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Deborah Elvezio Tavares Duarte CARCINOMA DE GLÂNDULAS APÓCRINAS RELATO DE CASO São Paulo 2009

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Page 1: CARCINOMA DE GLÂNDULAS APÓCRINAS RELATO …Deborah Elvezio Tavares Duarte CARCINOMA DE GLÂNDULAS APÓCRINAS RELATO DE CASO Trabalho apresentado para conclusão do curso de Medicina

Deborah Elvezio Tavares Duarte

CARCINOMA DE GLÂNDULAS APÓCRINAS

RELATO DE CASO

São Paulo

2009

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Faculdades Metropolitanas Unidas

Deborah Elvezio Tavares Duarte

CARCINOMA DE GLÂNDULAS APÓCRINAS

RELATO DE CASO

Trabalho apresentado para

conclusão do curso de Medicina

Veterinária do curso de Medicina

Veterinária-FMU sob orientação da

Profa Aline Machado De Zoppa

São Paulo

2009

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Deborah Elvezio Tavares Duarte

CARCINOMA DE GLÂNDULAS APÓCRINAS

RELATO DE CASO

Trabalho apresentado para

conclusão do curso de Medicina

Veterinária –FMU, sob orientação da

Prof. Aline Machado De Zoppa.

Defendido e aprovado em 17 de

dezembro de 2009, pela banca

examinadora constituída por:

Prof. Dr. Aline Machado De Zoppa

FMU- Orientadora

Prof. Dr. Thais Fernanda da S. Machado

FMU

M.V. Lilian Satie Kuwahara

Médica Veterinária- Residente FMU

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A minha avó que já não está

neste plano há algum tempo mais

que com certeza está sempre me

olhando e me regendo...

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Agradeço a todos aqueles que

estiveram nestes cinco anos de

curso me apoiando e me dando

forças sempre.Primeiramente meus

pais que são minha base, meu

tudo.Meu namorado que sempre que

precisei me ouviu, me acalmou e me

fez seguir em frente.Ao quarteto

fantástico que nunca me deixou

desanimar, que fez parte do meu dia

a dia. Meninas, a faculdade não iria

ser a mesma sem vocês.Professora

Aline, muito obrigada por tudo,

principalmente por ser minha

orientadora.Professor Jun, não tenho

nem como agradecer tudo o que

você fez por mim, muito mais muito

obrigada mesmo.

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Resumo

Relato de caso de um cão do sexo feminino de 12 anos que através de uma ultrassonografia apresentou uma neoplasia em fígado e foi submetida a uma laparotomia explotatoria. Na laparotomia foram colhidos fragmentos dos tumores e mandado para histopatológico, onde foi diagnosticado carcinoma de glândulas apócrinas. Glândulas apócrinas são classificadas como glândulas merócrinas onde seu produto de secreção é liberado através da membrana por intermédios de vacúolos, sem a perda do citoplasma. São encontradas na pele, mama e pálpebra. Secretam gotículas de gordura no leite e ajuda na formação do cerúmen nos ouvidos. Na pele e na pálpebra funcionam como glândula sudorípara.

Palavras-chave: Carcinoma. Glândulas apócrinas. Metástase abdominal.

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Abstract

Case report of a female dog of 12 years that showed through an ultrasound showed a tumor in the liver and underwent a laparotomy exploratory surgery. At laparotomy were collected fragments of tumors and sent to histopathology, where was diagnosed a carcinoma of the apocrine glands. Apocrine glands are classified as merócrinas where your product secretion is released through the membrane by intermediate vacuoles, without loss of cytoplasm. They are found in the skin, breast and eyelid. Secrete fat droplets in milk and helps in the formation of cerumen in the ears. The skin and eyelid function as sweat gland.

