catálogo da exposição "pedras com história – monumentos da vila de atouguia da...
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Fotografias de António Évora e Textos de Cecília Cavalheiro. Mais info: www.cm-peniche.pt/News/newsdetail.aspx?news=824b0e8b-44b4-430b-a3e9-48db60e0247dTRANSCRIPT
ENQUADRAMENTO
Esta exposição não pretende apresentar, em si mesma, as perspectivas
históricas dos monumentos fotografados. Antes enuncia olhares e
emoções, sugerindo desafios de contemplação. Importa saber que, num tempo longínquo, ainda nem Cristo havia nascido,
já este solo, sob o sol, começava a fazer história, com povos de várias raças
e origens. Mais tarde, entre o rio Douro e o rio Tejo, houve um porto central daquela época na chamada Lusitânia. Era aqui. A terra ainda não se havia
imposto sobre o oceano e o cheiro da maresia era comum aos habitantes e
visitantes deste lugar, hoje Atouguia da Baleia. Animais selvagens, dos quais se destacava o touro, e densas florestas,
aliavam-se ao mar, que vivia os seus dias com grande variedade de peixe.
Estuários, lagoas e campos férteis, pareciam, assim, parabenizar toda a natureza e as gentes que povoavam, que atracavam, que visitavam e
ficavam.
Reinados, lutas políticas, vivências religiosas de vulto e o quotidiano de homens e mulheres, gravaram nestas paragens momentos solenes, de que
foram e são palco, monumentos de valor inestimável.
Atouguia da Baleia transporta na sua história, acontecimentos, variações
geográficas, património e enigmas que a tornam um caso peculiar na consolidação da nossa identidade ao longo dos séculos.
A riqueza do seu património material é testemunho da particular atenção
que vários reinados lhe concederam. Sinal de uma grandeza medieval que ainda teima em respirar, pelos interstícios das pedras que sustentam e
embelezam as suas quatro igrejas, as ruínas do seu castelo, a sua fonte
gótica, o touril, o pelourinho e tantas outras pedras com história. Nesta exposição, convidamos cada um de vós a olhar cada pedra, não só
como um pedaço de história mas, eventualmente, seguindo o caminho
cruzado do simbolismo e da memória que, no património aqui apresentado, tenta ir ao encontro não só da história ou da religião, mas também
encontrar as emoções do profano, através do olhar humano de cada um.
CASTELO MEDIEVAL
Ao longe, o céu. Aqui os muros. Suspeitas de
existência de um convento, parecem querer
perpetuar a memória dos seus frades que
faleceram com peste. Apenas pedras, mais tarde
promovidas a Castelo. Depois, usando trabalho
humano edificado, para outros tempos, outras
vontades, D. Dinis manda restaurá-lo.
Na idade média, pesca e comércio alcançavam aqui
importância inigualável. Havia um porto de mar e
uma vila medieval, vitais ao reino e a toda a zona.
Piratas começavam a ameaçar e impunha-se
reparar o Castelo. D. João III, a pedido e custas de
D. Luís d` Ataíde, reparou-o.
Séculos depois, a natureza aconchega-o. Reveste-o
de arbustos verdes silvestres e amoras. As mesmas
amoras que, na década de setenta passada,
deliciavam cinco crianças criativas e
inconsequentes; na igreja próxima infiltravam-se
por entre taipais, madeiras, pedras, ossadas e pó.
Buscavam um túnel secreto até ao Castelo
adormecido. As paredes das catacumbas não
cederam. Os seus espíritos inquietos também não.
