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Cartilha Para o Consumo Consciente

Inclui MetodologiaHomeCarbon® Educacional

HomeCarbon

Como transformar hábitos, reduzir o desperdício e preservar os Consumidores

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Como transformar hábitos, reduzir o desperdício e preservar os Consumidores

PROJETO ESCOLEGAL

SUPORTE À INTERVENÇÃO NAS ESCOLASInclui: Metodologia HomeCarbon® Educacional

2013

Cartilha Para o Consumo Consciente

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Sumário Apresentação

1. Aquecimento global

2. Efeito estufa

3. Ação humana

4. Energia – produção e consumo

5. Metodologia HomeCarbon® Educacional – Emissões de CO2 e Gastos Financeiros

6. Os “gatos” – riscos do consumo irregular

7. Dicas para a diminuição do consumo de energia elétrica em casa

8. Curiosidades sobre Energia

9. Referências bibliográficas

Anexo 1. Como falar com as crianças sobre o consumo?

Anexo 2. Material para o professor: Sugestão de plano de aula – consumo e desperdício de energia

Anexo 3. Material para o professor: Sugestão de exercícios e atividades para a sala de aula

Anexo 4. Sugestão de filmes para o debate ambiental

Anexo 5. Questão energética e interdisciplinaridade: sugestões para professores

Prezado professor,

Apresentamos aqui nossa Cartilha para o Consumo Consciente, material de apoio para seu trabalho com os alunos em sala de aula, uma ferramenta com conteúdos e sugestões de atividades para ajudá-lo a tratar de questões como os Impactos do Consumo na Família, suas consequências na Renda Familiar e no Meio Ambiente, questões que se refletem diretamente do resguardo aos Direitos do Consumidor.

Essa Cartilha é parte do Manual dos Educadores do ICDE, cujo conteúdo de origem estão associados aos Atos Ilícitos Socialmente Aceitos, tema de origem do projeto ESCOLEGAL, e recomendamos que sua leitura e aplicação seja feita em conjunto. No Manual, há uma descrição completa da Metodologia ESCOLEGAL de trabalho, a qual compreende os cinco passos necessários para que o indivíduo possa apropriar-se de um novo padrão de comportamento, e doravante essa apropriação poderá incorporar o novo hábito como padrão de comportamento, e até formar uma cultura relacionada ao novo conjunto de valores. Essa Metodologia tem aplicabilidade a diversas situações, embora aqui estejamos priorizando instrumentalizar mudanças de comportamento nas Relações de Consumo.

Mas, o que pretendemos com esta Cartilha?

Pretendemos que sua forma e conteúdo ajudem professores a alunos a reduzirem desperdícios, o consumo do supérfluo, relacionem o ato de consumir à preservação da Renda Familiar e Qualidade de Vida.

Podemos ter Qualidade de Vida consumindo o que realmente precisamos, não o que imaginamos que precisamos. Podemos ter Qualidade de Vida sem que isso esteja atrelado ao ato de consumir descontroladamente, e muitas vezes além de nossas possibilidades financeiras. Podemos ter Qualidade de Vida, por fim, entendendo que o Ser tem mais valor do que o Ter.

O descontrole nas Relações de Consumo pode levar ao endividamento, consumo de produtos e serviços irregulares ou desconformes (eventualmente até de forma ilícita) e ao sofrimento.

Podemos impedir isso!

Comece já, chamando seu aluno à reflexão sobre os temas que estamos oferecendo nesta Cartilha. Mesmo muito jovens, eles entendem tudo! Precisamos agir nesta proposta, visando resguardar o Planeta para que eles tenham um futuro – um futuro com Qualidade de Vida.

Vamos fazer juntos?

Equipe ICDE/HomeCarbon®, 2013.

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Aquecimento Global Efeito Estufa

O que é Aquecimento Global?É o aumento da temperatura da Terra que, nos últimos 100 anos, tem subido gradualmente cerca de 0,4ºC e 0,8ºC.

O aumento da temperatura começou na Revolução Industrial com a intensificação da queima de combustíveis fósseis, levando a uma maior liberação de CO2 para a atmosfera. Em baixas concentrações, o CO2 não representa perigo. Na natureza, ele é usado pelas plantas verdes para produzir açúcar (glicose) e oxigênio. O problema é o excesso de CO2, que não é absorvido pelas plantas a uma taxa que permita o equilíbrio do ciclo de carbono. O excesso vai se acumulando na atmosfera, de forma que intensifica o efeito estufa.

Pesquisadores alertam para as enormes emissões de dióxido de carbono (CO2), e outros gases, desde o final dos anos 60, enfatizando que esse aumento de gases estava contribuindo para o aumento da camada natural de gases na atmosfera que produz o efeito estufa.

E quais os efeitos do Aquecimento Global?Estima-se que esse aquecimento vai provocar o aumento do nível do mar, na medida em que as geleiras e camadas de gelo polar da superfície derretam e que o volume das águas marítimas sofra uma expansão térmica com o aumento da temperatura média do planeta.

A elevação do nível do mar é preocupante. De acordo com o Lynas (2009) , a previsão é de que, até 2100, aumente entre 9 cm e 88 cm. As ilhas e cidades costeiras são as áreas mais vulneráveis, com possibilidade de inundações a médio e longo prazos. Para alguns países , isso poderá significar a perda de boa parte de suas terras cultiváveis. A mudança climática deverá provocar ainda o aumento das chuvas em algumas partes e a diminuição em outras. Também aumentará a evaporação. A mudança do clima repercutirá na produção de alimentos. Haverá uma maior incidência de doenças tropicais, como malária e dengue. O aumento do nível dos mares contaminará lençóis freáticos com água salgada, atingindo o consumo humano, a pesca e a irrigação agrícola.

O que é Desenvolvimento Sustentável?O termo foi usado pela primeira vez em 1987 na Comissão Mundial Independente sobre Meio Ambiente ou Comissão Brundtland. Oficialmente, sua definição é “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”. (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991). Em uma definição moderna, Desenvolvimento Sustentável é considerar que “Nós deveríamos viver aqui na Terra como se pretendêssemos ficar para sempre, não apenas como se a visitássemos nos finais de semana” (Uzzell, 2004, p.363).

O que são Gases de Efeito Estufa?Também chamados de GEE, os gases de efeito estufa são substâncias gasosas que absorvem parte da radiação emitida pela superfície terrestre. Sem eles, a temperatura na Terra seria 33ºC mais baixa, o que impossibilitaria o tipo de vida que conhecemos no planeta.

Seu aumento na atmosfera, provocado pelas atividades humanas que emitem esses gases, têm causado o efeito estufa. Entre eles, os gases mais importantes são o CO2 (dióxido de carbono), o CH4 (metano) e o N2O (óxido nitroso).

A maior parte das emissões de gases de efeito estufa é decorrente da queima de combustíveis fósseis e das mudanças no uso da terra.

O que é o Protocolo de Kyoto? Em 1997 foi aberto para assinaturas o Protocolo de Kyoto, meio pelo qual se elencasse compromissos para a redução da emissão dos gases do efeito estufa por meio da alteração de diversas atividades econômicas. O alvo, por exemplo, seriam as ações que envolviam a produção de energia, o uso de transportes, a escolha por fontes energéticas renováveis e mais eficientes, a proteção das florestas tendo em vista seu grande valor na absorção destes gases funcionando como um sumidouro de carbono etc.

Se o Protocolo de Kioto fosse implementado por todos os países, especialmente os desenvolvidos, a temperatura global diminuiria cerca de 5 graus Celsius até 2100. No entanto, ainda há impasses quanto a diversos pontos, sendo poucos os objetivos efetivamente alcançados e sem que alguns países importantes tornem-se signatários. Os Estados Unidos, por exemplo, país fonte de grandes taxas de emissão de gases, se negou a assinar o documento, justificando que as ações previstas afetariam de forma negativa sua economia, além do fato de que diverge sobre serem os gases estufa os responsáveis pelo aumento da temperatura terrestre, e ainda se haveria mesmo um aumento anormal desta.

“O grande desafio é estimular mudanças de atitude e comportamento nas populações, uma vez que as capacidades intelectuais, morais e culturais do homem nos impõem responsabilidades para com outros seres vivos e para com a natureza como um todo”. (Unesco, 2005)

Yarrow, Joanna. (2008), Como combater o aquecimento global: informações completas para você reduzir a sua pegada de carbono. Tradução de Mariana Varella. 1ª edição, São Paulo, Publifolha. Lynas, Mark. (2009), Seis Graus: o aquecimento global e o que você pode fazer para evitar uma catástrofe. Tradução de Roberto Franco Valente. 2ª edição, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed.

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Ação Humana

Mudanças Climáticas é o mesmo que Aquecimento Global?O termo “aquecimento global” refere-se a principal causa das iminentes alterações climáticas globais, o aumento da temperatura da Terra devido ao aumento da concentração de gases de efeito estufa (GEE). As alterações climáticas regionais decorrentes deste processo são consequências diretas e indiretas do aumento da temperatura média global. Mudanças climáticas (mesmo as globais) são muito comuns na história do nosso planeta. Já um aquecimento global nas proporções previstas por órgãos como o IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change - nunca foram vistas.

Antrópico – a relação homem X ambienteAnthropos, que quer dizer, “homem”, assim, uma ação antrópica é a ação provocada pelo ser humano.

O aumento de temperatura observado desde meados do século XX foi causada por concentrações crescentes de gases do efeito estufa, como resultado de atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis e o desflorestamento. Assim, somos atores cujas escolhas determinam o meio ambiente e a sociedade em que vivemos.

Por que o aquecimento global deve ser levado a sério?Modelos climáticos referenciados pelo IPCC projetam que as temperaturas globais de superfície provavelmente aumentarão no intervalo entre 1,1e 6,4 °C entre 1990 e 2100. A variação dos valores reflete o uso de diferentes cenários de futura emissão de gases estufa e resultados de modelos com diferenças na sensibilidade climática. Acredita-se que o aquecimento e o aumento no nível do mar continuem por mais de um milênio, mesmo que as concentrações de gases estufa se estabilizem.

Qual o risco para o planeta?Este aumento nas temperaturas globais pode causar aumento no nível do mar, mudanças em padrões de precipitação causando enchentes e secas. Sendo mais intenso no Ártico, o aquecimento levaria ao recuo das geleiras. Estudos comprovam que outros fenômenos, como furacões, tempestades, ciclones e tornados têm relação direta com eventos climáticos produzidos pela ação humana. Além disso, prognostica-se alterações na frequência e intensidade de eventos meteorológicos.

