caderno sobre generos do discurso

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III Simpsio Internacional de Estudos de Gneros Textuais (III SIGET)UFSM Santa Maria RS 17 a 19 de Agosto de 2005

CADERNO DE RESUMOS

Realizao UFSM Universidade Federal de Santa Maria - RS LInCS Ncleo de Pesquisa Linguagem, Cultura e Sociedade

Promoo FAFI Faculdade Estadual de Filosofia, Cincias e Letras Unio da Vitria PR UCS Universidade de Caxias do Sul - RS UEL Universidade Estadual de Londrina - PR ULBRA/Cachoeira do Sul - Universidade Luterana do Brasil - RS UNIJU Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - RS UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina - SC

Apoio CAPES Coordenao de Aperfeioamento do Pessoal de Nvel Superior

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) Universidade de Caxias do Sul UCS - BICE - Processamento Tcnico

S612c

Simpsio Internacional de Gneros Textuais (3. : 2005 ago. 17-19 : Santa Maria, RS) Caderno de resumos [do] III Simpsio Internacional de Gneros Textuais, Santa Maria, 17 a 19 de agosto de 2005/UFSM; org. Najara Ferrari Pinheiro, Susana Cristina dos Reis, Graciela Rabuske Hendges Santa Maria, RS : [s.n.], 2005. 74 p. : il. ; 21 cm x 29,7 cm.

1.Gneros textuais - Congresso - Rio Grande do Sul. 2. Anlise do discurso. 3. Linguagem Estudo. I. Universidade Federal de Santa Maria. II. Pinheiro, Najara Ferrari. III. Reis, Susana Cristina dos. IV. Hendges, Graciela Rabuske. V. III SIGET.CDU: 81'42(816.5)(063)

ndice para o catlogo sistemtico: 1. 2. 3. Gneros textuais Congresso Rio Grande do Sul Anlise do discurso Linguagem Estudo 81'42(816.5)(063) 81'42 81'1

Catalogao na fonte elaborada pela Bibliotecria Mrcia Carvalho Rodrigues Registro CRB 10/1411

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Reitor da UFSM Paulo Jorge Sarkis Diretor do Centro de Artes e Letras Prof. Dr. Edemur Casanova Coordenadora do Curso de Letras Prof Dr Ceres Helena Ziegler Bevilaqua Chefe do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas Prof Dr Maria Tereza Nunes Marchezan Coordenao Geral do III SIGET Prof Dr Dsire Motta-Roth

Material impresso pelo Departamento de Letras Estrangeiras Modernas Planejamento executado no Projeto Divulga-DLEM/UFSM - Divulgao e Exposio dos Trabalhos Produzidos pelos Professores do DLEM Coordenador do Projeto: Econ. Mario Bonfada3

COMISSO ORGANIZADORACoordenao Geral Prof. Dr. Dsire Motta-Roth (UFSM/DLEM-LABLER) Comisso Local UFSM-Universidade Federal de Santa Maria Prof. Ms. Ana Marilza Bittencourt (DLEM/PLE) Prof. Dr. Andr Vieira (DLEM) Prof. Ms. Graciela Rabuske Hendges (DLEM/LABLER) Prof. Ms. Hamilton Wielewicki (MEN) Prof. Ms. Luciane Ticks (DLEM-LABLER) Prof. Ms. Susana Cristina dos Reis (DLEM/LABLER) Profa. Ms. Rosli Gonalves do Nascimento (DLEM/LABLER) UNIJU-Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Prof . Ms. Dulcina Winter de Mello (DELAC) Prof . Ms. Maria Jlia Macagnan (DELAC) UCS-Universidade de Caxias do Sul Prof. Dr. Najara Ferrari Pinheiro (DELE) Acadmicos do Programa de Ps-Graduao e do Curso de Graduao em Letras /UFSM Prof. Gabriela Quatrin Marzari (PPGL) Prof. Gisvaldo Arajo Silva (PPGL) Prof. Liane Wissmann (PPGL/UFSM-UNIJU) Prof. Patrcia Marcuzzo (PPGL) Prof. Ms. Sara Regina Scotta Cabral (PPGL/UFSM-ULBRA/Cachoeira do Sul) Prof. Ms. Valria Iensen Bortoluzzi (PPGL/UFSM-UNIFRA) Acad. Francieli Rodrigues (Letras-PIBIC/CNPq) Acad. Janete Teresinha Arnt (Letras-LABLER) Acad. Sandra Izabel Messer (Letras-LABLER) Comisso Nacional Prof. Ms. Acir Mrio Karwoski (FAFI/PR) Prof. Dr. Adair Bonini (UNISUL) Prof. Dr. ngela Dionsio (UFPE) Prof. Dr. Anna Rachel Machado (UNICAMP) Prof. Dr. Luiz Antnio Marcuschi (UFPE) Prof. Dr. Vera Lcia Lopes Cristvo (UEL) Programao visual: Prof. Maria Jos Mariano (UNIJU) Organizao do caderno de resumos Prof. Dr. Najara Ferrari Pinheiro (UCS) Prof. Ms. Susana Cristina dos Reis (UFSM) Prof. Ms. Graciela Rabuske Hendges (UFSM)

Observao: Os resumos publicados neste caderno so de inteira responsabilidade dos autores. Home page: http://coralx.ufsm.br/labler/siget

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COLABORADORES

Acadmicos do Curso de Letras da UFSM BB Banco do Brasil Coordenao do Curso de Letras UFSM Departamento de Letras Estrangeiras Modernas Editora Lucerna EvenTur Viagens e Turismo Fisk Santa Maria Laboratrio de Leitura e Redao Las Leas LINC Curso de Lnguas no Campus Parbola Editorial Rede Cipel Restaurante Augusto Restaurante e Churrascaria Vera Cruz SMC - Secretaria de Municpio da Cultura SMEd Secretaria Municipal de Educao Sub-GT Teorias de Gnero em Prticas Sociais (GT14 - Lingstica Aplicada da Associao Nacional de Ps-Graduao e Pesquisa em Letras e Lingstica ANPOLL) TOTEM Pr-Vestibulares

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APRESENTAO

O III SIGET visa reunir palestrantes do Brasil e do exterior numa interao isonmica entre a produo intelectual nacional e internacional. A exemplo das duas primeiras edies, o III SIGET resulta do esforo conjunto de vrias universidades brasileiras para reunir, por trs dias, pesquisadores a fim de discutir propostas de educao lingstica e de anlise de prticas discursivas. Os trabalhos apresentados (em forma de plenrias, mesas-redondas, comunicaes, sesses de psteres e oficinas) renem pesquisadores brasileiros e estrangeiros para um debate amplo, com o objetivo de oportunizar a interlocuo entre professores do ensino fundamental, mdio e superior, pesquisadores nacionais e internacionais e estudantes de graduao e de ps-graduao, para a construo de uma agenda poltica e pedaggica na rea. De acordo com o pressuposto de que responsabilidade central do ensino formal desenvolver a conscincia sobre como a linguagem se articula em ao humana no mundo, o III SIGET busca reunir pesquisadores, professores, alunos e demais interessados na rea para angariar subsdios que nos auxiliem no desafio de criar novas prticas de ensino da linguagem, especialmente no que tange explicitao de como, atravs de textos orais e escritos, as pessoas adquirem, transmitem e recriam formas de conhecimento, estabelecem relaes sociais, constroem e se defrontam com identidades diversas. Os trabalhos apresentados esto organizados nas seguintes linhas temticas: Anlise de gneros textuais; Gneros textuais, ensino e aprendizagem da linguagem; Gneros textuais e formao de professores; Metodologia de anlise de gneros textuais; Outros tpicos relacionados aos gneros textuais. Esperamos que esses trabalhos possam contribuir para o desenvolvimento de uma conscincia mais acurada, de pesquisadores, professores e alunos, sobre o papel da linguagem na sociedade e sobre a importncia da formao de leitores e escritores crticos.

Comisso Organizadora

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PLENRIASPLENRIA DE ABERTURAJos Luiz Meurer Professor Titular de Ingls e Lingstica Aplicada na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianpolis, Brasil. Leciona na graduao e ps-graduao e orienta alunos/as de Mestrado e Doutorado. Ph.D. em Lingstica pela Universidade de Georgetown, Washington, DC, e foi pesquisador visitante na Universidade de Birmingham, Inglaterra, e na Universidade de Macquarie, Sydney. autor de Aspects of Language in Self-help Counselling (1998) e co-editor de Parmetros de Textualizao (1997) e Gneros textuais e prticas discursivas: subsdios para o ensino da linguagem (Meurer & Motta-Roth, 2002), alm de artigos em peridicos e captulos em livros no Brasil e no exterior. Seus interesses em pesquisa incluem Anlise Crtica do Discurso, Anlise de Gneros Textuais, aplicaes da Lingstica Sistmico-Funcional e integrao de teorias sociolgicas para explicar a interdependncia entre a linguagem e outras formas de prticas sociais em diferentes contextos. e-mail: [email protected]

GNEROS TEXTUAIS E EDUCAO LINGSTICA Jos Luiz Meurer (UFSC) Entre os estudiosos da linguagem que levam em considerao o contexto social, h um consenso de que existe uma relao bidirecional entre discurso e estruturas sociais, de forma que ambos se co-constroem simultaneamente. Da mesma forma, os gneros textuais, como manifestaes de diferentes discursos, moldam e so moldados por estruturas de ordem social. Um importante desafio aos estudiosos de gneros textuais e do discurso em geral mostrar como se d essa co-construo, ou moldagem recproca, entre textos e sociedade. Nesta plenria de abertura, exploro aspectos dessa bidirecionalidade com vistas a uma discusso do tema gneros textuais e educao lingstica. Um dos pressupostos centrais refere-se ao fato de que a educao lingstica inclui o desenvolvimento de capacidades de perceber relaes bidirecionais entre diversos nveis e dimenses de textos e contextos. A nfase se d sobre gneros como formas de prticas sociais, para alm da concepo de gneros como formas comunicativas com propsitos especficos. Para tanto, meu embasamento terico deriva da lingstica sistmico-funcional (LSF), da teoria da estruturao e da anlise crtica do discurso (ACD). Da LSF utilizo especialmente as noes de estratificao e multi-funcionalidade; da teoria da estruturao utilizo a noo de que trs dimenses sociais se articulam com o uso de gneros: prticas sociais, prescries de papis e estruturas sociais em forma de regras e recursos; e da ACD utilizo a noo de anlise discursiva como forma de emancipao. Em seu objetivo mais amplo, esta plenria visa contribuir para a reflexo sobre a necessidade de articularmos o estudo de gneros textuais e educao lingstica com prticas sociais contemporneas, visualizando a linguagem como elemento que possa contribuir para a integrao do grande nmero de indivduos excludos dos benefcios proporcionados pelo ensino no sistema educacional e pelos processos e produtos gerados a partir do sistema econmico.

