cantoria de viola

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  • "Ante-ontem, minha gente Fui juiz numa funo De violeiros do Nordeste Cantando em competio Ou puxando uma sextilha Ou uma oitava em quadro Quer a rima fosse em inha Quer a rima fosse em o, Caram rimas do cu, Saltavam rimas do cho.

    Tudo muito bem medido No galope do serto. Sa dali convencido Que no sou poeta, no; Que poeta quem inventa Em boa improvisao, Como faz qualquer violeiro Bom cantador do serto, A todos os quais, humilde, Mando a minha saldao".

    Estas dcimas foram compostas por um dos maiores poetas eruditos da lngua portuguesa de todos os tempos -Manuel Bandeira- para exaltar um dos gneros potico-musicais folclricos mais importantes do Nordeste do Brasil- A Cantoria de Viola.

    A emoo que esse tipo de expresso cultural causou ao poeta maior, tambm chega a sensibilizar o poeta popular, quando reconhece ter produzido um repente que considera obra-prima, que tenha causado admirao a um auditrio lotado. Agradecido pelas ovaes recebidas, o poeta credita viola a inspirao recebida, e acarinha seu instrumento companheiro, com versos como estes de Dimas Batista Patriota:

    "Velha viola de pinho, companheiraDe minh' alma, constante e enternecida,

    Foste tu a intrprete primeiraDa primeira iluso da minha vida" (1)

    Dentre as variadas formas dos cantares folclricos nordestinos, a Cantoria de Viola desponta como uma dessas formas de expresso potica que emociona e traduz de forma definidora o gosto, a vida e a alma dos nordestinos.

    Seus cantos so feitos de repente, de improviso, e isso d a essa forma musical o carter de canto mgico, importante, s acessvel para os eleitos, ou para os bem-nascidos musicalmente. Homens que no precisaram entrar em escolas de msica para aprender essa arte/cincia. Seres talhados para dizer musicalmente e em versos que variam dos mais simples aos mais bem elaborados em estrutura formal, aquilo que, com dificuldades, dizemos em prosa.

    Essa arte, de bases to nordestinas, to nacionalistas, tem suas razes na Idade Mdia, embora no esqueamos que na Antiguidade j existiam formas de desafios entre os gregos da Era Clssica.

    D a P e n n s u l a I b r i c a , n a e r a d o s descobrimentos, veio a informao potico-musical que se aclimatou bem no Nordeste, e por toda parte as sextilhas, as gemedeiras, os martelos, os galopes, os desafios, marcam profundamente a presena desses msicos maravilhosos porque simples, puros, eleitos para traduzir essa arte singular, o canto com cheiro de gente, o canto de bases e razes to nossas, o canto para a denncia do que est estabelecido de forma no conveniente; o canto para a libertao.

    Discorrendo sobre a figura do cantador nor-destino e fazendo possveis ligaes comparati-vas atravs de fatos semelhantes em diversos quadrantes do universo, Cmara Cascudo asse-

    Cantoria de Viola: Expresso de alegria

    e esperana do povo nordestinoProf. JOSE MARIA TENORIO ROCHA

    7

  • vera ser o cantador um "descendente do Aedo da Grcia, do rapsodo ambulante dos Helenos, do Gleeman anglo-saxo, dos Moganis e Metris rabes, do vellica da ndia, dos Runias da Finlndia, dos bardos armoricanos, dos escaldos da Escandinvia, dos menestris, trovadores, mes-tres-cantadores da Idade Mdia. Canta ele, como h sculos, a histria da regio e a gesta rude do homem. a epea grega, o barditus germano, a gesta franca, a estria portuguesa, a xcara re-cordadora". (2)

    A VIOLA

    Em importante pesquisa, onde a observao participante foi o elemento decisivo, Roberto Nunes Correia traou um roteiro que passa a ser um guia seguro para entendermos a trajetria da viola atravs de dez sculos de Histria. Deixemos que o pesquisador demonstre essa viagem.

    "No incio do sculo VIII, os rabes invadiram a Pennsula Ibrica e muito provavelmente introduziram nessa regio um instrumento bastante difundido entre eles, o alade. No contato com o povo ibrico, este instrumento sofreu vrias modificaes e mais tarde recebeu o nome de "Vi-huela", que teve no sculo XVI sua grande fase".

    "Nesta poca encontramos a vihuela de 6 ordens de cordas usadas pelos msicos, e a vihuela de 4 ordens de cordas, tambm chamada de "guitarra" usada pelo povo".

    "Como vemos, a guitarra era a mesma vihuela sem a sexta e a primeira (prima) cordas. interessante notar que estes instrumentos s possuam 10 trastes, o que ocorria tambm na "viola meia regra" encontrada no nosso serto".

    "Na segunda metade do sculo XVI, a guitarra substituiu progressivamente a vihuela e, com a adio de uma quinta corda (adicionando-se a prima da vihuela a guitarra), o instrumento adquiriu uma categoria artstica bem maior. Essa guitarra dotada de uma quinta corda teve tanto xito, que os guitarristas de todos os pases a adotaram e a denominaram "guitarra espanhola".