IGREJA DE S. LEONARDO – CAPITEL
INTERIOR
Este silêncio faz-me bem. Olho em redor e sinto-me
companhia dos mortos sob o chão, em seus
túmulos descansados. Aquece-me o vermelho da
passadeira e repouso o meu triste olhar, neste
capitel com motivos vegetalistas. Nos outros
capitéis, animais e mais plantas. E assim, a irmã
natureza sustenta, nas colunas, como que uma
cumplicidade com a minha essência humana. Cada
vez que entro, ouço as vozes dos cânticos tristes do
meu tempo, de véu rendado branco. E logo repouso
os olhos no quadro da Natividade, na luz vinda das
janelas ogivais da capela-mor e respiro
tranquilamente. Na lembrança, levo a avó a
comungar e sorrio, desaparecendo todo e qualquer
resquício de abandono. Sabes, Deus, a história e a
memória são irmãs gémeas. E tu, qual criador, no
céu e na terra, apenas pareces soprar o moinho de
papel.
IGREJA DE S. LEONARDO – TÚMULO
Aqui jaz D. Álvaro Gonçalves de Ataíde, primeiro
conde de Atouguia, homem importante no
concelho e no reino. Porque poderoso, influente e
homem de boas obras, fica mais perto de Deus,
junto ao altar-mor.
Sua esposa, dona Guiomar de Castro, condessa de
Atouguia, agradece, junto ao túmulo, as bem-
aventuranças conferidas pelo rei a esta família e,
saudosa do seu amado, manda construir um coro
em 1466, do qual é prova a lápide evocativa da sua
construção. Esta igreja é uma extensão de sua casa.
Marquês de Pombal, manda picar as suas armas e
salgar os seus terrenos, por considerar a família
próxima dos Távoras na tentativa da morte de El-Rei
D. José. A terra não voltou a ser como era. O tempo
ilibou-o da acusação. Mas a importância comercial
do lugar foi secando ao sabor do sal.
FONTE DE S. LEONARDO
O tempo dá, o tempo tira. A maresia já não chega
aqui, o assoreamento foi forte e feio e o oceano
está para lá dos terrenos agora agrícolas e, mais ao
fundo, arenosos. Resta-lhe a saudade e a
companhia do rio de S. Domingos. Sofre o
esquecimento, mas aquece a sua face de pedra
carcomida, na cor vermelha da paixão. Na
memória, o riso dos rapazes e raparigas que vinham
buscar água. Com seus potes à cabeça e também
no regaço, conversavam ao ritmo do bater
descompassado dos corações. Corações que
palpitavam ferozmente, pela presença dos seres
amados que as seguiam ou esperavam. O sol ditava
a hora de ir à Fonte e a Fonte ditava ao sol, a hora
de estar ali. O tempo corrói. O tempo constrói.
PONTE
Sobre esta ponte, num tempo longínquo, coches
percorriam um caminho real até à Serra D`El Rei.
Hoje, um rasto do rio de S. Domingos parece ladear
a memória da nossa infância. Vemos algum brilho
de água, caniçais, terra seca e ervas renovadas em
cada inverno. Como uma teimosia esquecida.
Ninguém diria que, ali, o caniçal que sustinha a
corrente era cúmplice das mulheres que vinham
lavar no rio e costuravam conversas alheias. Mas
em noites de lua cheia, ao crepúsculo, albergava
rituais de bruxas que cantavam ao som do
murmúrio sereno das águas. Até o Santo lhes
achava graça e de quando em vez, descia dos céus e
vinha dançar com elas, como crianças numa
brincadeira sem pressas. Dançavam num rodopio
de saias e cabelos negros, com vassouras
luminosas, a decorar o cenário das noites e os olhos
do amor do Santo. Domingos de seu nome.
CRUZEIRO MANUELINO
Subo a encosta, Senhora, a muito custo, aqui no
Casal da Memória, alivio os meus ais diante de vós.
Mães com filhos nos braços. Filhos que a vida deu,
filhos que a vida tirou. “Senhora minha, porque não
falas, Senhora minha, porque não gritas?”. Essa
cruz, em forma de flor-de-lis, em que te amparas,
Senhora minha mãe, é também a cruz da minha
vida. Até o pelicano, lá em cima, com as suas
enormes asas, sempre zeloso com seus filhotes,
sabe que até nosso sangue daríamos para os salvar.