PLENRIA 2Luiz Antnio Marcuschi Professor Titular em Lingstica na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde d aulas, orienta dissertaes de mestrado e teses de doutorado em diversas reas da Lingstica. pesquisador 1A do CNPq desde 1976, ano em que terminou seu Doutorado em Filosofia da Linguagem pela Universidade Erlagen Nuremberg Alemanha. Entre os vrios ensaios e artigos cientficos editados em revistas nacionais e internacionais (nas reas de Lingistica de Texto; Anlise da Conversao; Teoria dos Gneros Textuais; Cognio; Semntica), publicou: Linguagem e Classes Sociais (1975); Lingstica de Texto: O que e como se faz (1983); Anlise da Conversao (1986); Da Fala para a Escrita: atividades de retextualizao (2001) e organizou Hipertexto e Gneros Digitais (2004). e-mail: [email protected]

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OS DESAFIOS DA IDENTIFICAO DO GNERO TEXTUAL NAS ATIVIDADES DE ENSINO: PROPSITOS COMUNICATIVOS VERSUS FORMA ESTRUTURAL Luiz Antnio Marcuschi (UFPE) Embora seja hoje amplamente aceito que o trabalho com a linguagem em sala de aula deva ser feito com base em gneros textuais, no est claro como isso deve ocorrer no detalhe. Por um lado, admite-se que no se trata de ensinar a produzir gneros simplesmente. Por outro, sabe-se que ao escolher um gnero, j se escolhe aproximadamente uma forma textual, mas a recproca no verdadeira. No h relao de biunivocidade entre texto e gnero. Este ponto de vista deve ser explorado em particular na seguinte questo: quais as relaes entre a forma textual e os propsitos do gnero? Aqui residem alguns problemas bsicos no trato textual do gnero (que deve ser o trato tpico da escola, se ela quer trabalhar com a lngua). Para este enfoque, parto da posio de V. Bhatia (1993:13) que assim define gnero, numa reformulao de Swales (1990:58): Gnero um evento comunicativo reconhecvel caracterizado por um conjunto de propsito(s) identificado(s) e mutuamente entendidos pelos membros da comunidade profissional ou acadmica na qual ele regularmente ocorre. Com freqncia, ele altamente estruturado e convencionalizado com restries acerca das contribuies permitidas em termos de seus propsitos, contedos, forma e valor funcional. Essas restries, no entanto, so freqentemente exploradas pelos membros experientes da comunidade discursiva para atingir intenes privadas no quadro de propsito(s) reconhecvei(s). A questo que se pe : o que explorado pelos experts burlando formas e propsitos, mas deixando-os ainda reconhecveis? Como isso poderia ser analisado em sala de aula? Se uma forma textual ainda no identifica, nem leva a um gnero de modo compulsrio, e se a identificao dos propsitos de um texto ainda no nos fornece com segurana o gnero, isto deve-se ao fato de lidarmos sempre com fronteiras pouco claras entre gneros ou a imbricaes intergenricas e imbricaes interpropsitos sistemticas? Esse o ncleo temtico desta anlise.

PLENRIA 3Charles Bazerman Chefe do Departamento de Educao da Gevirtz Graduate School of Education na University of California em Santa Barbara, onde atua nas reas de Educao e de Lngua Inglesa. Publicou vrias obras, dentre as quais: Writing Across the Curriculum (2004); The Languages of Edison's Light (1999); What writing does and how it does it (com Paul Prior, 2003) e Writing selves, Writing Societies: Research from Activity Perspectives (Perspectives on Writing, an Eletronic Books Series, 2003).

GENRES AND ACTIVITY IN SOCIETY AND IN SCHOOL Charles Bazerman (UCSB) I will first review some of the core concepts of an activity approach to writing, focused on forms of writing as typified mediations of interaction and means of participating in the cooperative social projects. These concepts will then provide a way of understanding the role of writing in the various domains of social practice, such as law, commerce, science, government, or social services. These domains have all developed historically in conjunction with the communicative forms which mediate their activities. Schooling emerged historically in response to the need for people educated to carry out their roles in these domains of communal activity, but took on forms reflecting local conditions. Over time the writing taught and learned in schools may come to reflect more the particular forms of schooling than the motives and needs of students who are being prepared to live in society. The forms of writing students learn in school ought to be considered in relation to the literate lives that students will live after graduation. Those literate needs can also help animate the teaching of writing.

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MESAS REDONDASMESA REDONDA 1 - PRTICAS PEDAGGICAS EM ENSINO DE LINGUAGEM COMO GNEROAnna Raquel Machado Professora Titular de Lngua Portuguesa e Lingstica aplicada da PUC-SP, onde atua no Programa de Ps-Graduao em Lingstica Aplicada ao Ensino de Lnguas e na Coordenao dos Cursos de Atividades de Linguagem (Leitura: Do dever ao prazer; Elaborao de Atividades Didticas para Ensino de Gneros). Foi professora visitante na Universit de Genve, Sua. Tem vrias publicaes, dentre as quais destacam-se: Resumo (2004); Resenha (2004); O ensino como trabalho: uma abordagem discursiva (2004). Organizou Gneros textuais e ensino (com Dionisio & Bezerra, 2002) e O dirio de leituras: a introduo de um novo instrumento na escola (2002). e-mail: [email protected]

OS SENTIDOS DA EXPRESSO PRTICAS PEDAGGICAS DE LINGUAGEM COMO GNERO E O TRABALHO EFETIVO DO PROFESSOR Anna Raquel Machado (PUC-SP) Nessa exposio, temos por objetivo inicial discutir os efeitos de sentido da expresso prticas pedaggicas em ensino de linguagem como gnero, examinando cada um dos sintagmas nominais e dos nomes que a constituem. Em primeiro lugar, apontaremos o carter problemtico e complexo desses elementos do ttulo, carter esse que se distancia muito daquele que poderamos assumir com uma leitura mais superficial. A partir dessa anlise, discutiremos as conseqncias, a nosso ver negativas, dessa leitura menos cuidadosa. Dentre essas conseqncias, apontaremos o perigo de, assumindo uma leitura quase de senso comum, estarmos colaborando para a manuteno de representaes equivocadas que os professores constroem sobre si mesmos e sobre a natureza de seu trabalho com os gneros de texto. Vera Lcia Menezes de Oliveira e Paiva professora titular da Faculdade de Letras da UFMG, com atuao nos cursos de Graduao em Letras e Ps-graduao em Estudos Lingsticos (Mestrado e Doutorado). Leciona Lngua Inglesa e disciplinas nas linhas de pesquisa em Anlise do Discurso e Lingstica Aplicada ao Ensino de Lngua Estrangeira. Doutorou-se em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Coordena o Grupo de Pesquisa Aprendizagem de Lnguas Estrangeiras, registrado no CNPq desde 1992. Dentre suas publicaes esto: Interao e aprendizagem em ambiente virtual (2001) e Ensino de Lngua Inglesa: reflexes e experincias (1998). e-mail: [email protected] homepage: http://www.veramenezes.com

A LINGUAGEM COMO GNERO EM NARRATIVAS DE APRENDIZAGEM DE LNGUA INGLESA. Vera Lcia Menezes de Oliveira e Paiva (UFMG/CNPQ) Narrativas de aprendizagem de lngua inglesa, coletadas pelo projeto AMFALE, revelam que, geralmente, as prticas pedaggicas no ensino bsico e, at mesmo em alguns cursos de Letras, so divorciadas do conceito de linguagem como gnero. Os gneros so freqentemente utilizados como pretextos para o ensino de gramtica, ignorando-se suas condies de produo e suas finalidades. Um bom exemplo a apresentao e a utilizao inadequadas dos dilogos pelos livros didticos. A predominncia do conceito de lngua como um conjunto de estruturas sintticas isoladas de seus contextos de uso tem como conseqncia um ensino que sonega dos aprendizes prticas sociais da linguagem autnticas e significativas. Para superar as ausncias de uma comunidade de prtica discursiva e da produo de sentido, os estudantes informam que recorrem comunicao de massa (filme, msica, revistas). Essa constatao nos leva a hipotetizar que, intuitivamente, o aprendiz acredita que so os gneros e no as estruturas isoladas que lhes auxiliam no processo de aquisio de uma lngua estrangeira.

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MESA REDONDA 2 - MULTIMODALIDADE E LETRAMENTOCarmen Rosa Caldas-Coulthard Professora Titular aposentada da UFSC, onde coordenou o Programa de Ps-Graduao em Ingls. Atualmente Professora Senior da University of Birmingham (Reino Unido) e coordenadora acadmica do Mestrado em Estudos da Traduo e do Mestrado em Discurso Crtico, Cultura e Comunicao do CELS (Centre for English Language Studies). Leciona cursos sobre Discurso, Cultura e Comunicao, Linguagem da Mdia, Linguagem e Gnero Social, Anlise da Narrativa e Estudos de Traduo. Algumas de suas principais publicaes incluem: News as Social Pratice (UFSC, 1997); Texts and Pratices: Reading in Critical Discourse Analysis (org. com M. Couthard) (1996); Social Semiotics 13/1 Special Issue: Critical Social Semiotics (org. com Theo Van Leeuwen, 2003). e-mail: [email protected] homepage: www.cels.bham.ac.uk/staff/caldas-coulthard.htm SEMITICA SOCIAL E MULTIMODALIDADE Carmen Rosa Caldas-Coulthard (University of Birmingham) A sociedade ps-moderna constitui-se atravs de uma a diversidade de modos comunicativos que podemos classificar como recursos semiticos ou modos (linguagem, imagens, sons, msica, sons, texturas, gestos e tambm os menos bvios como comida, objetos dirios, vestimenta, etc..). Estes recursos semiticos combinam-se para produzir significados diversos, aos quais atribumos valores culturais de acordo com certas ideologias. Todos os gneros discursivos so compostos de diversos recursos semiticos, os quais variam de acordo com o contexto da situao e com o propsito da comunicao. Estudos tericos recentes na rea de Anlise Crtica do Discurso e Semitica Social apontam para a questo abrangente da multi-modalidade em todos os gneros discursivos (Van Leeuwen, 2005, Kress, G. e Van Leeuwen, T. 2001, Kress, G. e Van Leeuwen, T. 1996). Com base nesses estudos, o objetivo desta apresentaco considerar como as novas discusses tericas sobre recursos semiticos e multimodalidade nos apontam para novas definies e caractersticas organizacionais de gneros discursivos. Exemplificando com uma variedade de textos (turismo, pginas da Internet pessoais, textos jornalsticos, anncios entre outros) discutirei como um enfoque multi-modal, social e semitico analise genrica pode ajudar o/a analista a desconstruir significados muitas vezes no explcitos e ideologicamente problemticos. Referncias: Kress, G. and Van Leeuwen, T. (1996) Reading Images: The Grammar of Visual Design. London: Routledge. Kress, G. and Van Leeuwen, T. (2001) Multimodal Discourse: The Modes and Media of Contemporary Communication, Londres: Arnold. Van Leeuwen, T. (2005) Introducing Social Semiotics. London: Routledge. Viviane Herbele Professora Adjunto de Ingls e Lingistica Aplicada na Graduao e no Programa de Ps-Graduao em Letras/Ingls e Literatura Correspondente da UFSC. Diretora do Centro de Comunicao e Expresso da UFSC (2004-2008), com ps-doutorado pela Universidade de Sidney, Austrlia. Tem publicaes no Brasil e no exterior nas reas de Ensino de Lnguas, Anlise Crtica do Discurso, gnero social e gramtica sistmico-funcional, dentre as quais, destacam-se: a organizao de Systemic functional linguistics in action (nmero temtico da Ilha do Desterro, 2004) e a co-autoria em Ensinando e aprendendo ingls na universidade: formao de professores em tempos de mudana (com T. Gimenez, 2003). e-mail: [email protected]

MULTILETRAMENTO: INTEGRANDO RECURSOS SEMITICOS MULTIMODAIS Viviane M. Heberle (UFSC) Com fundamentao terica da anlise critica do discurso e da lingstica sistmico-funcional, nesta apresentao discuto a relevncia de se expandir as fronteiras dos estudos do discurso e de gneros textuais para incluir a investigao de outros sistemas semiticos alm da linguagem verbal. Com ateno especial aos conceitos de multimodalidade, multiletramento e resemiotizao, proponho que o significado de letramento, pois, deva incorporar no somente habilidades e competncias referentes a aspectos lingsticos mas tambm significaes multimodais aliadas s novas tecnologias da informao e comunicao.