    "Em 1586, a guitarra j contava definitivamente com 5 ordens de cordas. A exceo da prima, que era simples, a segunda e a terceira ordens afinadas em unssono, e a quarta e quinta em oitavas (...)".

    "Em Portugal, este instrumento, dotado de mais 1 corda (prima), adquiriu o nome de "viola", passando a ter 5 cordas duplas (...) No sculo XVII, o nmero de cordas aumentou para 12, com a adio, de 2 bordes, conservadas as ordens j existentes (...). No sculo XVIII, a transformao da guitarra espanhola em sua forma atual de cordas singelas (com o acrscimo do Ml grave) fez surgir em lngua portuguesa a designao de

    violo para o instrumento que em espanhol continuou sendo chamado de guitarra". (3)

    Em comentrios tcnicos sobre o som desse instrumento, o etnomusiclogo nordestino Antonio Jos Madureira assim se expressou:

    "Pelo fato de suas cordas serem de ao e ordenadas em pares, seu som nos lembra o cravo, antigo instrumento europeu. Acredito, porm, que sua expressividade seja maior, pois a viola permite o PORTAMENTO e o VIBRATO".

    "Ao contrrio do que acontece com a viola paulista e a mineira, a afinao da viola nordestina no varia. A relao entre suas cordas asse melha-se do violo, com algumas particularidades: a cantador afina a viola de um ponto a dois acima do diapaso normal, facilitando assim a tonalidade em que canta; e o primeiro par afinado uma oitava abaixo. Raras vezes esse primeiro par usado, mas essa afinao tradicional mantida". (4)

    Em relao afinao da viola nordestina, Orlando Tejo informa que os cantadores que se acompanham de viola de 10 cordas ou 5 duplas preferem a afinao em MI-SI-SOL-R-L e os que tocam com violas de 12 cordas ou 6 duplas, MI-L-R-SOL-SI-MI, permitindo ao instrumento ter uma maior sonoridade.(5) A musicloga paulista Oneyda Alvarenga concorda com o segundo informe e acrescenta um dado: a afinao em LA-R-SOL-SI-MI. (6)

    No incio de qualquer cantoria ou no intervalo entre uma estrofe cantada e outra, os cantadores tocam um trecho musical instrumental a que chamam de "baio de viola" ou "ponteado". Esse ponteado que d ao instrumento caractersticas de solista, , segundo Rossini Tavares de Lima, "uma verdadeira dedilhao", onde o tocador fere as cordas com 1 s dedo, dando resultado meldico ou polifnico". (7)

    Em comentrio sobre o papel da msica na cantoria de viola, informa a musicloga Dulce Martins Lamas que "na cantoria, a msica tem um papel secundrio, simplemente reala o ritmo potico, vez que o cantador tem como principal objetivo (...) mostrar sua capacidade inventiva, sua presena de esprito, sua habilidade de criao potica.

    "O importante a significao do texto rimado, quer seja no sentido narrativo ou no aspecto de improvisao, feito com as mais variadas medidas poticas, cabendo linha meldica apenas ressaltar ou apoiar o ritmo da palavra".

    "O ritmo da cantoria satisfaz principalmente as necessidades da acentuao mtrica das palavras. (...) A rtmica da cantoria oratria, provm directamente da prosdia, tal como todo o

    8

    3

  • 9canto que se praticou at o Renascimento e, ainda hoje, se conserva no Canto Gregoriano (...)".

    "Embora o ritmo seja livre (...) obedece a uma lgica. Suas unidades de tempo integram-se ao esquema potico e esto preconcebidas na conscincia do cantador, pela sua prpria natureza intuitiva (...)".

    Os violeiros "cantam como se estivessem falando. Da o canto ser nasalado. Podemos mesmo concluir ser a impostao nasal o fator que contribui para que o cantador passe horas a fio, cantando e improvisando, sem demonstrar fadiga".

    Discorrendo sobre a melodia, afirma ainda: "Assim como a poesia, a melodia tem elementos preexistentes. Ainda que se verifiquem processos de inventiva, so mais de detalhes, de nuan-ces, do que de conjunto. Pode-se dizer que h uma estrutura, uma base fixa, qual se incorporam, sob a inspirao, a necessidade do momento ou a emoo, pequenos desenhos, ligeiras variaes, que emprestam s formas tradicionalmente estabelecidas uma constante imagem de renovao. Esses fatores de acrscimo ou transformao contribuem para que a melodia nunca se repita da mesma maneira (...)".

    "Eles no obedecem aos paradigmas de uma afinao universal, ou aos ensinamentos inst i tucionl izados, s medidas sonoras controladas por diapaso, como na msica estudada. Sobretudo, no repetem uma melodia escrita, porm a msica que conservam por tradio oral, sujeita portanto a todas as contingncias do improviso". (8).

