma

bicicleta em energia elétrica.

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2. O QUE O CICLO CARREGADOR?

A palavra ciclo é uma palavra de origem grega, vem de „kyklos‟e significa

roda. Do grego se passou para o latim como „cyclus‟ e de lá para nossa língua.

Carregador significa algo que pode carregar alguma coisa, e sabemos que nos dias

atuais o termo está vinculado principalmente ao dispositivo usado para recarregar a

bateria de um determinado aparelho eletrônico. O ciclo carregador é um aparelho

desenvolvido para ser usado em bicicletas, pois usa a rotação da roda para gerar

energia elétrica que será armazenada em uma bateria e posteriormente poderá ser

usada para carregar celulares ou um GPS, por exemplo.

2.1 Como funciona o Ciclo Carregador

O ciclo carregador usa o princípio básico da geração de energia através de

indução eletromagnética, da qual é aproveitada a capacidade de atração e repulsão

natural a qualquer imã. O princípio de funcionamento de um gerador do tipo

alternador, como é chamado esse modo de geração de energia, ocorre desta

maneira: diante de uma bobina fixa (o induzido), põe-se a girar um ou mais imãs

(indutor) impulsionados por um movimento mecânico que o faça iniciar a operação.

No instante em que um imã passar próximo à bobina fixa, os elétrons nas espiras da

bobina serão induzidos pelo eletromagnetismo do imã e se deslocarão para a outra

extremidade da espiral, ocasionando a diferença de potencial nos polos da bobina.

Podemos compreender então o porquê desse método de geração ser chamado de

Alternador, pois alterna frequentemente o fluxo dos elétrons na bobina induzida

pelos ímãs, a fim de gerar tensão nas extremidades da espiral.

Figura 1 - Princípio básico do funcionamento de um gerador alternador.

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2.2 O que são bobinas?

A bobina eletromagnética é um dispositivo que possui dois elementos

distintos: um condutor e um núcleo. O condutor é normalmente feito de fios sólidos

de cobre, enrolados em torno de um núcleo de metal sólido. O número de vezes que

um fio é enrolado ao redor do núcleo, a espessura do fio, a quantidade de vezes que

será induzida pelo imã num determinado período entre outros fatores é que definirá

a tensão e a corrente gerada no processo.

A utilização mais comum desse dispositivo é como um indutor que armazena energia

em seu campo magnético. Considerado como um componente elétrico passivo, um

indutor não tem ganho energético como o capacitor que também pode armazenar

energia e não pode controlar o fluxo direcional. A forma como um indutor aproveita a

energia é pela passagem de corrente elétrica através de seu corpo. Abaixo estão

alguns tipos de bobinas indutoras.

Figura 2 - Diversos tipos de bobinas indutoras e seus vários aspectos.

2.3 Princípio do magnetismo

Magnetismo é a denominação dada aos estudos dos fenômenos relacionados

com as propriedades dos imãs. Os primeiros fenômenos magnéticos foram

observados na Grécia antiga, em uma cidade chamada Magnésia. Os primeiros

estudos realizados nessa área foram feitos no século VI a.C. por Tales de Mileto,

que observou a capacidade de algumas pedrinhas, que hoje são chamadas de

magnetita, de atraírem umas às outras e também ao ferro. Já a primeira aplicação

prática do magnetismo foi encontrada pelos chineses: a bússola, que se baseia na

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interação do campo magnético de um imã (a agulha da bússola) com o campo

magnético terrestre. No século VI, os chineses já dominavam a fabricação de imãs.

Os estudos sobre o magnetismo somente ganharam força a partir do século

XIII, quando alguns trabalhos e observações foram feitos sobre a eletricidade e o

magnetismo, que ainda eram considerados fenômenos completamente distintos.

Essa teoria foi aceita até o século XIX. Os experimentos na área recomeçaram a ser

feitos pelos europeus. Pierre Pelerin de Maricourt, em 1269, descreveu uma grande

quantidade de experimentos sobre magnetismo. Devem-se a ele as denominações

polo norte e polo sul às extremidades do imã, bem como a descoberta de que a

agulha da bússola apontava exatamente para o norte geográfico da Terra.

