centro de movimento vila dança - ufrn: página inicial€¦ · sena, ana luiza de souza. centro de...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ANA LUÍZA DE SOUZA SENA
Centro de Movimento
Vila Dança
NATAL/RN
2015.1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
Centro de Movimento Vila Dança
Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no
semestre de 2015.1, como requisito para a obtenção do grau de
Arquiteta e Urbanista.
Graduanda: Ana Luíza De Souza Sena
Orientadora: Professora Dra. Virgínia Maria Dantas de Araújo
NATAL/RN
2015.1
ANA LUÍZA DE SOUZA SENA
Centro de Movimento Vila Dança
Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no semestre de 2015.1, como requisito para a obtenção do grau de Arquiteta e Urbanista.
Aprovado em: ____ de junho de 2015 BANCA EXAMINADORA:
____________________________________________________
Professora Dra. Virgínia Maria Dantas de Araújo– UFRN(Orientadora)
____________________________________________________
Professor(a): Professora Dra. Luciana de Medeiros– UFRN
(Examinador interno)
____________________________________________________
(Examinador externo)
Natal / RN
“E aqueles que foram vistos dançando foram
julgados insanos por aqueles que não podiam
escutar a música.” - Friedrich Nietzsche
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, pelo dom da vida e por ter feito essa caminhada
comigo desde antes da minha entrada na UFRN. Por ter renovado as minhas forças e me dado
sabedoria, criatividade e disciplina durante todos os dias ao longo desses anos.
À minha família: pai, mãe e irmã. Pelo amor, carinho, proteção e apoio. Sem vocês eu não
teria chegado até aqui. Obrigada, amo vocês!
Aos professores do Departamento de Arquitetura da UFRN que se mostraram dispostos a
ensinar e compartilhar seu conhecimento conosco durante esses 5 anos de curso.
À minha orientadora, Virginia M. Dantas de Araújo, que com sua calma e sabedoria me
acompanhou durante todo o processo de desenvolvimento desse trabalho.
Ao amigo, pastor e conselheiro Bruno Jehú, que mesmo sem entender o andamento do
trabalho estava sempre em prontidão para me acalmar e me dar forças para continuar essa
jornada. Você é o cara mesmo!
Às amigas de curso Mariana Lucena, Viviane Medeiros, Rafaella Bulhões e Bárbara
Gondim, por cada conversa, lanche, conselhos e aulas dadas. Por causa de vocês que lembrarei
com carinho desse tempo na universidade.
A arquiteta Evânia Bezerra, pelas dúvidas tiradas e por não ser apenas chefe, mas amiga e
professora. E ao amigo Paulo Costa, pelas ajudas com as imagens para ilustrar o trabalho.
E aos demais amigos que perdoaram minha ausência e meus estresses e se alegraram
comigo no final desse semestre.
Obrigada!
RESUMO
SENA, Ana Luiza de Souza. Centro de Movimento Vila Dança. Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo, UFRN. Natal, 2015.
A dança é uma das mais antigas formas de arte e é uma modalidade extremamente valorizada e difundida mundialmente, tendendo a crescer cada vez mais. Apesar disso, na cidade de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, muitas instituições de ensino dessa prática não possuem a infraestrutura adequada para esse fim. Com objetivo de suprir essa carência, esse Trabalho Final de Graduação desenvolveu o anteprojeto de uma escola de dança para a Vila de Ponta Negra com ênfase questões de conforto ambiental e contribuindo para a divulgação da arte e da cultura em nossa cidade. Iniciou-se o trabalho com o levantamento de dados sobre o tema da dança e de estudos de referências diretos e indiretos. Após estudos dos condicionantes legais, bioclimáticos e funcionais, foi desenvolvida uma proposta de setorização (administrativo, social, serviço e aulas) reunidos em um único bloco de um pavimento. A escola ocupa 37.08% do lote e tem área total de 1853.57m2. Sua volumetria utiliza formas puras e resulta em uma forma contemporânea e simples, podendo servir de referência para trabalhos futuros.
Palavras-chave: Escola de dança; Projeto de arquitetura; Vila de Ponta Negra.
ABSTRACT
SENA, Ana Luiza de Souza. Movement Vila Dance Center. Final Work Undergraduate
Architecture and Urbanism, UFRN. Natal, 2015.
Dancing is one of the oldest forms of art and it´s an extremely valued modality and worldwide
widespread, tending to grow more and more. However, in Natal many educational institutions
of this practice do not have the appropriate infrastructure for this purpose. In order to meet
this need, this Final Graduation Work developed the draft of a dance school for Ponta Negra
Village making use of environmental comfort issues and contributing to the dissemination of
art and culture in our city. The work began with data collection on the dance theme and of
direct and indirect references studies. After studies of legal, bioclimatic and functional
constraints, a proposal for four sectors (administrative, social, service and classes) together in
a single block of a floor has been developed. The school occupies 37.08% of the lot with a total
area of 1853.57m2. Its volumetric uses pure forms and results in a modern and simple form.
Keywords: Dance School; Architecture Project; Ponta Negra village.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Foto do prédio onde funciona a Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão ................ 13
Figura 2 - Foto do prédio onde funciona a Escola de Ballet Prof. Rooselvet Pimenta .......................... 13
Figura 3 – Foto do prédio onde funciona a unidade I do Studio Corpo de Baile .................................. 14
Figura 4 – Foto do prédio onde funciona a unidade II do Studio Corpo de Baile ................................. 14
Figura 5 – Foto do prédio onde funciona a Cia do Movimento ............................................................ 15
Figura 6 – Foto do prédio onde funciona o Espaço vivo ....................................................................... 15
Figura 7 – Foto do prédio onde funciona a Escola de Ballet Maria Cardoso ........................................ 15
Figura 8- Localização Escola de Ballet Maria Cardoso .......................................................................... 19
Figura 9 – Foto da recepção da EBMC .................................................................................................. 20
Figura 10 – Foto da Sala de aula 1 da EBMC ......................................................................................... 20
Figura 11 – Foto da Sala de aula 2 da EBMC ......................................................................................... 20
Figura 12 - Localização Studio Corpo de Baile ...................................................................................... 21
Figura 13 – Foto da fachada da unidade I do Studio Corpo de Baile .................................................... 22
Figura 14 – Foto da fachada do Anexo do SCB ..................................................................................... 22
Figura 15 – Foto da entrada/espera do SCB ......................................................................................... 23
Figura 16 – Foto da loja de artigos de dança do SCB ............................................................................ 23
Figura 17 – Foto da Lanchonete do SCB ............................................................................................... 23
Figura 18 – Foto do cantinho virtual do SCB ......................................................................................... 23
Figura 19 – Foto da entrada/espera do anexo do SCB ......................................................................... 23
Figura 20 – Foto da sala de yoga/vídeo do SCB .................................................................................... 23
Figura 21 – Foto da sala 1 do SCB ......................................................................................................... 24
Figura 22 – Foto da sala 2 do SCB ......................................................................................................... 25
Figura 23 – Foto da sala infantil do SCB ................................................................................................ 25
Figura 24 – Foto da sala de aula pratica do anexo do SCB ................................................................... 26
Figura 25 - Localização EDTAM ............................................................................................................. 27
Figura 26 – Foto da sala do primeiro pavimento da EDTAM ................................................................ 28
Figura 27 – Foto da sala do segundo pavimento da EDTAM ................................................................ 28
Figura 42 - Localização do CMDC .......................................................................................................... 29
Figura 43 – Foto do hall de entrada do CMDC ...................................................................................... 30
Figura 44 – Foto da lanchonete e loja do CMDC ................................................................................... 30
Figura 45 – Foto da sala 01 do CMDC ................................................................................................... 30
Figura 46 – Foto da sala 02 do CMDC ................................................................................................... 30
Figura 47 – Foto da sala 03 do CMDC ................................................................................................... 30
Figura 48 – Foto da sala 04 do CMDC ................................................................................................... 30
Figura 28 - Localização Houston Ballet Center for Dance ..................................................................... 31
Figura 29 – Foto das aberturas do HBCD .............................................................................................. 32
Figura 30 – Corte esquemático do HBCD .............................................................................................. 32
Figura 31 - Planta baixa do pavimento térreo do HBCD ....................................................................... 33
Figura 32 – Foto de uma das salas de aula práticas do HBCD .............................................................. 34
Figura 33 – Foto do espaço para socialização do HBCD........................................................................ 34
Figura 34 – Foto de uma das salas de aulas práticas do HBCD ............................................................. 35
Figura 35 - Localização da Escola Municipal de dança de Oleiros ........................................................ 35
Figura 36 - Planta baixa da EMDO ......................................................................................................... 36
Figura 37 – Foto da fachada da EMDO ................................................................................................. 37
Figura 38 – Foto do espaço para espera da EMDO ............................................................................... 37
Figura 39 – Foto da sala de aulas teóricas da EMDO ............................................................................ 37
Figura 40 – Foto do estúdio de dança menor da EMDO ....................................................................... 37
Figura 41 – Foto do estúdio de dança maior da EMDO ........................................................................ 38
Figura 49 - Mapa da divisão dos bairros de Natal com destaque para Ponta Negra ............................ 42
Figura 50 – Planta do terreno escolhido ............................................................................................... 42
Figura 51 - Planta topográfica do terreno escolhido ............................................................................ 43
Figura 52 - Cortes topográficos do terreno escolhido .......................................................................... 43
Figura 53 - Foto de entulhos no terreno escolhido .............................................................................. 44
Figura 54 - Fotos da vegetação existente no terreno escolhido ........................................................... 44
Figura 55 - Estudo da ventilação no terreno ......................................................................................... 45
Figura 56 - Estudo solar do terreno ...................................................................................................... 46
Figura 57 - Calculo de largura mínima necessária para saídas de emergência .................................... 51
Figura 58 - piso tátil de alerta ............................................................................................................... 52
Figura 59 - piso tátil direcional .............................................................................................................. 52
Figura 60 - Espaço de circulação compartilhado entre duas vagas perpendiculares à calçada ........... 53
Figura 61 - Vaga paralela à calçada ....................................................................................................... 53
Figura 62 - Banheiro pra pessoas com necessidades especiais ............................................................ 54
Figura 63 - Boxe para chuveiro com banco e barras de apoio .............................................................. 54
Figura 64 - Matriz de relações ............................................................................................................... 58
Figura 65 - Organograma ...................................................................................................................... 59
Figura 66 - Fluxograma .......................................................................................................................... 60
Figura 67 - Proposta de zoneamento 01 ............................................................................................... 63
Figura 68 - Proposta de zoneamento 02 ............................................................................................... 64
Figura 69 - Zoneamento final ................................................................................................................ 65
Figura 70 – Primeira proposta de fachada principal ............................................................................. 65
Figura 71 - Segunda proposta de fachada principal.............................................................................. 66
Figura 72 - Proposta final de fachada principal .................................................................................... 66
Figura 73 - Estudo 01 para fachada noroeste ....................................................................................... 67
Figura 74 - Estudo 02 para fachada noroeste ....................................................................................... 67
Figura 75 – Modelo de brise usado na fachada noroeste ..................................................................... 67
Figura 76 – Implantação inicial ............................................................................................................. 68
Figura 77 - Implantação ........................................................................................................................ 69
Figura 78 - Cortes topográficos original e proposto ............................................................................. 70
Figura 79 - Salas de aula ........................................................................................................................ 72
Figura 80 - Telha metálica sanduiche com lã de vidro .......................................................................... 73
Figura 81 - Modelo de porta acústica das salas de aula ....................................................................... 74
Figura 82 - Detalhe de porta acústica ................................................................................................... 74
Figura 83 - Brises ................................................................................................................................... 75
Figura 84 - Sistema Drywall ................................................................................................................... 76
Figura 85 - Piso flutuante acústico ........................................................................................................ 76
Figura 86 - cobogó acústico .................................................................................................................. 76
Figura 87 - Painéis absorventes ............................................................................................................ 77
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Resultados do estudo de insolação .................................................................................... 46
Quadro 2 - Itens programáticos dos estudos de referencia ................................................................. 55
Quadro 3- Pré-dimensionamento ......................................................................................................... 57
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 8
PARTE I – APRESENTAÇÃO DO TEMA ESCOLHIDO ................................................................................10
1 A DANÇA E SEU SIGNIFICADO......................................................................................................... 11
1. 1 A dança em Natal ................................................................................................................... 13
2. O CONFORTO AMBIENTAL ............................................................................................................ 16
PARTE II. ESTUDOS DE REFERÊNCIAS ...................................................................................................18
2 ESTUDOS DE REFERÊNCIAS PROJETUAIS ........................................................................................ 19
2.1. Estudos diretos ....................................................................................................................... 19
2.2. Estudos indiretos .................................................................................................................... 28
2.3 Análises e conclusões dos estudos de referência ................................................................... 38
2.4 Uma Escola de Dança para a Vila de Ponta Negra .................................................................. 38
PARTE III CONDICIONANTES PROJETUAIS ............................................................................................41
3. CONDICIONANTES PROJETUAIS .................................................................................................... 42
3.1. Condicionantes físico-ambientais .......................................................................................... 42
3.2. Condicionantes legais ............................................................................................................. 47
3.3 Condicionantes funcionais ...................................................................................................... 54
PARTE IV. A PROPOSTA ARQUITETÔNICA ............................................................................................61
4. O PARTIDO ARQUITETÔNICO ........................................................................................................ 62
4.1 Evolução da proposta .............................................................................................................. 62
5. MEMORIAL DESCRITIVO E JUSTIFICATIVO .................................................................................... 68
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................... 79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................................80
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 8
INTRODUÇÃO
A dança é uma das formas mais antigas de arte, por meio dela expressamos emoções
e conseguimos nos comunicar através de movimentos corporais. Independente das razoes
que causaram sua prática, a dança é uma atividade bastante difundida pelo mundo, com
tendência a crescer mais. Além do lazer, ela traz benefícios para o corpo, como disciplina,
postura, concentração e coordenação motora.
