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O ministro e sua Família Lição 5

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O ministro e sua Família

Lição 5

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O ministro e sua FamíliaCONTEÚDO DA LIÇÃO:I – O MINISTRO E SUA FAMÍLIA

1) FAMÍLIAS DO ANTIGO TESTAMENTO. SEUS ERROS E ACERTOS2) O ENFOQUE DO NOVO TESTAMENTO SOBRE A FAMÍLIA DO

MINISTRO

II – CONTEXTUALIZANDO A FAMÍLIA1) ENFRENTANDO AS PRESSÕES DO POVO2) ENFRENTANDO AS PRESSÕES DA CONSCIÊNCIA3) ENFRENTANDO AS PRESSÕES DOS PRINCÍPIOS BÍBLICOS4) VIAGENS5) HORÁRIOS6) FINANÇAS7) VISÃO E ESPIRITUALIDADE8) HÓSPEDES

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O Ministro e sua FamíliaAinda não se criou um substituto para a família. Esta instituição estabelecida por Deus é a única base sólida contra a degradação social, econômica e política de uma nação, e sobre os alicerces da família a sociedade é organizada.

O tema está divido em duas partes:- Veremos alguns modelos de famílias do

Antigo Testamento;- Estudaremos o ensinamento do Apóstolo

no Novo Testamento, com especial ênfase no casal Priscila e Áquila

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1. FAMÍLIAS DO ANTIGO TESTAMENTO. SEUS ERROS E ACERTOS Os erros das famílias descritos nos episódios bíblicos são

mencionados para servir de exemplo de como não se deve proceder. Vale lembrar que quando se estudam os casos do Antigo Testamento tem-se que levar em conta a admoestação de Paulo:

"Tudo isso aconteceu com os nossos antepassados a fim de servir de exemplo para os outros, e aquelas coisas foram escritas a fim de servirem de aviso para nós. Pois estamos vivendo no fim dos tempos" (1 Co 10.11 NTLH).

O Ministro e sua Família

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O Ministro e sua Família1.1. NOÉ. MODELO DE FAMÍLIA PATRIARCAL O quadro social dos dias de Noé era tão ou mais corrupto que os dias

atuais. Sexo e mentira; fraude nos negócios, roubos, assaltos, estupros, violência e toda sorte de crimes.

A Bíblia começa a história de Noé assim: "Esta é a história da família de Noé: Noé era homem justo, íntegro entre o povo da sua época; ele andava com Deus" (Gn 6.9 - NVI).

A sociedade daqueles dias era tão corrompida que Deus decidiu pôr fim a tudo, mas preservou a Noé, e lhe disse: "Entre na arca, você e toda a sua família, porque você é o único justo que encontrei nesta geração" (Gn 7.1).

O apóstolo Pedro afirma que Deus "não poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça e mais sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de ímpios" (1 Pe 2.5).

A escritura dá a entender que o estilo de vida de Noé salvou a família toda: "Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, não salvariam nem a seu filho nem a sua filha; pela sua justiça salvariam apenas a sua própria vida" (Ez 14.20).

Um homem justo e piedoso não poderia ter uma nota triste em sua biografia, mas ainda que possuindo tantas qualidades, a escritura não encobre o fracasso de Noé, que se embriagou e, por estar embriagado, amaldiçoou um de seus filhos.

O fracasso de Noé serve de advertência para nos indicar e mostrar às gerações futuras que o homem é pecador e imperfeito, e que depende sempre da misericórdia divina.

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O Ministro e sua Família1.2. ABRAÃO. MODELO DE FAMÍLIA DE FÉ Depois do dilúvio a sociedade voltou a se corromper, e Deus chamou a

Abraão que residia em Ur, na Caldéia, levando-o, a peregrinar em Canaã.

O objetivo de Deus ao chamar a Abraão é bem claro: ele queria formar uma nova família e a partir dali, uma nova nação. "De ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!" (Gn 12.2).

Quando da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, Deus disse: “Ocultarei a Abraão o que estou para fazer, visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra? Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, afim de que guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito” (Gn 18.17-19).

Na Antiguidade Abraão foi considerado “Amigo de Deus”, mesmo assim Deus permitiu que alguns de seus erros fossem registrados para exemplo nosso.

(Abraão mentiu duas vezes) afirmando que Sara era sua irmã (Gn 12.13 e 20.5) despediu de casa a escrava Agar com seu filho Ismael por desavenças destes com a sua esposa.

(Sara era meia irmã de Abraão, isto é, filha do mesmo pai. Gn 20.12)

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O Ministro e sua Família1.3. JOSUÉ. MODELO DE FAMÍLIA UNIDA Josué e sua família saíram do Egito juntamente com Moisés e

peregrinaram durante quarenta anos com o povo de Israel no deserto. Dentre as pessoas que saíram do Egito com mais de 20 anos, somente ele e Calebe entraram na terra prometida.