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PROGRAMAO17 de agosto Quarta-feira8h30min 10h Credenciamento e entrega de materiais 10h Abertura oficial do evento 10h30min 12h Plenria 1 Gneros textuais e educao lingstica Jos Luiz Meurer (UFSC) Debatedora: Anna Rachel Machado (PUC-SP) 12h 13h30min Intervalo para almoo 13h30min 15h Comunicaes individuais SESSO 1

LINHA TEMTICA Anlise de gnero textual

Gneros textuais, ensino e aprendizagem da linguagem

TTULO E AUTOR O gnero reportagem em veculos de assessoria de imprensa Andra Francile Weber; Nina Clia Almeida de Barros (UFSM) A linguagem visual no gnero revista de administrao Barbara Hemais (PUC-Rio) Anlise retrico-crtica de gneros opinativos miditicos impressos: o editorial e a crnica Maria Francisca Oliveira Santos (CESMAC) Anncio publicitrio de consumo: uma contribuio ao ensino mdio Fernanda Costa Garcia; Ldia Maria Gonalves (UEL) Anlise de um gnero da correspondncia oficial e empresarial: o ofcio de solicitao Maria Inez Matoso Silveira (UFAL) As variveis contextuais de um relatrio de inqurito policial Janaina Carvalho Ferreira (UNIFRA); Cristiane Fuzer (UFSM/UNIFRA) A argumentao no gnero Carta ao Leitor Samariene Lcia Lopes Pillon; Nina Clia Almeida de Barros (UFSM) As marcas da heterogeneidade constitutiva em guias institucionais do Estado da Paraba Indira Toscano Brando; Ana Cristina de Sousa Aldrigue (UFPB) Prticas discursivas: uma anlise da sesso concluso em teses de doutorado Antonia Dilamar Arajo (UECE) Artigo acadmico e artigo de relato de experincia: uma anlise de gnero com foco em tpicos e procedimentos de pesquisa Fabiana Diniz Kurtz (UNIJUI) Texto Global de relatrio Normelio Zanotto (UCS) Gnero do trabalho e terminologia: uma intrnseca sujeio lingsticocognitiva Edna Guedes de Souza (CEFET/UFPE) Dissertao escolar, transposio didtica e refaco Adair Vieira Gonalves (FCSa) Da situao de comunicao formalizao do texto: trabalhando com gneros textuais no ensino mdio Vera Helena Dentee de Mello; Maria Eduarda Giering (UNISINOS) Gneros discursivos e atividades de leitura e produo textual a estudantes de ensino superior Ana Cludia de Souza; Cristiane Seimetz Rodrigues; Fernanda Cizescki (UNESC) As provas de lngua estrangeira na UEL: que tipo de conhecimento se exige dos alunos? Natalia Labella Snchez; Josely Bogo Machado Soncell; Vera Lcia Lopes Cristvo (UEL) Explorando a multimodalidade nas aulas de ingls por meio do gnero comercial de TV Andrea Garcez Pereira; Leandro Marcos Lassen; Thaiane da Silva Socoloski (UFSM) BLOG: um gnero textual a ser desconstrudo e descrito na abordagem do interacionismo scio-discursivo Cludia Cristina Gatti Flis; Elvira Lopes Nascimento (UEL) Propaganda em sala de aula: interao e aprendizado Paulo Eduardo 11

Gneros textuais, ensino e aprendizagem da linguagem

Gneros textuais e formao de professores Outros tpicos relacionados aos gneros textuais

Aranha de S Barreto Batista; Ana Cristina de Souza Aldrigue (UFPB) O chat como um gnero privilegiado para o ensino colaborativo de Lngua Inglesa Susana Cristina dos Reis (UFSM) Gneros textuais em livros didticos de Lngua Portuguesa e progresso curricular Adriane Teresinha Sartori (UCS/UNICAMP) Gneros Discursivos no Livro Didtico de Lngua Portuguesa Dulce Cassol Tagliani (UFSM/UNIFRA) Charge, tiras, HQ, anncios: como o livro didtico de LP trata esses GT no processo de ensino/aprendizagem? Katia V. Gerardon (UNIJU) A presena de textos da esfera da propaganda no livro didtico de Lngua Portuguesa - Sueli da Costa (PUC-SP) Video Music Television: uma abordagem multimodal ao ensino de lngua estrangeira Rosli Gonalves do Nascimento; Fbio Andrei Squarcieri Antunes; Fbio Santiago Nascimento (UFSM) O gnero exerccio escolar e a multimodalidade discursiva Ceclia Barbosa Lins Aroucha (UFPE) O gnero resenha cinematogrfica na abordagem do interacionismo scio-discursivo Eliana Merlin Deganutti de Barros; Elvira Lopes Nascimento (UEL) Gneros discursivos e ensino Rosa Maria Nechi Verceze (UNIR) O conhecimento de gneros textuais/discursivos do professor suficiente para possibilitar o aprendizado do aluno? Alessandra Baldo (UCS) Um gnero textual docente: o parecer pedaggico Normanda da Silva Beserra (CEFET/UFPE) Gneros textuais: discutindo noes e o ensino de lngua em So Bento do Sul - Simone Lesnhak Krger; Andra Maristela Bauer Tamanine (UNIVILLE) Multimodalidade e gnero textual: uma anlise da propaganda A Semana Dione de Ftima Arrial da Silva; Sara Regina Scotta-Cabral (ULBRA) Anlise de discurso crtica e a anlise de gneros discursivos literrios Maria Ceclia de Lima (UnB) O menino quadradinho: o mundo criativo dos quadrinhos de Ziraldo Isabele Reginato de Arajo (UFF) As faces da intertextualizao: uma aproximao s formas dos cruzamentos de gneros Florncia Miranda (Universidad Nacional de Rosrio Argentina) Uma anlise da retextualizao para o ingls de resumos acadmicos da rea mdica: uma interface entre os estudos da traduo e a lingstica sistmico funcional Ariana Zanella (UFSC) Parece, deve, pode ser: transitividade e modalizao no gnero editorial Maria Medianeira de Souza (UFPE) A representao da imagem feminina na publicidade turstica Ana Ldia Weber Bisol (UCS) O gnero coluna de jornal: Ivan Tavares, um estilo prprio de escrever Jacira Teixeira Franke; Sara Regina Scotta Cabral (ULBRA) O ensino/aprendizagem de Lngua Inglesa no Paran representado no discurso dos professores participantes da formao continuada: uma anlise crtica Nilceia Bueno de Oliveira (UNISUL)

15h 15h30min Caf intervalo 15h30min 17h Comunicaes coordenadas - SESSO 1

LINHA TEMTICA

TTULO E AUTOR Coordenada 1: Questes sobre os conceitos de esfera de atividade humana e de comunidade discursiva para anlise dos gneros textuais e suas implicaes Estratgias argumentativas do Sermo da Sexagsima: em busca da definio de um gnero Maria Elias Soares (UFC) A organizao das informaes e a comunidade discursiva no gnero jurdico acrdo Elisabeth Linhares Catunda (UFC) Esferas de circulao dos gneros textuais no universo da alfabetizao de adultos Brbara Olmpia Ramos de Melo (UESPI)

Anlise de gnero textual

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Coordenada 12: Debates: Anlise de gneros textuais em contextos diversos Anlise de Gnero: uma rea, uma abordagem, uma Metodologia de Pesquisa? - Dsire Motta-Roth(UFSM) O artigo acadmico eletrnico e as noes de gnero textual e mdia Graciela Rabuske Hendges (UFSC) Discutindo procedimentos e categorias analticas em anlise de gnero a partir de artigos experimentais com foco no ensino de ingls para fins acadmicos - Patrcia Marcuzzo e Francieli Socoloski Rodrigues (UFSM) Do you have any experience abroad? O gnero entrevista de emprego no contexto de cursos livres de lnguas Gabriela Quatrin Marzari (UFSM) Coordenada 3: Tempo-aspecto-modalidade nos gneros crnica, carta comercial, noticia e entrevista scio-linguistica: algumas consideraes sobre transposio didtica. Crnica: como se estrutura tempo-aspecto-modalidade neste gnero? Gneros textuais, ensino e Nara Cristine Thom Palcios (UNESC) aprendizagem da As categorias tempo/aspecto/modalidade no gnero discursivo entrevistas linguagem sociolingsticas Rosemary de Ftima de Assis Domingos (UNESC) Tempo-aspecto-modalidade na esfera comercial: gnero carta ngela Cristina Di Palma Back (UNESC) Gnero notcia: tempo, aspecto e modalidade como estratgia de elaborao didtica Almerinda Tereza Bianca Bez Batti Dias (UNESC) Coordenada 8: Os gneros do discurso em prticas de produo textual: analise e proposio de elaborao didtica Gneros textuais, ensino e aprendizagem da linguagem Gneros e produo textual na escola: a necessidade de aprender a ensinar a produzir textos Rosngela Hammes Rodrigues (UFSC) Produo, correo e avaliao de textos a partir dos gneros do discurso Tayana Moritz Tomazoni (UFSC) Prtica de anlise lingstica a partir das produes textuais nos livros didticos Carlos Arcngelo Schlickmann (UNESC)

Gneros textuais e formao de professores

Coordenada 9: Relatos, bilhetes, avaliaes: gneros em contexto de formao de professores e alunos Como se responde a um bilhete? Interveno, reao e dilogo em produes textuais Wladimir Stempniak Mesko (UNICAMP); Ana Elisa de Arruda Penteado (UNICAMP) Impacto do bilhete na construo do sentido do texto do aluno Edilaine Buin (UNICAMP) Auto-avaliaes escritas por graduandos Robson Santos de Carvalho (UEMG); Wagner Rodrigues Silva; Eliana Melo Machado Moraes Coordenada 10: Um novo modelo de formao continuada de docentes Em direo a um modelo holstico de formao docente Marcos Gustavo Richter (UFSM) Revisitando o dirio como instrumento para a construo de conceitos docentes Dioni Maria dos Santos Paz (UERGS) O lugar da teoria da leitura no modelo holstico em aulas de PLE Cndida Martins Pinto (UFSM) O ensino intercultural de leitura: entre identidades e diferenas Catiane Mortari (UFSM) Ensino intercultural de leitura: vocabulrio e forma Fabricia Cavichioli (UFSM) Coordenada 11: Prova de vestibular e do ENEM: Gneros textuais desencadeadores de novas aes pedaggicas? PCNEM: reflexos nos vestibulares da UEL, nos livros didticos de ensino mdio e nas aulas observadas Ldia Maria Gonalves (UEL) Os gneros da esfera jornalstica no vestibular da UEL Cludia Lopes N. Saito (UNESP) Prova de vestibular: os impactos desse gnero no Ensino Mdio - Elvira Lopes Nascimento (UEL) Prova do ENEM: o impacto de um gnero textual no Ensino Mdio - Maria Ilza Zirondi (UEL) 13

Outros tpicos relacionados aos gneros textuais

17h15min 18h45min Mesa Redonda 1 Prticas pedaggicas em ensino de linguagem como gnero Anna Rachel Machado (PUC-SP) Vera Menezes de Oliveira Paiva (UFMG) Debatedor: Adair Bonini (UNISUL)

18 de agosto - Quinta-feira8h30min 10h Comunicaes individuais SESSO 2

LINHA TEMTICA Anlise de gnero textual

TTULO E AUTOR Gnero, mdia e recepo: a construo do conhecimento sobre narrativas miditicas por jovens universitrios Anna Christina Bentes; Vivian Cristina Rio (UNICAMP) Magazines femininos televisivos: um formato hbrido de publi-infotretenimento Najara Ferrari Pinheiro (UCS/FEEVALE) A nota jornalstica no Jornal do Brasil e na Folha de So Paulo: um estudo do gnero Lisette Fernandes Figueiredo (UNISUL) O gnero crtica de cinema no jornal Folha de So Paulo: um estudo de suas caractersticas e funes Lourdes Cividini Cassaroti (UNISUL) Os gneros do discurso no rdio: reflexes em busca de uma nova conceituao de radiofonia a partir da Web Nair Prata Moreira Martins Modelos didticos dos gneros regras de jogos e artigo informativo (virtual) Gabriela Mendes Nogueira; Vera Lcia Lopes Cristvo (UEL) Cartilhas educativas, quadrinizao e intergenericidade Mrcia Rodrigues de Souza Mendona (UFPE) O verbete numa relao de inter-gneros - Roni Rodrigues da Silva (UERN) Repensando a redao do concurso de vagas ociosas enquanto gnero discursivo, sob uma perspectiva sistmico-funcional Josyele Ribeiro Caldeira; Lcia Pacheco de Oliveira (PUC-Rio) Representaes de mudanas sociais e polticas na anlise de gnero de quatro hinos nacionais russos Anderson Alves de Souza (UFSC) Das prticas sociais cotidianas para a escola: os gneros textuais da oralidade e da escrita na/da escola Marianne Carvalho Bezerra Cavalcante (UFPB); Beth Marcuschi (UFPE) O aculturamento no gnero projeto de pesquisa: um estudo de caso Kelly Cristina Molinari da Silva (UNISUL) Novas perspectivas para o ensino da produo textual na escola: anlise de um suporte Carina Carla Pamplona (Prefeitura Municipal de Florianpolis); Nara Caetano Rodrigues (UFSC) Anlise lingstica e variao um estudo por meio do gnero textual frum de leitores Adriana Amaral Flores Salles (USP) O gnero do discurso no livro didtico de Lngua Portuguesa do Ensino Mdio: anlise da clareza e coerncia conceituais Vctor Csar da Silva Nunes (FURB) Lxico e argumentao no gnero cartas do leitor Emanuel da Silva Fontel (UFPA) Abordagem do gnero textual nas orientaes para a escrita no Ensino Mdio Germana Correia de Oliveira (UFRN); Symone Nayara Calixto Bezerra (UFCG) Anlise de unidade didtica de compreenso escrita via gneros textuais Beatriz Demenech Mori (UEL) O livro didtico de lngua inglesa sob a tica da anlise de gnero Luciane Kirchhof Ticks (UFSM) O conto de fadas na aula de lngua inglesa Marlene Aparecida Ferrarini (UEL) Transposio didtica do gnero relato de experincia vivida no ensino da lngua inglesa Jacqueline Cardoso Robel (UEL) Uma abordagem via gneros textuais e a produo escrita em ingls como lngua estrangeira no Ensino Fundamental Maria Raquel de Andrade Bambirra (CEFET) 14