Da mesma forma no contexto mundial, a dança também está ganhado mais espaço em
Natal, porém, a maior parte do locais utilizados para a prática dessa atividade não possuem a
infraestrutura adequada para tal.
Diante dessa realidade, o objeto de estudo deste Trabalho Final de Graduação é o
anteprojeto arquitetônico de uma escola de dança para Natal, visando suprir a demanda por
melhores espaços para essa modalidade, mas que também alcance às camadas mais baixas
da nossa sociedade. O principal objetivo do trabalho é realizar um projeto de escola de dança
na Vila de Ponta Negra fazendo uso das questões de conforto ambiental, contribuindo para a
divulgação da arte e da cultura em nossa cidade. Para alcançar esse propósito, foram
estabelecidos objetivos específicos: entender o funcionamento e as necessidades de espaços
destinados à dança; estudar as diretrizes do conforto ambiental (ventilação e iluminação
natural e acústica) e propor uma solução arquitetônica que atenda ao programa de
necessidades das escolas de dança e às diretrizes do conforto ambiental dentro do contexto
da Vila de Ponta Negra.
O tema escolhido se deu por interesse pessoal e também por constatar que, apesar
dos muitos espetáculos apresentados e de novas instituições de ensino da dança que estão
surgindo, a estrutura das mesmas não conseguia suprir as necessidades dos usuários. Desta
forma, a escola proposta será um incentivo para o desenvolvimento ainda maior desse setor,
incentivando investimentos públicos e privados. Além disso, a instituição proposta tem papel
social, que é contribuir para o processo de inclusão cultural da população carente, e também
funcionará como equipamento para revitalizar a Vila e atrair moradores das outras regiões
administrativas da cidade para o bairro.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 9
Metodologicamente o trabalho se desenvolveu por meio de pesquisas bibliográficas
sobre o tema da dança, estudos de referências (diretos e indiretos) com enfoque em função
e/ou forma plástica, escolha do lote, estudo da legislação vigente, estudo dos condicionantes
físico-ambientais, desenvolvimento do estudo preliminar e desenvolvimento da proposta
arquitetônica final.
Este TFG está organizado em dois volumes: a parte escrita e a parte gráfica, ou seja, o
anteprojeto arquitetônico. Na primeira parte temos o desenvolvimento da proposta e se
encontra divido em 4 partes. Primeiramente temos uma apresentação do tema dança,
incluindo um pequeno resumo da história da dança no mundo e um pouco da mesma na nossa
cidade, e considerações básicas acerca do conforto ambiental. Na segunda parte temos os
estudos de referências diretos e indiretos e as análises de cada um deles. A terceira traz
informações a respeito da escola proposta, incluindo o perfil do usuário e sua proposta
pedagógica e os condicionantes projetuais físico-ambientais, funcionais e legislativos do
anteprojeto, e a quarta apresenta a proposta arquitetônica final, desde o partido e evolução
projetual até o memorial descritivo e justificativo.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 10
PARTE I – APRESENTAÇÃO DO TEMA ESCOLHIDO
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 11
1 A DANÇA E SEU SIGNIFICADO
Não se sabe exatamente quando e como os homens começaram a dançar, mas existem
indícios de que eles dançam desde os primórdios, para expressar sentimentos, adorar a
deuses ou aquecer o corpo. Independente da motivação, a dança foi ganhando espaço e
consolidando sua importância nas sociedades com o passar dos séculos. Assim:
Como todas as artes, a dança é fruto da necessidade de expressão do homem. Essa necessidade liga-se ao que há de básico na natureza humana. Assim, se a arquitetura veio da necessidade de mora, a dança, provavelmente, veio da necessidade de aplacar os deuses ou exprimir a alegria por algo de bom concedido pelo destino (FARO, 1986, p. 13)
Segundo Faro (1986), inicialmente a dança possuía um sentido mais místico e
raramente era executada em festas comemorativas, foi no período do Renascimento que esta
atividade adquiriu um caráter mais social e passou a ser realizada em festas pela nobreza,
como entretenimento ou recreação. A partir disso, a dança social foi se transformando e aos
poucos tornou-se acessível às camadas mais baixas da sociedade, dando origem a um outro
tipo de dança: as danças populares.
De acordo com o mesmo autor, o balé desenvolveu-se inicialmente na Itália (a palavra
ballet vem do italiano ballo e de seu diminutivo balleto, que significam baile), no século XV, e
chegou à França através do casamento da rainha Catarina de Médicis com o rei Henrique II.
Ela importou artistas especializados em preparação de grandes espetáculos para manter a
corte distraída e também foi responsável pela criação da primeira companhia de dança, o balé
cômico da rainha, em 1581.
Faro (1986) conta que durante o reinado de Luís XIV (quase 100 anos mais tarde) a
dança ganhou ainda mais destaque, pois o rei amava dançar e fundou, em 1661, a Academia
Real de Ballet, primeira instituição com objetivo de normatizar a pratica e o ensino da dança,
tendo surgido a Escola Nacional de Ballet oito anos mais tarde.
Inicialmente, segundo Faro (1986), a dança era praticada exclusivamente por homens,
que inclusive assumiam os papeis femininos nos espetáculos. Só no fim do século XVII que a
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 12
Escola de Dança passou a formar bailarinas mulheres, que mesmo tendo seus movimentos
ainda limitados pelos complicados figurinos foram ganhando importância e espaço no ramo.
No Brasil, as danças da corte chegaram através do rei D. Joao XVI e o primeiro
espetáculo de balé clássico foi realizado em 1813, no Real Teatro de São Joao no Rio de
Janeiro. Ainda no Rio, em 1921, foi criada a Escola Bailado do Teatro Municipal do Rio de
Janeiro e, em 1936, formou-se a primeira companhia de dança oficial do pais: o Corpo de Baile
do Teatro Municipal. No século XX, com a vinda para o Brasil de bailarinos de fora,
consequência do início da segunda guerra mundial, se desenvolveu a dança com caráter mais
profissional
Faro (1986) ainda explica que de uma revolução contra o sistema de regras rígidas do
balé clássico, no fim do século XIX, surgiu a dança moderna, que hoje conhecemos como dança
contemporânea. Nela os bailarinos possuem uma maior liberdade: os movimentos são mais
soltos, espontâneos, os figurinos são menos pesados e volumosos, as músicas não se
restringem às clássicas e, muitas vezes, as coreografias são dançadas com os pés descalços.
Portanto, a dança moderna “veio somar-se ao que já existia de valor sob a forma de dança.”.
O mesmo autor ainda fala que além dos estilos de dança já comentados, temos o jazz,
que tem seu surgimento na cultura negra, pois, nos navios negreiros, era através da dança
que os escravos conseguiam se manter saudáveis durante as longas viagens. Os movimentos
eram uma mistura dos costumes negros com a imitação dos ritmos europeus. Já o sapateado
americanos surgiu da variação da clog dance (dança dos tamancos), uma dança tradicional da
Irlanda. E da dança de salão, tão praticada nos bailes da corte, surgiram o tango argentino, a
salsa, o maxixe, o samba de gafieira, entre outras.
Nas últimas décadas, a dança percorreu novos caminhos e chegou aos cinemas, à
televisão e ao teatro musicado. Essa arte também chegou às universidades em vários países,
inclusive no Brasil, oferecendo-se cursos de formação e reciclagem de artistas e professores.
Assim, segundo Faro (1986) “Da elite a dança chegou ao povo, e sua identificação com a
juventude fez com que ela se tornasse uma das artes mais fáceis de serem apreciadas por
pessoas de todas as idades.”.
Atualmente, somado aos significados desde sua origem, a dança é considerada
atividade de lazer e serve de complemento na educação de crianças e jovens. Além disso, esta
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 13
atividade traz benefícios aos corpo, como melhora na postura, no equilíbrio e no
desenvolvimento da coordenação motora.
1. 1 A dança em Natal
A primeira escola de dança fundada na nossa cidade em 1974, mas foi no ano 2000
que a dança começou a ganhar mais espaço na cidade do Natal, pois a partir deste ano novas
escolas surgiram. Consequentemente houve um aumento no número de espetáculos e
amostras de dança e, além disso, as escolas de ensino regular passaram a ofertar algumas
modalidades de dança, principalmente o ballet, como opção de esporte.
As escolas mais conhecidas na cidade deo Natal são: Escola Municipal de Ballet
Professor Roosevelt Pimenta (Balé Municipal, 1974), Escola do Teatro Alberto Maranhão
(EDTAM, 1986), Studio Corpo de Baile, Cia do Movimento, Espaço Vivo e Escola de Ballet Maria
Cardoso. Destas seis apenas a EDTAM (Figura 1) e o Balé Municipal (Figura 2) são financiadas
pelo poder público e possuem mensalidades acessíveis à população mais carente da nossa
cidade. Ambas estão localizadas no bairro da Ribeira e funcionam em prédios históricos.
Figura 1 – Foto do prédio onde funciona a Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão
Fonte: <http://tribunadonorte.com.br> Acesso em 05.04.2015. Acesso em: 07.04.2015
Figura 2 - Foto do prédio onde funciona a Escola de Ballet Prof. Rooselvet Pimenta
Fonte: <http:// http://www.natal.rn.gov.br> Acesso em 05.04.2015. Acesso em: 07.04.2015
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 14
Já as escolas privadas estão localizadas nas regiões administrativas Leste ou Sul
de Natal, normalmente próximas a avenidas/ruas conhecidas em nossa cidade. O Studio
Corpo de Baile (Figura 3 e Figura 4) é a escola mais antiga dentre as privadas, fundada
em 1997, e também a com maior estrutura física, possuindo duas unidades, uma no
bairro de Tirol e outra no bairro de Neópolis. No ano 2000 a Cia do Movimento (Figura
5) abriu suas portas, no bairro Barro Vermelho, em 2005 veio o Espaço Vivo (Figura 6)
no bairro de Lagoa Nova e em 2007 a Escola de Ballet Maria Cardoso (Figura 7) no bairro
de Capim Macio.
Figura 3 – Foto do prédio onde funciona a unidade I do Studio Corpo de Baile
Fonte: <http://www.studiocorpodebaile.com.br> Acesso em 05.04.2015.