    Na estrutura meldica que serve de fundo aos cantares dos violeiros existem sobrevivncias advindas do perodo medieval, poca do movimento trovadoresco europeu. Esse movimento surgiu na Frana e teve duas ramificaes, uma no norte e outra no sul, com os Trouvres e os Troubadours, respectivamente.

    Os Trovadores faziam a poesia e tambm, como os rapsodos gregos, compunham a msica. "Est portanto, na criao e divulgao da cano popular dos sculos XI e XII, uma das mais significativas contribuies dos trovadores franceses".

    Durante os sculos XV e XVI na Europa, a viola foi instrumento muscial popularssimo. No sculo XVI, esse instrumento atingiu seu esplendor em Portugal, segundo se v nos Autos de Gil Vicente. Daquele pas chegou ao Brasil, sendo aceito como instrumento de base para o acompanhamento de muitos cantares folclricos, convindo lembrar que entre os instrumentos musicais das orquestras jesuticas estava a viola,

    alm do pandeiro, tamboril e flauta, segundo Cmara Cascudo. (9)

    Os estudiosos brasileiros so acordes em afirmar que a cantoria de viola surgiu na Serra do Teixeira, ponto culminante da Paraba, nos primeiros quartis dos sculos XIX, sendo o primeiro cantador Romano do Teixeira ou Romano da Me-D'gua (Francisco Romano Caluete), autor do prprio vocbulo Cantoria. (10)

    A cantoria de viola assume aspectos bem distintos em termos de Brasil; assim, enquanto no Nordeste ela improvisada, mesmo entendendo que os violeiros cantam versos anteriormente aprendidos, a que chamam de balaio, a maioria de sua produo feita de repente, com temas, assuntos criados 'a base do acontecimento do momento.

    No Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, o que aparece, ao invsda poesia de improviso a moda de viola, decorada; a chamada poesia de bancada (embora esse termo seja mais bem empregado para a chamada de Literatura de Cordel).

    Alm das diferenas em termos de criao potica, h outra que convm ressaltar: enquanto no Nordeste o violeiro, embora cantando em dupla, cada um tem a sua vez de cantar, o companheiro faz o acompanhamento. No Sudeste/ Centro-Oeste, as duplas cantam em forma de dueto e recebem nomes como Tonico e Tinoco, Milionrio e Z Rico, etc.

    Atualmente, por influncia dos programas de rdio e televiso do tipo "Som Brasil", por exemplo, os violeiros nordestinos esto a querer abandonar o improviso e a cantar a chamada de "Poesia Matuta", forma de composio potica no improvisada, que soa falso, por no retratar bem o seu universo cultural, mas, por se assemelhar as modas de viola. Essas maquinaes aparecem por influncia da Indstria Cultural, que procura, de forma ideolgica, nivelar todas as peculiaridades culturais, e nessa homogeneizao traz a morte verdadeira das coisas que so genuinamente nossas.

    No estudo "Puizia Popul x Poesia Popular", chamamos ateno para esse fato. (11)

    Embora sendo considerada arte importante pelo povo e prezada pelos estudiosos da cultura brasileira, da msica, da literatura, a cantoria de viola sente-se marginalizada ou ideologicamente ignorada pelas elites culturais do pas.

    Compreendendo essa situao de descaso e abandono e tentando solucion-la, 12 duplas de violeiros, seleccionados entre 40, fizeram uma excurso da cidade de Olinda (PE) Braslia, nos meses de janeiro e fevereiro de 1979, passando pelas principais capitais brasileiras, onde se

  • 10

    apresentavam, tencionando chegar at a capital da Repblica, onde entregariam ao ento Ministro da Educao e Cultura um manifesto contendo vrias reivindicaes, entre elas a legalizao da profisso de violeiro e incluso da poesia de cordel e da cantoria de viola nos currculos escolares dos vrios nveis.

    O cantador Ivanildo Vila Nova, comentando a viagem e o saldo conseguido com a empreitada, assim se expressou: "Nossa excurso no foi um passeio, teve (...) o objetivo de protestar contra essa situao".

    Outro cantador, Lourival Batista, deps: "Em nenhuma oportunidade fomos vaiados. No pas em que a vaia instituio e o popular no merece, geralmente, muito respeito, isso mais do que consagrador".

    2 dos organizadores dessa viagem dos violeiros, Braulio Tavares e Giuseppe Baccaro, questionando a situao discorrem sobre os propsitos. Afirma o primeiro: No se deve esquecer que isso um tipo de espetculo artificial e que o verdadeiro espetculo do violeiro a cantoria".

    O segundo, incisivo, prope respostas a srias perguntas: "Que fizeram os eruditos para proteger a cultura do povo? Por que o turismo sempre interfere negativamente na cultural popular, uma vez que, "para finalidades tursticas", esta sempre condicionada, mutilada e enfeitada? (12)

    Em Alagoas a entidade que cuida e tenta defender essa arte to significativa a Associao de Violeiros e Trovadores de Alagoas, criada em 20 de janeiro de 1976, e sediada na Secretaria de Cultura de Alagoas (Rua Pedro Monteiro, 108, Macei-AI).