Assumiu a liderança do povo depois da morte de Moisés, e os conduziu até a terra da promissão, estabelecendo as tribos em suas possessões. Antes de morrer, fez um relato da história do povo desde Abraão, da escravidão do Egito, e de como Deus os tirou do jugo de Faraó conduzindo-os até Canaã.

Sua declaração de compromisso e fidelidade (Eu e a minha família serviremos ao Senhor - Js 24.15) foi anotada por testemunhas, escrita num memorial de pedra e anotada no livro da lei (Js 24.26).

(É só o que sabemos sobre sua família).

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O Ministro e sua Família1.4. ELI. O PAI OMISSO Eli era sumo sacerdote em Israel no tempo

dos Juízes e sua história está registrada no livro de Samuel.

Seus filhos que o auxiliavam no ministério não eram bem comportados nem procediam corretamente na função sacerdotal; eram iníquos e mulherengos, e Eli, velho, não conseguia dominá-los.

Eli fazia vistas grossas aos erros dos filhos, e não interferia.

Deus lhe pergunta: ”Porque você honra seus filhos mais do que a mim, deixando-os engordar com as melhores partes de todas as ofertas feitas por Israel, o meu povo?” (I Sm 2.29).

Eli serve de exemplo de pai omissivo, que não exerce autoridade espiritual na família; de pai que não repreende os filhos quando estes não se conduzem como Deus quer.

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O Ministro e sua Família1.5. SAMUEL. PAI ÍNTEGRO Samuel substituiu a Eli no comando do reino no

tempo dos juízes, e sua vida é exemplo de homem de Deus por mais de quarenta anos.

No entanto, apesar de ser sacerdote e profeta uma nota triste foi escrita no fim de sua vida a respeito de sua família: “Quando envelheceu, Samuel nomeou seus filhos como líderes de Israel. Seu filho mais velho chamava-se Joel, e o segundo, Abias”.

Mas seus filhos não andaram nos seus caminhos. Eles se tornaram gananciosos, aceitavam suborno e pervertiam a justiça. Por isso todas as autoridades de Israel reuniram-se e foram falar com Samuel, em Ramá. E disseram-lhe: “Tu já estás idoso, e teus filhos não andam em teus caminhos; escolhe agora um rei para que nos lidere, a semelhança das outras nações”. (1 Sm 8.1-5)

A expressão, “Teus filhos não andam em teus caminhos”, inocenta a Samuel, e serve de alerta para que os filhos sigam o bom exemplo de seus pais.

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O Ministro e sua Família1.6. DAVI. EXEMPLO DE FRACASSO FAMILIAR Davi é tido como o mais poderoso rei da história de Israel. Além de rei

era profeta, e a Bíblia o apresenta como homem segundo o coração de Deus (At 13.22). No entanto, a Bíblia não encobre suas transgressões nem tão pouco os acontecimentos trágicos de sua família.

O capítulo 11 de 2º Samuel registra o início da tragédia familiar de Davi quando ele adulterou com Bate-Seba, cujo marido, Urias estava lutando na guerra ... Logo que ficou sabendo que Bate-Seba engravidara, mandou chama o esposo dela do front da guerra, insinuando que este se deitasse com Bate-Seba e depois imaginasse que o filho era seu.

Urias recusou ir para casa, e Davi ordenou que ele fosse morto na batalha. Depois que Urias morreu. Davi tomou a mulher para si, e a partir daí uma sucessão de tragédias começaram a acontecer.

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O Ministro e sua Família1.6. DAVI. EXEMPLO DE FRACASSO FAMILIAR

Através do profeta Natã Deus advertiu a Davi sobre as consequências de seu erro e das desgraças que devido ao pecado, aconteceriam em sua família (2 Sm 12). Os filhos de Davi passaram a brigar entre si, e a família experimentou momentos de grandes dificuldades. Logo depois, um de seus filhos, Amnom estuprou a meia-irmã Tamar causando vergonha em Jerusalém.

Não se vê um movimento de Davi para repreender o filho. Absalão, meio-irmão de Amnon, dois anos depois preparou uma cilada e o matou. Mais tarde, Absalão se revoltou contra Davi, seu pai, e o expulsou de Jerusalém, mantendo relações sexuais com as concubinas do pai aos olhos de todo o povo. Por fim, o próprio Absalão morreu na guerra que travava contra o pai.

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O Ministro e sua Família1.6. DAVI. EXEMPLO DE FRACASSO FAMILIAR

Por que citar neste estudo pessoas que são exemplos de fracassos na família?

Primeiramente, porque quando estas mesmas pessoas são citadas como exemplo no livro de Hebreus, o escritor não registra seus fracassos, mas suas vitórias.

Em segundo lugar, convém lembrar que todos os heróis da fé citados em Hebreus 11 não são lembrados por seus erros, mas por sua fé em Deus.

São homens e mulheres que superaram as dificuldades porque tinham em vista as promessas de Deus.

