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  • 5/19/2018 CE 2014 COLETNEA DE TEXTOS.doc

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    UNIP UNIVERSIDADE PAULISTAUNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

    COLETNEA DE TEXTOS(Organizada pelas proessoras Ana L!"ia #ore$% Eliana Rig&i e IedaSan$os'

    INTRODU)O

    Esta disciplina visa ampliar os conhecimentos e vivncias de comunicao e de novas leituras domundo; propiciar a compreenso e valorizao das linguagens utilizadas nas sociedades atuais e de seupapel na produo de conhecimento; vivenciar processos especficos da linguagem e produo textual

    (ouvir e falar; ler e escrever) como veculos de integrao social e desenvolver recursos para utilizar alngua no apenas como veculo de comunicao, mas como espao constitutivo da identidade, nasprodues acadmicas;

    CONTE*DO PRO+RA#,TICO

    ) !exto e contexto" conhecimento ling#stico, conhecimento enciclop$dico ou conhecimento demundo, conhecimento interacional;

    %) !exto e contexto, contextualizao na escrita;&) 'ntertextualidade;) s informaes implcitas (pressuposto e su*entendido);+) s condies de produo do texto" sueito (autor-leitor), o contexto (imediato-hist.rico) e o

    sentido (interao-interpretao);/) lterao no sentido das palavras" a met0fora e a metonmia;1) 2s procedimentos argumentativos em um texto3) 2 artigo de opinio e o texto crtico (resenha), en4uanto gneros discursivos5

    -i.liograia -/si"a

    6'27'8, 9os$ :uiz e :!, Danda Faria5 (%==/)5 :er e compreender" os sentidos do texto5 >o

    aulo" Bontexto5

    -i.liograia Co0ple0en$ar

    8G7GE, Faria Fargarida de CE87'HIE>, ntonio5 (%==1)5 :ngua ortuguesa" noes *0sicaspara cursos superiores5 35 ed5 >o aulo" tlas567B2, Barlos l*erto e !EJJ, Bristovo5 (%==3) 1K ed5 r0tica de texto para estudantesuniversit0rios5 15 ed5 etr.polis" Dozes5Gicion0rios diversos, ornais e revistas5

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    I 1 No23es so.re L4ng5a e Lei$5raGe acordo com FiLhail MaLtin, N lngua no $o reflexo das hesitaes su*etivoOpsicol.gicas,mas das relaes sociais est0veis dos falantes5Bonforme a lngua, conforme a $poca ou osgrupos sociais, conforme o contexto apresente

    tal ou 4ual o*etivo especfico, vOse dominarora uma forma ora outra, ora uma variante oraoutra5P (Q33, p 1)5 ara este pensador, alngua e seus falantes esto inseridos emcontextos sociais mais amplos, marcados porrelaes ideol.gicas e hist.ricas5 8este sentido,um texto sempre ser0 um produto das relaessociais e hist.ricas e a leitura tam*$m ser0marcada por estes fatores5ara uma viso limitada so*re o ato de ler, aleitura consiste na decifrao e apreensomecRnica dos sentidos das palavras S fato 4ue

    resultar0 em algu$m apenas decorar os termossem a sua devida interpretao58ovas vises so*re a leitura tm apontado aimportRncia da relao entre autor, texto e leitor,demonstrando a influncia do pensamento deaulo 6reire5 'ngedore Aoch e Danda Faria Elias(%==/), por exemplo, enfatizam a concepointeracional (dial.gica) da lngua, na 4ual Nossueitos so vistos como atores-construtoressociais, sueitos ativos 4ue S dialogicamente S seconstroem e so construdos no texto,considerado o pr.prio lugar da interao e da

    constituio dos interlocutoresP (%==/, pg5 =)5Em virtude disso, o sentido O o processo derecepo S de um dado texto sempre ser0construdo a partir da interao entre texto esueitos, entre o texto e o seu leitor, ressaltam asautoras5 ortanto, a leitura $ um fenTmeno 4ueresulta de um processo interativo com grandecomplexidade de produo de sentidos5rticulando a4ui o pensamento de MaLtin,podemos afirmar 4ue a leitura $ tam*$m umprocesso marcado por complexas relaesideol.gicas5

    D5as "on"l5s3esde Aoch e Elias so*re a leituraso relevantes" N leitura $ uma atividade na 4ual se

    leva em conta as experincias e osconhecimentos do leitor;

    leitura de um texto exige do leitor *emmais 4ue o conhecimento do c.digoling#stico, uma vez 4ue o texto no $simples produto da codificao de umemissor a ser decodificado por umreceptor passivoP5 (%==/, p5 )5

    8a medida em 4ue se coloca o leitor na condiode Nconstrutor de sentidoP, destacaOse aimportRncia das estrat$gias de leitura envolvidasneste processo5 4ui no h0 lugar para aNdecore*aP5 EsperaOse ampla participao do

    leitor en4uanto elemento ativo no processo deleitura e interpretao5 >eleo, antecipao,inferncia e verificao so algumas dasestrat$gias importantes e destacadas pelasautoras mencionadas acima5 Estas estrat$giaspossi*ilitam ao leitor interpretar um texto,entender suas id$ias centrais e os pro*lemascolocados, levantar hip.teses, identificar osprocedimentos argumentativos e resumir o texto5!odo esse processo implicar0 em aceitao ouconfrontao com as opinies emitidas peloautor do texto5 oder0 resultar at$ na ela*orao

    de outro texto por parte do leitor5 or isso, aleitura sempre est0 associada com a produo desentido ou de sentidos, tendo por *ase ainterao entre leitor e autor5 NBonsiderar o leitore seus conhecimentos e 4ue esses conhecimentosso diferentes de um leitor para outro implicaaceitar uma pluralidade de leituras e de sentidosem relao a um mesmo textoP (i*idem, p5%)5Huando algu$m inicia a leitura de um texto,entram em cena os conhecimentos 4ue 0 possuido mundo, a sua pr.pria hist.ria de vida, ocontexto social e cultural e os conhecimentos

    4ue vai apreendendo do pr.prio texto e de seuautor5 or isso, as autoras enfatizam 4ue osentido $ resultado da interao entre autorOtextoOleitor5 U importante acrescentar o contextosocial e cultural e as ideologias predominantes,conforme an0lise de MaLhtin5

    Os "on$e6$os en7ol7idos na es"ri$a e na lei$5racima foram mencionados os contextos sociais eculturais5 Entretanto, $ importante a*ordar arelevRncia do contexto 4ue marca a produo dotexto escrito e a sua produo5 2 contexto de

    produo, segundo Aoch e Elias, diz respeito VscircunstRncias 4ue marcam a feitura de um texto,a escrita5 90 o contexto de uso refereOse VscircunstRncias da leitura5 8este contexto de uso,entram em cena as ha*ilidades de leitura doleitor, a sua capacidade cognitiva de apreenso einterpretao S 4ue implicar0 em preencher ossentidos do texto, gerando novos sentidos,articulando conhecimentos armazenados napr.pria mem.ria5

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    II 1 Con&e"i0en$o ling84s$i"o% "on&e"i0en$oen"i"lop9di"o o5 "on&e"i0en$o de 05ndo%"on&e"i0en$o in$era"ional8o ato de leitura e produo de sentido,mediante determinadas estrat$gias, v0rios tiposde conhecimentos so acionados5 >egundo Aoch

    (citado por Aoch e Elias, %==/, p5 &Q), para oprocessamento textual, so envolvidos trsgrandes sistemas de conhecimento" ling#stico;enciclop$dico; e interacional5

    O Con&e"i0en$o ling84s$i"o: diz respeito aoconhecimento gramatical e lexical5 or meiodeste tipo de conhecimento, $ possvelNcompreender a organizao do materialling#stico na superfcie do texto; o uso dosmeios coesivos (conectores) para efetuar aremisso ou se4uenciao textual; a seleo

    lexical ade4uada ao tema ou aos modeloscognitivos ativadosP (i*idem)5O Con&e"i0en$o en"i"lop9di"o o5"on&e"i0en$o do 05ndo: diz respeito aosconhecimentos gerais so*re o mundo, N*emcomo a conhecimentos alusivos a vivnciaspessoais e eventos esp0cioOtemporalmentesituados, permitindo a produo de sentidosP(i*idem)5O Con&e"i0en$o in$era"ional: ;refereOse Vsformas de interao por meio da linguagem eenglo*a os conhecimentos"

    Ilo"5"ional (possi*ilita oreconhecimento dos o*etivos ou prop.sitospretendidos pelo produtor do texto, em uma dadasituao interacional5 Bonsiste na capacidade deperce*er as reais intenes do autor, asentrelinhas, o 4ue o autor, Vs vezes, diz semdizer5 2 conhecimento ilocucional consiste noconhecimento so*re os tipos de atos de fala, 4uecostumam ser ver*alizados por meio deenunciaes caractersticas o 4ue exige dosinterlocutores o conhecimento necess0rio para aapreenso do o*eto ilocucional;

    Co05ni"a"ional(implica na 4uantidadeinformao necess0ria, numa dada situao decomunicativa concreta, para 4ue o parceiro seacapaz de reconstituir o o*etivo da produo dotexto, na seleo da variante ling#sticaade4uada a cada situao de interao; naade4uao do gnero textual V situaocomunicativa (%==/, p5 +=);

    Con&e"i0en$o 0e$a"o05ni"a$i7o ($a4uele 4ue permite ao locutor assegurar acompreenso do texto e conseguir a aceitao

    pelo parceiro dos o*etivos com 4ue $ produzido5ara tanto, utilizaOse de v0rios tipos de aeslingusticas configuradas no texto por meio deintroduo de sinais de articulao ou apoiostextuais, atividades de formulao ou construotextual5 (%==/, p5 +%)5 Ele ocorre 4uando $ dada

    nfase em expresses para 4ue o texto alcance oo*etivo para o 4ual foi formulado, tal como asua compreenso e aceitao por parte do leitor5!ais nfases podem ser construdas por meio deparnteses, par0grafos, realce, etc, 4ual4uermecanismo 4ue d desta4ue5

    Con&e"i0en$o s5peres$r5$5ral o5"on&e"i0en$o so.re go 6rancisco, 4ue de h0 muito4uero visit0Olo, pastorear suas ri*anceiras, adormecerem rede de cru urdume e acordar com os sons dasamarras 4ue o sol sempre d0 no novo dia, sem medo esaudando as carrancas5 Bonheo muitas 0guas, meu raro leitor5 prendisuas nascentes com o sa*or das l0grimas dos filhos4ue *anharam meus om*ros, da amiga 4ue perdeu ofilho, da mo 4ue perdeu o companheiro5 :ongoscaminhos trilham as dores antes de se tornarem

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    l0grimas, 4ue nascem pelas encostas de umaFanti4ueira, ou de uma humilde colina, descem emfiapos, viram rios, lagoas, igarap$s, para depois su*irao c$u e tornar a cair so*re a terra, para virar o rio4ue *e*emos para alimentar l0grimas e suores5

    s gotas 4ue me vieram ao rosto vieram do regador4ue uma senhora usava para molhar as plantas do seu

    apartamento5 Hueria agradecOla por aliviar a securada tarde e a cidade $ *arulhenta e a pressa $ muita e agarganta $ rouca e seca5 >anta a mulher 4ue no sa*eda santidade de seu gesto 4uando ama e cuida dassuas plantas, dos seus muitos vasos de samam*aias5

    7eparo 4ue nas outras varandas no h0 plantas,apenas uma mesinha dessas *rancas e de madeira 4ueencontramos em supermercados, al$m de uma ououtra cadeira5 r seco e frio5 Fas a mulher e oregador cuidam do nascimento de nuvens e rios5 E $isso o 4ue importa5