Figura 4 – Foto do prédio onde funciona a unidade II do Studio Corpo de Baile
Fonte: <http://www.studiocorpodebaile.com.br>
Acesso em 05.04.2015.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 15
Figura 5 – Foto do prédio onde funciona a Cia do Movimento
Fonte: < http://www.ciadomovimento.com> Acesso em 05.04.2015.
Figura 6 – Foto do prédio onde funciona o Espaço vivo
Fonte: <http://www.espacovivonatal.com> Acesso em
05.04.2015.
Figura 7 – Foto do prédio onde funciona a Escola de Ballet Maria Cardoso
Fonte: <http://www.maps.google.com.br> Acesso em 05.04.2015.
Todas essas escolas não foram projetadas para tal uso, mas sim abrigadas em
edificações existentes, passando por reformas a medida que a demanda de alunos
aumentava. Assim, a estrutura física dos espaços é bastante limitada e não atende às
necessidades dos usuários do local. Falta espaço de convivência e locais para
apresentações de pequeno porte, por exemplo.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 16
Mesmo assim, a dança na cidade do Natal vem se destacando em qualidade
técnica, tanto em território nacional quanto internacional. Um exemplo disso é que todo
ano a EDTAM recebe professores de escolas renomadas de fora do país para realizações
de audições com os alunos locais. Nos festivais de dança nas cidades de Indaiatuba (SP)
e Joinville (SC) nossos bailarinos também ganham destaque. Neste contexto de ascensão
da dança em nossa cidade que se insere a proposta de Escola de Dança apresentada
nesse TFG.
2. O CONFORTO AMBIENTAL
Segundo o Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética em
Edificações da Escola de Arquitetura de Belo Horizonte, o conforto ambiental em
Arquitetura e Urbanismo está relacionado à proporcionar as pessoas as condições
necessárias de habitualidade, utilizando-se dos recursos disponíveis de forma racional.
É fazer com que o produto arquitetônico corresponda (conceitual e fisicamente) às
necessidades e condicionantes do meio ambiente natural, social, cultural e econômico
de cada sociedade
Assim, a edificação proposta pretende fazer uso da ventilação e iluminação
natural, utilizando grandes esquadrias e elementos vazados.
O uso do elemento vazado - cobogó – será interessante por ser um elemento
comum em nossa arquitetura local e que proporciona ventilação e iluminação natural,
além de proteção solar. Fora isso, é um elemento de fácil fabricação e baixo custo.
A escola também terá isolamento e condicionamento acústico em suas salas de
aulas práticas, de forma a não provocar ruídos indesejáveis na vizinhança. Porém, existe
a preocupação de combinar este isolamento/condicionamento com a ventilação
natural. Desta forma, o uso do cobogó acústico (ARAÚJO, 2010) se faz útil e necessário
para que o conforto térmico e lumínico coexistam com o conforto acústico.
A acústica estuda os fenômenos do som e sua interação com nossos sentidos
buscando eliminar/reduzir os ruídos que possa comprometer nossa audição e
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 17
“controlar” os sons, de forma a evitar interferências em excesso (ecos, reverberação,
etc), ou seja, preocupa-se não só com o isolamento do ambienta, mas com a
preservação da qualidade ambiental do mesmo.
Em uma sala de aula (seja de escola de ensino regular, de dança, teatro, etc) é
importante que a comunicação entre aluno e professor ocorra sem interferências. Uma
sala mal projetada pode causar problemas de saúde aos usuários da mesma, como
estresse, problemas de audição, além da dificultar o aprendizado.
Desta forma, o uso de materiais isolantes nas salas da escola proposta também
será necessário para se alcançar o conforto ambiental (luminoso, térmico e acústico.)
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 18
PARTE II. ESTUDOS DE REFERÊNCIAS
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 19
2 ESTUDOS DE REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Buscou-se, neste capítulo, referências funcionais, formais, estéticas e
construtivas que auxiliassem na elaboração da presente proposta arquitetônica. A partir
da seleção de referências encontradas, balizada pelas relações com a temática, realizou-
se os estudos de forma direta e indireta. Nos estudos diretos, a partir de visitas técnicas
aos locais escolhidos, buscou-se obter informações que poderiam auxiliar na concepção
do projeto, a partir de fotografias, esboços e notas de visita. Nos estudos indiretos, as
informações foram colhidas a partir de pesquisas em meio digital, sobretudo em sites
especializados.
2.1. Estudos diretos
2.1.1 Escola de Ballet Maria Cardoso - EBMC
Localização/data: Capim Macio, Natal/RN, 2007
Fonte: Visita in loco, Abril de 2013
Figura 8- Localização Escola de Ballet Maria Cardoso
Fonte: <http://www.maps.google.com.br> com modificação da autora.
Escola fundada por sua atual proprietária e diretora, Maria Cardoso, voltada para
o ensino do ballet clássico para crianças, jovens e adultos. Além da pratica do ballet, os
alunos têm aulas de condicionamento físico, anatomia e consciência corporal.
Incialmente o prédio possuía um único pavimento e era a residência da família
da diretora. O projeto de reforma aproveitou apenas as paredes externas da casa, para
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 20
que além de moradia, a edificação pudesse funcionar como escola de dança. Hoje, são
dois pavimentos: no térreo funciona a escola e no primeiro andar, a residência.
A escola possui uma entrada que também funciona como local de espera (Figura
9), uma recepção (Figura 10), dois banheiros e duas salas. Uma das salas, a maior (Figura
11) constitui-se em uma ampliação e a outra (Figura 12) foi reformada.
Figura 9 – Foto da recepção da EBMC
Figura 10 – Foto da Sala de aula 1 da EBMC
Figura 11 – Foto da Sala de aula 2 da EBMC
O entorno da EBMC é basicamente residencial, mas existem estabelecimentos
de serviço (clínica veterinária, igreja, barzinhos, oficina mecânica) e institucionais
(Universidades).
Apesar de pequena, a escola possui uma boa proporção de espaço aberto e
verde, promovendo uma boa ventilação dos ambientes. As salas possuem ventiladores,
mas segundo a diretora mal são usados, pois as janelas fornecem uma boa ventilação
natural durante todo o dia.
A escola atende hoje a uma demanda de 120 a 150 alunos e segundo a
proprietária duas salas de aula não são mais suficientes. A limitação espacial também
causa outros problemas: não existem vestiários, local para deposito de cenários e outros
aparatos utilizados no espetáculos de fim de ano, espaço para os alunos estudarem para
as provas praticas/teóricas e nem um ambiente recreativo para as crianças. Também
não existe estacionamento próprio para os usuários.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 21
Porém, pontos positivos também foram apontados: as salas são bem iluminadas
e ventiladas, os pisos são apropriados para a pratica da dança e as salas possuem pé
direito com altura suficiente para prática de saltos.
2.1.2 Studio Corpo de Baile, SCB - unidade I
Localização/data: Tirol, Natal/RN, 1997
Fonte: Visita in loco, Abril de 2013.
Figura 12 - Localização Studio Corpo de Baile
Fonte: <http://www.maps.google.com.br> com modificação da autora. Acesso em: 07.04.2015
Escola de dança localizada no bairro de Tirol com enfoque no ballet clássico e
voltada para crianças, jovens e adultos. Além do ballet oferece sapateado, jazz, dança
contemporânea, dança de salão e pilates.
Assim como a Escola de Maria Cardoso, o SCB funciona em um reuso de uma
residência unifamiliar e sua reforma também foi feita pelos proprietários, porém o
edifico é de uso exclusivo da escola. O Corpo de Baile iniciou seus trabalhos em 1997,
com apenas uma sala de aula e hoje, após várias reformas e ampliações, o SCB funciona
no prédio original (Figura 13), em um anexo (Figura 14) localizado na mesma rua deste
primeiro e ainda em uma segunda unidade, no bairro de Neópolis.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 22
Figura 13 – Foto da fachada da unidade I do Studio Corpo de Baile
Fonte: <http://www.maps.google.com.br> Acesso em: 07.04.2015
Figura 14 – Foto da fachada do Anexo do SCB
Fonte: <http://www.studiocorpodebaile.com.br>
Acesso em: 07.04.2015
O prédio original possui uma estrutura melhor que o anexo, pois está em um lote
maior. Os ambientes que compõe a unidade I são: entrada/espaço de espera (Figura 15),
recepção, tesouraria, loja de artigos para dança (Figura 16), lanchonete (Figura 17),
vestiários (dois), banheiros (dois), salas administrativas (secretaria, sala dos professores
e diretoria), espaço para uso de computadores (Figura 18) e outro para as crianças
pintarem e desenharem, deposito (fantasias, cenários e objetos utilizados em
espetáculos) e três salas de aula - duas de tamanho médio e uma menor, destinada à
crianças. O anexo é composto de dois pavimentos, no térreo encontra-se uma área
espera (Figura 19) e uma sala de aula grande, um vestiário, um banheiro e o espaço
pilates. O segundo pavimento abriga uma pequena sala - utilizada para aulas de yoga ou
de vídeo/teórica (Figura 20), um banheiro e um deposito.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 23
Figura 15 – Foto da entrada/espera do SCB
Fonte: <http://www.studiocorpodebaile.com.br> Acesso em: 07.04.2015
Figura 16 – Foto da loja de artigos de dança do SCB
Fonte: <http://www.studiocorpodebaile.com.br> Acesso em: 07.04.2015
Figura 17 – Foto da Lanchonete do SCB
Fonte: <http://www.studiocorpodebaile.com.br> Acesso
em: 07.04.2015
Figura 18 – Foto do cantinho virtual do SCB
Fonte: <http://www.studiocorpodebaile.com.br> Acesso em: 07.04.2015
Figura 19 – Foto da entrada/espera do anexo do SCB
Fonte: <http://www.studiocorpodebaile.com.br> Acesso em: 07.04.2015
Figura 20 – Foto da sala de yoga/vídeo do SCB
Fonte: <http://www.studiocorpodebaile.com.br> Acesso em: 07.04.2015
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 24
O entorno do Studio é formado majoritariamente por residências térreas e
edifícios residenciais multifamilares, mas são encontrados estabelecimentos de serviço
(academia, clinicas, igreja, escolas de inglês) e institucionais (IFRN, Tribunal Regional
eleitoral, Tribunal de Contas da União).
As salas de aula são os ambientes que ocupam maior espaço nos dois prédios,
todas possuem piso flutuante de madeira (exceção da sala voltada para as crianças),
ventilação e iluminação natural, espelhos e barras fixas e móveis.
A sala de aula 1 (Figura 21) foi a primeira da escola e construída de uma
adaptação da sala de estar da antiga casa, por esse motivo possui um pé direito comum
em residências térreas, 2.60m. A ventilação é proporcionada por meio de uma janela e
um pergolado, mas possui ventiladores, pois essas aberturas não são suficientes.
Figura 21 – Foto da sala 1 do SCB
Fonte:< http://www.studiocorpodebaile.com.br >Acesso em: 02.05.2015
A sala 2 (Figura 22) foi construída depois, por isso possui um pé direito mais
adequado para a prática da dança - 3.43m. Possui duas janelas e assim como a primeira
sala, conta com a ajuda de ventiladores para auxiliar na ventilação, já que por uma das
janelas, no período da tarde, incide bastante sol e precisa ser fechada.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 25
Figura 22 – Foto da sala 2 do SCB
Fonte:: <http://www.studiocorpodebaile.com.br> Acesso em: 02.05.2015
A sala 3 é a menor do prédio original e é usada para as aulas de ballet do nível
Baby. Seu pé direito é de 2.66m, não possui piso flutuante e conta com apenas uma
janela.
Figura 23 – Foto da sala infantil do SCB
Fonte: <http://www.studiocorpodebaile.com.br> Acesso em: 02.05.2015
A sala do anexo é a maior das quatro, com 100m² e pé direito de 4m, sendo a
mais usada pelas companhias da escola para a pratica de grandes saltos e acrobacias. É
também a sala utilizada para ensaios gerais dos grandes espetáculos e para pequenos
eventos (carnaval e pascoa, por exemplo). Sua ventilação natural é proporcionada
através de seis janelas e complementada por ventilação mecânica (ventiladores de
parede).