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O ENFOQUE DO NOVO TESTAMENTO SOBRE A FAMÍLIA DO

MINISTRO

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O Enfoque do N.T. sobre a família do ministro

O Novo Testamento abre uma nova página na história bíblica, pois na nova comunidade passam a fazer parte famílias de todos os povos da terra, e não apenas de Israelitas.

Diferentemente do Antigo Testamento, quando apenas a nação de Israel era tida como povo de Deus, no Novo Testamento Deus acolhe pessoas de todos os povos, línguas, tribos e nações e faz dessa gente nação santa, povo adquirido de Deus, família de sacerdotes.

Escolhidos por Jesus Cristo para a missão evangelizadora e para o estabelecimento de igrejas, os apóstolos estabeleceram regras e parâmetros quanto aos líderes desta nova comunidade. Eles se preocuparam com a família do obreiro e com o testemunho que devem dar na sociedade onde a igreja está inserida.

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O Enfoque do N.T. sobre a família do ministro

Dentre todos os apóstolos, Paulo foi quem estabeleceu as condições de como devem ser escolhidos os líderes da igreja, e entre as várias orientações, ele estabelece critérios para a vida pessoal e familiar do obreiro. E ele tinha autoridade para tanto. Homem de revelação, culto, profundo conhecedor das culturas de sua época, aconselha que os líderes das igrejas tenham certas qualidades que os diferenciem dos demais líderes.

Tal conhecimento é visto nas recomendações a Tito sobre a escolha dos presbíteros, alertando que tivesse cuidado quando o líder fosse cretense, porque, segundo ele, a fama dos habitantes de Creta não era muito boa. Eram tidos por um de seus profetas como “mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos” E depois acrescenta: “Tal testemunho é exato. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sadios na fé” (Tito 1.12-13).

2.1. RECOMENDAÇÕES APOSTÓLICAS SOBRE A FAMÍLIA

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O Enfoque do N.T. sobre a família do ministro

Diferentemente do Antigo Testamento cuja sociedade permitia que o líder casasse com várias mulheres, na nova comunidade Paulo estabelece que o líder da igreja deveria ser: “esposo de uma só mulher” (I Tm 3.2 e Tito 1.6)

2.1.1. MARIDO DE UMA SÓ ESPOSA

Nesta questão Paulo contraria o costume da época da sociedade greco-romana, indicando que a igreja, a família de Deus deveria ter um padrão de vida diferente do mundo.

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O Enfoque do N.T. sobre a família do ministro2.1.2. LÍDER NA FAMÍLIA

Paulo estabelece que o ministro “...governe bem sua casa, criando os filhos sob disciplina, com todo respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)” 1 Tm 3.4-5

No conceito de Paulo, governar bem a casa é saber administrar as questões espirituais do lar, pois ele fala em criar os filhos sob disciplina, e isto com todo respeito. O bom ministro aprenderá a tratar as questões disciplinares do lar, respeitando os filhos.

A boa ordem dentro de casa não é algo que se comece a meio caminho, quando os filhos estão moços, e sim uma tarefa a ser feita desde que são crianças.

Enfrentam sérios problemas casais que se convertem quando os filhos estão na adolescência, o que não isenta o líder de sua responsabilidade.

A mesma exigência é feita aos diáconos “O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa” (I Tm 3.12). Não se pode abrir mão desses pressupostos bíblicos na igreja.

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O Enfoque do N.T. sobre a família do ministro2.1.2. LÍDER NA FAMÍLIA (continuação)

A boa administração da casa trará reflexos imediatos na Casa de Deus. Um pastor que perde o controle sobre sua casa, e não consegue o companheirismo da esposa, de maneira respeitável, deve urgentemente reavaliar e reconsiderar onde errou. Pedindo até mesmo perdão à igreja por não ter conseguido ser um bom marido, pai e sacerdote do lar.

O conceito de “casa digna” (um lar bem administrado onde as pessoas são bem recebidas e sentem prazer em estar) é abordado por Jesus ao enviar seus discípulos às cidades de Israel: "Na cidade ou povoado em que entrarem, procurem alguém digno de recebê-los, e fiquem em sua casa até partirem. Ao entrarem na casa, saúdem-na. Se a casa for digna, que a paz de vocês repouse sobre ela; se não for, que a paz retorne para vocês" (Mt 10-11-13 - NVI).

O conceito de dignidade do lar pode ser visto também em Romanos 16.2 Fp 1.26 e outros. O obreiro deve ser exemplo do evangelho de Cristo,tornando-se modelo de dignidade na comunidade onde reside.

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ÁQUILA E PRISCILA: EXEMPLOS DE

OBREIROS

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Áquila e Priscila: Exemplos de Obreiros Faz-se necessário enriquecer esta lição

fazendo uma abordagem detalhada do casal Áquila e Priscila, cujo exemplo transpira nas páginas do Novo Testamento.

Ao que parece, Áquila e Priscila não tinham filhos – pelo menos a Bíblia não faz menção deles, ou talvez fossem adultos.

O que se vê a seguir é um casal envolvido na obra de Deus.