“Ser consumidor consciente significa também avaliar as consequências de seus atos de compra e usufruto. Dizem os especialistas que se todos tivessem o modo de vida dos habitantes dos Estados Unidos, seriam necessários quatro ou mais planetas Terra para contemplar a demanda” (Yves de La Taille, 2008)

Você sabe quanto sua família

consome de luz?

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Como agir para reduzir ou se adaptar a este impacto?Frente aos cenários globais de aquecimento global, faz-se cada vez mais comum o uso das palavras Mitigação e Adaptação. Segundo dados do último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, da sigla em inglês), as projeções para o intervalo de tempo 1990-2100 são de aumento das temperaturas globais entre 1,1 e 6,4°C. Sendo assim, com o aumento da temperatura, a demanda de água e de energia para o consumo é maior (necessidade de resfriamento, ar condicionado, aumento da demanda de água na agricultura), portanto como garantir disponibilidade de recursos para o consumo exatamente em um momento de escassez?

Como resposta, nações, estados, empresas e cidadãos começam a implementar ações para reduzir o aquecimento global (mitigação) e/ou ajustar-se à ele (adaptação).

Desse modo nem só de mitigação ou adaptação se faz sustentabilidade. É necessária uma adaptação no curto prazo para as ameaças climáticas já previstas pontualmente para cada região, e uma mitigação essencial no médio e longo prazo capaz de diminuir ou estagnar as previsões negativas. Basicamente de duas grandes formas: 1) através de participação, pressão popular e protagonismo nas decisões públicas de planejamento urbano, transportes, energia e na construção de cidades mais sustentáveis; e 2) através de mudanças de hábitos cotidianos que contribuam para uma mitigação e adaptação a nível individual, como o consumo consciente, a adoção de energias alternativas, a mudança no padrão de transportes, alimentação e tratamento de resíduos. Para isso, é necessário antes de tudo conhecer seus próprios hábitos e reconhecer qual o impacto que essas ações representam no meio ambiente em que vivemos. É na realização conjunta de ações micro (pequenas ações) que está o potencial colaborativo das grandes mudanças.

Qual o impacto das relações de consumo para cidadão, família e sociedade?De acordo com o Manual de Educação Consumo Sustentável (2005), o termo sociedade de consumo é uma das inúmeras tentativas de compreensão das mudanças que vêm ocorrendo nas sociedades contemporâneas. Refere-se à importância que o consumo tem ganhado na formação e fortalecimento das nossas identidades e na construção das relações sociais. Assim, o nível e o estilo de consumo se tornam a principal fonte de identidade cultural, de participação na vida coletiva, de aceitação em um grupo e de distinção com os demais. Podemos chamar de consumismo a expansão da cultura do “ter” em detrimento da cultura do “ser”. Neste processo, os serviços públicos, as relações sociais, a natureza, o tempo e o próprio corpo humano se transformam em mercadorias.

Neste sentido, o consumismo, que emergiu na Europa Ocidental no século XVIII, vem se espalhando rapidamente para distintas regiões do planeta, assumindo formas diversas. O início do século XXI está sendo marcado por profundas inovações que afetam nossas experiências de consumo, como a globalização, o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação, o comércio através da internet, a biotecnologia, o debate ambientalista, etc. Ao mesmo tempo, novos tipos de protestos e reações ao consumismo emergem, exigindo uma nova postura do consumidor.

Qual a relação entre consumo e meio ambiente?A felicidade e a qualidade de vida têm sido cada vez mais associadas e reduzidas às conquistas materiais. Isto acaba levando a um ciclo vicioso, em que o indivíduo trabalha para manter e ostentar um nível de consumo, reduzindo o tempo dedicado ao lazer e a outras atividades e relações sociais. Segundo Dargay (1997), 20% da população mundial, que habita principalmente os países afluentes do hemisfério norte, consome 80% dos recursos naturais e energia do planeta e produz mais de 80% da poluição e da degradação dos ecossistemas. Enquanto isso, 80% da população mundial, que habita principalmente os países pobres do hemisfério sul, fica com apenas 20% dos recursos naturais. Para reduzir essas diferenças sociais, permitindo aos habitantes dos países do sul atingirem o mesmo padrão de consumo material médio de um habitante do norte, seriam necessários pelo menos, mais dois planetas terra.

A crise ambiental mostrou que não é possível a incorporação de todos no universo de consumo em função da finitude dos recursos naturais. O ambiente natural está sofrendo uma exploração excessiva que ameaça a estabilidade dos

seus sistemas de sustentação (exaustão de recursos naturais renováveis e não renováveis, desfiguração do solo, perda de florestas, poluição da água e do ar, perda de biodiversidade, mudanças climáticas, etc.) Por outro lado, o resultado dessa exploração excessiva não é repartido equitativamente e apenas uma minoria da população planetária se beneficia desta riqueza. Assim, o consumo ostensivo já indicava uma desigualdade dentro de uma mesma geração (intrageracional), o ambientalismo veio mostrar que o consumismo indica também uma desigualdade intergeracional, já que este estilo de vida ostentativo e desigual pode dificultar a garantia de serviços ambientais equivalentes para as futuras gerações.

IPCC, 2011: IPCC Special Report on Renewable Energy Sources and Climate Change Mitigation. Prepared by Working Group III of the Intergovernmental Panel on Climate Change [O. Edenhofer, R. Pichs-Madruga, Y. Sokona, K. Seyboth, P. Matschoss, S. Kadner, T. Zwickel, P. Eickemeier, G. Hansen, S. Schlömer, C. von Stechow (eds)]. Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA, 1075 (Disponível em http://srren.ipcc-wg3.de/report/IPCC_SRREN_Full_Report.pdf) CONSUMO SUSTENTÁVEL: Manual de Educação. Brasília: Consumers International/Ministério do Meio Ambiente/ Ministério da Educação/ Instituto de Brasileiro de Defesa do Consumidor, 2005, pp.15-24

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Energia – Produção e Consumo

Fuja da obsolescência programada Em diversas situações, os produtos tornam-se obsoletos pelo avanço tecnológico. Mas em outras vezes a não durabilidade é intencional e gera uma substituição forçada. Esse fenômeno, conhecido como obsolescência programada, é tido pelos ambientalistas como um dos primeiros problemas ecológicos enfrentados pelo mercado. E pode ser observada desde produtos de moda, como roupas e sapatos, até produtos eletrônicos de última geração, como smartphones e tablets, passando por eletrodomésticos e lâmpadas.

Para colocar em prática essa estratégia, a indústria atua em três frentes. Primeiramente, lançando, com cada vez mais frequência e estardalhaço, novas versões de produtos. A regra vale para artigos de alta tecnologia a eletrodomésticos, fazendo com que os consumidores “abandonem” os produtos atuais. Depois, incentivando o consumismo desenfreado, chamando a atenção do consumidor para novas versões de um mesmo produto. E, por fim, criando fortes apelos de marketing, despertando a necessidade ou o desejo das pessoas por novos produtos ou por versões melhoradas de produtos já existentes.

Volume de lixo tecnológico preocupaQuando falamos de obsolescência programada, a questão mais preocupante é a do lixo eletrônico. Dados do Greenpeace apontam que o “tecnolixo” encontra-se entre as categorias de resíduo que mais crescem, devendo atingir a marca de 40 milhões de toneladas anuais em breve. Por isso, se a vontade de comprar um produto novo prevalecer, use sua consciência ecológica: dê de presente o antigo para um amigo ou parente e encaminhe para a reciclagem as embalagens dos novos produtos.

Evite trocar produtos que ainda tenham condições de uso. Faça uma avaliação crítica entre o que você quer e o que você precisa. Verifique se o que você vai comprar possui garantia ou peças de reposição, pois fazer produtos com conserto difícil é uma estratégia dos fabricantes para incentivar o consumismo e a corrida por novos produtos. E, por fim, pesquise: produtos semelhantes podem ter longevidade muito diferentes.

Energia elétrica: o que é?A energia elétrica é a capacidade de uma corrente elétrica realizar trabalho. Ela pode ser gerada através de fontes renováveis de energia (a força das águas e dos ventos, o sol e a biomassa), ou não-renováveis (combustíveis fósseis e nucleares).

A principal função da energia elétrica é a transformação desse tipo de energia em outros tipos, como, por exemplo, a energia mecânica e a energia térmica.

Como se gera energia? Energia hidráulica

É a energia elétrica obtida através do aproveitamento da energia potencial gravitacional de água, contida em uma represa elevada. A potência gerada é proporcional à altura da queda de água e à vazão (quantidade água escoada em determinado ponto por unidade de tempo) do líquido. Antes de se tornar energia elétrica, esta energia deve ser convertida em energia cinética. O momento desta transformação acontece na passagem da água numa máquina

hidráulica, denominada turbina hidráulica. A energia liberada pela passagem de certa quantidade de água move a turbina, que aciona um gerador elétrico. A queda d’ água pode ser natural, como na Usina de Paulo Afonso, ou artificial, criada por uma barragem como na Usina Hidrelétrica de Tucuruí e na Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Usina hidroelétrica

As partes principais de uma usina hidrelétrica são: a barragem, que tem por função barrar o fluxo da água do rio, represando-a; as comportas e o vertedouro, que controlam o nível de água da represa, evitando transbordamentos; e a casa de máquinas, onde estão instalados os geradores acoplados às turbinas. Para transformar a força das águas em energia elétrica, a água represada passa por dutos forçados, gira a turbina que, por estar ao eixo o gerador, gerando a eletricidade. Considerada uma das formas de produção de energia mais limpas que existe, no entanto é cada vez maior a restrição na instalação de usinas hidroelétricas devido aos grandes impactos ambientais relacionados a sua instalação.

Energia térmica

A termeletricidade é resultado do calor originado pela queima do combustível, que aquece uma caldeira de água, produzindo vapor suficiente para acionar uma turbina acoplada a um gerador de energia elétrica. Pode ser originada, também, da queima direta do combustível por turbina de gás.

Usina termoelétrica

No caso de uma usina termelétrica, temos uma combinação diferente: a fornalha, onde é queimado o combustível; a caldeira, onde é produzido o vapor. O jato de vapor extraído da caldeira gira a turbina que, por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre movimento, gerando a eletricidade. Suas principais desvantagens são os gases liberados no processo de combustão, os combustíveis não renováveis usados na maioria das linhas de produção. Como vantagem principal pode-se citar o custo de instalação que é bem menor do que as centrais hidroelétricas.