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 26
Figura 24 – Foto da sala de aula pratica do anexo do SCB
Fonte: <http://www.studiocorpodebaile.com.br> Acesso em: 02.05.2015
As salas 1 e 2 do SCB são as que possuem melhor ventilação e iluminação natural.
A sala 3 (infantil) tem sua ventilação prejudicada pelas outras construções da escola,
que se constituem barreiras para o vento. A sala 4 (do anexo) encontra-se voltada para
o oeste e praticamente não possui recuos, sendo bastante quente especialmente no
turno da tarde. Nenhuma das salas possui tratamento acústico.
Apesar de ocupar quase todo o lote, no prédio original existe um pátio
descoberto, que é bastante utilizado pelas crianças enquanto esperam suas aula
iniciarem e por seus responsáveis. A escola possui pequenos canteiros com plantas,
tornando o ambiente agradável de se permanecer.
Mesmo sendo uma escola antiga e de grande porte, o SCB também sofre com as
limitações espaciais dos seus prédios. Não existe um deposito para o estoque da loja,
estacionamento próprio, um espaço destinado a apresentações e nem um local para
reunião de pais e professores.
Porém, as dimensões das salas, a localização da escola, os espaços recreativos e
o pátio aberto são pontos positivos a serem considerados.
2.1.3 Escola de dança do Teatro Alberto Maranhão – EDTAM
Localização/data: Ribeira, Natal/RN, 1986
Fonte: Visita in loco, Abril de 2013.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 27
Figura 25 - Localização EDTAM
Fonte: <http://www.maps.google.com.br> com modificação da autora.
Uma das mais antigas escolas de dança da nossa cidade, a Escola de Dança do
Teatro Alberto Maranhão possui um papel indispensável na educação de jovens e
crianças desde que foi fundada pelos professores Carmem Borges e Edson Claro em
1986.
A EDTAM tem como proposta atender a uma faixa da população que não tem
condições financeiras para pagar uma academia de dança, mudando assim a visão de
que estudar ballet é apenas para a elite.
Seu foco principal é o ballet clássico, mas após um tempo de estudo do clássico
os alunos podem aprender também sobre danças populares.
A escola iniciou seus trabalhos no próprio Teatro Alberto Maranhão, mas com o
aumento da demanda de alunos transferiu-se, em 1998, para o antigo prédio da
governadoria da cidade, na Rua Chile, no bairro da Ribeira. Portanto, assim como as duas
escolas já citadas, a EDTAM também é fruto de um reuso.
A edificação possui três pavimentos. No térreo temos a entrada, uma espera que
dá acesso a uma sala pequena usada para as aulas do nível Baby, cozinha, cantina,
banheiros, secretaria (com um cantinho de leitura) e um deposito de figurinos. O
primeiro e o segundo pavimento possuem os mesmos ambientes: uma sala grande e
banheiros, que servem de vestiário.
As salas de aula do primeiro e segundo pavimento (Figuras 26 e 27) possuem
praticamente a mesma estrutura: piso de madeira, barras moveis e fixas, espelhos e
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 28
muitas janelas. O que difere uma da outra é a sala do primeiro pavimento possui uma
menor quantidade de janelas. Mas ambas são bastante ventiladas durante todos os
períodos do dia, sendo dispensável o uso de ventiladores.
Figura 26 – Foto da sala do primeiro pavimento da EDTAM
Fonte: <http://www.tribunadonorte.com.br> Acesso
em: 02.05.2015
Figura 27 – Foto da sala do segundo pavimento da EDTAM
Fonte: <http://www.tribunadonorte.com.br> Acesso em: 02.05.2015
Mesmo sendo pequena, a edificação é bem arejada, pois possui um grande recuo
na área posterior, ajudando a ventilar a sala infantil, e não possui construções que
barrem o vento nas salas do segundo e terceiro pavimento. O tamanho das salas
também é um ponto positivo observado.
Porém, pontos negativos foram apontados: a quantidade de banheiros não é
suficiente e não existem vestiários, a escola também não possui um espaço para eventos
e apresentações de pequeno porte, sendo necessário improvisar uma das salas maiores
para isso, também não conta com estacionamento próprio para os usuários.
2.2. Estudos indiretos
2.2.1 Centro de Movimento Deborah Colker – CMDC
Localização/data: Rio de Janeiro/RJ, 1994.
Fonte: <http://www.cmdc.art.br>
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 29
Figura 28 - Localização do CMDC
Fonte: <http://www.maps.google.com.br> com modificação da autora. Acesso em: 13.04.2015.
Localizado na Rua Benjamin Constant, na Glória, um dos bairros mais antigos do
Rio de Janeiro, o Centro de Movimento Deborah Colker ocupa três casarões, um deles,
a antiga residência do pintor Victor Meirelles.
As casas foram completamente restauradas pela companhia, mantendo as
fachadas típicas do período do segundo reinado. A construção data de 1893 e na porta
da escola mantém-se uma placa como referência ao artista e alusão ao histórico do
espaço.
O CMDC oferece aulas de ballet clássico, dança contemporânea, jazz, sapateado,
hip hop, jazz funk, capoeira, aulas para bebês, circo, ioga, alongamento e profilaxia do
movimento para todas as faixas etárias: de bebês a adultos.
As instalações contam com sala de ensaio, mezanino e escritório da Cia de Dança
Deborah Colker, hall de entrada (Figura 43), recepção, secretaria, lanchonete (Figura
44), copa, salas de aula (Figuras 45, 46, 47 e 48), sala de figurinos, loja, vestiários e
banheiros. Todas as salas possuem piso flutuante de madeira revestido com linóleo,
barras fixas nas paredes, espelhos, sistema de som, ventiladores e aparelhos de ar
condicionados. Por funcionar em um reuso, as salas não possuem muitas aberturas,
portanto, a ventilação e iluminação são proporcionadas através de recursos artificiais.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 30
Figura 29 – Foto do hall de entrada do CMDC
Fonte: <http://www.cmdc.art.br> Acesso em: 25.04.2015.
Figura 30 – Foto da lanchonete e loja do CMDC
Fonte: <http://www.cmdc.art.br> Acesso em: 13.04.2015.
Figura 31 – Foto da sala 01 do CMDC
Fonte: <http://www.cmdc.art.br> Acesso em: 25.04.2015.
Figura 32 – Foto da sala 02 do CMDC
Fonte: <http://www.cmdc.art.br> Acesso em: 25.04.2015.
Figura 33 – Foto da sala 03 do CMDC
Fonte: <http://www.cmdc.art.br> Acesso em: 25.04.2015.
Figura 34 – Foto da sala 04 do CMDC
Fonte: <http://www.cmdc.art.br> Acesso em:
25.04.2015.
2.2.2 Houston Ballet Center for Dance - HBCD
Localização/data: Houston, Texas, USA, 2010.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 31
Fonte: <http://www.archdaily.com/129307/houston-ballet-center-for-dance-
gensler> e < http://www.houstonballet.org>
Figura 35 - Localização Houston Ballet Center for Dance
Fonte: < http://www.houstonballet.org> Acesso em: 02.05.2015
O centro de dança é um lembrete visual do compromisso da Escola Houston para as
artes do espetáculo e um outdoor vivo para dançar, pois o projeto do escritório de arquitetura
Gensler mostra aulas e ensaios através de grandes janelas nos estúdios (Figura 29). A
academia possui aproximadamente 10.700 m2 distribuídos em seis andares e é composta por
nove estúdios de dança, um laboratório de dança e instalações administrativas e de apoio
(Figuras 30 e 31). É também a maior instalação de ensino de dança nos Estados Unidos.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 32
Figura 36 – Foto das aberturas do HBCD
Fonte: <http://www.archdaily.com/129307/houston-ballet-center-for-dance-gensler> Acesso em:
02.05.2015
Figura 37 – Corte esquemático do HBCD
Fonte: <http://www.archdaily.com/129307/houston-ballet-center-for-dance-gensler> Acesso em: 02.05.2015
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 33
Figura 38 - Planta baixa do pavimento térreo do HBCD
Fonte: <http://www.archdaily.com/129307/houston-ballet-center-for-dance-gensler> Acesso em: 06.05.2015
O interior da edificação é espaçoso e arejado e possui estúdios com pé direto
duplo (Figura 32), permitindo que os dançarinos desfrutem das belas vistas do entorno
e também serem vistos por quem passa pelo prédio. A nova instalação da escola possui
ainda uma grande variedade de espaços para bailarinos, estudantes, professores e
administradores interagirem e socializarem (Figura 33).
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 34
Figura 39 – Foto de uma das salas de aula práticas do HBCD
Fonte: <http://www.archdaily.com/129307/houston-ballet-center-for-dance-gensler> Acesso
em: 02.05.2015
Figura 40 – Foto do espaço para socialização do HBCD
Fonte: <http://www.archdaily.com/129307/houston-ballet-
center-for-dance-gensler> Acesso em: 02.05.2015
Um sistema de captação de luz do dia maximiza a utilização da iluminação natural
e reduz o consumo de energia e a fachada oeste possui cortinas que fecham
automaticamente de acordo com a incidência solar.
A escola oferece educação em dança que atinge alunos da pré-escola até a idade
adulta, incluindo um programa que promove dança terapia para as pessoas com doença
de Parkinson. Além das aulas de balé, os alunos tem acesso a aulas de produção de
performance e administração artística.
As salas de aulas práticas possuem piso flutuante e acusticamente tratado de
forma que minimiza a transferência de ruídos de uma sala para outra. Eles também
dispõe de grandes aberturas que promovem uma boa iluminação natural durante o dia
e equipamentos que permitem a gravação e a visualização de performances (Figura 34).
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 35
Figura 41 – Foto de uma das salas de aulas práticas do HBCD
Fonte: <http://www.archdaily.com/129307/houston-ballet-center-for-dance-gensler> Acesso em: 13.04.2015.
O laboratório comporta duzentas pessoas e oferece aos usuários da escola um
espaço único para desenvolver novas obras; o palco existente tem as mesmas
dimensões do palco onde a escola de Houston realizou suas primeiras apresentações.
2.2.3 Escola Municipal de Dança de Oleiros - EMDO
Localização/data: Oleiros, Espanha, 2010.
Fonte: <http://architizer.com/projects/dance-school-in-oleiros-1>
Figura 42 - Localização da Escola Municipal de dança de Oleiros
Fonte: <http://www.maps.google.com.br> com modificação da autora.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 36
A Escola Municipal de Dança de Oleiros, Espanha é um edifício térreo, de planta
livre, com forma volumétrica simples baseado em um programa de necessidade claro. É
um edifício compacto, com funcionalidade nos ambientes e circulações para otimizar os
espaços e aumentar a eficiência operacional da escola (Figura 36): os ambientes foram
dispostos de forma que usuários e servidores tenham rotas internas independentes.
Figura 43 - Planta baixa da EMDO
Fonte: <http://architizer.com/projects/dance-school-in-oleiros-1> Acesso em: 13.04.2015.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 37
São dois grandes volumes (Figura 37) que se diferenciam em altura, material e
forma e separam as principais áreas de funcionamento. O primeiro, de menor de altura,
é o bloco público e de transição e abriga hall, área de espera (Figura 38), administração,
salas de aula – para atividades musicais e aulas teóricas e de vídeo (Figura 39), vestiários
e salas de dança menores (Figura 40). O bloco mais alto abriga os salões de dança
maiores (Figura 41). O programa foi pensado de forma a fornecer em apenas um edifício,
uma escola de dança com uma ampla oferta de atividades para satisfazer o seu público.
Figura 44 – Foto da fachada da EMDO
Fonte: <http://architizer.com/projects/dance-school-in-oleiros-1> Acesso em: 13.04.2015.
Figura 45 – Foto do espaço para espera da EMDO
Fonte:
<http://architizer.com/projects/dance-
school-in-oleiros-1> Acesso em: 13.04.2015.
Figura 46 – Foto da sala de aulas teóricas da EMDO
Fonte: <http://architizer.com/projects/dance-school-in-oleiros-1> Acesso em: 13.04.2015.