    Essa A.V.T.A. que temos a honra de ter ajudado a criar, tem como lderes os violeiros Raul Vicente de Queiroz, Joo Procpio e Tiago Mar-celino, alm de outros.

    OS GNEROS POTICOS NA CANTORIA DE VIOLA

    Em estudo sobre os Gneros Poticos na Cantoria de Viola correntes em Alagoas, conclumos que existem 7 formas bsicas de estruturas poticas e 18 formas variando das primeiras, obedecendo a este esquema:

    Sextilhas Sextilha GemedeiraMoures Mouro de sete Mouro trocadoOitavas Oito a quadro

    Quadro Paulista Quadro Mineiro Quadro-do-Vale-Tudo

    Oitavo RebatidoNove Linhas Toada AlagoanaDcimas de sete slabas Dez a quadro Dez de queixo cado Mouro voltado Mouro perguntadoDcimas de 10 slabas Martelo desafio Martelo agalopado Martelo alagoano Martelo miudinho Galope beira-marDoze Linhas Mouro do Voc cai.

    (13)

    Afora essas 20 subdivises existem vrias outras que so pouco usadas, como Meia-quadra, Gabinete e o Miudinho apressado, do saudoso Manuel Nenm, alm de vrias outras formas criadas e recriadas por violeiros que inovam ou modificam sua arte potica.

    A APRESENTAO DO CANTADOR

    Antes do incio de cada cantoria, os violeiros fazem questo de se apresentar perante a assistncia. Em geral fazem auto-elogio, se exaltando ao mximo, para atemorizar o parceiro. Assim, diz Passarinho:

    Sou Tiago Passarinho Da Paraba do Norte, Se nasci para cantar O meu bero j teve sorte, Esse balano de rima S deixo depois da morte.

    J Lourinaldo Vitorino anuncia:

    Eu sou um pernambucano Esse poeta nasceu, Uma ptala se abrindo A corola lhe envolveu, E os sonhos de poesia A natureza estendeu.

    - MOTE OU TEMA -

    Mote ou Tema uma frase metrificada em versos que se d ou se escolhe para uma composio potica (de improviso ou no) e que pode se repetir na composio como uma espcie de es-tribilho. Ou, como diz Tiago Passarinho: " um assunto de uma linha ou duas linhas, ou, o final de um verso (estrofe) de 10 ps".

    Os motes so glosados, cantados, rimados ou compostos por violeiros, glosadores, poetas populares. Glosar o ato de preparar, compor os versos, geralmente em estrofes de 10 linhas. Ou, glosa uma composio potica feita em dcimas, onde a estrofe termina com os versos de un mote dado au composto, ou ainda escolhido por algum.

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    Existem motes de 1 verso (1 linha, 1 p), assim como:

    "FAZ PENA CHICO MORRER"

    Motes de 2 versos:

    "A MEDICINA NO CURA A DOR DA SEPARAO"

    Nos casos dos motes de 1 verso, faz-se a dcima, compondo 9 versos e termina-se (a estrofe com 10 versos) com o mote dado, completando a estrofe:

    Tenho de morrer um dia Vai se dar um desprazer Minha morada vai ser O caixo na terra fria. A dor da hidropisia Veio o Chico derreter... Quem mandou voc beber? Sinto essa dor rigorosa... Pra quem gostava de glosa FAZ PENA CHICO MORRER.

    Sendo motes de 2 versos, compe-se 8 versos, complementados com os 2 versos do mote, terminando a estrofe com 10 versos:

    A SAUDADE COMPANHEIRA DE QUEM NO TEM COMPANHIA (Glosa de Chico Nunes)

    Vivo em eterna agoniaSem saber o resultadoDeus j me deu o atestadoPra eu baixar terra fria.Em volta s vejo o malDeste meio social,E espero sozinho o diaDe minha hora derradeira...A SAUDADE COMPANHEIRADE QUEM NO TEM COMPANHIA.

    OS GNEROS POTICOS

    A presente pesquisa foi desenvolvida em vrias pocas, sendo entrevistados violeiros alagoanos ou alguns, de outros Estados, que residem em Alagoas durante vrios anos. Cerca de 3 anos, perseguimos o objetivo, para termos uma idia real. Os principais entrevistados foram Tiago Passarinho, Joo de Lima, Nobelino Ansio, Joo Procpio e Amaro Temteo.

    1 - SEXTILHA

    A sextilha, tambm chamada REPENTE, 1 estrofe de 6 versos de 7 slabas (heptasslabos). Os poetas denominam estrofe (a reunio de ver-sos) de VERSO: "eu vou fazer um verso"; enten-dase: eu vou compor uma estrofe.Aos versos tambm chamam "p", "verso de 6 ps", diz o poeta, para que entendamos: estrofe com 6 ver-

    sos. Na Idade Mdia, p tambm significava verso, como ensina o trovador medieval Juan del Enzina, em sua "Arte de poesia castelhana"

    O esquema de rimas da Sextilha ABCBDB ou, o segundo verso rima com o quarto e o sexto, os outros so brancos, ou, no rimam com nenhum dos outros versos.