Gneros textuais, ensino e aprendizagem da linguagem

Gneros textuais e formao de professores

O ensino do gnero fbula em ambiente escolar: duas prticas em anlise Luciane Manera Magalhes (UFJF) O texto flmico e suas contribuies para a formao crtica do professor Luciani Salcedo de Oliveira Malatr; Raphael Albuquerque de Ber; Sheila Falco Minuto (FURG) Cinderela moderna: o gnero conto de fadas como objeto de ensino Eleny Oliveira Nascimento Pozzobon; Elvira Lopes Nascimento (UEL) O gnero dirio de leitura como um instrumento possvel na formao de professores Luciane Todeschini Ferreira (UCS) Avaliao e organizao discursiva em abstracts de pesquisa experimental em medicina - Maria Dulce Patan Spinelli (PUC-SP) Tabulao dos movimentos retricos Fabiana Perotoni (UCS) A entrevista jornalstica: uma anlise do gnero a partir dos exemplares publicados no JB Marcelo Silvano Borba (UNISUL)

Metodologia de anlise de gneros textuais

10h 10h30min Caf com exposio e debate de psteres SESSO 1

LINHA TEMTICA

TTULO E AUTOR O stio UCS PRODUTORE na formao de professores Juliana Bernardini; Marcos Baltar (UCS)

Gneros textuais e formao de professores

UCS PRODUTORE projetos de trabalho com jornal de sala de aula voltado para o desenvolvimento da competncia discursiva Raquel Pontes; Marcos Baltar (UCS) UCS-PRODUTORE Seqncias de gneros textuais do ambiente discursivo jornalstico Carina Granzotto; Marcos Baltar (UCS)

Metodologia de anlise Constituio do corpus da pesquisa GENERA Joanita Coelli Girardi (UCS) de gneros textuais

10h30min 12h Plenria 2 Novas perspectivas para o ensino da linguagem Luis Antonio Marcuschi (UFPE) Debatedora: Vera Lcia Lopes Cristvo (UEL) 12h 13h30min Intervalo para almoo 13h30min 15h Mesa Redonda 2 Multimodalidade e Letramento Carmen Rosa Caldas-Coulthard (University of Birmingham) Viviane Heberle (UFSC) Debatedora: Dsire Motta-Roth (UFSM) 15h 15h30min Caf com exposio e debate de psteres SESSO 2

LINHA TEMTICA

TTULO E AUTOR Os elementos paratextuais pr-textuais de relatrio Raquel Jeanine de Freitas Ramos (UCS) As diferentes representaes de mundo na publicidade: revisando a gramtica do design visual Juliana Petermann; Nina Clia Almeida de Barros (UFSM)

Anlise de gnero textual

Gneros textuais, ensino e aprendizagem O gnero publicidade e as estratgias metacognitivas e argumentativas da linguagem Roberta Guimares de Godoy e Vasconcelos; Abundia Padilha Pinto (UFPE) Outros tpicos relacionados aos gneros textuais Literatura e esporte - um ensaio acerca da produo textual no campo esportivo Marlise Buchweitz Klug; Verner Vieira Nunes (UFPEL)

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15h30min 17h Comunicaes coordenadas SESSO 2

LINHA TEMTICA

TTULO E AUTOR Coordenada 2: Abordagens terico-metodolgicas de gneros textuais na pesquisa e no ensino grupo de pesquisa PROTEXTO/UFC A relao suporte-gnero e o fenmeno da intertextualidade intersuportes Antnio Duarte Fernandes Tvora (UFC) A transmutao e os aspectos estilsticos do gnero chat Jlio Csar Arajo (UERN/UFC) Reflexos das teorias de gneros textuais no material didtico do Ensino Mdio Bernardete Biasi-Rodrigues; Shirlei Marly Alves (UFC) Seqncia textual e distribuio das informaes: uma proposta de interseo em editoriais de jornais Socorro Cludia Tavares de Sousa (UFC) Coordenada 12: (CONTINUAO) Debates: Anlise de gneros textuais em contextos diversos Nossos viles j no so os mesmos: o terrorismo como prtica discursiva em uma histria em quadrinhos na era bush - Francisco Osvanilson Dourado Veloso (UFSC/UFAC) Pesquisadores da linguagem na www: um estudo sobre a configurao textual e contextual do gnero home page pessoal - Dbora Marshall (UFSM) A ironia desafiando o poder: uma anlise de elementos verbais e noverbais em um gnero textual no filme cidade dos sonhos Maiza de Lavenre Bastos (UFSC) Tema e o apagamento do sujeito como mecanismos de construo de identidade social/profissional do juiz do supremo tribunal federal Valria Iensen Bortoluzzi e Gisvaldo Arajo Silva (UFSM) Coordenada 4: Gneros em interao: o dialogo das mltiplas linguagens Gneros ou movimentos discursivos do sujeito na construo do sentido na sala de aula? Maria de Ftima Almeida (UFPB) Estudos Murilo Mendes/Juan Gris A palavra, a imagem: itinerrios intersemiticos Maria Bernadete da Nbrega (UFPB) Dialogismo e construo de sentido em gneros discursivos da mdia impressa Pedro Farias Francelino (UFPB/UFPE) Coordenada 5: Livro didtico de lngua portuguesa: a intercalao e o tratamento dos gneros A abordagem dos gneros orais nos livros didticos de lngua portuguesa Adelma das Neves Nunes Barros Mendes (UNIFAP) A intercalao como fenmeno constitutivo do gnero livro didtico de Lngua Portuguesa Clecio Bunzen (UNICAMP) Gneros de discurso nos LDP de 1 a 4 sries Coletneas e Letramentos Roxane Rojo (PUC-SP/UNICAMP) Gneros poticos em livros didticos de lngua portuguesa do ensino fundamental Simone de Jesus Padilha (UFMT) Coordenada 6: Gneros catalisadores, letramento e formao de professores Gneros catalisadores na formao continuada de professores do ensino fundamental Ins Signorini (UNICAMP) A construo da interlocuo entre professor e aluno em contexto escolar Milene Bazarim (UNICAMP) Gnero como categoria organizadora de seqncias didticas em aula de lngua materna Joo B. Gatinho (UNICAMP) O mundo implicado e o mundo no implicado de alunos de graduao em contexto de avaliao: o gnero dissertativo como respaldo Janana Behling (UNICAMP)

Anlise de gnero textual

Gneros textuais, ensino e aprendizagem da linguagem

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Coordenada 7: Gneros orais e o ensino da lngua portuguesa Tratamento da oralidade no livro didtico do ensino fundamental Wilma Gneros textuais, Pastor de Andrade (UFPB) ensino e aprendizagem O exerccio da tutela na aquisio do gnero verbal no espao institucional da linguagem Walria de Melo Ferreira (UFPB) Gneros textuais e anlise lingstica Maria das Graas Carvalho Ribeiro (UFPB) O Referencial Curricular para a Educao Infantil: em foco a oralidade Evangelina Faria (UFPB)

17h15min 18h45min Lanamento de livros por editoras Coordenao: Acir Mrio Karwoski 20h Atividade Cultural e Jantar por adeso

19 de agosto Sexta-feira8h30min 10h Comunicaes individuais SESSO 3

LINHA TEMTICA Anlise de gnero textual

TTULO E AUTOR Analisando propagandas com foco no gnero e no discurso Rodrigo Acosta Pereira (UFSM) Um estudo diacrnico da heterogeneidade em textos publicitrios Ana Cristina de Souza Aldrigue; Roseane Batista Nicolau (UFPB) Gnero publicitrio: constituio, funcionalidade e relaes de poder Ivandilson Costa (ASCES-PE/FAFICA-PE) A construo heterognea das capas da revista Veja Josiane Fidlis; Acir Mrio Karwoski (FAFI-UVA) Cartas para penpal: descrio do contexto de produo e da infraestrutura Ana Paula Marques Beato Canato; Vera Lcia Lopes Cristvo (UEL) A apresentao em foco: um elemento metodolgico e conceitual em interaes na sala de aula Rita de Nazareth Souza Bentes (UFRN) O ensino da linguagem atravs do gnero tira de humor Ana Queli Tormes Machado; Edinia Chaves Franz; Vera Lcia Pires (UFSM) A relevncia do contexto compartilhado entre autor/leitor no gnero histrias em quadrinhos Conceio Aparecida Kindermann (UNISUL) O contrato de comunicao da abordagem de gneros textuais Martha Dreyer de Andrade Silva; Maria Eduarda Giering (UNISINOS) A escola pblica e a transposio didtica de gneros: desafios que queremos enfrentar Clia Regina Capellini Petreche (UEL) Carta do leitor: uma fonte de motivao para a produo textual e a leitura Elizabete Matilde Dulz (FAFI-UVA) O gnero textual e a construo de sentido do texto Magali Pagnoncelli (UPF) A lngua na perspectiva dos gneros textuais/discursivos: implicaes no ensino Marlene Isabela Bruxel Spohr (UNIVATES) Reportagem em ingls e suas contribuies para o ensino Josu Marcos Ribeiro; Vera Lcia Lopes Cristvo (UEL) Livros didticos de Lngua Portuguesa e gneros discursivos: o olhar de professores em nvel de Especializao Adriana Fischer (UFSC) A formao do professor de Lngua Portuguesa para um trabalho de produo textual, a partir de Gneros Discursivos - Maria do Carmo Marinho Bastos (UBM) Noes de gnero discursivo e tipo textual em um texto oficial destinado a professores de sries iniciais: problemas de ordem terminolgica ou conceitual? Isaac Ferreira (UFSC) Proposta curricular de Santa Catarina: reviso e perspectivas para o 17

Gneros textuais, ensino e aprendizagem da linguagem

Gneros textuais e formao de professores

estudo de gneros Maria Marta Furlanetto (UNISUL) Funo interpessoal e papis exercidos por participantes no texto noverbal Sara Regina Scotta Cabral (ULBRA); Nina Clia Almeida de Barros (UFSM) Sobre a cientificidade da classificao dos gneros textuais - Iara Bemquerer Costa (UFPR) Funk: gnero musical sincrtico sob a abordagem do interacionismo scio-discursivo - Keity Cassiana Seco (UEL) (Re)construo de identidades em anncios publicitrios eletrnicos na aula de lngua inglesa Luciana Specht; Aracy Ernst-Pereira (UCPEL) Estruturas frasais fragmentadas em textos gnero publicitrio: na incompletude da sintaxe, o acabamento do enunciado Maria Luci de Mesquita Prestes (FAPA) Produo textual: mexendo com as idias Mrcia Elisa Vanzin Boabaid (UPF) Materiais didticos para o ensino de Lngua Inglesa: uma anlise de gneros textuais Lidia Stutz; Lda Maria Braga Tomitch (UFSC) Gneros textuais/discursivos: um debate terico Maria Aparecida Resende Ottoni (UnB/UFU/ESEBA) Anlise de um sistema de gneros textuais Cristiane Fuzer (UFSM/UNIFRA), Nina Clia Almeida de Barros (UFSM) Gneros textuais ou tipos de textualizao? Adail Ubirajara Sobral (PUCSP) Discurso jurdico, gnero social e poder: uma anlise de marcadores de agenciamento e causalidade em acrdos sobre crimes de estupro Dbora de Carvalho Figueiredo (UNISUL)

