campos harmonicos

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www.musica.ead.unis.edu.br 1 Elaborado por Celso Gomes - www.celsogomes.com.br CAMPOS HARMÔNICOS É quando montamos sobre cada nota da escala, um acorde. Conseqüentemente, esses acordes irão conter apenas as notas dessa escala. Podemos então acompanhar melodias feitas com essa escala usando tais acordes. Dessa maneira, tocar-se-á tanto em forma de acordes (em acompanhamento) como em melodias (em solos), apenas as notas da escala. 1. Campo harmônico maior Com o campo harmônico abaixo, podemos visualizar as possibilidades de montagem de acordes de três sons (tríades), em uma tonalidade maior. Usam-se numerais romanos acima dos acordes, para generalizarmos o campo harmônico para outros tons. Ex.: Dó maior: I IIm IIIm IV V VIm VIIm(b5) C Dm Em F G Am Bm(b5) 2. Campo harmônico menor Com o campo harmônico abaixo, podemos visualizar as possibilidades de montagem de acordes de três sons (tríades), em uma tonalidade menor. Obs.: Como o campo harmônico de Dó maior e de Lá menor tem as mesmas notas e os mesmos acordes, chamamos estes tons de relativos.

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CAMPOS HARMÔNICOS

É quando montamos sobre cada nota da escala, um acorde. Conseqüentemente,

esses acordes irão conter apenas as notas dessa escala. Podemos então acompanhar

melodias feitas com essa escala usando tais acordes. Dessa maneira, tocar-se-á tanto

em forma de acordes (em acompanhamento) como em melodias (em solos), apenas as

notas da escala.

1. Campo harmônico maior

Com o campo harmônico abaixo, podemos visualizar as possibilidades de

montagem de acordes de três sons (tríades), em uma tonalidade maior.

Usam-se numerais romanos acima dos acordes, para generalizarmos o campo

harmônico para outros tons.

Ex.: Dó maior:

I IIm IIIm IV V VIm VIIm(b5)

C Dm Em F G Am Bm(b5)

2. Campo harmônico menor

Com o campo harmônico abaixo, podemos visualizar as possibilidades de

montagem de acordes de três sons (tríades), em uma tonalidade menor.

Obs.: Como o campo harmônico de Dó maior e de Lá menor tem as mesmas

notas e os mesmos acordes, chamamos estes tons de relativos.

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Ex.: Lá menor natural:

Im IIm(b5) bIII IVm Vm bVI bVII

Am Bm(b5) C Dm Em F G

Desta forma pode-se montar os campos harmônicos das escalas menores Harmônicas e

melódicas (Bachianas):

Ex.: Lá menor harmônico:

Im IIm(b5) bIII(#5) IVm V bVI VIIm(b5)

Am Bm(b5) C(#5) Dm E F G#m(b5)

Ex.: Lá menor melódico (da Escala Bachiana)::

Im IIm bIII(#5) IV V VI#m(b5) VIIm(b5)

Am Bm C(#5) D E F#m(b5) G#m(b5)

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3. A Função dos acordes

Normalmente um acorde é ouvido de acordo com sua função qualitativa dentro de

um determinado encadeamento de acordes. Essa função é distinguida devido à

impressão sonora, caracterizada dentro do tom do trecho musical. Podemos significar

essa impressão por qualidades como a instabilidade ou estabilidade.

Basicamente temos três funções que comumente são relacionadas às impressões:

Tônica: É representada pelo acorde de primeiro grau de uma tonalidade

seja maior ou menor. Acordes com essa função exprimem repouso e são

mais estáveis que as outras funções.

Subdominante: Representado pelo acorde de quarto grau de uma

tonalidade seja maior ou menor. Acordes com essa função exprimem uma

moderada sensação de movimento em relação à tonica, sendo mais

instável que ela, porém demonstra mais estabilidade que a função de

dominante.

Dominante: Representado pelo acorde, sempre maior, montado sobre o

quinto grau de uma tonalidade seja maior ou menor. Acordes com essa

função exprimem uma intensa sensação de movimento em relação à

tonica, sendo a função mais instável do campo harmônico. Essa função,

quando encadeada para um acorde de tônica, provoca o que chamamos

de resolução, então podemos dizer que ao conduzirmos um acorde de

dominante para um de tônica temos a sensação de tensão e resolução ou

expectativa e repouso. Esse efeito de resolução se dá mais intensamente

quando o acorde de dominante está adicionado de uma sétima menor, o

que implica na presença das notas atrativas da tonalidade, ou seja, o

trítono, e que será abordado no item 5.

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4. Relação funcional entre acordes

Dentro de um campo harmônico, os acordes geralmente se relacionam,

demonstrando, de certa forma, uma possibilidade substituírem uns aos outros. Por

exemplo, o acorde de dó maior (C) tem duas notas em comum com o acorde de mi

menor (Em) e com o lá maior (Am):

IIIm I VIm

Em C Am

Então podemos relacionar esses acordes, Em e Am, como se fossem também,

como o C, de função tônica. Porém, devido a presença da fundamental do acorde de C

no Am, esse será denominado de acorde relativo, pois demonstra mais tal função o que

já não acontece com o Em, o que chamamos de anti-relativo.

Seguindo esse mesmo raciocínio podemos achar os relativos e anti-relativos das

outras funções.