    Quando um cantador termina de cantar uma estrofe, seu parceiro ter que cantar a prxima, estrofe, obedecendo obrigatoriamente a deixa, isto , a segunda estrofe, bem como as seguintes tero que ser iniciadas com a ltima palavra do verso anterior. A deixa " uma reminiscncia do LEIXA-PREEN dos trovadores medievais. (14)

    1- O poeta e a viola2- o sonho e a sinfonia,3- O prazer que lhe encobre4- Foge da demagogia,5- E quantas belezas pura 6 - Dos sonhos da poesia

    (poesia=deixa)

    2-GEMEDEIRA

    A Gemedeira variante da sextilha; neste gnero, entre o quinto e o sexto verso, o cantador intercala o RELAXO, oy estribilho, geralmente formado por uma interjeio: "Ai! Ai!, Ui! Ui!, em tom de lamento ou de gracejo. O esquema de rimas ABCBDB ou o segundo verso rima com o quarto e o sexto; os outros versos so brancos.

    1 - O velho tem um lugar2 Na maior intimidade.3- O direito de um velho4- recordar a mocidade,5- Peleja, porm no pode

    Ai! Ai!, Ui! Ui!, meu Deus! 6- S fica com a vontade!

    3- MOURO DE SETE

    O Mouro ou Moiro o gnero de cantoria onde existe o dilogo entre os 2 cantadores. No Mouro de 7 linhas, setissilbicos, o primeiro cantador diz 2 versos, o segundo cantador diz mais 2 versos e o primeiro termina com 3.

    O esquema de rimas ABABCCB, ou o primeiro verso e o terceiro rimam entre si; o segundo rima com o quarto e o stimo; o quinto rima com o sexto.

    A idia de Mouro est relacionada aos mou-res de porteira, 2 estacas fincadas bem fortes, uma em frente a outra (idia de dilogo).

    1-T - Vamos cantar mouro de sete2- Pra saber quem valente.3-L - No o que me promete

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    4- Que comigo diferente5-T - Voc hoje quebra no beco,6- Que j chegou o Pacheco7- Que muito amigo da gente.

    4 - MOURO TROCADO

    Mouro Trocado variante do Mouro de sete; a diferena est na troca das palavras, cru-zando-as nos versos consecutivos, formando o que em potica chama-se QUIASMO. Seu esquema de rimas igual: ABABCCB.

    1-L - Dou chegada na sada2- Tronco sada em chegada,3-N - Morada eu dou em guarida4- Tu ds guarida em morada,5-L - Sou poeta preparado,6 - Dou vaquejada no gado7 - E troco gado em vaquejada.

    5-OITO A QUADRO

    Oito a Quadro so estrofes com 8 versos de 7 slabas; o esquema de rimas AAABBCCB ou os 3 primeiros versos rimam entre si; o quarto rima com o quinto e o oitavo, o sexto rima com o stimo; neste onde se d a deixa. A terminao obrigatria do verso em o, Admite-se tambm a rima em AAABCCCB. Exemplos:

    1- J que eu cheguci nesta sala2- Pois eu no respeito bala,3- A idia no resvala, 4- Na hora da presiso,5- Sou toque de violo6- Bolindo com minha idia,7- E agradando a platia

    (platia = deixa)8 - Cantando Oito a Quadro

    SEGUNDO ESQUEMA DE RIMAS:

    1- O poeta marca o passo,2- Contempla o astro no espao3- Sente o calor do mormao,4- E a brisa da vibrao.5- Olha o gelo e a banquisa,6- Sente o tufo, sente a brisa7- E tudo que sente, improvisa

    (improvisa = deixa)8 - Nos Oito ps a quadro.

    6 - QUADRO PAULISTA

    O Quadro Paulista variante do Oito a Qua-dro; o esquema de rimas o seguinte: o primeiroverso rima com o segundo e o terceiro, o quartorima com o quinto e o oitavo. O sexto rima com ostimo. Entre 1 estrofa e outra, intercala-se 1quadra, como refro:1- Ai, Ai, Ai,2- Provo que sou repentista,

    3- Fazendo versos na hora,4- Cantando Quadro Paulista.

    Ao final da estrofe, diz-se obrigatoriamente "Quadro Paulista":

    1- A menina e o senhor2- Que est com o gravador3- Vai agora o cantador4- Fazer sua entrevista,5- Provando que repentista6- Cantando versos na hora7- Com o cantador de fora8- Do velho quadro paulista.1- Ai, Ai, ai2- Provo que sou repentista,3 - Fazendo versos na hora,4 - Cantando Quadro Paulista.

    7 - QUADRO MINEIRO

    O Quadro Mineiro variante do Oito a Quadro; seu esquema de rimas o seguinte: o primeiro verso rima com o segundo e terceiro, o quarto rima com o quinto e o oitovo e o sexto rimam com o stimo. Sua melodia prpria e no estribilho final se diz Quadro Mineiro.