Metodologia de anlise de gneros textuais

Outros tpicos relacionados aos gneros textuais

10h 10h30min Caf com exposio e debate de psteres SESSO 3 e exposio de livros

LINHA TEMTICA

TTULO E AUTOR Gneros discursivos e hibridismo: publicidade disfarada de notcia na revista Caras Graziela Frainer Knoll (UFSM) Modelos didticos dos gneros RAP e Resenha (de CD) Giovana Carla de Moraes Gomes; Vera Lcia Cristvo (UEL)

Anlise de gnero textual

O ensino da lngua inglesa com base em gneros Sara Daniele da Rocha Gneros textuais, Pereira; Sandra Izabel Messer; Susana Cristina dos Reis (UFSM) ensino e aprendizagem da linguagem Gneros textuais no ensino mdio: uma abordagem para o ensino da lngua portuguesa Fabrcio Roberto Decandio; Juliana Godeny; Elvira Lopes Nascimento (UEL)

10h30min 12h Oficinas

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Oficina 1: Estratgias de leitura de gneros textuais - Acir Mario Karwoski (UFPR) Oficina 2: A construo de um modelo didtico do gnero noticia - Adair Bonini (UNISUL) Oficina 3: Aplicao dos gneros discursivos no ensino e leitura crtica em lngua estrangeira Alda Maria Coimbra (UFF/Colgio Pedro II) Oficina 4: Multimodalidade em gneros escritos - ngela Paiva Dionsio (UFPE) Oficina 5: Anlise crtica e representao em gneros eletrnicos - Carmen Rosa Caldas-Coulthard (University of Birmingham) Oficina 6: Corpora and Discourse Analysis: new ways of doing old things - David Y. W. Lee (University of Nagoya) Oficina 7: Pginas e aprendizagem em construo: o uso dos gneros homepage pessoal e chat no ensino de lngua inglesa - Dbora Marshall; Susana Cristina dos Reis (UFSM) Oficina 8: O jogo digital como hipergnero e sua importncia para o ensino e aprendizagem de lnguas Dinor Fraga; Casiano Ricardo Haas; Geovane Dantas Lacerda (UNISINOS) Oficina 9: Metodologias para anlise de gneros da ordem do argumentar no Ensino Mdio Elaine Pereira Andreatta Padilha; Maria Jlia Macagnan (UNIJUI) Oficina 10: Anlise de gneros textuais sob uma perspectiva da lingstica sistmico-funcional Jos Luiz Meurer (UFSC) Oficina 11: O jornal de sala de aula: a competncia discursiva a partir do trabalho com os gneros textuais do ambiente discursivo jornalstico Marcos Antonio Rocha Baltar (UCS) Oficina 12:(A): Metodologia de anlise de gneros textuais (B): Gneros textuais, ensino e aprendizagem da linguagem Maria Antnia Coutinho (Universidade Nova de Lisboa); Anna Rachel Machado (PUC-SP) Oficina 13: Atividade de leitura de gneros discursivos na escola Maria Aparecida Garcia Lopes Rossi (UNITAU) Oficina 14: Prticas de leitura e produo textual em lngua portuguesa Nara Augustin Gehrke (UFSM); Maria Socorro de Almeida Farias (UFSM); Ana Queli Tomes Machado (UFSM); ngela Fenner Berwaldt (UFSM); Aline Giovana Flach (UFSM); Cristiane Fuzer (UNIFRA/UFSM); Ednia Chaves Franz (UFSM); Silvia Pretzel (UFSM) Oficina 15: Reflexes sobre gneros literrios a partir da carnavalizao e de polifonia Rosani Umbach; Joo Luis Ourique; Lizandro Calegari; Grson Werlang (UFSM) Oficina 16: As histrias infantis nas aulas de lngua espanhola: abrangendo as quatro habilidades lingsticas Rosiane da Silva Saito; Vera Lcia Lopes Cristvo; Valdirene Zorzo-Veloso (UEL) Oficina 17: Gneros digitais e ensino on-line Vera Lcia Menezes Oliveira Paiva (UFMG) Oficina 18: O gnero atravs dos gneros: a construo do feminino e do masculino nos livros didticos de lngua materna e de lngua estrangeira Vera Lcia Pires; Karina Giacomelli; Carmen D. R. Nassar; Ana Paula F. Benchimol; Kelly Cristini G. Werner (UFSM)

12h 13h30min Intervalo para almoo 13h30min 15h Continuao das oficinas 15h 15h30min Caf com exposio e debate de psteres SESSO 4

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LINHA TEMTICA

TTULO E AUTOR Analisando o gnero anncio publicitrio sob a perspectiva da gramtica sistmico funcional; Rosli Gonalves do Nascimento; Janete Teresinha Arnt; Oscar Freitas Jnior (UFSM)

Gneros textuais, ensino e aprendizagem da linguagem Autoria e subjetividade nas produes infantis; Eliana Bezerra; Jaqueline de Arajo Prazeres; Marianne Carvalho Bezerra Cavalcante (UFPB)

Escrita e leitura de hipertexto: construo ou desconstruo de sentidos nos blogs e flogs Mrcia Helena Berres (UNIJU); Hamilton de Godoy Wielewicki(UFSM)

Gneros textuais e formao de professores

Da necessidade de mediao na leitura dos rtulos com simbologia ecolgica; Lisiane Vandresen (UNISUL)

15h30min 17h Plenria 3 Panorama de Ensino e Pesquisa sobre a Escrita no Brasil e nos EUA Charles Bazerman (UCSB) Debatedora: ngela Paiva Dionsio (UFPE) 17h15min 18h Avaliao e Encaminhamentos para o 4 SIGET 18h Sesso de Encerramento

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COMUNICAES COORDENADASANLISE DE GNERO TEXTUAL

COORDENADA 1 - QUESTES SOBRE OS CONCEITOS DE ESFERA DE ATIVIDADE HUMANA E DE COMUNIDADE DISCURSIVA PARA A ANLISE DOS GNEROS TEXTUAIS E SUAS IMPLICAES COORDENADORA: Maria Elias Soares (UFC) A sesso apresentar trs estudos que buscam discutir algumas questes relacionadas com a pesquisa sobre gneros, seja aquela relativa descrio da organizao retrica de um gnero em particular, seja a que busca lidar com os conceitos que orientam essa pesquisa e suas aplicaes. Os trs trabalhos inscrevem-se na linha de Anlise de Gneros e compartilham, alm do elo comum, que so as idias de Bakhtin, o interesse pela noo de comunidade discursiva e de organizao da estrutura genrica na perspectiva de Swales, bem como a interpretao das estratgias discursivas usadas na construo do texto. Desse modo, a sesso apresentar reflexes sobre: a) a possibilidade de propor a descrio do gnero jurdico acrdo, a partir de uma discusso sobre como se constitui a comunidade discursiva jurdica; b) as estratgias argumentativas que podem caracterizar a pregao apostlica como um gnero, tanto no que diz respeito aos temas, como linguagem e ao estilo; c) as contribuies que podem advir da relao entre anlise de gneros e letramento para a concepo da escola como um verdadeiro espao de interao lingstica. ESTRATGIAS ARGUMENTATIVAS DO SERMO DA SEXAGSIMA: EM BUSCA DA DEFINIO DE UM GNERO Maria Elias Soares ([email protected]) (UFC) O objetivo do presente estudo identificar no Sermo da Sexagsima, de Vieira, o encaminhamento argumentativo que pode caracterizar a pregao apostlica como um gnero, tanto no que diz respeito aos temas, como linguagem e ao estilo. Para tanto, recorremos ao conceito de gnero discursivo e de esfera de atividade humana, de Bakhtin. Acolheremos tambm a sugesto bakhtiniana de que todo gnero traz em sua textura as marcas da esfera da qual procede e que tais marcas passam a constituir seu estilo. Procuraremos demonstrar que Vieira, ao procurar traar a teoria da unidade oratria de um sermo, define um estilo funcional, que caracteriza o gnero e que difere do estilo individual. Evidenciaremos igualmente as preocupaes do autor em traar uma teoria da unidade oratria, em que ressaltam os temas, suas fontes e a necessidade de convencer os ouvintes. A ORGANIZAO DAS INFORMAES E A COMUNIDADE DISCURSIVA NO GNERO JURDICO ACRDO Elisabeth Linhares Catunda ([email protected]) (UFC) O trabalho insere-se na linha de Anlise de Gneros e se justifica por apresentar a descrio de um gnero jurdico, tarefa que ainda no foi empreendida por estudiosos na rea acadmica e por discutir o conceito de comunidade discursiva, especialmente da comunidade discursiva jurdica. A pesquisa apoia-se na perspectiva scio-retrica da Anlise de Gneros, particularmente nas contribuies tericas de Bakhtin (2000) e Swales (1990; 1992). A metodologia adotada pautou-se nos procedimentos metodolgicos postulados por Bathia (1993), que, divididos em trs etapas, proporcionou, primeiro, a coleta e a delimitao do corpus, constitudo de 30 (trinta) acrdos oriundos de dois tribunais; segundo, o desenvolvimento propriamente dito da pesquisa, e, por ltimo, a apresentao dos resultados. A anlise do corpus revelou que o gnero jurdico acrdo possui cinco unidades retricas bsicas constitudas de 18 (dezoito) subunidades. Alm disso, comparando-se o modelo lingstico, resultante da anlise, com o modelo imposto pela instituio jurdica, verificou-se a existncia de diferenas no que diz respeito quantidade de unidades retricas. Da anlise da comunidade discursiva jurdica, concluiu-se que: a) os operadores do Direito so verdadeiros membros constituintes da comunidade analisada; b) Que o gnero jurdico acrdo elaborado por um grupo de operadores especialistas que possuem caractersticas prprias e que constituem uma comunidade discursiva. Observou-se, ainda, que a aplicao de uma anlise baseada nos pressupostos da Anlise de Gneros aqui citados, apresenta-se como uma abordagem bastante produtiva para estudos que versem sobre a interdisciplinaridade Lingstica/ Direito. ESFERAS DE CIRCULAO DOS GNEROS TEXTUAIS NO UNIVERSO DA ALFABETIZAO DE ADULTOS Brbara Olmpia Ramos de Melo1 ([email protected]) (UESPI) Este estudo inscreve-se na linha terica da Anlise dos Gneros, tendo uma interface com letramento e com ensino, o que destaca sua relevncia, uma vez que permite discutir as relaes entre a anlise dos gneros, o letramento e as esferas comunicativas. Os principais referenciais tericos so Bakthin (2000), Bonini, (2001), Bronckart (2003), Meurer (2000), Rojo (1998), Schneuwly e Dolz (1999) e Soares (1999). O trabalho analisa como alfabetizadores tratam as esferas de circulao dos gneros textuais em contexto escolar, bem como quais gneros textuais dentre aqueles apresentados nas atividades de leitura e escrita esto mais presentes nas esferas comunicativas em que os alunos interagem. Obtivemos os dados atravs de aplicao de1