Petróleo

Trata-se de uma combinação complexa de hidrocarbonetos, composta na sua maioria de hidrocarbonetos alifáticos, alicíclicos e aromáticos, podendo conter também quantidades pequenas de nitrogênio, oxigênio, compostos de enxofre e íons metálicos, principalmente de níquel e vanádio. A hipótese mais aceita justifica sua formação a partir de compostos orgânicos em lentos processos de decomposição a temperatura e pressão característica para ocorrer as reações necessárias para sua formação. A descoberta de petróleo na camada de pré-sal coloca o Brasil como a terceira maior reserva do mundo, e fortalece a posição sul-americana em relação às potências econômicas. O uso do petróleo na geração de eletricidade tem sido decrescente desde os anos 70, principalmente devido ao requerimento de proteção ambiental e o aumento de competitividade de fontes alternativas. Contudo o petróleo ainda é empregado como alternativa para momentos de pico e no atendimento a sistemas isolados. Além disso, o petróleo ainda é a principal fonte de combustível para veículos.

Gás Natural

A capacidade instalada de usinas a gás natural tem crescido rapidamente no Brasil, e hoje representa a segunda maior fonte de energia elétrica, cerca de 12.0 MW. O emprego do gás como fonte energética se deu realmente após a descoberta da bacia de campos, onde há a maior parte das reservas de gás natural brasileiro. O desenvolvimento da bacia proporcionou um aumento da matéria-prima, elevando assim sua participação na matriz energética.

No setor de geração de energia elétrica, as termoelétricas a gás tem tido papel importante para complementar à produção das hidroelétricas. Esse processo é chamado de Sinergia Hidrotérmica. O sistema é simples, o custo por MWh gerado por uma usina hidroelétrica é bem mais barato do que por uma termoelétrica, então a maior parte do tempo, o sistema elétrico é abastecido por hidroelétricas, enquanto as termoelétricas apenas são ativadas nos momentos de pico ou no caso de uma grande seca, complementando assim a produção a partir das fontes hídricas.

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Biomassa

Considerada como uma produção de baixa eficiência porém recentemente tem ganhado destaque, principalmente na utilização do bagaço da cana-de-açúcar para a produção de energia elétrica e de biocombustíveis, tais como o biodiesel e o etanol. O aproveitamento de resíduos como esses são interessantes, pois transforma o que era considerado como lixo em fonte de riqueza e energia.

A longo prazo, a exaustão de fontes não-renováveis e as pressões de ambientalistas vem intensificando o aproveitamento energético da biomassa. A produção de biocombustíveis, por exemplo, além de ser proveniente de uma fonte renovável, acaba por poluir menos, pois a quantidade de gás carbônico gerados na combustão é recapturada na plantação da cana, isto é, ocorre o chamado sequestro de carbono. O Brasil tem capacidade para liderar o mercado de energia renovável no mundo, isso porque o país tem matéria-prima de sobra para fabricar biocombustíveis.

A geração de energia elétrica a partir da biomassa vem sendo aplicada principalmente em sistemas de co-geração e no suprimento de eletricidade de comunidades isoladas.

Energia Eólica

A energia eólica é proveniente da energia cinética da massa de ar em movimento, ou seja, do vento. O custo dos equipamentos é a principal barreira para o aproveitamento comercial dessa fonte de energia renovável. O potencial eólico brasileiro em estimativas feitas por vários estudos apontam valores extremamente consideráveis, superando 60.0 MW. Segundo esses resultados, os melhores potenciais estão no litoral das regiões Norte e Nordeste, no sudoeste do Paraná e no litoral sul do Rio Grande do Sul.

Energia Nuclear

É a energia liberada em processos de transformação de núcleos atômicos, ou seja, em uma reação nuclear. Dentre as vantagens do uso da energia nuclear, pode-se citar a ausência de emissão de gases de efeito estufa e gases causadores de chuva ácida, porém os resíduos atômicos oriundos do processo de obtenção dessa energia ainda possuem destinação adequada, fatores éticos e sociais tem sido uma barreira para a expansão dessa fonte de energia, mesmo assim ela é encarada como um potencial substituição para os combustíveis fósseis, principalmente por países com poucos recursos naturais.

O Brasil possui a sexta maior reserva de urânio do mundo, cerca de 300 mil toneladas. O urânio brasileiro é usado para o abastecimento das usinas de Angra I e Angra II, que juntas totalizam uma produção de 2.0 MW. A usina de Angra III tem sua operação prevista para 2015, quando entrar em funcionamento gerará cerca de 1.300 MW. O urânio excedente é disponibilizado para o mercado externo.

Diferente das demais usinas térmicas, as usinas nucleares de Angra operam 100% do tempo à plena capacidade, sendo desligadas apenas uma vez por ano para recarga do reator.

E no Brasil, como se produz energia?A matriz energética brasileira se destaca por ser bem mais limpa do que a mundial, a participação das energias renováveis representa 46% de toda a matriz energética nacional, em contraste com a média de 13% da matriz mundial. A comparação é ainda mais contrastante se considerar a produção de energia elétrica, em que a média mundial é de 13% e a do Brasil alcança 87% de energia elétrica renovável.

No entanto, o que se percebe nos últimos tempos com o advento das mudanças climáticas é que a demanda por energia crescente, aliada a instabilidade de fatores ambientais não controlados diretamente, como as chuvas, compromete a qualidade ambiental da matriz, se avaliarmos como indicador o fator de emissão de GEEs. Alguns estados como o caso de Minas Gerais possuem quase a totalidade de sua energia advinda de fontes hídricas, ou seja, hidrelétricas, em períodos de seca como o apresentado em 2012 e inicio de 2013, consequentemente há uma baixa nos reservatórios com impacto direto na produtividade. A fim de suprir a demanda, buscam-se formas de produção que supram a baixa da hidroelétrica, como a geração à base carvão (termelétrica), sendo que provocam um aumento no fator de emissão de GEEs.

Você sabe quanto sua família desperdiça em

energia elétrica mantendo o hábito de deixar o

celular carregando por tempo indeterminado?

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Metodologia HomeCarbon® EducacionalEmissões de CO2 e gastos financeiros

Energia emite CO2?Os fatores de emissão médios de CO2 para energia elétrica a serem utilizados em inventários têm como objetivo estimar a quantidade de CO2 associada a uma geração de energia elétrica determinada. Ele calcula a média das emissões da geração, levando em consideração todas as usinas que estão gerando energia e não somente aquelas que estejam funcionando na margem. Se todos os consumidores de energia elétrica do SIN (Sistema Interligado Nacional) calculassem as suas emissões multiplicando a energia consumida por esse fator de emissão, o somatório corresponderia às emissões do SIN. Nesse sentido, ele deve ser usado quando o objetivo for quantificar as emissões da energia elétrica que está sendo gerada em determinado momento.

O que é a Metodologia HomeCarbon® Educacional?É uma Metodologia para conscientização e apropriação sobre como as diversas atividades de consumo impactam em emissões de CO2e (Dióxido de Carbono equivalente ), e as relacionam a gastos em financeiros (em Reais) e outras medidas, como o kWh, no caso de eletroeletrônicos e outros produtos e serviços que dependem de energia elétrica.

A metodologia HomeCarbon® Educacional foi pensada para ser aplicada ao consumo de itens como:

- Eletricidade;

- Transportes:

- terrestres;

- aéreos;

- Descarte de resíduos;

- Alimentos.

Como podemos empregá-la?É muito simples!

O conceito é aplicar a fórmula matemática. Veja:

Desempenho (potência) X Tempo (de uso) X Fator de emissão de CO2e = Emissões do Consumo! Fácil!

Para calcular o custo financeiro deste ato de consumo, basta aplicar a fórmula:

Desempenho (potência) X Tempo (de uso) X Referência financeira = Gasto em Reais.

Agora, você poderá ajudar seu aluno e sua família a economizar em diversas situações cotidianas em suas casas, e ainda poderá fazê-lo perceber que todos os movimentos de consumo têm algum impacto no Planeta, mesmo que seja pequeno.

Dicas ao Educador: aqui, o importante não é se o impacto de emissões de CO2 de determinado ato de consumo seja grande ou pequeno. Muito mais importante que isso, é criar cultura de preservação de recursos, que ao serem consumidos causam determinado impacto de emissões de carbono.

Importante 1! A formação de cultura de preservação de recursos, se feita de forma efetiva nas idades iniciais da formação do indivíduo, permearão suas decisões no futuro, em quaisquer ambientes e situações que eles convivam.

Importante 2! Use essa metodologia para ajudar principalmente os alunos de famílias menos favorecidas, os quais poderão levar as suas casas uma forma simples e efetiva de reduzir os gastos de todos os moradores, aumentando assim a Renda Familiar.

Para calcular: kWh

O Watt é uma unidade de potência, o Watt-hora é uma unidade de energia gerada e o Watt/hora indica uma taxa de variação da potência consumida com o tempo.

O Watt-hora é a quantidade de energia utilizada para alimentar uma carga com potência de 1 Watt pelo período de uma hora. Assim, 1 Wh é equivalente a 3.600 joules. Logo kWh é a quantidade de energia utilizada para alimentar uma carga com potência de mil Watts, pelo período de uma hora.

Ex.: Chuveiro com potencia elétrica de 5kW, ligado durante 30 minutos, consome 2,5 kWh.

Fórmula Geral da Energia Elétrica: Eel = P . ∆t

Onde:

Eel é a energia elétrica

P é a potência

∆t é a variação do tempo

Volt – é a unidade em que se mede a tensão em que a energia elétrica é fornecida, normalmente 127 V ou 220 V.

Potência – é a quantidade de energia necessária para que um aparelho ou máquina funcione de modo adequado; por exemplo, um secador de cabelo necessita de cerca de 500 W, uma bomba de água consome cerca de 300 W, ou uma televisão de 20 polegadas precisa de 90 W.

Ampère – é a unidade em que se mede a corrente elétrica.

kWh - é a unidade em que se mede o consumo elétrico de máquinas e das instalações de uma residência, fábrica, escola e outros prédios.

Equivalências:

1.000 g = 1 Kg

1.000 W = 1 kW => 1.000 kW = 1MW

1.000 Wh = 1kWh => 1.000 kWh = 1MWh

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Vamos trabalhar?

Para consumo de energia elétrica

Caso1 – tempo de uso no chuveiro:

Uma família de quatro pessoas tem em sua casa um chuveiro elétrico grande, e cada um de seus moradores leva em média 15 minutos para tomar seu banho diário – total de uso do chuveiro: 1 hora/dia.

Se considerarmos que a potência do chuveiro é 4.440 W;

Se considerarmos que o fator de emissão da matriz energética nacional é 0,0653 (Fator de Emissão Médio Anual: tCO2/MWh em 2012);

Temos: Potência X Fator de emissão > 4.400 X 0,0653 = 287,32 gramas de CO2e/hora de uso.