Figura 47 – Foto do estúdio de dança menor da EMDO
Fonte: <http://architizer.com/projects/dance-school-in-oleiros-1> Acesso em: 13.04.2015.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 38
Figura 48 – Foto do estúdio de dança maior da EMDO
Fonte: < http://architizer.com/projects/dance-school-in-oleiros-1 > Acesso em: 13.04.2015.
O prédio foi implantado de forma a tirar o máximo proveito dos recursos
energéticos naturais. Neste sentido, a orientação do lote e a ausência de edifícios
vizinhos se tornou uma grande vantagem para utilização dos recursos naturais. O edifício
é voltado para o sul, que ajuda a usar eficientemente a luz solar. Além disso foram
usados materiais com grande durabilidade e assim, reduzir os custos com manutenção.
2.3 Análises e conclusões dos estudos de referência
Tanto os estudos diretos quanto os indiretos foram de grande utilidade e
importância para o desenvolvimento do presente Trabalho de Final de Graduação.
Os estudos diretos tinham como objetivo entender o funcionamento das escolas:
os espaços essenciais para a pratica da dança e de apoio e as necessidades dos alunos e
funcionários e o dimensionamento dos ambientes, pois não foi possível encontrar
publicações técnicas (livros, artigos, etc.) dentro do tema deste TFG que auxiliassem
nessas questões. Mesmo apresentando pontos negativos e deficiências, os pontos
positivos foram considerados no desenvolvimento do trabalho.
Os estudos indiretos possuíam um caráter mais formal, permitindo
complementar e suprir as carências que foram detectadas nos estudos diretos.
2.4 Uma Escola de Dança para a Vila de Ponta Negra
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 39
A escola proposta neste trabalho tem como intuito se tornar referência no
ensino da dança em nossa cidade. Além de formar dançarinos, irá colaborar com a
promoção e divulgação de arte e cultura em Natal. Será um empreendimento particular
mas com mensalidade acessível à comunidade do bairro.
As aulas serão direcionadas às crianças a partir dos quatro anos até idosos, não
tendo limite máximo de idade. E os usuários da escola serão professores, alunos,
funcionários e os pais/responsáveis dos alunos. Quando a escola realizar espetáculo de
encerramento do ano letivo, outras pessoas frequentarão o local.
A escola oferecerá cursos de ballet clássico, dança contemporânea, jazz,
sapateado, danças populares e danças folclóricas. E contará com três salas, duas maiores
e uma menor.
As turmas baby (crianças a partir dos 4 anos) funcionarão na sala menor, com no
máximo 15 alunos e as demais nas maiores, com uma média de 15-20 alunos. Cada aula
terá duração de 1h e 30min e haverá um intervalo de 1h entre o final de uma e o início
da próxima, assim serão duas aulas por turno em cada sala. Desta forma, teremos 110
alunos por turno e 330 por dia, considerando as salas com lotação máxima. Como as
turmas se dividem em seg/qua/sex ou ter/qui, estima-se que a escola tem capacidade
para comportar 660 alunos. Em relação a quantidade de professores, serão 3 por turno,
totalizando 9 profissionais.
As aulas práticas serão complementadas com aulas teóricas, onde se estudará a
história da dança com enfoque na modalidade praticada por cada turma. Serão exibidas
filmagens de grandes espetáculos e filmes com o tema da dança. A biblioteca servirá de
apoio para essas aulas e também para estudo e pesquisas para as provas teóricas.
No final do ano letivo a escola promoverá um espetáculo envolvendo todas
turmas, afim de apresentar o trabalho realizado naquele ano. Este espetáculo ocorrerá
na área externa da escola, onde será proposta uma praça, assim, os moradores da Vila
de Ponta Negra poderão ter contato com este tipo de atividade cultural sem sair do seu
espaço de convívio. Fora isso, teremos comemoração de São João, Carnaval e Páscoa.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 40
Como as turmas são anuais as provas práticas e teóricas serão realizadas duas
vezes ao ano afim de avaliar o conhecimento dos alunos. A média das notas dessas duas
provas dirá se o aluno pode ou não subir de nível.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 41
PARTE III CONDICIONANTES PROJETUAIS
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 42
3. CONDICIONANTES PROJETUAIS
3.1. Condicionantes físico-ambientais
3.1.1 O terreno e seu entorno
O terro escolhido para a intervenção arquitetônica está localizado na Vila de
Ponta Negra, no bairro de mesmo nome, na Região Administrativa Sul da cidade de
Natal, Rio Grande do Norte (Figura 49). Se encontra no quarteirão delimitado pela Rua
Vereador Manoel Coringa de Lemos, Rua Nossa Senhora dos Navegantes, Rua Antônio
Mor e Rua da Floresta (Figura 50) e dentro de uma Área Especial de Interesse Social,
chama de AEIS – Vila de Ponta Negra.
Figura 49 - Mapa da divisão dos bairros de Natal com destaque para Ponta Negra
Figura 50 – Planta do terreno escolhido
O lote possui aproximadamente 5.040 m ² e, em relação a topografia, apresenta
um desnível de 5m no sentindo da Rua Antônio Mor para a Rua vereador Manoel
Coringa de Lemos (Figura 51 e Figura 52).
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 43
Figura 51 - Planta topográfica do terreno escolhido
Figura 52 - Cortes topográficos do terreno escolhido
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 44
O acesso pode ser feito pela Rua Nossa Senhora dos Navegantes, pela Rua
Antônio Mor ou pela Rua da Floresta. Todas estas ruas são classificadas como vias locais
de acordo com o Código de obras de Natal. Na rua Nossa Senhora dos Navegantes circula
ônibus e existe um ponto de ônibus em frente ao terreno.
Atualmente o terreno encontra-se desocupado, apresentando apenas entulhos,
vegetação rasteira e algumas árvores (Figura 53 e 54). Seu entorno é constituído
predominantemente de residências térreas, porem existem edificações de uso misto,
comercial e institucional.
Figura 53 - Foto de entulhos no terreno escolhido
Figura 54 - Fotos da vegetação existente no terreno escolhido
A escolha do terreno se deu pela sua área e por ser de fácil acesso, não estando
muito afastado do perímetro da vila, as dimensões também influenciaram na decisão.
3.1.2 Análise bioclimática
Não existem barreiras para ventilação ou iluminação natural no terreno, pois o
entorno do mesmo é formado por residências térreas. Desta forma, será possível
projetar ambientes que façam uso desses recursos disponíveis.
Em nossa cidade a ventilação predominante é do sudeste, assim, as testadas
mais ventiladas do terreno são as voltadas para a rua da Floresta e a rua Antônio Mor
(Figura 55).
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 45
Figura 55 - Estudo da ventilação no terreno
A radiação solar é a condicionante ambiental que causa grande impacto em
nossa cidade, pois devido à baixa latitude os raios solares incidem perpendicularmente,
favorecendo a ocorrência de altas temperaturas, dessa forma foi realizado um estudo
da incidência da mesma em cada testada do terreno escolhido (Figura 56).
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 46
Figura 56 - Estudo solar do terreno
Os resultados desse estudo estão descritos no quadro 1, abaixo.
Quadro 1 - Resultados do estudo de insolação
TESTADAS INSOLAÇÃO
A
Incidência solar no período da tarde durante o ano todo.
No Solstício de verão o sol é basicamente das 13:00hs às 18:20hs e no Solstício de inverno, das 11:00hs às 17:40hs.
Nos Equinócios a incidência é das 12:00hs às 18:00hs.
B
Incidência solar principalmente no turno da manhã, com alguns meses também no período da tarde.
No Solstício de verão o sol é praticamente das 5:40hs às 9:00hs e no de inverno, das 6:20hs às 17:40hs.
Nos Equinócios a incidência é das 6:00hs às 13:00hs.
C
Incidência solar no período da manhã durante o ano todo.
No Solstício de verão o sol é basicamente das 5:40hs às 12:30hs e no de inverno, das 6:20hs às 11:00hs.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 47
Nos Equinócios a incidência é das 6:00hs às 12:00hs.
D
Incidência solar principalmente no turno da manhã, com alguns meses também no período da tarde.
No Solstício de inverno o sol é praticamente das 6:20hs às 17:40hs e nos equinócios, das 6:00hs às 13:30hs. No solstício de verão não ocorre incidência solar.
E
Incidência solar no período da manhã durante o ano todo.
No Solstício de verão o sol é basicamente das 5:40hs às 12:00hs e no de inverno, das 6:20hs às 11:00hs.
Nos Equinócios a incidência é das 6:00hs às 11:30hs.
F
Incidência solar principalmente no turno da manhã, com alguns meses também no período da tarde.
No Solstício de verão o sol é basicamente das 5:40hs às 10:30hs e no de inverno, das 6:20hs às 14:00hs.
Nos Equinócios a incidência é das 6:00hs às 12:30hs.
G
Incidência solar no período da manhã durante o ano todo.
No Solstício de verão o sol é basicamente das 5:40hs às 12:30hs e no de inverno, das 6:20hs às 10:30hs.
Nos Equinócios a incidência é das 6:00hs às 11:30hs.
H
Incidência solar no período da tarde durante o ano todo.
No Solstício de verão o sol é basicamente das 11:00hs às 18:20hs e no Solstício de inverno, das 13:30hs às 17:40hs.
Nos Equinócios a incidência é das 12:30hs às 18:00hs.
I
Incidência solar no período da manhã durante o ano todo.
No Solstício de verão o sol é basicamente das 5:40hs às 13:00hs e no de inverno, das 6:20hs às 09:30hs.
Nos Equinócios a incidência é das 6:00hs às 11:30hs.
J
Incidência solar no período da tarde durante o ano todo.
No Solstício de verão o sol é basicamente das 11:00hs às 18:20hs e no Solstício de inverno, das 13:30hs às 17:40hs.
Nos Equinócios a incidência é das 12:00hs às 18:00hs.
As fachadas voltadas para as direções Norte/Sul poderão ser protegidas com
grandes beirais, já as voltadas para Leste/Oeste deverão utilizar brises ou cobogós.
Através dessas proteções será possível aproveitar a iluminação natural disponível
controlando a entrada de radiação solar nos ambientes e proporcionar conforto aos
usuários dos mesmos.
3.2. Condicionantes legais
Para se ter um maior aproveitamento do terreno foi importante consultar a
legislação vigente que incide sobre a área e a edificação em questão. Assim, a Lei
Complementar n° 082, de 21 de julho de 2007 (Plano Diretor de Natal), a Lei
Complementar n° 055, de 27 de janeiro de 2004 (Código de Obras e Edificações do
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 48
Município de Natal), o Código de Segurança e Prevenção contra incêndio do Rio Grande
do Norte e da Instrução Técnica Nº 11/2011 do Corpo de Bombeiros do Estado de São
Paulo (SÃO PAULO, Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública, 2001),
adotada pelo Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte a partir de 2014 e a Norma
Técnica Brasileira de Acessibilidade (NBR-9050) foram de fundamental importância na
elaboração do projeto.
3.2.1 – Plano Diretor de Natal
O Plano Diretor é a lei que prevê o controle do impacto urbanístico e ambiental
dos empreendimentos públicos e privados. De acordo com este instrumento, o terreno
escolhido encontra-se em uma Área Especial de Interesse Social (AEIS – Vila de Ponta
Negra) e possui coeficiente de aproveitamento igual a 1.2.
O gabarito máximo permitido é de 7.5m, a taxa de ocupação é de 80% para
edificações com até 2 pavimentos e a taxa de impermeabilização máxima do lote
também é de 80%.
Os recuos mínimos necessários são de 3m a testada frontal e 1.5 nas laterais e
fundo, caso a edificação tenha até dois pavimentos, sendo térrea estes últimos não são
obrigatórios.