Eram peregrinos em busca de uma pátria. O relato bíblico afirma que o casal vivia em Roma, até que o imperador

Cláudio ordenou que todos os judeus saíssem de Roma. Áquila e Priscila conheciam o evangelho de Cristo e não mediram

esforços em encontrar um bom lugar para viver. Assim, depois de peregrinarem por várias cidades, fixaram residência em Corinto (At 18.1,2).

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Áquila e Priscila: Exemplos de ObreirosEram perfeitos na profissão. Não se requer que homem e mulher tenham

a mesma profissão, mas no caso de Áquila e Priscila, ambos trabalhavam fabricando tendas; tinham o mesmo ofício. É possível que esta atividade conjunta fosse fruto da experiência de vida que tiveram em Roma.

Que bom ver surgir no seio da igreja casais que trabalhem unidos na edificação da igreja de Cristo. Eles aprendem a dividir as tarefas do dia-a-dia não em função do conforto pessoal, mas da extensão do reino de Deus.

Eram perfeitos na sociedade. O obreiro e sua esposa devem trabalhar juntos – muitas vezes, em nossa

sociedade, a ela compete cuidar de certas tarefas da casa, mais que ele. Mas, tornam-se bons parceiros quando abrem espaço para que outros se juntem a eles. Áquila e Priscila encontraram Paulo em Corinto, também um peregrino, que fabricava tendas para se sustentar e foi acolhido pelo casal.

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Áquila e Priscila: Exemplos de ObreirosPerfeitos na hospitalidade. Paulo, apóstolo, peregrino e empreendedor

de novas igrejas, chega a Corinto e o lar que encontrou foi o de Áquila e Priscila. O casal perfeito. A casa deles tornou-se um refúgio para Paulo. A exemplo de Sara e Abraão, que hospedaram anjos em sua tenda.

Nada gera mais atrito entre um casal que um hóspede indesejável.

Eram peregrinos em busca de uma pátria.Eram perfeitos na profissão.Eram perfeitos na sociedade.Perfeitos na hospitalidade.Perfeitos na missão do reino de Deus. Depois de um ano e meio compartilhando seu lar com Paulo em Corinto, o casal

não hesita em mudar de rumos e acompanha o apóstolo Paulo numa viagem missionária, de cidade em cidade, de porto em porto e se estabelece em Éfeso (At 18.18-19) Estavam dispostos a novas aventuras da fé. Paulo segue adiante, mas o casal fica na cidade de Éfeso, pastoreando a igreja da cidade.

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Áquila e Priscila: Exemplos de ObreirosConhecedores do propósito de Deus Ambos eram conhecedores da palavra de Deus. Quando Apolo, homem

eloquente e poderoso nas Escrituras chegou a Éfeso, Áquila e Priscila viram neste judeu alexandrino um expositor bíblico em potencial, Apolo se viu cercado da hospitalidade e do amor do casal. Mas não somente isto. Foi doutrinado com respeito ao propósito de Deus. Por estarem atentos ao rumo da igreja, Áquila e Priscila não hesitaram em corrigir a visão doutrinária e de fé de Apolo. (At 18.26)

Fortes na Igreja Local A igreja em Roma se reunia na casa de Áquila e Priscila (Rm 16.5).Com a

perseguição, e com a mudança para Corinto, passou a se reunir na casa deles, na nova cidade. Agora em Éfeso, o casal abre a casa aos irmãos.

A igreja de Éfeso cujo potencial é conhecido de todos foi pastoreada com a ajuda de Áquila e Priscila. O casal não mediu esforços e Éfeso é tida como uma igreja perfeita em tudo. (At 18.19)

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Áquila e Priscila: Exemplos de ObreirosCompanheiros na fé do apóstolo. Paulo os chama de companheiros,

cooperadores. O casal é elogiado por esta qualidade (Rm 16.2). Paulo afirma que o casal arriscou a vida tentando ajudá-lo.

Viviam a serviço dos santos. Paulo destaca o casal como pessoas que

estavam dispostos a morrer pelos irmãos na fé. (Rm 16.4)

O obreiro e sua esposa, não vive para si mesmo, mas para o próximo e, se possível, dá a vida por seus irmãos.

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CONCLUSÃO DO TÓPICO 3 O ministro é primeiramente o pastor de sua própria família, pois não há como

separar a vida pastoral, vivida todos os dias no cuidado do rebanho, da esposa e dos filhos. Ele é um pastor na igreja, e um pastor em casa. Pastoreia sua família como exemplo de como devem ser pastoreados os membros da sua igreja.

Deve entender também que é um profeta no seu lar, tal qual Abraão. Nosso exemplo, apontado por Deus como profeta (Gn 20.7). Aqui o profeta aparece com a finalidade de um intercessor.

O pastor ou ministro é responsável diante de Deus por sua esposa e por seus filhos. O ministro jamais deve esquecer que além de esposo, é um amante de sua mulher.

A expressão “amante”, é correta, porque no mundo, os homens parecem encher de regalias a mulher que mantém fora do casamento.