Doutoranda em Lingstica UFC - Bolsista do CNPq

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questionrios, de entrevistas e anlise do livro didtico e da proposta curricular. Em linhas gerais, chegamos s seguintes concluses: embora se encontre uma grande diversidade de gneros textuais no livro didtico e na proposta curricular, as esferas comunicativas dos alunos no so consideradas, nem h explicitude dos critrios utilizados na seleo desses gneros. Quanto aos alfabetizandos, a esfera comunicativa em que eles mais interagem com gneros textuais a do trabalho, dado que no levado em considerao pela escola. A nosso ver, como conseqncia disso, os alfabetizandos no concebem a escola como espao legtimo de aprendizagem dos gneros textuais que mais circulam em suas esferas comunicativas. COORDENADA 2 - ABORDAGENS TERICO-METODOLGICAS DE GNEROS TEXTUAIS NA PESQUISA E NO ENSINO GRUPO DE PESQUISA PROTEXTO/UFC COORDENADORA: Bernardete Biasi-Rodrigues (UFC) O grupo de pesquisa PROTEXTO da UFC tem se dedicado a investigar questes acerca do texto e do discurso e o que nos propomos a apresentar nesta comunicao coordenada uma amostra das pesquisas que o grupo desenvolve desde a sua fundao em 2001. Discutiremos especialmente, na abordagem mais voltada para aspectos terico-metodolgicos de pesquisa, como a concepo de estilo, na perspectiva bakhtiniana, se configura como um elemento relevante para a anlise de aspectos estilsticos do emergente gnero chat; como se d a imbricada relao suporte-gnero em exemplares de malas diretas analisadas e identificadas em funo do propsito comunicativo, tido como um poderoso critrio de identificao de gneros; e como se constri a organizao textual argumentativa em editoriais de jornais produzidos na imprensa brasileira a partir da relao estabelecida entre as suas unidades retricas e as macroproposies que constituem a seqncia textual dominante, a argumentativa. Por fim, numa abordagem voltada para o ensino, discutiremos como so transpostas para os livros didticos de Portugus do Ensino Mdio as concepes terico-metodolgicas acerca dos gneros textuais adotadas pelos Parmetros Curriculares Nacionais do Ensino Mdio (PCNEM). A RELAO SUPORTE-GNERO E O FENMENO DA INTERTEXTUALIDADE INTERSUPORTES - GRUPO DE PESQUISA PROTEXTO/UFC Antnio Duarte Fernandes Tvora ([email protected]) (UFC) Este trabalho analisa a imbricada relao suporte-gnero em exemplares de malas diretas analisadas e identificadas em funo do propsito comunicativo, que em Swales (1990) e em Bhatia (1993) so tidos como um poderoso critrio de identificao de gneros e/ou subgneros. Uma vez identificado o propsito comunicativo nos exemplares do corpus, realizou-se um exame para avaliar como a forma de apresentao era realizada nos exemplares que possuam um propsito comunicativo explcito de venda de produtos ou servios, propsito geral da mala direta. Como resultado, verificou-se que a multifacetada forma de apresentao telegrama ou imitao de telegrama, carto, mala direta autocontida, mala direta de uma pea consiste em um esforo persuasivo que reafirma o propsito comunicativo de venda por uma evocao que o suporte pode proporcionar devido natureza informacional que normalmente contm. o caso do telegrama, que evoca uma necessidade de urgncia comunicativa. Os profissionais da rea de Marketing/Publicidade se apossam dessa prerrogativa e travestem a mala direta, por exemplo, de telegrama, o que caracteriza uma intertextualidade intersuportes, fenmeno pouco explorado e no descrito pela teoria de gneros da atualidade. A TRANSMUTAO E OS ASPECTOS ESTILSTICOS DO GNERO CHAT Jlio Csar Arajo ([email protected]) (UERN/UFC) Nossa pesquisa parte da tese bakhtiniana de que o estilo lingstico se configura como um elemento relevante para a investigao de qualquer gnero do discurso, a fim de analisar os aspectos estilsticos do emergente gnero Chat. Ao considerar que tal gnero est em processo de constituio e que sua formao se processa pelo fenmeno da transmutao de outros, julgamos defensvel a tese de que as marcas lingsticas dessa transmutao podem estar associadas aos aspectos estilsticos do chat. Para a construo dos dados, realizamos observaes participantes em uma sala especfica de Chat do provedor UOL. Essas observaes foram sistematizadas durante 08 domingos entre os meses de maio e junho de 2001. A anlise mostra que a linguagem escrita desenvolvida pelos usurios durante as interaes evidencia, alm das marcas da transmutao da conversa cotidiana pelo bate-papo virtual, aspectos estilsticos que se materializam nos usos de emoticons, de uma escrita com apelos fonticos e com vrios tipos de minimalizaes lingsticas. Esta escrita cumpre ainda uma funo importante no gnero: a de preencher a ausncia de informaes paralingsticas que ponteia este tipo de interao. REFLEXOS DAS TEORIAS DE GNEROS TEXTUAIS NO MATERIAL DIDTICO DO ENSINO MDIO Bernardete Biasi-Rodrigues ([email protected]) e Shirlei Marly Alves (UFC) Nossa pesquisa tem por objetivo central discutir como so transpostas para os livros didticos de Portugus do Ensino Mdio as concepes terico-metodolgicas acerca dos gneros textuais adotadas pelos Parmetros Curriculares Nacionais do Ensino Mdio (PCNEM). A anlise perpassa os Parmetros Curriculares Nacionais+ Orientaes Curriculares Complementares aos PCNEM, o catlogo de obras do Programa Nacional do Livro Didtico para o Ensino Mdio (PNLEM), e trs obras didticas indicadas pelo PNLEM, com os respectivos 22

manuais do professor, sendo que foram privilegiadas as atividades de produo textual na anlise dos livros didticos. O referencial terico abarca concepes tericas atuais de gneros e seqncias textuais, a abordagem de gnero como ferramenta de ensino-aprendizagem desenvolvida pela escola de Genebra e as contribuies de alguns autores que tratam da transposio didtica dos gneros. O tratamento do material de pesquisa selecionado levou constatao de que, mesmo em face do paradigma terico-metodolgico proposto pelos documentos oficiais, ainda se faz presente, nas orientaes para a produo de textos nas obras didticas, uma abordagem em que a dimenso social de uso da lngua ainda no levada efetivamente em considerao. SEQNCIA TEXTUAL E DISTRIBUIO DAS INFORMAES: UMA PROPOSTA DE INTERSEO EM EDITORIAIS DE JORNAIS Socorro Cludia Tavares de Sousa ([email protected]) (UFC/PROTEXTO) A nossa pesquisa est centrada na descrio da organizao textual argumentativa em editoriais de jornais produzidos na imprensa brasileira a partir da aproximao de suas unidades retricas e das macroproposies que constituem a seqncia textual dominante, a argumentativa. A abordagem dada ao tema ancorou-se no modelo CARS (Create a research space) de Swales (1990) e no prottipo de seqncia argumentativa concebido por Adam (1992). A anlise qualitativa de 60 editoriais de jornais possibilitou traar uma relao funcional entre as unidades retricas e as macroproposies argumentativas, que evidenciou um paralelo entre a Un1 (contextualizao do tema) e a Un2 (argumentao sobre a tese) com a tese anterior, com os dados e com a restrio, e da Un3 (indicao da posio do jornal) com a concluso (nova tese). Os resultados representam implicaes de ordem terica que enriquecem os estudos da estrutura composicional em editoriais de jornais e contribuem para as discusses sobre seqncia argumentativa e sua realizao em textos predominantemente argumentativos, pertencentes a outros gneros textuais.

COORDENADA 12 - DEBATES: ANLISE DE GNEROS TEXTUAIS EM CONTEXTOS DIVERSOS COORDENADORAS: Dsire Motta-Roth (UFSM) e Graciela Rabuske Hendges (UFSC) O termo Anlise de Gnero pode denominar uma rea dos estudos da linguagem, um procedimento analtico de prticas discursivas, uma abordagem investigativa das prticas sociais mediadas pela linguagem. As comunicaes apresentadas nesta sesso se orientam pela preocupao em explorar questes pertinentes a essas denominaes, de modo a avaliar: a) a adequao de procedimentos e categorias analticas ao objeto estudado, b) a conexo entre gneros/texto e prticas sociais/contexto, c) as relaes entre texto verbal e texto no-verbal em gneros especficos, d) as relaes de poder e os processos identitrios subjacentes a certos gneros e e) a contribuio que o tratamento da linguagem como gnero pode trazer para o ensino e a aprendizagem da linguagem.

ANLISE DE GNERO: UMA REA, UMA ABORDAGEM, UMA METODOLOGIA DE PESQUISA? Dsire Motta-Roth ([email protected]) (UFSM) Nos ltimos quinze anos, tem crescido a visibilidade do termo Anlise de Gnero na literatura, seja para denominar toda uma rea de estudos da linguagem, seja para identificar um conjunto de procedimentos analticos. Apesar dessa popularidade crescente, ao longo de sua trajetria, o conceito de gnero e a adequao dos procedimentos de anlise tm sido questionados, criticados, revistos e reelaborados. Nesta comunicao, exploro diacronicamente os estudos de gneros textuais realizados por alguns autores para tentar oferecer um pano de fundo terico aos colegas participantes da sesso coordenada. Argumento que a discusso atual sobre gneros depende do exame das prticas sociais envolvidas, os participantes e os contextos institucionais pertinentes. Tento ainda apontar para possveis contribuies da concepo da linguagem como gnero para o estudo da linguagem. O ARTIGO ACADMICO ELETRNICO E AS NOES DE GNERO TEXTUAL E MDIA Graciela Rabuske Hendges ([email protected]) (UFSM/UFSC) Alguns autores tm assumido que o deslocamento de um gnero textual de uma mdia para outra d origem a um novo gnero. Tal perspectiva parece derivar de um conflito entre as noes de gnero textual e mdia. Em vista disso, neste estudo exploro essas noes, tomando como base a Lingstica Funcional. Para tanto, analiso o artigo acadmico eletrnico enquanto um gnero que foi deslocado da mdia impressa para a mdia eletrnica. Os resultados indicam que embora o artigo acadmico eletrnico apresente caractersticas ligadas mdia (como a hipertextualidade), as mesmas no permitem que seja classificado como um novo gnero textual.

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DISCUTINDO PROCEDIMENTOS E CATEGORIAS ANALTICAS EM ANLISE DE GNERO A PARTIR DE ARTIGOS EXPERIMENTAIS COM FOCO NO ENSINO DE INGLS PARA FINS ACADMICOS Patrcia Marcuzzo2 ([email protected]); Francieli Socoloski Rodrigues3 ([email protected]) (UFSM) Estudos em Anlise de Gnero tm sido desenvolvidos na tentativa de explorar a configurao dos gneros acadmicos e interpretar as funes desses gneros nas comunidades discursivas em que eles se inserem (ver, por exemplo, Swales (1990; 2004) e Motta-Roth (1995; 2005)). No entanto, algumas pesquisas tm apontado a necessidade de se explicitar melhor a metodologia analtica empregada na Anlise de Gnero (Motta-Roth, 2004 e 2005). Este trabalho tem por objetivo discutir procedimentos e categorias analticas adotados por pesquisadores para analisar o gnero artigo acadmico experimental. Para tanto, foram selecionados 10 artigos da rea de Lingstica Aplicada com foco no Ensino de Ingls para Fins Acadmicos, publicados em peridicos internacionais, nos ltimos 05 anos. A anlise dos dados se concentrou na seo de Metodologia desses artigos, a partir da qual identificamos e sistematizamos as categorias e os procedimentos usados para definir unidades de anlise e procedimentos interpretativos. Os resultados prvios dessa pesquisa indicam que 1) a seo de Metodologia apresenta a descrio da coleta do corpus, mas pouco clara no que tange aos procedimentos e s categorias analticas, e enfatiza os resultados obtidos, no o processo de anlise; e, por fim, 2) a anlise dos dados se concentra em categorias textuais, dificilmente explora categorias ligadas ao contexto.

DO YOU HAVE ANY EXPERIENCE ABROAD? O GNERO ENTREVISTA DE EMPREGO NO CONTEXTO DE CURSOS LIVRES DE LNGUAS Gabriela Quatrin Marzari4 ([email protected]) (UFSM) Este trabalho traz uma sntese dos resultados obtidos ao longo da pesquisa que desenvolvi sobre o gnero discursivo entrevista de emprego enquanto instrumento de avaliao de professores de Ingls no contexto de cursos livres de lnguas. O estudo tinha como objetivos centrais: 1) identificar os critrios de seleo desses profissionais; e 2) traar o perfil do candidato atualmente requerido nesses contextos. Para atender a tais propsitos, considerei as representaes de quatro entrevistadores sobre o gnero, basicamente, suas concepes sobre o que se discute nesse evento e para que fins. A anlise dos dados revelou que: 1) os critrios de seleo considerados so bastante flexveis, dependendo dos interesses da instituio no exato momento da contratao; e 2) o professor de Ingls que atende s necessidades de cursos livres de lnguas aquele que dispe de competncia lingistico-comunicativa, atua exclusivamente na escola, demonstra comprometimento, se adapta s normas internas da instituio e, preferentemente, apresenta experincia no exterior. A formao especfica (a graduao em Letras), embora esteja entre os critrios considerados, no constitui pr-requisito na opinio dos entrevistadores investigados, uma vez que no prepara futuros professores de Ingls para o contexto de cursos livres de lnguas.