3.2.2 – Código de Obras
Código que regulamenta o licenciamento prévio de obras de construção,
ampliação, reforma ou demolição por parte do Município. O título III trata
especificamente das edificações e de acordo com o capítulo II (que trata de acessos,
estacionamentos e calçadas) quando o lote tiver frente para mais de um logradouro, a
entrada/saída deve ser feita na via de menor hierarquia. Como o lote escolhido é
circundado por três vias, sendo todas locais, optou-se por criar o acesso principal de
pedestres pela rua Nossa Senhora dos Navegantes, devido à proximidade à parada de
ônibus existente, e o acesso ao estacionamento pela rua Antônio Mor.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 49
Segundo o anexo III, ainda do título III, os serviços de educação em geral (escolas
de arte, dança, idiomas, etc.) são classificados como edificações que geram tráfego,
assim é exigida uma vaga a cada 60m2 de área construída para vias locais. Essas vagas
possuem dimensões mínimas de 2.40m por 4.50m.
Em relação a insolação, iluminação e ventilação, temos no capítulo IV (do mesmo
título já citado) que são necessárias aberturas de no mínimo 1/6 da área do ambiente
no caso daqueles de uso prolongado e 1/8 naqueles de uso transitórios.
3.2.3 – Código de Segurança e Prevenção contra Incêndio e Pânico do Rio Grande do
Norte
Código que tem como objetivo estabelecer critérios básicos indispensáveis à
segurança contra incêndio nas edificações de todo o RN, visando garantir os meios
necessários ao combate a incêndio, evitar ou minimizar a propagação do fogo, facilitar
as ações de socorro e assegurar a evacuação segura dos ocupantes das edificações.
O empreendimento em estudo é classificado como ocupação de reunião pública
e deve possuir os seguintes itens: hidrantes (prevenção fixa), extintores de incêndio
(prevenção móvel), chuveiros automáticos (sprinkler) nas circulações e áreas comuns e
nas dependências de risco “c”, iluminação de emergência, sinalização, escada
convencional e instalação de hidrantes públicos.
Nos cinemas, auditórios e demais locais onde as cadeiras estejam dispostas em
fileiras e colunas, os assentos deverão obedecer aos seguintes requisitos: distância
mínima de 90cm (noventa centímetros) de encosto a encosto, número máximo de 15
assentos por fila e de 20 assentos por coluna, distância mínima de 1,20 m entre séries
de assentos e distância de no mínimo 1.20 da parede na lateral. A edificação também
deverá possuir locais de espera com área obedecendo a proporção de 12m2/200
pessoas, acrescentando-se 2m2 a cada excedente de 100 pessoas.
3.2.4 – Instrução Técnica Nº 11/2011 (IT-11) – Saídas de Emergência
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 50
Estabelece os requisitos mínimos necessários para o dimensionamento das
saídas de emergência para que a população possa abandonar a edificação, em caso de
incêndio ou pânico, completamente protegida, e permitir o acesso de guarnições de
bombeiros para o combate ao fogo ou retirada de pessoas.
As saídas de emergência são dimensionadas em função da população da
edificação.
Largura das saídas deve ser dimensionada em função do número de pessoas que
por elas deva transitar, observados os seguintes critérios:
A. os acessos são dimensionados em função dos pavimentos que sirvam à
população;
B. as escadas, rampas e descargas são dimensionadas em função do pavimento
de maior população, o qual determina as larguras mínimas para os lanços
correspondentes aos demais pavimentos, considerando-se o sentido da saída.
As larguras mínimas das saídas de emergência, em qualquer caso, devem ser de
1,2 m, para as ocupações em geral e as portas das rotas de saídas e aquelas das salas
com capacidade acima de 100 pessoas, em comunicação com os acessos e descargas,
devem abrir no sentido do trânsito de saída.
Para a edificação em questão, a distância máxima a ser percorrida até a saída de
emergência é de 65m, considerando que o prédio terá chuveiros automáticos e
detecção automática de fumaça.
A largura mínima necessário para a saída de emergência é de aproximadamente
1.80 metros, segundo o cálculo descrito na imagem abaixo.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 51
Figura 57 - Calculo de largura mínima necessária para saídas de emergência
FONTE: Instrução Técnica Nº 11/2011 (IT-11)
3.2.5 – NBR 9050 – Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e equipamentos
urbanos
Norma que estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados em
projetos, construções e adaptações de edificações, instalação de mobiliário e
equipamentos urbanos às condições de acessibilidade, visando proporcionar à maior
quantidade possível de pessoas (independentemente de idade, estatura ou limitação de
mobilidade/percepção) a utilização de maneira autônoma e segura dos mesmos.
Seguir os critérios de acessibilidade presentes nesta Norma garantirá o direito de
uso igualitário da edificação proposta, o que é importante já que a mesma é de uso
público e coletivo.
Sendo assim, os pisos deverão ser regulares, estáveis e antiderrapantes sob
qualquer circunstância, de forma a não provocar trepidação em dispositivos com rodas
(cadeiras de rodas ou carrinhos de bebê). O piso tátil (Figura 58) de alerta deve ser
utilizado para sinalizar situações que envolvem risco de segurança e possuir cor
diferente ou contrastante com a do piso comum. Já o piso tátil direcional (Figura 59)
deve ser utilizado quando da ausência ou descontinuidade de linha-guia identificável,
como guia de caminhamento em ambientes internos ou externos, ou quando houver
caminhos preferenciais de circulação.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 52
Figura 58 - piso tátil de alerta
Fonte: NBR 9050 (2004)
Figura 59 - piso tátil direcional
Fonte: NBR 9050 (2004)
Para rampas com inclinação igual a 5% o desnível máximo de cada segmento é
de 1.50m, no intervalo de 5 a 6.25%, 1m e no intervalo de 6.25 a 8.33%, 80cm. A largura
livre mínima adequada para rampas em rotas acessíveis é de 1.50m, sendo 1.20m a
largura mínima permitida. No início e fim da rampa devem existir patamares com
comprimento recomendável de 1.50m, sendo 1.20 o mínimo admitido.
As escadas devem estar associadas às rampas ou elevadores/plataformas
elevatórias. As dimensões dos pisos e espelhos devem ser constantes em toda a escada,
sendo o piso maior que 28 e menor que 32cm; o espelho maior que 16 e menor que
18cm e piso mais 2x o espelho maior que 63 e menor que 65cm. A largura mínima da
escada é a mesma que a recomendável para rampas: 1.50m, sendo 1.20m o mínimo
aceito. Devem existir um patamar a cada 3.20m de desnível de 1.20m de largura no
mínimo e sempre que houver mudança de direção.
As circulações devem ser dimensionadas de acordo com o número de pessoas,
proporcionando uma faixa livre de barreiras ou obstáculos. Para corredores de uso
comum e com até 4m de extensão aconselha-se largura de 90cm, 1.20m para os de uso
comum extensão superior a 10m, 1.50m para corredores de uso público e maior que
1.50m para grandes fluxos de pessoas. Calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres
devem possuir faixa livre com largura mínima recomendável é de 1.50m, sendo 1.20m
o mínimo admissível.
As portas, inclusive de elevadores, devem ter um vão livre de 80cm e altura de
2.10m. naquelas com duas ou mais folhas, pelo menos uma deve possuir 80cm de vão
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 53
livre. Devem ter condições de serem abertas com um único movimento e possuir
maçanetas do tipo alavanca, instaladas a uma altura entre 90cm e 1.10m.
As vagas para veículos que conduzam ou sejam conduzidos por pessoas com
necessidades especiais devem contar com um espaço adicional de circulação de no
mínimo 1.20m de largura. No caso de estacionamento paralelo ou perpendicular ao
meio fio, este espaço pode ser compartilhado por duas vagas (Figura 60). Elas devem
possuir sinalização vertical e horizontal através do uso do símbolo internacional e ser
locada próximas a uma rampa de acesso à calçadas e às rotas acessíveis (Figura 61). A
cada cem vagas de estacionamento, uma deve ser exclusiva à pessoas com necessidades
especiais.
Figura 60 - Espaço de circulação compartilhado entre duas vagas perpendiculares à calçada
Fonte: NBR 9050 (2004)
Figura 61 - Vaga paralela à calçada
Fonte: NBR 9050 (2004)
Nos banheiros de uso comum ou público devem ter no mínimo 5% do total de
sanitários e vestiários acessíveis. Os boxes para bacia sanitária tem no mínimo 4.50m x
1.70m de forma a garantir áreas para transferências lateral, diagonal e perpendicular,
além de área de manobra para rotação de 180° (Figura 62). Devem ser colocadas barras
horizontais para apoio e transferência junta à bacia sanitária, na lateral e no fundo, com
comprimento mínimo de 0.80m e altura de 0.75m do piso. A porta deve abrir para o
lado externo quando for do tipo de eixo vertical. Os boxes para chuveiros devem possuir
dimensões mínimas de 0.90m por 0.95m e possuir banco articulado ou removível.
Devem ser instaladas duas barras de apoio - uma vertical e outra horizontal – ou uma
única em forma de “L” na parede lateral ao banco (Figura 63).
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 54
Figura 62 - Banheiro pra pessoas com necessidades especiais
Fonte: NBR 9050 (2004)
Figura 63 - Boxe para chuveiro com banco e barras de apoio
Fonte: NBR 9050 (2004)
3.3 Condicionantes funcionais
3.3.1 Programa de Necessidades
O programa de necessidades reúne os requisitos indispensáveis para um
determinado uso de uma construção. Ele é feito na fase inicial do projeto e é um dos
principais determinantes do mesmo.
Para a realização do programa deste TFG foram utilizadas informações obtidas
por meio de conversas com proprietários das escolas de dança visitadas, profissionais
da dança, estudos de referências e pesquisas bibliográficas. O quadro 2 contendo os
itens programático de cada estudo de referência serviu como base para a escola
proposta. Ambientes não existentes nos estudos mas apontados nas entrevistas foram
acrescentados quando considerados importantes. A vivencia pessoal da área da dança
também teve sua contribuição nesta etapa.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 55
Quadro 2 - Itens programáticos dos estudos de referencia
Iniciou-se identificando os diferentes setores que possivelmente atuam em uma
escola de dança: administrativo, social, apoio e aulas. O setor administrativo
compreende os ambientes relacionados à administração da escola; o setor social é
aquele voltado para atividades que envolvam o público da escola em geral; o setor de
apoio é o responsável pela manutenção da escola; e o setor de aulas é o que reúne os
espaços destinados às aulas práticas e teóricas e os ambientes com elas relacionados.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 56
Após isso, listou-se os ambientes que iram compor cada setor, chegando-se à
seguinte divisão:
● Setor administrativo:
▪ Diretoria;
▪ Secretaria/tesouraria;
▪ Sala dos professores;
▪ Sala de reunião;
▪ BWC/vestiário de professores;
▪ Lavabo;
▪ DML;
▪ Almoxarifado.
● Setor social:
▪ Recepção;
▪ Lanchonete;
▪ Loja;
▪ Espaço kids;
▪ Área de convivência/espera;
▪ Banheiros;
▪ Banheiros PNE.
● Setor de apoio:
▪ Depósito de figurinos;
▪ Depósito de cenários;
▪ Copa/serviço;
▪ Estar funcionários;
▪ BWC/vestiário dos funcionários;
▪ Casa de lixo.
● Setor de aulas:
▪ Salas de dança;
▪ Enfermaria;
▪ BWC/vestiários adultos;
▪ BWC/vestiários infantis;
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 57
▪ Sala de vídeo;
▪ Biblioteca.
3.3.2 Pré-dimensionamento
O pré-dimensionamento dos ambientes foi realizado de acordo com os estudos
de referências, normas ou croquis e no decorrer do desenvolvimento do anteprojeto, as
áreas foram sendo ajustadas. O quadro 3 mostra uma estimativa da área total de cada
item programático.
Quadro 3- Pré-dimensionamento
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 58
3.3.3 Inter-relação entre os ambientes
Para se ter um direcionamento do funcionamento do edifício e dos fluxos dos
seus usuários tornou-se importante realizar o estudo das relações dos ambientes, que
possibilita entender a ligações indesejáveis ou a necessidade de proximidade entre eles.