A esposa, além de ser mulher, deve ser tratada com carinho, presentes e regalias pelo esposo que demonstra ser um bom amante.

O ministro deve sobressair-se como modelo de pai e esposo.

O bom ministro haverá, sempre, de prover as necessidades espirituais e materiais da família. Filhos bem cuidados quando pequenos, serão grandes amigos quando grandes.

Até que ponto, como esposo, tenho representado a autoridade de Deus dentro do lar?

Até que ponto sou apaixonado por minha esposa e filhos sem sacrificá-los diretamente na obra que estou envolvido?

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CONTEXTUALIZANDO A FAMÍLIA

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No início desta lição você pôde observar vários modelos de famílias do Antigo Testamento e entender o modelo implantado pelos apóstolos para os obreiros do Novo Testamento, cujo exemplo foi detalhado na vida familiar do casal Áquila e Priscila.

Agora você verá os problemas mais comuns enfrentados pelos obreiros no contexto brasileiro, e verá as soluções para cada caso.

Contextualizando a Família

Todos os dias o pastor tem de resolver conflitos entre a igreja e o lar, conflitos da igreja com os filhos, com a esposa e com os parentes próximos, que drenam sua espiritualidade e desafiam o chamamento recebido de Deus.

Os conflitos, se não forem resolvidos um a um trarão consequências para a família e a igreja.

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As atividades do obreiro na igreja, e as pressões que o povo exerce sobre o líder fazem-no viver pressionado por todos os lados;

Há uma tendência no meio evangélico de crer que o pastor é pago para fazer a obra de Deus, e as igrejas que pensam assim não dão sossego ao pastor;

Algumas igrejas costumam valorizar o obreiro pelo que ele faz; outras pelo que ele é.

Contextualizando a Família1. ENFRENTADO AS PRESSÕES DO POVO

O obreiro deve aprender a liberar-se das pressões do povo, e não deixar levar pelo que o povo diz a seu respeito. Esta é uma armadilha, em que os obreiros, até os mais experientes caem. Em busca de auto afirmação ministerial, costumam fazer o que o povo pensa que deve ser feito, e não o Deus pede dele.

1.1. SOLUÇÕES À PRESSÃO DO POVO

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Contextualizando a Família

Saul é um exemplo de um líder que tomou decisões erradas pressionado pelo povo. Na tentativa de provar que era chamado por Deus, Saul caiu na armadilha de fazer o que o povo queria e não o que Deus lhe mandou fazer.

Certo dia, depois de esperar sete dias por Samuel, pressionado pelo povo decidiu, ele mesmo, apresentar o sacrifício. Ao ser confrontado por Samuel, desculpou-se, dizendo: “Vendo que o povo se ia espalhando daqui, e que tu não vinhas nos dias aprazados...” (1Sm 13.11). A pressão do povo o levou ao erro.

Na guerra contra os amalequitas se deixou levar pela pressão popular. Colocou a culpa no povo, e pediu a Samuel que o honrasse diante dos anciãos de Israel: “Pequei, pois transgredi o mandamento do Senhor e as tuas palavras; porque temi o povo, e dei ouvidos à sua voz... Honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo, e diante de Israel...” (1 Sm 15.15,30)

A pressão da congregação, ou o medo do povo precisa ser avaliado em cada situação. A expressão “voz do povo, voz de Deus” não encontra respaldo algum nas escrituras.

1.1. SOLUÇÕES À PRESSÃO DO POVO (continuação)

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Contextualizando a Família A igreja e os obreiros precisam entender que o pastor é uma classe

especial que não se enquadra nos regimes das leis trabalhistas, isto é, ele não tem hora para começar e para terminar de trabalhar, não assina o cartão-ponto, e seu trabalho requer que se envolva na obra as vinte e quatro horas do dia.

Diferentemente dos executivos e empregados que retornam para casa no fim do dia; os ministros passam o dia ouvindo pessoas, atendendo compromissos da igreja e, nem sempre tem tempo de voltar para casa antes do culto da noite.

Por questão de consciência, e por querer levar adiante seu chamamento, trabalham demais.

No domingo, poderiam dormir até mais tarde, mas tem de se levantar cedo para as atividades da igreja.

É um círculo interminável. Caso reservem a segunda-feira para o descanso, não podem ficar com os filhos que estudam durante o dia ou envolvem-se em diferentes atividades. Visitas, estudos, interferências, oração, aconselhamentos, administrações – são trabalhos para o super-homem.

2. ENFRENTANDO AS PRESSÕES DA CONSCIÊNCIA

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Contextualizando a Família

Tanto a igreja quanto o ministro precisam entender que o pastor é um elemento atípico, isto é, não se enquadra em classe empregatícia alguma.

O pastor, diferentemente de um membro da igreja, dorme sempre muito tarde, seus horários são diferentes, e ele deve ter liberdade de administrar o seu tempo e não se submeter à pressão dos membros da igreja.

