"Cheiro de terra molhada"Ela tava indo para o trabalho novamente s que dessa vez o seu carro teve que ir pra oficina devido batida que o visinho deu na garagem do prdio no dia anterior quando foi estacionar, ento teve de cruzar as duas quadras que separa seu apartamento do trabalho a p. O dia no poderia estar pior, o despertador no fez a nica funo que lhe foi dedicada, acord-la na hora, alm de ter que cruzar o caminho para o trabalho a p com certeza chegaria atrasada. - ele vai arrancar minha pele- pensava ela lembrando da reputao de grosso que o chefe tinha. Bem mais fazer o que n ela teria de ir de uma forma ou de outra mesmo. Ento ela pegou tudo o que precisava e fui pra o que prometia ser um grande dia. No caminho entre as quadras tinha uma praa ela passava por ali todos os dias e nunca tinha observado aquela praa, mas pra piora o seu dia j comeava a cair as primeiras gotas do que prometia ser uma grande tempestade. - claro que eu nunca pensei em pegar um guarda-chuva, alm de chegar atrasada vou chegar toda molhada- lamentava ela. Mas enquanto ela estava se lamentando, algo aconteceu que lhe fez diminuir o passo, as primeiras gotas de chuva j tinha tocado o cho e trazendo o cheiro que era to familiar pra ela. Ela tinha 8 anos e estava na janela observando a chuva cair e trazer consigo o cheiro de terra molhado to bom, ficou ali durante uns 3 minutos s contemplando aquilo. - me posso?- perguntou ela pra me que estava sentada em frente ela. - no pensar voc vai pegar um resfriado ou algo do tipo, no- a me respondia sempre toda vez que ela tocava no assunto, pelo o fato da garota sempre ter tipo tendncia a tudo quanto tipo de virose. - mais porque a menina no pode ir se divertir um pouco com os amigos l na chuva?- a av veio em seu socorro. Ela adorava quando a av fazia isso, e lamentava muito hoje nunca ter dito a ela o quanto ela foi e importante em sua vida. - me a senhora sabe muito bem que ela vai pega um resfriado e ficar de cama alguns dias- a me novamente deixando bem claro que perdeu muitas noites de sono cuidando da filha quando ficava doente. - mas ela pode no adoecer e voc vai deix-la presa aqui enquanto todos os amigos dela esto brincando l fora?- falou a av novamente apoiando a idia que neta tinha o direito de brinca de vez enquanto na chuva como todas as crianas. claro que a me no tinha argumentos para fazer a av desistir da idia, ou melhor argumentos ela tinha, mas sabia que ela no iria aceitar nenhum. Ento relutante deixou a filha ir, mas s pra poder dizer a av depois quando a garota tivesse de cama eu no disse. - estar bem voc pode ir, mas no si afaste muito ok? Ela nem esperou a me terminar e j estava abrindo a porta da frente e saindo correndo at o meio da rua, ao chegar ao meio abriu os braos, virou o rosto pra cima, para sentir melhor as gotas em contanto com sua pele, e ento, comeou a rodopiar, seu vestido aos poucos grudando totalmente no corpo e o cabelo encaracolado levantando por causar dos rodopios, espalhando gotculas dgua ao redor que se misturava com as gotas da chuva. - venha Liliah, vem brincar conosco- chamou o amigo, ento eles e outros bando de meninos e meninas saem correndo atrs de uma bola feita de sacolas plsticas no meio da chuva e lama. Ela ento parou completamente depois de sentir aquele cheiro, no fazia diferena se ela iria atrasar 3 ou 20 minutos a bronca era certa mesmo, ento depois daquele minuto de

devaneio ela deixou cair todas as suas coisas no cho, abriu os braos, pois o rosto para cima, fechou os olhos e comeou a rodopiar, no mesmo ritmo da chuva que cair forte agora .