Keywords: Carcinoma. Apocrine glands. Abdominal metastasis.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.....................................................................................................23

Figura 2.....................................................................................................23

Figura 3.....................................................................................................24

Figura 4.....................................................................................................24

Figura 5.....................................................................................................25

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Sumário

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................9

2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO TUMOR......................................10

2.1 AUMENTO DE VOLUME ABDOMINAL..........................................10

2.2 MASSA FIRME NA PALPAÇÃO.....................................................11

2.3 PERDA DE PESO...........................................................................11

2.4 DOR, CALOR E RUBOR................................................................11

2.5 SÍNDROME PARANEOPLASICA...................................................12

3 DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS.....................................................13

4 MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO.........................................................14

4.1 EXAMES LABORATÓRIAIS...........................................................14

4.1.1 Hemograma................................................................................14

4.1.2 Plaquetas....................................................................................15

4.1.3 Creatinina....................................................................................15

4.1.4 Albumina.....................................................................................16

4.2 RADIOGRAFIA...............................................................................16

4.3 ULTRASSONOGRAFIA (US)..........................................................17

4.4 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC)..................................17

4.5 CITOLOGIA ASPIRATIVA..............................................................18

4.6 HISTOPATOLOGIA........................................................................18

5 TRATAMENTO..................................................................................19

5.1 TRATAMENTO PALIATIVO............................................................19

5.2 TRATAMENTO CURATIVO............................................................19

6 RELATO DE CASO...........................................................................22

7 CONCLUSÃO....................................................................................27

REFERÊNCIAS.....................................................................................28

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1 INTRODUÇÃO

Carcinoma é uma neoplasia maligna epitelial ou glandular, que tende a invadir

tecidos circundantes, originando metástases.

Os carcinomas de glândulas sudoríparas acometem preferencialmente cães

idosos, com maior incidência entre 8 e 12 anos de idade, apesar de já terem sido

descritos em animais com dois anos de idade. Não se observou predileção sexual

para essa neoplasia (DALECK; DE NARDI; RODASKI, 2009).

Os tumores de glândula sudorípara são lesões raras dos anexos cutâneos

(MIYAMOTO T., 2009). São classificados conforme a origem do tipo de célula da

glândula sudorípara em écrinos e apócrinos. Tanto tumores benignos como

malignos podem ser encontrados nesses dois tipos de glândulas sudoríparas.

Dentre os tumores malignos, os carcinomas ductais apócrinos cutâneos (CDACs)

são muito raros (1-2). Os CDACs ocorrem com mais freqüência na região da axila,

na qual existe maior concentração de glândulas apócrinas (1-3), mas também

podem acometer esporadicamente outras áreas, tais como região anogenital,

mamilos, couro cabeludo, face, tronco, extremidades, pulsos, ponta dos dedos e

lábios (3). É difícil estabelecer a conduta para estes tumores já que são raros.

Existem poucos artigos referentes ao tratamento desses tumores e a maioria aborda

os aspectos patológicos, e não os clínicos (COSTA; HENRIQUES; HORTA, 2008).

Na forma difusa, o carcinoma se caracteriza por invadir os linfáticos da derme

e apresentar recorrência local após excisão cirúrgica. As metástases podem ocorrer

nos linfonodos linfáticos e nos pulmões (DALECK; DE NARDI; RODASKI, 2009).

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2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO TUMOR

Podemos observar como manifestações: aumento de volume abdominal,

presença de líquido livre abdominal, a palpação presença de uma massa firme,

perda de peso, anorexia ou hiporexia, emese ou hematêmese, hematúria, melena ou

hematoquesia, dor, calor e rubor no local da neoplasia.

2.1 AUMENTO DE VOLUME ABDOMINAL

À percussão, presença de líquido livre abdominal (ascite). Ascite refere-se ao

acúmulo de líquido seroso contido na cavidade peritoneal, sendo ampla esta

definição, pois engloba o acúmulo de bile, quilo, urina e sangue, além dos líquidos

exsudativos e transudativos. A distensão abdominal pode ser intermitente ou

persistente e assintomática ou dolorosa. O peritônio protege a cavidade peritoneal

ao isolar as áreas de inflamação, e permite a absorção, exsudação ou transudação

de líquidos. Comumente a cavidade peritoneal contém pouco líquido, sendo

considerada patológica a presença de líquido livre na cavidade abdominal (LEITE,

2006).

A ascite é sinal secundário de moléstia e não a causa primária da afecção.