A grande revolução nos estudos do magnetismo foi feita por Oesterd, em

1820. Ele descobriu que fenômenos elétricos e magnéticos estão intimamente

relacionados. De acordo com essa teoria, denominada eletromagnetismo, cargas

elétricas em movimento geram campo magnético, e campo magnético em

movimento gera corrente elétrica. Esses estudos foram finalizados por Maxwell, que

estabeleceu bases teóricas sólidas sobre a relação entre o campo elétrico e o

magnético, ou seja, as ondas eletromagnéticas.

Figura 3 - Ilustração de um campo magnético

3. O IMÃ DE NEODÍMIO

O imã de neodímio também chamado como 'ímã de neodímio-ferro-boro', ou

menos especificamente 'imã de terras raras' é um poderoso imã feito a partir de uma

combinação de neodímio, ferro e boro (Nd2Fe14B). Esses imãs são muito

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poderosos em relação à sua massa, mas também são mecanicamente frágeis e

perdem seu magnetismo de modo irreversível em temperaturas acima de 120 °C.

Devido ao seu custo mais baixo, eles têm substituído os imãs de samário-cobalto na

maioria das aplicações, que são ligeiramente mais fracos e bem mais resistentes à

temperatura. Sua intensidade pode ser medida pelo seu produto energético máximo,

em megagauss-oersteds (MGOe) (1 MG•Oe = 7,957 kJ/m³). Essa intensidade varia

de 12 a 15 MGOe, nos ímãs aglomerados de neodímio (bonded magnets) e de 24 a

54 MGOe nos ímãs sinterizados. Para alcançar a mesma força do imã de neodímio

usando imãs de cerâmica, seria necessário um volume de cerca de 18 vezes maior

do material se comparado ao de neodímio.

Por essas vantagens, o imã de neodímio é usado no Ciclo Carregador,

pois obviamente com uma força eletromagnética maior, será possível ocasionar um

maior deslocamento de elétrons nos fios da bobina, ocasionando uma tensão maior.

Sabemos que outros fatores são determinantes para se obter uma maior tensão e

também maior corrente em um processo de geração alternada, como a espessura

dos fios da bobina, quantidade de espiras, número de imãs e bobinas, distante e

disposição dos componentes e claro, a força mecânica exercida para se movimentar

os imãs.

Figura 4 - Alguns tipos de imãs neodímio encontrados no mercado

3.1 Especificação técnica do imã de neodímio-ferro-boro

Os ímãs de Neodímios são formados por uma mistura basicamente de três

minérios, o Neodímio, o Ferro e o Boro (Nd2Fe14B), através de um processo de

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sinterização (Sintered) ou aglomeração (Bonded). A família dos Neodímios é

formada por diferentes tipos chamados de “grade”, sendo que todos possuem a

mesma composição, porém em diferentes quantidades, variando as características

como Remanência (Br), Produto Energético (BHmáx), Coercitividade (Hc) e

Temperatura (T).

3.2 Temperatura de trabalho do imã de neodímio

A temperatura de trabalho pode variar entre 80 e 230°C dependendo da

grade. Isso significa que um neodímio de 80 ºC quando submetido à temperaturas

superiores, perde gradativamente seu Campo Magnético e o recupera quando é

resfriado. Porém se este ímã for submetido à sua temperatura de desmagnetização

total (Temperatura Curie) que é em torno de 350ºC, perde totalmente seu campo

magnético e necessita passar por um novo processo de Magnetização.

3.3 Revestimento e resistência do imã de neodímio

Por conter Ferro em sua liga, os ímãs de Neodímio podem oxidar, por isso

possuem uma camada de proteção que pode ser Níquel, Zinco, Epoxi, entre outros.

Em ambientes úmidos ou com maresia, além do revestimento do Neodímio, pode ser

necessário a adição de uma tinta ou resina para que o imã tenha uma vida útil maior.

Devido ao processo de fabricação, os Neodímios são também muito duros, em torno

de 600 HV, o que os tornam frágeis dependendo do impacto entre eles ou em outros

objetos, podem lascar e até quebrar.