Se considerarmos que a tarifa média Residencial no Brasil é R$ 0,29837/kWh

Temos: Potência em kW X Horas de funcionamento dia X Valor do kWh>

4400/1000 X 1 X 0,29837= 1,31 R$/dia + 30% de impostos

Caso 2 – uso das lâmpadas:

A mesma família de quatro pessoas tem em sua casa 10 lâmpadas incandescentes (comuns), que funcionam em média 4 horas por dia cada uma (total de consumo das lâmpadas = 40 horas/dia). A família resolveu trocar todas as lâmpadas por fluorescentes compactas de 23 W.

Se considerarmos que o consumo em kWh de uma lâmpada incandescente de 100 W é 0,1kWh;

Se considerarmos que o consumo em kWh de uma lâmpada fluorescente compacta de 23 W é 0,023/hora.

Temos: 0,1 X 40 = 4 kWh por dia

0,023 X40 = 0,92 kWh por dia.

E em Reais (R$):

0,1 X 40 X 0,29837 = R$ 1,19 + 30% de impostos

0,023 X 40 X 0,29837 = R$ 0,27 + 30% de impostos

Economia de R$ 0,92 por dia + 30% de impostos.

Fácil, não?

Agora, use a tabela de referência abaixo, com ela você pode montar inúmeras situações de consumo e simular tanto as emissões de CO2 decorrentes do tempo de uso dos aparelhos domésticos quanto o gasto financeiro das famílias de seus alunos – e da sua também! Se aparelhos que seus alunos possuírem não estiverem inclusos na nossa tabela, é fácil: identifique na etiqueta técnica do produto a potência do equipamento, a partir daí é só aplicar as fórmulas e descobrir quanto pode economizar.

Mãos à obra!

Aparelho Potência Aproximada (WATTS) Aparelho Potência Aproximada

(WATTS)

Aquecedor de Água por Acumulação 2000 Forno de Micro Ondas 2000

Aquecedor de Água de Passagem 6000 Freezer Horizontal 500

Aquecedor de Ambiente 1000 Freezer Vertical 300

Aspirador de Pó 600 Geladeira Simples 250

Batedeira 100 Geladeira Duplex 500

Bomba de Água 400 Grill 1200

Cafeteira Elétrica (Residencial) 600 Impressora 45

Churrasqueira Elétrica 3000 Liquidificador 200

Chuveiro Elétrico 5500 Máquina de Costura 100

Computador 300 Máquina de Lavar Louça 1500

Condicionador de Ar 1400 Máquina de Lavar Roupa 1000

Conjunto de Som - Mini System 150 Projetor de Slides 200

Cortador de Grama 1300 DVD Player 30

Ebulidor 1000 Rádio Relógio 10

Enceradeira 300 Secador de Cabelo 1000

Espremedor de Frutas 200 Secadora de Roupas 3500

Exaustor 150 Televisor 21'' 90

Ferro Elétrico 1000 Torneira Elétrica 2500

Fogão Elétrico 2 Bocas 3000 Torradeira 800

Fogão Elétrico de 4 Bocas 6000 Ventilador 100

Forno Elétrico Pequeno 1500 Vídeo Cassete 20

Forno Elétrico Grande 4500 Vídeo Game 20

Tabela de referência de eletroeletrônicos de uso doméstico – potência elétrica média:

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Você também pode usar a tabela da Eletrobrás , que já calcula consumo mensal com base em consumo médio estimado das famílias brasileiras. Para saber o consumo em R$, multiplique pela tarifa da distribuidora de energia de sua região:

Aparelhos Elétricos Dias EstimadosUso/Mês

MédiaUtilização/Dia

Consumo Médio Mensal(Kwh)

APARELHO DE BLU RAY 8 2 h 0,192

APARELHO DE DVD 8 2 h 0,240

APARELHO DE SOM 3 EM 1 20 3 h 6,600

AQUECEDOR DE AMBIENTE 15 8 h 193,440

AQUECEDOR DE MAMADEIRA 30 15 min 0,750

AQUECEDOR DE MARMITA 20 30 min 0,600

AR-CONDICIONADO TIPO JANELA MENOR OU IGUAL A 9.000 BTU 30 8 h 128,800

AR-CONDICIONADO TIPO JANELA DE 9.001 A 14.000 BTU 30 8 h 181,600

AR-CONDICIONADO TIPO JANELA MAIOR QUE 14.000 BTU 30 8 h 374,000

AR-CONDICIONADO TIPO SPLIT MENOR OU IGUAL A 10.000 BTU 30 8 h 142,288

AR-CONDICIONADO TIPO SPLIT DE 10.001 A 15.000 BTU 30 8 h 193,760

AR-CONDICIONADO TIPO SPLIT DE 15.001 A 20.000 BTU 30 8 h 293,680

AR-CONDICIONADO TIPO SPLIT DE 20.001 A 30.000 BTU 30 8 h 439,200

AR-CONDICIONADO TIPO SPLIT MAIOR QUE 30.000 BTU 30 8 h 679,200

ASPIRADOR DE PÓ 30 20 min 7,170

BATEDEIRA 8 20 min 0,400

BOILER ELÉTRICO DE 200 L 30 24 h 346,750

BOMBA D'ÁGUA 1/2 CV 30 30 min 7,200

BOMBA D'ÁGUA 1/3 CV 30 30 min 6,150

CAFETEIRA ELÉTRICA 30 1 h 6,565

CAFETEIRA EXPRESSO 30 1 h 23,820

CHALEIRA ELÉTRICA 30 1 h 28,230

CHURRASQUEIRA ELÉTRICA 5 4 h 76,000

CHUVEIRO ELÉTRICO - 4500 W 30 32 min 72,000

CHUVEIRO ELÉTRICO - 5500 W 30 32 min 88,000

COMPUTADOR 30 8 h 15,120

ENCERADEIRA 2 2 h 1,800

ESPREMEDOR DE FRUTAS 20 10 min 0,187

EXAUSTOR FOGÃO 30 2 h 9,960

FAX MODEM EM STAND BY 30 24 h 2,160

FERRO ELÉTRICO AUTOMÁTICO A SECO - 1050 W 12 1 h 2,400

FERRO ELÉTRICO AUTOMÁTICO A VAPOR - 1200 W 12 1 h 7,200

Aparelhos Elétricos Dias EstimadosUso/Mês

MédiaUtilização/Dia

Consumo Médio Mensal(Kwh)

FOGÃO ELÉTRICO - COOK TOP (POR QUEIMADOR) 30 1 h 68,550FORNO ELÉTRICO 30 1 h 15,000FORNO MICRO-ONDAS - 25 L 30 20 min 13,980FREEZER VERTICAL/HORIZONTAL 30 24 h 47,550FREEZER VERTICAL FROST FREE 30 24 h 54,000FRIGOBAR 30 24 h 18,900FRITADEIRA ELÉTRICA 15 30 min 6,810FURADEIRA 4 1 h 0,944GELADEIRA 1 PORTA 30 24 h 25,200GELADEIRA 1 PORTA FROST FREE 30 24 h 39,600GELADEIRA 2 PORTAS 30 24 h 48,240GELADEIRA 2 PORTAS FROST FREE 30 24 h 56,880GRILL 10 30 min 3,205HOME THEATER - 350 W 8 2 h 5,600IMPRESSORA 30 1 h 0,450LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA - 11 W 30 5 h 1,650LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA - 15 W 30 5 h 2,250LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA - 23 W 30 5 h 3,450LÂMPADA INCANDESCENTE - 40 W 30 5 h 6,000LÂMPADA INCANDESCENTE - 60 W 30 5 h 9,000LÂMPADA INCANDESCENTE - 100 W 30 5 h 15,000LAVADORA DE LOUÇAS 30 40 min 30,860LAVADORA DE ROUPAS 12 1 h 1,764LIQUIDIFICADOR 15 15 min 0,806MÁQUINA DE COSTURA 10 3 h 3,000MODEM DE INTERNET 30 8 h 1,920MONITOR 30 8 h 13,200MONITOR LCD 30 8 h 8,160MULTIPROCESSADOR 20 1 h 8,560NEBULIZADOR 16 2,5 h 1,680NOTEBOOK 30 8 h 4,800PANELA ELÉTRICA 20 1 h 22,000PRANCHA (CHAPINHA) 20 30 min 0,330PROJETOR 20 1 h 4,780RÁDIO ELÉTRICO PEQUENO 30 10 h 1,500RÁDIO RELÓGIO 30 24 h 3,600ROTEADOR 30 8 h 1,440SANDUICHEIRA 30 10 min 3,348SCANNER 30 1 h 0,270SECADOR DE CABELO - 1000 W 30 10 min 5,215SECADORA DE ROUPA 8 1 h 14,920TANQUINHO 12 1 h 0,840TELEFONE SEM FIO 30 24 h 2,160TORNEIRA ELÉTRICA - 3250 W 30 30 min 48,750TORRADEIRA 30 10 min 4,000TV EM CORES - 14" (TUBO) 30 5 h 6,300TV EM CORES - 29" (TUBO) 30 5 h 15,150TV EM CORES - 32" (LCD) 30 5 h 14,250TV EM CORES - 40" (LED) 30 5 h 12,450TV EM CORES - 42" (LCD) 30 5 h 30,450TV PORTÁTIL 30 5 h 7,050VENTILADOR DE MESA 30 8 h 17,280VENTILADOR DE TETO 30 8 h 17,520VIDEOGAME 15 4 h 1,440

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Transportes, Energia e emissão de CO2Quando pensamos em consumo de energia, geralmente associamos a energia elétrica e suas fontes geradoras, no entanto devemos entender ainda que mais da metade do consumo mundial de petróleo e de, aproximadamente, 30% do total da energia comercializada no mundo, é destinada ao suprimento das necessidades do setor de transporte, logo o despertar para a redução no consumo de energia deve atender as vertentes que cerceiam o seu consumo. Estima-se que 25% das emissões de CO2 devidas à queima de combustíveis fósseis no planeta podem ser atribuídas ao transporte (DARGAY; GATELY, 1997).

Entendemos eficiência energética no setor de transportes então como um elemento de importância estratégica para o planejamento energético, já que se tem um consumo significativo e também um importante fator a ser considerado nas políticas de preservação ambiental considerando ainda o seu fator de emissão de GEE.

O crescimento urbano aliado ao aumento do capital médio das famílias tem encorajado os consumidores cada vez mais a adquirirem veículos automotores e escolherem novas formas de mobilidade como o próprio trânsito aéreo que teve um aumento notável e significativo em milhas viajadas nos últimos tempos.