Conseqüentemente, a abordagem correta do paciente com líquido ascítico consiste

em determinar a natureza do problema primário como a hipertensão portal,

hipoproteinemia, estados de retenção de sódio e água, coagulopatias, traumatismos,

neoplasias e drenagem linfática obstrutiva ou traumática entre outras, sendo que a

produção do líquido ascítico é conseqüência de estase venosa e, portanto, da

hipertensão venosa (LEITE, 2006).

Também podem causar ascite: erliquiose, cirrose hepática, insuficiência

cardíaca do lado direito, leishmaniose, trombose da veia hepática.

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2.2 MASSA FIRME NA PALPAÇÃO

À palpação pode-se sentir uma massa firme possivelmente pela presença de

uma massa tumoral localizada em algum órgão da cavidade abdominal.

2.3 PERDA DE PESO

As neoplasias normalmente fazem com que o animal perca peso

progressivamente. Outras moléstias que também causam perda de peso são:

gastrites medicamentosas ou de alimentar, erliquiose, leishmaniose, cardiomiopatia

dilatada, insuficiência renal crônica ou aguda, diabetes mellitus.

A anorexia ou hiporexia, emese ou hematoêmese, hematúria, melena ou

hematoquesia também são fatores que geram a perda de peso, elas podem estar

sendo causadas pelo incomodo que o tumor está causando no animal e pelo seu

crescimento que pode estar comprimindo alguns órgãos.

2.4 DOR, CALOR E RUBOR

Ocorre no local da neoplasia decorrente de uma inflamação.

Quando ocorre lesão do tecido, seja causada por bactérias, traumas,

substâncias químicas, calor, ou qualquer outro mecanismo, uma substância, a

histamina, juntamente com outras substâncias humorais, é liberada pelo tecido

lesado nos fluidos circundantes. Isto faz com que ocorra aumento local de fluxo

sanguíneo e também aumenta a permeabilidade dos capilares, permitindo que

grandes quantidade de fluido extracelular e linfático coagulam, tendo em vista o

efeito coagulador dos exsudatos dos tecidos sobre uma das proteínas sanguínea

que saiu dos vasos, o fibrinogênio. Assim, desenvolvem-se um edema duro nos

espaços que cercam células lesada (GUYTON, 1978).

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2.5 SÍNDROME PARANEOPLASICA

São de diversos tipos e estão associadas às ações não invasivas do tumor.

Elas geralmente são o primeiro sinal de malignidade ou podem ser a característica

de certo tipo tumoral. Infelizmente algumas síndromes paraneoplasicas podem ser

tão severas que o seu tratamento deve ser priorizado antes que seja instituída uma

terapia apropriada ao tumor. As principais síndromes paraneoplasicas encontradas

nos animais com neoplasias podem ser divididas nas seguintes manifestações:

gastrintestinais (caquexia e ulceração gastroduodenal), endocrinológicas

(hipercalcemia e hipoglicemia), hematológicas (hipergamaglobulinemia, anemia,

eritrocitose, leucocitose neutrofílica e trombocitopenia), cutâneas (alopecia, eritema

e dermatofibrose nodular), neurológicas (miastenia graves e neuropatia periférica),

renais ( glomerulonefropatias) e outras manifestçãoes variadas (osteopatia

hipertrófica e febre). Um freqüente e importante efeito sistêmico da neoplasia em

animais é uma profunda má nutrição e perda de massa corpórea. A incidência da

caquexia do câncer na oncologia veterinária é desconhecida; entretanto, alguns

autores têm sugerido que ela é potencialmente um problema mais significativo em

cães que nos humanos. A viscosidade plasmática pode ser aumentada tanto por

componentes solúveis ou celulares, podendo ocorrer em pacientes com policitemia

ou com aumento na concetração das proteínas séricas. Depressão severa do SNC,

manifestada por demência, ataxia e coma pode ser vista em pacientes com

síndrome de hiperviscosidade. Isso é causado por hipóxia cerebral induzida pela

diminuição da perfusão cérebro – vascular. Essa síndrome também é associada a

anormalidades oculares (RAMOS, 2008).