COORDENADA 12 - (CONTINUAO) DEBATES: ANLISE DE GNEROS TEXTUAIS EM CONTEXTOS DIVERSOS COORDENADORAS: Dsire Motta-Roth (UFSM) e Graciela Rabuske Hendges (UFSC)

NOSSOS VILES J NO SO OS MESMOS: O TERRORISMO COMO PRTICA DISCURSIVA EM UMA HISTRIA EM QUADRINHOS NA ERA BUSH Francisco Osvanilson Dourado Veloso ([email protected]) (UFSC/UFAC) O estudo crtico do gnero Histrias em Quadrinhos (HQs) ainda embrionrio no Brasil. Embora sejam vistas como um gnero que visa o pblico infanto-juvenil, as HQs possuem uma trajetria histrica ligada propaganda poltica desde a Segunda Guerra Mundial que permanece na conjuntura histrica contempornea. Desse modo, utilizando como referenciais tericos a Anlise Crtica do Discurso (Fairclough, 1992, 1994, 1999), a Gramtica Sistmico-Funcional (Halliday & Mathiessen, 2004) e a Semitica Social (Kress and van Leeuwen, 1996, 2001; van Leeuwen, 2005), este trabalho faz uma anlise de excertos da saga Planeta X, dos X-Men com o objetivo de discutir o terrorismo enquanto prtica discursiva amplamente explorada por veculos de mdia aps os eventos de 11 de setembro de 2001 nos EUA. Tal prtica ganha forma e difundida atravs da mdia, que explora esta imagem criando no somente uma identidade para o outro, mas para si mesmo. Os eventos de 11-9 tornaram-se o marco inicial para a Histria do Sculo XXI, com conseqncias que reverberam, ora mais, ora menos, de maneira sutil na poltica internacional. Uma das conseqncias do evento foi a instalao de uma prtica discursiva em torno do terrorista, cuja definio determinada por estruturas de dominao e legitimao (Giddens, 1984; Meurer, 2004) e que servem aos interesses da classe dominante para manuteno do status quo. Observa-se, na saga Planeta X, a construo do terrorista como um indivduo desajustado que tenta impor sua viso de mundo sobre uma sociedade que condenada por ser prspera e defender a liberdade.2 3 4

PPGL/CAPES PIBIC/CNPq PG UFSM

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PESQUISADORES DA LINGUAGEM NA WWW: UM ESTUDO SOBRE A CONFIGURAO TEXTUAL E CONTEXTUAL DO GNERO HOME PAGE PESSOAL Dbora Marshall ([email protected]) (CAPES/UFSM) Desde que surgiram, em meados dos anos noventa, as home pages pessoais tm se tornado cada vez mais populares. Esses sites costumam caracterizar-se pela originalidade idiossincrtica, o que dificulta a elaborao de arqutipos desse gnero discursivo (Killoran, 2003:1-2). Por outro lado, estudos (Chandler, 1998; Dillon e Gushrowski, 2000; Marshall, Motta-Roth e Reis, 2004) buscaram detectar aspectos textuais e contextuais caractersticos do gnero. Neste trabalho, busca-se elaborar uma descrio da configurao textual e contextual do gnero. Para isso, foram analisadas home pages pessoais acadmicas de famosos pesquisadores da linguagem. Na anlise textual, foram investigadas seis home pages com base na Gramtica Sistmico Funcional de Halliday (1994) e na Anlise Crtica do Discurso (Fairclough, 2001). Para investigar o contexto, foram realizadas entrevistas com os autores desses sites. Os resultados mostram que a comunicao mediada pela home page parece ter incrementado o contato dos autores com a comunidade acadmica internacional. possvel concluir tambm que a home page pessoal representa um bom meio para professores e pesquisadores divulgarem e publicarem seu trabalho para que todos possam acessar essas obras gratuitamente, promovendo a democratizao do acesso informao e ao conhecimento. Esses resultados indicam a importncia de descrever e explicar as prticas sociais e discursivas no ciberespao a fim de tirar proveito do meio eletrnico em prol de formas de interao e construo de significado colaborativas e democrticas.

A IRONIA DESAFIANDO O PODER: UMA ANLISE DE ELEMENTOS VERBAIS E NO-VERBAIS EM UM GNERO TEXTUAL NO FILME CIDADE DOS SONHOS Maiza de Lavenre Bastos ([email protected]) (UFSC) Tendo em vista o crescente interesse por anlises multimodais de diferentes tipos de texto, meu objetivo neste trabalho investigar como relaes de poder entre alguns dos personagens do filme Cidade dos Sonhos, de David Lynch, so estabelecidas e desafiadas atravs de elementos verbais e no verbais. Os elementos a serem analisados so piadas feitas por alguns dos personagens e a msica das cenas selecionadas. Isto , de que forma as piadas, como gnero textual, juntamente com a trilha sonora, sugerem a ironia presente no filme, e de que maneira se relacionam com as negociaes de poder entre os personagens. Para isso, a perspectiva terica e metodolgica aplicada analise dos elementos verbais segue uma tradio dentro da Anlise Crtica do Discurso, que tem como base aspectos da Gramtica Sistmica Funcional proposta por Halliday (1994; Matthiessen, 2004)). Somados anlise lingstica, aspectos tericos importantes para a anlise desenvolvida neste trabalho se situam na rea de multimodalidade (Kress & Van Leuween, 2000) e de estudos de cinema (Bordwell, 1997). Desta forma, observando o uso da comicidade implcito nas piadas, combinado com a tenso sugerida pela msica, pretendo discutir a construo de um discurso irnico como elemento desafiador de relaes de poder. O TEMA E O APAGAMENTO DO SUJEITO COMO MECANISMOS DE CONSTRUO DE IDENTIDADE SOCIAL/PROFISSIONAL DO JUIZ DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Valeria Iensen Bortoluzzi ([email protected]) (UFSM-UNIFRA )5 Gisvaldo Arajo Silva ([email protected]) (UFSM)6 Trabalhos recentes sobre gneros discursivos tm enfatizado a necessidade de se aliar teoria de gnero as teorias de Anlise Crtica do Discurso (Fairclough, 2003; Meurer e Motta-Roth, 2001). Com base nos estudos em Gramtica Sistmico-Funcional (Halliday e Matthiessen, 2004) e Anlise Crtica do Discurso (Fairclough, 2001 e 2003), o presente trabalho tem como objetivo apresentar uma anlise da metafuno textual no gnero jurisprudncia, discutindo como a escolha dos elementos que serviro como TEMA da orao contribui para a construo da identidade social/profissional de um juiz do Supremo Tribunal Federal. Os resultados demonstram uma preferncia pelo uso de temas marcados, acarretando em apagamento do sujeito (ou colocao do mesmo em segundo plano). Tal atitude revela a construo da identidade do juiz como um ser que se confunde com o Direito, como se ambos formassem um s ser.

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Doutoranda/UFSM-UNIFRA Mestrando UFSM/CAPES/LABLER

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GNEROS TEXTUAIS, ENSINO E APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM

COORDENADA 3 - TEMPO-ASPECTO-MODALIDADE NOS GNEROS CRNICA, CARTA COMERCIAL, NOTCIA E ENTREVISTA SOCIOLINGSTICA: ALGUMAS CONSIDERAES SOBRE TRANSPOSIO DIDTICA. COORDENADORA: ngela Cristina Di Palma Back(UNESC) O objetivo deste trabalho o de discutir as categorias tempo-aspecto-modalidade (TAM) em enunciados ligados esfera jornalstica (notcias e crnicas), esfera do cotidiano (entrevistas sociolingsticas) e esfera empresarial (cartas comerciais). Trata-se de gneros relativamente estveis quanto ao espao de circulao, domnio e audincia. Em cada uma dessas esferas, o tempo verbal se estrutura de diferentes maneiras, o que, certamente, ratifica a interligao entre dimenso social e dimenso verbal. A opo por discutirmos (TAM), nesta comunicao, deveu-se a algumas razes bsicas. Primeiro, porque, ao elegermos operacionalizar, metodologicamente, com anlise de corpus, composto por gneros de esferas sociais distintas, reelaboramos no somente a unidade mnima de anlise (do limite da frase para o gnero), mas nos inserimos na virada pragmtica do ensino de lngua materna (BONINI, 2002) que concebe, entre outras, TAM como categorias lingstico-enunciativas (ROJO, 1996). Finalmente, porque serve para refletirmos sobre as implicaes pedaggicas buscando melhores orientaes quanto ao processo ensino-aprendizagem, o que valida a proposta, sobretudo por estarmos em consonncia com algumas das recomendaes dos Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Neste estudo, realiza-se uma anlise de corpus composto por 21 notcias, 21 crnicas, 21 entrevistas sociolingsticas e 21 cartas comerciais.

CRNICA: COMO SE ESTRUTURA TEMPO-ASPECTO-MODALIDADE NESTE GNERO? Nara Cristine Thom Palcios ([email protected]) (UNESC) Este trabalho tem como objetivo, apresentar uma anlise de categorias enunciativas tempo-aspectomodalidade (TAM), i.e, categorias lingstico-enunciativas (ROJO, 1996). O corpus se constitui de 21 crnicas, selecionadas do ms de maio do vigente ano (2005), retiradas do Jornal Dirio Catarinense. Com base na teoria givoniana, ser mostrado um estudo do comportamento verbal, quanto estruturao temporal, realizao aspectual (perfectivo/imperfectivo) e modal (realis/irrealis)-modalidade. Trata-se de um gnero discursivo no qual as informaes sociais no seguem a ordem cannica do uso verbal da lngua, pois h valores semntico-pragmticos caractersticos do estilo associados crnica, o que faz deste estudo algo relevante e um forte recurso estratgico na transposio didtica, a fim de compreender a elaborao de textos, conforme prev algumas das recomendaes didtico-pedaggicas dos Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs). AS CATEGORIAS TEMPO/ASPECTO/MODALIDADE NO GNERO DISCURSIVO ENTREVISTAS SOCIOLINGSTICAS Rosemary de Ftima de Assis Domingos ([email protected]) (UNESC) Os PCNs trazem subsdios que destacam a utilizao competente do portugus no somente como instrumental de acesso e apropriao de bens culturais, como tambm sua utilizao efetiva na resoluo de situaes advindas do cotidiano. Assim, o objetivo deste trabalho o de discutir as categorias tempoaspecto-modalidade (TAM) em enunciados que fazem parte do dia-a-dia do aluno, entrevistas sociolingsticas. Sero estudadas 21 entrevistas, nas quais analisar-se- de que maneira se organiza o texto no que se refere TAM como categoria lingstico-enunciativa (ROJO, 1996). A partir de tais anlises, ser possvel refletir sobre as implicaes pedaggico-metodolgicas e buscar orientaes quanto ao processo de ensino-aprendizagem, por exemplo, o uso funcional dos tempos verbais, fugindo a nomenclaturas e paradigmas tradicionais. Trata-se, portanto, de uma proposta didtico-pedaggica a partir de um gnero textual que traz o vernculo, apoiada no funcionalismo guivoneano. Acredita-se que, refletindo a partir de seu ambiente histrico-social, o aluno trabalha as questes lingsticas para propsitos comunicativos de maior evidncia/necessidade. Essa prtica sintetiza-se na atividade de anlise e reflexo sobre a lngua, propsito dos PCNs (2000). TEMPO-ASPECTO-MODALIDADE NA ESFERA COMERCIAL: GNERO CARTA ngela Cristina Di Palma Back ([email protected]) (UNESC) A proposta para este estudo o de sistematizar as categorias tempo-aspecto-modalidade (TAM) que se apresentam no gnero carta comercial. Para tanto, prope-se discutir, num primeiro momento, em que medida tais categorias contribuem para orientar a expresso verbal constitutiva desse gnero. Depois, num segundo momento, de que maneira a dimenso verbal est atrelada dimenso social da esfera comercial, uma vez que se concebem as categorias de TAM como lingstico-enunciativas. Frisa-se que a anlise lingstico-enunciativa constitui-se numa das etapas requeridas pelas orientaes dos PCNs e, neste trabalho, fundamenta-se, teoricamente, no funcionalismo guivoniano, por meio do qual discutimos os resultados em evidncia que se materializam no gnero. Por fim, tecer-se- algumas consideraes didticas, resultantes da anlise, a fim de contribuir para a elaborao didtica do professor no que tange ao reconhecimento do gnero como uma das estratgias de leitura, por exemplo. O corpus constitudo de 21 cartas comercial escolhidas aleatoriamente. 26