Deslocando-se de carro: quanto emitimos?Também em transportes, podemos associar a emissão de GEE aos gastos financeiros. Podemos pensar na seguinte situação:

Caso 3: Uma família vai partir para uma viagem de carro, e precisa decidir qual combustível vai usar para abastecer o veículo. Considerando que emissões de GEE decorrente da queima de combustíveis fosse o único critério de escolha, e considerando que seu carro funcionasse com quatro combustíveis – gasolina, etanol, GNV e diesel – qual você sugeriria à família, de acordo com a tabela abaixo:

Tabela de Fator de Emissão de combustíveis , por litro queimado (na combustão). Quanto maior o fator, maior a emissão de gases de efeito estufa por litro consumido:

Agora, é só multiplicar o litro do combustível que você escolher pelo preço médio praticado em sua região, e poderá avaliar o custo (ou economia) proporcionado pela opção que fizer.

Que tal promover exercícios divertidos e instigantes para despertar a curiosidade de seus alunos quanto à importância de economizar e ainda preservar a atmosfera da emissão de gases de efeito estufa?

Como a tabela de referência é por litro consumido, ela pode ser aplicada não apenas a carros, mas a qualquer outro veículo que use esses combustíveis (motos, tratores, motores em geral).

Combustíveis FE KgCO2e/l combustível

Gasolina 2,16872288

Etanol 1,111038095

Óleo diesel 2,722778273

GNV 1,9825696

Transporte Público TerrestreAgora, vamos imaginar a seguinte situação: seu aluno vai para a escola, precisa percorrer 10 km ou uma hora para chegar e precisa escolher entre ônibus, trem ou metrô. Novamente, o critério que ele vai escolher é a emissão de GEE por distância percorrida. Ajude-o a encontrar a melhor opção, a partir das tabelas abaixo.

Para metrô e trem (referências colhidas em São Paulo/SP):

Agora, aplique ao exercício a tarifa da passagem que você paga em sua região, e a simulação estará completa para promover a reflexão que você precisa que seu aluno faça.

Vamos fazer juntos?

Transporte AéreoOs transportes aéreos (aviação) são um dos maiores causadores de emissão de GEE. Mas, é fácil avaliar esse impacto e desenvolver formas de reduzi-lo.

Embora viajar de avião ainda não seja algo tão acessível às pessoas menos favorecidas, é fato que progressivamente mais pessoas que até há pouco tempo nunca tinham voado de avião hoje conseguem fazê-lo, graças aos mecanismos de crédito e aumento de renda que a população do Brasil tem experimentado.

Mas, vamos aos cálculos! Vamos usar aqui dois padrões para você calcular suas viagens e de seus alunos, que é deslocamento aéreo nacional e deslocamento aéreo internacional. Para simular, usaremos dois tipos de aeronaves, uma para cada deslocamento (sendo nacional para curtas ou médias distâncias e internacionais para longas distâncias – intercontinentais).

Se tomarmos como exemplo um avião Boeing 737 para voos nacionais e o Boeing 777 para voos internacionais, teremos a seguinte tabela:

Para ônibus (também tomando medidas de São Paulo como base nacional):

Transporte Consumo (Kwh) tempo de viagem (hora)

Consumo médio de energia (kWh)

FE de GEE para o SIN (KgCO2/KWh)

Emissão de CO2 (KgCO2/pax/h)

Metrô (SP) 0,8 1 0,8 0,0246 0,01968

Etanol 0,96 1 0,96 0,023616

Trecho Consumo (km/L) No passag. (70% TO) FE KgCO2e/l Emissões (kgCO2/

pkm)Emissão de CO2 (KgCO2/pax/h)

Boing 737 0,155492063 105 2,250157127 0,151603073 0,01968

Boing 777 0,067802922 189 2,250157127 0,193150267 0,023616

Combustível Consumo (km/L) No passag. (70% TO) FE KgCO2e/l Emissões (kgCO2/

pkm)Emissão de CO2 (KgCO2/pax/h)

diesel 0,25 21 2,722778273 0,032414027 0,01968

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Aqui, temos a seguinte análise: foi considerado que a taxa de ocupação média (TO) das aeronaves é 70% de passageiros (dados da ANAC), a partir dos quais são distribuídos o consumo por litro voado. A partir daí é aplicar o Fator de Emissão e chegamos à quantidade de quilos de CO2 emitida por passageiro a cada quilômetro voado.

Parece alto, não? E é mesmo. Por isso a preocupação de autoridades e organismos internacionais em desenvolver formas que reduzam o impacto na atmosfera produzida pelo transporte aéreo.

Agora, para completar o exercício, é só calcular com as tarifas cobradas pelas empresas aéreas aos destinos que desejamos simular, e aí está mais uma forma de criarmos consciência ambiental para nos locomovermos.

Vamos fazer juntos?

Consumo de água, alimentos e geração de lixo.Água

A água é o recurso natural mais importante aos seres vivos considerando o grau de necessidade global dessa substância química, destaca-se sua importância para a garantia da segurança alimentar de uma nação, já que os dois temas estão indissoluvelmente ligados.

A maior parte da água presente no planeta terra não se encontra em condições de potabilidade sendo que apenas 1% de toda a água se encontra dentro dos padrões para o consumo humano.

De uma forma geral os humanos se habituaram a tratar os cursos de água como forma de transportar o indesejável, canal de escoamento de esgoto e lixo, prova disso é que as construções sempre foram edificadas com as costas viradas para o curso d’água para já servir como transporte de dejetos.

Temos então problemas relacionados a fatores naturais (áreas com maior disponibilidade e áreas com menor disponibilidade), assim como problemas estruturais (saneamento básico) e educativos (desperdício, hábitos de consumo). A solução aqui é motivar e realizar propostas que contemplem todas essas áreas na busca da manutenção e consumo consciente desse recurso.

Alimentos

O Brasil é uma referência em produção de alimento e desenvolvimento agrícola, por fatores como, desenvolvimento científico, disponibilidade de terra agricultável, clima adequado ao desenvolvimento agrícola e principalmente disponibilidade de água.

No entanto a agricultura ainda é uma das maiores responsáveis pelo desperdício de água no mundo.

O nosso maior gargalo com relação ao tema proposto ainda é a logística, o escoamento da produção agrícola brasileira não tem-se mostrado uma forma eficiente de eficaz de fazer esse recurso chegar na mesa de todos os consumidores que necessitam.

Logo a máxima de falta alimentos no mundo moderno é um conceito subjetivo, considerando que essencialmente não há falta de alimentos, o que falta é desenvolvimento político e tecnológico para garantir que o produto agrícola seja em nível nacional ou internacional, alcance todos os consumidores que necessitam do mesmo.

Geração de lixo.

Ultimamente as relações sociais no meio em que vivemos parecem ser ditadas pelo quanto consumimos, estudos comprovam que consumimos cada vez mais, motivados pelo aumento da renda média, é notória nos próprios meios de comunicação a necessidade de se consumir determinados produtos e serviços para participar ou ser aceito em determinados grupos.

A produção de lixo cresce em media seis vezes mais do que a população (Abrelpe 2010). Assim, mostra-se necessário o desenvolvimento de um novo padrão de consumo, disposto a repensar no que é realmente necessário e racionalizar os processos de produção.

Muito se tem discutido a respeito da reciclagem, porém ela por si só não resolveria o problema, mesmo se reciclássemos a maior parte do que é produzido, pois se trata de uma cadeia produtiva, sendo que para produzir o bem consumido parte significativa de resíduo já foi descartada no seu processo.

• Diferenciar os Rs desse mecanismo é fundamental para compreensão do problema e da solução.

• Reciclar – transformar por meio de processos físico-químicos uma substância em outra.

• Reutilizar – aumentar a vida útil dos produtos e dos aterros diminuindo o volume final gerado.

• Repensar – na real necessidade de consumo de determinados produtos, assim como nas características socioambientais do mesmo.

• Recusar – produtos que não foram concebidos respeitando os fatores ambientais envolvidos em seu processo.

• Reduzir – consumir menos, diminuir a pressão nas linhas de produção.

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Os “Gatos” – Riscos Do Consumo Irregular

Consumo irregular de Energia Elétrica – “gatos” – quais os riscos envolvidos?Os “gatos” de energia elétrica (como são popularmente chamados) são prática recorrente no Brasil, e estão compreendidas dentro do que chamamos de atos ilícitos socialmente aceitos. Diferentemente do que se convencionou acreditar, esse tipo de ato não acontece somente entre as populações mais carentes (baixa renda), mas está presente também em segmentos de classe média e alta, principalmente em estabelecimentos comerciais. Segundo dados da ANEEL (2011), são perdidos com o consumo irregular de energia elétrica R$ 8,1 bilhões por ano no Brasil, como consequência desta prática.

A importância de se educar para o risco da prática de consumo irregular de energia (“gatos”) às pessoas e à comunidade inteira relaciona-se não apenas ao risco de vida que a prática incorre como à necessidade de conscientizar sobre a necessidade de ter um consumo consciente de energia, independente de o consumidor estar em situação regular ou irregular. Ao promover esta educação (conscientização), a sociedade também ganha por enaltecer a questão dos valores, já que dentro do código de ética universalmente aceito, o indivíduo deve pagar por serviços cuja determinação tenha sido convencionada pelo poder gestor da sociedade – o Estado.

Na questão da Energia, especificamente, isso é sustentado por argumentos comuns, que podem ser explorados conectados aos eixos ou de forma interdependente:

• O mundo vive crise energética: o crescimento global da economia faz com que a demanda por energia, ativo fundamental para qualquer atividade, esteja superaquecida. Assim, por requerer altos investimentos em infra-estrutura, as soluções de suprimento de energia não são rápidas e muito menos baratas. Desta forma, o fato do consumo irregular aliviar do consumidor o ônus do custo da energia (total ou parcialmente), acaba acarretando em maior consumo, uma vez que o incentivo financeiro (negativo) de conter o consumo exacerbado por ter que pagar pela energia consumida é anulado;

• A base energética mundial está em combustíveis fósseis: ou seja, altamente poluentes. Ainda que no Brasil a base do consumo de energia elétrica seja hidrelétrica, a questão do consumo de energia, regular ou irregular, está intimamente ligada à questão ambiental. Lembrando que as fontes energéticas renováveis (eólica, solar) ainda são incipientes e economicamente não são plenamente viáveis, e a opção nuclear é igualmente cara e controversa. Quando pensamos nos impactos trazidos ao meio ambiente por projetos voltados à geração de energia, notadamente temos uma série de externalidades negativas que acabam por desincentivar ou tornar essas iniciativas demasiado controversas para serem levadas adiante com custos aceitáveis à sociedade;

• Energia mais barata que existe: a que deixa de ser perdida ou não é usada. Na outra ponta, a energia mais cara é a que não existe, pois seu custo é infinito. A energia que deixa de ser perdida (negawatt, em inglês) é o alvo que devemos perseguir, pois os ganhos em economia de energia (gerada, transmitida e distribuída) substituiriam com vantagens a necessidade de construção de empreendimentos voltados a expandir a oferta, cujos impactos já foram citados anteriormente;

• Aspecto cidadão da conta de luz: a conta de luz, principalmente aos cidadãos de classe mais baixa, é uma “cédula de identidade”, equivale a um atestado de inclusão social e de que é um cidadão. Ainda que haja argumentos de ordem social e econômica que tentem justificar em todo ou parte a atitude de consumir energia irregularmente (desemprego, subemprego, baixos salários, etc.), é fato que a conta de luz é fator de inclusão social, e, portanto é um ponto de valor;

• Aspecto moral e ético no consumo de energia elétrica irregular: assim como já apresentado, é importante termos em mente que energia é um bem (serviço) que precisa ser remunerado para estar disponível a um custo acessível e com qualidade à população. Na lógica de composição dos custos, quem paga a conta do consumo irregular são os consumidores regulares, de forma que esta conta é rateada entre todos, e não absorvida pela empresa distribuidora. O “gato” de energia é equivalente ao um produto pirata, e, portanto devemos estar conscientes de que deve ser combatido, por ser, por definição algo ética e moralmente errado;

Você sabe o impacto negativo que causa no

meio-ambiente descartar lixo em local impróprio?