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3 DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

Anorexia ou hiporexia: fatores psicológicos (stress ou alteração alimentar) é

importante verificar se o animal mostra interesse pela comida, ou seja, se tenta a

ingestão; lesões oronasais (fraturas, tumores, doença dental), retrobulbares

(abscessos, celulite, tumores), inflamação dos músculos da mastigação ou nervo

trigêmio (que comanda os músculos da mastigação) tentam a preensão do alimento,

mas não conseguem degluti-lo ou são incapazes de ingerir quantidades suficientes

de alimento; doenças sistêmicas recusam o alimento por razões variadas consoante

a enfermidade em causa. Assim, febre, dor, náusea, desconforto abdominal, tosse

ou mesmo dificuldade respiratória podem justificar a diminuição ou perda de apetite.

Emese ou hematoêmese: Presença de corpos estranhos também causam

este mesmo sintoma; intoxicações, gastrites medicamentosas e alimentares.

Hematoêmese: toxoplasmose, hemorragias digestivas, erliquiose, úlcera

gástrica, parasitoses.

Hematúria: presença de sangue na urina pode ser visto há olho nu ou apenas

microscopicamente, a coloração pode ser vermelho sangue vivo ou cor de “coca-

cola” essa manifestação pode ocorrer decorrente de uma neoplasia em vesícula

urinária. Porém precisa de um diagnóstico diferencial para bebesiose, erliquiose,

leptospirose, urolitíases.

Melena (sangue digerido) e hematoquesia (sangue vivo): pode ser decorrente

de uma trombocitopenia que é a redução do número de plaquetas no sangue. Porém

essa manifestação também se dá por outros motivos como, erliquiose, parasitas

intestinais, intoxicações, tumores gástricos, presença de corpo estranho,

mastocitomas,linfossarcomas, leptospirose.

hematoquesia(sangue vivo);

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4 MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO

Para o diagnóstico definitivo são usados métodos que envolvem uma

combinação de anamnese, exame físico, exames laboratoriais como hemograma,

plaquetas, creatinina, albumina e métodos de diagnósticos por imagem.

4.1 EXAMES LABORATORIAIS

4.1.1 Hemograma

O hemograma é constituído pelas informações quantitativas (número total de

células, contagem diferencial, índices hematimétricos) e qualitativas (morfologia do

esfregaço sanguíneo). Uma interpretação adequada depende de ambos (REBAR,

2003). O exame é realizado com o sangue periférico colhido com anticoagulante,

com o objetivo de obterem-se informações a cerca do que está se passando no

organismo do animal no momento da colheita. É composto de duas partes: o

Eritrograma e o Leucograma (LOPES & CUNHA, 2002).

Compreendem-se no eritrograma o número total de hemácias, a concentração

de hemoglobina, volume globular e proteínas plasmáticas (LOPES; CUNHA, 2002).

Compreende-se no leucograma a contagem total de leucócitos e contagem

diferencial de leucócitos (KERR, 2003).

O leucograma raramente é patognomônico em determinada moléstia,

entretanto as informações obtidas podem ser úteis na elaboração de diagnóstico

diferencial, na avaliação da gravidade da doença e o fornecimento do prognóstico

(LATIMER; MEYER, 1992).

Na retroalimentação celular o número e a morfologia dos leucócitos

sanguíneos permanecem relativamente constantes. Na enfermidade, entretanto,

tanto o número quanto a morfologia dos leucócitos podem alterar dramaticamente

(LATIMER; MEYER, 1992).

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Segundo Latimer & Meyer (1992), os leucócitos participam na defesa do

hospedeiro contra os patógenos e na vigilância e remoção dos antígenos não-

próprios. São formados em parte, na medula óssea (os granulócitos, monócitos e

alguns linfócitos) e, no tecido linfóide. Após sua formação, são transportados pelo

sangue para diferentes partes do corpo onde serão utilizados

Os neutrófilos são completamente diferenciados e incapazes de dividir-se.