    =on$e" u*licada no site Bosmo5 cessada em

    %-=3-%==Q5@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

    @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

    III 1 TEXTO E CONTEXTO a "on$e6$5aliza2ona prod52o de sen$idos

    8a e para a produo de sentidos, fazOsenecess0rio levar em conta o contexto, a4ui entendido

    como toda a *agagem cognitiva de 4ue nos valemospara entender e-ou produzir um texto5 ointeragirmos, utilizamos uma gama de conhecimentos4ue vai al$m do significado de cada palavra 4uecompe a estrutura do texto; (re)ativamos muitosconhecimentos ar4uivados em nossa mem.ria, demodo 4ue poderamos associar o texto a um ice*erg"o explicito est0 V flor da 0gua, mas h0 uma imensasuperfcie su*acente, o implcito, contri*uindo oudeterminando a construo do sentido5 Esse conuntode conhecimentos adv$m da experincia de cadaindivduo, mas como os sueitos se movem no interiorde um ta*uleiro social, 4ue tem suas

    convenes-condies lhes limitando a li*erdade,dizemos 4ue esse contexto $ sociocognitivo5ara 4ue duas ou mais pessoas possam

    compreenderOse mutuamente, $ preciso 4ue seuscontextos sociocognitivos seam, pelo menos,

    parcialmente semelhantes5 o entrar em umainterao, cada um 0 traz consigo sua *agagemcognitiva, ou sea, 0 $, por si mesmo, um contexto5 cada momento da interao, esse contexto $ alterado,ampliado, e os parceiros se veem o*rigados a austarOse aos novos contextos 4ue se vo originandosucessivamente5 Exemplificando, temos o texto"

    O Fanh, vou me casar5O hX 2 4ue foiX gora no, na*ela5 8o est0 vendo4ue estou no telefoneXO or favor, por favooooor, me faz um lindo vestidode noiva, urgenteXO ois $, Barol5 !ati disse 4ue comprava e no finalmudou de id$ia5 6oi tudo culpa da555O Fe, presta atenoY 2 noivo 0 foi escolhido e ame dele 0 est0 fazendo a roupa5 Bom gravata e tudoYO >. um minutinho, Barol5 Destido de555casarXY 2 4ue$ isso, menina, voc s. tem dez anosY lT, BarolX

    O Fe ouve, meY 2s meus amigos tam*$m 0 foramconvidadosY E todos 0 confirmaram presena5O Barol, tenho 4ue desligar5 Doc est0 louca, na*elaXDou 0 telefonar para o seu pai5O MoaY Giz para ele 4ue depois vai ter a maiorfestana5 Ele precisa providenciar pipoca, *olo deaipim, p$OdeOmole4ue, canica, curau, milho na *rasa,guaran0, 4uento e, se puder, churrasco no espeto e

    cuzcuz5 E diz para ele no es4uecer" 4uero fogueira emuito roo para soltar na hora do"P>im, eu aceitoP5FeX FeX FanheYYY Baiu pra tr0sYDinte minutos depois5O corda, me555 Gesculpa, eu me enganei, a escolavai providenciar os comes e *e*es5 2 papai no vaiter 4ue pagar nada, acorda5 Z vidaY Hue noiva sofreeu 0 sa*ia5 Fas at$ noiva de 4uadrilhaXY M7J, !5; M7J, :5 6olha de >o aulo, % maio%==+5 6olhinha5 635

    Demos 4ue a me S e provavelmente osleitores do texto O contextualizou a fala da filha, tendo

    por *ase um modelo construdo socialmente so*recasamento5 filha, por sua vez, haviacontextualizado segundo um modelo de festa unina5>. reorganizamos nosso modelo 4uando a filha serefere Vs comidas tpicas, roo e fogueira5

    2 contexto, portanto, $ indispens0vel para acompreenso5 Ele englo*a no s. o texto, comotam*$m a situao de interao imediata, a situaomediata (entorno sociopolticoOcultural) e o contextocognitivo dos interlocutores5 Este [ltimo, na verdade,englo*a todos os tipos de conhecimento ar4uivadosna mem.ria dos atores sociais, 4ue necessitam sermo*ilizados por ocasio do intercRm*io ver*al"\ 2 conhecimento ling#stico propriamentedito;\ 2 conhecimento enciclop$dico ou de mundo,4uer declarativo (conhecimento 4ue armazenamosNpor ouvir falarP) 4uer epis.dico (NframesP, NscriptsP

    S conhecimento ad4uirido na convivncia social earmazenado em ]*loco^, so*re as diversas situaes eeventos da vida cotidiana);\ 2 conhecimento da situao comunicativa esuas NregrasP (situacionalidade);\ 2 conhecimento superestrutural outipol.gico (gneros textuais);

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    \ 2 conhecimento estilstico (linguagemade4uada V situao);\ 2 conhecimento de outros textos de nossacultura (intertextualidade)5

    O "on$e6$o 9% por$an$o% 50 "onB5n$o de s5posi23es%.aseadas nos sa.eres dos in$erlo"5$ores%

    0o.ilizadas para a in$erpre$a2o de 50 $e6$o

    Deamos exemplos de textos cuo significado decorredo contexto"E6e0plo :>eu 555 de pulso tocou5 inda zonzo pelas doses de 555da noite anterior, e com gosto de 555 na *oca, :usa*riu os olhos5 2uviu o *arulho do 555 el$trico ligadovindo do *anheiro5 ]2pa, acho 4ue me dei *emontem^, pensou52lhou as peas de 555 espalhadas pelo cho5 ]Huecorpinho $ esseX^, pensou5 Diu os 555 de pingentes,delicados5 ]Hue orelhinha $ essaX^, pensou5 Diu o 555

    de *ar*ear555pera, 555de *ar*earXY]Hue perno $ esseX^, pensou5Ge repente o 555 tocou5 Ge dentro do *anheiro umavoz grosa disse"]tende pra mim, garanho^5

    8esse texto, as informaes explcitas servem de]sinalizao^ para o preenchimento das lacunas S

    propositalmente sugeridas S com *ase nosconhecimentos partilhados entre autorOleitor5

    E6e0plo :o chegar V cidade, a ovem dirigiuOse a um *anco"

    precisava munirOse de algum dinheiro para fazercompras5o chegar V cidade, a ovem dirigiuOse a um *anco"

    precisava descansar um pouco, antes de enfrentar adura ornada 4ue teria pela frente5

    8esse exemplo, vemos 4ue certos enunciados soam*guos e s. fazemos a interpretao ade4uadaconsiderando o contexto5

    E6e0plo F:2 navio aproximavaOse do porto5 2s marinheiros

    preparavamOse para lanar as Rncoras5

    4ui, ]navio^ permite ao interlocutor acionar o framede 4ue fazem parte ]marinheiros^ e ]Rncoras^5 8o $

    preciso mencionar explicitamente 4ue $ dosmarinheiros e das Rncoras da4uele navio de 4ue seest0 falando5 Ento, o contexto permite fazer asinferncias 4ue preenchem as lacunas do texto,funcionando como ]pontes^ entre as palavras5

    E6e0plo G:Hue narizinho mais feioY (diz o namorado V suaamada)Hue *ela surpresa voc me aprontou5 (diz a me aofilho deu 4ue*rou o frasco de perfume)

    Demos a4ui 4ue os fatores contextuais podem alterar

    o significado de uma expresso ling#stica5 8o casoda uma interao face a face, por exemplo, os gestos,a expresso fisionTmica, a entonao etc, soelementos contextuais constitutivos do sentido dotexto5

    E6e0plo H:Im garoto ao telefone"OlTX Eu 4ueria falar com o chefe de polcia5(555) BhefeX Existe alguma lei 4ue diga 4ue as meiastm 4ue com*inar com o 4ue a pessoa estivervestindoX

    DoltandoOse para a me"O Z FE, DEF 2ID'7 '>!2 HI'Y

    8ingu$m ligaria para um chefe de polcia para fazeresse tipo de pergunta, mas faz sentido se tivermosconhecimentos dos pap$is sociais do delegado, dame e do filho; das solicitaes 4ue existem entreme e filho (dar ordem-o*edecer, por exemplo); dognero textual da piada, no 4ual se pode romper comrelao aos modelos socialmente construdos para secriar efeito de humor5

    Boncluindo esse t.pico, podemos dizer 4ue o sentido

    de um texto no depende apenas da estrutura textualem si mesma5 C0 muita informao implcita (da amet0fora do texto como um ice*erg)5 2 produtor dotexto pressupe da parte do leitor-ouvinteconhecimentos ling#sticos, interacionais eenciclop$dicos e, orientandoOse pelo rincpio daEconomia, no explicita as informaes consideradasredundantes ou desnecess0rias, ]*alanceando^ asinformaes, supondo 4ue o interlocutor poder0recuper0Olas por meio de inferncias; por isso acomunicao s. ser0 eficiente se os interlocutorestiverem contextos sociocognitivos parcialmentesemelhantes5 2 leitor-ouvinte, por sua vez, esperarece*er de seu parceiro uma se4uncia dotada desentido5

    8o conunto dos conhecimentos constitutivos docontexto, destacaOse o conhecimento de outros textos5 noo de intertextualidade ser0, portanto, o*eto deestudo em outro captulo5

    RE=ERNCIAJ=ONTE " A2BC, 'ngedore DilaaE:'>, Danda F5 :er e compreender" os sentidosdo texto5 >" Bontexto, %==/5

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    IV 1 A INTERTEXTUALIDADE

    2*serve as seguintes propagandas e digam o 4ueelas tm de familiar"

    1. Anda devagar, Chapeuzinho, para o lobo

    poder te pegar.Era uma vez uma mocinha 4ue calou umsapato Blaudina e foi visitar a vovozinha5Fuitos lo*osOmaus apareceram pelocaminho5 Fas apareceu tam*$m um lo*o

    *onzinho5 Eles se viram, se gostaram e secasaram5 E foram felizes para sempre555(ropaganda calados Blaudina)

    2. Se um sapatinho de cristal enlouqueceu o

    prncipe, imagine um de ouro.(ropaganda da C5 >tern do *erlo4uesapatinho5)

    . !a "ronteira do sucesso tem uma caneta. #em uma caneta na "ronteira do sucesso.