Acordes de função subdominante

VIm IV IIm

Am F Dm

Acordes de função dominante

VIIm(b5) V IIIm

Bm(b5) G7 Em

O acorde de dominante quando usado com sétima tende a se afeiçoar mais com

o acorde anti-relativo devido a presença do trítono, pois esse intervalo, como já

abordado aqui, ao ser resolvido expressa o efeito de tensão e resolução que ocorre

entre a dominante e a tônica.

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Em tons maiores podemos entender os graus e suas funções da seguinte forma:

Função forte Função média Função fraca

Tônica I VIm (relativo) IIIm (anti-relativo)

Subdominante IV IIm (relativo) VIm (anti-relativo)

Dominante V VIIm(b5) (anti-relativo) IIIm (relativo)

Em tons menores podemos então entender assim os graus e suas funções:

Função forte Função média Função fraca

Tônica Im bVI (relativo) bIII (anti-relativo)

Subdominante IVm bVIIm (relativo) bVIm (anti-relativo)

Dominante V VIIº (anti-relativo) bIII (relativo)

5. O Trítono

O trítono é o intervalo de quarta aumentada (enarmônica a uma quinta diminuta),

ou seja, é a distância de três tons entre duas notas, daí o nome de trítono (três tons).

Consiste em uma dissonância que resolve por grau conjunto e em movimento contrário.

Ex.:

Trítono Resolução Trítono Resolução

Trítono Resolução Trítono Resolução

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Quando resolvido, o trítono exprime uma das principais características do sistema

tonal, ou seja, o efeito de tensão e resolução, pois esse intervalo harmônico, que está

presente em acordes dominantes e seus substitutos, tende, portanto, resolver em

acordes de função tônica.

Ex.:

V7 I V7 Im

G7 C G7 C

6. Campos harmônicos com dissonâncias (tétrades mais tensões)

Campo harmônico maior

Com o campo harmônico abaixo, podemos visualizar mais amplamente as

possibilidades de montagem de acordes em uma tonalidade maior.

Ex.: Dó maior:

I7M IIm7 IIIm7 IV7M V7 VIm7 VIIm7(b5)

C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 Bm7(b5)

9, (4),

6 ou 13*

9, 11,

6 ou 13*

(b9), 11,

(b13)

9, #11,

6 ou 13*

9, (4), 13 9, 11,

(b13)

(b9), 11,

b13

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Obs.:

-As notas e números entre parênteses são notas evitadas (avoid notes), ou seja, usadas somente como passagem e não incluídas na formação do acorde. Estas notas se encontram a distância de uma 2ª menor ascendente de qualquer uma nota do acorde.

-* A décima terceira é usada em acordes com sétima e assim a sexta só será usada quando não incluímos a sétima no acorde.

-No V grau podemos também obter o acorde de V7sus4 (V47) que é usualmente usado como IIm7 com baixo na 4ª, por conter as notas vitais à sonoridade de IIm7.

Ex.:

V7sus4 IIm7

G7sus4 Dm7/G

Fá Lá

Ré Fá

Dó Ré

Sol Sol

`

Campo harmônico menor natural

Com o campo harmônico abaixo, podemos visualizar mais amplamente as

possibilidades de montagem de acordes da escala menor natural (primitiva ou eólio).

Ex.: Lá menor.

Im7 IIm7(b5) bIII7M IVm7 Vm7 bVI7M bVII7

Am7 Bm7(b5) C7M Dm7 Em7 F7M G7

9, 11,

(b13)

(b9), 11,

b13

9, (4),

6 ou 13*

9, 11,

6 ou13*

(b9), 11,

(b13)

9, #11,

6 ou 13*

9, (4), 13

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Campo harmônico menor harmônico

Com o campo harmônico abaixo, podemos visualizar mais amplamente as

possibilidades de montagem de acordes da escala menor harmônica.

Ex.: Lá menor

Im7 IIm7(b5) bIII7M IVm7 Vm7 bVI7M VIIº

Am7M Bm7(b5) C7M(#5) Dm7 E7 F7M G#º

9, 11,

(b13)

(b9), 11,

13

9, (4),

(6 ou13*)

9, #11,

6 ou13*

(b9), 11,

(b13)

#9, #11,

6 ou 13*

b9, b4,

b13

Obs.: - Apesar de a (b13) e a(b9) do acorde de E7 fazerem semitom ascendente com, respectivamente, a quinta justa e a fundamental, esta é uma nota disponível, pois caracteriza a dominante da tonalidade menor harmônica.

Campo harmônico menor melódico

Com o campo harmônico abaixo, podemos visualizar mais amplamente as

possibilidades de montagem de acordes da escala menor harmônica.

Ex.: Lá menor.

Im7 IIm7(b5) bIII7M(#5) IV7 V7 VIm7(b5) VIIm7(b5)

Am7M Bm7 C7M(#5) D7 E7 F#m7(b5) G#m7(b5)

9, 11,

b13

(b9), 11,

13

9, #4,

(6 ou 13*)

9, #11,

6 ou13*

9, (4),

b13

9, 11,

6 ou 13*

9, (b4),

b13

Obs.: Apesar de a (b13) do acorde de E7 fazer semitom ascendente com sua quinta

justa, esta é uma nota disponível, pois caracteriza a dominante da tonalidade menor

melódica.