4. GERADORES DE ENERGIA ELÉTRICA

Graças aos esforços e estudos de várias pessoas no passado, foi possível

dominar os princípios da eletricidade, mais precisamente do eletromagnetismo, para

a criação dos geradores que usam esse princípio, como os usados nas usinas

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hidrelétricas, por exemplo. O Ciclo Carregador usa a mesma lógica de

funcionamento desses geradores, porém em menor escala. Nas usinas hidrelétricas,

a força usada para movimentar os imãs ao redor das bobinas provém da queda

d‟água, enquanto que no Ciclo Carregador, essa força é obtida pelo esforço humano

ao pedalar a bicicleta, que ocasionará a rotação da roda. Ao fixar os imãs de forma

circular no aro de uma bicicleta e posicionando corretamente uma bobina em relação

a eles, é possível conseguir o mesmo resultado obtido nos geradores de grandes

hidrelétricas: Energia elétrica.

4.1 Conversão de energia

Apesar de ser um efeito magnífico, a obtenção de energia elétrica a partir da

interação de imãs e bobinas usando energia mecânica, esse processo resultará em

uma tensão alternada, sendo necessária a conversão da mesma em tensão

contínua, como ocorre na grande maioria dos equipamentos eletrodomésticos e

eletrônicos através das fontes chaveadas, que possuem a função de converter a

tensão AC (Corrente Alternada, em inglês) existente em nossas casas para a tensão

DC (Corrente Contínua, em inglês).

Ao observar o funcionamento dessas fontes de energia elétrica, notamos que

há a necessidade de se transformar a tensão vinda da rede elétrica, pois os circuitos

eletrônicos funcionam com tensões e correntes menores, sendo necessário o uso de

transformadores que irão reduzir a tensão antes de alimentar uma carga. No Ciclo

Carregador isso não se faz necessário, pois a tensão resultante da interação dos

imãs com a bobina será próxima da tensão necessária pra alimentar uma bateria de

3,7 Volts, usada na maioria dos celulares smartphones atuais. Com a necessidade

de se obter uma tensão contínua para a carga final, o próximo passo para a

conversão será a retificação dessa tensão, pois a oscilação deverá ser

completamente eliminada.

4.2 Retificador de tensão

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Existem basicamente três tipos principais de retificadores de tensão, sendo

eles o Retificador de meia onda, Retificador de onda completa de derivação central

(Center-Tap) e o Retificador de onda completa em ponte. Ambos possuem o

princípio de funcionamento semelhante, que é receber o sinal bidirecional oriundo de

uma fonte AC e convertê-lo num sinal unidirecional DC. O componente responsável

por esse fenômeno é o diodo semicondutor, pois graças a seu princípio de

funcionamento, que consiste em conduzir uma corrente somente em um único

sentido, tornou-se possível a manipulação da tensão AC. Tanto o Retificador de

meia onda quanto o Retificador de onda completa Center-Tap se mostraram

ineficientes ao longo do tempo em relação ao Retificador de onda completa em

ponte e por isso praticamente não são usados para este fim.

4.3 Diodo Semicondutor

Como dito anteriormente, o diodo semicondutor é um componente eletrônico

composto de cristal semicondutor de silício ou germânio numa película cristalina

cujas faces opostas são dopadas por diferentes gases durante sua formação. É o

tipo mais simples de componente eletrônico semicondutor, usado como retificador de

corrente elétrica. A polarização do diodo é direta quando o pólo positivo da fonte

geradora entra em contato com o lado do cristal P (chamado de Anodo) e o pólo

negativo da fonte geradora entra em contato com o lado do cristal N (chamado de

Catodo). O fenômeno da condutividade em um só sentido é aproveitado no diodo

como um chaveamento da corrente elétrica para a retificação de sinais senoidais,

portanto, este é o efeito do diodo semicondutor mais usado na eletrônica, pois

permite que a corrente flua entre seus terminais apenas numa direção. Esta

propriedade é utilizada em grande número nos circuitos eletrônicos, principalmente

em pontes retificadoras.