    1 - Minas Gerais bacana2- Que a terra serrana,3- a terra de milicana,4- a terra do dinheiro.5- a terra dos mandingueiro,6- E a terra dos capataz,7- Terra de Minas Gerais8- Do velho Quadro Mineiro.

    8 - QUADRO-DO-VALE-TUDO

    O Quadro-do-vale-tudo variante do Oito a Quadro; possui esquema de rimas iguais. No final de cada estrofe, intercala-se 1 quadra como refro, e, no final de cada estrofe, se diz: No Quadro-do-vale-tudo.

    1 - Vamos cantar meu colega2- Enquanto a idia sossega,3- Quanto um solta o outro pega4- Por isso j fiz estudo,5- Com voc eu no iludo6- E voc tambm no se ilude,7- Vamos cantar com sade8- No Quadro-do-vale tudo.1 - O vale-tudo, vale-tudo2- E s bom3- Com o quadro4- do vale-tudo.

    9 - OITAVO REBATIDO

    O Oitavo Rebatido variante do Oito Qua-dro. So versos de 7 slabas. O segundo e o quarto versos tm rima obrigatria em IDO, para rimar com o ltimo, que termina com a expresso

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    OITAVO REBATIDO. O esquema de rimas ABABCCCB, ou o primeiro e o terceiro rimam entre si, o segundo rima com o quarto e o oitavo,o quinto rima com o sexto e o stimo.

    1- A poesia perfeita2- Pois o gnero escolhido3- O poeta no se ajeita4- Gaguejando, erra o sentido.5- Por isso eu no gaguejo6- E gaguejar eu no desejo,7- Sou poeta sertanejo.8- No OITAVO REBATIDO

    10-TOADA ALAGOANA

    A Toada Alagoana mais conhecida por Nove palavras por seis. Palavras, a, no sentido de verso. estrofe de 9 versos com 7 slabas, sendo que o segundo, quinto e oitavo versos, possuem 3 slabas.

    Segundo o violeiro Jos Alves Sobrinho, ele adaptou o Nove Palavras por Seis, de Manoel Xel, de Palmeira dos ndios (AL) e colocou a terminao Toada Alagoana.

    O esquema de rimas AABCCBDDB, ou o primeiro verso rima com o segundo, o terceiro rima com o sexto e nono, com terminao em ANA, para poder formar o termo TOADA ALAGOANA. O stimo rima com o oi tavo. O l t imo verso termina obrigatoriamente com a expresso TOADA ALAGOANA.

    1- Mundando de idia2- Para a platia3- Se a idia no me engana 4- Outro sistema5- Novo poema6- Que a gleba pernambucana 7- Muito admira8- Quando rasteira9- A Toada Alagoana

    11-DEZ A QUADRO

    Dez Pz a Quadro, Dez a Quadro, ou simplesmente Quadro em Dez, uma dcima espi-nlica, setissilbica, dialogada. O termo Dcima Espinlica quer indicar a disposio rtmica dos versos, ou o esquema de rimas que eles seguem, e foi sistematizado pelo poeta espanhol Vicente Martnez Espinel.

    Por ter estilo dialogado, deveria, a rigor, ser chamdo Dez Ps a Mouro. Neste gnero potico, 1 cantador diz 1 verso, outro diz outro verso e no final entoam juntos os 2 ltimos versos, dizendo "nos dez ps a quadro".

    Neste gnero o esquema de rimas AB-BACCDDC, ou o primeiro verso rima com o quarto e quinto, o segundo com o terceiro, o sexto com o stimo e dcimo e o oitavo com o nono, sendo

    que o sexto e o stimo versos tm que terminar em O, para rimar com o dcimo, que termina com o termo QUADRO, cantado pelos 2 cantadores.

    1- T- O homen pra ser vaqueiro2- L- Tem que saber ser exato,3- T- Montar e andar no mato4- L- E pegar o boi ligeiro,5- T- Entrar dentro do marmeleiro6- L- Pra deslizar o gibo.7- T- Montado no alazo8- L- Pegar o boi, derrubar,9- T- E saber domesticar;10 - T- L- E l vai dez ps a Quadro.

    12 - DEZ DE QUEIXO CADO

    O dez de Queixo Cado uma dcima de 7 slabas; cantado de I s flego; seu esquema de rimas ABBAACCDDC, ou o primeiro verso rima com o quarto e quinto, o segundo rima com o terceiro, o sexto rima com o stimo e o dcimo, o oitavo com o nono.

    O sexto e stimo versos rimam com a terminao IDO, para concordar com o dcimo, que termina por queixo cado.

    1- Cai o fraco, cai o forte2- Cai o forte, cai o fraco3- Cai do norte, cai macaco4- Cai macaco, cai do norte5- Cai da vida para a morte6- Seja o cabra prevenido7- Eu que sou desiludido,8- Ningum no me profana9- Cantador no me engana10 - Nos Dez de Queixo Cado.