    (rop5 Banetas arLer)

    erce*er a relao entre dois textos pode ser*astante simples, mas o importante $ entender ossignificados implcitos 4ue o autor apenas sugere5

    'dentificao dos implcitos5Ex5 se com um sapatinho de cristal a Wata Morralheira

    a*andonou a vida de exploraes e virou princesa,com um sapatinho de ouro, 4ue vale mais, suaschances so maiores5 In$er$e6$5alidade $ a relao 4ue se esta*elece

    entre dois textos, 4uando um deles faz referncia aelementos existentes no outro5 Esses elementos

    podem dizer respeito ao conte[do, V forma, oumesmo V forma e ao conte[do5

    funo do esta*elecimento de intertextualidade$ provocar uma interao entre o sentido dos doistextos, 4ue leva V construo de um terceirosentido para o texto desencadeador daintertextualidade5

    NO #EIO DO CA#INKO8o meio do caminho tinha uma pedratinha uma pedra no meio do caminhotinha uma pedrano meio do caminho tinha uma pedra5

    8unca me es4uecerei desse acontecimentona vida de minhas retinas to fatigadas5

    8unca me es4uecerei 4ue no meio do caminhotinha uma pedratinha uma pedra no meio do caminho

    no meio do caminho tinha uma pedra5

    Fuito criticado a princpio S depois a crticaliter0ria $ unRnime em afirmar sua genialidade S este

    poema de Barlos Grummond de ndrade conseguiu,de forma aparentemente simples, registrar adificuldade de superar o*st0culos 4ue, vez por outra,interferem em nosso caminho5 ssim, a Npedra nomeio do caminhoP, 4ue se repete em diversas

    posies nos versos do poema, sim*oliza exatamenteos entraves 4ue todos encontramos O e temos desuperar S ao longo de nossas vidas5 superao deo*st0culo no significa o seu desaparecimento5 snossas Nretinas fatigadasP guardam a mem.ria dasdificuldades 4ue precisamos superar e 4ue, de muitasmaneiras, tornaramOnos pessoas diferentes5

    Fuitos textos recuperam a imagem da pedradrummondiana5 propaganda da caneta trazimplcita a inverso, pois o caminho foi su*stitudo

    por fronteira do sucesso S a conotao $ exatamentecontr0ria V4uela do poema5 edra atrapalha; a caneta,4ue est0 na fronteira do sucesso, impulsiona5 >empre 4ue se identifica um caso de

    intertextualidade, $ fundamental verificar osentido do texto original para, em seguida,

    procurar determinar com 4ue inteno ele foireferido pelo autor do novo texto5 Esta $ a chaveda leitura da intertextualidadeY

    2 pro*lema $ 4uando no perce*emos a

    existncia de uma relao intertextual5 U precisoter o h0*ito da leitura para perce*er as relaesintertextuais e, portanto, ter condies de entendero verdadeiro sentido do texto em 4ue essasrelaes se fazemY Ex"$e chame de %smael e eu n&o atenderei. $eu

    nome ' (stev&o, ou coisa parecida. Como todos oshomens sou oitenta por cento )gua salgada, mas *)

    desisti de pu+ar destas pro"undezas qualquer grande

    besta simblica. Como a prpria baleia, vivo de

    pequenos pei+es da super"cie, que pouco signi"icam,mas alimentam. (:5 65 Derssimo, - ardim do

    /iabo)

    Chamem0me %smael. Alguns anos atr)s n&oimporta precisamente quantos 0, tendo pouco ou

    nenhum dinheiro e nada particularmente interessante

    para "azer em terra "irme, decidi vele*ar e conhecer a

    parte aqu)tica do mundo. (Cerman Felville,$ob/ic3)

    Mrincadeira com a hist.ria da grande *aleia*ranca 4ue se transforma no demTnio particulardo capito ha* e da tripulao do e4uod, onavio por ele comandado5 U assim 4ue se inicia a

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    grande aventura dos tripulantes do e4uod Vprocura da *aleia5 inteno de Derssimo foiironizar5

    PARDIA" 4uando na intertextualidade o autorinverte o sentido do texto original5

    PAR,=RASE" 4uando na intertextualidade oautor repete, reafirma o sentido do texto original5

    Go 4ue a terra mais garrida!eus risonhos, lindos campos tm mais flores;N8ossos *os4ues tm mais vidaP5N8ossa vidaP, no teu seio, Nmais amoresP5

    Cino 8acional Mrasileiro

    8ossas flores so mais *onitas8ossas frutas mais gostosas

    8osso c$u tem mais estrelas,

    8ossas v0rzeas tm mais flores8ossos *os4ues tm mais vida,8ossa vida mais amores5

    (Wonalves Gias, Can4&o do e+lio5

    Fas custam cem mil r$is a d[zia5(Furilo Fendes)

    In$er$e6$5alidade E6pl4"i$a e I0pl4"i$a

    Huando um texto transcreve palavras dediscursos alheios, notaOse a presena daintertextualidade explcita de conte[do por meiodo emprego do discurso direto5 odem serincludas diferentes vozes para tratar de ummesmo assunto, inclusive, concordando oudiscordando entre si5 rtigos de teor cientfico etextos ornalsticos usam este tipo de recurso5Entretanto, a intertextualidade tam*$m pode seencontrada na forma dos textos (6E77E'7,E:EW7'8' (QQQ, p5 %%)5 NFuitos textos

    aca*am se identificando ou se contrapondo no

    estilo, ou sea, na maneira de estruturar as frases,de selecionar voca*ul0rio, adetivos, etc5 odeocorrer, inclusive, um di0logo entre linguagensdiferentes, como a do cinema, a da televiso, a dahist.ria em 4uadrinhos, etc5, 4ue cada vez maisse misturam V linguagem ver*alP (i*idem, p5%%)5Este processo em geral ocorre de maneiraimplcita" ca*er0 ao leitor fazer a devida relao5

    =on$es: 6E77E'7, Farina, E::EW7'8',!Rnia5 7edao, palavra e arte5 >o aulo" tual,QQQ5

    @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

    E6er"4"io de In$er$e6$5alidade

    5 =*serve o texto a*aixo"

    N8o meio do caminho!inha uma pedra555E uma ponta de cigarro5E uma lata5E um saco pl0stico5E at$ cacos de vidro5P (>oletur)

    propaganda acima foi veiculada para adivulgao de um proeto de educaoam*iental, patrocinado pela empresa de turismoSoleture orientado pelo%bama5

    a) propaganda valeOse do recurso daintertextualidade para indicar a poluio das praias5 4ue texto faz refernciaX !ranscreva o trecho4ue esta*elece a relao intertextual5

    *)Hual a imagem recuperada do texto originalX

    c) 2 sentido atri*udo a esta imagem $ o mesmonos dois textos (o original e a propaganda)X9ustifi4ue sua resposta5

    @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

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    V1 AS IN=OR#AMES I#PLCITAS (PRESSUPOSTOS E SU-ENTENDIDOS'

    6iz "aculdade, mas aprendi algumas coisas.

    8a frase acima, o falante transmite duasinformaes de maneira explcita"

    a) 4ue ele fre4#entou um curso superior;*) 4ue ele aprendeu algumas coisas5

    o ligar essas duas informaes com um NmasPcomunica tam*$m de modo implcito sua crtica aosistema de ensino superior, pois a frase passa atransmitir a id$ia de 4ue nas faculdades no seaprende nada5

    Im dos aspectos mais intrigantes da leitura deum texto $ a verificao de 4ue ele pode dizer coisas4ue parece no estar dizendo" al$m das informaes

    explicitamente enunciadas, existem outras 4ue ficamsu*entendidas ou pressupostas5 ara realizar umaleitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dadosexplcitos 4uanto os implcitos5

    :eitor perspicaz $ a4uele 4ue consegue ler nasentrelinhas5 Baso contr0rio, ele pode passar por cimade significados importantes e decisivos ou S o 4ue $

    pior S pode concordar com coisas 4ue reeitaria se asperce*esse5

    OS PRESSUPOSTOS

    >o a4uelas id$ias no expressas de maneiraexplcita, mas 4ue o leitor pode perce*er a partir decertas palavras ou expresses contidas na frase5

    ssim, 4uando se diz N2 tempo continuachuvosoP, comunicaOse de maneira explcita 4ue nomomento da fala o tempo $ de chuva, mas ao mesmotempo, o ver*o NcontinuarP deixa perce*er ainformao implcita de 4ue antes o tempo 0 estavachuvoso5

    A inor0a2o e6pl4"i$a pode ser5es$ionada pelo o57in$e% 5e pode o5 no"on"ordar "o0 ela Os press5pos$os% no en$an$o%$

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    OS SU-ENTENDIDOS

    >o as insinuaes escondidas por tr0s deuma afirmao5

    Huando um transeunte com o cigarro na mopergunta" 7oc8 tem "ogo9 charia muito estranho sevoc dissesse" #enhoe no lhe acendesse o cigarro5

    8a verdade, por tr0s de pergunta su*entendeOse"Acenda0me o cigarro por "avor5

    2 su*entendido difere do pressuposto numaspecto importante" o pressuposto $ um dado postocomo indiscutvel para o falante e para o ouvinte, no$ para ser contestado; o su*entendido $ deresponsa*ilidade do ouvinte, pois o falante, aosu*entender, escondeOse por tr0s do sentido literal das

    palavras e pode dizer 4ue no estava 4uerendo dizer o4ue o ouvinte depreendeu5

    Ex5" Im funcion0rio p[*lico do partido deoposio lamenta, diante dos colegas reunidos emassem*l$ia, 4ue um colega de seo, do partido do

    governo, al$m de ter sido agraciado com uma

    promoo, conseguiu um empr$stimo muito favor0veldo *anco estadual, ao passo 4ue ele, com mais tempode servio, continuava no mesmo posto e noconseguia o empr$stimo solicitado muito antes 4ue oreferido colega5

    Gesta forma, ele denunciou o favoritismo dogoverno, sem fazer uma den[ncia explcita5 frase

    sugere, mas no diz5 distino entre pressupostos esu*entendidos em certos casos $ muito sutil5

    (extrados de 6'27'8, 9os$ :uiz e :!o aulo"?tica)

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    VI1 AS CONCEPMES E ESTRAT+IAS DELEITURA

    :eia a seguinte f0*ula de La =on$aine:

    Ima r viu um *oi 4ue tinha uma *oa estatura5Ela, 4ue era pe4uena, inveosa, comeou a inflarOsepara igualarOse ao *oi em tamanho5 Gepois de algumtempo, disse" 2lheOme, minha irm, 0 $ o

    *astanteX Estou do tamanho do *oiX Ge eito nenhum5 E agoraX Ge modo algum52lheOme agora5 Doc nem se aproxima dele52 animal inveoso inflouOse tanto 4ue estourou5

    >a*emos 4ue o texto no $ hist.ria de animais

    por4ue certos termos como inve*osa e disse, *emcomo a vontade de igualarOse ao *oi so elementos

    pr.prios do ser humano5 reiterao do traosemRntico de significado humano o*riga a ler a f0*ulacomo uma hist.ria de gente5

    2s elementos com o trao humano so osdesen"adeadores de um plano de leitura nointegrado ao plano de leitura inicialmente proposto5Bom efeito, os termos r e *oi propem inicialmenteum plano de leitura" uma hist.ria de *ichos5Entretanto, V medida 4ue vamos lendo o texto, oselementos 4ue contm trao humano no permitem

    mais 4ue se leia a f0*ula como hist.ria de animais,pois desencadeiam um novo plano de leitura" a f0*ulapassa a ser lida como hist.ria de homens5

    recorrncia de traos semRnticos esta*elece aleitura 4ue deve ser feita do texto5 Essa leitura no

    prov$m dos delrios interpretativos do leitor, mas est0

    inscrita como possi*ilidade no texto5>em d[vida, h0 v0rias possi*ilidades deinterpretar um texto, mas h0 limites5 Bertasinterpretaes se tornaro inaceit0veis se levarmosem conta a conexo, a coerncia entre seus v0rioselementos5 Essa coerncia $ garantida, entre outrosfatores, pela reiterao, a redundRncia, a repetio, arecorrncia de traos semRnticos ao longo dodiscurso5

    ara perce*er essa reiterao o leitor deve tentaragrupar os elementos significativos (figuras ou temas)4ue se somam ou se confirmam num mesmo plano dosignificado5 =I+URAS so os elementos concretos

    presentes no texto e TE#ASso elementos a*stratos5C0 textos 4ue permitem mais de uma leitura5 s

    mesmas figuras podem ser interpretadas segundomais de um plano de leitura5

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    !ome o poema a*aixo, de Ce"4lia #eireles, comoexemplo"

    RETRATO

    Eu no tinha este rosto de hoe,assim calmo, assim triste, assim magro,nem estes olhos to vazios,nem o l0*io amargo5