Figura 5 - Princípio básico de funcionamento de um diodo

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4.4 Ponte Retificadora e seu funcionamento

O circuito retificador de onda completa em ponte é mais usado na construção

de fontes retificadoras. O nome „em ponte‟ é devido ao uso de quatro diodos em

uma configuração similar ao circuito usado em instrumentação chamado de “Ponte

de Wheatstone”. No circuito retificador a tensão alternada que chega na ponte é

retificada porque sempre haverá um caminho formado por um par de diodos que

direciona a corrente para o terminal positivo da ponte. Como no Ciclo Carregador

não existe um transformador, já que a geração de energia acontece diretamente no

alternador (o conjunto de imãs e bobinas), tomamos como exemplo um circuito

usando um Transformador somente para fins de compreensão do funcionamento da

Ponte Retificadora.

Quando a tensão no transformador secundário for positiva no ponto „A‟ em

relação ao ponto „B‟, a corrente flui passando pelo diodo D1 da ponte, pois, a

corrente deve seguir o sentido da seta dos diodos. Depois a corrente passa pela

carga RL, volta através do terra para o terminal negativo da ponte e encontra dois

diodos com setas habilitando a corrente a circular, mas, a corrente vai para o

potencial mais baixo que é ponto „B‟ do transformador via diodo D2, seguindo em

direção ao terminal negativo. Na verdade o diodo D1 está inversamente polarizado,

pois o potencial mais alto está no catodo.

Figura 6 - Como ocorre o semiciclo positivo na ponte retificadora.

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Quando a tensão no secundário for positiva no ponto „B‟ em relação ao ponto

„A‟, a corrente flui passando pelo diodo D4 da ponte, pois, a corrente deve seguir o

sentido da seta dos diodos. Depois a corrente passa pela carga RL, volta pelo terra

para o terminal negativo da ponte e encontra dois diodos com setas habilitando a

corrente a circular, mas a corrente vai para o potencial mais baixo que é ponto „A‟ do

transformador via diodo D3, e a corrente segue em direção ao terminal negativo

daquele instante. Na verdade o diodo D2 está inversamente polarizado, pois o

potencial mais alto está no catodo.

Figura 7 - Como ocorre o semiciclo negativo na ponte retificadora.

Observe que na carga a corrente sempre flui do terminal superior para o

terminal inferior, pois o terminal superior é o positivo da fonte. Um retificador em

ponte então é um retificador de onda completa, pois nos dois semiciclos há presença

de energia na carga. A figura abaixo mostra a forma de onda na entrada da ponte,

vinda do gerador e a forma de onda na carga.

Figura 8 - Forma de onda na entrada e na saída do retificador de onda completa em ponte.

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4.5 Filtro Capacitivo

Vimos que a ponte retificadora tem um papel crucial na separação dos

ciclos positivos e negativos da onda senoidal vinda de um transformador ou gerador

alternado, a fim de aproveitar somente os ciclos positivos, pois precisamos ter uma

corrente continua em nossa carga. Porém ao notar o resultado das ondas após

passar pelo retificador, vemos que elas são pulsantes, pois possuem „vales‟ entre os

picos de onda, sendo necessário um componente que possa ajudar a eliminar esses

vales entre as ondas, ou pelo menos diminuir essa queda de tensão entre os picos,

e esse componente é conhecido como Capacitor. Como o capacitor possui outras

aplicações na eletrônica, é chamado de filtro capacitivo quando usado com a

finalidade de atenuar as variações de tensão vindas da ponte retificadora, por

exemplo.

4.5.1 Capacitores ou Condensadores

São elementos elétricos capazes de armazenar carga elétrica, e

consequentemente, energia potencial elétrica. Podem ser esféricos, cilíndricos ou

planos, constituindo-se de dois condutores denominados „armaduras‟, que ao serem

eletrizados num processo de indução total, armazenam cargas elétricas de mesmo

valor absoluto, porém de sinais contrários.

O capacitor tem inúmeras aplicações na eletrônica, podendo servir para

armazenar energia elétrica, carregando-se e descarregando-se muitas vezes por

segundo. Na eletrônica, para pequenas variações da diferença de potencial, o

capacitor pode fornecer ou absorver cargas elétricas, pode ainda gerar campos

elétricos de diferentes intensidades ou muito intensos em pequenos volumes.