2.1. SOLUÇÕES À PRESSÃO DA CONSCIÊNCIA

Aprenda a planejar os horários com a família. Resolver estes conflitos de consciência requer

planejamento de horários, e uma conversa franca com os auxiliares mais chegados que aprenderão a respeitar o horário e não telefonarão a qualquer momento.

Como as noites são sempre ocupadas com assuntos da igreja e o casal raramente tem tempo de ficar a sós, nada melhor do que separar um tempo para os dois, enquanto os filhos estão na escola.

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Contextualizando a Família Férias, então, parecem ser um dos sete pecados capitais, e alguns obreiros

quando tiram férias, usam-na para pregar em outras cidades. ERRADO. As férias são um período de descanso em família, em que o obreiro se

recupera mental e fisicamente para o ano todo. Trinta anos de ministério, trinta férias. Todos saem em férias, porque não o pastor e sua família?

É bom tirar férias com a família e em família, aprendendo a planejar as férias com os filhos.

Decida quanto ao tempo de férias.

Reserve uma noite para a família. Os filhos crescerão saudáveis. Não se deve abrir mão de uma noite para o

casal, e deve-se separar uma noite para os filhos, permitindo que eles mesmos planejem as brincadeiras da noite.

Os filhos ficarão marcados para sempre. Basta fazer os cálculos para descobrir quão pouco tempo se tem para ficar com os filhos ao longo da vida.

Talvez esse conflito, esse paradoxo, entre servir a Deus e a família, sem ser relapso com Deus, nem prejudicar a família, precise ser resolvido pessoalmente por cada obreiro.

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O conflito começa quando o obreiro desconhece tudo o que a escritura diz a respeito do chamamento divino, do propósito de Deus com a família e não consegue fazer uma interpretação correta dos textos bíblicos.

Contextualizando a Família3. ENFRENTADO A PRESSÃO DOS PRINCÍPIOS BÍBLICOS

• Dois textos bíblicos, quando comparados, costumam gerar conflitos na vida do ministro.

O primeiro é a declaração de Jesus em Lucas 14.26: “Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãs e ainda a própria vida, não pode ser meu discípulo”

E o outro citado por Paulo: “...e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da casa de Deus?)” . (ITm 3.4,5)

Como conciliar estes dois textos?

Se questões teológicas como esta de abandonar os pais, filhos e parentes não forem resolvidos à luz de outros textos bíblicos que falam da família, por certo, o obreiro entrará em conflito, e tanto a igreja quanto a família serão prejudicados.

São conflitos como estes, que quando não solucionados levam os obreiros ao extremismo.

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Contextualizando a Família

A consciência do obreiro o pressiona muito nesta área, e isto precisa ser administrado. Os ministros vivem premidos pela consciência, principalmente quando são obrigados a viver de maneira completamente diferente dos membros da igreja. Por um lado devem abandonar mulher e filhos por amor ao Senhor e por outro, cuidar da casa.

O que fazer? Deve-se viver na riqueza ou escolher a pobreza? Pode-se adquirir bens como qualquer outra pessoa – desde que sejam frutos de nosso trabalho, ou deve-se adotar um estilo de vida franciscano?

São perguntas que precisam de respostas. Alguns ensinamentos teológicos ensinam que a pobreza é relevante para a salvação, e que o importante é alcançar os céus; outros, que a riqueza é um direito do cristão. O que fazer?

A solução a este conflito teológico está em se fazer uma exegese bíblica e clara sobre os temas conflitantes. Por não resolver estas questões bíblicas muitos obreiros se distanciam de seus parentes mais chegados, como pais, sogros e demais familiares criando problemas no relacionamento familiar.

3.1. SOLUÇÕES AO PROBLEMA DA PRESSÃO DOS PRINCÍPIOS BÍBLICOS

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Contextualizando a Família

Assim, Lucas 14.26 precisa ser estudado ao lado de 1 Timóteo 3.5 em que Paulo estabelece um padrão de obreiro na igreja: “Pois se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da casa de Deus?” (1Tm 3.5) e também com textos como: “Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra” (Ef 6.2-3)

Existem situações em que o obreiro deve abrir mão de determinado ministério para poder cuidar do pai e da mãe quando idosos, e não jogá-los para morrer em qualquer lugar. E se no ministério o obreiro puder cuidar dos seus “velhos”, a promessa de longos dias de vida prometidos por Deus estarão ao seu alcance.

Na atual conjuntura social é recomendado que o ministro evite residir em casa pastoral em fundo de templo ou em anexos. O bom mesmo é residir com a família a uma distância segura do templo. Três quilômetros já é uma boa margem de segurança. É bem melhor. Esposa e filhos terão maior liberdade de ação e não ficarão expostos ao olhar dos críticos de plantão.

3.1. SOLUÇÕES AO PROBLEMA DA PRESSÃO DOS PRINCÍPIOS BÍBLICOS

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A esposa do ministro também se sente pressionada nestas três áreas, especialmente quando é obrigada a desenvolver um ministério lado a lado com seu marido – sem que seja remunerada para isso.