São particularmente atraídos até os focos de infecção, chegando rapidamente

nessas áreas (RINGLER, 1997). Quando há uma súbita demanda de neutrófilos,

ocorre a mobilização do compartimento da medula óssea, que pode corrigir a

neutropenia em algumas horas, enquanto necessidades em longo prazo estimulam

maior diferenciação das células precursoras em neutrófilos. Estas células levam de

quatro a seis dias para maturar e não há como acelerar o processo (KERR, 2003).

4.1.2 Plaquetas

São fundamentais no mecanismo de hemóstase e na coagulação do sangue.

As plaquetas não são células mas sim fragmentos de células especiais nativas da

medula óssea, libertados na circulação.

Uma diminuição acentuada de plaquetas leva a uma trombocitopenia que

pode causar hemorragia.

4.1.3 Creatinina

Exame realizado para avaliação da função renal. Quando está acima do

normal o rim não exerce mais sua função com eficiência, causa uma lesão renal que

leva a uma insuficiência aguda ou crônica.

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4.1.4 Albumina

Principal proteína do plasma sanguíneo, é sintetizada no fígado, pelos

hepatócitos. É fundamental para a manutenção da pressão osmótica, necessária

para a distribuição correta dos líquidos corporais entre o compartimento

intravascular e o extravascular, localizado entre os tecidos. A membrana basal do

glomérulo renal, permite a filtração glomerular da albumina, mas isso em quantidade

mínima não chegando fazer parte da urina, devido estas albuminas acaberem sendo

reabsorvida pelos túbulos contorcidos proximaais dos néfrons (WIKIPÉDIA).

4.2 RADIOGRAFIA

Um exame radiográfico (RX) de tórax é feito para avaliar campos pulmonares

para pesquisa de metástase pulmonar (SLATTER,1998).

As metástases pulmonares estão presentes em 30% de todos os tumores

malignos. A maioria das lesões metastáticas pulmonares são lesões nodulares

múltiplas com diâmetros que variam entre 3 mm e 6 cm. Disseminação linfática

pulmonar com aumento das imagens broncovasculares, que se tornam mal

definidades e irregulares. É freqüente o aparecimento da linha Tipo B de Kerley, por

comprometimento linfático septal. Os gânglios mediastinais e hílares estão

freqüentemente comprometidos, levando a um aumento da densidade hilar e/ou

alargamento mediastinal (GOMES, 1997)

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4.3 ULTRASSONOGRAFIA (US)

Avalia a morfologia dos órgãos podendo assim detectar alterações(LOPES,

FERRAZ, 2005). Estudo dinâmico e bem detalhado numa vasta área da superfície

corporal.

Na área extra abdominal, o método permite um estudo adequado das partes

moles, espaços articulares, mama, tireóide e testículos. Na sua atuação em estudo

intra abdominal de vísceras não ocas é que o ultrassom mostra seu melhor

desempenho. E, não raramente é o único método a definir pequenas lesões intra-

hepáticas(GOMES, 1997)

Podendo ainda ressaltar que é um bom método de detecção da origem do

processo neoplásico abdominal, e que embora não sendo específico o achado

auxilia na determinação da malignidade do processo. (FROES, 2004).

4.4 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC)

Complementa a US na visualização da lesão e a relação da formação com o

tecido acometido (LOPES, FERRAZ, 2005).

Permite a reconstrução do órgão a ser estudado em múltiplas projeções, num

mesmo plano de corte, baseando-se na diferença das densidades básicas do ar,

líquido, de partes moles e gordura(GOMES, 1997)

Normalmente utilizada para diagnosticar, localizar, quantificar (tamanho,

número), estadiar (se há invasão locorregional, acometimento secundário de outros

órgãos, de linfonodos), acompanhar tratamentos ( clínicos ou cirúrgicos) e orientar

em punções percutâneas (GOMES, 1997).

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4.5 CITOLOGIA ASPIRATIVA

A interpretação citológica dos aspirados obtidos por agulha fina pode não

fornecer diagnóstico definitivo, mas pode promover a discriminação entre processo

benigno e maligno (SLATTER, 1998).