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• Necessidade de reduzir consumo – Aspecto prático do consumo de energia elétrica: seja o consumo de energia regular ou irregular, essa a maior demanda – reduzir o consumo. Atuando pela abordagem comportamental e da conscientização, construímos a perspectiva de uma nova cultura de uso de recursos naturais (renováveis ou não), que tenha como princípios essenciais a sua preservação e o banimento do desperdício. Independente da condição socioeconômica que o consumidor esteja, todos (inclusive ele) ganharão direta e indiretamente com o consumo consciente;

• Introdução de novas tecnologias junto à população: já está sendo testado o sistema de smart grids, que quando aplicado conjugado a outras tecnologias de geração autônoma de energia (como painéis solares e geradores eólicos) podem modificar a relação entre oferta e demanda de energia, transformando os consumidores em geradores, ao fornecerem seu excedente produzido à concessionária, que por seu turno a redistribuirá a outros clientes, domésticos ou comerciais. Em síntese, essa abordagem traz perspectivas de impacto na geração de renda, sobretudo às famílias mais carentes.

Vale lembrar que só em 2011, houve registro de 856 acidentes graves no país por contato com a rede elétrica, resultando em 315 mortes. Esse número é maior do que o do ano anterior, 2010, em que houve 817 acidentes com 305 mortes. O setor de construção civil e reforma predial liderou o ranking de ocorrências com 82 mortes, seguido do furto de energia ou ligação clandestina (‘gato’) com 60 óbitos.

Redução nas contas de luz: corremos o risco de aumentar o consumo?Em Setembro de 2012 o brasileiro foi brindado com o anúncio de reduções de até 20% nas contas de luz dos usuários domésticos. Os usuários industriais terão um benefício ainda maior, em alguns casos chegando perto de 30%. Essa margem virá dos cortes de alguns encargos hoje embutidos na conta de luz, mais uma renegociação com deságio nas vincendas concessões de geração de energia (vencem em 2015), que serão prorrogadas como parte do acordo.

Ok? Sim, claro, nossas contas de energia estão entre as mais caras do mundo, e ninguém vai se opor a que busquemos sua redução para que no mínimo paguemos um preço na média global. Ainda estaremos pagando mais caro que a média, mas é um avanço.

Aqui, chamamos à discussão: só será mesmo um avanço se as pessoas não se sentirem compelidas a aumentar seu consumo. Em um momento que o mundo pede pela redução de consumo, energia, sobretudo, ganhar como presente uma redução inesperada na conta de luz de cerca de 20% faz diferença no orçamento de muitas famílias, e quando se fala em aumento de renda familiar, isso é algo primordial. No entanto, vale pensarmos que devemos seguir nosso caminho de mudar nossos hábitos para melhor, reduzindo nosso consumo (em geral), principalmente de energia .

As pessoas se sentem melhor e tendem a sustentar um comportamento quando os objetivos são enquadrados de forma confortável para elas. A maioria das pessoas tende a evitar perdas mais do que buscar ganhos, e tendem a desconsiderar ganhos futuros mais do que perdas futuras. Assim, a importância de eventos futuros diminui progressivamente quanto maior for o prazo para ocorrerem.

Quando falamos de mudanças climáticas, a mensagem deve ser trazida para a proximidade, destacando os impactos atuais e potenciais não somente globais, mas também locais para aumentar a conexão do público com o problema. A importância de traduzir dados científicos para experiências concretas é essencial. Psicologicamente, riscos distantes não mobilizam as pessoas como os riscos imediatos. A mente humana não reage bem a ameaças que parecem se manifestar apenas no futuro distante.

Metáforas, histórias pessoais, analogias reais e comparações concretas e mensagens destinadas a criar, recuperar e destacar experiências pessoais relevantes são o foco neste caso.

Dicas para a diminuição do consumo de energia elétrica em casa

BANHO1. Comece a diminuir o tempo do seu banho. Neste primeiro mês, tome banhos de no máximo 7 minutos.

2. Já experimentou depilar-se ou fazer a barba sem ser durante o banho?

3. Ao ensaboar, desligue o chuveiro.

4. Usar bucha vegetal para ensaboar-se também é boa opção para diminuir o tempo do banho.

5. Nos dias quentes, usar o chuveiro no modo verão ou desligado

6. Limpe periodicamente os orifícios de saída de água do chuveiro.

7. Não reaproveite resistências queimadas do chuveiro.

8. Um chuveiro com a resistência reaproveitada é menos eficiente que um com a resistência nova, demandando mais energia.

ILUMINAÇÃO9. Apague as lâmpadas que não estiver utilizando, salvo aquelas que contribuem para sua segurança

10. Evite as lâmpadas incandescentes. Elas custam menos, mas são as mais ineficientes. Utilize lâmpadas fluorescentes.

11. Evite usar muitas lâmpadas no ambiente. Rebaixar a altura das luminárias já melhora a iluminação.

12. Para iluminação ambiente noturna, procure usar abajur. Ele evita que uma lâmpada mais potente fique acesa.

ENTRETENIMENTO13. Desligue todos os aparelhos que estão em modo stand-by.

14. A energia consumida por aparelhos no modo stand-by pode representar mais de 10% do consumo total de energia numa casa.

15. Desligue a televisão quando ninguém estiver assistindo e quando estiver com sono, programa o televisor para desligar em trinta minutos.

“Aqueles de nós que se denominam analistas energéticos, temos cometido um equívoco: analisamos a energia, quando deveríamos ter analisado o comportamento humano.” Lee Schipper

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16. Uma televisão representa em média de 5% a 15% do consumo de uma residência, e isso pode ser diminuído quando o aparelho é ligado de maneira consciente.

17. Quando não estiver mais usando o computador, desligue-o. Deixá-lo ligado a noite toda, por exemplo, consome energia suficiente para imprimir 800 páginas A4.

18. Quando não estiver usando o computador, desligue o monitor. As proteções de tela também gastam energia.

19. Quando não estiver usando conexão Wi-Fi ou bluetooth, deixe o detector de sinais do seu notebook e celular desativado. Mesmo sem nenhuma transferência ativa, o recurso continua a gastar bateria.

20. Diminua o brilho da tela LCD do celular e computador.

21. Retire o carregador do celular da tomada quando ele não estiver em uso e não deixe o telefone carregando a noite toda – são necessárias apenas poucas horas para completar a carga.

22. Se você costuma manter o carregador do seu celular o tempo todo conectado à tomada, saiba que 95% da energia que ele consome é totalmente desperdiçada.

23. Na hora de comprar uma TV nova, preferir as de LED que consomem menos que as de LCD comum.

Apesar de serem mais caras, TVs de LED consomem até 40% a menos .

SERVIÇOS DOMÉSTICOS24. Acumule quantidade de roupa e passe todas de uma vez só. Não passe roupas úmidas.

25. Quando precisar interromper o serviço, desligue o ferro de passar e não o utilize nos horários em que muitos outros aparelhos estejam ligados.

26. Passe primeiro as roupas fáceis, e no final, depois de desligar o ferro, aproveite o calor para passar algumas roupas leves.

27. Coloque a geladeira e o freezer em lugares longe de áreas onde bate sol ou do fogão

28. Faça degelo sempre que a camada de gelo atingir a espessura de 1 cm e mantenha o termostato ajustado.

29. Nunca forre as prateleiras da geladeira com plásticos nem encha demais. Deixe espaço entre os alimentos para a circulação do ar.

30. Não deixe a porta da geladeira aberta desnecessariamente e não a desligue à noite para ligar na manhã seguinte. Apenas quando for viajar, esvazie-a e desligue da tomada.

31. Não guarde líquidos e alimentos quentes na geladeira e não use a parte traseira para secar roupas.

32. Verifique se as borrachas de vedação das portas estão em bom estado.

33. Evite o uso da água quente para lavar louças e roupas.

34. Desligue o forno micro-ondas depois de utilizar. Prefira fogões a gás. Caso possua um fogão elétrico, limpe os queimadores regularmente.

35. Limpe sempre o filtro do aspirador.

OUTROS37. Evite usar os venenos de tomada para economizar energia ou deixe-o na tomada apenas quando estiver no ambiente. Para espantar moscas e mosquitos experimente acender velas ou incensos de citronela, ou ainda, pingar algumas gotas do seu óleo essencial em um difusor com água.

38. Diminua o tempo de uso do secador e da chapinha, deixando o cabelo secar naturalmente por 15 minutos antes de usar o aparelho.

39. Evite usar o ar condicionado e se for usar aumente em 2 graus. Para refrescar a casa, proteja as janelas que recebem sol com cortinas, abra as janelas à noite, mas mantenha-as fechadas durante o dia.

40. Desligue o ventilador quando o cômodo estiver sem ninguém. O ventilador apenas refresca o ambiente no momento em que está ligado.

41. Evite usar o aquecedor de ambientes e se for usar, desligue-o quando a casa já estiver aquecida.

42. No caso de usar cortador de grama, desligue-o da tomada ao terminar seu uso. Ao varrer e limpar o quintal, não use a mangueira, prefira o balde e a vassoura, economizando água.

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Referências bibliográficas

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HomeCarbon® “Redução nas contas de luz: corremos o risco de aumentar nosso consumo?” Publicado no Blog HomeCarbon® Mercado Ético em 12/09/2012. Disponível em http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/reducao-nas-contas-de-luz-corremos-o-risco-de-aumentar-nosso-consumo/.

Instituto Alana, 2012. Consumismo Infantil na contramão da sustentabilidade. Disponível em http://biblioteca.alana.org.br/banco_arquivos/Arquivos/downloads/ebooks/caderno.pdf.