Um dos recursos utilizados para esse estudo foi a matriz de relações, que consiste
em um recurso gráfico para determinar a necessidade ou não de proximidade entre os
ambientes. Nesse caso, foram classificadas 3 níveis de necessidades: ligação indireta -
quando os ambientes devem estar próximos -, ligação indiferente - quando não existe
necessidade de proximidade - e ligação indesejável - quando a proximidade não deve
existir entre os ambientes (Figura 64).
Figura 64 - Matriz de relações
Também foi feito um organograma dos ambientes propostos, que apresenta
uma possível disposição e ligação dos ambientes (Figura 65). Os 4 setores
(administrativo, apoio, social e aulas) foram diferenciados por cores.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 59
Figura 65 - Organograma
A possível disposição dos ambientes pensada inicialmente com o organograma
passou por modificações após a elaboração do fluxograma, outro recurso gráfico usado
no estudo das relações dos ambientes, focado nos fluxos entre cada um deles (Figura
66).
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 60
Figura 66 - Fluxograma
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 61
PARTE IV. A PROPOSTA ARQUITETÔNICA
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 62
4. O PARTIDO ARQUITETÔNICO
Carlos Lemos (1981) no seu livro “O que é arquitetura”, afirma “Partido seria uma
consequência formal derivada de uma série de condicionantes ou de determinantes;
seria o resultado físico da intervenção sugerida.” Ou seja, o partido arquitetônico é o
ajustamento entre forma, função e condicionantes projetuais.
O ponto de partida para a proposta apresentada no presente trabalho foi o uso
de formas puras e com linhas retas, mas que remetessem à ideia de ritmo e movimento,
por se tratar de uma edificação voltada para uma atividade dinâmica, a dança. A
presença de cobogós também foi algo planejado desde o início, já que a ventilação
natural era um dos pontos principais do projeto.
A incidência do sol e dos ventos dominantes foram fatores determinantes no
zoneamento funcional da escola. Os ambientes de maior permanência e que utilizarão
apenas de ventilação natural, como é o caso das salas de aulas, foram posicionados na
direção do quadrante sudeste. O setor administrativo foi posicionado na direção
nordeste, recebendo o sol da manhã, já que os ambientes do mesmo serão climatizados.
O setor de serviço, área de menor permanência, está localizado na direção sudoeste,
recebendo o sol da tarde. O setor social encontra-se na direção noroeste e possui um
pátio coberto com pergolado, de forma a criar na escola uma área verde e ventilada, um
espaço desejável, porém ausente nas escolas visitadas.
Todas as estratégias utilizadas foram pra privilegiar a ventilação e a iluminação
natural, além de trabalhar o isolamento e condicionamento acústico nas salas de dança.
4.1 Evolução da proposta
Foi realizada uma primeira proposta de zoneamento (Figura 67) na qual o setor
administrativo ficou localizado no quadrante sudoeste, enquanto que o de serviço, no
quadrante nordeste. O setor de aulas práticas foi o privilegiado quanto aos ventos
dominantes e o setor social ficou situado no quadrante nordeste.
Os acessos seriam realizados pela rua Nossa Senhora dos Navegantes, e o
estacionamento seria posicionado ao lado do bloco social.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 63
Figura 67 - Proposta de zoneamento 01
Após o termino desse estudo de zoneamento percebeu-se alguns problemas. O
setor de serviço estaria melhor localizado no quadrante noroeste, recebendo incidência
solar a tarde e o bloco do setor de aulas práticas se tornou uma barreira para o vento
para o bloco social.
Desta forma, outro estudo de zoneamento foi realizado (Figura 68), onde
mudou-se de quadrante os setores de serviço e administrativo. O primeiro agora ficou
localizado no quadrante noroeste e o segundo, no nordeste. O acesso de pedestre
continuou na rua Nossa Senhora dos Navegantes, enquanto que o acesso de carros
mudou-se para a rua Antônio Mor, bem como a posição do estacionamento.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 64
Figura 68 - Proposta de zoneamento 02
Após alterações em dimensionamentos de ambientes e acréscimo de
circulações, chegamos ao zoneamento final da escola proposta (Figura 69). Nesse
zoneamento final, os acessos de carros e pedestres voltaram para a rua Nossa Senhora
dos Navegantes e o estacionamento mudou-se para o lado do setor administrativo.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 65
Figura 69 - Zoneamento final
Finalizando o zoneamento, foi iniciado o processo de estudo da função e, após
isso, o da forma da fachada principal.
Desde o estudo preliminar do projeto existia uma determinação de utilizar
cobogós, por serem elementos comuns em nosso clima. Desta forma, buscou-se fazer
um jogo com vários modelos de cobogós de forma a criar uma “renda”, fazendo
referência a uma atividade importante a Vila de Ponta Negra. Foi feita uma área de
embarque e desembarque coberta onde essa renda foi inserida.
Figura 70 – Primeira proposta de fachada principal
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 66
Ao finalizar essa primeira ideia de fachada notou-se que além de não passar uma
ideia de movimento, a área de cobogós estava muito pequena. Assim, surgiu a segunda
proposta de fachada (Figura 71).
Figura 71 - Segunda proposta de fachada principal
Nesta segunda proposta, aumentou-se a área de cobogós, deixando a área de
embarque e desembarque mais fechada, porém permeável tanto no quesito ventilação
quando na visão. Mesmo assim a ideia de movimento não estava presente, então,
mexeu-se um pouco na inclinação da parede de cobogós e assim uma a proposta final
da fachada principal surgiu (Figura 72).
Figura 72 - Proposta final de fachada principal
Outra fachada que precisou ser melhor estudada foi a noroeste, onde delimitava
o setor social (Figura 73), já que recebe insolação no período da tarde durante todo o
ano. Inicialmente ela foi deixada completamente cega, mas desta forma o pátio interno
se tornava um local desagradável de se permanecer. Além disso, impedia a circulação
do vento no interior da escola. Assim, iniciou-se o estudo de aberturas.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 67
Figura 73 - Estudo 01 para fachada noroeste
A primeira ideia foi utilizar os mesmo pergolados do pátio para criar aberturas
na parede (Figura 74). Porém, os elementos tiraram o foco da renda de cobogós e passou
uma ideia de enclausuramento.
Figura 74 - Estudo 02 para fachada noroeste
Assim, optou-se por usar brises fixos em madeira (Figura75), que permitem o
controle da insolação e a permeabilidade do ar.
Figura 75 – Modelo de brise usado na fachada noroeste
Fonte: http://www.hunterdouglas.com.br/ Acesso em: 25.04.2015.
Todos esses estudos, inclusive a primeira proposta de planta baixa e a ideia inicial
de implantação, com uma noção de como ficaria o estacionamento no terreno (Figura
76) foram apresentadas à pré-branca.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 68
Figura 76 – Implantação inicial
Fonte: NATAL, 2013.
Nota: Editado pela autora (2015).
Após a pré-banca, a planta sofreu algumas alterações quanto à posição e ao
dimensionamento de ambientes, e o estacionamento precisou ser melhor estudado,
devido à topografia do terreno. No próximo item serão apresentadas explicações mais
detalhadas sobre a proposta final.
5. MEMORIAL DESCRITIVO E JUSTIFICATIVO
A proposta arquitetônica final é composta por um programa de necessidades
variado distribuído em quatro setores (administrativo, social, serviço e aulas),
compondo uma grande edificação térrea (Figura 77).
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 69
Figura 77 - Implantação
O objetivo é que a escola faça parte da comunidade, seja um local convidativo e
agradável de se estar tanto para os usuários quanto para os moradores locais e sirva
como equipamento de revitalização da Vila, atraindo moradores de outras regiões da
cidade. Apesar de ser de iniciativa privada, ela estará de portas abertas para receber
quem quiser entrar e usufruir dos espaços do setor social (banheiros lanchonete, áreas
de convivência, loja, espaço kids e biblioteca). O acesso aos demais setores (exceto o de
serviço que é totalmente restrito à funcionários) serão feitos pelos usuários ou mediante
autorização e acompanhamento de algum funcionário da escola.
Devido aos 5 metros de declive do terreno, decidiu-se nivela-lo à +3.00, de forma
a facilitar o acesso de pessoas com necessidades especiais sem o uso de rampas (figura
78).
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 70
Figura 78 - Cortes topográficos original e proposto
O acesso de veículos ocorre pela rua Nossa Senhora dos Navegantes, estando a
entrada de veículos mais próxima à esquina da rua Antônio Mor, na parte mais alta da
rua (+5.00) e a saída na outra extremidade do terreno, parte mais baixa (0.00). Desta
forma são duas rampas para carros, uma com 16% de inclinação (entrada) e outra com
11% (saída). Existe apenas uma entrada e uma saída tanto para a área de
embarque/desembarque quanto para o estacionamento, para que o controle de acesso
seja efetuado com mais facilidade. O estacionamento está localizado na lateral do setor
administrativo e todas as vagas encontram-se sombreadas por arvores de médio porte
a serem plantadas no terreno. A separação entre entrada/saída de veículos se deu para
facilitar os fluxos no mesmo. O acesso de pedestre é feito nessa mesma rua, mais ou
menos no centro onde tem o mesmo nível do terreno nivelado (+3.00), evitando assim
o uso de rampas.
Na porção noroeste do terreno, no espaço que não foi ocupado pela edificação,
foi proposta uma praça que poderá ser usada pela comunidade e onde, uma vez por
ano, ocorrerão o espetáculo de fim de ano. Para o acesso à praça duas rampas foram
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 71
criadas na rua Antônio Mor, ambas com inclinação de 8.33%. A praça possui jardineiras
espalhadas em sua extensão de forma que não atrapalhe a colocação do palco e das
cadeiras para os espectadores.
Partindo para o interior da edificação, temos o hall de entrada, com pé direito
duplo, onde está localizada a recepção e o acesso direto tanto ao setor administrativo
quanto ao setor social.
O setor administrativo possui pé direito simples e um acesso restrito à
funcionários para as outras áreas da escola, diminuindo o caminho percorrido e evitando
cruzamento de fluxo com os outros usuários do prédio.
O setor social possui pé direito duplo nas áreas de espera e nas circulações, os
demais ambientes possuem pé direito simples. Também temos um pátio gramado com
arvores de grande porte e copas frondosas coberto com pergolados que serve de área
de convivência e parquinho para as crianças.
A biblioteca servirá tanto para os usuários da escola quanto para as pessoas da
comunidade, o que justifica suas dimensões.
O setor de serviço possui dois acessos restrito à funcionários, um para o setor
social e outro para o de aulas, facilitando o fluxo dos mesmos.
As salas de aulas são os únicos ambientes do setor de aula com pé direito duplo,
em virtude dos saltos realizados (Figura 79). Todas elas apresentam espelho e barras
fixas e moveis, equipamento de som e nichos para guardar bolsas. A ventilação natural
é feita por meio do mesmo padrão de cobogó usado na fachada principal da escola e
cobogós acústicos.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 72
Figura 79 - Salas de aula
Para permitir a ventilação natural de alguns ambientes e tornar outros mais
agradáveis, quatro jardins internos com pergolados e vegetação de médio e pequeno
porte estão espalhados pela escola.
Em relação a volumetria, temos um único bloco retangular com a mesma altura
em todos os pontos. As cores utilizadas nas fachadas são cinza, branco e vermelho, e os
brises são em madeira e estrutura de metal.
Cobertura
Toda a escola é coberta com telha metálica do tipo sanduiche com revestimento
interno com lã de vidro, inclinação 3% e estrutura de sustentação metálica (Figura 80).
Esse tipo de cobertura foi escolhido por ser leve, não sobrecarregando a estrutura, e
com isolamento termo acústico. Esse isolamento é importante principalmente para as
salas de aula pratica e teórica e em dias chuvosos, pois o ruído da chuva no metal
poderia impossibilitar as aulas.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 73
Figura 80 - Telha metálica sanduiche com lã de vidro
FONTE:< http://www.galvanofer.com.br/ >- Acesso em: 17.04.2015
Sistema construtivo
O sistema construtivo adotado na proposta arquitetônica foi o tradicional, com
estrutura formada por laje-viga-pilar em concreto armado e alvenaria estrutural de
vedação. Para esse sistema utilizou-se a modulação de 1.20cm de eixo a eixo de parede.