Os critérios citológicos para neoplasia são predominância de grandes células

monomórficas de diversos diâmetros, e o reconhecimento de que estas células são

ectópicas, com relação ao tecido de origem. Os aspectos nucleares característicos

de neoplasia são: relação nuclear/citoplasmática elevada, mas variável e a

variabilidade no diâmetro, forma e quantidade de núcleos. Com freqüência, os

núcleos das células malignas contem vários nucléolos evidentes, figuras mitóticas

anormais, e padrões de cromatina irregulares ou grosseiros (SLATTER, 1998).

Para a citologia ser considerada bem sucedida alguns pontos são importantes

tais como: obtenção de uma amostra representativa, aplicada adequadamente a

lâmina, coloração apropriada e a observação em um microscópio de qualidade

(SLATTER, 1998).

4.6 HISTOPATOLOGIA

Para o fechamento do diagnóstico é feito um exame histopatológico pode ser

da formação por completo ou apenas de um pequeno fragmento (SLATTER, 1998).

Os critérios celulares histopatológicos para neoplasia são similares aos

critérios utilizados na avaliação citológica; contudo, a histopatologia permite o exame

da arquitetura de padrão de crescimento (invasibilidade) da neoplasia.

Além de proporcionar o diagnóstico, com freqüência o exame histopatológico

pode ser utilizado de modo a proporcionar importantes informações prognósticas. O

grau histopatológico de um tumor pode prever o comportamento clinico. O

conhecimento do comportamento biológico do tumor, juntamente com a

apresentação de amostra de alta qualidade, constituem a abordagem mais

proveitosa para a determinação da necessidade, ou não, de terapias adicionais

(SLATTER, 1998).

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5 TRATAMENTO

5.1 TRATAMENTO PALIATIVO

Visa minorar o sofrimento do animal, quando não perspectiva de cura. Visa

aliviar a dor, corrigir disfunções que comprometam a qualidade de vida do animal.

Pode envolver também cirurgias, no caso de obstruções de qualquer natureza ou

dor intensa. A eutanásia é recomendada nos casos em que o tratamento paliativo

não consegue minimizar o sofrimento do animal e este tem a sua qualidade de vida

comprometida.

5.2 TRATAMENTO CURATIVO

O tratamento curativo pode envolver cirurgia, onde é realizada a exérese da

formação. Porem em casos onde o animal já tenha metástases, não é indicado, pois

irá alimentar ainda mais os tumores.

A cirurgia, quando possível é o melhor tratamento e oferece maior índice de

cura. Esta deve, não só remover a neoplasia maligna, mas também o tecido

aparentemente são em volta deste, inclusive os gânglios linfáticos próximos à lesão.

Uma ampla margem de tecido normal deve ser excisada, para que fique

assegurada a total remoção da neoplasia. O bisturi deve passar apenas através de

tecidos normais em todos os lados do tumor. Margens de tecido normal de pelo

menos 1 cm devem bastar para todas as neoplasias, exceto as mais intensamente

malignas (SLATTER, 1998)

Podem ser realizados protocolos quimioterápicos, para regredir as formações

e dar uma qualidade de vida melhor para o animal ou matar as células neoplásicas

circundantes para evitar desenvolvimento de metástases.

Protocolo de quimioterapia é o termo empregado para definir as propostas de

tratamento que combinam diferentes medicamentos, com doses e datas de

administração programadas. Os protocolos apresentam resultados semelhantes

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quando aplicados em diferentes centros de tratamento no mundo todo, sendo

possível estimar sua eficácia terapêutica e os prováveis efeitos colaterais antes de

iniciar o tratamento. Um protocolo estabelece os medicamentos a serem utilizados,

determina suas doses em função do peso ou da superfície corpórea do paciente

(calculada com base no peso) e propõe as datas para sua administração. A

recuperação do organismo do paciente é também estimada pelo protocolo, que

prevê um período livre de tratamento antes do início de cada novo ciclo de

quimioterapia ( SLATTER, 1998).

Pode-se também combinar a quimioterapia junto com a exérese do tumor.

Esse tratamento pode ser feito com medicações orais ou injetáveis e necessitam de

muito cuidado(BACARAT; FERNANDES Jr; SILVA, 2000). Sempre antes de uma

sessão de quimioterapia é feito um leucograma para ver as células de defesa do

animal e seu sistema imunológico caso os valores estejam baixos não é aplicado a

quimioterapia.