Trago assim hoje, diante de vós, pedidos de
piedade. Recebe Senhora todo o meu cansaço, toda
a minha magreza e as noites sem sono. Recebe para
acompanhar a tua dor, todo o amor pelo meu filho,
que também partiu e que me retalha os pequenos
passos que ainda dou. Foi a droga Senhora,
desgraçaram-no...
IGREJA DE S. LEONARDO – MARCA DE
CANTEIRO
As chamadas “marcas de canteiro” são a assinatura
dos chamados mestres e oficiais de cantaria, que
com seu labor e vaidade construíam os
monumentos e neste caso, a Igreja de S. Leonardo.
Há quem defenda que este grupo de mesteres deu
origem ao corporativismo obreiro, que se estendeu
a preocupações religiosas, caritativas, iniciáticas e
culturais. Ligados à nobre arte da arquitetura eram
como que uma elite respeitada e rica em
simbolismo e segredos. O berço da maçonaria.
Na história de cada parede, suores, mãos e a força
de homens anónimos.
No símbolo, autoria, identidade, prosperidade e
alegria da obra feita.
A eternidade.
IGREJA DE S. LEONARDO – NATIVIDADE
A escultura medieval da Natividade encerra
enigmas eternos. A brancura do calcário faz jus à
candura do rosto, qualquer que seja a
interpretação. Duas mulheres têm um segredo. Um
segredo de amor e de inigualável colo.
Uma, escolhida por Deus para milagres, peça
fundamental do presépio, de rosto terno, mãe
eterna de muitos homens e mulheres em todo o
mundo, decide rachar tão preciosa obra de baixo-
relevo, para salvar o neto de Rainha Santa Isabel,
quando já jazia D. Dinis.
Outra, com seu rosto contornado por caracóis
ruivos, tem ascendência espanhola, dos Castros.
Numa mão segura o livro de leitura diária e na
outra, uma flor colhida no jardim do Paço da Serra.
Repousa numa almofada quase com insígnias reais,
por amor de Pedro, filho de rei.
E assim, Maria e Inês convivem nesta dualidade
ímpar, dando a todos quantos as olham, a certeza
de que este menino representa todos os meninos
do mundo que precisam de ti.
IGREJA DE S. LEONARDO – CAPITEL
EXTERIOR
Capitéis com figuras estilizadas representando
seres de origem mitológica tornam-se discretos ao
olhar apressado. São figuras meio animal, meio
gente para lembrar a complexidade da vida. O
termo humanidade teima em reduzir a sua
definição à espécie humana, como se o ser humano
não fosse animal e o animal não fosse humano.
Dará o futuro atributos humanos aos animais, como
a história recente deu a alma às mulheres?
Segundo Avelino D`Almeida, em tempos remotos e
pelas suas inscrições latinas, a Igreja de S.
Leonardo, terá sido Templo de Neptuno. Na Grécia
antiga, Neptuno era considerado Deus do Mar. E o
mar esteve aqui tão perto. Ou Deus da Humidade. E
essa nunca aqui faltou. Ao olhar cada capitel,
vejamo-lo bem. Diante do sentido que a história
traz consigo, a boca abrir-se-nos-á de espanto.
PASSOS
Quantas pedras da calçada, Senhor, foram pisadas,
quantas nuvens no céu, Senhor, foram passando,
sempre com tua cruz imensa vigiando e dando
alento aos meus pobres pés cansados e doridos dos
meus melhores sapatos. Todos os anos, nunca
faltei, Senhor, todas as procissões, lembras-te
Senhor, como iam lindas as minhas netas de
anjinhos? E as colchas nas janelas, Senhor,
brilhavam na rua como as estrelas no céu. E estas
ruas estreitas ficavam maiores, Senhor, como a
pureza das meninas daquele tempo, com seus véus
rendados sobre as cabeças. E estes Passos, Senhor,
mesmo quando não há procissões, fazem parte de
minha vida. Estou grata, Senhor, por viver nestas
ruas e delas ver sempre e viver o caminho do céu.