IPCC, 2011: IPCC Special Report on Renewable Energy Sources and Climate Change Mitigation. Prepared by Working Group III of the Intergovernmental Panel on Climate Change [O. Edenhofer, R. Pichs-Madruga, Y. Sokona, K. Seyboth, P. Matschoss, S. Kadner, T. Zwickel, P. Eickemeier, G. Hansen, S. Schlömer, C. von Stechow (eds)]. Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA, 1075 (Disponível em http://srren.ipcc-wg3.de/report/IPCC_SRREN_Full_Report.pdf).

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Lee Schipper In Itaipu, 2011. Eficiência Energética: A conservação da energia e do meio ambiente. Disponível em http://www.eima8.org/eima8/download/files/ESTs%202011/51_ppt_JHabib.pdf.

Loures, Rodrigo da Rocha, 2009. Sustentabilidade Xxi. Educar e inovar sob uma nova consciência. Editora Gente, São Paulo.

Lynas, Mark, 1973, Seis Graus: o aquecimento global e o que você pode fazer para evitar uma catástrofe. Tradução de Roberto Franco Valente. 2ª edição, Rio de Janeiro, Editora Jorge Zahar.

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ONU, Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Nosso futuro comum. 2.ed. Rio de Janeiro: FGV,1991.

PROTESTE - Associação de consumidores. Fuja da obsolescência programada. Disponível em: <http://www.proteste.org.br/nt/nc/noticia/fuja-da-obsolescencia-programada> Acesso em 05/09/13.

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The power and the glory. The Economist, Nova York, 21 de Junho de 2008. A special report on the future of energy, p. 60

Uzzel, D. 2004. A psicologia ambiental como uma chave para mudar atitudes e ações para com a sustentabilidade. In: Tassara, E. T. O.; Rabinovich, E. P. & Guedes, M. C. (Orgs.). Psicologia e Ambiente. Educ, São Paulo. pp. 363-388. (Unesco, 2005).

Vilaça, F. (2009). Aquecimento Global: energia, ambiente e inclusão social. Belo Horizonte, Cartilha conjunta do SERENGE e CREA-MG.

Yarrow, Joanna, 2008, Como combater o aquecimento global: informações completas para você reduzir a sua pegada de carbono. Tradução de Mariana Varella. 1ª edição, São Paulo, Publifolha.

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Anexo 1.Como falar com as crianças sobre o consumo?

Como você pode falar com as crianças sobre o consumo?Fonte Instituto Alana – Consumismo na contramão da sustentabilidade

Essa é uma pergunta recorrente de pais, cuidadores e educadores. O que é preciso ter em mente é que, desde que nascem, as crianças são impactadas de alguma maneira pelo ambiente, pelas pessoas e pelos valores a sua volta. Por isso é tao importante oferecer-lhes condições para que cresçam de forma saudável e sejam educadas com base em valores e princípios éticos que as ajude a agir com mais responsabilidade e cidadania na vida adulta. Além de mostrar dia após dia que o mundo extrapola o indivíduo e que nossas ações fazem a diferença negativa ou positivamente, dialogar com as crianças e saber ouvi-las é essencial.

No que diz respeito ao consumo, o entendimento da criança sobre os impactos de suas próprias ações leva um tempo maior para ser construído, natural do processo de formação de uma consciência crítica sobre o tema.

Desde que nascem, as crianças são impactadas pelo ambiente, pelas pessoas e pelos valores a sua volta. É essencial mostrar no dia a dia que o mundo extrapola o indivíduo e que nossas ações fazem a diferença negativa ou positivamente: dialogar com as crianças e saber ouvi-las. (Instituto Alana, 2012)

Você sabe o impacto causado no meio-ambiente

pela emissão de CO2 no transporte que você utiliza?

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Anexo 2.Sugestão de plano de aula – consumo e desperdício de energia

Sugestão de Plano de aula - Consumo e desperdício de Energia. Fonte: Revista Escola, Editora Abril

Objetivos

- Aprender sobre o uso e consumo de energia, principalmente eletricidade.

- Perceber possíveis implicações do desperdício de energia, inclusive em termos de bem-estar e saúde das pessoas.

Conteúdos

- Energia.

- Eletricidade.

Anos

3º ao 5º.

Tempo estimado

Três aulas (mais um período de uma semana para as atividades de campo).

Material necessário

Folha de papel A3 (ou de tamanho equivalente), caderno e lápis para as anotações.

Desenvolvimento

1ª etapa

Inicie a atividade levantando os conhecimentos que os alunos já têm sobre o uso doméstico de energia, principalmente eletricidade. Peça que reflitam sobre a necessidade de equipamentos elétricos (TV, geladeira etc.) e pergunte quando o uso desse tipo de aparelho pode se transformar em desperdício. Comente que a produção mundial de energia elétrica tem crescido mais do que a população, indicando desperdício ou excesso de consumo.

2ª etapa

Peça que os alunos tragam de casa uma conta de energia elétrica recente e pergunte se eles sabem interpretar as informações contidas ali, como a quantidade total de energia consumida e o custo médio de cada quilowatt consumido. Oriente-os a refletir sobre as seguintes questões: 1) Será que o consumo de eletricidade é maior nas famílias mais numerosas ou nas famílias que possuem mais aparelhos elétricos?; 2) Há muita gente no mundo ou o consumo das pessoas é que está aumentando? Peça que pesquisem e elaborem uma lista com os aparelhos elétricos que a família tem em casa, assinalando aqueles que mais consomem energia (como indicado na tabela a seguir).

3ª etapa

Com base no resultados da pesquisa, pergunte o que os alunos acham que poderia ser feito para reduzir o consumo de eletricidade em suas casas. Explique que a próxima atividade tem por objetivo monitorar uma fonte potencial de desperdício: postes de iluminação que ficam acessos durante o dia. Organize os alunos em grupos, levando em conta a trajetória que eles percorrem de casa até a escola. Como atividade preliminar, eles devem esboçar um mapa, mostrando o caminho que percorrem. Levando em conta os mapas elaborados, cada grupo deve escolher um trecho de rua ao longo do qual existam ao menos dez postes.

4ª etapa

Elabore com os alunos um mapa dos arredores da escola, mostrando os trechos escolhidos por todos eles. Daí em diante, e ao longo de cinco dias, cada aluno ou grupo deve monitorar os dez postes escolhidos. Para isso, basta registrar, na ida e volta da escola, se cada um deles está ou não com a lâmpada devidamente apagada. Se algum poste aceso durante o dia for identificado, o aluno deve registrar em uma tabela, anotando ainda o dia da semana em que isso ocorreu. Substitua o mapa por uma maquete, utilizando sucatas para representar ruas, postes e pontos de referência.

Equipamento Consumo (kWh)

Chuveiro 5

Condicionador de ar (10.000 BTU) 1

Ferro de passar 1,2

Geladeira 0,1

Lâmpada incandescente (100W) 0,1

Lavadora de roupa (7L) 0,2

Microcomputador 0,12

Micro-ondas 1

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

GRUPO A

Poste 1

(...)

Poste 10

GRUPO B

Poste 1

(...)

Poste 10

GRUPO c

Poste 1

(...)

Poste 10

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5ª etapa

Na primeira aula após os cinco dias da atividade de campo, oriente os alunos a discriminar os postes que foram vistos acesos ao menos uma vez. Ao final, a turma deve reunir todos os resultados em uma única planilha, como a do modelo simplificado abaixo.

Avaliação

Organize uma discussão final com os alunos. Peça que exponham as ideias iniciais que eles tinham sobre o assunto (consumo e desperdício de energia elétrica), confrontando-as com as conclusões obtidas durante a realização da atividade. Cada grupo deve fazer uma breve descrição do que foi feito (as ruas monitoradas, os resultados obtidos etc.) e das eventuais dificuldades encontradas para realizar a tarefa. Analise os aspectos destacados, os conhecimentos adquiridos e as relações estabelecidas pelos estudantes.

Anexo 3.Sugestão de exercícios e atividades em sala de aula

Sugestão de exercícios e atividades em sala de aulaFonte: Programa CEMIG nas Escolas

Exercício nº 1 - Impactos do Processo de Produção de Energia

Relacione os aspectos abaixo referentes às principais formas conhecidas de geração de energia elétrica:

Hidráulica, Térmica (Derivados de Petróleo), Térmica (Biomassa), Nuclear, Eólica e Solar

1. O Brasil domina todas as etapas do processo (domínio de tecnologia).

R.:

2. Pode ser implantada com maior facilidade que as demais junto aos centros consumidores.

R.:

3. Utiliza fontes renováveis.

R.:

4. Não contribui significativamente para o aumento do efeito estufa.

R.:

5. O tempo de construção da usina é curto, quando comparado as demais.

R.:

6. Apresenta atualmente o menor custo do kW pro duzido.

R.:

7. Gera grande quantidade de emprego durante a fase de operação.

R.:

8. Interfere quase sempre de forma negativa em atividades turísticas.

R.:

9. Apresenta atualmente o maior custo do kW produzido.

R.:

10. Necessita de grandes áreas para a implantação da usina.

R.:

11. A tecnologia é a mais cara, atualmente.

R.:

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4140

12. Utilização de mão-de-obra informal e temporária.

R.:

13. Contribui significativamente para o efeito estufa.

R.:

14. Atualmente só é acessível como fonte complementar.

R.:

15. Apresenta grande potencial de desarticulação da dinâmica regional.

R.:

Exercício 2 - Atividade - Leitura de texto:

Que cultivar árvores faz bem para o meio ambiente, todas as crianças já sabem. Mas que elas podem ajudar a diminuir a conta de luz no fim do mês já não é tão óbvio. Pesquisadores norte-americanos descobriram que as árvores plantadas ao lado das residências podem diminuir o consumo de energia em 5%, desde que elas sejam plantadas na posição correta. Para o melhor benefício, as árvores devem ficar posicionadas para oferecer sombra nos lados oeste e sul das residências. A pesquisa envolveu o acompanhamento de 460 residências na cidade de Sacramento, durante o verão. Estatísticas precisamente coletadas demonstraram que os ganhos vão além da diminuição da conta de luz: o “custo de carbono” também é diminuído com o cultivo das árvores. “As pessoas já sabem há muito tempo que as árvores têm múltiplos efeitos para as pessoas, mas nós quantificamos esses benefícios pela primeira vez usando dados reais e colocamos valores nesses efeitos”, justifica o pesquisador David Butry, do instituto NIST. Segundo o estudo, árvores plantadas nos lados oeste e sul diminuem a conta de eletricidade em até 5%. Se elas estiverem no lado leste não há qualquer efeito mas, se as árvores forem plantadas no lado norte, elas podem de fato aumentar a conta de energia. [Estendendo as conclusões da pesquisa para o Brasil, é de se supor que, uma vez que estamos no Hemisfério Sul, as árvores deverão ser plantadas nos lados oeste e norte da casa, protegendo-a portanto do frio trazido pelo vento sul]. “Além de fornecer sombra, as árvores sequestram carbono”, diz Butry. “Nós medimos o quanto essas árvores reduziram o carbono criado pela queima de combustíveis para produzir a eletricidade e descobrimos que as árvores também sequestraram uma quantidade equivalente de carbono, o que representa um benefício em dobro”. A pesquisa chamou a atenção de empresas de energia da Coréia do Sul e da África do sul, que contataram os pesquisadores para que o estudo seja expandido para outras regiões e para outras estações do ano, a fim de que as conclusões possam ser mais gerais.