A quimioterapia pode ser feita com antibióticos antracíclicos, eles provém

principalmente de fungos, a doxorrubicina e a mitoxantrona são um exemplo desses

quimioterápicos. Eles possuem grande ação contra neoplasias hematológicas

(GOMES, 1997).

Doxorrubicina: É administrada lentamente através de linha intravenosa de

fluxo livre. O extravasamento provoca sério esfacelamento tecidual (SLATTER,

1998).

Deste grupo é a droga que causa mais efeitos deletérios sobre o coração.

Existe o risco de desenvolvimento de miocardiopatia tardia induzida pelo uso da

doxorrubicina(BACARAT, 2000).

Com relação ao mecanismo patogênico da doxorrubicina, parece que a

maneira com que ela causa prejuízo aos miócitos é diferente da qual age nas células

tumorais (BACARAT, 2000)

Mitoxantrona: É uma antroquinona com estrutura semelhante à antraciclina. É

menos tóxica, sendo necessária dose equivalente a 800mg/m2 para causar efeitos

semelhantes ao limite de 550mg/m2 da doxorrubicina. Os fatores de aumento de

risco do uso da droga também são os mesmos da doxorrubicina (BACARAT, 2000).

Em um relato de caso de um cão com carcinoma apócrino foi descrito o

tratamento bem sucedido, utilizando mitoxantrona seletivo conduzido dentro das

células do tumor através da eletroquimioterapia. O animal apresentou redução do

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tumor já na primeira sessão e teve remissão completa em sua quarta sessão. Não

foi detectada toxicidade sistêmica e nem local durante todo o curso da terapia. A

eletroquimioterapia é uma terapia segura e eficaz para carcinoma metastático e

merece uma investigação mais aprofundada (SPUGNINI, 2008).

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6 RELATO DE CASO

No dia vinte e dois de setembro de dois mil e nove, o animal deu entrada no

Hospital Veterinário da FMU (HOVET). Animal de nome Lessie, do sexo feminino, de

12 anos de idade e pesando 10,6kg (dez vírgula seis quilos). Com queixa principal

de aumento de volume abdominal agudo com evolução de um mês, proprietária

refere que levou animal em uma clinica veterinária que indicou a realização de uma

ultrassonografia abdominal.

O laudo da ultrassonografia abdominal mostrou presença de acentuada

coleção de líquido livre de aspecto anecogênico de alta celularidade em cavidade

abdominal, alterando topografia e ecogenicidade dos órgãos abdominais- derrame

abdominal a esclarecer. Fígado apresentava dimensões aumentadas, contornos

regulares, ecotextura homogênea, porém em íntimo contato com lobo hepático

esquerdo observou-se formação, medindo aproximadamente 8,20cm x 6,80cm,

composta por parte parenquimatosa e cavitária, sendo predominantemente cavitária

(a maior área cavitária mediu aproximadamente 5,00cm x 5,90cm)- formação

hepática a esclarecer. Demais estruturas e órgãos sem alterações. Análise

Citológica de líquido peritoneal sugere líquido hemorrágico inflamatório crônico.

O animal apresentava incontinência urinária há aproximadamente 15 dias,

porém com coloração e odor normais. Normorexia, normodipsia, normoquezia.

Nega episódios de emese. Animal inteiro, porém não sabe informar quando

apresentou o ultimo cio. Relatava que animal apresentava cansaço fácil, na

auscultação as bulhas cardíacas se encontravam hipofonéticas regulares e com

sopro grau II. À palpação abdominal percebeu-se distenção abdominal por conteúdo

líquido aparentemente à percurssão, moderada distrição respiratória devido ao

desconforto abdominal.

Foi realizado um Raio-X de tórax para pesquisa de metástase, porém não foi

identificado nenhuma anormalidade e nenhuma evidência digna de nota. No

hemograma todos os resultados deram dentro do padrão permitido. Animal foi

submetido a uma laparotomia exploratória.