    13-MOURO VOLTADO

    Mouro Voltado gnero dialogado. Dcima de 7 slabas na qual I cantador diz 1 verso, o outro diz outro verso, voltando as palavras e no final da estrofe entoam juntos: Assim Mouro Voltado/Assim Voltar Mouro.

    obrigatria a formao ou a troca de palavras o quiasmo. O esquema de rimas igual: o primeiro verso rima com o quarto e quinto, o sexto com o stimo e dcimo, e o oitavo rima com o nono.

    T- I-Volto a feia no bonitoL - 2- Volto o bonito na feiaT- 3-O esquisito na aldeiaL - 4- A aldeia no esquisitoT- 5-A orao do benditoL - 6- Bendito na oraoT- 7-O pecado no perdoL - 8- O perdo no pecadoT- L-9-Assim Mouro Voltado,T- L-10- Assim voltar Mouro.

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    14 - MOURO PERGUNTADO

    O Mouro Perguntado um gnero variante do Mouro Voltado; possui esquema de rimas igual forma anterior:... ABBAACCDC; nesta forma de cantoria o violeiro faz 1 verso perguntando algo ao companheiro, o outro responde e no final entoam juntos: Assim Mouro Perguntado/Assim Perguntar Mouro.

    1- L- Pra que serve o cantador?2- T- Cantar, divertir o povo3- L- Pra que eu me locomovo?4- T- Pra viajar no interior5- L- Apresentar o valor6- T- O agreste, a praia, o serto7- L- Apresentando a nao8- T- Voc pergunta a meu lado9- L-T- Isso Mouro Perguntado,10 - L-T- Isso Perguntar Mouro.

    15-MARTELO A DESAFIO

    Martelo so versos de 10 slabas com 10 linhas. Recebe o nome de Martelo,por ser cantado com velocidade "num martelar sem parar". Pedro Jaime Martelo (1665-1727), professor de Literatura da Universidade de Bolonha, diplomata e poltico, foi o inventor dos versos que tomaram o seu nome.

    Neste gnero, o esquema de rimas o seguinte: o primeiro verso rima com o quarto e o quinto, o segundo rima com o terceiro, o sexto rima com o stimo e o dcimo, e o oitavo rima com o nono.

    1- E se queres Martelo a Desafio2- Se quer simples, se simples natural3- Mas conforme este meu ideal4- Cantando com quem eu sempre confio5- Cantando a baixela e o baixio6- E cantando a ch e a nossa terra7- Canto o valor, a beleza que se encerra8- Manobrando tambm esse meu pinho9- Quem canta com Tiago Passarinho10 - Mexe muito no mundo e no faz guerra.

    16 - MARTELO AGALOPADOI

    Gnero ptico formado por 1 dcima de 10 slabas con esquema de rimas igual dcima comum (espinlica) ou ABBAACCDDA, ou o primeiro verso rima com o quarto e quinto, o segundo com o terceiro, o sexto com o stimo e dcimo, e o oitavo com o nono.

    Nessa moda l idade de can to r ia ex i s te obrigatoriedade de acentuao tnica na terceira, sexta e dcima slabas. Vejamos este de Otaclio Batista:

    1- Vamos ns num estilo diferente2- um gnero que o povo japrecia3- Decasslabo com toda harmonia

    4- E voc no passa na minha frente5- O passado, o futuro e o presente6- Pois eu tenho, que sou um repentista7- Voc diz que poeta e artista8- E possui uma natureza estranha9- Vou saber se o Diniz acompanha10- Em Martelo a Otaclio Batista.

    17 - MARTELO ALAGOANO

    Martelo Alagoano, dcima em decasslabo, variante do Martelo Agalopado, possuindo esquema de rimas iguais e no final se diz obrigatoriamente Martelo Alagoano. Os versos tm acentuao tnica no terceiro, sexto e dcimo, e o sexto e o stimo versos terminam com rima em

    o ANO, para rimar com o termo Alagoano do 10 verso.

    Seu ritmo mais vivo, sua melodia mais sonora.

    1- Novamente ns voltaremos luta2- Quando o tempo espera o poeta 3- Tiago, voc que me acerta4- Z Maria, que grava e que escuta5- Essa vida, t achando impoluta6- Pra cantar, pra medir, formar o plano7- Eu que sou um poeta pernambucano8- Hoje venho cantar em Alagoas9- Divertir e agradar vrias pessoas (pessoas=deixa)10 - Nos dez ps de Martelo Alagoano

    18-MARTELO MIUDINHO

    O Martelo Miudinho gnero variante do Martelo Agalopado; possui o mesmo esquema de rimas, porm h modificaes na melodia e ritmo. No final dos versos diz-se: "nos dez ps de Martelo Miudinho" e entre 1 estrofe e outra, o estribil-ho, que funciona como relaxo: " um dado na vida, que agora se decide/No deixe eu cantar sozinho".

    A Tiago Passarinho perguntamos: O que RELAXO? Ele respondeu: " dizer 2 rimas (2 versos), alm das 10 que foi dito, chateando o outro violeiro; um tipo de desafio". , em ltima anlise, um tipo de refro".