3.2. REFLEXOS SOBRE A ESPOSA

Existe o conceito errado de que a esposa do pastor deve liderar o ensino de crianças da igreja, cuidar do coral, das reuniões de senhoras, das reuniões do círculo de oração das mulheres e ser presidente da assistência social da igreja.!!

Todavia, ela tem os filhos para cuidar, treinar, disciplinar, tem o marido que precisa de cuidados e ela mesma precisa estar arrumada para não ser confundida com a servente de limpeza. Etc.

Eis porque muitas esposas recorrem a tratamentos psiquiátricos e não poucas precisam de internamento hospitalar, enfermas, depressivas, insatisfeitas e revoltadas...

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PROBLEMAS. Além do trabalho local, dos cuidados com a igreja, da agenda cheia e da família que requer dele atenção especial, o ministro se vê obrigado a dividir seu precioso tempo com as frequentes viagens. São convenções, retiros, reuniões de comissões e conferências em que é convidado a pregar. Quando isso ocorre, acumulam-se as atividades da igreja e na outra ponta, quem sofre é a família. Sempre que retorna das viagens o trabalho está acumulado.

4. VIAGENS

SOLUÇÃO. Deve-se buscar um entendimento com os outros pastores da igreja, se houver outros ministros, no sentido de dedicar à família um dia, por cada semana ausente.

A igreja sempre existirá, mas o obreiro é passageiro. Em poucos anos envelhece e parte para a eternidade.

Uma outra maneira de suprir a ausência em viagens é levar a esposa e, quem sabe, os filhos em algumas delas.

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PROBLEMAS. O maior conflito está no horário das refeições. Quantas vezes, toda a arte de cozinhar é prejudicada pela impontualidade do marido no almoço. Quando ele chega em casa, tudo está frio; (A esposa tem de requentar e até refazer misturas)

5. HORÁRIOS

É difícil sinalizar à pessoa que o aconselhamento chegou ao fim. Por isso, além de não chegar na hora do almoço, o ministro-pai nem sempre consegue chegar a tempo de assistir ou apoiar alguma atividade dos filhos na escola.

O obreiro trabalha com pessoas e não com objetos; e as pessoas reclamam se não forem bem atendidas.

O pastor, chefe de família, deveria estar presente, todos os dias, em alguma refeição da família, especialmente quando os filhos são ainda pequenos, e não estão as voltas com cursos extras curriculares na escola, etc.

Certo pastor foi convidado para orar todos os dias ao meio-dia, junto com os demais pastores da cidade, a favor da unidade, e reagiu assim: “Podem me convocar para orar cedo, de manhã ou pela tarde, nunca na hora do almoço. Quase perdi meus filhos , pela ausência constante à mesa”...

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PROBLEMAS. Este é um dos maiores problemas que a família do pastor enfrenta. Com raríssima exceções o obreiro ganha tão pouco que mal consegue sustentar sua família. Persiste, na maioria das igrejas, a velha ideia de que o pastor deve ser pobre; que deve viver de forma franciscana, com parcos recursos. Seu salário nunca é estipulado em termos de “suficiente”, mas em quantos salários deve ganhar.

6. FINANÇAS

Uma esposa indagou: “já que sofremos a privação de nosso marido e pai de nossos filhos, por que não temos pelo menos o dinheiro suficiente para viver como as demais famílias? Todo nosso sacrifício é para viver sempre com necessidades, problemas na igreja, incompreensão, até que nos mande embora daqui e vamos a outra cidade sem saber o que nos aguarda?”

O pastor vive o dilema de sempre viver nos extremos entre a riqueza e a pobreza.

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Contextualizando a Família6. FINANÇASSOLUÇÕES. As igrejas precisam dar prioridades ao pastor e não à instituição. Ao homem e não à obra. Ao homem e não à obra. A igreja tem de ser administrada por pessoas espirituais, compreensivas, que discernem entre o que é material e o que é espiritual, sabendo que a igreja é, antes de tudo, um organismo vivo, um corpo. Quando um técnico administra os recursos da igreja tende a fazer tudo de maneira burocrática, rígida, tratando o pastor como um subalterno.

O bom administrador- se não for o pastor- há de compreender que no corpo de Cristo existe uma família, um pastor casado que precisa viver sem certas preocupações materiais.

Algumas igrejas funcionam como empresas multinacionais: sugam o funcionário e depois o dispensam; e o mesmo acontece com a maioria das denominações, que colocam em primeiro lugar a instituição. Todo o dinheiro arrecadado, tudo o que é feito, visa engrandecer a denominação ou a igreja da localidade. E esquecem do sustento do pastor.

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Contextualizando a Família7. VISÃO E ESPIRITUALIDADEPROBLEMAS. O pastor passa boa parte de seu dia lendo, conversando com as pessoas, orando e pesquisando, o que o leva a alcançar um grau de espiritualidade maior que o da esposa - se bem que isto está mudando.