Trabalho em grupo

- Identifique os benefícios do plantio de árvores para o meio ambiente.

- Transfira esses benefícios para a realidade da comunidade onde você vive.

Exercício nº 3 - Oficina de Conceitos

Etapas:

1 – Individual

Cada participante define os conceitos abaixo listados

2 – Em grupo

Os participantes discutem os conceitos chegando a um consenso sobre cada definição.

3 – Coletiva

Todos os grupos apresentam seus conceitos, discutindo-os e comparando-os.

Conceitos: Ambiente, Educação ambiental, Qualidade de Vida, Cidadania, Energia,

Conservação de Energia, Uso Eficiente de Energia, Combate ao Desperdício de Energia.

Exercício nº4 – Combate ao Desperdício de Energia

Complete a frase abaixo com dicas de conservação de energia elétrica, seguindo as letras para iniciá-las.

Você combate o desperdício de energia elétrica, se...

ABRIR AS JANELAS E APROVEITAR AO MÁXIMO A LUZ DO SOL

ABRIR A GELADEIRA UMA ÚNICA VEZ E PEGAR TUDO O QUE PRECISA

DESLIGAR A TV, QUANDO SE AUSENTAR

DEIXAR O ALIMENTO ESFRIAR, ANTES DE GUARDÁ-LO NA GELADEIRA

JUNTAR MUITA ROUPA E LAVAR DE UMA SÓ VEZ

JUNTAR MUITAS PEÇAS DE ROUPA E PASSAR DE UMA SÓ VEZ

LIGAR O AR CONDICIONADO E FECHAR AS PORTAS E JANELAS

LIGAR A CHAVE DO CHUVEIRO NA POSIÇÃO VERÃO, NO CALOR 54

PINTAR PAREDES DE CORES CLARAS

PROCURAR NÃO FAZER HORA SOB O CHUVEIRO

Outras Atividades

Ensino Pré-Escolar

1. A partir da construção do Tema “Reutilização de Lixo Reciclável”, apresente as crianças os materiais que são reciclados, como papel, garrafas PET´s, vidro, entre outros e solicite aos pais que recolham lixo reciclável seco com a presença dos filhos. Com este material na escola, explore com seus alunos o impacto causado na natureza nos casos de descarte do material que pode ser reutilizado de forma imprópria. Após, sugira que os alunos confeccionem brinquedos pedagógicos com o material reciclável. Finalize o projeto com a exposição dos brinquedos para os pais.

Ensino Médio

1. Elabore um Projeto com os alunos sobre “Uso Abusivo de Equipamentos Eletrônicos por Crianças e Adolescentes”. Solicite aos mesmos que pesquisem sobre os danos causados à saúde física e mental em virtude do uso abusivo de tablets, celulares, vídeo-games e computadores e apresente seus trabalhos à turma para discussão em grande grupo. Aproveite para destacar a quantidade de energia que consome cada tipo de equipamento eletrônico, utilizando as referências apresentadas na tabela dos aparelhos.

2. Solicite aos alunos que tragam a conta de luz de suas residências e elabore exercícios de cunho matemático que vise a diminuição da conta de luz da família, ou seja, diminuição do consumo de energia pela família. Por exemplo, se uma determinada família tem o hábito de lavar a roupa na máquina diariamente, sua conta de luz estará mais elevada, porém, se a família passa a ligar a máquina de lavar roupa três vezes na semana, o consumo de energia vai cair. Faça uso da tabela de consumo de energia de acordo com o aparelho para estimular nos seus alunos o uso consciente dos mesmos.

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3. Incite seus alunos a pesquisarem sobre a construção de casas mais modernas no nosso país que são projetadas para receber energia solar em vários ambientes da residência impactando na diminuição significativamente do consumo de energia. Inove nas aulas de ciências, levando seus alunos para o ambiente externo da escola e faça a explanação da aula ao ar livre. Aproveite para debater sobre a economia de energia gerada quando mudamos hábitos.

Anexo 4.Sugestão de filmes para o debate do consumo consciente e ambiental

Para inserir o debate das questões ambientais nas escolas, os filmes podem ser um bom caminho inicial. Debater após o filme inserindo os conceitos de aquecimento global, mudanças climáticas e o que for conveniente de acordo com o professor que tratar o tema. Aqui sugerimos:

Ensino Médio: - A história das coisas www.youtube.com/watch?v=zlaiQwZ2Bto

- A história da água engarrafada http://www.youtube.com/watch?v=P-wRcf4Swms

- A história dos eletrônicos www.youtube.com/watch?v=BZzxU46DBd8

- O dia depois de amanhã

Data de lançamento: 2004

Diretor: Roland Emmerich

Sinopse: A Terra sofre alterações climáticas que modificam drasticamente a vida da humanidade. Com o norte se resfriando cada vez mais e passando por uma nova era glacial, milhões de sobreviventes rumam para o sul. Porém o paleoclimatologista Jack Hall (Dennis Quaid) segue o caminho inverso e parte para Nova York, já que acredita que seu filho Sam (Jake Gyllenhaal) ainda está vivo.

Ensino fundamental: - Avatar

Ano de lançamento: 2009

Diretor: James Cameron

Sinopse: Jake Sully (Sam Worthington) ficou paraplégico após um combate na Terra. Ele é selecionado para participar do programa Avatar em substituição ao seu irmão gêmeo, falecido. Jake viaja a Pandora, uma lua extraterrestre, onde encontra diversas e estranhas formas de vida. O local é também o lar dos Na’Vi, seres humanóides que, apesar de primitivos, possuem maior capacidade física que os humanos. Os Na’Vi têm três metros de altura, pele azulada e vivem em paz com a natureza de Pandora. Os humanos desejam explorar a lua, de forma a encontrar metais valiosos, o que faz com que os Na’Vi aperfeiçoem suas habilidades guerreiras. Como são incapazes de respirar o ar de Pandora, os humanos criam seres híbridos chamados de Avatar. Eles são controlados por seres humanos, através de uma tecnologia que permite que seus pensamentos sejam aplicados no corpo do Avatar. Desta forma Jake pode novamente voltar à ativa, com seu Avatar percorrendo as florestas de Pandora e liderando soldados. Até conhecer Neytiri (Zoe Saldana), uma feroz Na’Vi que conhece acidentalmente e que serve de tutora para sua ambientação na civilização alienígena.

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Ensino infantil: - Wall-E

Ano de lançamento: 2008

Diretor: Andrew Stanton

Sinopse: Após entulhar a Terra de lixo e poluir a atmosfera com gases tóxicos, a humanidade deixou o planeta e passou a viver em uma gigantesca nave. O plano era que o retiro durasse alguns poucos anos, com robôs sendo deixados para limpar o planeta. Wall-E é o último destes robôs, que se mantém em funcionamento graças ao auto-conserto de suas peças. Sua vida consiste em compactar o lixo existente no planeta, que forma torres maiores que arranha-céus, e colecionar objetos curiosos que encontra ao realizar seu trabalho. Até que um dia surge repentinamente uma nave, que traz um novo e moderno robô: Eva. A princípio curioso, Wall-E logo se apaixona pela recém-chegada.

- A Era do Gelo

Ano de lançamento: 2001

Diretor: Chris Wedge e Carlos Saldanha

Sinopse: O mamute Manny (Ray Romano/Diogo Vilela), o tigre de dente de sabre Diego (Dennis Leary/Márcio Garcia) e a preguiça-gigante Sid (John Leguizamo/Tadeu Melo) são amigos em uma época muito distante dos dias atuais e vivem suas vidas em meio a muito gelo. Até o dia em que eles encontram um menino esquimó totalmente sozinho, longe de seus pais, e decidem que precisam ajudá-lo a achar a sua família. Enquanto isso, o esquilo pré-histórico Scrat segue na sua saga para manter sua amada noz protegida de outros predadores.

Anexo 5.Questão energética e interdisciplinariedade:Sugestão para professores

Sugestão para professoresA escola pode desenvolver a semana da Energia, onde cada disciplina trabalhará temas que transversalizam a questão do consumo de energia elétrica. A título de sugestão, segue abaixo sugestões de temas curriculares de como cada disciplina pode intervir :

Física e Química: elétrica e pilhas.

Geografia: matriz energética mundial e brasileira

História: guerras e conflitos históricos por questões energéticas

Matemática: cálculo do consumo de energia elétrica doméstica

Português e Redação: desenvolvimento de dissertações críticas a partir do tema: “Corremos o risco de viver uma crise energética mundial? Como mobilizar as pessoas para a mudança do consumo de energia?”

Como vivenciar a educação? Através de espaços de aprendizagem que integram o ambiente físico, o desenvolvimento intelectual, a aprendizagem como competência essencial, as práticas cotidianas, o relacionamento social, a construção do conhecimento, a tecnologia, as relações de mediação, a autoconstrução e o desenvolvimento da afetividade. (Loures, 2009)

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Anotações Ficha técnica

RealizaçãoICDE – Instituto de Combate à Fraude e Defesa da Concorrência

ParceriaMinistério da Justiça/SENACON – Fundo dos Direitos Difusos

Coordenação Geral e AutoriaRodrigo Holtermann Lagreca

SupervisãoCaroline Garcia Pinto

Revisão Técnico-PedagógicaTatiana Passuello Ruffoni

Revisão TécnicaFabiana D’Auria

Administração e ProduçãoLuciana Garcia

Colaboração de ConteúdosMax Paulo Pereira, Aline Fiusa Cardoso, Helen Gonçalves Carvalho, Sâmia Pereira, Laís Pinto Carvalho

Design Gráfico e EditoraçõesAndré Lima Produção GráficaLuciana Garcia

Consultoria TécnicaEvolva Projetos & Tecnologia Ltda.

CONSELHO FEDERALGESTOR DO FUNDO DE DEFESA DE

DIREITOS DIFUSOS

MINISTÉRIO DA JUSTIÇASECRETARIA NACIONAL DO

CONSUMIDOR

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