IGREJA DE S. JOSÉ
A Ordem Terceira de S. Francisco chegava à vila e a
capela era dedicada a Nossa Senhora da Graça.
Durante quatro séculos foi assim. No século XIX, S.
José é promovido a padroeiro principal e até aos
dias de hoje, como pai de Jesus e dos homens e
mulheres, acalenta em seu redor a cultura, que é a
razão de todas as coisas.
Assim, ladeiam S. José no altar, S. Francisco
defensor de todos os seres vivos e Santa Bárbara,
defensor de todos quantos trabalham com o fogo,
protegendo-nos das tempestades e das chuvas da
ignorância.
Na figura da identidade franciscana, os braços
amparam-se no amor de Deus e acolhem todos os
seres. A cultura vive aí.
TOURIL
Desde sempre, ainda não havia porto e nas
florestas desta terra já touros bravos povoavam os
campos. Estes animais e outros, deram ao lugar a
notoriedade para a caça. Clima temperado,
paisagens idílicas e gente afável. Impunha-se a
criação de gado bovino e surgiram as coutadas no
concelho.
Na pujança de toda a energia que o
desenvolvimento tem, constrói-se um Touril,
primeiro no país e famoso além-fronteiras. Local de
regozijo e divertimento da fidalguia. Mais tarde,
serviu de apoio para amarrar animais que vinham à
Vila.
Hoje, cerca de duzentos e cinquenta anos passados,
algumas destas pedras, que tantos touros viram,
repousam heroicas e cansadas, ao lado da Igreja
Nossa Senhora da Conceição.
Esta, particularmente quebrada, parece
homenagear os touros das atuais touradas, como
que, com cornos protegidos, para salvar os
homens… Das bandarilhas, nada os salva.
FONTE GÓTICA
Em tempos idos, nas suas imediações, uma gafaria,
ou leprosaria, deu-lhe um apelido: Fonte dos Gafos.
Homens e mulheres a quem a lepra havia abraçado,
escondidos e segregados na sua doença,
encontravam na frescura da água algum acalento
que não provinha de mais lado nenhum. Mandada
construir pela rainha da frase “são rosas, Senhor,
são rosas…”, ostenta orgulhosa o Brasão da Vila,
reforçando a identidade de um lugar. Ao longo dos
tempos, deu as boas-vindas a quem chegava com
água abundante e fresca.
Os novos tempos, rebaptizaram-na de Fonte Nossa
Senhora da Conceição e hoje, restaurada, é a Fonte
Gótica. Palco de novas vivências e da história dos
nossos antepassados. Na alegria das noites
luminosas, do céu, a Rainha Santa Isabel, sorri e
junta-se à festa, clicando em estrelas cadentes que
iluminam o lugar.
IGREJA DA MISERICÓRDIA
A partir desta Igreja, durante dias, meses e séculos,
a Irmandade anunciou o evangelho com orações e
obras concretas, testemunhando junto de pobres,
presos e doentes, o compromisso inicial, banhado
de luz pelo manto da Virgem, Nossa Senhora da
Misericórdia.
Agora, o tímido sol da manhã irrompe devagar por
este óculo, quase que aquecendo seu interior
sombrio e algo austero. Tenta ser uma luz
portadora de alguma alegria, mas não consegue. A
morte ainda é indestrutível à condição humana. E
nesta nave, os sinais da via-sacra de Jesus Cristo.
Nos bancos a escuridão do rosário mais ou menos
choroso, da vida dos que partem. A história conjuga
assim a dor da morte e a paz, um velho odor a
madeira e o frio e humidade que emanam os
azulejos. E a estranheza da fé parece suspirar: é
assim.
PELOURINHO
Nos três degraus, meninos e meninas sentavam-se,
brincando num tempo em que não havia
brinquedos. Só criatividade e infância pura. Do
cimo do pelourinho, o céu é mais azul e o S.