Desfae de fora Elas teimam em querer vim lavar minha alma, mas eu no preciso delas, elas no so permitidas aqui, o corao estar menor, apertado, mais a minha face tem de estar sempre alegre. -Estou bem-digo, mas aqui dentro numa outra voz grita NA VERDADE. Eles aceitam minha resposta, no questionam, e porque questionariam se meu aspecto demonstra exatamente o digo, bom ele estar assim, ser mais fcil. Como posso permitir que elas faam o que a natureza as programou para fazer, hoje em dia ningum as permitem, eu tenho coisas pra fazer, tenho de seguir adiante, eu tenho que olhar pra frente. Mas finalmente ta chegando noite, eu posso ser eu agora, por favor, fechem as cortinas me dem espao, preciso retirar toda essa maquiagem que me esconde e abrigar no escuro, no consigo mais prender-las, elas esto vindo, pronto, finalmente posso sentir meu eu, e ficar comigo mesmo, sem aqueles olhares me censurando pro eu ter me permitido chorar.Um teste para J. Eu sempre tive uma curiosidade enorme de saber como J, o dono da pacincia mais invejvel do mundo, agiria se tivesse que entrar em contato com algum atendente de telemarket pra resolver um problema simples na sua conta telefnica, como uma mudana de plano para um mais em conta, por exemplo. -Gold International Telemovel, Raquel boa tarde. -Boa tarde Raquel, eu gostaria de muda meu plano telefnico para o atender todas s preces abaixo do custo, por favor. -Okey senhor, e com quem eu estaria tratando? -J. -J de que senhor? -J descendente dos filhos de Abrao. -Okey senhor, senhor J, eu vou estar precisando que o senhor esteja me confirmando alguns dados, pode ser senhor? -Sim. -Senhor J, o senhor poderia estar dizendo o seu endereo de residncia, por favor, senhor. -Paraso, numero um, porto de So Pedro, depois de No, antes de Cristo. -Um momento senhor J, eu vou estar verificando o seu endereo. (dez minutos, ouvindo aquela musiquinha, na qual ningum sabe a finalidade da melodia) -S um minuto senhor. (mais dez minutos de musiquinha) -No desligue senhor J, a sua ligao muito importante para ns, s um momento

senhor. (mais musiquinha) -Mais um momento senhor. (outra vez musiquinha) -Senhor J, muito obrigada por aguardar, mas no conseguimos verificar seu endereo, o senhor poderia estar fornecendo o seu numero de inscrio social ou seu CPF, por favor, senhor. -CPF 000123456-00, o numero de inscrio social infelizmente eu no lembro. -Tudo bem senhor, s um minuto, eu vou estar verificando os seus dados. (mais cinco minutos de musiquinha) -Obrigada por aguardar senhor, estive verificando seus dados, o senhor usa nosso pacote pea, eu atendo senhor? -Sim. -E o senhor gostaria de estar migrando para o atender todas s preces a baixo do custo senhor? -Sim. -timo senhor, mas esse pacote no estar disponvel no momento senhor, o senhor pode estar migrando para o nosso outro pacote, preces a toda hora ou pea simples, atendo mais simples ainda, tudo bem senhor? -ham, talvez, como funciona esse plano preces a toda hora? -Simples senhor, esse plano consiste em atender todas as preces automaticamente lhe oferecendo mais tempo livre, para que o senhor possa estar fazendo o que deseja restante de seu tempo. -Hum que bom, e como eu fao pra migrar para esse plano? - O senhor vai estar precisando adquirir um pacote de minutos extra, com um acrscimo de 20% no valor da sua conta, mas no se preocupe senhor, pois o valor voltara ao valor normal aps os trs primeiros meses, caso contrrio o senhor vai poder estar entrando em contato conosco pelo o nosso servio de atendimento novamente, a sua conta ficara fora suspensa por 24 horas enquanto mudamos para novo servio, mas estar normal e com as vantagens do novo servio senhor, o senhor vai estar adquirindo o novo servio senhor? -Ah no sei -Senhor pacote com bastante benefcios e que lhe garante fazer quase tudo sozinho senhor. -Ham. -O senhor no vai se arrepender senhor, o senhor vai estar adquirindo o novo pacote senhor? -Hum, estar bem. -O senhor no vai se arrepender senhor, muito obrigada senhor.