GNERO NOTCIA: TEMPO, ASPECTO E MODALIDADE COMO ESTRATGIA DE ELABORAO DIDTICA Almerinda Tereza Bianca Bez Batti Dias ([email protected]) (UNESC) Este trabalho busca compreender como so usados os recursos lingsticos de tempo, aspecto e modalidade (TAM) que se apresentam no gnero notcia. O propsito de discutir-se tais categorias visa elaborao didtica voltada aos professores de lngua portuguesa a fim de somar prtica pedaggica reflexes acerca da produo textual do gnero notcia. O corpus constitudo de vinte e uma notcias, publicadas no Jornal Dirio Catarinense, no perodo de 16 a 22 de maio, por meio dos quais foram selecionadas, de forma aleatria, sete notcias policiais, sete polticas e sete esportivas com o intuito de perceber se o comportamento verbal influenciado conforme o tipo de notcia. Ao focalizar as categorias de TAM, vale destacar que a orientao no se caracteriza pelo vis lingstico-estrutural, como recurso didtico, mas como estratgia que mostra toda a estruturao do discursivo inserido socialmente, no qual se efetiva o TAM como mecanismo lingstico-enunciativo. Sob essa perspectiva, a pesquisa toma como fundamentao terica para a anlise do TAM o funcionalismo guivoniano. COORDENADA 4 - GNEROS EM INTERAO: O DILOGO DAS MLTIPLAS LINGUAGENS COORDENADORA: Maria de Ftima Almeida (UFPB) O estudo constri-se sob o ponto de vista scio-interacionista, apontando os gneros do discurso como um modo de significar e revelando o que a linguagem capaz de fazer. Propomo-nos analisar a construo do sentido em contextos diversos: no processo interativo da leitura na sala, no discurso esttico poesia/pintura e no discurso da mdia, como contribuio para o ensino e aprendizagem da linguagem. GNEROS OU MOVIMENTOS DISCURSIVOS DO SUJEITO NA CONSTRUO DO SENTIDO NA SALA DE AULA? Maria de Ftima Almeida (UFPB) Este estudo pauta-se pela proposta de Bakhtin (1929/1981/1992) e de Franois (1996/2002), para analisar a construo do sentido da leitura do gnero publicitrio, na sala de aula do Ensino Fundamental. A anlise enfatiza os movimentos discursivos ou modos de ver entre os interlocutores em interao no espao escolar. Observamos que esse gnero possibilita visualizar que a linguagem multiplicadora do imaginrio e a leitura um ato interativo e reflexivo, que resulta do ponto de vista do leitor. Os resultados apontam que o sentido construdo num processo de retomada-modificao entre os leitores, que se constituem os articuladores das interpretaes, das escolhas e das leituras possveis. A sala de aula o espao das descobertas e do dilogo entre o previsto e o surpreendente e o gnero esse movimento dos modos de significar da linguagem. ESTUDOS MURILO MENDES/JUAN GRIS A PALAVRA, A IMAGEM: ITINERRIOS INTERSEMITICOS Maria Bernadete da Nbrega (UFPB) No processo de expanso da leitura de Murilo Mendes sobre o fazer de Juan Gris, o poeta expe o estilo da ordenao do espao pela ordenao plstica do verso. Murilo Mendes demonstra assimilar suas lies e parece desenvolver com maestria os estudos, leituras e exerccios poticos expostos na construo plstica, rtmica, sonora e ttil de sua iconografia potica. Este trabalho objetiva refletir sobre a densidade dialgica do discurso potico, investigando-o sob o ponto de vista de sua relao com o discurso de outrem A interseco entre os discursos potico e pictrico ter como aporte conceitual a teoria de Bakhtin (1929, 1981, 1987), e seus interlocutores/seguidores, dentre outros, Barros (1994), Brait (1994), Fiorin (1994), Tezza (1994, 2003). Adotamos a metodologia da Gestalt do objeto como aporte terico-instrumental da leitura das imagens As anlises revelam que, no horizonte dessa textualidade artstica, o poeta super(ex)pe, no seu dizer, duas dimenses do discurso esttico: o potico e o pictrico. Murilo Mendes segrega a imagem, reduz a forma e as submete lgica matemtica para dissecar a imagem at o extremo de seus limites. DIALOGISMO E CONSTRUO DE SENTIDO EM GNEROS DISCURSIVOS DA MDIA IMPRESSA Pedro Farias Francelino(UFPB/UFPE) Bakhtin (2000) postula uma diversidade de gneros discursivos que circulam nas mais diversas esferas da atividade humana. Cada gnero apresenta uma configurao enunciativo-discursiva peculiar, que atende s exigncias socioculturais de sua produo, recepo e circulao num determinado grupo social. Este trabalho objetiva refletir sobre a construo dialgica do sentido em gneros discursivos da mdia impressa. O material analisado consta de um conjunto de editoriais e de charges extrados de um jornal paraibano denominado Correio da Paraba, no perodo de junho a agosto de 2005. O referencial terico adotado o da Teoria do Gneros, de base enunciativa, sobretudo com os trabalhos de Bakhtin/Voloshinov (1999), Bakhtin (2000) e outros. As anlises revelam que, embora o editorial e a charge se caracterizem como gneros com semelhante funo scio-comunicativa, uma vez que aparecem numa mesma seo do jornal destinada emisso de ponto de vista, percebe-se que o processo de constituio e circulao do(s) sentido(s) veiculado(s) por esses gneros se estabelece de forma diferente, tanto no que diz respeito ao material semitico quanto organizao estilstica, composicional e discursiva.

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COORDENADA 5 - LIVRO DIDTICO DE LNGUA PORTUGUESA: A INTERCALAO E O TRATAMENTO DOS GNEROS COORDENADOR: Clcio Bunzen (UNICAMP) Esta sesso coordenada sobre a relao entre a intercalao e o tratamento dos gneros em livros didtico de Lngua Portuguesa rene um grupo de quatro pesquisadores do projeto integrado (PUCSP/UFMG/UNICAMP/UFPE) intitulado O livro didtico de lngua portuguesa no ensino fundamental: produo, perfil e circulao. De forma geral, partimos da idia de que o livro didtico de Lngua Portuguesa um gnero do discurso, no sentido bakhtiniano do termo. E, por esta razo, tornou-se essencial trazer para discusses temticas como: o processo de intercalao relacionado estrutura composicional e ao estilo deste gnero do discurso; a relao entre o discurso autoral e os textos em gneros diversos selecionados pelos autores e o tratamento desses gneros como objetos de ensino. Os quatro trabalhos que compem esta sesso tero como corpora livros didticos de Lngua Portuguesa para o Ensino Fundamental e Mdio, publicados recentemente. A ABORDAGEM DOS GNEROS ORAIS NOS LIVROS DIDTICOS DE LNGUA PORTUGUESA Adelma das Neves Nunes Barros Mendes7 ( [email protected])(UNIFAP) Nesta comunicao, procuraremos mostrar, em consonncia com as novas perspectivas para o ensinoaprendizagem de lngua materna pautadas nas exigncias sociais que impem a reviso de paradigmas (Batista, 2003: 42), algumas mudanas que esto se efetivando nos materiais didticos destinados aos ensinos fundamental e mdio. Um exemplo disso a incorporao de novos objetos de ensino, como os gneros orais formais e pblicos, que passaram a ser, recentemente, considerados pelos livros didticos. Para compreender o trabalho que vem sendo desenvolvido com tais gneros, focalizaremos uma pequena amostra de atividades, a partir de uma perspectiva scio-histrica e enunciativo-discursiva, de vertente bakhtiniana e das teorias da didtica de lngua materna empreendidas por Dolz & Schneuwly (1998). A INTERCALAO COMO FENMENO CONSTITUTIVO DO GNERO LIVRO DIDTICO DE LNGUA PORTUGUESA Clecio Bunzen ([email protected]) (UNICAMP) Em nossa dissertao de mestrado (Bunzen, 2005), defendemos, com base nos estudos do Crculo de Bakhtin, que o livro didtico de Lngua Portuguesa (LDP) poderia ser analisado como um enunciado num gnero discursivo. Nesta direo, tornou-se necessrio deslocar a discusso de que o LDP se constitui como um suporte de textos em gneros diversos e assumir que este gnero apresenta, por razes histricas, forma composiconal complexa e cheia de intercalaes (Bakhtin, 1934-35). Nesta apresentao, discutiremos justamente o processo mltiplo de encaixes e alinhamentos de textos em gneros diversos em livros didticos de Ensino Fundamental e Mdio, assim como a relao entre o discurso autoral e os gneros intercalados. Nossos resultados sugerem que estamos diante de uma forma de discurso reportado tpica deste gnero, ou seja, uma forma especfica de apreenso didtica do discurso de outrem, em que o autor constri o seu texto atravs da intercalao de outros. GNEROS DE DISCURSO NOS LDP DE 1 A 4 SRIES - COLETNEAS E LETRAMENTOS Roxane Rojo ([email protected]) (PUC-SP/UNICAMP) Num primeiro momento, esta comunicao aborda os mltiplos letramentos desejveis para a participao cidad em sociedade na contemporaneidade. A seguir, tomando o livro didtico de Lngua Portuguesa (LDP) como um gnero de discurso que tem a particularidade de intercalar variados outros, pertencentes a diversas esferas de circulao, e de tom-los, total ou parcialmente, como objetos de estudo, o trabalho mapeia e analisa a composio da coletnea intercalada no discurso autoral da amostra de livros analisados no PNLD/2004 (1 a 4 sries) e que, at fim de 2006, estaro nas salas de aulas brasileiras. Uma das finalidades da comunicao discutir se e como a seleo de textos e gneros presentes nesses livros atende ou est atenta s demandas atuais de mltiplos letramentos. GNEROS POTICOS EM LIVROS DIDTICOS DE LNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL Simone de Jesus Padilha8 ([email protected]) (UFMT) Esta comunicao pretende apresentar os resultados de pesquisa de doutoramento que investigou as possibilidades de trabalho com os gneros poticos em aulas de Lngua Portuguesa, com base no quadro terico- metodolgico scio-histrico da aprendizagem e enunciativo do discurso de cunho bakhtiniano. Abordaremos a incidncia, a autoria e o tratamento dispensado a estes gneros nos livros didticos em circulao nas salas de aula do ensino fundamental da escola pblica brasileira.

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Doutoranda/PUC-SP Doutoranda/PUC-SP

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COORDENADA 6 - GNEROS CATALISADORES, LETRAMENTO E FORMAO DE PROFESSORES COORDENADORA: Ins Signorini (UNICAMP) Esta sesso enfoca gneros discursivos que ajudam a favorecer a potencializao de aes didticopedaggicas em diferentes contextos: ensino fundamental, ensino superior e formao continuada. Os dados empricos que nos serviram de base de anlise foram gerados no Estado de So Paulo em contextos de ensino fundamental e superior, buscando compreender os ns que se apresentam no processo de ensinar e aprender na escola. Assim, os trabalhos dessa sesso inscrevem-se na linha temtica Gneros textuais, ensino e aprendizagem da linguagem, apoiados nos estudos sobre letramento, sociolingstica interacional e nos estudos bakhtinianos sobre gneros do discurso e nos estudos genebrinos sobre didtica das lnguas. GNEROS CATALISADORES NA FORMAO CONTINUADA DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL Ins Signorini ([email protected])(UNICAMP) Compreendendo gneros catalisadores enquanto gneros discursivos que favorecem o desencadeamento e a potencializao de aes e atitudes consideradas mais produtivas para o processo de formao continuada de professores, em suas relaes com o letramento, focalizaremos nesta comunicao exemplos de gneros escritos catalisadores em cursos ditos de capacitao, patrocinados pela SE/SP e por ns oferecidos em 2003 e 2004 a professores do ensino fundamental da rede estadual das cidades de Campinas e Sumar, interior de So Paulo. Conforme pretendemos demonstrar tais gneros assumem a funo de /locus/ de um processo em fluxo, no necessariamente a funo de objeto ou alvo desse mesmo processo. /Locus/ no sentido de um espao regulado de natureza lingstico-discursiva e tambm scio-cognitiva, feito de trilhos e andaimes indispensveis construo do novo: novos gneros feitos da mistura ou entrelaamento de outros j conheci