Leonardo, dentro da igreja matriz, com as suas
capacidades de santo, lança olhares à rua e brinca
também. Qual prenúncio de um novo milénio.
No século vinte e um, mesmo que as armas dos
Ataíde, a mando de Sebastião José de Carvalho e
Melo, que tentava a apagar da vontade de matar o
rei, tenham sido picadas em 1759, deixando o
pináculo desfigurado, mantém-se viva a sua força e
pujança rasgando o céu azul. Qual glande masculina
investida na concepção de um novo mundo.
IGREJA DE NOSSA SENHORA DA
CONCEIÇÃO
O brilho e a beleza do mármore nascem da fé do
teu milagre, Minha Nossa Senhora da Conceição. As
cores rosadas Senhora são o meu amor por ti e pelo
teu infinito perdão, Senhora mãe de todos os
aflitos. Essa alegria de cor contrasta com a falta de
cor da minha vida. Linda, a tua Igreja, que este
povo suou para te dar, quando soube do teu choro,
ao te levarem para outro lugar. Quem te levou
naquele tempo, não entendia que a fé tem peso e
lugar, apesar de invisível. Era aqui que nos
amparavas. Era nos teus olhos quietos que
depúnhamos toda a nossa esperança e força. E
deles rolaram lágrimas humanas. Cloreto de sódio e
água, por tudo o que se despreza por não ser novo.
Cheguei a velho, Senhora. Entendi o teu milagre.
É assistente social há trinta anos e psicoterapeuta há sete. Exerce a atividade
profissional na Segurança Social em Lisboa e carrega baterias na costa litoral oeste. É
especialista em Intervenção Social em meios de pobreza e exclusão social,
colaboradora de entidades académicas, participante em programas dos media, sobre
políticas ativas de promoção social, formadora e oradora em seminários sobre
instrumentos, medidas e experiências de desenvolvimento social e local em todo o
país.
Particularmente desassossegada, no que respeita ao país natal que ama, acredita nas
pessoas e valoriza sobretudo a criatividade, o espírito crítico e o perfume das flores
silvestres.
Tem cinquenta anos e vive em Almada.
O seu nome herdou-o da avó paterna.
NOTA BIOGRÁFICA
Cecília Cavalheiro
As suas raízes estão no Largo de S. Leonardo de Atouguia da
baleia, no qual viveu os primeiros treze anos de vida.
Apaixonada pela história, por influência paterna, dedica-se
aos homens e mulheres que normalmente não fazem
história. Seguiu-se o Conservatório Nacional de Teatro em Lisboa, tendo sido convidado por
Amélia Rey Colaço, para o Teatro Nacional onde permaneceu três temporadas. Foi
bolseiro da Fundação Gulbenkian e anos mais tarde foi convidado para Assistente de
Produção, do Centro de Arte Moderna da mesma Fundação.
Desenvolveu a arte de representar em várias Companhias, como o Teatro Experimental
de Cascais, a Empresa Vasco Morgado, o Teatro de Braga, a Companhia Rafael de
Oliveira, O Bando, e com a Artistas Unidos. Viveu cumplicidades com Amália Rodrigues
que o tempo preserva. Participou na área do cinema, em filmes realizados por
Fernando Lopes, Artur Ramos, Quirino Simões e Monique Rutler, de entre outros. Fez e
faz ficção para os três canais nacionais de televisão.
Colaborou também com várias autarquias em matéria de programação cultural,
estando nos últimos anos a exercer esta colaboração com a Câmara Municipal de
Peniche.
Nesta exposição, alia a natureza das suas origens, à aprendizagem adquirida, dando voz
visual à sensibilidade ímpar que o caracteriza.
NOTA BIOGRÁFICA
António Évora
Nasceu e cresceu respirando as utopias que o céu e o mar
sugerem. Tornou-se jovem e aos dezassete anos, dá o salto
para a cidade grande. No Cinemar em Peniche, havia passado
a peça “A Severa” e o sonho impôs-se sobre todas as coisas e
ventos.