    Eu no tinha estas mos sem fora,to paradas e frias e mortas;eu no tinha este corao4ue nem se mostra5

    Eu no dei por esta mudana,to simples, to certa, to f0cil" Em 4ue espelho ficou perdida

    a minha faceX

    8os versos e +, ao dizer 4ue no tinha esterosto e estas mos com as caractersticas do momento

    presente, faz pressupor 4ue, no passado, ele os tinhacom caractersticas opostas5

    o dizer no verso Q NEu no dei por estamudanaP, define dois planos distintos" um, do

    passado, outro do presente

    , am*os opostos entre si"s figuras do plano , agrupamOse em funo do

    significado da estaticidade, da perda da energia vital;o 4ue se pressupe no plano % agrupaOse em torno dosignificado do dinamismo, da posse, da vitalidade

    plena5o dizer NEu no dei por esta mudanaP, o poetamanifesta a sua perplexidade diante do contraste entreo 4ue era e o 4ue veio a ser5

    Huando se agrupam as figuras a partir de umelemento significativo, estamos perto de depreender otema do texto5 8o poema em pauta, por exemplo, $ adecepo diante da conscincia s[*ita e inevit0vel doenvelhecimento5

    Esse texto pode ser lido como o envelhecimentofsico, o 4ue $ indicado por termos como NmagroP,NfriasP ect5 8o entanto, outras figuras como NtristeP,NamargoP, N4ue nem se mostraP, o*rigam a ler o texto

    no como simples desgaste fsico, mas como odesgaste ps4uico, 4ue se manifesta como a perda daenergia, do entusiasmo, da alegria de viver5

    2 texto admite ao menos duas leituras" odesgaste material das coisas com o fluxo inexor0veldo tempo e o desgaste ps4uico do ser humano com o

    passar do tempo5Entretanto, dizer 4ue um texto pode permitir

    v0rias leituras no implica, de modo algum, admitir4ue 4ual4uer interpretao sea correta nem 4ue oleitor possa dar ao texto o sentido 4ue lhe aprouver5

    E em 4ue dispositivos podemos nos apoiar paracontrolar uma certa interpretao e impedir 4ue elasea pura inveno do leitorX >em d[vida, o texto 4ueadmite v0rias leituras cont$m em si indicadoresdessas v0rias possi*ilidades5 8o seu interioraparecem figuras ou temas 4ue tm mais de umsignificado e 4ue, por isso, apontam para mais de um

    plano de leitura5 >o relacionadores de dois ou maisplanos de leitura5 C0 outros termos 4ue no seintegram a um certo plano de leitura proposto e porisso so desencadeadores de outro plano5

    8a f0*ula N r e o *oiP, se no houvesse figurascom o trao humano, no se poderia interpret0Olacomo uma hist.ria de gente5 Esses termos so osdesencadeadores desse plano de leitura5

    2 leitor cauteloso deve a*andonar asinterpretaes 4ue no encontrem apoio emelementos do texto5

    EXERCCIOS DE CONCEPMES DELEITURA

    E6er"4"io I

    Paisagens com cupim

    9oo Ba*ral de Felo 8eto8o canavial tudo se gastapelo miolo, no pela casca58ada ali se gasta de fora,4ual coisa 4ue em coisa se choca5

    !udo se gasta mas de dentro"o cupim entra nos poros, lento,e por mil t[neis, mil canais,as coisas desfia e desfaz5

    or fora o machado re*ocovaiOse afrouxando, mais poroso,en4uanto desfazOse, intestina,o 4ue era parede, em farinha5

    E se no se gasta com cho4ues,mas de dentro, tampouco explode5!udo ali sofre a morte mansao 4ue no 4ue*ra, se desmancha5

    5 note as palavras 4ue mostram a oposiosemRntica (de sentido) -exterioridade- versus-interioridade-5

    %5 note palavras e expresses 4ue mostram aoposio de sentido -silncio- versus-rudo-5

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    &5 s coisas no canavial se aca*am silenciosaou ruidosamente, a partir de dentro ou deforaX 9ustifi4ue sua resposta com elementosdo texto5

    5 Bom *ase na resposta V 4uesto anterior, 4ue

    mostra o modo como as coisas se aca*am,esta*elea o tema do poema5

    +5 2s termos Nre*ocoP e NparedeP indicam otermo NcasaP, 4ue tem um significado fsico(edifcio) e um significado social (famlia)52s termos NporosP e NmorteP tm um valorhumano e um valor noOhumano5 Huefuno tm no poema esses termos com maisde um significadoX

    /5 :evando em conta a possi*ilidade de v0riasleituras do poema, a corroso (o desgaste)

    pode ser lida em diferentes planos5 >o eleso plano fsico, o hist.rico (social) e ohumano5 Bomo entender a corroso em cadaum desses planosX

    15 2 agente da corroso $ o cupim5 Bom *asenas m[ltiplas possi*ilidades de leitura,mostre o 4ue sim*oliza o cupim5

    a) 2 tempo fsico das secas e das intemp$ries, otempo hist.rico da estagnao, o tempo

    psicol.gico da estreiteza de horizontes e daimpotncia5

    *) 2 homem com seu tra*alho, com sua falta decapacidade de luta, com sua in$rcia5

    c) corrupti*ilidade das coisas materiais, dossistemas sociais, dos seres humanos5

    d) !odos os agentes externos 4ue correm as coisas5

    e) s causas indeterminadas de corroso5

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    VII1 ALTERA)O NO SENTIDO DASPALAVRAS: #ET,=ORA E #ETON#IA

    L5a C&eia

    Moio de leite

    4ue a noite levacom mos de treva

    pra no sei 4uem *e*er5E 4ue, em*ora levadomuito devagarinho,

    vai derramando pingos *rancospelo caminho5

    Cassiano :icardo

    s palavras do texto no so usadas em sentidopr.prio5 ]Moio de leite^ no significa ]vaso *oudo de*oca larga, cheio de leite^, ]lua cheia^; ]pingos*rancos^ significa ]estrelas^; ]caminho^, ]rota seguida

    pela lua em seu movimento pelo c$u^5 alterao dosignificado das palavras *aseiaOse sempre em algumtipo de relao 4ue o produtor do texto v entre osignificado ha*itual (deno$a$i7o' e o significadonovo ("ono$a$i7o' ssim, ]*oio de leite^ designa]lua^ por4ue am*os apresentam pontos de interseco"a forma arredondada e a cor *ranca5 !am*$m ]pingosde leite^ e ]estrelas^" o tamanho, a forma e a cor5 Essarelao possi*ilita ao poeta dar a um termo osignificado de outro5 Bom isso, apresenta as coisas domundo de forma mais viva, menos autom0tica,enfatizando certos aspectos da realidade5

    Gois so os mecanismos *0sicos de alteraodo sentido das palavras" met0fora e metonmia5 >orecursos denominados Nig5ras de pala7rasP5 Gadecorre a expresso Nsentido figuradoP 4uando h0esse tipo de alterao do sentido das palavras, pois]figura^ $ todo e 4ual4uer termo 4ue se refere ao

    mundo natural (terra, arvore, ar, etc)5 !am*$mpodemos denominar como ]recursos ret.ricos^5

    #e$/ora 9 a al$era2o do sen$ido de 50a pala7rao5 e6presso 5ando &/ 50a rela2o dese0el&an2a en$re os $er0os:

    - interior de S&o ;aulo est) coberto por docesmares, donde se e+trai o a4

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    sentido5 !ransmite uma mensagem complexasemanticamente polivalenteP5

    8ilce Fartins tam*$m explica 4ue estas associaesso fundadas so*re vagas analogias (comparaes),

    por vezes il.gicas, Nmas elas revelam 4ue o sueitopensante extrai das suas o*servaes da natureza

    exterior imagens para representar a4uilo 4ue o seuc$re*ro no consegue apresentar so* forma dea*strao puraP (i*idem), p5 Q%)5

    8ilce Fartins, ao tratar da met0fora, apresenta aseguinte classificao de Bharles Mall`"

    a) 'magens concretas, sensveis e imaginativasS evocam um 4uadro de imaginaoindividual completa V sua vontade S comono exemplo a*aixo"

    - vento engrossa sua grande voz>

    *) 'magens afetivas S temOse o vago sentimentode uma imagem, h0 uma impresso

    produzida, ainda 4ue no se imagine um4uadro, h0 um resduo afetivo 4ue salva aimagem e a impede de desfazerOse naa*strao"

    ?ma magra compensa4&o

    7oc8 me paga @eu me vingarei5

    Sorriso amareloCair das nuvens

    c) 'magens mortas S 8o h0 mais imagens,nem sentimento de imagem, a no ser do

    ponto de vista hist.rico; estamos naa*strao pura, s. a perce*emos por umaoperao intelectual5Exemplo interessante citado pela autora $ ode escrtradivarius5

    f) 2 concreto pelo a*strato, ou viceOversa" ter.tima ca*ea (por" ter .tima inteligncia), a

    uventude *rasileira (por" os ovens*rasileiros)5

    g) parte pelo todo, ou viceOversa" + ca*easde gado, vestir um urso (por" vestir uma pelede urso)5

    h) Wnero pela esp$cie, ou viceOversa" osmortais, a estao das rosas (por" a estaodas flores)

    i) 2 singular pelo plural, ou viceOversa" o*rasileiro $ romRntico, as chuvas chegaram5

    ) 2 determinado pelo indeterminado" fazer milperguntas5

    L) 2 indivduo pela classe" ser o Bristo daturma (por" ser o culpado da turma)

    !anto a metonmia 4uanto a met0fora, umavez construdas, determinam 4ue todo o texto sealido num plano de leitura metonmico ou metaf.rico5ssim, no poema N:ua BheiaP, a met0fora do ]*oiode leite^ coloca o leitor em um plano de leitura no4ual ]pingos de leite^ e ]derramando^ devem serentendidos como ]estrelas^ e ]surgindo^,respectivamente5 'gualmente, em ]Comer)s o p&ocom o suor do teu rosto, ]suor^ $ metonmia de]tra*alho^, por4ue tem uma relao de implicao;conse4#entemente, ]po^ deve ser lido como]alimento^ e ]lagrimas^ como ]sofrimento^5

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    C0 certas met0fora e metonmias 0desgastadas pelo uso, 4ue constituem clichs5Exemplos" ]as nuvens so um alvo tapete , ]seusdentes so p$rolas; sua *oca, um ru*i^5 Bomo diziaDoltaire, o primeiro homem a comparar a mulher comuma flor era um gnio; o segundo, um im*ecil5

    Reero aulo"!55 Hueiroz Editor, %==&5)

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    VIII 1 OS PROCEDI#ENTOS AR+U#ENTATIVOS DE U# TEXTO

    !odo texto $ de certo modo argumentativo S alguns so explcitos como a pu*licidade, outros esto maiscomprometidos com o argumento l.gico 4ue so os textos cientficos5

    AR+U#ENTO DE AUTORIDADEBitao de autores renomados, autoridades num certo domnio do sa*er5 >. tem fora se as citaes forem *em

    coerentes e compreendidas5 AR+U#ENTO -ASEADO NO CONSENSO

    Iso de proposies universalmente aceitas como verdadeiras e 4ue prescindem de demonstrao5Ex" educao $ a *ase do desenvolvimento52s investimentos em pes4uisa so indispens0veis para 4ue um pais supere sua condio de dependncia5