O marido tem uma visão da obra, da igreja, e do que Deus quer para o povo, enquanto a esposa fica totalmente alienada de seu projeto, geralmente envolvida nas lides caseiras, ou em sua atividade profissional.

Quando isto acontece aumenta o abismo espiritual entre ambos, especialmente quando existe falta de diálogo entre eles. Consequentemente, a esposa se torna pouco espiritual, incompreensiva, rígida com os demais, especialmente com as pessoas a quem o esposo deve mostrar amor e tolerância.

Com tantas atividades no lar e na obra, não sobra tempo para orar, ler as escrituras, estar nos retiros e congressos, mesmo assim, sente-se obrigada a falar de Cristo e a consolar espiritualmente todos os que entram em sua casa.

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Contextualizando a Família7. VISÃO E ESPIRITUALIDADEPOSSÍVEIS SOLUÇÕES. Zelar pela comunicação entre marido e mulher;

Além do descanso com a família, o pastor precisar de tempo para estar com a esposa e filhos, o pastor precisa de um tempo seu em que poderá caminhar, exercitar-se, praticar algum esporte, descansar sozinho em algum lugar, meditar, etc.

Algumas igrejas tem trabalho de domingo a domingo - todos os dias e todas as noites; neste caso a igreja precisa de uma equipe de vários pastores, além de outros líderes para que os obreiros tenham uma ou duas noites de folga – tempo para a noite da família e o tempo com a esposa.

Eis porque muitos pastores, ainda jovens, estão às voltas com problemas de estresse pastoral, controlando o colesterol, os triglicerídeos, tudo porque não praticam esporte algum.

Buscar um tempo a sós, sem os filhos; Cuidar do descanso pastoral.

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Contextualizando a Família8. HÓSPEDESPROBLEMAS. “Hóspede e peixe no terceiro dia cheiram mal” diz um provérbio judeu.

No ministério pastoral uma questão que precisa ser bem administrada é sobre o que fazer com os hóspedes, porque via de regra, é a esposa do pastor que terá a responsabilidade final.

É ela que atende a todos e precisa buscar todo o dia o milagre da multiplicação dos pães. Parece que todo o hóspede tem um só rumo: a casa do pastor. Precisamos, pois, encontrar soluções sem deixarmos de ser hospitaleiros.

Nas grandes cidades, os pastores encontraram soluções diversas, limitando suas casas para a família e para alguém mais íntimo da família. Os hóspedes podem ser alojados em hotéis ou em casas de outros irmãos.

POSSÍVEIS SOLUÇÕES.

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Contextualizando a Família8.1 HÓSPEDES A CONVITE DA IGREJA Alguns conferencistas preferem estar perto do pastor, e querem manter

comunhão e ter tempo para conversar; neste caso, o melhor lugar é a casa do pastor. Outros preferem hotéis , onde se sentem mais a vontade. Mas cada pastor e cada igreja tem sua particularidade.

Nos dias apostólicos não havia hotéis e pousadas como hoje. O viajante carregava seus pertences, e até o material de cozinha, porque as hospedarias eram poucas.

Paulo sempre que viajava dependia da hospitalidade dos irmãos para ministrar em algumas cidades. A hospitalidade fazia parte da cultura da época. (Hb 13.2)

A hospitalidade não inclui apenas receber uma pessoa no lar, mas saber receber alguém e cuidar dele, nem que seja num hotel.

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Contextualizando a Família8.2 HÓSPEDES DA FAMÍLIA O ministro geralmente tem de prover lugar para

hóspedes, ou parentes, pessoas que vêm à cidade e precisam de um lugar para se hospedar.

8.3 HÓSPEDES CASUAIS Os ministros devem ensinar os membros de suas igrejas a não saírem por

aí, vagando pelo país ou tirando férias na casa de irmãos.

É necessário implantar uma nova cultura evangélica em que os irmãos aprendam a tirar férias sem incomodar a vida do pastor e da igreja.

Mas este não é um problema apenas dos membros. Muitos obreiros, também, saem a esmo, buscando pregar aqui e ali seja durante as férias ou fora dela, com a família a tiracolo, espremidos em casas de praia ou apartamentos.

Geralmente os parentes de um dos dois contam com a casa do pastor. Portanto, é deles a responsabilidade de hospedar seus parentes, e a igreja o sabe muito bem. Mas nem todo hóspede é parente.

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CONCLUSÃO Para cada problema deve haver uma solução. O obreiro deve discutir

com a esposa a solução para alguns destes conflitos e, quando necessário, reunir os que lhe são mais chegados na administração da igreja e no ministério para que se encontre solução rápida a alguns destes problemas. Por certo, a vida ministerial não terá tantas surpresas no dia de amanhã.

REFLEXÃO: Até que ponto estou cuidando da família sem fazê-la sofrer as pressões ministeriais?

CENTRALIDADE DA REFLEXÃO: Não devemos fazer nossa família sofrer com os nossos sofrimentos. Se formos ministerialmente equilibrados, certamente nossa família não sofrerá tanto.