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No dia marcado, animal entrou em cirurgia foi feita uma pré-anestesia com

acepromazina e morfina e os anestésicos de escolha foram feitos inalatórios com

isoflurano e epidural com lidocaína. Feita incisão na linha alba, acesso à cavidade

abdominal, grande quantidade de liquido abdominal sero sanguinolento.

Visualização nodular e cística no lobo hepático esquerdo, vesícula urinária,

diafragma, peritônio parietal, vesícula urinária, útero e pâncreas. Coletado fragmento

para histopatológico de fígado, vesícula urinária e diafragma. Prescritas

medicações pós operatórias antibiótico, antiinflamatório e analgésicos.

Figura 1:Cavidade abdominal com a presença de liquido

livre, visualização da formação em fígado.

Figura 2: Diafragma totalmente comprometido.

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Figura 3: Presença de nódulos neoplásicos em vesícula

urinária.

Figura 4: Pâncreas totalmente aderido em decorrência da

neoplasia.

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Animal retornou ao HOVET alguns dias depois, para o pós-operatório.

Proprietária referiu hiporexia, normodipsia, normoquezia, e urina normal quanto a

coloração, quantidade e freqüência. Negou episódios emese e estava administrando

as medicações que foram prescritas. Ferida cirúrgica se encontrava com pontos

íntegros, drenando pequena quantidade de seroma, foi feita limpeza com solução

fisiologia 0,9%, mais clorexidine e troca de curativo. Após quinze dias retornou, para

reavaliação. Proprietária referiu que animal teve episódios de emese. Continuava

com hiporexia, normodipsia, normoquezia, urina normal quanto a coloração,

freqüência e odor. Ferida cirúrgica estava totalmente cicatrizada, foi feita a retirada

total dos pontos.

Laudo do histopatológico revelou que os fragmentos colhidos durante a

laparotomia exploratória eram metástases intracavitárias de carcinoma de glândula

apócrina.

Com o laudo do histopatológico vimos que se trata de um carcinoma, que é

uma neoplasia de caráter maligno. Foi conversado com a proprietária sobre um

possível tratamento quimioterápico a principio o protocolo de escolha foi

doxorrubicina. Porém a proprietária por motivos financeiros e por saber que animal

não teria uma boa resposta por já estar com metástase preferiu manter qualidade de

Figura 5: Nódulos císticos na neoplasia presente no fígado.

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vida sem o tratamento quimioterápico. Foi dada alta ao animal porém se fosse

necessário retornaria ao HOVET.

Quinze dias após a alta cirúrgica animal retornou, com quadros de emese,

anorexia. Proprietária relatava emese de cor amarelada e um episódio de

hematêmese. Animal estava muito prostrado. Abdômen muito tenso e dilatado,

aumento de linfonodo sub mandibular direito. Perda de peso sete quilos e trezenta

gramas. Foi feito um tratamento de suporte com soro subcutâneo, medicações anti-

eméticas e analgésicos. Esse tratamento suporte foi feito por alguns dias, e sem

haver melhora do quadro animal veio a óbito.

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7 CONCLUSÃO

O carcinoma de glândula apócrina é considerada uma neoplasia rara,

maligna, que tem grades possibilidades de gerar metástases.

No animal descrito o diagnóstico foi dado através de fragmentos retirados do

fígado, diafragma e vesícula urinária estes, foram avaliados histopatologicamente,

onde foi descrito que se tratava de metástases intracavitárias. Não foi possível

determinar a origem das células neoplásicas porque as mesmas tinham pouca

diferenciação, as suposições, entretanto, recaem sobre neoplasias de ovário ou rim.

Está confirmação só é possível através de um exame imuno-histoquímico. Pela

pesquisa que eu fiz é mais provável que se trata de uma neoplasia de ovário, pois,

estes secretam glândulas mistas que são tanto endócrinas como exócrinas já os rins

secretam glândulas supra renais que são apenas endócrinas, como as glândulas

apócrinas secretam substâncias exócrinas é mais provável que se trate de uma

neoplasia de ovário.

As metástases podem ter ocorrido através da infiltração, embolização ou

disseminação dos oncócitos, segregação, sobrevivência e proliferação.

O tratamento de escolha neste caso seria apenas manter a qualidade de vida

do animal.

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