    F AR+U#ENTOS -ASEADOS E# PROVAS CONCRETAS>o os fatos comprovadores de alguma opinio pessoal5 Ex5 cifras, estatsticas, dados hist.ricos, fatos da

    experincia cotidiana, etc52s fatos devem ser pertinentes, suficientes, ade4uados, fidedignos5

    rgumentao por ilustrao" 4uando se enuncia um fato geral e em seguida narraOse um caso concreto paracomprov0Ola5 Ex5 8o Mrasil h0 polticos 4ue se valem de fraude para elegerOse e contaOse o caso de um es4uemamontado por um candidato a deputado para alterar os mapas eleitorais durante as apuraes5 8o pode sergeneralizada5

    rgumentao por exemplo" parteOse de um exemplo concreto e da se extrai uma concluso geral5 artimos decasos de fraude contra a previdncia social para chegar V afirmao de 4ue o sistema previdenci0rio *rasileiro est0sueito a esse tipo de ilcito e por isso precisa passar por profundas reformulaes saneadoras5

    G AR+U#ENTOS CO# -ASE NO RACIOCNIO L+ICOGiz respeito Vs pr.prias relaes entre proposies e no V ade4uao entre proposies e provas5 Ex5 relaes

    de causa e conse4#ncia, analogia, oposio555)

    Gefeitos de argumentao" fugir do tema, tautologia (repetir a tese com palavras diferentes), tomar como causa ou

    explicao algo 4ue no $ causa do pro*lema, mas apenas aconteceu antes (ex5 supersties)5

    H AR+U#ENTO DA CO#PETNCIA LIN+QSTICA2 modo de dizer d0 confia*ilidade ao 4ue se diz5 2u mesmo *asta para textos pu*licados5 arece 4ue o 4ue $

    pu*licado $ verdade5 Isar voca*ul0rio ade4uado V situao5

    Pro"edi0en$os arg50en$a$i7os

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    Bhamamos procedimentos argumentativos aosrecursos acionados pelo produtor do texto com vistasa levar o leitor a crer na4uilo 4ue o texto diz e a fazera4uilo 4ue ele prope5 final, uma opinio semfundamentao no satisfaz, no parece verdadeira e,conse4#entemente, no convence5 Huando 4ueremosexpressar nosso ponto de vista a respeito de

    determinado assunto, sea ele favor0vel ou contr0rio,devemos fundamentar nossa opinio5 Em outras

    palavras, devemos desenvolver nossa afirmativa para4ue ela tenha valor5Giversos so os recursos argumentativos 4ue podemser utilizados para fundamentar uma opinio5 2importante mesmo $ a forma como o argumento $apresentado, pois precisa ser B28>'>!E8!E,

    passando para o leitor um valor de verdade5

    ara termos id$ia de alguns desses procedimentosargumentativos, vamos ler um fragmento de um dossermes de Padre An$>nio Vieira, no 4ual ele tenta

    explicitar certos recursos 4ue o pregador deve usarpara 4ue o sermo cumpra o papel de persuaso ouconvencimento"

    (...) O sermo h de ser duma s cor. de ter um

    s o!"eto# um s assunto. $ma s mat%ria.

    de tomar o pregador uma s mat%ria# h de

    de&ini'la para ue se conhea# h de diidi'la para

    ue se distinga# h de pro'la com a *scritura# h

    de declar'la com a ra+o# h de con&irm'la com o

    exemplo# h de ampli&ic'la com as causas# com os

    e&eitos# com as circunst,ncias# com as

    conenincias ue se ho de seguir# com osinconenientes ue se deem eitar# h de responder

    -s didas# h de satis&a+er -s di&iculdades# h de

    impugnar e re&utar com toda a &ora da elo/ncia

    os argumentos contrrios# e depois disto h de

    colher# h de apertar# h de concluir# h de

    persuadir# h de aca!ar. 0sto % sermo# isto % pregar#

    e o ue no % isto# % &alar de mais alto. 1o nego

    nem uero di+er ue o sermo no ha"a de ter

    ariedade de discursos# mas esses ho de nascer

    todos da mesma mat%ria# e continuar e aca!ar nela.

    (>ermo da >exag$sima5 'n" @@@@@@52s sermes5 >o aulo5 Gifel, Q/35 D', p5 QQ5)

    !omando o fragmento citado como ponto departida, podemos inferir alguns dos recursosargumentativos 4ue um texto deve conter para serconvincente ou persuasivo5 primeira 4ualidade 4ue Dieira aponta $ 4ue o textodeve ter unidade, isto $, deve tratar de Num s.o*etoP, Numa s. mat$riaP5 Essa 4ualidade $ um dosmais importantes recursos argumentativos 0 4ue umtexto dispersivo, cheio de informaesdesencontradas no $ entendido por ningu$m" ficaOse

    sem sa*er 4ual $ seu o*eto central5 2 texto 4ue falade tudo aca*a no falando de nada5 Fas $ preciso noconfundir unidade com repetio ou redundRncia5 2

    pr.prio fragmento 4ue aca*amos de ler adverte 4ue otexto deve ter variedade desde 4ue essa variedadeexplore uma mesma mat$ria, isto $, comece, continuee aca*e dentro do mesmo tema central5

    2utro recurso argumentativo apontado no texto deDieira $ a comprovao das teses defendidas comcitaes de outros textos autorizados5 Bomo sacerdote4ue $, sugere as citaes das >agradas Escrituras, 04ue, segundo sua crena, so elas a fonte legtima daverdade52 4ue Dieira diz so*re os sermes vale para 4ual4ueroutro texto, desde 4ue no se tome ao p$ da letra o4ue ele diz so*re as >agradas Escrituras5 Im textoganha mais peso 4uando, direta ou indiretamente,ap.iaOse em outros textos 4ue trataram do mesmotema5 BostumaOse chamar argumento de autoridade aesse recurso V citao5

    2 texto aconselha ainda 4ue o pregador, ao ela*orar oseu sermo, use o raciocnio ou a razo paraesta*elecer correlaes l.gicas entre as partes dotexto, apontando as causas e os efeitos das afirmaes4ue produz5 Esses recursos de natureza l.gica doconsistncia ao texto, na medida em 4ue amarramcom coerncia cada uma das suas partes5 Im textodesorganizado, sem articulao l.gica entre os seussegmentos, no $ convincente, no $ persuasivo5l$m disso, o pregador deve cuidar de confirmar comexemplos ade4uados as afirmaes 4ue faz5 Imaid$ia geral e a*strata ganha mais confia*ilidade4uando vem acompanhada de exemplos concretos

    ade4uados5 2s dados da realidade o*serv0vel dopeso a afirmaes concretas5Im [ltimo recurso argumentativo apontado pelo textode Dieira $ a refutao dos argumentos contr0rios5 8averdade, so*retudo 4uando se trata de um tema

    polmico, h0 sempre verses divergentes so*re ele5Im texto, para ser convincente, no pode fazer deconta 4ue no existam opinies opostas V4uelas 4uese defendem no seu interior5 o contr0rio, deve exporcom clareza as o*ees conhecidas e refut0Olas comargumentos s.lidos5Esses so alguns dos recursos 4ue podem serexplorados pelo produtor do texto para conseguir

    persuadir o leitor52 4ue interessa destacar neste momento $ o fato de4ue a argumentao est0 sempre presente em4ual4uer texto5 or argumentao deveOse entender4ual4uer tipo de procedimento usado pelo produtordo texto com vistas a levar o leitor a dar sua adeso Vsteses defendidas pelo texto5

    Reer

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    IX 1 O ARTI+O DE OPINI)O E O TEXTO CRTICO (RESENKA'% ENUANTO +NEROSDISCURSIVOS

    O TEXTO DE OPINI)O

    !ransmite informaes ao leitor, mas asinformaes transmitidas nele esto a servio daopinio S podem servir de provas

    , em defesa daopinio defendida5

    defesa de uma opinio, isto $, oesta*elecimento de um ponto de vista so*re o mundo,

    pressupe argumentos ou provas5 U importanteafirmar e sustentarY

    #e"anis0o de deesa de 50a id9ia o5pon$o de 7is$a:

    5 tese central deve estar *em clara e definida58o fua do assunto5

    %5 presentar *ons argumentos em defesa dessatese5 6ornea algumas informaes de apoio,isto $, 4ue situem o leitor e outras informaes4ue comprovem ou *uscam comprovar a opinioemitida5

    &5 2 texto deve levar em considerao as opiniesdo interlocutor, sea para omitiOlas, sea para seantecipar a uma possvel resposta5 Exemplos de

    frases 4ue introduzem este recurso" Ncomo todossa*emos555P, Nsa*eOse 4ue555, no entanto555P5 8um *om texto o grupo de leitores a 4uem se

    dirige est0 *em delimitado5+5 6unciona esta*elecendo relaes l.gicas (id$ias

    an0logas S ideias opostas S id$iascomplementares S ideias conclusivas)5

    /5 paragrafao do texto $ *em estruturada515 ara dar uma opinio $ preciso ter informao a

    respeito do assunto(ex5 opinar so*re um livro S ler o livro, conhecer

    o autor, outros livros do autor, outros livrosda tem0tica do livro)

    35 rgumento de autoridade" as citaes5 or ex5citar uma declarao de el$ num artigo so*refute*ol, ou um especialista famoso na 0rea 4ue sediscute5

    Inor0a2o Opinio

    >em informao no h0 opinio sustentada5 araseparar a informao da opinio $ preciso considerar

    especialmente a intencionalidadedo texto" h0 textos

    4ue se articulam *asicamente como in"orma4&o(informao pu*licit0ria, m$dica, poltica, esportiva,

    profissional, urdica etc5), e outros 4ue tm ainteno deli*erada de opinar, de manifestar um

    ponto de vista so*re algum fato, id$ia, conceito etc5(ex5 panfleto poltico, ensaio acadmico, editoriais,etc5)5 informao $ a *ase para 4ual4uer formaode opinio5

    PORUE A ESCOLA N)O SERVE PRA(UASE' NADAustavo %oschpe

    >empre me intrigou o fato de 4ue os melhoresalunos terminam no repetindo o sucesso escolar vidaafora e, ao mesmo tempo, 4ue as pessoas de grandexito em suas atividades foram, fre4uentemente,maus alunos, ou pelo menos nada *rilhantes5 8o soin4uietaes 4ue me surgiram agora, mas 0 na $pocade estudante5 8essa mesma $poca, de estudante secund0rio,comecei a sentir um profundo incTmodo com a vidaestudantil5 Huando criana, tinha muito prazer em ircol$gio, em aprender a4uelas coisas novas todo dia,em resolver mist$rios5 educao $ o mecanismo de

    insero mais poderoso 4ue h0" com ela, penetramosno mundo e nos sentimos participantes da nossarealidade5 grande parede de ignorRncia 4ue nos

    *arra da compreenso do universo vai aos poucossendo derru*ada5 Fas, em um certo momento, l0 pelo fim do

    primeiro grau, o encantamento se 4ue*rou5 8o se eu$ 4ue perdi a ingenuidade, ou se foi a escola 4uemudou, mas ficou tudo es4uem0tico, mecRnico ecompletamente *roxante5 relao com o professor,4ue antes era de companheirismo e admirao nessaviagem de desco*rimento, virou *urocr0tica eantagonstica5 airava no ar o reconhecimento m[tuode 4ue entr0vamos em um teatro, onde mestres e

    pupilos eram atores secund0rios e o papel principalficava a cargo da mediocridade, a se infiltrar edominar tudo5 Ela ditava 4ue o nosso papel ali era defingidores" o professor fingia estar ensinando e seinteressando pela inteligncia de seus alunos, e oaluno fingia estar aprendendo e a*sorvendoconhecimentos 4ue lhe seriam [teis5 8o fundo, todos sa*iam 4ue grande parte do 4uese ensinava ali era in[til e desinteressante, mas,enfim, caa no vesti*ular, ento o 4ue $ 4ue se haviade fazer, n$X