Figura 9 - Alguns dos vários tipos de capacitores existentes.

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5. REGULADORES DE TENSÃO 78XX

Os reguladores de tensão na forma de circuitos integrados de três terminais

são quase que obrigatórios em projetos de fontes de alimentação para circuitos de

pequena e média potência. Os tipos da série 7800 que podem fornecer tensões de 5

a 24 volts tipicamente com corrente de 1 ampère são extremamente atraentes para

projetos.

A série de circuitos integrados 78XX onde o XX é substituído por um número

que indica a tensão de saída, consiste em reguladores de tensão positiva com

corrente de até 1 ampère de saída e que são apresentados em invólucro TO-220

conforme mostra a figura 10.

Figura 10 – Involucro do 78XX, segundo sua potência.

Diversos são os fabricantes que possuem os circuitos integrados desta série

em sua linha de produtos e as tensões de saída podem variar sensivelmente de um

para outros. No entanto, os valores básicos para estas tensões, que são dados

pelos dois últimos algarismos do tipo do componente são:

A tensão máxima de entrada para os tipos de 5 a 18 volts é de 35 volts. Para

o tipo de 24 volts a tensão de entrada máxima é de 40 volts. De qualquer modo,

para um bom funcionamento a tensão de entrada deve ser no mínimo 2 volts mais

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alta que a tensão que se deseja na saída. Os circuitos integrados da série 78XX

possuem proteção interna contra curto-circuitos na saída e não necessitam de

qualquer componente externo.

Importante observar que o radiador de calor deve ser dimensionado em

função da diferença que existe entre a tensão de entrada e a tensão de saída, já

que, quanto maior ela for, mais calor o componente deve dissipar.

Na figura 11 temos a aplicação imediata num regulador positivo de 1 ampère

para tensões de 5 a 24 volts com corrente de saída de até 1 ampère.

Figura 11 – Circuito básico para utilização do 78XX.

O capacitor de 330nF desacopla a entrada do estabilizador enquanto que o

de 100nF, que deve ser cerâmico de boa qualidade, tem por finalidade evitar

oscilações em altas frequências e também desacopla a saída.

6. COMO FUNCIONA O CICLO CARREGADOR

O Ciclo carregador utiliza o movimento da roda de uma bicicleta para gerar

energia suficiente para carregar um celular. Abaixo o circuito que será utilizado em

nosso projeto.

Figura 12 – Circuito do carregador.

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Em ambos os lados da roda, no seu aro, será fixado ímãs de neodímio. Em

ambos os lados também haverá uma bobina, quando a roda gira o campo magnético

dos ímãs corta o indutor produzindo assim uma diferença de potencial. Porem a

corrente elétrica gerada é alternada, devendo, por tanto, ser retificada. Isso é feito

utilizando uma ponte de diodos retificadores, como mostra a figura 12. A mesma é

filtrada por C1 e regulada pelo CI7805, que por sua vez estabiliza a tensão na saída.

O capacitor C1 deverá ser de um valor mais elevado para compensar as variações

de tensão geradas pela frequência irregular do movimento das rodas. Neste caso

utilizaremos dois capacitores em paralelo de 4700uF x 16V, para C1 e de 1000uF x

16V para C2.

As bobinas de ambas as rodas serão ligadas em série para um que haja um

ganho de corrente. A figura 13, abaixo mostra um esquema de ligação dos ímãs e

do indutor.

Figura 13 – esquema de ligação dos imãs e indutores.

O circuito retificador estabilizador será instalado no guidão da bicicleta para

um melhor acesso ao conector do cabo USB.

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7. CONCLUSÃO

O projeto ainda se encontra em fase de desenvolvimento, estamos

construindo as bobinas e fazendo teste para um melhor resultado.

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8. BIBLIOGRAFIA

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Info Escola, acessado em http://www.infoescola.com/tecnologia/energia-eolica/ as

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Universidade Federal de Santa Catarina, acessado em https://repositorio.ufsc.br/

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http://www1.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_ARQUI201309241

11535.pdf as 22:15 dia 15/04/2017.