Como são vãos pequenos, a estrutura não ficou robusta, sendo as lajes de 5cm
(espessura mínima para lajes de cobertura não em balanço de acordo com a NBR 6118)
de espessura e os pilares de 30cm x 20 cm. As vigas foram padronizadas com alturas de
70cm, 80cm, 85cm e 90cm, dependendo do vão, para diminuir a quantidade de formas
e minimiza os custos.
Esquadrias
Todas as janelas são de correr feitas com vidro comum e caixilho em PVC branco.
As portas de abrir são em sua maioria em madeira compensada, sendo em vidro as da
loja e do espaço kids. As portas de correr também são em madeira compensada, com
exceção da porta da entrada principal, que possui caixilho em PVC e fechamento em
vidro, e a porta que dá acesso à praça, que é em madeira com estrutura de aço, seguindo
o padrão dos brises fixos. As portas da lanchonete também são diferenciadas, pois são
de correr com estrutura em madeira com vidro. As portas das salas de aula são as
acústicas da Vibrasom, com capacidade de isolar até 50dB (Figura 81 e 82).
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 74
Figura 81 - Modelo de porta acústica das salas de aula
Fonte: http://www.vibrasom.ind.br/ - Acesso em 17.04.2015
Figura 82 - Detalhe de porta acústica
Fonte: http://www.vibrasom.ind.br/ - Acesso em: 17.04.2015
Reservatório de água
O reservatório de agua está localizado em um castelo d’agua situado na parte de
trás do terreno, próximo ao setor de serviço. Sua estrutura é feita com dois pilares-
parede, lajes maciças e vigas de concreto. O acesso ao mesmo é feito através de uma
escada de marinheiro interna e na parte inferior existe a casa de bomba.
Para o dimensionamento do reservatório de agua foi feita uma estimativa de
consumo diário, levando em consideração a quantidade de usuários por dia. Uma média
de 330 alunos, 02 recepcionistas, 03 funcionários da administração, 03 professores, 01
segurança, 02 funcionários na lanchonete, 01 na loja, 02 no espaço kids, 02 na limpeza,
02 na biblioteca e 01 na enfermaria, totalizando 349 pessoas por dia. Considerou-se o
consumo diário de uma escola do tipo externato, 50L per capita, assim temos
17450L/dia. A esse valor deve-se prever uma reserva de 3 dias (52350L) e somar com a
reserva de incêndio.
A reserva de incêndio é calculada a partir da fórmula R = Q.T.H, onde R é a reserva
mínima, Q a razão, T o tempo de utilização de hidrante e H o número de hidrantes. Para
edificação em questão usa-se vazão de 100L/min e o tempo de 60min, resultando em
6000L.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 75
Somando todos esses valores, a reserva de agua é de 75800L.
Proteção solar
Os brises são de dois tipos: moveis e fixos, ambos fabricados pela Hunter
Douglas, modelo Wood brise, feito de madeira com estrutura metálica (Figura 83). Para
uso externo, as lâminas são tratadas com um banho sintético que penetra na madeira
contra os raios solares UV, contra mofo, ataques de fungos e outros.
Figura 83 - Brises
Fonte: http://www.hunterdouglas.com.br/ Acesso em: 24.03.2015
Tratamento acústico
Diversos materiais e estratégias foram utilizadas para garantir o bom
desempenho acústicos dos ambientes das escola, desde a posição dos ambientes em
planta até a escolha de materiais para forros, cobertura, piso, etc.
Nas salas de aulas práticas foram usadas paredes de drywall com preenchimento
com lã de vidro (Figura 84), piso flutuante acústico (Figura 85), cobogó acústico (Figura
86) na parede interna (entre o forro do corredor e a laje da escola) e placas de gesso
acartonado perfurado (Knauf Cleaneo quadrado) como forro.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 76
Figura 84 - Sistema Drywall
Fonte: < http:// www.isoline.com.br/ > Acesso em 24.03.2015
Figura 85 - Piso flutuante acústico
Fonte: http:// www.isoline.com.br/ Acesso em 24.03.2015
Figura 86 - cobogó acústico
Fonte: ARAUJO, 2010
Para o condicionamento acústico da sala de aula teórica/de vídeo foram
utilizados painéis acústicos decorsound (Figura 87) como revestimento nas paredes.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 77
Figura 87 - Painéis absorventes
Fonte: http://www.isover.com.br/- Acesso em: 07.04.2015
Especificações de materiais por ambientes
Legenda:
PISO PAREDE FORRO
1. Porcelanato Portobello - Travertino Navona Bianco Nat Ret
1. Drywall 1. Gesso acartonado liso
2. Piso flutuante acústico 2. Rebocada e pintada com tinta acrílica Sherwin-Willian Branco Neve
2. Gesso Acartonado perfurado Kanuf Cleaneo quadrado
3. Rebocada e pintada com tinta acrílica Sherwin-Willian Cherry Tomato
4. Porcelanato Portobello - Cimento Cinza 60x60 Nat Bold
5. Painel acústico Isover Decorsound
AMBIENTE PISO PAREDE TETO
AD
MIN
ISTR
ATI
VO
Diretoria 1 2 1
Secretaria/Tesouraria 1 2 e 3 1
Sala dos professores 1 2 e 3 1
Sala de reunião 1 2 1
BWC/Vestiário professores 1 4 1
Lavabo 1 3 e 4 1
DML 1 2 1
Almoxarifado 1 2 1
AMBIENTE PISO PAREDE TETO
SOC
IAL
Recepção 1 2 e 3 1
Lanchonete 1 2 e 3 1
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 78
Loja 1 2 e 3 1
Espaço kids 1 2 e 3 1
Área de convivência/espera 1 2 e 3 1
Banheiros 1 4 1
Banheiros PNE 1 4 1
AMBIENTE PISO PAREDE TETO
SER
VIÇ
O
Depósito de figurinos 1 2 1
Depósito de cenários 1 2 1
Copa/serviço 1 2 e 4 1
Estar funcionários 1 2 1
BWC/Vestiário funcionários 1 4 1
AMBIENTE PISO PAREDE TETO
AU
LAS
Salas de dança tipo 01 2 1 2
Sala de dança tipo 02 2 1 2
Enfermaria 1 2 1
BWC/Vestiário 1 4 1
BWC/Vestiário 1 4 1
Sala de vídeo 1 5 1
Biblioteca 1 2 e 3 1 Fonte: Elaborado pela autora, 2015.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 79
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho foi desenvolvido com entusiasmo e satisfação por abordar
um tema de interesse pessoal, porém, apesar do conhecimento prévio na área, muitos
estudos e pesquisas foram realizados a fim de entender as reais necessidades do tipo de
instituição proposto.
A proposta arquitetônica final resultou em uma edificação contemporânea,
funcional, que atende às condições de conforto ambiental e as legislações vigentes e
com boa solução plástica, alcançando assim os objetivos esperados.
Para a realização deste TFG fez-se necessário recordar diversas áreas de
conhecimento abordadas durante o curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo
como estrutura, instalações, projeto, urbanismo, conforto ambiental e tecnologia da
construção. Assim, o mesmo foi de grande importância para o início da minha jornada
como arquiteta e urbanista.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Bianca Carla Dantas de. Proposta de elemento vazado acústico. São Paulo,
2010. Tese (Doutorado – área de concentração: tecnologia da arquitetura). Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
ARCH DAILY. Escola de dança em Oleiros. Disponível em: <
http://www.archdaily.com.br/br/01-139158/escola-de-danca-em-oleiros-naos-
arquitectura>. Acesso em: 27 fev. 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Acessibilidade à edificações,
mobiliários, Espaços e Equipamentos urbanos: NBR 9050. Rio de Janeiro, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estrutura de concreto –
procedimento: NBR 6118. Rio de Janeiro, 2003.
BALÉ MUNICIPAL DE NATAL. Disponível em: <http://balletmunicipaldonatal.com.br>.
Acesso em: 27 fev. 2015.
BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle do ruído. São Paulo: Edgard Blucher, 2006.
CENTRO DE MOVIMENTO DEBORAH COLKER. Disponível em:
<http://www.cmdc.art.br>. Acesso em: 04 mar. 2015.
CIA DO MOVIMENTO. Disponível em: <http://www.ciadomovimento.com>: Acesso em:
27 fev. 2015.
ESCOLA DE DANÇA DO TEATRO ALBERTO MARANHÃO. Disponível em:
<http://ciadotam.blogspot.com>. Acesso em: 27 fev. 2015.
ESPAÇO VIVO. Disponível em: <http://www.espacovivonatal.com/>. Acesso em: 27 fev.
2015.
ESTADO DE SÃO PAULO. SECRETARIA DO ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA
PÚBLICA. Instrução Técnica Nº 11/2011: Saídas de emergência. São Paulo, 2011.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 81
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. POLICIA MILITAR. COMANDO DO CORPO DE
BOMBEIROS. SERVIÇO TÉCNICO DE ENGENHARIA. Código de segurança e prevenção
contra incêndio e pânico do Estado do Rio Grande do Norte. Rio Grande do Norte, 1974.
ETERNIT. Telha sanduiche. Disponível em:
<http://www.eternit.com.br/produtos/coberturas/metalicas/telha-sanduiche>. Acesso
em: 12 mar. 2015.
DINIZ, Thays Naig; SANTOS, Gisele Franco de Lima. História da dança – sempre. Londrina,
PR. Disponível em: <http://www.uel.br/eventos/sepech/sepech08/arqtxt/resumos-
anais/ThaysDiniz.pdf >. Acesso em: 24 fev. 2015.
FARO, Antônio José. Pequena História da Dança. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
1986.
GALVANOFER. Telha metálica sanduíche. Disponível em:
<http://www.galvanofer.com.br/>. Acesso em: 14 mai. 2015.
HOUSTON BALLET CENTER OF DANCE. Disponível em: <http://www.houstonballet.org>.
Acesso em: 03 mar. 2015.
HUNTER Douglas. Wood brise. Disponível em:
<http://www.hunterdouglas.com.br/ap/br/linea/controle-solar/ufq-brises/ys-
woodbrise>. Acesso em: 18 abr. 2015.
ISOVER. DecorSound. Disponível em: < http://ww.isover.com.br >. Acesso em: 15 mai.
2015.
KNAUF. Knauf Cleaneo Acústico. Disponível em: <http://www.knauf.com.br>. Acesso
em: 15 mai. 2015.
SEMURB, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo. Natal: minha cidade,
meu bairro. Natal, RN, 2009.
NATAL. Lei complementar n°055, de 27 de janeiro de 2004. Código de obras e
edificações do Estado do Rio Grande do Norte. Natal, Prefeitura Municipal do Natal.
Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB).
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 82
NATAL. Lei complementar n°082, de 21 de julho de 2007. Plano diretor de Natal. Natal,
Prefeitura Municipal do Natal. Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB).
NEUFERT, Ernest. A arte de projetar em arquitetura. 17 ed. Editorial Gustavo Gili, SL,
Barcelona, 2004.
SOUZA, L. C. L. de; ALMEIDA, M. G. de; BRAGANÇA, L. Bê-á-bá da acústica arquitetônica
– ouvindo a arquitetura. 4 ed. Editora UFSCar, São Calor, 2012.
STUDIO CORPO DE BAILE. Disponível em: <http://www.studiocorpodebaile.com.br>.
Acesso em: 27 fev. 2015.
VIBRASSOM. Portas acústicas. Disponível em: < http://www.vibrasom.ind.br/>. Acesso
em: 14 mai. 2015.
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 83
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 84
ANEXO A - Fachada principal
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 85
ANEXO B - Fachada principal, anoitecer
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 86
ANEXO C - Área de embarque/desembarque
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 87
ANEXO D - Palco móvel
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 88
ANEXO E - Área de convivência/espera e jardim interno
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 89
ANEXO F - Área de convivência/espera e jardim interno
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 90
ANEXO G - Salas de aula
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 91
ANEXO H - Salas de aula
C e n t r o d e M o v i m e n t o V i l a D a n ç a | 92