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    ssim, passei, como todos os meus colegas, anos eanos regurgitando o 4ue diziam os livrinhos 4ue os

    professores nos indicavam5 :amos grandes livros,fal0vamos so*re grandes personagens hist.ricos, maso 4ue ficava eram perguntas so*re o enredo, pedidosde descrio de eventos e causas5 8enhumaelocu*rao, nenhum deseo de ir al$m do texto,

    nenhuma tentativa, enfim, de pensar e imaginar5Hual4uer tentativa de dizer algo diferente ou pensar o

    proi*ido era (e continua sendo) punida com canetaosvermelhos e notas *aixas ou, em casos mais severos,conversinhas com orientadores pedag.gicos ecoordenadores educacionais (nomes infames paracargos 4ue se resumem aos de carcer0rios do presdiode almas 4ue $ a escola moderna)5 ssim, o sistema educacional transformouOsenuma m04uina produtora de mediocridade eresignao, 4ue vai aos poucos filtrando osinconformistas e deixandoOos de lado, rotulandoOoscomo Npro*lem0ticosP5 Fatando o esprito

    4uestionador, 0 4ue os *ons alunos no raro tm vidaescolar apagada, e os maus alunos se saem *em" foradas paredes da escola, o esprito crtico, a imaginaoe a vontade de fazer diferente so fatoresindispens0veis ao sucesso5 2 4ue s. comprova a impresso de 4ue col$giosviraram exatamente a4uilo 4ue foram criados paracom*ater" templos da gratificao da mediocridade eda mes4uinharia; fortalezas 4ue massacram a4uilo4ue h0 de espontRneo nos ovens, e os Npreparam paraa vidaP, dandoOlhes a garantia de so*revivncia 4ue $,ao mesmo tempo, a garantia de uma vida sem saltos,voltas, d[vidas, exploses, entusiasmos, desco*ertas,

    ang[stias e fascnios5 !udo, enfim, 4ue faz com 4ue avida valha a pena5 5>5 ntes 4ue o tradicional esprito de porco

    pergunte se me imagino um gnio incompreendido,confesso 4ue passei minha temporada escola

    perseguindo notas altas e me empenhando em ser omelhor da classe, mesmo sa*endo a falncia moral4ue isso significava5 2 4ue s. me entristece eenvergonha5

    6olha de s. ;aulo, -+-%===

    5 Hual $ a tese central defendida pelo textoX

    %5 Hue argumentos foram apresentados emdefesa dessa teseX

    &5 :ocalize no texto informaes de apoio 4uesituam o leitor5

    5 :ocalize no texto informaes 4uecomprovam O ou *uscam comprovar S aopinio emitida5

    +5 ela linguagem do texto, faa um perfil doleitor a 4uem se dirige5

    /5 :ocalize no texto os elementos de relaol.gica e o*serve 4ue relaes elesesta*elecem5

    15 8o texto lido, em 4ue momento o autor seantecipa a uma possvel resposta do leitorX

    35 paragrafao do texto $ *em estruturadaX

    Q5 Huanto V tese, assinale a resposta certa"

    a) Boncordo com a tese, mas a argumentaofoi p$ssima5

    *) 8o concordo com a tese, mas reconheo4ue a argumentao foi *oa5

    c) Boncordo com a tese e a argumentao foi*oa5

    d) 8o h0 tese alguma e a argumentao notem p$ nem ca*ea5

    e) tese parece *oa, mas no $ universal Snem toda escola $ assim5

    RE=ERNCIAJ=ONTE67B2, Barlos l*erto e !EJJ, Bristovo5 Ked5;r)tica de te+to para estudantes universit)rios5etr.polis" Dozes, %==&5 (Baptulos , % e /)

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    A RESENKA CRTICA

    resenha, um su*gnero do texto de opinio,

    est0 presente em ornais, revistas e livros5 ode sermeramente descritiva ou crtica5

    2 assunto central do texto so os o*etos deconsumo cultural como livros, filmes, peas de teatro,discos, programas de televiso, shobs musicais, etc5

    2 texto pode ser curto, apenas com informaesindispens0veis, ou longo, com caractersticas deensaio5

    2s traos essenciais da resenha so" a in"orma4&o S parte do princpio de

    4ue o leitor no conhece a4uilo 4ue sevai comentar" (livro) assunto, editora,n p0ginas; (filme) diretor, atores, tema,

    sntese; (disco) m[sicas, condies degravao, etc5

    a opini&o S a resenha emite opiniesdiretas so*re o seu assunto" se $ *om e

    por4u5

    'F7B':'GGE" 'mparcialidade $ um mito,afirmam muitos estudiosos do assunto5 Entretanto,uma *oa resenha deve procurar ser o mais imparcial

    possvel S o autor no deve se deixar levar porpreconceitos, pro*lemas pessoais, amizades ouinimizades para escrever sua crtica5 'sto no invalidaa opinio, 4ue $ imprescindvel, caso contr0rio a

    resenha no ter0 sentido57E:!'D'GGE" situar o o*eto da crtica emrelao a outros o*etos de crtica" situar no tempo, noespao, na hist.ria, no gnero; $ perce*er a intenodo autor e analisar a o*ra tendo em vista estainteno5 (Ex5 no $ possvel comparar gathaBhristie com 9ames 9o`ce, drama com com$dia etc5)

    B:7EJ" o leitor precisa entender o 4ue est0escritoY

    B7'!'B7" significa su*meter a uma an0lise,tanto para ressaltar os aspectos negativos 4uanto os

    positivos5 crtica deve ser lida com o olhar crtico" $

    apenas uma re"er8nciae no a palavra final so*re umassunto5

    E6e0plo de resen&a des"ri$i7a:

    C&57a de O5$ono, de Marr` Eisler (traduo deinheiro de :emos; 7occo; &%= p0ginas; &+ reais) SExOsoldado de elite do Ex$rcito americano, filho de

    pai apons, 9ohn 7ain mora em !.4uio e tem umaespecialidade singular" assassinar pessoas fazendocom 4ue as causas da morte paream naturais5 8ocomeo do romance, 7ain mata um alto integrante do

    governo apons, induzindoOlhe um infarto num metrTlotado5 2 poltico estava no centro de uma rede deinteresses 4ue a*rangia a m0fia aponesa e o serviosecreto dos Estados Inidos5 7ain comea, ento, aser perseguido S e, para piorar, envolveOse com a filhado homem 4ue assassinou5 :anado em %==%, Chuvade -utono foi o primeiro romance de Eisler, 4ue

    desde ento transformou o amoral 9ohn 7ain emprotagonista de uma s$rie de thrillers de sucesso5

    AS -ODAS DE PRATA DO #IN+AU ITSCKDA +LO-O

    6ernando de Darros e Silva

    U mais f0cil experimentar do 4ue explicar o malOestar 4ue provoca o N6ant0sticoP, h0 %+ anos no ar,completados ms passado5 C0 decerto ingredientesde so*ra 4ue do a esse mingau de variedades umsa*or um tanto intrag0vel5

    receita foi sempre 4uase a mesma ao longo dotempo5 Fuito pouca coisa mudou desde 4ue Moniinventou o formato da revista de entretenimentodominical 4ue deveria ser popular o *astante pararou*ar a audincia de 6lavio Bavalcanti S um dos0ulicos da ditadura, ento astro da !upi O e modernao *astante para distrair uma classe m$dia 4ue vivia aeuforia do milagre consumindo carros eeletrodom$sticos5

    2 6ant0stico surgiu, pois, como o shob davida, um programa de variedades de extraonitidamente americana, capaz de envolver cada fato

    *anal ou aspecto prosaico da vida numa nuvem de

    *rilho, de excepcionalidade, de glamourcinematogr0fico52 programa $ Litsch no apenas por4ue nele

    ca*e de tudo (e um dos sintomas do Litsch $ oatravancamento, a disposio excessiva de coisasdisparatadas num mesmo espao), mas tam*$m

    por4ue essa variedade de assuntos veio desde o incioem*alada por uma est$tica futuristaOsentimental desegunda mo, filtrada pelo mercado, como seanunciasse desde sempre a4uilo em 4ue iramos O oMrasil O nos transformar no futuro5

    C0 inclusive 4uem vea na m[sica de a*ertura,cua letra $ de Moni, o pr.prio, uma espetacularizaohiper*.lica da vida 4ue exala um certo odorfascist.ide5

    'sso at$ faz sentido 4uando se pensa na4uelavoz met0lica cantando" olhe *em, preste ateno,nada na mo, nessa tam*$m, nos temos m0gicas parafazer etc, etc, etc, at$ o final da idade da pedra aohomem de pl0stico, $ fant0stico5 8o $ preciso, de4ual4uer forma, ir to longe5

    2 4ue incomoda no 6ant0stico talvez sea ofato de 4ue ele tenha cumprido seu destino hist.rico,ou, em outros termos, o fato de 4ue ele tenha setransformado na4uilo 4ue ele sempre foi5 Explico5

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    Gisse no incio 4ue o formato do programa semanteve 4uase sempre em estado mineral, inalterado5

    Cavia, no entanto, nos primeiros anos doprograma, tam*$m por o*ra de Moni, algumaveleidade civilizat.ria, como se o programa, aomesmo tempo em 4ue dava V classe m$dia o mingau4ue ela pedia, tam*$m apostasse 4ue ela poderia se

    transformar em algo diferente, ou melhor, ou maiscivilizado do 4ue era e veio a ser5

    >e por um lado o N6ant0stico varria os horroresdo pas da ditadura para *aixo do tapete e nosapresentava uma colagem amena e colorida do Mrasil,

    por outro havia alguns 4uadros (de teatro e poesia,por exemplo) 4ue no se encaixavam na *oalidadepredominante do shob da vida5

    lgu$m poder0 dizer 4ue Gina >fat declamando>haLespeare na4uele contexto 0 era algo muitssimoLitsch, 4ue atendia aos anseios de uma classe m$dia4ue, em*ora *otocuda, gostava de ser tratada de vezem 4uando como parte do mundo civilizado5

    Esse tipo de 4uadro, no entanto, ficou o*soleto,pesado demais, no resistiu V massificao e aospadres de entretenimento 4ue vingaram no pas5Masta pensar, por exemplo, num 4uadro recente dotipo Dida como Ela $, um 8elson 7odrigues

    plastificado em pelcula de cinema para 4ue a classem$dia pudesse ver sacanagem com o 0li*i de 4ueestava consumindo arte5 est$tica pu*licit0riaenvolvendo as cenas de sexo funcionava como umaesp$cie de anteparo moral 4ue tornava a4uilo

    palat0vel para a famlia5Ge uns tempos para c0, o N6ant0sticoP passou por

    uma reforma cosm$tica, ficou mais areado,

    moderninho, ornalstico, interativo5 Fudou de casca,como 4uem nos disse 4ue o futuro 0 chegou5 Wl.riaFaria (a 4ue se relaciona com os espectadores comouma professora de pr$Oprim0rio lida com seus

    pimpolhos), Jeca Bamargo e edro Mial, ntimos doespectador, do o verniz descolado, up do date e

    politicamente correto a um programa 4ue $, comosempre foi, cafona, careta e conservador5