    1- E devemos tratar de outro estilo2- outro estilo devemos cantar agora3- Que ningum geme e nem chora4- Sem mudar um sentido expansivo5- E quero agora fazer um sistilo6- E cantar muita base, direitinho7- Porque este Tiago Passarinho8- Vai cantar com o amigo Vitorino9- Canto para o velho e o menino10 - Nos dez ps de Martelo Miudinho

    Refro:

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    um dado na vida, que agora se decida No deixe eu cantar sozinho.

    19 - GALOPE BEIRA-MAR

    Tambm conhecido como "quarenta palavras por dez", uma dcima de 11 slabas, possuindo acentuao tnica na segunda, quinta, oitava e dcima primeira slabas. Seu esquema de rimas : ABBAACCDDC. No final da estrofe se diz com obrigatoriedade: beira-do-mar (beira-mar).

    1- bem diferente o que eu canto a seu lado2- Que voc cantando, eu canto tambm3- Porque o poeta que diz e que tem4- Que manda, que volta, pois tem resultado5- Voc, Passarinho, se for preparado6- De toda maneira queira improvisar7- Tem Raul Vicente para nos escutar8- Joo, o poeta, que canta tambm9- Que sabe, que diz, que manda, que tem

    (tem=deixa)10- Nos dez ps de galope da beira do mar.

    20 - MOURO DO VOC CAI

    gnero dialogado comotdos os Moures e, embora classifiquemos como de 12 versos, eles possuem 10, sendo 3 deles Relaxo, funcionando como espcies de estribilho, tanto que no final da estrofe, os cantadores dizem: "Se for por dez ps, l vai". Seu nmero de slabas 7.

    O terceiro, o sexto e o nono versos so fixos e funcionam como um refro (ou Relaxo). O esquema de rimas: o primeiro verso rima com o quarto, o segundo com o quinto e stimo, o terceiro com o sexto, o oitavo com o nono e dcimo segundo, e o dcimo com o dcimo primeiro.

    L - 1 - Pois Tiago est caduco2- Querendo cantar comigo3- Cante um, dois, trs -R.

    T- 4-Se eu disser que no Pernambuco5- Voc um papa-figo6- Pegue quatro, cinco, seis -R.

    L - 7- Quero lhe botar no suco 8 - Que voc entra e no sai T- 9 -Voc cai! L - 10- Se eu cair, caio sentado 11- Voc igual um danado 12-Se for por dez ps, l vai.

    Ser que cantadores que produzem estas maravilhas, com relao a tais, preciso que se diga que so importantes?

    FONTES CITADAS

    1-TEJO, Orlandoa1980 Z Limeira, poeta do Absurdo. 5 ed.

    Braslia, Senado Federal, 1980.

    2- CASCUDO, Lus da Cmaraa1984 Vaqueiros e Cantadores. 2 ed. Belo Hori-

    zonte, Ed. Itatiaia. So Paulo, Ed. da USP:126.

    3- CORRA, Roberto Nunes.1983 Viola Caipira. Braslia, Musimed.

    4- MADUREIRA, Antonio Jos1976 Instrumentos populares do Nordeste. Folheto

    do LP homnimo. Discos Marcus Pereira. So Paulo. MPL 9.346.

    5- TEJO, OrlandoCitado: 43

    6- ALVARENGA, Oneydaa1982 Msica Popular Brasileira. 2 ed. So Paulo,

    Duas Cidades, 358.

    7- LIMA, Rossini Tavares de1964 Estudo sobre a viola. In: Revista Brasileira de

    oFolclore, Ano IV, N 8/10. jan/dez: 29-38.

    8- LAMAS, Dulce Martins1973 A msica na cantoria nordestina. In: Literatura

    Popular em verso -Estudos. Tomo I.MEC/Fundao Casa de Rui Barbosa: 233-270.

    9- CASCUDO, Lus da CmaraDicionrio do Folclore Brasileiro. Rio de Janeiro, Edies de Ouro, s/d.

    10-TEJO, Orlando Citado: 45.

    11- ROCHA, Jos Maria Tenrio1982 Puizia Popul X Poesia Popular: A propsito

    do modismo na falsa poesia matuta. In: A Revista. Macei, 3(9) jul/set.: 36-38. Oralidad La Habana (2): 59-62, 1989.

    12- ARANTES, Scrates1979 Viajando pelo Brasil, repentistas mostraram

    toda a fora da cantoria. Dirio de Pernambuco. Recife, 11 fev.

    13- ROCHA, Jos Maria Tenrio1978 Cantoria de viola: majestosas e complicadas

    formas dos cantares nordestinos. Macei, DAC/SEC.

    14- BATISTA, Sebastio Nunes1984 Regras de cantoria. Contracapa do LP "A

    arte da cantoria". Vol. 2. LP INF 1002. Riode Janeiro, Funarte/lnstituto Nacional doFolclore.

    15- Potica Popular do Nordeste1982 Rio de Janeiro, MEC/Fundao Casa de Rui

    Barbosa.