    2 programa dedicado a toda a famlia $ umaesp$cie de fico 4ue se realizou5 Masta olhar um

    pouco para o 4ue $ hoe a cultura *rasileira paraconstatar a 4ue se reduziram nossos ideais decivilizao e de modernidade5 8ossos horizontesforam reduzidos ao tamanho do N6ant0sticoP5

    6olha de S. ;aulo, !D 6olha, %=-=Q-Q3

    Ro$eiro de lei$5ra

    5 Bom 4ue inteno foi escrita a resenhaX

    %5 Hual o assunto do textoX odeOse dizer 4ueo texto tem unidade tem0ticaX

    &5 2*serve a se4#ncia dos par0grafos5 2 textotem unidade estruturalX

    5 2 texto manifesta diretamente uma opiniodemolidora so*re um programa de televiso5Hue defeitos so frisadosX

    +5 Huem $ o interlocutor deste textoX 2u, para4ue tipo de leitor (classe social, grau de

    escolaridade, viso de mundo) ele se dirigeXBomo voc sa*eX

    /5 Fuito provavelmente voc 0 assistiu ao6ant)stico5 Doc concorda com a crticaX

    15 crtica cont$m o*servaes *astantepesadas contra o programa5 >. contra oprograma ou tam*$m contra as pessoas 4uetra*alham neleX Doc acha 4ue o autor fezata4ues pessoais exageradosX Hual deve ser

    o limite $tico da *oa crticaX

    35 'ndependentemente de sua opinio so*re asopinies do texto, ele est0 *em escritoX inteno do autor se realiza plenamenteX

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    X 1 OS NOVOS +NEROS DA ATUALIDADE ESUAS ESPECI=ICIDADES

    tecnologia demanda novos modos de interaocom o texto5 or um lado, ela altera antigas categorias4ue opem o texto falado e o escrito, ou a culturaloral e a letrada5

    o longo da hist.ria houve uma complexaintegrao na 4ual textos orais e escritos passaram aconviver de uma forma complementar e muitas vezesmista5 6inalmente o contexto ci*ern$tico no s.

    permite 4ue a escrita ocupe espaos antes reservadospara as interaes orais, como tam*$m via*iliza aexistncia de um novo tipo de texto, o hipertexto, 4ueincorpora textos escritos e orais e diferentes recursos0udiosOvisuais" fotografia, som e vdeo5

    t$ chegar ao texto eletrTnico o suporte do textoescrito passou por muitas transformaes5'nicialmente escreviaOse no rolo de papiro (de planta)ou pergaminho (de pele), 4ue o leitor precisavadesenrolar, de forma 4ue era impossvel ler e escreversimultaneamente5 'sto s. foi possi*ilitado peloc.dex , um o*eto com uma s$rie de folhas do*radasde modo a formar cadernos, 4ue depois erammontados e costurados e protegidos por umaencadernao5 Essa inveno permitiu 4ue o textofosse distri*udo na superfcie da p0gina e localizadoatrav$s de paginao, numeraes e ndices5 8aescrita ci*ern$tica, o texto volta a ser apresentado na

    tela, como uma grande faixa, por$m sua construodeixa de ser linear como era o rolo, pois permite umaexpanso em rede5

    Bada mudana de suporte coloca o leitor frente aum o*eto novo 4ue no s. lhe permite novos tipos deinterao e pensamento como tam*$m demandat$cnicas de escrita e leitura at$ ento in$ditas5

    inveno do alfa*eto grego (representandograficamente os sons da fala) no permitia, porexemplo, a leitura oral, pois as palavras eramemendadas at$ o s$c5 D'''5 or outro lado, a leituraem voz alta era uma forma importante desocia*ilidade5 2s romances eram lidos para toda a

    famlia52 c.dex gerou a criao de diferentes t$cnicas deescrita como as su*divises dos livros em captulos,ttulos, su*ttulos, ndice, numerao de p0gina, 4uefacilitava consulta e visualizao do texto5 2 livro,4ue antes s. podia ser lido em sua totalidade, agora

    podia ser a*erto ao acaso5

    pesar da escrita ter, ao longo do tempo, seimposto como modalidade distinta da fala, no houveuma total dissociao entre as pr0ticas orais e letradas(fala e escrita), como $ o caso do discurso urdico, asatas de reunio, o discurso acadmico (interaotextos - aula)5

    Esta construo mista entre a fala e a escrita $

    uma caracterstica marcante nos usos de linguagemnos meios eletrTnicos5 8as salas de *ateOpapo h0uma intensa incorporao da oralidade na escrita euma aproximao das condies de interaocaractersticas de uma conversa face a face"

    5 sala de conversa onde se entra e sai;%5 $ necess0ria a especificao do interlocutor em

    su*stituio V presena-linguagem corporal;&5 tom da fala (na fala _ traos pros.dicos) $

    marcado pelo uso de ver*os discendi (grita, falareservadamente) ou tipo de letra (caixa alta), 4uemarca a intensidade emocional;

    5 em casos de conflito a linguagem $ espontRnea emais informal;

    +5 permite a informao gr0ficoOvisual;/5 no h0 disputa de turnos, ou sea h0 presena de

    di0logos intercalados, mas todos se expressamsem NrudoP no comunicao;

    15 recursos gr0ficos para expressar a comunicaoextraver*al (emoes, sinais de pontuao);

    35 a presso comunicativa su*stitui as elisesnaturais da fala por a*reviaes;

    ssim, podemos verificar o 4uanto a linguagemse adapta aos limites e recursos expressivos do meio5

    EXERCCIOS

    5 Huantos gneros voc poderia encontrar nainternetX presente uma lista5

    %5 Gestes gneros, 4uais so especficos donovo meioX

    &5 >egue um modelo de di0logo eletrTnico56aa a correspondncia (numere) entre ascaractersticas acima e sua ocorrncia nestaconversaOescrita"

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    TIPOS DE KIPERTEXTOS:

    1. hipercards" cartes eletrTnicos (escrita, audio, vdeo) _ texto isolado2. C/0:-$S" suportes com textos relacionados atrav$s de lin3s_ apenas leitura. hiperte+tos e+ploratrios" sistema de distri*uio de hipertextos como o bbb (orld ide e*) S acesso

    simultRneo de dadosE. hiperte+tos abertos" permitem aos usu0rios adicionarem textos ou novos lin3sS o usu0rio pode ser leitor e

    produtor ao mesmo tempo

    Cara"$er4s$i"as:

    2s hipertextos expandem as possi*ilidades da escrita, pois so textos dentro de textos5

    leitura no $ linear, mas em rede, ela $ feita em profundidade5

    Bada novo o*eto textual encoraa certos tipos de pensamento e desencoraa outros5

    or exemplo, o livro possi*ilitou o acesso a um todo, 4ue o rolo no permitia5 Bom o hipertexto o leitortem o todo, mas de forma fragmentada, cada um constr.i o seu caminho5 escrita no $ mais um produtoaca*ado, mas um processo de construo dinRmica S 4ue antes era tpico da fala S o texto vai se produzindoV medida 4ue se fala5

    Estimula o pensamento telegr0fico, no linear e cooperativo S diminui a distRncia entre o autor e o leitor5

    romove o apagamento das dicotomias entre a lngua oral x escrita5

    RE=ERNCIAM7W, Genise5 Bonstituio h*rida da escrita na internet" a linguagem nas salas de *ateOpapo e na construodos hipertextos5 :evista FeituraB #eoria e ;r)tica5 no 35 Gez-QQQ, no5 &5

    E6er"4"ios so.re Inor0a23es I0pl4"i$as (Press5pos$os'6onte" >ite da Inip5

    5es$o 8a frase" N2 caso do mensalo tornouOse p[*licoP, temos"

    ) 2 pressuposto de 4ue o mensalo no era praticado5M ) 2 pressuposto de 4ue o mensalo era uma estrat$gia de poltica socialB ) 2 pressuposto de 4ue o mensalo no era do conhecimento p[*lico at$ ento5G ) 2 pressuposto de 4ue o mensalo era uma estrat$gia de distri*uio de renda5

    E ) 8o h0 pressuposto5

    5es$o frase" Nedro deixou de fumarP, apresenta"

    ) um adetivo 4ue serve como marcador de um pressuposto" NdeixouPM ) um ver*o, 4ue serve como marcador de um pressuposto" NfumarPB ) um adv$r*io, 4ue serve como marcador de um pressuposto" NdeixouPG ) um ver*o, 4ue serve como marcador de um pressuposto" NdeixouPE ) um nome, 4ue serve como marcador de um pressuposto" NedroP5

    5es$o F Far4ue na frase a*aixo os termos 4ue funcionam como pressuposto"

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    NGesde 4ue 7icardo casou, no cumprimenta mais as amigas5P

    9ustifi4ue a sua resposta"@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

    5es$o G5 8este relato" NEla diz ter certeza da relao do seu cRncer com pro*lemas emocionais 4ue enfrentou

    durante a vida, principalmente em decorrncia da depresso e seus efeitosP, $ possvel identificar"

    ) um su*entendido" somente conflitos conugais interferem na sa[de5M ) um su*entendido" a atividade m$dica deve encarar a sa[de e a doena como fenTmenos apenas *iol.gicos5B ) um su*entendido" a influncia das emoes na sa[de humana, em decorrncia disso, a importRncia da inclusodos psic.logos nos grupos teraputicos5G ) um pressuposto" a importRncia do psic.logo no tratamento do cRncer5E ) um pressuposto" a atitude psicol.gica pode desempenhar um papel relevante para enfrentar a mol$stia5

    TEXTOS DE LEITURA CO#PLE#ENTAR E UE TA#-# PODE# SERUTILI?ADOS PARA A REALI?A)O DE EXERCCIOS DE INTERPRETA)O E#SALA:

    IN=OR#A)O POLUDAA s5perin$era$i7idade "on$e0porneaPor Val9rio Cr5z -ri$$os e Ana #aria Rosa e0 JHJ

    EOmails para a produo, telefonemas para o locutor, votao para a melhor m[sica, para a melhor *anda,para o melhor 0l*um, para o melhor cantor5 Escolha do participante 4ue sai do shob de televiso,animador 4ue apresenta maior diverso em + segundos, a menina mais *onita, sugesto de temas, vdeospela internet, opinio via celular5 autas do leitor, espao para coment0rio de notcias, promoes, *log de

    fotos onOline para compartilhamento de experincias de turismo5 'sso tudo e muito mais5>o tantos os espaos para a dita participao popular nos meios de comunicao 4ue o ouvinte,telespectador ou leitor nem sa*e mais como dar conta de tanta interatividade5 U esse montante deferramentas e recursos *uscados pelos programadores 4ue est0 enterrando o 4ue poderia ser uminstrumento de incluso na comunicao social5Esse processo em nada se diferencia de outro 0 muito conhecido pelos estudiosos da comunicao" aproliferao demasiada de determinados espaos aca*a por apag0Olos por si mesmos5 odeOse considerartal fenTmeno, claramente, em relao aos outdoors5 90 no h0 espaos de visi*ilidade claros dentro damaioria dos am*ientes ur*anos, mas sim, uma diversidade de cores, formas e mensagens 4ue passamdesperce*idas e simplesmente aca*am por gerar a to conhecida poluio visual5No7os r50os de0o"ra$izadoresDivenciaOse um momento de poluio interativa, podeOse dizer5 Em *usca de entrar em um novo modelo

    de comunicao, propagado, grosso modo, como o formato 4ue mais traz audincia atualmente, oscomunicadores em geral, e principalmente as empresas de comunicao como um todo, promovem o usoda mdia como canal interativo5erguntaOse, no entanto, 4ue interatividade $ essaX Huem est0 realmente interessado em sa*er 4ual a *andamais votada da semanaX 2u os sufr0gios midi0ticos, intrinsecamente representam alguma modificao nacomercializao dos produtos culturais, servindo como pes4uisa implcita so*re gostos momentRneos dop[*licoXU preciso deixar claro 4ue no $ essa a interatividade pretendida por 4uem a entende como fomentadora decidadania, no sentido de permitir a construo de uma mdia pluralista5 intensidade de reao do p[*licoem relao ao 4ue $ ofertado diretamente pelas empresas de mdia no contri*ui em nada para a criao deespaos plurais S ao fazer uma ligao ou enviar um eOmail para 4ual4uer tipo de escolha, o sueito tem

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    postos diante de si apenas caminhos 0 prontos, sem possi*ilidades de mudar o 4ue lhe foi ofertado, semchances de criar novos rumos, democratizadores, para a comunicao de massa5Do dis"5rso W a2oEn4uanto a populao se acostuma a ouvir um programa de r0dio interativo e a interagir com !D e ornal,sea via internet ou telefone, os canais de retorno mais comuns atualmente, entendeOse 4ue est0 seperdendo o verdadeiro potencial do interativo, 4ue haveria em uma programao a*erta V construo

    conunta5ensar caminhos para 4ue o interativo no sea mera reao $ uma tarefa 0rdua, por$m importante e deinteresse p[*lico5 U certo 4ue a personalizao de conte[dos ser0 cada vez maior, tendo em vista astendncias individualistas dos tempos modernos, e isso certamente ser0 feito pelas vias comerciais5 8oentanto, tra*alhar conte[dos de forma 4ue representem a expresso plural de comunidades, utilizandoOospara agrupar e no individualizar os sueitos, $ um princpio 4ue deve morar no ideal dos estudiosos*rasileiros, para 4ue a democratizao da comunicao no sea apenas discurso e possa tam*$m ser ao5=on$e:!exto pu*licado no site" http"--bbb5o*servatoriodaimprensa5com5*r-artigos5aspXcod_+3QE82==S cesso em =1-%-%==5

    @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

    En$idades da Psi"ologia e0 "a0pan&a: raz3es da Psi"ologia "on$ra a red52o da 0aioridade penal

    Se n&o ve*o na crian4a, uma crian4a, ' porque algu'm a violentou antes>

    e o que ve*o ' o que sobrou de tudo o que lhe "oi tirado.Gerbert de Souza @Detinho5

    Bom intensa mo*ilizao contra a reduo da maioridade penal no Mrasil, diversas entidades 4ue compemo 6.rum de Entidades da sicologia Mrasileira, o 6E8M, lanam neste ms a campanha Entidades da sicologiaem campanha contra a reduo da maioridade penalY5 7esgatando o pensamento do soci.logo falecido em QQ1,Cer*ert de >ouza, o Metinho, do 'nstituto '*ase S >e no veo na criana, uma criana, $ por4ue algu$m a violentouantes; e o 4ue veo $ o 4ue so*rou de tudo o 4ue lhe foi tirado S as entidades deflagraram a campanha contra areduo da maioridade penal5

    5 adolescncia $ uma das fases do desenvolvimento dos indivduos e, por ser um perodo de grandestransformaes, deve ser pensada pela perspectiva educativa5 2 desafio da sociedade $ educar seus ovens,

    permitindo um desenvolvimento ade4uado tanto do ponto de vista emocional e social 4uanto fsico;

    %5U urgente garantir o tempo social de infRncia e uventude, com escola de 4ualidade, visando condies aosovens para o exerccio e vivncia de cidadania, 4ue permitiro a construo dos pap$is sociais para a constituio dapr.pria sociedade;

    &5 adolescncia $ momento de passagem da infRncia para a vida adulta5 insero do ovem no mundoadulto prev, em nossa sociedade, aes 4ue assegurem este ingresso, de modo a oferecer S lhe as condies sociaise legais, *em como as capacidades educacionais e emocionais necess0rias5 U preciso garantir essas condies para

    todos os adolescentes;

    5 adolescncia $ momento importante na construo de um proeto de vida adulta5 !oda atuao dasociedade voltada para esta fase deve ser guiada pela perspectiva de orientao5 Im proeto de vida no se constr.icom segregao e, sim, pela orientao escolar e profissional ao longo da vida no sistema de educao e tra*alho;

    +52 Estatuto da Briana e do dolescente (EB) prope responsa*ilizao do adolescente 4ue comete atoinfracional com aplicao de medidas socioeducativas5 2 EB no prope impunidade5 U ade4uado, do ponto devista da sicologia, uma sociedade *uscar corrigir a conduta dos seus cidados a partir de uma perspectivaeducacional, principalmente em se tratando de adolescentes;

    http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=589ENO001http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=589ENO001http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=589ENO001
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    /52 crit$rio de fixao da maioridade penal $ social, cultural e poltico, sendo expresso da forma comouma sociedade lida com os conflitos e 4uestes 4ue caracterizam a uventude; implica a eleio de uma l.gica 4ue

    pode ser repressiva ou educativa5 2s psic.logos sa*em 4ue a represso no $ uma forma ade4uada de conduta para aconstituio de sueitos sadios5 7eduzir a idade penal reduz a igualdade social e no a violncia O ameaa, no

    previne, e punio no corrige;

    15s decises da sociedade, em todos os Rm*itos, no devem amais desviar a ateno, da4ueles 4ue nela

    vivem, das causas reais de seus pro*lemas5 Ima das causas da violncia est0 na imensa desigualdade social e,conse4uentemente, nas p$ssimas condies de vida a 4ue esto su*metidos alguns cidados5 2 de*ate so*re areduo da maioridade penal $ um recorte dos pro*lemas sociais *rasileiros 4ue reduz e simplifica a 4uesto;

    35 violncia no $ solucionada pela culpa*ilizao e pela punio, antes pela ao nas instRncias ps4uicas,sociais, polticas e econTmicas 4ue a produzem5 gir punindo e sem se preocupar em revelar os mecanismos

    produtores e mantenedores de violncia tem como um de seus efeitos principais aumentar a violncia;

    Q57eduzir a maioridade penal $ tratar o efeito, no a causa5 U encarcerar mais cedo a populao po*reovem, apostando 4ue ela no tem outro destino ou possi*ilidade;

    =57eduzir a maioridade penal isenta o Estado do compromisso com a construo de polticas educativas ede ateno para com a uventude5 8ossa posio $ de reforo a polticas p[*licas 4ue tenham uma adolescncia sadia

    como meta5

    Assina0 a "a0pan&a "on$ra a red52o da 0aioridade de penal as seg5in$es en$idades da Psi"ologia.rasileira:

    ME O ssociao Mrasileira de Ensino de sicologia M2 O ssociao Mrasileira de 2rientao rofissional MFB O ssociao Mrasileira de sicoterapia e Fedicina Bomportamental M O ssociao Mrasileira de sicologia oltica M78E O ssociao Mrasileira de 8europsicologia M7 O ssociao Mrasileira de sicoterapia M7EE O ssociao Mrasileira de sicologia Escolar e Educacional M7E> O ssociao Mrasileira de sicologia do Esporte

    M7>2 O ssociao Mrasileira de sicologia >ocial 8E O ssociao Mrasileira de es4uisa e .sOgraduao em sicologia B6 O Bonselho 6ederal de sicologia B28E O Boordenao 8acional dos Estudantes de sicologia 6E8>' O 6ederao 8acional dos sic.logos 'M O 'nstituto Mrasileiro de valiao sicol.gica >MG O >ociedade Mrasileira de sicologia do Gesenvolvimento >MC O >ociedade Mrasileira de sicologia Cospitalar >M2! O >ociedade Mrasileira de sicologia 2rganizacional e do !ra*alho >2M7 O >ociedade Mrasileira de sicologia e cupuntura

    =on$e: Psi"ologia On1line 1 JYJYZ Gisponvel emhttp"--bbb5crianca5mppr5mp5*r-modules-conteudo-conteudo5phpXconteudo_%3=5cesso em 5 =35 %=

    @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@%/ GE 6EDE7E'72 GE %=, +"3

    Red52o da #aioridade PenalEn$enda os arg50en$os a a7or e "on$ra[

    Por Rog9rio San"&es C5n&a

    http://www.crianca.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=280http://www.crianca.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=280
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    Argumentos contra Argumentos a favor

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    Os menores de dezoito anos no tm

    formao biolgica suficiente para assumir aresponsabilidade pela prtica de crimes.

    Casos concretos recentes revelaram que

    menores de idade cometeram atos

    infracionais dias antes de completar dezoito

    anos. No h argumento razovel paraestabelecer que em alguns dias a

    capacidade de entendimento de um indiv!duo

    se modifique naturalmente do

    absolutamente ine"istente para o

    absolutamente e"istente.

    # reduo no contribuiria para a diminuioda violncia. $eis penais que recrudesceram o

    tratamento dispensado a determinados

    crimes no foram capazes de inibir o

    comportamento incriminado.

    No se trata simplesmente de analisar a

    reduo da maioridade sob o ponto de vistado efeito para a reduo da violncia. %rata&

    se da aplicao de um conceito de 'ustia

    em que se analisa se determinado indiv!duo

    tem condi(es de responder pelo seu ato

    criminoso.

    # priso de menores de idade em companhia

    de criminosos maiores num sistema prisional

    assumidamente falido contribuiria para

    aumentar a reincidncia.

    # reduo da maioridade penal no significa a

    colocao de menores para o cumprimento depena em companhia de adultos. )

    perfeitamente poss!vel assim como acontece

    na separao entre homens e mulheres e

    presos definitivos e provisrios dispor a

    respeito da separao de acordo com a idade.

    # reduo da maioridade penal fomentaria a

    e"cluso social sobre *ovens que por origem

    * no disp(em de condi(es de vivncia

    digna e so levados + conduta delituosa.

    No h relao direta entre a delinquncia e

    a e"cluso social tanto que dos consideradose"clu!dos !nfima parcela decide se dedicar

    ao crime. #l,m disso a delinquncia no ,

    restrita + bai"a classe social.

    # presso para a reduo da maioridade penal

    estaria baseada em eventos isolados pois

    O fato de no haver delinquncia

    generalizada entre menores no , suficiente

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    proporcionalmente + populao adulta os

    menores delinquem muito menos.

    para impedir a reduo da maioridade penal.

    #inda que considerado esse panorama a

    verdade , que o tratamento especial

    dispensado aos menores no tem sidosuficiente diante da gravidade de fatos que se

    tornam recorrentes.

    # soluo estaria no investimento efetivo e

    amplo em educao bem como na aplicao

    adequada do -statuto da Criana e do

    #dolescente alterando&o se o caso para

    tratar com maior rigidez os crimes violentos.

    # legislao especial aplicvel aos menores ,

    insuficiente ao prever medidas incompat!veis

    com a gravidade de determinados crimes.

    O art. / da Constituio 0ederal que

    estabelece a maioridade a partir dos dezoito

    anos , clusula p,trea.

    # modificao do art. / da Constituio

    0ederal no , inconstitucional. O art. 12 3

    45 da Constituio 0ederal estabelece que

    no ser ob*eto de deliberao a proposta de

    emenda constitucional tendente a abolir os

    direitos e garantias individuais.

    =on$e: !rechos disponveis em http"--bbb5portalcarreirauridica5com5*r-noticias-reducaoOdaOmaioridadeOpenal5cesso em -=3-%=

    http://www.portalcarreirajuridica.com.br/noticias/reducao-da-maioridade-penalhttp://www.portalcarreirajuridica.com.br/noticias/reducao-da-maioridade-penal
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